PANTOKRATOR Informativo da Comunidade Católica Pantokrator Ano III - Agosto/2014 - nº 31 O Filho de Deus entrou na história adquirindo humanidade e com isso Se fez irmão dos homens, fazendo dos ho- mens filhos de Deus na ordem da graça. São João diz: “Vede que manifestação de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” (1Jo 3, 1). Deus assumiu a condição humana para curá-la de tudo aquilo que a separa d’Ele, para nos permitir chamá-lo com o nome de “Abba, Pai” e ser verdadeiramente fi- lhos. Santo Ireneu afirma: “Este é o mo- tivo pelo qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a filiação divina, se tornasse filho de Deus”. O que caracteriza o Cristianismo é a revelação de que, em Cristo, somos fi- lhos de Deus. A filiação divina é a gran- de novidade da mensagem cristã. Certa vez, indignado porque os discí - pulos repreendiam as crianças que vinham ter com ele, Jesus disse-lhes: “Em verdade vos digo: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele.” (Mc 10, 15). Jesus proclama que somente uma confiança igual à da criança permitirá ao homem viver de acordo com as exigências d’Ele nos relacionamentos concretos do dia a dia. Somente assim o poder de Deus pode vir a nós. A aceitação positiva da própria impotência e do poder de Deus deixa a pessoa bem próxima da experiência de ter o Reino estabelecido no coração. O “ser criança” corresponde de ma- neira profunda ao mistério mais íntimo de Jesus, isto é, Sua filiação. A humilda- de de Jesus é a revelação de Seu verda- deiro rosto: Ele é o Filho do Eterno Pai, por isso foi humilde e por isso Ele exige que nós sejamos humildes, tornando- -nos crianças. Se Jesus tivesse revelado somente Seu poder, não conseguiríamos imitá-l’O. Talvez O admirássemos, mas a nossa relação com Ele ficaria no mes- mo nível que com outros personagens célebres de que gostamos: admiramos apenas seus talentos, mas não nos co- municamos muito com eles. O Senhor nos revelou, sobretudo, sua humildade e pequenez diante de seu Pai e, por causa disso, nos adverte: “Se não vos tornar- des como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus”. E ainda: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). A criança espera tudo de seu pai; assim deve acontecer conosco em re- IV Fórum da Família p. 2 - Os desafios enfrentados pela família cristã na sociedade atual O sacerdócio p. 3 - Conheça um pouco mais o sentido e a graça presente no ministério sacerdotal Assunção de Nossa Senhora p. 4 - Conheça um pouco mais do último dogma mariano a ser proclamado o lação a Deus. Crer significa apoiar-se em Deus, confiando em Seu cuidado e deixando-se conduzir por Ele. Quando queremos dar conta de tudo em nossa vida, tomando decisões independente- mente da vontade de Deus para nós, agimos como tolos e não conseguimos ir muito longe... A fé é um reconheci- mento da própria incapacidade e a con- fiança no poder de Deus atuando em nós. Descubra o tesouro da filiação divi- na: deixe Deus ser seu Pai! Abandone- -se aos cuidados de Deus e experimente Sua amorosa providência em sua vida! Kátia Maria Bouez Azzi Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator Deus é nosso Pai; somos Seus filhos!
nformativo da Comunidade Católica Pantokrator - ano 3 - Edição 31
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PANTOKRATORInformativo da Comunidade Católica Pantokrator Ano III - Agosto/2014 - nº 31
O Filho de Deus entrou na história adquirindo humanidade e com isso Se fez irmão dos homens, fazendo dos ho-mens filhos de Deus na ordem da graça. São João diz: “Vede que manifestação de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” (1Jo 3, 1). Deus assumiu a condição humana para curá-la de tudo aquilo que a separa d’Ele, para nos permitir chamá-lo com o nome de “Abba, Pai” e ser verdadeiramente fi-lhos. Santo Ireneu afirma: “Este é o mo-tivo pelo qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo assim a filiação divina, se tornasse filho de Deus”.
O que caracteriza o Cristianismo é a revelação de que, em Cristo, somos fi-lhos de Deus. A filiação divina é a gran-de novidade da mensagem cristã.
Certa vez, indignado porque os discí-pulos repreendiam as crianças que vinham ter com ele, Jesus disse-lhes: “Em verdade vos digo: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele.” (Mc 10, 15). Jesus proclama que somente uma confiança igual à da criança permitirá ao homem viver de acordo com as exigências d’Ele nos relacionamentos concretos do dia a dia. Somente assim o poder de Deus pode vir a nós. A aceitação positiva da própria impotência e do poder de Deus deixa a pessoa bem próxima da experiência de ter o Reino estabelecido no coração.
O “ser criança” corresponde de ma-neira profunda ao mistério mais íntimo de Jesus, isto é, Sua filiação. A humilda-de de Jesus é a revelação de Seu verda-deiro rosto: Ele é o Filho do Eterno Pai,
por isso foi humilde e por isso Ele exige que nós sejamos humildes, tornando--nos crianças. Se Jesus tivesse revelado somente Seu poder, não conseguiríamos imitá-l’O. Talvez O admirássemos, mas a nossa relação com Ele ficaria no mes-mo nível que com outros personagens célebres de que gostamos: admiramos apenas seus talentos, mas não nos co-municamos muito com eles. O Senhor nos revelou, sobretudo, sua humildade e pequenez diante de seu Pai e, por causa disso, nos adverte: “Se não vos tornar-des como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus”. E ainda: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).
A criança espera tudo de seu pai; assim deve acontecer conosco em re-
IV Fórum da Família p. 2- Os desafios enfrentados pela família cristã na sociedade atual
O sacerdócio p. 3- Conheça um pouco mais o sentido e a graça presente no ministério sacerdotal
Assunção de Nossa Senhora p. 4- Conheça um pouco mais do último dogma mariano a ser proclamado
o
lação a Deus. Crer significa apoiar-se em Deus, confiando em Seu cuidado e deixando-se conduzir por Ele. Quando queremos dar conta de tudo em nossa vida, tomando decisões independente-mente da vontade de Deus para nós, agimos como tolos e não conseguimos ir muito longe... A fé é um reconheci-mento da própria incapacidade e a con-fiança no poder de Deus atuando em nós.
Descubra o tesouro da filiação divi-na: deixe Deus ser seu Pai! Abandone--se aos cuidados de Deus e experimente Sua amorosa providência em sua vida!
Kátia Maria Bouez Azzi Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
Deus é nosso Pai; somos Seus filhos!
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EXPEDIENTE O Pantokrator é uma publicação mensal dirigida aos sócios, membros, engajados e amigos da Comunidade Católica PantokratorDireção Geral: Edgard Gonçalves | Grupo de Comunicação: Eliana Alcântara, Jildevânio Souza, Juliana Campos, Vanessa Cícera, Vanessa Ozelin, Vanusa Silva e Renata Andrade | Jornalista Responsável: Renata Andrade MTB 56 525 | Planejamento, Criação, Edição e Revisão: Comuni-dade Católica Pantokrator - www.pantokrator.org.br
IV Fórum da Família
“A situação em que se encontra a família apresenta aspectos positivos e aspectos negativos: sinal, naqueles, da salvação de Cristo operante no mundo; sinal, nestes, da recusa que o homem faz ao amor de Deus. Por um lado, de facto, existe uma consciência mais viva da liberdade pessoal e uma maior atenção à qualidade das relações inter-pessoais no matrimônio, à promoção da dignidade da mulher, à procriação responsável, à educação dos filhos; há, além disso, a consciência da necessi-dade de que se desenvolvam relações entre as famílias por uma ajuda recí-proca espiritual e material, a descober-ta de novo da missão eclesial própria da família e da sua responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa. Por outro lado, contudo, não fal-tam sinais de degradação preocupante de alguns valores fundamentais: uma errada concepção teórica e prática da independência dos cônjuges entre si; as graves ambiguidades acerca da relação de autoridade entre pais e filhos; as difi-culdades concretas, que a família muitas vezes experimenta na transmissão dos valores; o número crescente dos divór-
cios; a praga do aborto; o recurso cada vez mais frequente à esterilização; a ins-tauração de uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva. “Familiaris consortio, 6”
Atenta a essas realidades a Comu-nidade Católica Católica, através do Projeto “Família, torna-te o que és”, promoverá o IV Fórum da Família, que acontecerá nos dias 25 a 28 de agos-to de 2014, em Campinas. Trata-se de um evento aberto, gratuito, com foco na formação da família, destinado a agentes de pastoral, leigos engajados na Igreja e pessoas interessadas em apro-fundar sua fé e espiritualidade cristã e vivência familiar.
Por ser um evento esporádico, com palestrantes de renome, o Fórum da Família será um polo de atração de pes-soas envolvidas e atuantes na Igreja de Campinas, formadores de opinião, líde-res comunitários, membros de outras comunidades, sacerdotes, religiosos, e especialmente pais, mães e educadores.
Pretendemos, com este evento, di-fundir ainda mais os ensinamentos de Cristo a respeito da família, e com isso transformar a sociedade que vivemos,
tornando-a mais justa e fraterna. Te-mos convicção de que através de uma evangelização e formação eficazes po-demos contribuir para um mundo me-lhor, especialmente no que se refere ao resgate dos valores da Família.
Nós, Comunidade Católica Pan-tokrator, investimos na evangelização e formação das famílias porque acredita-mos que, disseminar o que Cristo veio ensinar com Sua vida, leva o homem a descobrir-se capaz do bem, do amor ao próximo, da justiça, do perdão, da sua própria responsabilidade diante de um mundo tomado por contravalores nos campos da moral e da ética. Acredita-mos nas palavras do Beato João Pau-lo II, que tanto lutou pelas famílias e declarou que “o futuro da humanidade passa pela família”.
Um homem, formado numa família pautada nos valores de Cristo, torna-se livre e feliz, e assim transforma o mun-do, produzindo e gerando a felicidade nos ambientes em que vive: lar, traba-lho, sociedade etc.
Ricardo BidóiaConsagrado da Comunidade Católica Pantokra-
tor e Supervisor do Projeto Familia
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teral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. (...) É que, não colocando em jogo a pele e o próprio coração, não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; (...) isto vo-lo peço: sede pastores com o «cheiro das ove-lhas», que se sinta este cheiro(cf. Ho-milia do Santo Padre Francisco, Quin-ta-feira Santa, 28 de Março de 2013)Neste estado de vida também são ne-cessárias as renúncias para se viver essa entrega por todos, “assim como Cristo que ‘amou a sua Igreja e se entregou por ela’ (cf. Ef 5,25); assim deve ser com o presbítero. (...) o sacerdote que acolhe a vocação ao ministério, está em condições de fazer disto uma escolha de amor, pela qual a Igreja e as almas se tornam o seu principal interesse” (cf. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pas-tores Dabo Vobis – São João Paulo II).
O chamado de viver sozinho (no caso dos celibatários e padres), dispõe de aceitar o dom dado por Deus e de sua pobreza humana, ou seja, “se amas a todos, não terás ninguém que ame só a ti; (...) há outro Tu (Deus) que te fale de amor se souberes escutá-Lo; outro Tu que se preocupa contigo” (cf. Li-vro: Amarás com todo o teu coração – Pier Giordano Cabra – Ed. Loyo-la), enfim, o amor de Cristo-Esposo é a felicidade e a realização daquele que tem o chamado de um coração indi-viso e o seu coração jamais se esfriará se permanecer na fonte do amor in-condicional e misericordioso de Deus.
Cristiano Sanches Consagrado da Comunidade Católica Pantokrator
Ao invés de começar dizendo de cara o que é o sacerdócio, quero come-çar perguntando àqueles que não têm o seu estado de vida definido se em algum momento de suas vidas ousaram per-guntar-se: “Será que sou chamado para ser sacerdote? O que o Senhor quer de mim?”. Se nunca se fez essas per-guntas, tenha a coragem e pergunte-se!
Essa é uma pergunta que todos os homens deveriam fazer, porque em nossa identidade existe a “gave-ta” do estado de vida que deve ser aberta e olhada sob a luz divina, e não sob a luz dos apelos da afetivi-dade, sonhos, ilusões e preconceitos.
Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote, Supremo e Soberano: “Eis que esta-rei convosco até o fim do mundo” (cf. Mt 28, 20). Jesus institui o Sacer-dócio Ministerial em função da Euca-ristia, para que Ele pudesse ficar co-nosco para sempre e em todo lugar.
“No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente em sua Igreja enquanto Ca-beça de seu Corpo, Pastor de seu re-
banho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age “in persona Christi Capitis” (na pes-soa de Cristo Cabeça)” (cf. CIC 1548). Quanto privilégio existe nas mãos de um sacerdote, não é mesmo?!O sacerdote é ponte entre Deus e o ho-mem, ele é a pessoa de Cristo no meio do povo, que transmite a presença do sagrado independente de sua fraque-za e limitações humanas, por que é a graça do sacramento que foi deposi-tada nele que age assumindo a missão, junto com os bispos, de ensinar, san-tificar, governar em Nome de Jesus e por Seu poder (cf. CIC 888-894).
O ministro ordenado tem o coração alargado para o amor, tem o coração do “ Bom Pastor” (cf. Jo 10,11) que tem um único movimento: A Caridade! O Papa Franscisco expressou muito bem isso: “O sacerdote, que sai pouco de si mesmo, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbi-
COMUNIDADE CATÓLICA PANTOKRATOR - (19) 3232.4400 - www.pantokrator.org.brRua Culto à Ciência, 238 - Botafogo - Campinas/SP
Missas Dominicais às 11h00 - Grupos de Oração (para todas as idades) às quintas-feiras às 20h00 Grupo Sempre Fiel (dependentes químicos) segundas-feiras às 20h00
Atendimento de Oração (com agendamento) - Cursos e Formações - Visita a casas (com agendamento)
O Sacerdócio
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Preocupados com a formação e es-piritualidade dos homens, nossa comu-nidade realizará em 24 de agosto, num domingo, nosso primeiro “Encontrão para homens”. É uma oportunidade excelente para você, homem, que dese-ja experimentar uma intimidade nova e maior com nosso Deus, Pai e criador.
O evento acontecerá em nossa casa sede, na R: Culto à Ciência nº 238, em frente ao COTUCA. A entrada é gratuita!
Contamos com sua presença!
Eliana AlcãntaraDiscipula da Comunidade Católica Pantokrator
Encontrão para homens
“...não pode ficar presa com as alge-mas da morte aquela que gerou no seu seio o Verbo de Deus encarnado...”
No primeiro dia de Novembro em 1950, o então Papa Pio XII, declara, pro-clama e define, o Dogma da Assunção de Nossa Senhora em Corpo e Alma ao Céu, através da Constituição Apostólica MUNIFICENTISSIMUS DEUS. Há vários argumentos e razões que ao longo da história e pela Tradição da Igreja fun-damentam o privilégio dado por Deus a Maria, que evidenciam o dogma, confir-mando-o como desígnio divino a partir de sua participação na Missão de Cristo.
Olhar para a mãe de Deus nos re-mete imediatamente a olhar para a Sal-vação dada em Cristo. Neste papel de mãe, dada por Deus a nós em “Depois disse ao discípulo: “eis a tua mãe”” (Jo 19, 26-27), somos chamados a contem-plar com profundidade os privilégios que Deus manifesta a partir daquela que gerou o Verbo Divino e que encontrou graça diante de Deus (cf. Lc 1, 28).
São João Damasceno exclama: “Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma es-pada de dor de que tinha sido imune no
parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fos-se venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus”.
A Assunção de Maria nos faz reco-nhecer a dignidade do corpo humano, remete-nos a uma antecipação da feli-cidade eterna prometida, gera em nós uma nova esperança ante o mistério da morte (cf. Papa João Paulo II, homilias). Em outras palavras, a Assunção de Ma-ria sinaliza de forma concreta o sonho de Deus para nós, pois mostra o sentido da vida humana na vivência perfeita da vontade de Deus.
Que na festa da Assunção de Ma-ria, anual e solenemente celebrada em 15 de Agosto, nosso olhar paire sobre esta Verdade da Igreja, que edifica nos-sa vida mostrando-nos a exemplo da Virgem Maria o caminho de fidelidade à vontade de Deus, de modo a nos fir-mar e crer firmemente na nossa própria ressurreição.
Clara Pascoali Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
1. Sacramentário gregoriano2. S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II