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30 de agosto Informativo Diário nº 2 Congresso Notas do Conferência destaca panorama das hepatites virais Caminhos para eliminação do HIV O que é necessário para acabar com o HIV? “Não existe uma varinha mágica, mas há possibilidades para aumentar o impacto na redução da epidemia”, garantiu Mariângela Simão, representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids). Durante a conferência “Acesso universal à prevenção, tratamento, cuidado e apoio em HIV/aids: desafios globais e prioridades na América Latina”, Mariângela disse, nesta quarta (29), que existem quatro componentes básicos para otimizar os recursos e garantir a eficiência dos programas: conhecer a epidemia; definir as melhores estratégias de intervenção; ampliar os serviços de saúde; e definir quais são os recursos disponíveis e necessários a longo prazo. Segundo a representante do Unaids, outro aspecto que deve ser considerado são as especificidades de cada população. “As pessoas precisam de diferentes abordagens de prevenção ao longo do tempo, pois suas necessidades mudam”, explicou. Mariângela ressalta que, em relação a homens que fazem sexo com homens e transgêneros, o preconceito ainda é uma barreira que precisa ser trabalhada. Em todo o mundo, apenas 20% dos países têm leis que protegem essas pessoas contra ações discriminatórias. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, apresentou, na manhã desta quarta-feira (29), o panorama geral do combate às hepatites virais no Brasil, na conferência “O SUS e as Hepatites Virais”, durante o Congresso de Prevenção. Segundo o secretário, a taxa de incidência de hepatite A vem caindo consideravelmente, ano a ano, desde 2006, no Brasil. Enquanto em 2005, quando ocorreu o ápice da incidência, o número foi de 11,7 para cada 100 mil habitantes, em 2011 a taxa ficou em 3,6. “O panorama está mudando porque as pessoas estão tendo mais acesso à rede de esgotos e à água potável, já que a contaminação é feita por via oral”, explicou Jarbas. Ele destacou que brevemente o Ministério da Saúde irá incluir no calendário vacinal infantil a vacina contra a hepatite A. A hepatite B apresentou o maior número de casos entre todos os outros tipos nos últimos 14 anos. Foram 120,3 mil notificações de 1999 até 2011. A via sexual é a forma predominante de transmissão da hepatite B – 52,7% dos casos. “Uma das prioridades do Ministério da Saúde, para 2012, é ampliar o acesso à vacinação com a inclusão de públicos prioritários, como gestantes, manicures, tatuadores, profissionais do sexo e homens que fazem sexo com homens. Nosso objetivo é imunizar 95% do público prioritário até 2015”, disse Jarbas. Em relação à hepatite C, de 1999 a 2011, houve 82 mil casos no Brasil. Jarbas ressaltou que o Ministério da Saúde disponibiliza testes rápido para diagnosticar a doença e falou sobre os dois novos medicamentos que o SUS irá ofertar a partir de 2013. “Com eficácia de 80%, o Telaprevir e o Boceprevir devem beneficiar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e fibrose avançada, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte”, disse o secretário da SVS. Jarbas lembrou da importância da Portaria 2849/2011, que destina R$ 30 milhões por ano para qualificação das ações de vigilância, promoção e prevenção das hepatites virais, e que 192 municípios já foram contemplados, abrangendo todos os estados. Arte e cultura na prevenção Um cortejo cultural animou a manhã dessa quarta (29). Ao som do maracatu, artistas da Cia Paulista de Artes de Jundiaí percorreram os espaços do Anhembi, convidando o público a participar. Foto: Luís Oliveira/Ascom-MS Foto: Guilherme Kardel
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Informativo I Notas do Congresso

Jan 24, 2017

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Health & Medicine

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Page 1: Informativo I Notas do Congresso

30 de agosto Informativo Diário nº 2 Congresso

Notas do

Conferência destaca panorama das hepatites virais

Caminhos para eliminação do HIVO que é necessário para acabar com o HIV? “Não

existe uma varinha mágica, mas há possibilidades para aumentar o impacto na redução da epidemia”, garantiu Mariângela Simão, representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids). Durante a conferência “Acesso universal à prevenção, tratamento, cuidado e apoio em HIV/aids: desa� os globais e prioridades na América Latina”, Mariângela disse, nesta quarta (29), que existem quatro componentes básicos para otimizar os recursos e garantir a e� ciência dos programas: conhecer a epidemia; de� nir as melhores estratégias de intervenção; ampliar os serviços de saúde; e de� nir quais são os recursos disponíveis e necessários a longo prazo.

Segundo a representante do Unaids, outro aspecto que deve ser considerado são as especi� cidades de cada população. “As pessoas precisam de diferentes abordagens de prevenção ao longo do tempo, pois suas necessidades mudam”, explicou. Mariângela ressalta que, em relação a homens que fazem sexo com homens e transgêneros, o preconceito ainda é uma barreira que precisa ser trabalhada. Em todo o mundo, apenas 20% dos países têm leis que protegem essas pessoas contra ações discriminatórias.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, apresentou, na manhã desta quarta-feira (29), o panorama geral do combate às hepatites virais no Brasil, na conferência “O SUS e as Hepatites Virais”, durante o Congresso de Prevenção.

Segundo o secretário, a taxa de incidência de hepatite A vem caindo consideravelmente, ano a ano, desde 2006, no Brasil. Enquanto em 2005, quando ocorreu o ápice da incidência, o número foi de 11,7 para cada 100 mil habitantes, em 2011 a taxa � cou em 3,6. “O panorama está mudando porque as pessoas estão tendo mais acesso à rede de esgotos e à água potável, já que a contaminação é feita por via oral”, explicou Jarbas. Ele destacou que brevemente o Ministério da Saúde irá incluir no calendário vacinal infantil a vacina contra a hepatite A.

A hepatite B apresentou o maior número de casos entre todos os outros tipos nos últimos 14 anos. Foram 120,3 mil noti� cações de 1999 até 2011. A via sexual é a forma predominante de transmissão da hepatite B – 52,7% dos casos.

“Uma das prioridades do Ministério da Saúde, para 2012, é ampliar o acesso à vacinação com a inclusão de públicos prioritários, como gestantes, manicures, tatuadores, pro� ssionais do sexo e homens que fazem sexo com homens. Nosso objetivo é imunizar 95% do público prioritário até 2015”, disse Jarbas.

Em relação à hepatite C, de 1999 a 2011, houve 82 mil casos no Brasil. Jarbas ressaltou que o Ministério da Saúde disponibiliza testes rápido para diagnosticar a doença e falou sobre os dois novos medicamentos que o SUS irá ofertar a partir de 2013. “Com e� cácia de 80%, o Telaprevir e o Boceprevir devem bene� ciar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e � brose avançada, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte”, disse o secretário da SVS.

Jarbas lembrou da importância da Portaria 2849/2011, que destina R$ 30 milhões por ano para qualificação das ações de vigilância, promoção e prevenção das hepatites virais, e que 192 municípios já foram contemplados, abrangendo todos os estados.

Arte e cultura na prevenção

Um cortejo cultural animou a manhã dessa quarta (29). Ao som do maracatu, artistas da Cia Paulista de Artes de Jundiaí percorreram os espaços do Anhembi, convidando o público a participar.

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Page 2: Informativo I Notas do Congresso

EDIÇÃO: Gabriela Campos REDAÇÃO: Daniela Brito, Emi Shimma, Mônica Plaza, Nivaldo Coelho e Simone Mateos Colaboração: integrantes da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (RENAJOC) e equipe da Revista Viração. - PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Marcos Cleuton REVISÃO: Angela Martinazzo COORDENAÇÃO: Hércules Barros CONTATO: [email protected]

Um estande do Fique Sabendo – ação de mobilização direcionada à ampliação do diagnóstico precoce – estará funcionando hoje (30) e amanhã (31), no Pavilhão Oeste, ao lado da Praça de Alimentação. Serão ofertados 800 testes por dia, 200 para cada sorologia (aids, hepatite B, hepatite C e sí� lis). Este ano, pela primeira vez, haverá oferta de medicamento na hora para quem tiver diagnóstico positivo para sí� lis. Os demais serão encaminhados para serviços de saúde em seus respectivos locais de residência.

“O diagnóstico precoce é importantíssimo para quebrar a cadeia de transmissão do HIV e promover o acompanhamento do paciente, evitando o desenvolvimento de aids e outras coinfecções. É um direito de todas as pessoas saberem seu estado sorológico”, observa Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento Nacional DST/Aids e Hepatites Virais. “Quanto mais cedo se

conhecer a sorologia, mais cedo será o início do tratamento, o que levará a uma melhor qualidade de vida e ao menor risco de transmissão do HIV”, completa Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP.

Ao lado do estande do Fique Sabendo no Congresso de Prevenção, os gestores de saúde presentes no evento contam com um espaço onde são realizadas várias o� cinas. As capacitações tratam de sugestões de como ampliar o diagnóstico oportuno e evitar que a pessoa demore a acompanhar sua condição sorológica. As o� cinas ensinam também como montar a estratégia do Fique Sabendo em seus municípios e como conciliar cuidado integral a outras áreas de atenção à saúde, como saúde mental e reprodução assistida. Adesão ao tratamento e cuidados físicos de quem vive com HIV/aids fazem parte das discussões transversais do Espaço Gestor.

Fique Sabendo oferece testagem e tratamento para sí� lis

Para combater a aids é preciso garantir o Estado laico

Garantir que o Estado seja realmente laico em todos os países da América Latina para que suas políticas públicas não sejam in� uenciadas por dogmas religiosos é um dos desa� os que se colocam para a e� cácia das estratégias de combate à aids no continente. Esta foi uma das principais questões levantadas nesta quarta-feira no painel que debateu a articulação multissetorial na resposta dos países à epidemia no VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV-Aids.

“Urge lutar para a retomada do Estado verdadeiramente laico porque em muitos países estamos vendo como o fundamentalismo religioso prejudica seriamente o combate à aids”, disse Pedro

Chequer, representante do Programa das Nações Unidas para o HIV/aids (Unaids) no Brasil.

Norman Gutiérrez, do Centro para a Educação e Prevenção da Aids, da Nicarágua, concordou lembrando que, em seu país, muitos funcionários da saúde norteiam suas práticas por crenças religiosas pessoais que contrariam as estratégias de prevenção ou tratamento preconizadas. “O combate à aids exige mais que boas diretrizes técnicas, é preciso uma mudança cultural, compreender e reeducar hábitos, o que só será possível com intensa participação das organizações sociais, sobretudo daquelas que representam os grupos mais vulneráveis”, frisou Gutiérrez.

NOTAS

Corredor de Cuidados

Um corredor de cuidados foi montado na tenda Paulo Freire, para quem quisesse receber massagens e bençãos. A iniciativa é do grupo de representantes de instituições religiosas presentes no Congresso de Prevenção.

Cabeleireiros contra Aids

Desde 2005, a Loreal e a Unesco trabalham em parceria para despertar a conscientização sobre a prevenção do HIV entre a população de cabeleireiros no mundo. A campanha “Cabeleireiros contra aids” está presente no Congresso de Prevenção, com um estande onde estão sendo oferecidos, a preços acessíveis, tratamentos, cortes e escovas.

Avaliação do Congresso

Vários totens de avaliação estão espalhados pelo Congresso – um no credenciamento, um na entrada da Praça de Alimentação e outro na Vila Cultural. Participe da iniciativa, dando sua opinião sobre o evento. Ela é fundamental para que a organização promova melhorias nas próximas edições.

Cursos de graça na Internet

Pro� ssionais de saúde podem acessar, gratuitamente, dez cursos online sobre técnicas laboratoriais relacionadas ao diagnóstico do HIV, sí� lis, tuberculose e doenças oportunistas. A ferramenta Telelab, que foi lançada durante o Congresso, permite que as aulas sejam assistidas de acordo com o interesse e a disponibilidade de tempo do aluno, sem necessidade de agendamento de horário.

Bem-Estar e Saúde Mental

O secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Jarbas Barbosa, lançou o� cialmente, durante o Congresso, duas publicações elaboradas pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais: “Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e aids” e o manual de Atenção em Saúde Mental nos Serviços Especializados em DST/aids. A primeira é voltada para educadores físicos e traz explicações sobre o que é o HIV, benefícios da atividade física para quem vive com o vírus e orientações nutricionais. Já o manual orienta os pro� ssionais de saúde que atendem pessoas com doenças sexualmente transmissíveis, HIV e aids, por meio de uma abordagem psicológica.

Religiões afro-brasileiras

Abordar o cuidado e o acolhimento de pessoas vivendo com HIV/aids nas religiões de matriz africana. Essa é a proposta do vídeo “O cuidar dos terreiros”, lançado no Congresso. A ideia é mostrar que o tratamento com medicamentos pode ir além. Pais e mães de santos falam sobre a história dos terreiros e como carinho e acompanhamento podem servir de apoio a quem faz tratamento.

Homenagem a elasPara marcar o Dia da Visibilidade Lésbica foi exibido o documentário “Meu mundo é esse”, o making off da “O� cina de produção de conteúdo em comunicação em saúde para lésbicas e mulheres bissexuais” e um vídeo sobre um casal de mulheres que realizou o sonho da maternidade. Na foto, Heloísa Alves, coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual do Governo de São Paulo, que participou da homenagem. O dia foi instituído em 1996 durante o primeiro seminário nacional de lésbicas que aconteceu no Rio de Janeiro. É a oportunidade de as mulheres lésbicas mostrarem a discriminação que sofrem e a necessidade de serem reconhecidas como cidadãs de direitos.

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