MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde 16 anos SVS A vigilância da influenza no Brasil é composta pela vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG) 1 , e pela vigilância sentinela de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 2 em pacientes hospitalizados. A vigilância sentinela conta com uma rede de unidades distribuídas em todas as regiões geográficas do país e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos para orientar na tomada de decisão em situações que requeiram novos posicionamentos do Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais. Os dados são coletados por meio de formulários padronizados e inseridos nos sistemas de informação online Sivep-gripe. As informações apresentadas nesse informe são referentes ao período que compreende as semanas epidemiológicas (SE) 01 a 11 de 2019 ou seja, casos com início de sintomas de 30/12/2018 a 16/03/2019. RESUMO DA SEMANA EPIDEMIOLÓGICA A positividade para influenza e outros vírus respiratórios entre as amostras com resultados cadastrados e provenientes de unidades sentinelas de SG foi de 20,3% (534/2.626). VIGILÂNCIA SENTINELA DE INFLUENZA As informações sobre a vigilância sentinela de influenza apresentadas neste informe baseiam-se nos dados inseridos no Sivep-gripe pelas unidades sentinelas distribuídas em todas as regiões do país. A vigilância sentinela continua em fase de ampliação e nos próximos boletins serão incorporados, de forma gradativa, os dados das novas unidades sentinelas. SÍNDROME GRIPAL Até a SE 11 de 2019, as unidades sentinelas de SG coletaram 4.150 amostras – é preconizada a coleta de 05 amostras semanais por unidade sentinela. Dessas, 63,3% (2.626/4.150) possuem resultados inseridos no sistema, 20,3% (534/2.626) tiveram resultado positivo para vírus respiratórios, das quais 33,5% (178/534) foram positivos para influenza e 66,7% (356/534) para outros vírus respiratórios (Vírus Sincicial Respiratório, Parainfluenza e Adenovírus). Dentre as amostras positivas para influenza, Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 11 de 2019 informe 29 MARÇO 2019 1 Síndrome Gripal (SG): indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e início dos sintomas nos últimos 07 dias. 2 Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG – Hospitalizado): indivíduo hospitalizado com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e que apresente dispneia ou saturação de O2 < 95% ou desconforto respiratório ou que evoluiu para óbito por SRAG independente de internação.
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1MINISTÉRIO DASAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde16 anosSVS
A vigilância da influenza no Brasil é composta pela vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG)1, e pela vigilância sentinela de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)2 em pacientes hospitalizados.
A vigilância sentinela conta com uma rede de unidades distribuídas em todas as regiões geográficas do país e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos para orientar na tomada de decisão em situações que requeiram novos posicionamentos do Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais.
Os dados são coletados por meio de formulários padronizados e inseridos nos sistemas de informação online Sivep-gripe. As informações apresentadas nesse informe são referentes ao período que compreende as semanas epidemiológicas (SE) 01 a 11 de 2019 ou seja, casos com início de sintomas de 30/12/2018 a 16/03/2019.
RESUMO DA SEMANA EPIDEMIOLÓGICAA positividade para influenza e outros vírus respiratórios entre as amostras com resultados cadastrados e provenientes de unidades sentinelas de SG foi de 20,3% (534/2.626).
VIGILÂNCIA SENTINELA DE INFLUENZAAs informações sobre a vigilância sentinela de influenza apresentadas neste informe baseiam-se nos dados inseridos no Sivep-gripe pelas unidades sentinelas distribuídas em todas as regiões do país. A vigilância sentinela continua em fase de ampliação e nos próximos boletins serão incorporados, de forma gradativa, os dados das novas unidades sentinelas.
SÍNDROME GRIPALAté a SE 11 de 2019, as unidades sentinelas de SG coletaram 4.150 amostras – é preconizada a coleta de 05 amostras semanais por unidade sentinela. Dessas, 63,3% (2.626/4.150) possuem resultados inseridos no sistema, 20,3% (534/2.626) tiveram resultado positivo para vírus respiratórios, das quais 33,5% (178/534) foram positivos para influenza e 66,7% (356/534) para outros vírus respiratórios (Vírus Sincicial Respiratório, Parainfluenza e Adenovírus). Dentre as amostras positivas para influenza,
Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 11 de 2019
informe29 MARÇO 2019
1Síndrome Gripal (SG): indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e início dos sintomas nos últimos 07 dias.
2Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG – Hospitalizado): indivíduo hospitalizado com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e que apresente dispneia ou saturação de O2 < 95% ou desconforto respiratório ou que evoluiu para óbito por SRAG independente de internação.
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37,0% (66/178) foram decorrentes de influenza A(H1N1)pdm09, 50,5% (90/178) de influenza B, 7,8% (14/178) de influenza A não subtipado e 4,5% (8/178) de influenza A(H3N2). Entre os outros vírus respiratórios houve predomínio da circulação de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), 52,5% (187/356) (Figura 1). Em relação às regiões, observa-se o predomínio da identificação de vírus influenza A(H1N1)pdm09 na região Norte (Anexo 1).
Figura 1 • Distribuição dos vírus respiratórios identificados nas unidades sentinelas de Síndrome Gripal, por semana epidemiológica de inícios dos sintomas. Brasil, 2019 até a SE 11.
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – HOSPITALIZADO
Perfil Epidemiológico dos CasosAté a SE 11 de 2019 foram notificados 3.776 casos de SRAG hospitalizados. Desses, 6,1% (232/3.776) foram classificados como SRAG por influenza e 13,2% (499/3.776) como outros vírus respiratórios (Tabela 1).
Dentre os casos de influenza subtipado até o momento, 7,8% (145/184) eram influenza A(H1N1)pdm09, 3,8% (7/184) influenza A(H3N2), 2,2% (4/184) influenza A não subtipado e 15,2% (28/184) influenza B (Tabela 2). Os casos de SRAG por influenza apresentaram uma mediana de idade de 16 anos, variando de 0 a 90 anos.
TabEla 1 • Distribuição de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave hospitalizados, por Classificação final. Brasil, regiões e unidades federadas (UF), até a SE 11 de 2019.
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Até o período estudado (2019) nota-se uma circulação de vírus influenza com maior intensidade no estado do Amazonas, de forma localizada, pois até o momento, não se observa a mesma intensidade de circulação de vírus influenza em outras unidades federadas do país.
Na Figura 2, observa-se que a positividade para vírus influenza em casos de SRAG encontra-se decrescente nas últimas semanas epidemiológicas.
Ressalta-se a necessidade da oportuna notificação dos casos para uma boa resposta epidemiológica e orientação da tomada de decisão dos gestores, no que se refere as ações de prevenção e controle da influenza.
Fonte: Sivep-gripe. Dados sujeitos a alterações.
Figura 2 • Distribuição dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, confirmados para influenza, por semana epidemiológica do início dos sintomas. Brasil, 2019 até a SE 11.
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REGIÃO/ Unidade Federada
Srag influenza por subtipo*
Casos ÓbitosTotal Casos
Total Óbitos
Em investigaçãoA(H1N1)
pdm09 A(H3N2) A Não Subtipado influenza b A(H1N1)
pdm09 A(H3N2) A Não Subtipado influenza b
NORTE 117 3 2 4 33 0 0 0 154 33 595
RONDÔNIA 2 2 2 0 2 0 0 0 6 2 5
ACRE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 38
AMAZONAS 110 0 0 0 28 0 0 0 138 28 506
RORAIMA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
PARÁ 5 0 0 4 3 0 0 0 9 3 38
AMAPÁ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
TOCANTINS 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 4
NORDESTE 2 1 0 10 0 0 0 0 13 0 762
MARANHÃO 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17
PIAUÍ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 65
CEARÁ 1 1 0 0 0 0 0 0 2 0 50
RIO GRANDE DO NORTE 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 21
PARAÍBA 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 23
PERNAMBUCO 0 0 0 7 0 0 0 0 7 0 554
ALAGOAS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
SERGIPE 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 10
BAHIA 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 21
SUDESTE 9 2 0 10 0 0 0 0 21 0 352
MINAS GERAIS 7 0 0 2 0 0 0 0 9 0 60
ESPÍRITO SANTO 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16
RIO DE JANEIRO 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 25
SÃO PAULO 2 2 0 7 0 0 0 0 11 0 251
SUL 13 1 1 4 5 0 0 1 19 6 86
PARANÁ 7 0 0 4 4 0 0 1 11 5 63
STA CATARINA 4 1 0 0 1 0 0 0 5 1 4
RIO GRANDE DO SUL 2 0 1 0 0 0 0 0 3 0 19
CENTRO OESTE 4 0 1 0 0 0 0 0 5 0 132
MATO GROSSO DO SUL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20
MATO GROSSO 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13
GOIÁS 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 54
DISTRITO FEDERAL 3 0 1 0 0 0 0 0 4 0 45
BRASIL 145 7 4 28 38 0 0 1 212 39 1927
Fonte: Sivep-gripe. Dados sujeitos a alteração. Acesso dia 22/03/2019 10h.
*Casos de SRAG que possuem resultados de influenza por rt-PCR em tempo real no sistema de informação Sivep-gripe; não foram compilados os dados de casos SRAG com diagnóstico pela técnica de Imunofluorescência (ou outra) e com fechamento clínico-epidemiológico; por isso eventualmente os dados podem diferir da Tabela 1.
TabEla 2 • Distribuição dos casos e óbitos por subtipo de influenza. Brasil, regiões e unidades federadas (UF), até a SE 11 de 2019.
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Perfil Epidemiológico dos ÓbitosAté a SE 11 de 2019, foram notificados 290 óbitos por SRAG, o que corresponde a 7,7% (290/3.776) do total de casos. Do total de óbitos notificados, 17,2% (50/290) foram confirmados para vírus influenza. Dos óbitos que foram subtipados, 97,4% (38/39) foram por influenza A(H1N1)pdm09 e 2,6%(1/39) por influenza B (Tabela 2).
Dos indivíduos que evoluíram ao óbito por influenza, a mediana da idade foi de 41 anos, variando de 0 a 86 anos. Dentre os fatores de risco houve destaque para adultos ≥ 60 anos, cardiopatas, crianças < 5anos, diabetes mellitus e pneumopatas. Quanto à administração de tratamento, 80,0% (40/50) dos casos de SRAG que evoluíram ao óbito foi referido o uso do medicamento antiviral Fosfato de Oseltamivir. A mediana de dias entre a data do início dos sintomas e o início do tratamento antiviral foi de quatro dias, variando de 0 a 28 dias (Tabela 3). Recomenda-se iniciar o tratamento preferencialmente nas primeiras 48 horas.
Óbitos por influenza (N=50) n %
Adulto ≥ 60 anos 11 22,0
Doença cardiovascular crônica 9 18,0
Diabetes mellitus 9 18,0
Pneumopatias crônicas 6 12,0
Obesidade 2 4,0
Criança < 5 anos 9 18,0
Imunodeficiência/Imunodepressão 4 8,0
Doença neurológica crônica 0 0,0
Doença renal crônica 0 0,0
Doença Hematológica crônica 2 4,0
Doença hepática crônica 0 0,0
Gestante 0 0,0
Síndrome de Down 1 2,0
Indígena 0 0,0
Puérpera (até 42 dias do parto) 0 0,0
Que utilizaram Antiviral 40 80,0
Fonte: Sivep-gripe. Dados sujeitos a alterações.
TabEla 3 • Distribuição dos óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por influenza, segundo fator de risco e utilização de antiviral. Brasil,2019 até a SE 11.
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RECOMENDAÇÕES ÀS SECRETARIAS DE SAÚDE ESTADUAIS E MUNICIPAIS
� Disseminar aos serviços de saúde públicos e privados o Protocolo de Tratamento de Influenza – 2017, com ênfase no tratamento oportuno dos casos de SRAG e de SG com condições e fatores de risco;
� Divulgar amplamente à população as medidas preventivas contra a transmissão do vírus influenza (etiqueta respiratória e lavagem das mãos) e informações sobre a doença, com a orientação de busca de atendimento médico em caso de sinais e sintomas compatíveis;
� Notificar e tratar todos os casos e óbitos suspeitos que atendam a definição de caso de SRAG no sistema SINAN Influenza Web, independente de coleta ou resultado laboratorial.
ACESSE
� Site de A a Z – Influenza: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/influenza
� Boletins Epidemiológicos de Influenza no site da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS): http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/influenza/situacao-epidemiologica-dados
� Informe Técnico sobre o vírus Influenza A (H7N9): http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/influenza/influenza-a-h7n9
� Informe Regional de Influenza – Organização Panamericana da Saúde/OMS: http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=3352&Itemid=2469&to=22 46&lang=es
� Protocolo de Tratamento de Influenza – 2017: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/19/protocolo-influenza-2017.pdf
� Curso de atualização para manejo clínico de influenza: https://www.unasus.gov.br/cursos/oferta/417095
� Síndrome Gripal/SRAG – Classificação de Risco e Manejo do Paciente: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/junho/09/Cartaz-Classifica----o-de-Risco-e- Manejo-Paciente-SG-e-SRAG--Influenza--08.06.2016_impress%C3%A3o%20mesa.pdf e http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/junho/09/Cartaz-Classifica----o-Risco-e-Manejo- do-Paciente-com-SG-e-SRAG--Influenza--08.06.2016_impress%C3%A3o%20gr%C3%A1fica.pdf
� Guia para Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasil: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_laboratorial_influenza_vigilancia_influenza_brasil.p df
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ANEXO
aNExO 1 • Distribuição dos vírus respiratórios identificados nas unidades sentinelas de Síndrome Gripal por semana epidemiológica do início dos sintomas. (A) Brasil e (B) regiões, 2019 até a SE 11.
Fonte: Sivep-Gripe. Dados atualizados em 21/03/2019, sujeitos a alteração.