Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Monitorização das Comunidades Biológicas Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) agosto de 2016
Implementação do Plano de Monitorização das
Comunidades Biológicas do Plano de Valorização
de Hidrodinâmica da Ria Formosa
Monitorização das Comunidades Biológicas
Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão)
agosto de 2016
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 2
Mod.039.09
ÍNDICE GERAL
1 . I n t r o d u ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . 1 . I d e n t i f i c a ç ã o e o b j e t i v o s d a m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . 2 . Â m b i t o d o R e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . 3 . E n q u a d r a m e n t o L e g a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1 . 4 . A p r e s e n t a ç ã o d a e s t r u t u r a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1 . 5 . A u t o r i a t é c n i c a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 . A n t e c e d e n t e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 . 1 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m o s p r o c e s s o s d e A I A e P ó s - A I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 . 2 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m a m o n i t o r i z a ç ã o d a s c o m u n i d a d e s . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 . D e s c r i ç ã o d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 . 1 . Á r e a d e E s t u d o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 . 2 . P e r í o d o d e A m o s t r a g e m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 . 3 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0
3 . 4 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e P i s c í c o l a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 4
3 . 5 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9
3 . 6 . M o n i t o r i z a ç ã o d a P o p u l a ç ã o d e C a v a l o - m a r i n h o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1
3 . 7 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2
3 . 8 . R e l a ç ã o d o s d a d o s c o m c a r a c t e r í s t i c a s d o p r o j e t o o u d o a m b i e n t e e x ó g e n o a o p r o j e t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4
3 . 9 . C r i t é r i o s d e a v a l i a ç ã o d e d a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4
4 . R e s u l t a d o s e d i s c u s s ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5
4 . 1 . C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5
4 . 2 . C o m u n i d a d e P i s c í c o l a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 5
4 . 3 . C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 9
4 . 4 . P o p u l a ç ã o d e C a v a l o - m a r i n h o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 6
4 . 5 . C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1
4 . 6 . A v a l i a ç ã o d a e f i c á c i a d a s m e d i d a s a d o t a d a s p a r a p r e v e n i r o u r e d u z i r i m p a c t e s 7 0
4 . 7 . C o m p a r a ç ã o c o m o s i m p a c t e s p r e v i s t o s n o E I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0
5 . C o n c l u s õ e s e r e c o m e n d a ç õ e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1
5 . 1 . S í n t e s e d a a v a l i a ç ã o d o s i m p a c t e s m o n i t o r i z a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1
5 . 2 . P r o p o s t a o u a l t e r a ç ã o d e m e d i d a s d e m i t i g a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5
5 . 3 . A n á l i s e d a a d e q u a b i l i d a d e d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o e m c u r s o . . . . . . . . . . . . 7 5
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 3
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6 . R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 7
7 . A n e x o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 0
7 . 1 . A n e x o I – D e s e n h o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 0
7 . 2 . A n e x o I I – C a r a c t e r i z a ç ã o d o s p o n t o s d e a m o s t r a g e m d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . 8 6
7 . 3 . A n e x o I I I – L i s t a d e E s p é c i e s I d e n t i f i c a d a s p a r a a Á r e a d e E s t u d o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 7
7 . 4 . A n e x o I V – R e s u l t a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 4
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Identificação e objetivos da monitorização
O Plano de Ação para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira –
Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) tem como objetivo fazer face às necessidades de alargamento
da praia a Este da barra de Faro-Olhão (praia do Farol) e, por outro lado, proceder à abertura de uma nova
barra do Ancão, fechando a existente e reforçando o cordão dunar da península do Ancão.
As Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (DCAPE) resultantes do processo de
Avaliação de Impacte Ambiental, iniciado em 2013, apresentam um conjunto de Planos de Monitorização para
as Comunidades Biológicas. Este plano prevê a execução de quatro relatórios de monitorização (Relatório
Prévio, Relatório Inicial, Relatório Intermédio e Relatório Final), sendo o presente documento o terceiro
relatório – Relatório Intermédio.
O Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria
Formosa da área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) tem como objetivo geral a avaliação da evolução das
comunidades biológicas durante o período de pré-empreitada, fase de execução da empreitada e pós-
empreitada, para as seguintes comunidades biológicas: comunidades bentónicas, comunidades piscícolas,
comunidades de fanerogâmicas marinhas, populações de cavalo-marinho e comunidade de aves aquáticas. No
caso de serem detetadas alterações, deve ser avaliada a necessidade de sugerir a aplicação de medidas
corretivas, de forma a salvaguardar as comunidades.
1.2. Âmbito do Relatório
O presente relatório apresenta resultados das campanhas de monitorização das comunidades biológicas,
realizadas na 2ª campanha durante a fase de dragagem e na campanha pós-dragagem, durante a execução das
intervenções previstas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão).
1.3. Enquadramento Legal
De acordo com o n.º 5 do artigo 12º do Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de Maio, o EIA relativo ao
empreendimento em causa apresenta um programa de monitorização para os descritores considerados mais
sensíveis. Essa imposição legal foi formalizada na DIA emitida a 13 de Dezembro de 2013.
De acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 29º do Decreto-Lei anteriormente referido, o presente relatório
deverá ser submetido à autoridade de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) nos prazos fixados na Declaração
de Impacte Ambiental (DIA).
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1.4. Apresentação da estrutura do relatório
O presente relatório de monitorização seguiu a estrutura definida na Portaria n.º 395/2015 de 4 de novembro.
O seu conteúdo foi adaptado ao âmbito dos trabalhos efetuados, tal como previsto nesta mesma Portaria,
sendo organizado em sete capítulos:
Capítulo 1: Introdução – descrição dos objetivos, âmbito e enquadramento legal do estudo;
Capítulo 2: Antecedentes – referências a documentos antecedentes (AIA e pós-AIA);
Capítulo 3: Descrição dos programas de monitorização – descrição das metodologias de campo, análise
de dados e critérios de avaliação;
Capítulo 4: Resultados – apresentação e discussão dos resultados obtidos;
Capítulo 5: Conclusões e recomendações – síntese da avaliação de impactes monitorizados e análise
do plano e/ou das medidas de mitigação em curso;
Capítulo 6: Referências bibliográficas;
Capítulo 7: Anexos.
O respetivo esquema de apresentação pode ser consultado no Índice, nas páginas 1 a 3.
1.5. Autoria técnica do relatório
A equipa técnica responsável pelo presente relatório de monitorização e pelo trabalho de campo é apresentada
no Quadro 1.
Quadro 1 – Equipa técnica.
Nome Formação Funções
David Piló
Licenciatura em Biologia Marinha
Mestre em Biologia Marinha – especialização em Ecologia e Conservação Marinha
Trabalho de campo das Comunidades Bentónicas
Diogo Paulo
Licenciado em Biologia Marinha e Pescas
Mestre em Biologia Marinha, Gestão e Conservação
Instrutor de Mergulho Científico (SSI e PADI)
Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalos-
marinhos
André Silva Licenciado em Biologia Marinha
Mergulhador científico (SSI)
Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalos-
marinhos
Frederico Oliveira Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Trabalho de laboratório e elaboração
de relatório das Comunidades piscícolas
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Nome Formação Funções
Pedro Monteiro Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Trabalho de campo e laboratório e
revisão do relatório das Comunidades piscícolas
Luis Bentes Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Trabalho de campo e laboratório e
revisão do relatório das Comunidades piscícolas
Carlos Afonso Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Trabalho de laboratório relativo às
Comunidades piscícolas
Jorge M. S. Gonçalves Doutorado em Biologia Pesqueira e Dinâmica Populacional Coordenação da componente
piscícola
Sérgio Correia Licenciado em Biologia
Mestre em Ciências Biológicas
Trabalho de campo da componente de aves aquáticas
João Paula
Licenciado em Biologia
Pós-graduação em Sistemas de Informação Geográfica – recursos Agro-Florestais e Ambientais
Elaboração de Relatório da componente de aves aquáticas
Dárcio Sousa Licenciado em Biologia
Mestre em Biologia da Conservação
Elaboração de relatório das Comunidades Bentónicas
Ana Paiva Licenciada em Engenharia Biofísica Elaboração de relatório da
componente da comunidade de ervas marinhas e cavalo-marinho.
Sandra Rodrigues Licenciado em Biologia Ambiental – Variante Marinha
Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental Revisão geral de Relatório.
Sónia Roxo Licenciada em Geologia Aplicada e do Ambiente
Mestre em Engenharia Geológica Responsável de Projeto
Helena Coelho Licenciada em Biologia, Mestre em Ciências das Zonas Costeiras
Doutorada em Biologia Direção técnica
Relatório entregue a 10 de agosto de 2016.
Citação recomendada:
Bioinsight. 2016. Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de
Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa – Relatório Final da área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão)
(Fase de Pós-dragagem). Relatório elaborado para Polis Litoral Ria Formosa. Bioinsight, Lda. Odivelas, agosto
de 2016.
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2. ANTECEDENTES
2.1. Antecedentes relacionados com os processos de AIA e Pós-AIA
As ações deste Plano foram objeto de um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), iniciado em 2013
com a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental (EIA). Em Setembro do mesmo ano foi emitida a respetiva
Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Os Projetos de Execução e respetivos Relatórios de Conformidade
Ambiental dos Projetos de Execução (RECAPE) foram enviados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tendo
sido emitidas em Julho de 2014, as Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução
(DCAPE). Uma vez que as intervenções ocorrem em áreas territoriais diferentes e são enquadradas em projetos
de execução específicos, a implementação estrutura-se em três Blocos autónomos, cada um com os seus
respetivos Planos e DCAPE’s. Os elementos do presente relatório dizem respeito ao Bloco B: Plano de Ação
para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira – Intervenção 2 –
Faro/Olhão.
2.2. Antecedentes relacionados com a monitorização das
comunidades
O presente relatório apresenta os dados das duas últimas campanhas, correspondente à segunda campanha
da Fase de Dragagem (Saída 3) e campanha de monitorização da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4). No âmbito
desta monitorização foi efetuada uma saída inicial (Saída 1) em abril de 2015 tendo os seus resultados sido
apresentado no relatório inicial (Bio3, 2015b). Previamente a esta monitorização, foi efetuado uma saída prévia
(saída 0) com vista a efetuar um levantamento que permitisse verificar a existência de pradarias subtidais de
Cymodocea nodosa e Zostera marina e a presença de cavalo-marinho nas áreas de afetação da empreitada e
cujos resultados constam do relatório prévio (Bio3, 2015a). Em resultado deste levantamento efetuado em
abril de 2015, foi apenas verificada a existência de cavalo-marinho em dois locais na área de intervenção 2
(Bloco B – Faro/Olhão). De modo a dar cumprimento às medidas de mitigação previstas na respetiva DECAPE
do projeto, foi proposto e executado um “Plano de Translocação e de Monitorização da população Translocada
de Cavalo-marinho presente na área de intervenção 2 da Ria Formosa (Bloco B - Faro/Olhão)”. Este plano de
translocação contemplou a translocação de indivíduos de cavalo-marinho de duas áreas onde iria ocorrer
dragagens para duas áreas recetoras (Bio3, 2015c). Esta medida de mitigação foi alvo de uma monitorização
que permitiu determinar o seu sucesso tendo em conta o elevado reavistamento dos indivíduos translocados
(Bio3d, 2015). Posteriormente foi realizada uma saída durante o inicio da empreitada (saída 2), correspondente
à primeira campanha da fase de empreitada (fase de dragagem), tendo os seus resultados apresentados no
relatório intermedio (Bioinsight, 2015). Nesta saída importa salientar a observação de duas espécies de cavalo
marinho, 24 indivíduos de Hippocampus guttulatus e 7 indivíduos de Hippocampus hippocampus, e ainda a
presença de indivíduos da espécie Raja undulata, espécie classificada com estatuto de “Em Perigo”.
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3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO
3.1. Área de Estudo
O projeto Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira incide sobre o
sistema lagunar e de ilhas barreira da Ria Formosa, que se estende ao longo de aproximadamente 58 km entre
a praia do Garrão, a oeste, e a praia da Manta Rota, a este, e abrange os concelhos de Faro, Olhão e Tavira.
A área do projeto – área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Figura 1), encontra-se inserida no Parque
Natural da Ria Formosa (PNRF). A sua importância para a conservação da natureza, nomeadamente para a
avifauna selvagem, levou à sua classificação como Zona de Proteção Especial (PTZPE0017), pelo Decreto-Lei n.º
384-B/99, de 23 de setembro. A Ria Formosa insere-se também no Sítio Ria Formosa-Castro Marim
(PTCON0013), pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de agosto. Encontra-se ainda incluída
na lista de Sítios Ramsar (zonas húmidas de importância internacional) desde 1980. A Ria Formosa constitui um
sistema lagunar costeiro com elevado hidrodinâmismo associado e de grande valor ecológico.
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Figura 1 – Áreas classificadas para a conservação na natureza nas quais a área do projeto de encontra
inserido: área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (mapa adaptado de Recurso, 2013).
3.2. Período de Amostragem
O presente relatório refere-se aos resultados obtidos durante a 2ª campanha de amostragem efetuada durante
a Fase de Dragagem e campanha de amostragem realizada durante a Fase de Pós-Dragagem, tal como previsto
na respetiva DCAPE. Assim, no âmbito da Saída 3 e da Saída 4 do plano de monitorização, foram realizadas
amostragens relativas aos grupos das seguintes comunidades biológicas na área de intervenção 2 (Bloco B –
Faro/Olhão) (Quadro 2). No Quadro 2 são também identificadas as datas em que foram realizadas as
amostragens de saídas de fases anteriores do projeto: Pré-Dragagem (Saída 1) e 1ª campanha da Fase de
Dragagem (Saída 2).
Área de intervenção 2
(Bloco B – Faro/Olhão)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 10
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Quadro 2 - Calendarização dos trabalhos referentes à monitorização das comunidades biológicas na área de
intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Legenda: X – indica a comunidade biológica monitorizada).
Área de
intervenção Campanha Ano Data
Co
mu
nid
ade
s
be
ntó
nic
as
Co
mu
nid
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las
Co
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icas
Faro/Olhão
Saída 1 (campanha da Fase de Pré-Dragagem)
2015
11 e 12 de abril X
19 a 23 de abril X X
29 de abril X X
Saída 2 (1ª campanha da
Fase de Dragagem)
2015
20 a 25 de agosto X X X
29 de agosto X
1 a 3 de agosto X
Saída 3 (2ª campanha da
Fase de Dragagem)
2015
27 a 30 de setembro X
25 a 29 de novembro X X X X
30 de novembro a 4 de dezembro
X X
Saída 4 (campanha da Fase de Pós-Dragagem)
2016
5 a 11 de abril X
11 a 17 abril X X
27 e 28 de abril X X X
3.3. Monitorização da Comunidade Bentónica
Parâmetros Avaliados
Para a caracterização da comunidade bentónica foram avaliados os seguintes parâmetros:
Distribuição das espécies;
Abundância das espécies;
Qualidade dos sedimentos, relativamente aos parâmetros granulometria e teor de matéria orgânica;
Grau de perturbação das comunidades bentónicas.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 11
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Locais e Frequência de Amostragem
Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização da Fase de Dragagem
(Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), tendo sido recolhidas amostras, em cada
uma das campanhas, nos 9 locais na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo
com o indicado na respetiva DCAPE:
• No Canal de Olhão (PBFO02);
• No Canal de Faro (PBFO06);
• No Canal de Faro, na proximidade do banco natural de apanha de sementes de ameijoa-boa da Culatra,
e uma das maiores concentrações de viveiros da ria (PBFO01);
• No Esteiro do Ramalhete (PBFO07);
• No Esteiro do Ramalhete, na proximidade de pradarias (PBFO03);
• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PBFO04; PBFO05);
• No Canal de Praia de Faro – barra do Ancão, de forma a possibilitar o acompanhamento da evolução
destas comunidades após o fecho da barra (PBFO08);
• Num ponto de Controle próximo do canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PBFO09).
De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo
com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +
número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
ex. PBFO01--> Ponto Bentónicos Faro-Olhão 01.
Técnicas e métodos de recolha de dados
As amostragens da comunidade bentónica foram executadas em conformidade com o “Protocolo de
Monitorização e Processamento Laboratorial” para o elemento “Macroinvertebrado bentónicos” na categoria
“Águas de Transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A recolha de amostras das comunidades bentónicas subtidais foi realizada com recurso a dragas Van Veen,
com 0,1 m2 de área de amostragem. Os locais no campo foram identificados com o auxílio de um GPS e em
cada local de amostragem foram recolhidas 3 réplicas sendo rejeitadas as que apresentem um volume inferior
a 5 litros, em substrato de areia, e 10 litros em sedimentos lodosos ou, ainda, as que apresentem sinais de
esvaziamento da amostra ocorrido durante a subida da draga (afundamento da superfície ao centro da
amostra, forma de “V”) ou de mau posicionamento (ou funcionamento) da draga durante a recolha (superfície
da amostra desnivelada relativamente ao topo da draga).
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 12
Mod.039.09
Concomitantemente com a amostragem dos macroinvertebrados bentónicos, foi efetuada uma caracterização
físico-química da coluna de água, sendo medida a temperatura da água, salinidade, oxigénio dissolvido e
profundidade. As medições foram efetuadas junto ao fundo e à superfície.
Para efeitos de caracterização do substrato móvel foram recolhidas amostras de sedimento para análise da
granulometria e determinação do teor de matéria orgânica. Foi retirada uma pequena porção de sedimento
(cerca de 50 ml) de cada uma das dragas e posteriormente analisadas em laboratório.
As réplicas foram peneiradas ainda no campo usando um crivo com malha calibrada de 500 μm, com vista à
remoção do excesso de finos. Depois de lavadas, foram acondicionadas individualmente em recipientes
devidamente identificados, com etiquetas (em papel resistente à água) no exterior e no interior.
Em laboratório, o material biológico retido no crivo de malha 1000 μm foi usado, posteriormente, no processo
de classificação da amostra em questões de qualidade.
A fixação das colheitas foi feita com formaldeído neutralizado (4% de concentração). A diluição do formaldeído
foi feita em água com salinidade idêntica à daquela em que foram recolhidos os organismos. A posterior
conservação foi feita em etanol a 70%.
Os organismos são identificados à lupa ou microscópio até à espécie (sempre que possível), por réplica, e
seguindo a nomenclatura internacionais de sítios da internet da especialidade (WoRMS, Marine Species
Identification Portal) e em bibliografia de especialidade (Fauvel, 1923; 1927; Macedo et al., 1999; Ruffo, 1998;
Teeble, 1976). O número de indivíduos de cada espécie identificada foi contabilizado, por réplica, e registado
numa tabela de dados de formato apropriado (e.g. Excel).
Para a determinação da granulometria dos sedimentos das zonas amostradas, pequenas porções foram
submetidas a pequenos volumes de água oxigenada de modo a destruir a matéria orgânica presente na
amostra. Uma vez livres de matéria orgânica, as amostras foram colocadas numa estufa a 90ºC até à obtenção
de um peso seco total constante. Uma vez secas, as amostras de sedimento foram crivadas por via húmida
através de um crivo com malha de 63 µm de modo a obter a fração mais fina do sedimento. O restante material
foi novamente colocado na estufa a 90º até à secagem completa. A fração dos finos (< 63µm) foi obtida através
da diferença entre o Peso Seco Amostra Inicial e o Peso Seco depois da Crivagem, de acordo com a seguinte
formula:
Sedimentos finos (g) = Peso Seco Amostra – Peso Seco Amostra Retida a 63µm
A determinação da distribuição de tamanhos das partículas sedimentares do material > 63µm foi conseguida
através da crivagem mecânica durante 15 minutos num agitador de peneiros com diferentes malhas (2000 µm,
1000 µm, 500 µm, 250 µm, 125 µm e 63 µm).
As diferentes frações de sedimento foram então convertidas em percentagem em relação à amostra total.
Para determinação do conteúdo dos sedimentos em matéria orgânica, porções de sedimento de cada amostra
previamente homogeneizadas foram colocadas numa estufa (90ºC) até à secagem completa das mesmas (Peso
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 13
Mod.039.09
Seco). Depois da secagem, as amostras de sedimento seco foram incineradas (Peso calcinado) numa mufla a
450ºC durante 5 horas. A quantificação do teor de matéria orgânica foi obtido através da seguinte fórmula:
Teor de matéria orgânica (g) = Peso Seco (g) – Peso Calcinado (g)
Os resultados são apresentados em forma de percentagem (Matéria Orgânica/Peso Seco)*100).
Métodos de Tratamento de dados
Relativamente às amostras de macrofauna foram calculados diversos parâmetros, nomeadamente:
a) Distribuição – presença/ausência de cada espécie por local;
b) Abundância - consistiu no número médio de indivíduos de cada espécie presentes para cada local;
c) Índice de diversidade - o índice de diversidade utilizado foi o de Shannon-Wiener (Shannon e Weaver,
1949), o qual é obtido por:
S
ii pixpH
1
)ln('
Onde,
S - número de taxa presentes;
pi - proporção de indivíduos do taxon i relativamente ao número total de indivíduos.
A equitabilidade, proposta por Pielou (1966), é definida pela expressão:
max'
'
H
HJ
Onde,
H’max = ln S
S - o número de taxa presentes.
d) Granulometria – Média da percentagem de classe de sedimentos em cada local;
e) Teor de matéria orgânica – média do teor de matéria orgânica por local.
f) Avaliação do grau de perturbação – AMBI – AZTI’s Marine Biotic Index (Borja et al., 2000), o qual é
obtido por:
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 14
Mod.039.09
BC = [(0)(%GI)+(1,5)(%GII)+(3)(%GIII)+(4,5)(%GIV)+(6)(%GV)]/100 Onde,
BC – Biotic Index (Índice Biótico),
GI – espécies muito sensíveis ao enriquecimento orgânico e presentes em condições não
poluídas;
GII – espécies indiferentes ao enriquecimento, presentes sempre em densidades baixas e sem
variações significativas ao longo do tempo;
GIII – espécies tolerantes ao enriquecimento excessivo de matéria orgânica, podendo ocorrer
em condições normais mas sendo estimuladas pelo enriquecimento orgânico;
GIV – espécies oportunistas de segunda-ordem, maioritariamente poliquetas de pequenas
dimensões;
GV – espécies oportunistas de primeira-ordem, essencialmente detritívoros.
As percentagens de cada grupo, assim como o valor final do índice, foram calculadas no Software AMBI V 5.0,
desenvolvido pela AZTI-Tecnalia. Salienta-se que o índice AMBI apenas foi calculado no relatório final, uma vez
que se pretendia efetuar a comparação do grau de perturbação na comunidade de macrobentos entre as saídas
realizadas durante as diferentes fases do projeto. (Quadro 3)
Quadro 3 – Limites dos valores do AMBI e respetivo grau de perturbação (Muxika et al., 2005).
Coeficiente Biótico (BC) Classificação do grau de perturbação
0 < AMBI ≤ 1,2 Não perturbado
1,2 < AMBI ≤ 3,3 Ligeiramente perturbado
3,3 < AMBI ≤ 5,0 Moderadamente perturbado
5 < AMBI ≤ 6 Fortemente perturbado
6 < AMBI ≤ 6 Extremamente perturbado
3.4. Monitorização da Comunidade Piscícola
Parâmetros Avaliados
Para determinar a composição da comunidade piscícola foram avaliados os seguintes parâmetros:
Composição;
Abundância;
Parâmetros incluídos no Índice Multimétrico EFAI:
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 15
Mod.039.09
Riqueza específica;
Espécies migradoras marinhas;
Espécies residentes;
Espécies piscívoras;
Espécies diádromas;
Espécies introduzidas;
Espécies sensíveis a perturbações.
Adicionalmente, foram avaliados os parâmetros abióticos: temperatura (ºC), salinidade (‰), oxigénio
dissolvido (mg/l), saturação de Oxigénio (%) e profundidade (m).
Locais e Frequência de Amostragem
Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de
Dragarem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 4 locais na área de
intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
• No Canal de Olhão (PPFO01);
• No Canal de Faro (PPFO02);
• No Esteiro do Ramalhete (PPFO03);
• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PPFO04).
De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo
com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +
número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
ex. PPFO01--> Ponto Piscícola Faro-Olhão 01.
O número de replicados efetuados em cada local de amostragem teve em conta a dimensão do mesmo, assim
como o número de massas de água existentes na área. Assim, para os locais PPFO01 e PPFO03 realizaram-se
três replicados, para o local PPFO02 foram efetuados dois replicados, enquanto o local PPFO04 foi
caracterizado com quatro replicados. Deste modo e uma vez que esta área de intervenção inclui três massas
de água distintas (Ria Formosa WB1, Ria Formosa WB2 e Ria Formosa WB3), fica assegurada também a
representatividade das amostras seguindo o protocolo estabelecido para a implementação da Diretiva Quadro
da Água (DQA) (Cabral et al., 2012), com pelo menos três replicados em cada massa de água.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 16
Mod.039.09
Técnicas e métodos de recolha de dados
As amostragens da componente piscícola foram executadas em conformidade com o estabelecido pela Diretiva
Quadro da Água (DQA) e de acordo com o “Protocolo de Monitorização e Processamento Laboratorial” para o
elemento “Peixes” na categoria “Águas de Transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa
do Ambiente (APA). Assim, as amostragens foram realizadas durante o período de maré vazante e durante a
noite. Embora este protocolo tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será
considerado para monitorizar esta comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender
massas de água costeiras.
O método de amostragem utilizado seguiu o protocolo definido por Cabral et al. (2012) e de acordo com o
documento apresentado no sítio APA. As amostras biológicas foram recolhidas com recurso a um arrasto de
vara de 2 metros de largura e 50 cm de altura dos patins, com um arraçal de corrente metálica e uma malha
de 5 milímetros no saco. Os arrastos foram realizados a velocidade constante (velocidade média 2 Km/h), ao
longo de uma extensão de cerca de 300 metros, monitorizados por GPS. Com exceção das espécies de maior
sensibilidade ou com estatuto de proteção (e.g. espécies da família Syngnathidae), que foram medidas in situ
e libertadas em seguida, todos os indivíduos capturados foram colocados em sacos devidamente identificados
e acondicionados em arca térmica com elementos de gelo, para transporte para laboratório. Em laboratório,
as amostras foram conservadas em arca congeladora (-20 Cº) até ao seu processamento.
No processamento das amostras, os indivíduos presentes foram identificados até ao nível taxonómico mais
baixo possível recorrendo a guias de identificação (e.g. Whitehead et al., 1986). Todos os indivíduos foram
medidos (comprimento total ao milímetro inferior), quantificados e pesados em balança analítica de precisão
(0,01g). A informação recolhida foi posteriormente inserida em base de dados digital (e.g. formato Excel).
Durante o período de amostragem, foram recolhidos os parâmetros abióticos (temperatura, salinidade,
oxigénio dissolvido e saturação, e profundidade) no início e final de cada transeto com recurso a sonda
multiparamétrica (YSI - professional plus series). As medições destes parâmetros foram efetuadas à superfície,
uma vez que não existia estratificação vertical.
Métodos de Tratamento de dados
Para determinar a composição da comunidade piscícola foram considerados os seguintes parâmetros:
a) Riqueza específica - número total de espécies presente;
b) Abundância (ind./100 m2) - número médio de indivíduos capturados por espécie, por unidade de área.
A representatividade das características estruturais e funcionais das comunidades piscícolas de zonas de
transição foi avaliada utilizando o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI). Para efeitos de cálculo do índice
foram também avaliadas as métricas e respetivas sub-métricas definidas por Cabral et al. (2012):
a) Riqueza específica (Métrica) - número total de espécies presente;
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 17
Mod.039.09
b) Espécies migradoras marinhas (Métrica) - espécies que utilizam o sistema lagunar como viveiro e que o visitam ciclicamente;
i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica);
c) Espécies residentes (Métrica) - Espécies que completam todo o seu ciclo de vida no interior do sistema lagunar;
i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica)
ii. Número de espécies (Sub-métrica)
d) Espécies piscívoras (Métrica) - Espécies que na sua dieta apresentam uma componente de peixe, que podem não ser estritamente piscívoras;
i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica)
ii. Número de espécies (Sub-métrica)
e) Espécies diádromas (Métrica) - Espécies de migração obrigatória entre cursos de água doce e meio marinho (ou vice-versa), sem a qual não completam o seu ciclo de vida;
f) Espécies introduzidas (Métrica) - Espécies que não fazem parte da fauna autóctone;
g) Espécies sensíveis a perturbações (Métrica) - Espécies indicadoras de degradação e/ou perda de habitat.
De modo a determinar a Qualidade Ecológica foi utilizado o índice Ecological Quality Ratios (EQR). Este índice
foi gerado posteriormente com base nos valores obtidos pelo índice anterior (Cabral et al., 2012).
O tratamento da informação recolhida foi realizado com recurso a estatística descritiva. Adicionalmente e para
o cálculo das métricas e sub-métricas do índice EFAI (Cabral et al., 2012), foi atribuída a cada espécie presente
nas amostras o respetivo grupo ecológico, grupo trófico, origem e sensibilidade a perturbação. A atribuição
das categorias seguiu a nomenclatura desenvolvida por Franco et al. (2008) e foi adaptada em função do
ambiente lagunar marinho da Ria Formosa, utilizando para este efeito o estudo de referência das populações
de peixes existentes neste sistema (Erzini et al., 2002). A classificação atribuída a cada métrica e sub-métrica
presente no índice EFAI seguiu a tabela definida por Cabral et al. (2012) para águas consideradas polihalinas,
ou seja quando as massas de água apresentam salinidade superior a 18 (Quadro 4).
Quadro 4 - Classificação e respetivos critérios de atribuição para as métricas e sub-métricas do Estuarine Fish
Assessment Index (EFAI) para águas polihalinas (Cabral et al., 2012).
Métrica e sub-métrica
Classificação atribuída
1 3 5
Riqueza específica ≤ 5 6–15 >15
Espécies migradoras marinhas
Percentagem de indivíduos ≤ 10% 10–50% >50%
Espécies residentes
Percentagem de indivíduos ≤ 10% ou >90% 10–30% ou 70–90% 30–70%
Número de espécies ≤ 2 3–5 >5
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 18
Mod.039.09
Métrica e sub-métrica
Classificação atribuída
1 3 5
Espécies piscívoras
Percentagem de indivíduos ≤ 10% ou >90% 10–30% ou 70–90% 30–70%
Número de espécies ≤ 2 3–5 >5
Espécies diádromas
Redução do número de
espécies/ Impossibilidade de
completar o ciclo de vida
Redução da abundância Sem redução
Espécies introduzidas Presentes e abundantes Presentes mas raras Ausentes
Espécies Sensíveis a
perturbação
Redução do número de
espécies Redução da abundância Sem redução
O valor final do índice é expresso como o somatório das classificações obtidas nas várias métricas. No entanto,
é necessário ter em conta os casos em que uma métrica apresenta mais do que um componente (sub-métrica),
como por exemplo, as espécies residentes e espécies piscívoras (Cabral et al., 2012). Quando uma métrica é
constituída por duas sub-métricas, o seu resultado final é consequência da combinação das sub-métricas, de
acordo com a seguinte matriz (Quadro 5):
Quadro 5 - Valor de uma métrica resultante da combinação de duas sub-métricas (1 e 2) usadas no cálculo do índice
EFAI.
Sub-métrica 2
1 3 5
Sub
-mé
tric
a 1 1 1
3 3 3
5 3 5 5
O valor EQR correspondente é determinado pelo quociente da divisão do valor EFAI obtido pelo máximo valor
EFAI possível (35). A cada intervalo de valores EFAI e EQR é então atribuída uma Qualidade ecológica (Quadro
6).
Quadro 6 - Limites dos valores EFAI, EQR e respetiva Qualidade ecológica (Cabral et al., 2012).
EFAI EQR Qualidade ecológica
7–10 0,20 Má
11–14 0,31 Medíocre
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 19
Mod.039.09
EFAI EQR Qualidade ecológica
15–20 0,42 Razoável
21–29 0,60 Boa
30–35 0,85 Excelente
3.5. Monitorização da Comunidade de Fanerogâmicas marinhas
Parâmetros Avaliados
Para a caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas foram avaliados os seguintes parâmetros:
• Área total da pradaria;
• Número de espécies e composição específica;
• Densidade e percentagem de cobertura.
Locais e Frequência de Amostragem
Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de
Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 5 locais na área de
intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
• Canal de Faro (PFFO01);
• Esteiro do Ramalhete (PFFO02);
• Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PFFO03);
• Junto à área de depósito de materiais na barra do Ancão (PFFO04);
• Num ponto de Controle, próximo do canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PFFO05).
De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo
com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +
número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
ex. PFFO01--> Ponto Fanerogâmicas Faro-Olhão 01.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 20
Mod.039.09
Técnicas e métodos de recolha de dados
A caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas baseou-se no “Protocolo de Monitorização e
Processamento Laboratorial” para o elemento “Angiospérmicas – Ervas marinhas” na categoria “Águas de
transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Embora este protocolo
tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será considerado para monitorizar esta
comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender massas de água costeiras.
A metodologia descrita envolve técnicas de amostragem através de fotoquadrats de 0,2 x 0,2 m, que consiste
no registo fotográfico na vertical de quadrats colocados sobre as ervas marinhas de modo a estimar valores de
percentagem de cobertura. Este protocolo foi adaptado de forma a evitar amostragens destrutivas, sendo que
para estimativas de densidade, foram contados os meristemas das plantas dentro de cada quadrat. Para a
realização destas amostragens recorreu-se a mergulho com recurso a escafandro autónomo em cada local de
amostragem, identificado com o auxílio de um GPS. Foram definidos 3 transetos dispostos de forma aleatória
na área da pradaria. A orientação de cada transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de
valores em Excel de 0 a 360º de forma automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da
lista e, com auxílio de uma bussola subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com
essa orientação. A cada 10 metros, foi colocado um quadrat, onde foi efetuado um registo fotográfico,
identificação da(s) espécie(s) presentes, determinação de densidade(s) de cada espécie e determinação do
comprimento de 5 folhas com o intuito de determinar o tamanho médio da canópia. A área da pradaria foi
determinada, correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e
marcando o ponto limite com recurso a GPS.
Em cada local de amostragem foram igualmente determinados fatores ambientais como, a temperatura da
água, profundidade e corrente (sem corrente, fraca, média, forte).
Métodos de Tratamento de dados
De forma a responder aos objetivos da monitorização foram considerados os seguintes parâmetros:
a) Área da pradaria - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem;
b) Número de espécies e composição específica – foi considerada para cada local de amostragem;
c) Densidade das espécies - número médio de shoots por espécie por quadrat (0,04 m2) e por local de
amostragem.
d) Percentagem de cobertura – percentagem da área de cada quadrat coberto por ervas marinhas.
A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar a afetação direta e indireta do
projeto nos habitats onde ocorrem comunidades de fanerogâmicas marinhas de elevado valor ecológico.
Os dados serão analisados com base em estatísticas descritivas de modo a permitir a perceção de alterações
dos dados qualitativos e quantitativos.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 21
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3.6. Monitorização da População de Cavalo-marinho
Parâmetros Avaliados
Para a caracterização das populações de cavalo-marinho foram avaliados os seguintes parâmetros:
Área da pradaria;
Presença de espécies, número de indivíduos e densidade.
Locais e Frequência de Amostragem
Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de
Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 7 locais na área de
intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE.
• No Canal de Olhão (PCMFO01);
• No Canal de Faro (PCMFO02; PCMFO03);
• No esteiro do Ramalhete (PCMFO06);
• Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PCMFO04);
• Na barra do Ancão (PCMFO05);
• Num ponto de Controle, junto a uma população de cavalo-marinho mais afastada das áreas de
intervenção no canal de Faro (PCMFO07).
De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo
com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +
número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
ex. PCMFO01--> Ponto Cavalo-Marinho Faro-Olhão 01.
Técnicas e métodos de recolha de dados
A monitorização da população de cavalo-marinho foi baseada no protocolo indicado por Curtis et al. (2004),
recorrendo a mergulho com escafandro autónomo para a realização de transetos e censos visuais
subaquáticos. Os locais de amostragem foram identificados no campo com auxílio de um GPS. Em cada local
foram efetuados 3 transetos de 30 metros colocados aleatoriamente na pradaria. A orientação de cada
transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de valores em Excel de 0 a 360º de forma
automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da lista e, com auxílio de uma bussola
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 22
Mod.039.09
subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com essa orientação. Uma equipa
constituída por dois mergulhadores percorreu cada transeto efetuando censos visual de forma lenta, afastando
cuidadosamente algas ou ervas que possam estar a bloquear a visão, numa área de observação até 2 metros
de cada lado do transeto. O protocolo foi adaptado de forma a evitar ao máximo a perturbação dos indivíduos,
pelo que para cada individuo observado, foi registado a espécie e o tamanho aproximado. De modo a
caracterizar o tipo de habitat presente, a cada 10 metros foi identificado a profundidade e tipo de habitat. No
caso da presença de ervas marinhas, foi determinada as espécies de ervas presentes, a altura da canópia
(medição de 5 folhas aleatoriamente) e a presença de algas. A área da pradaria foi determinada,
correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e marcando o ponto
limite com recurso a GPS.
Uma vez que a visibilidade da água e a quantidade de luz disponível são fatores determinantes na realização
de censos visuais, em cada local de amostragem foi determinada a visibilidade da água (visibilidade boa –
aproximadamente 0,5 metros de visibilidade; média – entre 0,5 e 0,2 metros; baixa – menos de 0,2 metros) e
cobertura do céu por nuvens (totalmente encoberto – 80 a 100%; medio – 30 a 80%; descoberto – 0 a 30%). A
visibilidade da água foi determinada pela distância aproximada em que um mergulhador deixaria de ver
nitidamente outro mergulhador e a cobertura do céu foi determinada por determinação aproximada da
percentagem de cobertura do céu por nuvens.
Métodos de Tratamento de dados
De forma a responder aos objetivos da monitorização, foram considerados os seguintes parâmetros:
a) Área da pradaria (se presente) - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem;
b) Presença da espécie – indicação da presença/ausência das espécies por local de amostragem;
c) Número de indivíduos - consiste no número médio de indivíduos por transeto de amostragem.
A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar o impacte das dragagens nas
populações locais de cavalo-marinho (Hippocampus hippocampus e H. guttulatus). Os métodos de análise
deverão envolver métodos estatísticos, que permitam a análise da variação temporal das comunidades.
3.7. Monitorização da Comunidade de Aves Aquáticas
Parâmetros Avaliados
Para a caracterização da comunidade de aves aquáticas foram avaliados os seguintes parâmetros:
• Presença de espécies e número de indivíduos;
• Riqueza específica e abundância.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 23
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Locais e Frequência de Amostragem
Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de
Dragagem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 5 locais na área de
intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
• No Canal de Olhão (TAFO01);
• No Canal de Faro (TAFO02);
• No Esteiro do Ramalhete (TAFO03);
• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (TAFO04);
• Na Barra do Ancão, na área de depósito de sedimentos (TAFO05).
De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo
com a seguinte regra: Transeto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +
número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:
ex. TAFO01--> Transeto Aves Faro-Olhão 01.
Técnicas e métodos de recolha de dados
Em cada campanha, a metodologia consistiu na deslocação do observador até ao local previamente
estabelecido (com o auxílio de um GPS), permanecendo imóvel e em silêncio durante dois minutos, de modo
a permitir o regresso de aves que se tivessem afastado com a sua chegada ao local. Cada transeto foi percorrido
tendo sido contadas e registadas todas as aves aquáticas até uma distância máxima de 250 metros. Para cada
observação foi registada a espécie e o respetivo número de indivíduos observados. As condições
meteorológicas em que o ponto foi realizado foram igualmente registadas. As contagens foram sempre
realizadas durante a maré baixa, por serem os períodos do dia mais propícios à inventariação deste grupo.
Todos os contatos realizados foram cartografados num mapa descriminando o seu comportamento no
momento da observação.
Métodos de Tratamento de dados
De forma a responder aos objetivos da monitorização, foram considerados os seguintes parâmetros:
a) Abundância relativa - consistiu no número médio de indivíduos por transeto de amostragem;
b) Riqueza específica relativa - consistiu no número médio de espécies por transeto de amostragem;
c) Abundância relativa por espécie - consistiu no número médio de indivíduos por espécie por ponto de
amostragem.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 24
Mod.039.09
A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo fundamental perceber se ao longo do
tempo as intervenções previstas têm algum tipo de influência na comunidade de aves aquáticas local.
Os dados obtidos no trabalho de campo foram inseridos num SIG, o que permitiu uma análise espacial e o
mapeamento das áreas de alimentação e/ou nidificação (quando se observaram indícios) por este grupo de
aves. Foi definido um raio de 50 metros em torno de todas as observações de aves pousadas, de forma a definir
áreas potenciais de alimentação/descanso.
3.8. Relação dos dados com características do projeto ou do ambiente
exógeno ao projeto
O presente programa de monitorização segue um desenho experimental que permite acompanhar a evolução
das comunidades biológicas na área a intervencionar, antes, durante e depois da ocorrência do impacto.
Paralelamente, a recolha de parâmetros externos ao projeto, nomeadamente fatores ambientais e a sua
variação entre locais e épocas de amostragem permite estabelecer uma relação entre eventuais alterações nos
padrões de atividade ao longo do tempo e a ocorrência de outros fatores exógenos ao projeto. Os dados
recolhidos serão incorporados em SIG e estudados estatisticamente, sempre que possível, com vista a aferir a
significância em termos da sua influência sobre a comunidade em estudo. Caso não seja possível uma análise
estatística por falta de robustez, será efetuado, contudo, uma análise qualitativa dos parâmetros com vista a
identificar possíveis alterações na comunidade.
Nesta temática, mais se acrescenta que se procurará ainda avaliar a relação entre outros fatores exógenos e
os resultados obtidos das comunidades em estudo. Neste sentido, importa referir que no dia 28 de novembro
de 2015 foi efetuada a abertura da nova barra na Praia de Faro, sendo nos capítulos seguintes realizada análise
sobre os potenciais impactes causados nas comunidades em estudo da mesma. Serão efetuadas análises
estatísticas sempre que existir robustez de dados, ou, em último caso, uma análise qualitativa de forma a
evidenciar potenciais relações com fatores externos.
3.9. Critérios de avaliação de dados
O efeito das ações causadores de impacte confirmam-se sempre que, em termos estatísticos (significância, p
<0,05), as variáveis explicam relações significativas na comunidade biológica em estudo. Nos casos em que a
estrutura dos dados não permita a realização de análises estatísticas robustas, serão avaliadas as tendências
de forma a detetar diferenças.
Uma vez que o presente relatório corresponde ao relatório final do projeto, englobando as fases de Pré-
Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem, sempre que necessário, serão apresentadas análises que permitam
determinar alterações relativamente à situação inicial de referência.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 25
Mod.039.09
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Comunidade Bentónica
Distribuição e abundância de espécies
Os resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos pontos de
amostragem da área de intervenção 2, na saída 3, revelam que o local com maior abundância é o ponto PBFO02
na zona de intervenção com 1921 indivíduos (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados, e Figura 2). O ponto de
controlo também apresenta uma elevada abundância de organismos com 537 indivíduos das diferentes
espécies (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados, e Figura 2). A espécie com maior abundância nos pontos
amostrados é o artrópode Apseudopsis latreillii nos pontos da área de intervenção e o artrópode Siphonoecetes
dellavallei no ponto do controlo (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados). Já no que toca à riqueza específica, é
o ponto PBFO06 que apresenta um valor mais alto com 91 espécies presentes (Figura 2). Relativamente à saída
4, os resultados obtidos, de uma forma geral, demonstram uma maior abundância de organismos na área
intervencionada, destacando-se o ponto PBFO01 com 1119 indivíduos (Figura 3). O ponto realizado na área
controlo também apresenta uma abundância relativamente elevado, com 578 indivíduos (Figura 3). Nesta
saída foi novamente o artrópode Apseudopsis latreillii com a maior contribuição para um valor elevado de
abundância na área de intervenção, enquanto que na área controlo foi o gastrópode Bittium reticulatum a
espécie com maior abundância (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados). Em relação à riqueza específica, os
pontos da área de intervenção, de uma forma geral, apresentam um maior número de espécies, destacando-
se o ponto PBFO05 com 60 espécies (Figura 3).
Figura 2 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem, na saída
3.
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20
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Número de indivíduos Número de espécies
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 26
Mod.039.09
Figura 3 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem,
na saída 3.
Do conjunto de resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos
pontos de amostragem da área de intervenção 2 (Faro/Olhão), em cada uma das fases do projeto (Pré-
Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem), é possível observar que os valores de abundância e riqueza específica
foram mais elevados durante a fase de Dragagem, tanto na área de estudo como na área controlo (Figura 4).
No que diz respeito à comparação da fase de Pré-Dragagem e Pós-Dragagem, na área de estudo, registaram-
se um total de indivíduos e espécies semelhante, tendo-se verificado a existência de um maior número de
indivíduos, mas menor número de espécies na fase de Pós-Dragagem. Contudo, foi possível observar uma
tendência na variação dos resultados obtidos similar entre a área de estudo e a área controlo, ao longo do
decorrer do projeto, pelo que este resultado parece indicar que nesta área de intervenção (Bloco B –
Faro/Olhão), as dragagens aparentam não provocar alterações na abundância e riqueza das comunidades de
organismos bentónicos, podendo as alterações observadas serem causadas por fatores externos ao projeto.
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Número de indivíduos Número de espécies
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Mod.039.09
Figura 4 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada área de amostragem, nas 3
Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).
Diversidade e Equitabilidade
Relativamente ao índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 5 – saída 3 e Figura 6 – saída 4) e o índice
de Equitabilidade de Pielou (Figura 7 – saída 3 e Figura 8 – saída 4) verificou-se que, de uma forma geral, os
valores médios mais elevados foram obtidos na área controlo nos dados recolhidos na saída 3, contrariamente
ao observado na saída 4, em que se registou valores médios ligeiramente mais elevados na área de estudo. De
uma forma geral, os valores de diversidade obtidos podem ser considerados razoavelmente altos,
principalmente na área controlo na saída 3, tendo em conta que uma “elevada diversidade” é normalmente
associada a valores de 5 (Krebs, 1999). O cálculo do índice de diversidade tem em consideração o número de
espécies e a sua abundância, o que, tendo em conta os resultados obtidos levou à obtenção destes valores
elevados na área controlo, onde se observou um elevado número de espécies e elevada abundância.
Relativamente à equitabilidade, a tendência mantém-se com os valores a serem mais elevados para a área
controlo na saída 3 e mais elevados na área de estudo na saída 4. No caso da saída 3 observa-se que os valores
de riqueza específica, não se refletem na diversidade, já que para a área de estudo um maior número de
espécies não se refletiu numa maior diversidade, devido ao fato de existirem algumas espécies com valores de
abundância elevados. Já para a área controlo as abundâncias apresentam-se mais homogeneamente
distribuídas pelas espécies presentes nesses locais, o que se reflete num valor de diversidade e equitabilidade
mais elevados. Relativamente à saída 4, os resultados demonstram a existência de uma maior homogeneidade
da população de macrobentos na área de estudo, uma vez que a presença de um maior número de espécie
está refletida nos valores de diversidade obtidos.
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Área deestudo
Área controlo Área deestudo
Área controlo Área deestudo
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Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem
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cia
Número de indivíduos Número de espécies
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Mod.039.09
Figura 5 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados por tipologia de área de
afetação, na saída 3, (2ª campanha da Fase de Dragagem).
Figura 6 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados por tipologia de área de
afetação, na saída 4 (Fase de Pós-Dragagem).
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Ind
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Área de estudo Área controlo
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Div
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H')
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 29
Mod.039.09
Figura 7 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por tipologia de área de afetação, na
saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem).
Figura 8 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por tipologia de área de afetação, na
saída 4 (Fase de Pós-Dragagem).
Para os valores obtidos nos cálculos do índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 9) e índice de
Equitabilidade de Pielou (Figura 10), em cada uma das fases do projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-
Dragagem), verificou-se, na generalidade, uma diminuição da fase de Pré-Dragagem para as seguintes fases,
na área controlo, e resultados semelhantes com os valores de equitabilidade e diversidade mais elevados na
fase de Dragagem, na área de estudo. Contudo, apesar da variação observada em ambas as áreas, salienta-se
que os mesmos são razoavelmente elevados (Krebs, 1999). Valores de diversidade e equitabilidade mais
elevados, significam que as comunidades estarão distribuídas de forma mais homogénea, pelo que os
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Área de estudo Área controlo
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(J)
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0,4
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Área de estudo Área controlo
Equ
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Mod.039.09
resultados obtidos na área de estudo, ao longo das diferentes fases do projeto, poderão significar que nesta
área as comunidades de invertebrados bentónicos são relativamente homogéneas.
Figura 9 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados em cada área de amostragem,
nas 3 Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).
Figura 10 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados em cada área de amostragem, nas 3
Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).
Granulometria e matéria orgânica
No que toca à granulometria (Quadro 7) observou-se que, de uma forma geral, ambas as áreas, nas duas saídas
realizadas (saída 3 e saída 4), apresentam valores médios de percentagem muito semelhantes, com a
0,0
1,0
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4,0
Área deestudo
Área controlo Área deestudo
Área controlo Área deestudo
Área controlo
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Ind
íce
de
Div
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Área deestudo
Área controlo Área deestudo
Área controlo Área deestudo
Área controlo
Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem
Equ
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ade
(J)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 31
Mod.039.09
dominância de areia grossa, areia média e areia fina, com a exceção da área controlo na saída 4 onde se verifica
que os sedimentos dominantes são a areia fina e areia muito fina (Quadro 7). Observando os valores de
percentagem de matéria orgânica (Quadro 7), infere-se que a zona de intervenção apresenta valores
relativamente mais elevados na saída 3, ao passo que na saída 4 é a área controlo que apresenta valores mais
elevados.
Quadro 7 – Qualidade dos sedimentos relativamente a valores médios dos parâmetros granulometria e teor de
matéria orgânica por tipologia de área de afetação. A negrito estão indicadas as duas categorias de sedimento
dominante por área.
Campanha Área Matéria
orgânica (%)
Granulometria (%)
Cascalho Areia muito
grossa
Areia
grossa
Areia
média
Areia
fina
Areia
muito fina
Siltes e
argila
> 2mm 2mm-1mm 1mm-0.5mm 500um-
250um
250um-
125um 125um-63um <63um
Saída 3 (2ª
Campanha
Fase de
Dragagem)
Intervenção 0,81 3,03 8,54 25,15 23,18 31,12 7,64 1,34
Controlo 0,52 2,11 5,72 21,11 16,22 38,49 6,52 9,83
Saída 4
(Campanha
Pós-
dragagem)
Intervenção 0,82 3,21 6,04 25,63 24,51 30,40 4,25 5,96
Controlo 2,06 1,61 1,03 1,12 1,20 55,96 25,01 14,07
Avaliação do grau de perturbação
No que diz respeito à avaliação do grau de perturbação (Quadro 8; Figura 11), com base na aplicação do índice
AMBI, observa-se que tanto os pontos realizados na área de intervenção (PBT01 e PBT02), como o ponto da
área controlo (PBT03), apresentam um baixo grau de perturbação em todas as fases do projeto (Fase de Pré-
Dragagem, Durante a Dragagem, Fase de Pós-Dragagem). Todas as estações de amostragem obtiveram uma
pontuação do índice AMBI correspondente à classe de Ligeiramente perturbado na fase Pré-Dragagem, tendo-
se verificado em várias estações a diminuição do grau de perturbação nos dados obtidos na saída 3 nos pontos
PBFO02, PBFO04, PBFO05, PBFO06, PBFO07 e PBFO08, todos da área de estudo. Contudo, na saída 4 (fase de
Pós-Dragagem) todas as estações, da área de estudo, apresentaram novamente evidências da existência de
perturbações sobre a comunidade de invertebrados bentónicos, verificando-se um grau de perturbação na
classe de Ligeiramente perturbado, sendo que na área controlo obteve uma avaliação final de Não perturbado.
No entanto, apesar de se terem observado estas variações do grau de perturbação em todos os pontos, com
exceção do ponto PBFO01, que se localiza na área de intervenção, salienta-se que de uma forma geral a área
de intervenção de Faro/Olhão (Bloco B) evidenciou níveis de perturbação nas comunidades de invertebrados
bentónicos relativamente baixos, não aparentando que esta situação se deva às intervenções realizadas nesta
área.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 32
Mod.039.09
Quadro 8 – Valores obtidos para o cálculo do AMBI e respetivas percentagens (%) de espécies em cada grupo, de
acordo com o seu grau de sensibilidade.
Estação Saída % GI % GII % GIII % GIV % GV AMBI Classificação do grau de
perturbação
PBFO01
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
32,8 31,8 27,9 7,3 0,2 1,596 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
42,7 24,2 26,7 5,8 0,6 1,422 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
27,8 44 24,9 2,9 0,4 1,445 Ligeiramente perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
25,2 27,9 21,9 0 25 2,514 Ligeiramente perturbado
PBFO02
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
5,9 39,2 44,4 9,8 0,7 2,764 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
28,2 23,5 33,4 13 1,4 2,041 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
63,1 3,5 31,8 1,3 0,2 1,104 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
37,2 36,6 24,4 0,6 1,2 1,415 Ligeiramente perturbado
PBFO03
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
22,5 40 37,5 0 0 1,377 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
34,6 47,7 16,9 0 0,8 0,97 Não perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
28 62 10 0 0 1,257 Ligeiramente perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
31,4 30,8 37,3 0,6 0 1,662 Ligeiramente perturbado
PBFO04
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
39 20,9 37,5 1,9 0,7 1,548 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
39,2 37,5 11,9 10,8 0,6 1,441 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
75,9 8 10,4 4,6 1,2 0,669 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
56,8 8,6 11,5 22,9 0,2 1,456 Ligeiramente perturbado
PBFO05
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
46,4 23,3 26,4 3,7 0,2 1,407 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
30 37,5 8,6 1,1 22,8 2,202 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
88,4 6,5 4,8 0,2 0 0,573 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
53 11,7 15,5 3,1 16,6 1,862 Ligeiramente perturbado
PBFO06
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
22,7 51,4 18,9 1,1 5,9 1,8 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
41,9 20,8 23,5 4,2 9,6 1,892 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
68,5 6,3 23,5 1,5 0,3 0,886 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
43,3 27 27,9 1,3 0,4 1,345 Ligeiramente perturbado
PBFO07
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
14,3 14,8 37,4 30,4 3 2,864 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
21,2 11,7 25,4 39,1 2,5 2,846 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
75,5 13,5 10,9 0 0 0,525 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
38,7 28,2 33,1 0 0 1,422 Ligeiramente perturbado
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 33
Mod.039.09
Estação Saída % GI % GII % GIII % GIV % GV AMBI Classificação do grau de
perturbação
PBFO08
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
34,5 10,3 51,7 0 3,4 2,292 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
37,3 30,5 30,5 0 1,7 1,507 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
46,8 51,1 2,1 0 0 0,844 Não perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
66,3 16,3 14 2,3 1,2 1,441 Ligeiramente perturbado
PBFO09
Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)
19,5 44,6 26,7 9,2 0 1,944 Ligeiramente perturbado
Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)
6 25,1 63,9 0,6 4,4 2,611 Ligeiramente perturbado
Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)
42,8 36,8 16,7 1,3 2,3 1,267 Ligeiramente perturbado
Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)
68,7 4,3 24,8 1,9 0,4 0,945 Não perturbado
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 34
Mod.039.09
Figura 11 – Evolução do grau de perturbação da fase de Pré-Dragagem para a fase de Pós-Dragagem.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 35
Mod.039.09
4.2. Comunidade Piscícola
Na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massas de água Ria Formosa WB1, Ria Formosa WB2 e Ria
Formosa WB3), os arrastos efetuados cobriram uma distância média (± desvio padrão) de 324,53 (± 36,72) e
361,23 (±77,23) metros, respetivamente na Saída 3 e na Saída 4. Essas distâncias corresponderam a uma área
média amostrada por arrasto de 736,43 (±78,94) m2 e 776,64 (±167,55) m2. No total dos arrastos foram
capturados 508 indivíduos na Saída 3 e 811 indivíduos na Saída 4. Os indivíduos capturados corresponderam a
um peso total de 5.119,52 g e 10.419,54 g, respetivamente. Os 508 indivíduos presentes nas amostras da Saída
3 representaram 36 espécies distribuídas por 13 famílias distintas, enquanto os 811 indivíduos que ocorreram
nas amostras da Saída 4 representaram 44 espécies e 14 famílias (Quadro 9).
Composição da Comunidade
Nesta área de intervenção, os cabozes da família Gobiidae foram claramente os mais representados nas
amostras recolhidas com cerca de 43% do total de organismos capturados considerando todos os locais
analisados, tanto na saída 3 como na saída 4 (Quadro 9). Entre as restantes famílias distinguem-se os peixes-
rei (Atherinidae; 17,7%) e os linguados (Soleidae; 12,6%) na saída 3 e os esparídeos ou sargos (Sparidae; 17,5%)
e os charrocos (Batrachoididae; 10,8%) na saída 4. Na globalidade estas 5 famílias de espécies piscícolas
representaram em ambas as saídas, mais de 83% da abundância em número de indivíduos.
Relativamente à composição das comunidades, por espécies, verificou-se o padrão global descrito para as
famílias piscícolas. De facto, na área de intervenção 2, o Caboz-negro (Gobius niger) foi distintamente a espécie
mais comum representando cerca de 22,6% dos indivíduos capturados na Saída 3 (4,05 ± 5,76 ind/100 m2) e
37,1% na Saída 4 (9,40 ± 12,20 ind/100 m2).
No entanto, devido às distintas características dos locais amostrados, as espécies demonstraram diferentes
contribuições de local para local para a estrutura da respetiva comunidade (Quadro 9). No local PPFO01, o
Caboz-negro (Gobius niger) foi nitidamente a espécie mais abundante tanto na saída 3 (4,16 ± 3,44 ind/100 m2)
como na saída 4 (2,87 ± 1,54 ind/100 m2). A essa espécie seguiu-se a Carta-pontuada (Arnoglossus thori) (0,97
± 0,83 ind/100 m2) e o caboz (Gobius gasteveni) (0,83 ± 0,73 ind/100 m2) na Saída 3 e pela Azevia (Microchirus
azevia) (0,75 ± 0,58 ind/100 m2) e pelo rascasso (Scorpaena porcus) (1,30 ± 0,65 ind/100 m2) na saída 4 (Quadro
9).
No local PPFO02, os valores mais elevados de abundância foram obtidos pelo caboz (G. gasteveni) (1,41 ± 1,58
ind/100 m2) na Saída 3 e pelo Caboz-negro (G. niger) na saída 4 (1,07 ± 1,12 ind/100 m2). Em ambas as saídas
as duas espécies anteriores foram seguidas pelo rascasso (S. porcus) e pela cascarra (M. hispidus) (Quadro 9).
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 36
Mod.039.09
Quadro 9 – Valores de densidade (ind/100 m2) média (± desvio padrão) para cada uma das espécies capturadas nos locais de amostragem.
Família Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)
Local de amostragem Local de amostragem
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Anguillidae Anguilla anguilla 0,26 (±0,44)
Atherinidae Atherina presbyter 0,11 (±0,18) 0,37 (±0,33) 3,62 (±3,6) 0,04 (±0,06) 0,84 (±1,02)
Batrachoididae Halobatrachus didactylus 0,14 (±0,13) 0,07 (±0,11) 0,89 (±1,28) 0,11 (±0,19) 2,38 (±2,42)
Bothidae Arnoglossus laterna 0,08 (±0,07) 0,08 (±0,13)
Arnoglossus thori 0,97 (±0,83) 0,37 (±0,1) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,08) 0,08 (±0,11) 0,03 (±0,06)
Gobiesocidae Diplecogaster bimaculata 0,11 (±0,19)
Opeatogenys gracilis 0,1 (±0,18)
Gobiidae
Deltentosteus quadrimaculatus 0,45 (±0,19) 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)
Gobius cruentatus 0,04 (±0,08)
Gobius gasteveni 0,91 (±0,73) 1,41 (±1,58) 0,22 (±0,38) 0,35 (±0,1)
Gobius niger 4,16 (±3,44) 0,37 (±0,53) 0,99 (±1,22) 2,87 (±1,54) 1,07 (±1,12) 6,71 (±9,8)
Gobius paganellus 0,05 (±0,09) 0,05 (±0,09)
Gobius xanthocephalus 0,03 (±0,06)
Pomatoschistus microps 0,3 (±0) 0,67 (±0,3) 0,87 (±1,29) 0,17 (±0,05) 0,15 (±0,22) 0,23 (±0,23) 1,13 (±0,9)
Pomatoschistus minutos 0,45 (±0,63)
Pomatoschistus pictus 0,25 (±0,44)
Labridae Symphodus bailloni 0,04 (±0,07) 0,11 (±0,19)
Symphodus cinereus 0,04 (±0,08) 0,2 (±0,25) 0,31 (±0,63)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 37
Mod.039.09
Família Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)
Local de amostragem Local de amostragem
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Mullidae Mullus surmuletus 0,05 (±0,09)
Rajidae Raja undulata 0,04 (±0,07) 0,08 (±0,11) 0,04 (±0,06) 0,05 (±0,09)
Scorpaenidae Scorpaena notata 0,15 (±0)
Scorpaena porcus 0,41 (±0,36) 1,12 (±1,16) 0,1 (±0,08) 0,58 (±0,65) 0,38 (±0,34) 0,09 (±0,18)
Serranidae Serranus cabrilla 0,07 (±0,11) 0,11 (±0,19)
Serranus hepatus 0,21 (±0,37) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,16 (±0,28) 0,15 (±0,01)
Soleidae
Buglossidium luteum 0,76 (±0,66) (±) 0,04 (±0,08) 0,54 (±0,94) 0,03 (±0,06)
Microchirus azevia 0,53 (±0,36) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,27) 0,15 (±0,01) 0,36 (±0,42)
Monochirus boscanion 0,05 (±0,09)
Monochirus hispidus 0,18 (±0,07) 0,89 (±1,26) 0,13 (±0,23) 0,75 (±1,3) 0,15 (±0,22) 0,09 (±0,18)
Pegusa lascaris 0,21 (±0,19) 0,11 (±0,11)
Solea senegalensis 0,05 (±0,09) 0,04 (±0,08)
Synaptura lusitanica 0,45 (±0,63) 0,04 (±0,07) 0,04 (±0,06)
Sparidae
Boops boops 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)
Diplodus annularis 0,04 (±0,07) 0,72 (±0,79) 0,54 (±1,09)
Diplodus bellottii 0,07 (±0,11) 0,05 (±0,09) 0,55 (±0,67)
Diplodus puntazzo 0,03 (±0,06)
Diplodus sargus 0,07 (±0,1) 0,15 (±0,17) 0,89 (±1,55)
Diplodus sp. 1,69 (±3,37)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 38
Mod.039.09
Família Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)
Local de amostragem Local de amostragem
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Diplodus vulgaris 0,19 (±0,17) 0,05 (±0,09) 0,09 (±0,17)
Sparidae sp. 0,04 (±0,07)
Sparus aurata 0,04 (±0,06)
Spondyliosoma cantharus 0,04 (±0,07) 0,1 (±0,18)
Syngnathidae
Hippocampus guttulatus 0,47 (±0,71) 0,38 (±0,65)
Hippocampus hippocampus 0,08 (±0,14) 0,37 (±0,52) 0,13 (±0,15)
Nerophis lumbriciformis 0,03 (±0,06)
Nerophis ophidion 0,11 (±0,23)
Syngnathus abaster 0,05 (±0,09) 0,57 (±1,14)
Syngnathus acus 0,15 (±0,16) 0,03 (±0,06)
Syngnathus typhle 0,04 (±0,08) 0,49 (±0,97)
Triglidae
Chelidonichthys lucerna 0,03 (±0,06)
Eutrigla gurnardus 0,04 (±0,08)
Trigloporus lastoviza 0,11 (±0,19)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 39
Mod.039.09
O local PPFO03 evidenciou a menor riqueza específica com apenas 6 espécies capturadas. Neste local, o
Caboz-de-areia (G. gasteveni) foi a espécie mais abundante, com 0,67 ± 0,30 ind/100 m2 na Saída 3 e 0,23
± 0,23 ind/100 m2 na Saída 4, respetivamente. Na Saída 3 seguiu-se o Peixe-rei (A. presbyter) (0,37 ± 0,33
ind/100 m2) e o Linguado-da-areia (Pegusa lascaris) (0,21 ± 0,19 ind/100 m2) (Tabela IV). Por outro lado,
o local PPFO04 revelou ter a maior riqueza específica e das 34 espécies presentes, 23 foram observadas
na Saída 3 e 26 na Saída 4, respetivamente. De entre essas espécies o Peixe-rei (A. presbyter: 3,62 ± 3,60
ind/100 m2) e o Caboz-negro (G. niger: 0,99 ± 1,22 ind/100 m2) foram as espécies mais relevante em
termos de abundância na Saída 3. O Caboz-negro (G. niger: 6,71 ± 9,80 ind/100 m2) e o Charroco (H.
didactylus: 2,38 ± 2,42 ind/100 m2) foram as espécies mais importantes na Saída 4 (Quadro 9).
Globalmente houve um aumento da densidade de indivíduos no bloco B, entre a Saída 3 e 4, devido ao
incremento de indivíduos no local PPFO04, decorrentes do aumento da captura de algumas espécies,
nomeadamente de marinhas (Syngnathus typhle, Syngnathus abaster), Sargo-do-senegal (Diplodus
bellottii), a Azevia (M. azevia) e do Bodião-cinzento (Symphodus cinereus). Nos restantes locais (PPFO01,
PPFO02, PPFO03) houve um decréscimo acentuado no número de indivíduos capturados entre a Saída 3
e a Saída 4 (Quadro 9).
Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR)
Os valores base para a determinação das métricas e sub-métricas e valores usados no cálculo do índice
EFAI encontram-se na parte superior e inferior da Tabela V, respetivamente. De acordo com a referida
tabela, a riqueza específica variou entre locais e período de amostragem, entre as 6 (PPFO04, Saída 3) e
26 espécies (PPFO04, Saída 4), enquanto as espécies Migradoras Marinhas representaram entre 1,23%
(PPFO02, Saída 3) e 38,89% (PPFO03, Saída 4) das espécies. Por seu lado, as espécies residentes variaram
entre 38,89% (2) (PPFO03, Saída 4) e 82,97% (12) (PPFO04, Saída 3), enquanto as espécies piscívoras
representaram entre 6,06% (2) (PPFO03, Saída 3) e 75,72% (14) (PPFO04, Saída 4).
Os valores de EFAI calculados para os locais analisados nesta área de intervenção variaram entre um
mínimo de 25 (EQR: 0,71) nos locais PPFO02 e PPFO03 na Saída 3 e um máximo de 33 (EQR: 0,94) no local
PPFO04 na Saída 4 (Quadro 10). Os valores dos índices obtidos para estes 4 locais corresponderam a uma
classificação de qualidade ecológica de "Boa" para ambos os locais e Saídas, com a exceção do local
PPFO04 na Saída 4, que apresentou valor que se enquadra numa classificação de “Excelente” (Quadro 10).
A área de intervenção 2 que se encontra localizado entre as massas de água "Ria Formosa
WB1/WB2/WB3/" obteve globalmente um valor elevado dos índices EFAI (25; 33) e EQR (0,71; 0,94),
respetivamente na Saída 3 e Saída 4 do projeto de avaliação de impacte das dragagens na fauna piscícola.
Estes valores enquadram-se nas características a partir das quais Cabral et al. (2012) designa uma massa
de água com “Boa” e “Excelente” Qualidade Ecológica, respetivamente (Quadro 11).
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 40
Mod.039.09
Quadro 10 – Resultados, classificação das métricas e valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) dos locais de
amostragem.
Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI)
Resultado Classificação Valor EFAI EQR
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
Saída 3 (2ª Campanha
da Fase de Dragagem)
Riqueza específica 18 14 6 23 5 3 3 5 5 3 3 5
Espécies migradoras marinhas 1 1 1 3
Percentagem de indivíduos 2,83 1,23 6,06 9,89 1 1 1 2
Espécies residentes 5 5 3 5
Percentagem de indivíduos 65,57 46,91 75,76 82,97 5 5 3 3
Número de espécies 8 7 2 12 5 5 1 5
Espécies piscívoras 5 5 3 5
Percentagem de indivíduos 60,85 38,27 6,06 35,16 5 5 5 5
Número de espécies 7 7 2 9 5 5 1 5
Espécies diádromas 5 5 5 1 5 5 5 1
Espécies introduzidas 5 5 5 5 5 5 5 5
Espécies Sensíveis a
perturbação 3 0 0 4 3 1 5 3 3 1 5 3
EFAI TOTAL 29 25 25 27 0,83 0,71 0,71 0,77
Qualidade Ecológica Boa Boa Boa Boa
Saída 4 (Campanha da
Fase de Pós-
Dragagem)
Riqueza específica 25 11 8 26 5 3 3 5 5 3 3 5
Espécies migradoras marinhas 1 1 3 3
Percentagem de indivíduos 2,16 6,25 38,89 21,54 1 1 3 3
Espécies residentes 5 5 3 5
Percentagem de indivíduos 65,47 68,75 38,89 73,79 5 5 5 3
Número de espécies 10 4 2 13 5 3 1 5
Espécies piscívoras 5 5 5 5
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 41
Mod.039.09
Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI)
Resultado Classificação Valor EFAI EQR
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
PPFO
01
PPFO
02
PPFO
03
PPFO
04
Percentagem de indivíduos 53,96 75,00 33,33 75,72 5 3 5 3
Número de espécies 9 6 3 14 5 5 3 5
Espécies diádromas 1 5 5 5 5 5 5 5 5
Espécies introduzidas 5 5 5 5 5 5 5 5
Espécies Sensíveis a
perturbação 2 1 1 8 1 5 5 5 1 5 5 5
EFAI TOTAL 27 29 29 33 0,77 0,83 0,83 0,94
Qualidade Ecológica Boa Boa Boa Excelente
Quadro 11 – Resultados, classificação das métricas e valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) das massas de água.
Campanha Métricas e sub-métricas
(EFAI)
Resultado Classificação Valor EFAI EQR
Bloco B WB1 WB2 WB3 Bloco
B WB1 WB2 WB3
Bloco
B WB1 WB2 WB3
Bloco
B WB1 WB2 WB3
Saída 3 (2ª
Campanha da
Fase de
Dragagem)
Riqueza específica 36 23 18 20 5 5 5 5 5 3 5 5
Espécies migradoras
marinhas 1 1 1 1
Percentagem de
indivíduos 5,65 5,76 1,96 6,33 1 1 1 1
Espécies residentes 5 5 3 5
Percentagem de
indivíduos 69,49 83,13 55,26 67,09 5 3 5 5
Número de espécies 17 12 8 9 5 5 5 5
Espécies piscívoras 5 5 3 5
Percentagem de
indivíduos 44,49 37,50 28,95 56,84 5 5 3 5
Número de espécies 13 7 9 8 5 5 5 5
Espécies diádromas 0 0 0 0 1 5 5 1 1 5 5 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 42
Mod.039.09
Campanha Métricas e sub-métricas
(EFAI)
Resultado Classificação Valor EFAI EQR
Bloco B WB1 WB2 WB3 Bloco
B WB1 WB2 WB3
Bloco
B WB1 WB2 WB3
Bloco
B WB1 WB2 WB3
Espécies introduzidas 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 5
Espécies Sensíveis a
perturbação 7 4 0 3 3 3 1 1 3 3 1 1
EFAI TOTAL 25 29 27 23 0,71 0,83 0,77 0,66
Qualidade ecológica Boa Boa Boa Boa
Saída 4
(Campanha da
Fase de Pós-
Dragagem)
Riqueza específica 44 26 16 25 5 5 5 5 5 5 3 5
Espécies migradoras
marinhas 3 3 3 1
Percentagem de
indivíduos 18,00 21,58 18,00 2,71 1 1 1 1
Espécies residentes 5 5 5 5
Percentagem de
indivíduos 71,39 73,75 58,00 65,71 5 3 5 5
Número de espécies 16 13 5 10 5 5 5 5
Espécies piscívoras 5 5 5 5
Percentagem de
indivíduos 71,02 75,85 60,00 53,57 5 5 3 5
Número de espécies 19 14 7 9 5 5 5 5
Espécies diádromas 1 1 0 0 1 5 5 1 5 5 5 5
Espécies introduzidas 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 5
Espécies Sensíveis a
perturbação 9 8 1 2 3 3 1 1 5 5 5 1
EFAI TOTAL 33 33 33 27 0,94 0,94 0,94 0,77
Qualidade ecológica Excelente
Excelente
Excelente
Boa
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 43
Mod.039.09
Parâmetros Ambientais
No que diz respeito aos parâmetros ambientais a área de intervenção 2 apresentou valores típicos de uma
zona de forte influência marinha e elevada renovação de água. Os valores de salinidade mantiveram-se,
relativamente estáveis e dentro dos limites típicos de zonas marinhas temperadas entre 35,9 ‰ e
36,5 ‰. Os valores de temperatura também não sofreram grandes variações entre as duas saídas (0,5ºC),
com valores mínimos de 11,1ºC e máximos de 13,2 ºC, ambos verificados na saída 3. Contudo, a
temperatura observada no local PPFO01 na saída 3 foi até 2ºC superior à maior parte dos restantes locais,
para ambas as saídas. A percentagem de saturação de Oxigénio apresentou valores sempre superiores a
85,8% (média: 94,0%), chegando a atingir 101,3% no segundo replicado recolhido no local PPFO04 da
Saída 3 (Quadro 12).
A concentração de Oxigénio dissolvido apresentou valores relativamente estáveis, entre 6,6 (PPFO02) e
8,3 mg/l (PPFO04) na Saída 3, e entre 7,1 e 8,5 mg/l na Saída 4. Nesta área, a profundidade atingiu valores
máximos no primeiro e segundo lance dos arrastos efetuados no local PPFO02 (8,8 m) da Saída 4,
enquanto no local PPFO04 e na Saída 4 foi registada a zona de menor profundidade (1,4 m) (Quadro 12).
Quadro 12 – Valores médios dos parâmetros ambientais registados em cada evento de amostragem realizado.
Campanha Local de
amostragem Replicado Temperatura (°C) Salinidade (‰) O2 (mg/l) O2 (%)
Profundidade
(m)
Saída 3 (2ª
Campanha da
Fase
Dragagem)
PPFO01 1 13,2 35,9 7,3 99,7 5,3
PPFO01 2 13,0 36,2 7,4 98,7 5,7
PPFO01 3 13,1 36,1 7,4 98,5 6,2
PPFO02 1 12,4 36,3 6,6 85,8 7,5
PPFO02 2 12,3 36,2 6,7 86,8 8,4
PPFO03 1 11,1 36,2 7,5 89,6 4,1
PPFO03 2 11,2 36,2 7,3 90,5 3,8
PPFO03 3 11,1 36,2 7,3 90,6 3,0
PPFO04 1 11,5 36,2 7,6 95,0 4,4
PPFO04 2 12,3 36,1 7,9 101,3 2,9
PPFO04 3 12,7 36,0 8,3 100,5 3,8
PPFO04 4 11,6 36,2 7,6 96,0 2,9
Saída 4 (Fase
de Pós-
Dragagem)
PPFO01 1 11,2 36,2 7,6 94,3 6,4
PPFO01 2 11,5 36,2 7,5 93,9 4,3
PPFO01 3 11,4 36,5 7,5 94,5 6,8
PPFO02 1 11,8 36,3 7,4 94,0 8,8
PPFO02 2 11,7 36,3 7,2 90,9 8,8
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 44
Mod.039.09
Campanha Local de
amostragem Replicado Temperatura (°C) Salinidade (‰) O2 (mg/l) O2 (%)
Profundidade
(m)
PPFO03 1 11,7 36,2 7,1 89,7 3,0
PPFO03 2 11,7 36,2 7,1 90,8 2,0
PPFO03 3 11,7 36,2 7,1 90,4 1,9
PPFO04 1 11,8 36,1 7,3 93,5 3,3
PPFO04 2 11,7 36,2 7,4 93,6 4,2
PPFO04 3 11,9 36,0 8,5 100,8 1,4
PPFO04 4 11,6 36,2 7,6 96,0 2,9
As comunidades piscícolas dos locais da área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) foram caracterizadas
por espécies típicas de um sistema lagunar com grande influência marinha e com reduzidos cursos de
água doce. Devido ao facto deste Bloco ser composto por quatro distintos locais (PPFO01, PPFO02,
PPFO03, PPFO04), localizados em três distintas massas de água (WB1, WB2, WB3), proporciona a
existência de uma grande diversidade de habitats (e.g. areia fina, vasa, cascalho e pradaria de ervas
marinhas) e consequentemente a presença de elevada riqueza de espécies. De facto, globalmente foram
amostradas e identificadas variadíssimas espécies piscícolas (51 espécies) com preferências por diversos
habitats. Entre as espécies identificadas nas duas saídas aqui consideradas (Saída 3 e 4), somente o Peixe-
rei (Atherina presbyter) não apresenta uma relação próxima com o fundo. Efetivamente, esta pequena
espécie pelágica é habitualmente abundante na coluna de água, enquanto as restantes espécies
identificadas, estão dependentes do fundo, designadamente de substrato móvel (espécies demersais e
bentónicas) (e.g. peixes chatos: Buglossidium luteum, Synaptura lusitanica, Monochirus hispidus, e os
cabozes: G. niger e P. microps) ou da presença de habitat de pradarias de erva marinha (Bodião-cinzento
Symphodus cinereus e a Marinha Syngnathus acus).
As espécies residentes (e.g. Caboz negro Gobius niger, Charroco Halobatrachus didactylus, Caboz-da-areia
Pomatoschistus microps, Peixe-rei Atherina presbyter) foram notoriamente as mais abundantes nas
amostras recolhidas. De facto, as espécies residentes representaram globalmente cerca de 40% da riqueza
específica e em média compreenderam mais de 60% da abundância de indivíduos capturados na Saída 3
e na Saída 4. Segundo Erzini et al. (2002) as referidas espécies encontram-se, efetivamente, entre as dez
mais abundantes nas zonas centrais dos canais principais e secundários.
A influência marinha nas três massas de água foi igualmente evidente nas duas saídas, tanto pelo facto
da grande maioria das espécies residentes serem frequentemente encontradas nas zonas costeiras, como
pela elevada ocorrência e abundância de espécies consideradas Migradoras Marinhas (e.g. Sargo Diplodus
sargus, Mucharra D. bellottii) ou Marinhas Ocasionais (e.g. Cascarra Monochirus hispidus, Azevia
Microchirus azevia, Caboz Gobius gasteveni). A ocorrência de marés bidiárias proporciona evidentemente
a renovação da massa de água facilitando a entrada destas últimas espécies.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 45
Mod.039.09
Entre as espécies residentes, deve sublinhar-se a presença de duas espécies de Cavalos-marinhos (família
Syngnathidae: Hippocampus hippocampus, H. guttulatus), designadamente nos locais PPFO01 e PPFO04
de ambas as saídas, não só pela relativa abundância, mas sobretudo pelo seu Estatuto de Conservação, e
por isso, incluída na métrica "espécies sensíveis a perturbação". Estas espécies são frequentemente
encontradas em habitats que apresentam grande complexidade e que por isso tendem a albergar não só
maior biodiversidade como também maiores abundâncias, e como tal, apresentam comunidades
piscícolas normalmente mais ricas. A presença de Singnatídeos é de facto, uma clara indicação do bem-
estar daquele ecossistema, não obstante a ocorrência do processo de Dragagem.
No contexto das espécies com estatuto de conservação, deve destacar-se ainda, em ambos os referidos
locais (PPFO01 e PPFO4), a ocorrência também de Raia-curva (Raja undulata). Esta espécie, também
presente no local PPFO02 da Saída 4, encontra-se classificada como "Endangered - Em Perigo" pela
International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2016), e como tal, foi também incluída na métrica
"espécies sensíveis a perturbação" para o cálculo do índice EFAI do presente trabalho. A presença de Raia-
curva na saída 3 (PPFO01) e saída 4 (PPFO03, PFO04), entre os quais de um indivíduo juvenil (PPFO04), tal
como havia sucedido em saídas anteriores, reveste-se ainda de interesse acrescido. Esta espécie possui
um elevado valor comercial e encontra-se sob medida de gestão específica por despacho da DGRM
(Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos). Devido à sobrepesca, a pesca de
Raia-curva encontra-se sujeita a medidas de gestão e critérios de licenciamento específicos (Despacho nº
17/2016/DG). A existência destas raias após as dragagens será um sinal positivo, pois poderá estar
relacionado com uma reutilização rápida destes locais a partir de áreas adjacentes.
A presença ainda de juvenis de esparídeos (Familia Sparidae: Mucharra Diplodus annularis, Sargo-alcorraz
D. annularis; Sargo D. sargus) na Saída 3, mas sobretudo na Saída 4, foi igualmente evidente. Estas
espécies Migradoras Marinhas são frequentes na Ria Formosa, e são vulgarmente encontradas em maior
número a partir da primavera, quando durante a fase juvenil procuram abrigo no interior do sistema
lagunar. Durante os meses mais quentes e mais produtivos, utilizam o sistema lagunar como viveiro,
crescendo rapidamente para posteriormente saírem da Ria Formosa para as zonas costeiras, antes de
terminar o seu primeiro ano de vida (Erzini et al., 2002).
As espécies que compuseram as comunidades piscícolas variaram naturalmente em função do local
analisado, a massa de água e do período de amostragem. Globalmente, identificaram-se mais espécies na
Saída 4 (44) do que na Saída 3 (36), enquanto os locais PPFO01 e PPFO04 foram os mais ricos em termos
de número de espécies e indivíduos. Por outro lado, no local PPFO03 ocorreram menos de 6,5% dos
indivíduos capturados em ambas as saídas e apenas 10 espécies no total. No decurso das amostragens
verificou-se que os locais de maior riqueza e abundância apresentam também maior heterogeneidade no
que respeita à composição do fundo, com fortes coberturas de matéria vegetal e tunicados (PPFO04) ou,
no caso do local PPFO01, colónias de tunicados e ouriços sobre um fundo de forte componente biogénica
(conchas). As diferenças observadas refletiram-se no valor das métricas e na classificação da qualidade
ecológica atribuída a cada local através do índice EFAI.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 46
Mod.039.09
Os índices finais EFAI e EQR determinaram uma "Boa" qualidade ecológica para a totalidade dos locais de
intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão), com exceção para o local PPFO04 que obteve a classificação de
“excelente” na Saída 4. De facto notou-se uma melhoria significativa no valor dos índices, entre a Saída 3
e a Saída 4, facto que estará relacionado com o aumento da abundância de Espécies Migradoras Marinhas,
o aumento da riqueza e abundância de Espécies Sensíveis e sobretudo com a presença de uma espécie
Diádroma (Enguia Anguilla anguilla) na Saída 4. A ausência de áreas de controlo não permite averiguar se
esta melhoria se deveu ao efeito das dragagens.
No que diz respeito à totalidade do Bloco B e às massas de água incluídas nesta área de intervenção,
verificou-se a melhoria da classificação, de "Boa" para "Excelente", entre a Saída 3 e a Saída 4, com a
exceção a ocorrer na massa de água WB3 que manteve a "Boa" Qualidade Ecológica. O aumento da
Qualidade Ecológica ocorrida na globalidade do Bloco B deveu-se essencialmente ao aumento da
abundância generalizada de espécies migradoras marinhas relativamente às restantes espécies, a
presença de uma única Enguia indivíduo da espécie Diádroma (Enguia Anguilla anguilla) no local PPFO04
(Saída 4) e ao aumento da abundância de “Espécies sensíveis a perturbações”, designadamente dos
Cavalos-Marinhos. De facto, de acordo com Cabral et al. (2012) se houver aumento na abundância e no
número de espécies sensíveis, a métrica recebe obrigatoriamente o valor 5.
Apesar dos índices usados (EFAI e EQR) serem considerados apropriados para avaliar a qualidade geral e
ecológica de uma massa de água de transição, deverão ser levados em consideração outros aspetos
quando se trata de avaliar o impacte ou de efetuar uma monitorização resultante de uma atividade
humana como as dragagens, a saber:
- Avaliar da existência de habitats e espécies ameaçados e/ou vulneráveis, nomeadamente aqueles
que já detêm um estatuto de conservação;
- Avaliar aspetos biológicos básicos como sejam as densidades e biomassas, frequências de
ocorrência e épocas e áreas de reprodução;
- Incluir áreas de controlo para aferir da veracidade de eventuais impactos.
Noutros sistemas a existência de viveiros de peixes, isto é, de locais de desenvolvimento de juvenis seria
de extrema importância, porque constituem habitats essenciais para peixes, mas no caso em concreto, a
Ria Formosa, é uma lagoa costeira que no seu todo constitui um viveiro para inúmeras espécies piscícolas
e por outro lado, a técnica de amostragem utilizada privilegia a captura de juvenis, pelo que este
parâmetro foi apenas contemplado em caso de espécies ameaçadas.
Evolução global da qualidade ecológica
Ao longo do acompanhamento da evolução da Qualidade Ecológica, verificou-se efetivamente que a
grande maioria das espécies identificadas no Bloco B (massa de água "Ria formosa WB1, WB3 e WB3")
foram sempre, espécies características deste sistema lagunar. De facto, ao longo das quatro saídas de
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 47
Mod.039.09
amostragem realizadas durante as três distintas fases do processo de Dragagem (Pré-Dragagem,
Dragagem e Pós-Dragagem), as espécies residentes representaram sempre mais de 36% da totalidade das
espécies e representaram cerca 60% da abundância de indivíduos, com destaque para os cabozes (P.
microps, G. niger), o Charroco (H. didactylus) e o Peixe-rei (A. presbyter).
Apesar do impacte expectável da ação das dragagens, a fase 2, correspondente ao período em que a draga
se encontrava a laborar, ocorreu no período de maior densidade de indivíduos. Esse aumento foi sentido
em todas as massas de água, mas sobretudo na massa de água WB1. Efetivamente, nesta massa de água
WB1 houve um aumento entre a Fase 1 e a Fase 2, dos 11,00 ind/100 m2 (Oliveira et al., 2015) para 34,88
ind/100 m2. Nas restantes massas de água (WB2 e WB3) o aumento foi menos significativo, mas ainda
assim equivalente ao aumento obtido para a globalidade do Bloco B, designadamente entre 6,32 ind/100
m2 para 13,34 ind/100 m2 (Figura 12). O aumento da densidade coincidiu com o aumento global do
número de espécies entre o período pré-Dragagem e o período pós-Dragagem, particularmente na massa
de água WB1.
Figura 12 - Evolução dos valores obtidos relativos ao número médio de espécies (S) e a densidade de indivíduos
(ind/100m2) nos locais de amostragem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) obtidos durante as
diferentes saídas do projeto (massa de água "Ria formosa WB5"). * Os valores correspondentes à Fase de
Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação média das Saídas 2 e 3.
Tendo em conta que as condições ambientais nomeadamente ao nível da temperatura, e mesmo da
salinidade, saturação de oxigénio e profundidade não se alteraram expressivamente entre as diferentes
fases de Dragagem, seria espectável que as densidades se mantivessem estáveis. No entanto, o aumento
da abundância e o aumento de espécies verificados é inteiramente compreensível se tivermos em conta
a sazonalidade e as datas em que se realizaram as dragagens e as respetivas amostragens de
acompanhamento dos impactes. Efetivamente, as amostragens da Saída 2 (durante a Dragagem)
ocorreram no final do verão, um dos períodos do ano em que tipicamente os valores de diversidade e
abundância das comunidades piscícolas são mais elevados na Ria Formosa (Erzini et al., 2002). Para esse
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Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem
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Densidade Riqueza específica
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 48
Mod.039.09
facto, contribuíram particularmente o aumento de algumas poucas espécies, nomeadamente de quatro
espécies residentes (A. presbyter, H. didactylus, G. niger e P. microps), uma espécie Migradora Marinha
(D. annularis) e uma Migradora Ocasional (G. gasteveni) (Figura 13). Esta situação poderia ter sido
confirmada se tivessem sido consideradas áreas de controlo.
Figura 13 - Evolução dos valores de densidade de indivíduos por espécie em função em função da fase de
Dragagem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massa de água "Ria formosa WB1, WB3 e WB3").
*Os valores correspondentes à Fase de Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação
conjunta das Saídas 2 e 3.
O aumento do número de espécies e da abundância generalizada não impediu que se verificasse uma
ligeira diminuição da Qualidade Ecológica, tendo baixado de “Excelente” para “Boa” entre a fase 1 e a fase
2, para novamente voltar a Qualidade de “Excelente” no período pós-Dragagem (Figura 14). A diminuição
da qualidade ecológica encontrar-se-á relacionada com a diminuição do equilíbrio relativo entre os
diferentes grupos ecológicos que compõem a comunidade. Efetivamente ao ter em conta a percentagem
de alguns grupos de espécies (e.g. espécies residentes) na constituição de duas métricas, este índice
favorece como anteriormente referido, mais o equilíbrio entre grupos ecológicos do que a abundância
global e dominância de uma espécie. O equilíbrio é, pois, um fator extremamente importante para este
índice, podendo a pontuação final não refletir as variações da abundância de espécies piscícolas.
Em termos globais, tanto os índices de avaliação das comunidades de peixes (EFAI) e de qualidade
ecológica (EQR), como as densidades, diversidade e mesmo a presença de espécies com estatuto de
conservação, voltaram a valores próximos ou mesmo superiores aos valores de referência, com a
relevância de ponto inicial e final terem sido feitos na mesma época do ano (abril).
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Fase 1 - Pré-dragagem Fase 2 - Dragagem Fase 3 - Pós-dragagem
Qualidade Ecológica Excelente Qualidade Ecológica Boa Qualidade Ecológica Excelente
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Outras Syngnathus acus
Spondyliosoma cantharus Gobius paganellus
Arnoglossus thori Diplodus sargus
Diplodus sp. Serranus hepatus
Syngnathus abaster Hippocampus guttulatus
Gobius gasteveni Diplodus annularis
Atherina presbyter Halobatrachus didactylus
Gobius niger
Pré-Dragagem
Qualidade
“Excelente”
Dragagem*
Qualidade “Boa”
Pós-Dragagem
Qualidade “Excelente”
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 49
Mod.039.09
Figura 14 - Evolução dos valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios
(EQR) dos locais de amostragem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massa de água "Ria formosa
WB1, WB3 e WB3") obtidos durante as diferentes fases do projeto. * Os valores correspondentes à Fase de
Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação média das Saídas 2 e 3.
4.3. Comunidade de Fanerogâmicas marinhas
A monitorização de fanerogâmicas marinhas realizada nas duas últimas saídas (saída 3 e saída 4)
confirmou os dados determinados na saída anterior (saída 2), ou seja, foram identificadas duas das três
pradarias identificadas no decorrer da saída inicial (saída 1). Estas pradarias localizam-se nos pontos
PFFO01 e PFFO03 (Figura 15).
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Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem
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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 50
Mod.039.09
Figura 15 – Localização das áreas de dragagem e área atual das pradarias
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 51
Mod.039.09
Figura 16 – Variação da área das pradarias de ervas marinhas antes e pós impacto (comparação da Fase
Pré-Dragagem e Fase Pós-Dragagem).
Durante as duas últimas saídas (saída 3 e saída 4) a pradaria de Z. noltii identificada no ponto PFFO01
aumentou consideravelmente a sua área, estimando-se que tenha passado de 3.600 m2, determinada
durante as saídas 1 e 2 (correspondentes, respetivamente, à Fase Pré-Dragagem e saída 1 da Fase
Dragagem), para cerca de 12.054 m2 na saída 3 (saída 2 da Fase Dragagem) e para 14.855 m2 na saída 4
(Fase Pós-Dragagem). No entanto, esta estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se
encontrar fragmentada. Relativamente ao ponto PFFO03, cuja pradaria é formada maioritariamente por
C. nodosa e se localiza entre o Esteiro do Ramalhete e o canal da Barrinha, na saída 4 não se observou
aumento da área da pradaria face à saída 3, mantendo-se em cerca de 5.250 m2 (Figura 17 e Figura 18).
A pradaria de C. nodosa, localizada ponto PFFO02, já tinha sido dada como extinta no relatório anterior,
pois na saída 1 (Fase Pré-Dragagem) já tinha sido verificado que a mesma se encontrava em elevado grau
de degradação. O desaparecimento desta pradaria já tinha sido registado antes do inicio das atividades
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 52
Mod.039.09
de dragagem, muito provavelmente devido a causas provocadas pela própria dinâmica sedimentar da ria
Formosa. Importa uma vez mais referir a elevada erosão do sedimento que se verifica ao longo da margem
esquerda deste esteiro, que já tinha sido reportada durante a saída 1 (Bio3, 2015a). Ao longo deste esteiro
são ainda evidentes os sinais de degradação das pradarias de C. nodosa existentes, nomeadamente: parte
das raízes e rizomas das ervas que se encontravam sem substrato e estavam suspensos na coluna de água,
apenas presos ao substrato pela outra ponta do rizoma até que provavelmente desapareceram por
completo.
Figura 17 – Área da pradaria de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.
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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 53
Mod.039.09
Figura 18 – Área das pradarias de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto
(pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem)
Na saída 3 registou-se também um aumento de densidade média da pradaria de Z. noltii face às saídas
anteriores (saída 1 e saída 2) para valores médios dos 195 shoots/quadrat (ponto PFFO01; Figura 17 ).
Este valor diminuiu ligeiramente na saída seguinte (saída 4), atingindo valores médios de 156
shoots/quadrat. Esta diminuição pouco expressiva de valor de densidade média parece estar mais
relacionada com o fato de Z. noltii ser uma espécie de folha caduca e perder a folhas durante o
outono/inverno do que propriamente com as atividades de dragagem decorridas nas saídas anteriores
(saída 2 e saída 3).
Na saída 4 (Fase Pós-Dragagem) a pradaria de C. nodosa, identificada no ponto PFFO03, diminuiu
ligeiramente face ao determinado na saída 3 (saída 2 da Fase Pré-Dragagem), de 12,4 shoots/quadrat e
11,5 shoots/quadrat. No geral verificou-se que a densidade média da pradaria de C. nodosa diminuiu
ligeiramente ao longo dos anos de monitorização, atingindo na saída 4 (Fase Pós-dragagem) um défice de
8,4% face ao registado na saída 1 (Fase Pré-Dragagem) (Figura 20). Esta diferença não é muito expressiva,
pois trata-se de uma espécia de folha caduca, sendo o valor da densidade média muito variável na altura
do ano em que foram realizadas as campanhas de monitorização destas duas fases (abril).
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2) Pré-Dragagem (abr-2015)
Dragagem (set/nov-2015)
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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 54
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Figura 19 – Densidade média de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.
Figura 20 – Densidade média de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-
dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem)
Na pradaria de Z. noltii a altura média da canópia tem vindo a aumentar anualmente, atingindo o valor
máximo na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), cerca de 3,7 cm em média (Figura 21 e Figura 22). Ao longo do
período de monitorização, a altura média da canópia de Z. noltii foi sempre aumentando, sugerindo uma
vez mais que esta pradaria não foi afetada pelas atividades de dragagem.
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Pré-Dragagem (abr-2015)
Dragagem (set/nov-2015)
Pós-Dragagem (abr-2016)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 55
Mod.039.09
Já na pradaria de C. nodosa (ponto PFFO03) observou-se a situação inversa, pois a altura da canópia
diminuiu cerca de 20,5 cm da saída 3 para a saída 4. No geral das campanhas de monitorização o tamanho
da canópia de C. nodosa foi sempre aumentando desde a saída 1 (Fase Pré-dragagem) até à saída 3 (saída
2 da Fase Dragagem), sofrendo uma ligeira quebra na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), atingindo valores
semelhantes aos determinados durante a saída 1 (cerca 27cm). Os indivíduos de C. nodosa por serem
espécies de folha caduca, foram-se desenvolvendo desde o verão até ao inicio ao outono, perdendo as
suas folhas durante inverno, justificando o baixo valor do tamanho médio da canópia observado em abril,
altura em que foram realizadas as saídas 1 e 4 (Figura 21 e Figura 22).
Importa ainda salientar que a cobertura do sedimento foi variável, sendo que na saída 3 apresentava um
valor de 55% e na saída 4 45%. O decréscimo observado na cobertura do sedimento parece estar
relacionado com as pressões antropogénicas existentes sobre a pradaria, onde são evidentes sulcos no
sedimento provocados por motores de embarcações e pegadas humanas, e está muito provavelmente
dissociada de impactes provocados pelas atividades de dragagem.
Figura 21 – Altura média da canópia de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.
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Mod.039.09
Figura 22 – Altura média da canópia de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem
De uma forma geral, é possível concluir que as comunidades de ervas marinhas não sofreram efeitos
diretos das dragagens, uma vez que não se verificou perda nem de densidade, nem de área de pradaria
em nenhum dos pontos, sendo que as alterações observadas serão certamente devido a alterações
naturais da dinâmica da espécie quando localizada numa área com elevado hidrodinamismo e sujeita a
muitas outras pressões. As pressões antropogénicas observadas nas pradarias (provocadas por motores
de embarcações e pegadas humanas) parecem ser as ações responsáveis pela degradação das
comunidades de ervas marinhas e não as ações provocadas pelas atividades de dragagem.
4.4. População de Cavalo-marinho
Ao longo das duas últimas campanhas de monitorização (saída 3 e saída 4) da população de cavalo-
marinho apenas se observaram indivíduos na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), tendo-se registado 15
indivíduos de Hippocampus guttulatus de 15,13 cm de tamanho médio no ponto PCMFO01 (Figura 24).
No âmbito da campanha de amostragem de cavalos-marinhos não foram observados indivíduos, nestes
pontos, em nenhuma das saídas de monitorização. No entanto, importa referir, que durante a
monitorização das comunidades piscícolas foram observados cerca de 20 indivíduos de Hippocampus
hippocampus e de Hippocampus guttulatus na saída 3 apenas no PPFO01 e na saída 4 no ponto PPFO01 e
no PPFO04. Importa referir que a área de amostragem PPFO01 das comunidades piscícolas é próximo do
ponto de amostragem dos cavalos-marinhos PCMFO01, e a área de amostragem PPFO04 das
comunidades piscícolas é próximo do ponto de amostragem dos cavalos-marinhos PCMFO04.
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Pré-Dragagem (abr-2015)Dragagem (set/nov-2015)
Pós-Dragagem (abr-2016)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 57
Mod.039.09
Figura 23 - Registo de indivíduos de cavalo-marinho nas campanhas de monitorização das comunidades piscícolas
Quando comparados os resultados das 3 fases (Figura 25) observa-se um decréscimo de indivíduos de
cavalo-marinho durante a Fase Dragagem (saída 2 e saída 3). No entanto, tal como já referido, houve um
aumento considerável de indivíduos durante a saída 4 (Fase Pós-Dragagem), tendo-se observado 15
indivíduos de Hippocampus guttulatus, mais 4 que na saída 1 (Fase Pré-Dragagem). Importa referir ainda
que, embora na saída 2 apenas se tenha contabilizado 1 individuo, foi ainda observado outro indivíduo de
H. guttulatus fora dos transetos.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 58
Mod.039.09
Figura 24 – Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho na saída 3 e saída 4.
Figura 25 – Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho ao longo das 3 fases de monitorização do
projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem).
Durante a Fase Dragagem (saída 2 e saída 3) verificou-se uma afetação transitória da população de cavalo-
marinho, possivelmente motivada pelos trabalhos de dragagem. No entanto, na Fase Pós-Dragagem
(saída 4) a população aumentou consideravelmente, ultrapassando em 3 indivíduos os observados
durante a saída 1 (Fase Pré-Dragagem).
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Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem
dados C. Piscícolas
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Importa ainda referir que a população de cavalo-marinho, no início das dragagens foi alvo de um plano
de translocação, de modo a minimizar os potenciais impactes previstos pelas dragagens nesta população.
Assim, foram identificadas dois locais com presença de cavalos-marinhos (Canal de Olhão e Esteiro do
Ramalhete), onde foram capturados indivíduos e translocados para locais com caraterísticas adequadas e
suficientemente afastados das dragagens. Este plano de translocação foi bem-sucedida, tendo-se
verificado a presença dos mesmos nos locais onde foram libertados, nos meses seguintes à translocação.
Apesar destas medidas de prevenção, constatou-se nas saídas durante a fase de dragagem e pós-
dragagem a presença de cavalos-marinhos nos locais onde os mesmos foram capturados e alvo de
translocação, o que é um fator positivo, uma vez que apesar das ações de dragagens terem ocorrido, a
população de cavalos-marinhos continua a ter condições adequadas para a sua existência em ambos os
locais.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 60
Mod.039.09
Figura 26 – Localização dos pontos de amostragem de cavalos-marinhos, das comunidades piscícolas e locais de captura e libertação de cavalos-
marinhos alvo do Plano de translocação.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 61
Mod.039.09
Face aos resultados desta monitorização é possível concluir que a comunidade de cavalo-marinho
amostrada não manifesta evidências de ter sofrido impacte direto gerado pelas dragagens, uma vez que
se verificou o aumento da abundância total dos indivíduos.
Figura 27 – Variação das populações de cavalo-marinho antes e pós impacto (comparação da Fase Pré-Dragagem
e Fase Pós-Dragagem).
4.5. Comunidade de Aves Aquáticas
Espécies Presentes e Abundância
No Anexo III apresentam-se todas as espécies identificadas para a área de estudo e envolvente. Das
espécies identificadas na área de estudo ao longo da monitorização destacam-se as que se encontram
classificadas com estatuto desfavorável de conservação (VU – Vulnerável; EN – Em Perigo, CR –
Criticamente em Perigo): Actitis hypoleucus (VU/VU), Anas clypeata (EN/LC), Anas strepera (VU/NT),
Burhinus oedicnemus (VU), Calidris canutus (VU), Calidris ferrugínea (VU), Larus audouinii (VU), Numenius
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 62
Mod.039.09
Phaeopus (VU), Phoenicopterus roseus (VU), Platalea leucordia (VU/NT), Sterna albifrons (VU) e Tringa
nebularia (VU).
Durante a segunda campanha realizada aquando da execução das dragagens (novembro 2015) foram
identificadas 23 espécies, sendo a mais abundante Calidris alpina (Quadro 13). Na campanha realizada
após términos da empreitada (abril 2016) foram identificadas 27 espécies, sendo a mais abundante
Phoenicopterus roseus (Quadro 13).
Tendo em conta que as amostragens foram realizadas em diferentes alturas do ano, as comunidades
sofrem alterações no número de espécies e abundâncias pelo que não é possível fazer comparações entre
todas para efeitos de análise de impactes. Neste sentido, para efeitos de comparação, serão analisadas
as fases de pré-Dragagem e de pós-Dragagem, uma vez que se realizaram em épocas fenológicas similares.
Assim, no Quadro 25 (Anexo IV) é possível verificar que após o termino da empreitada as abundâncias da
grande maioria das espécies se mantiveram relativamente semelhantes às registadas durante a fase de
pré-Dragagem. No entanto, é possível observar uma diminuição considerável na abundância de Sterna
albifrons após as dragagens. Refere-se, contudo, que esta é uma espécie invernante na área de estudo, e
que na altura em que se realizaram as amostragens (abril) o número de indivíduos presente na área de
estudo está dependente do número de indivíduos que já migraram. Como tal, é muito provável que esta
variação seja fruto da migração, sendo pouco provável que tenha sido causada pelas intervenções
inerentes ao projeto. Destaca-se também a ausência de observações de Sterna albifrons durante o pós-
Dragagem, que pode dever-se à altura em que foi realizada a amostragem, uma vez que esta é uma
espécie migradora reprodutora. De facto, esta espécie também não foi observada em Tavira (Bloco A),
nem em Armona (Bloco C) durante as campanhas realizadas em abril de 2016, pelo que se pode concluir
que na altura das amostragens a espécie ainda não estaria presente na área de estudo.
Quadro 13 – Espécies de aves aquáticas detetadas na área de intervenção e abundância média relativa de cada
uma na área.
Espécie Nome Comum
Abundância relativa
Dragagem Pós-Dragagem
set/nov 15 abr-16
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0,4 0,2
Anas platyrhynchos Pato-real 0 1,2
Ardea cinerea Garça-real 1 0
Arenaria interpres Rola-do-mar 5 9,2
Calidris alba Pilrito-das-praias 9,8 13,8
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 28 17,6
Calidris canutus Seixoeira 0 11
Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 0,6
Calidris minuta Pilrito-pequeno 0,8 0,4
Charadrius alexandrinus
Borrelho-de-coleira-interrompida 15,6 12,4
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 14,6 1,2
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 63
Mod.039.09
Espécie Nome Comum
Abundância relativa
Dragagem Pós-Dragagem
set/nov 15 abr-16
Ciconia ciconia Cegonha-branca 0 0,2
Egretta garzetta Garça-branca 2 4
Haematopus ostralegus Ostraceiro 9,8 1,2
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 3,8 10,6
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 8,2 3,2
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1,4 0,4
Larus ridibundus Guincho 0,2 0
Limosa lapponica Fuselo 15,6 0,2
Numenius arquata Maçarico-real 0,8 1,2
Numenius phaeopus Maçarico-galego 5,8 4,6
Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0,2 0,4
Phoenicopterus roseus Flamingo 0 23,4
Platalea leucorodia Colhereiro 2,6 2,8
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 11 18,8
Sterna sandvicensis Garajau 1,6 1
Tadorna tadorna Tadorna 0 0,2
Tringa nebularia Perna-verde 1,6 0,8
Tringa totanus Perna-vermelha 10 2
Calidris sp 0 0,8
Larus sp. 302 0
Limicolas pequenas 10 0
Nos quadros seguintes (Quadro 14 ao Quadro 18) apresentam-se as espécies e o número de indivíduos
de cada espécie observados em cada um dos transetos realizados aquando da execução das dragagens
(setembro/novembro 2015) e após término da empreitada (abril 2016).
Quadro 14 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO01.
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem
Pós-Dragagem
set-15 Abr-16
TAFO01
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 1 0
Anas platyrhynchos Pato-real 0 2
Ardea cinerea Garça-real 3 0
Arenaria interpres Rola-do-mar 5 16
Calidris alba Pilrito-das-praias 18 15
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 15 25
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 7 25
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 21 0
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Mod.039.09
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem
Pós-Dragagem
set-15 Abr-16
Egretta garzetta Garça-branca 6 4
Haematopus ostralegus Ostraceiro 4 5
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 17 11
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 13 3
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 3 0
Larus sp. 8 0
Limosa lapponica Fuselo 4 0
Numenius arquata Maçarico-real 1 2
Numenius phaeopus Maçarico-galego 4 7
Platalea leucorodia Colhereiro 3 1
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 13 13
Sterna sandvicensis Garajau 1 0
Tadorna tadorna Tadorna 0 1
Tringa nebularia Perna-verde 4 1
Tringa totanus Perna-vermelha 14 4
Quadro 15 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO02.
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem
set-15 abr-16
TAFO02
Anas platyrhynchos Pato-real 0 1
Arenaria interpres Rola-do-mar 3 1
Calidris alba Pilrito-das-praias 8 1
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 25 16
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 18 2
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 16 0
Ciconia ciconia Cegonha-branca 0 1
Egretta garzetta Garça-branca 1 3
Haematopus ostralegus Ostraceiro 1 0
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 23 3
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 2 0
Numenius phaeopus Maçarico-galego 6 4
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 1 6
Sterna sandvicensis Garajau 2 3
Tringa nebularia Perna-verde 0 1
Tringa totanus Perna-vermelha 3 1
Limícolas pequenas 15 0
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Mod.039.09
Quadro 16 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO03.
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem
nov-15 abr-16
TAFO03
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0 1
Anas platyrhynchos Pato-real 0 3
Arenaria interpres Rola-do-mar 13 6
Calidris alba Pilrito-das-praias 1 1
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 71 18
Calidris minuta Pilrito-pequeno 4 0
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 30 11
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 35 4
Egretta garzetta Garça-branca 1 7
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 0 2
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 1 0
Limosa lapponica Fuselo 2 0
Numenius arquata Maçarico-real 3 1
Numenius phaeopus Maçarico-galego 7 3
Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0 1
Platalea leucorodia Colhereiro 1 1
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 15 12
Sterna sandvicensis Garajau 3 2
Tringa nebularia Perna-verde 0 1
Tringa totanus Perna-vermelha 7 0
Quadro 17 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO04.
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem
nov-15 abr-16
TAFO04
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 1 0
Ardea cinerea Garça-real 2 0
Arenaria interpres Rola-do-mar 3 9
Calidris alba Pilrito-das-praias 11 12
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 8 11
Calidris canutus Seixoeira 0 38
Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 2
Calidris minuta Pilrito-pequeno 0 2
Calidris sp 0 4
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 13 18
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 1 2
Egretta garzetta Garça-branca 1 5
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Mod.039.09
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem
nov-15 abr-16
Haematopus ostralegus Ostraceiro 6 0
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 2 32
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 1 8
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1 0
Larus ridibundus Guincho 1 0
Limosa lapponica Fuselo 51 0
Numenius arquata Maçarico-real 0 3
Numenius phaeopus Maçarico-galego 7 6
Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 1 1
Platalea leucorodia Colhereiro 9 5
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 2 47
Sterna sandvicensis Garajau 2 0
Tringa nebularia Perna-verde 3 0
Tringa totanus Perna-vermelha 13 3
Quadro 18 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO05.
Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem
nov-15 abr-16
TAFO05
Arenaria interpres Rola-do-mar 1 14
Calidris alba Pilrito-das-praias 11 40
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 21 18
Calidris canutus Seixoeira 0 17
Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 1
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 10 6
Egretta garzetta Garça-branca 1 1
Haematopus ostralegus Ostraceiro 38 1
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 0 8
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 3 2
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1 2
Larus sp. 1502 0
Limicolas pequenas 36 0
Limosa lapponica Fuselo 21 1
Numenius phaeopus Maçarico-galego 5 3
Phoenicopterus roseus Flamingo 0 117
Platalea leucorodia Colhereiro 0 7
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 24 16
Tringa nebularia Perna-verde 1 1
Tringa totanus Perna-vermelha 13 2
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 67
Mod.039.09
Áreas de Alimentação/Descanso
Com base na cartografia das observações foi possível identificar as áreas de alimentação/descanso
utilizadas pelas aves observadas (Figura 28). Conforme se pode observar na figura, as ações de Dragagem
não parecem ter influenciado as áreas de alimentação/repouso utilizadas pelas aves.
Foi identificado um ninho de Charadrius alexandrinus próximo do transecto TAFO01, conforme se pode
observar na Figura 29.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 68
Mod.039.09
Figura 28 – Cartografia das áreas de alimentação/descanso das aves observadas ao longo da monitorização.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 69
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Figura 29 – Cartografia dos locais de nidificação confirmados
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 70
Mod.039.09
4.6. Avaliação da eficácia das medidas adotadas para prevenir ou
reduzir impactes
O presente relatório diz respeito ao relatório final da monitorização. Face aos resultados obtidos não foi
possível observar a ocorrência de impactes sobre as comunidades de invertebrados bentónicos, piscícola,
aves aquáticas, comunidades de fanerogâmicas marinhas e populações de cavalo-marinho, pelo que se
pode concluir que as medidas adotadas para a prevenção/redução de impactes parecem ter sido eficazes.
4.7. Comparação com os impactes previstos no EIA
Os resultados obtidos ao longo da monitorização parecem sugerir que as comunidades de invertebrados
bentónicos, piscícola e aves não sofreram os impactes previstos durante a fase de EIA, podendo as
variações observadas ao longo de todas as fases do projeto estarem relacionadas com fatores externos
ao projeto.
No que respeita às comunidades de fanerogâmicas marinhas, o EIA previa que as dragagens poderiam
reduzir as áreas de sedimento e de vasa exposta, podendo causar perturbação direta das pradarias
marinhas (com Zostera noltii, Z. marina e Cymodocea nodosa). Esta situação não ocorreu em nenhum dos
pontos monitorizados; por um lado a densidade média da pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou
consideravelmente e, por outro, a pradaria de C. nodosa do ponto PFFO03 apesar de ter diminuído
ligeiramente a sua densidade média entende-se que esta diminuição ficou a dever-se a alterações naturais
da dinâmica da espécie quando localizada numa área com elevado hidrodinamismo e sujeita a pressões
antropogénicas (como são as provocadas por motores de embarcações e pegadas humanas). Considera-
se, portanto, que as comunidades de fanerogâmicas não sofreram os impactes previstos durante a fase
de EIA.
Os resultados obtidos durante a monitorização parecem revelar que a população de cavalo-marinho
apesar ter sofrido uma redução durante o período de dragagem, recuperou na fase de pós-dragagem,
pelo que os impactos nesta comunidade consideram-se temporários e recuperáveis.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 71
Mod.039.09
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Síntese da avaliação dos impactes monitorizados
Os resultados apresentados no presente relatório estabelecem uma comparação entre várias Fases de
monitorização das Comunidades: situação inicial do estado das comunidades biológicas presentes na área
de estudo – (Fase de Pré-dragagem; equivalente à Saída 1), amostragens da Fase de Dragagem (Saída 2 e
Saída 3) e amostragem da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4) e servem assim de indicadores de potenciais
impactes previstos no EIA.
O Quadro 19 apresenta um resumo dos principais resultados, da saída 3 e saída 4, e conclusões, das 3
fases da empreitada (Fase de Pré-Dragagem, Fase de Dragagem e Fase de Pós-Dragagem) de cada uma
das componentes monitorizadas:
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 72
Mod.039.09
Quadro 19 - Resumo dos principais resultados e principais conclusões de cada comunidade biológica monitorizada.
Comunidade
Biológica Principais Resultados Principais Conclusões
Comunidade
bentónica
Maior número de indivíduos e espécies durante a fase de Dragagem, em ambas as áreas
(área de estudo e área controlo). Maior abundância na fase de Pós-Dragagem, em
ambas as áreas, comparativamente com a fase de Pré-Dragagem, contudo menor
riqueza específica. De uma forma geral, valores de diversidade e equitabilidade
razoavelmente altos. Todas as áreas no geral evidenciam um baixo grau de perturbação
em todas as fases da empreitada (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem), sendo que
em todos os locais da área de intervenção foi obtida uma classificação de Ligeiramente
perturbado na fase de Pós-Dragagem.
Os resultados obtidos aparentam indicar que não ocorreram impactes
sobre a comunidade de organismos bentónicos. decorrentes das
intervenções levadas a cabo no Bloco B – Faro/Olhão, podendo as
variações observadas serem causadas por fatores exógenos ao projeto.
Na Fase de Pós-Dragagem todos os locais apresentam uma classificação
de Ligeiramente perturbado.
Comunidade
piscícola
Comunidade dominada por espécies comuns nas zonas costeiras do Algarve. A espécie
mais abundante foi o caboz-negro (G. niger), espécie da família Gobiidae.
No ponto PPFO01 foram detetadas espécies de Cavalo-marinho: Hippocampus
guttulatus e Hippocampus hippocampus, tendo ainda sido também detetada a presença
de Hippocampus hippocampus no ponto PPFO04, durante a saída da fase de pós-
dragagem.
Foram também detetados em todos os locais indivíduos de Raia-curva (Raja
undulata)estando catalogada como "Endangered - Em Perigo".
Resultado final dos índices EFAI e EQR determinou uma "Boa" qualidade ecológica para
a área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) na saída 3 e “Excelente” na saída 4.
Na saída 3 todos os locais e massas de água apresentaram um resultado final que
determinou uma “Boa” qualidade ecológica. Esta mesma classificação foi atribuída a três
dos locais (PPFO01, PPFO02 e PPFO03) e a uma das três massas de água presentes na
zona de estudo (Ria formosa WB3), tendo-se verificado a classificação de “Excelente” no
PPFO04 e nas massas de água WB1 e WB2.
Em função dos resultados obtidos não foram identificar efeitos negativos
resultantes das atividades de Dragagem sobre as comunidades piscícolas.
Os resultados evidenciam um aumento na densidade de indivíduos e
número de espécies na Fase de Pós-Dragagem, comparativamente com o
observado na Fase de Pré-Dragagem.
Relativamente à Evolução global da Qualidade Ecológica, durante as
operações de Dragagem, a qualidade ecológica variou entre "Excelente"
(Fase de Pré-Dragagem), "Boa" (Fase Durante a Dragagem) e
“Excelente" (Fase de Pós-Dragagem). Contudo estas variações deverão
estar relacionadas com a perturbação inerente às atividades de
Dragagem, sendo restabelecida rapidamente após a sua conclusão o
estado excelente.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 73
Mod.039.09
Comunidade
Biológica Principais Resultados Principais Conclusões
Comunidade de
fanerogâmicas
marinhas
A pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou a sua área entre a saída 3 e a saída 4,
aumento que se tem verificado desde a saída 1, tendo-se registado também um
aumento da sua densidade média na saída 3 e uma ligeira diminuição na saída 4,
devido provavelmente a esta ser uma espécie de folha caduca e como tal perder as
folhas durante o outono/inverno.
A pradaria de C. nodosa, no ponto PFFO03 a altura da canópia aumentou até à saída 3
(2ª saída da Fase-Dragagem), mas diminuiu ligeiramente na saída 4. Por um lado, esta
diminuição deve-se ao fato da espécie (de folha caduca) ter perdido a folha durante o
inverno.
As pradarias existentes não apresentam sinais de terem sofrido
impactes decorrentes das operações de dragagem, mas sim de fatores
de perturbação exógenos e relacionados com atividades antropogénicas.
A pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou a sua densidade
média de um modo global e aumentou a sua área de 3.600 m2 (saída 1)
para 14.855 m2 (saída 4).
Na pradaria de C. nodosa (PFFO03) verificou-se sempre o aumento da
canópia sofrendo uma ligeira redução na saída 4, atingindo valores
semelhantes aos determinados durante a saída 1.
A pradaria de C. nodosa, localizada no ponto PFF02 foi dada como
desaparecida na saída 2, no entanto esta já evidenciava sinais de erosão
sedimentar na saída 1. O desaparecimento desta pradaria já tinha sido
registado antes do inicio das atividades de dragagem, muito
provavelmente devido a causas provocadas pela própria dinâmica
sedimentar da ria Formosa, pelo que não está relacionado com as
atividades de dragagem.
População de
Cavalo-marinho
Nas duas ultimas saídas apenas foram observados indivíduos de cavalo-marinho no
ponto PCMFO01 na saída 4 (Fase Pós-Dragagem). Foram observados 15 indivíduos
adultos de H. guttulatus. Este valor aumentou face ao observado na saída 1 (Fase Pré-
Dragagem), onde foram observados 11 indivíduos da mesma espécie.
Durante a campanha de amostragem das comunidades piscícolas foram observados
cerca de 20 indivíduos de Hippocampus hippocampus e de Hippocampus guttulatus na
saída 3 apenas no PCMFO01 e na saída 4 no PCMFO04.
População de cavalo-marinho aumentou ao longo do período de
monitorização.
Não há indícios de que as ações de dragagem tenham gerado impacte
sobre as populações de cavalo-marinho, uma vez que as observações
periódicas registaram um aumento considerável do número de
indivíduos.
A população de cavalos-marinhos, no início das dragagens foi alvo de um
plano de translocação, de modo a minimizar os potenciais impactes
previstos pelas dragagens nesta população.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 74
Mod.039.09
Comunidade
Biológica Principais Resultados Principais Conclusões
Constatou-se na saída de pós-dragagem a presença de cavalos-marinhos
nos locais onde os cavalos-marinhos foram capturados e alvo de
translocação, o que é um fator positivo, uma vez que apesar das ações
de dragagens terem ocorrido, a população de cavalos-marinhos continua
a ter condições adequadas para a sua existência em ambos os locais.
Comunidade de
aves aquáticas
Durante a Saída 3, foram identificadas 23 espécies, sendo a mais abundante Calidris
alpina e na Saída 4 foram identificadas 27 espécies, sendo a mais abundante
Phoenicopterus roseus.
Foram detetadas 32 espécies de aves e delimitadas as áreas de alimentação e repouso
onde se concentram as espécies observadas. Foi também identificado um ninho de
Charadrius alexandrinus. Ao longo da monitorização foram identificadas as seguintes
espécies com estatuto desfavorável de conservação: Actitis hypoleucus (VU/VU), Anas
clypeata (EN/LC), Anas strepera (VU/NT), Burhinus oedicnemus (VU), Calidris canutus
(VU), Calidris ferrugínea (VU), Larus audouinii (VU), Numenius Phaeopus (VU),
Phoenicopterus roseus (VU), Platalea leucordia (VU/NT), Sterna albifrons (VU) e Tringa
nebularia (VU).
Os resultados obtidos parecem indicar que não ocorreram alterações na
comunidade de aves aquáticas decorrentes das ações de Dragagem.
Após o termino da empreitada as abundâncias da grande maioria das
espécies mantiveram-se relativamente semelhantes às registadas
durante a fase de pré-Dragagem.
As áreas de alimentação/descanso utilizadas pelas aves, mantiveram-se
praticamente sem alterações durante as ações de dragagem.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 75
Mod.039.09
5.2. Proposta ou alteração de medidas de mitigação
Os resultados do presente relatório não permitem tirar conclusões sobre a ocorrência de potenciais
impactes. Deste modo, não se propõem alterações às medidas de mitigação previstas durante esta fase
de monitorização.
Os resultados das comunidades de fanerogâmicas marinhas e das populações de cavalo-marinho sugerem
que as alterações ocorridas não estão relacionadas com o projeto, pelo que não se preveem aplicações
de medidas de mitigação.
5.3. Análise da adequabilidade dos programas de monitorização
em curso
Considera-se que o plano de monitorização dos invertebrados bentónicos, das aves, de fanerogâmicas e
cavalos marinhos foi adequado aos objetivos delineados.
Relativamente à comunidade piscícola, tal como salientado por outros autores (e.g. Silva-Júnior et al.,
2012) um dos maiores obstáculos à análise de impactes das intervenções no meio marinho sobre
populações de peixes é o facto de estes organismos serem bastante móveis e poderem evitar
perturbações no ambiente deslocando-se para áreas adjacentes. Esta avaliação torna-se mais
problemática quando efetuada em ambientes altamente dinâmicos, como é o caso da área estudada,
onde a composição da comunidade é fortemente influenciada pela sazonalidade.
Por outro lado, o facto da monitorização em curso carecer de zonas de controlo, compromete a avaliação
de potenciais impactes ou a distinção entre alterações naturais ou exógenas das inerentes ao fator de
impacte estudado. De modo a ser minimamente conclusivo é importante que este programa mantenha
no mínimo entre dois a três anos de monitorização, de modo a contemplar a variação sazonal e interanual
na abundância das espécies piscícolas.
Relativamente às comunidades de fanerogâmicas marinhas e às populações de cavalo-marinho o plano
de monitorização em curso foi adequado ao objetivos delineados. O facto das campanhas das Fases Pré-
Dragagem e Pós-Dragagem terem sido coincidentes e realizadas durante o mês de abril, é considerado
um aspeto bastante positivo neste plano permitindo a comparação direta dos resultados e diminuindo os
efeitos associados à altura do ano e ao ciclo evolutivo natural das populações.
De referir ainda as espécies Raja undulata e Anguilla anguilla que, apesar de apresentarem estatutos de
ameaça, não se verificaram impactes significativos sobre as mesmas, pelo que se recomenda que em
futuros trabalhos de Dragagem seja efetuada a avaliação apenas na Fase de Pré-Dragagem da necessidade
de realocação destas espécies em função dos resultados obtidos:
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 76
Mod.039.09
- Raias, Raja undulata, espécie “em perigo” à luz do livro vermelho da IUCN (IUCN, 2016) e sob
medida de gestão específica por despacho da DGRM. É provável que estes locais façam parte de
uma zona de viveiro (Coelho et al., 2002), podendo uma eventual ação de remoção e realocação
prévia à Dragagem ser preventiva e benéfica para a conservação da espécie.
- Enguias (Anguilla anguilla), embora se tenham encontrado apenas onze enguias no local
PPFO04, o facto de esta espécie estar classificada como “Em Perigo” e “Criticamente em Perigo”
nos livros vermelhos do ICNF (Cabral et al., 2006) e IUCN (IUCN, 2016), respetivamente, pode
justificar o mesmo tipo de ação, com uma operação de realocação de potenciais indivíduos desta
espécie, a realizar antes das dragagens.
Estes trabalhos de realocação poderão ser feitos por uma série de arrastos de vara curtos (<100m), pois
poderão capturar raias, cavalos marinhos e enguias em bom estado de condição e transporta-los em
tanques adequados com aporte de oxigénio para outros locais apropriados na Ria Formosa. Estas
operações são logisticamente mais práticas, podem ser feitas em qualquer circunstância, nomeadamente
em regime de baixa-mar e de noite, sendo rápidas e pouco onerosas.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 77
Mod.039.09
6. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁ FICAS
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Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa – Relatório Inicial da área de intervenção 2 (Bloco B –
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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 80
Mod.039.09
7. ANEXOS
7.1. Anexo I – Desenhos
Localização dos pontos de amostragem
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 81
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Desenho 1 – Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade bentónica.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 82
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Desenho 2 – Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade piscícola.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 83
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Desenho 3 – Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade de fanerogâmicas marinhas e população de cavalo-marinho.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 84
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Desenho 4 – Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade de aves aquáticas na zona de dragagens.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 85
Mod.039.09
Localização das pradarias de fanerogâmicas monitorizadas
Desenho 5 – Localização da área de pradaria dos pontos de monitorização.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 86
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7.2. Anexo II – Caracterização dos pontos de amostragem de Aves
Aquáticas
Área Descrição Foto
TAFO01
Este transeto situa-se na ilha da Culatra encostado à margem do Canal
de Olhão do sistema lagunar Ria Formosa. Ao longo do transeto esta
margem é constituída por uma face de praia arenosa que contacta
com um raso de maré extenso cuja natureza edáfica alterna entre
zonas de substratos mais arenosos e zonas de substratos mais lodosos
com importante componente silto-argilosa. A Este, o transeto termina
na baía que rodeia por Oeste a povoação da Culatra e onde na maré
vazia emerge uma vasta zona de sapais e rasos de maré lodosos. Em
toda esta zona, tanto nos sapais a Este como nos rasos de maré na
margem lagunar da ilha, estão implementados viveiros e talhões de
recolha de mariscos.
A baía a Este do transeto, que em tempos já foi a margem ocidental
desta ilha e onde vão desembocar uma rede de canais de maré do
interior da ilha, contacta ainda com uma zona de lagunas, juncais,
sapais e salgados interiores à ilha que rodeiam por sul a península
dunar onde está definido o transeto. Na extremidade oeste, ou seja no
início desta península onde está definido o transeto, a zona interior do
transeto apanha ainda a extensa zona dunar com vegetação psamófila
de que é composta a ilha.
TAFO02
Este transeto situa-se no Cais Comercial de Faro (Porto de Faro) virado
a sul para o Canal De Faro. O transeto percorre a zona urbanizada que
constitui o cais, mas é delimitada a Este e a Oeste por esteiros e
sapais. Existe ainda um sapal interior a norte da extremidade Oeste do
transeto.
TAFO03
Este transeto situa-se na margem norte do Esteiro do Ramalhete junto
à Estação Experimental do Ramalhete da Universidade do Algarve. O
transeto percorre um caminho num talude arenoso bordejado por
alguma vegetação psamófila. A margem do esteiro ao longo do
transeto possui primeiro uma banda de sapal lodoso com respetiva
vegetação halófila, após o qual surge na maré vazia uma pequena face
de praia arenosa pouco extensa que contacta com um raso de maré
lodoso, e o mesmo acontece na margem oposta a sul do esteiro. Nas
margens do esteiro a este e a oeste do transecto tanto a banda de
sapal como o raso de maré lodoso são consideravelmente mais
extensos.
Na zona interior a norte do transecto existem tanques associados à
Estação Experimental do Ramalhete, delimitados a oeste por uma
vasta zona de sapal e a este por uma zona de tanques de salinas e
pisciculturas divididos por cômoros colonizados com vegetação
psamófila halófila.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 87
Mod.039.09
Área Descrição Foto
TAFO04
Este transeto tem uma orientação NO-SE e fica situado na Praia de
Faro na Península do Ancão junto da margem lagunar do Esteiro do
Ancão, e é paralelo ao transeto TAA02 que o delimita a sudoeste no
lado do mar, separado deste apenas por uma crista dunar.
Ao longo do transeto, a margem do esteiro é constituída por uma face
de praia arenosa que contacta com um raso de maré extenso de
natureza edáfica silto-argilosa: nas marés mais vazias forma-se um
extenso de lodaçal, tipo sapal embora desprovido de vegetação.
TAFO05
O percurso deste transecto situa-se dentro do Esteiro do Ancão
paralelo à Península do Ancão na sua fase final junto da Barra de São
Luís. A separar o esteiro do mar existe uma crista dunar não
consolidada e praticamente desprovida de vegetação (o final da
península). Toda esta zona no final do esteiro encontra-se bastante
assoreada ficando a descoberto nas marés mais vazias uma vasta área
de fundos arenosos.
7.3. Anexo III – Lista de Espécies Identificadas para a Área de
Estudo
Comunidade de Fanerogâmicas marinhas
Espécies de fanerogâmicas marinhas identificadas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) e
respetivos pontos em que foram identificadas.
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 88
Mod.039.09
Espécie Pontos de monitorização em
que foi identificada Foto
Zostera noltii PFFO01
Cymodocea nodosa PFFO03
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 89
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Comunidade de Cavalo-marinho
Espécies de cavalo-marinho identificadas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) e respetivos
pontos em que foram identificadas.
Espécie Pontos de
monitorização em que foi identificada
Foto
Hippocampus hippocampus PCMFO01 e PCMFO04
Hippocampus guttulatus PCMFO01
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 90
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Comunidade Piscícola
Espécies capturadas nas amostras na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (Grupo ecológico (GE): ER - Espécie residente, MO - Espécie marinha ocasional, MM - Espécie migradora marinha; Origem: A – Autóctone; Alimentação piscívora (AP); Sensibilidade a perturbações (SP)).
Família Espécie GE AP Origem SP
Anguillidae Anguilla anguilla C Sim A Sim
Atherinidae Atherina presbyter ES A
Batrachoididae Halobatrachus didactylus ES Sim A
Blenniidae Parablennius pilicornis MS A
Bothidae Arnoglossus laterna MS A
Arnoglossus thori ES Sim A
Callionymidae Callionymus reticulatus MS A
Clupeidae Sardina pilchardus MM A
Congridae Conger conger MS Sim A
Gobiesocidae
Diplecogaster bimaculata ES A
Opeatogenys gracilis ES A Sim
Gobiidae
Deltentosteus quadrimaculatus
MS A
Gobius cruentatus MS A
Gobius gasteveni MS A
Gobius niger ES Sim A
Gobius paganellus ES Sim A
Gobius sp. ES A
Gobius xanthocephalus MS A
Pomatoschistus microps ES A
Pomatoschistus minutus ES A
Pomatoschistus pictus ES A
Labridae Symphodus bailloni MM A
Symphodus cinereus ES A
Mullidae Mullus surmuletus MM A
Rajidae Raja undulata MM Sim A Sim
Scorpaenidae Scorpaena notata ES Sim A
Scorpaena porcus ES Sim A
Serranidae Serranus cabrilla MS Sim A
Serranus hepatus MS Sim A
Soleidae
Buglossidium luteum MS A
Microchirus azevia MS A
Monochirus hispidus MS A
Pegusa lascaris MS A
Sparidae
Diplodus sargus MM Sim A
Diplodus vulgaris MM Sim A
Spondyliosoma cantharus MM Sim A
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 91
Mod.039.09
Comunidade de Aves Aquáticas
Espécies de aves aquáticas identificadas (Legenda: Fenologia: R – Residente, I – Invernante, MR – Migrador Reprodutor; MP – Migrador de Passagem;
Livro Vermelho de Portugal (LVVP) e UICN (LV UICN): EN – Em Perigo, VU – Vulnerável, NT – Quase Ameaçada, LC – Pouco Preocupante, DD –
Informação Insuficiente; Species of European Conservation Concern (SPEC): 2 – espécies com estatuto de conservação europeu desfavorável e
concentradas na Europa, 3 – Espécies com estatuto de conservação europeu desfavorável não concentradas na Europa, N-S – Non-SPEC, N-SE – Non-
SPEC Europe).
Família Espécie Nome Comum LVVP LV
IUCN SPEC DL156-A, 2013 (anexos) Convencao Berna Convencao Bona Fenologia
SULIDAE Morus bassana Alcatraz LC - - III - I / MP
PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax carbo Corvo-marinho LC LC N-S - III - I
ARDEIDAE Egretta garzetta Garça-branca LC LC N-S A-I II - R
Ardea cinerea Garça-real LC LC N-S - III - R
CICONIIDAE Ciconia ciconia Cegonha-branca LC LC 2 A-I II II R / MR
THERSKIORNITHIDAE Platalea leucorodia Colhereiro VU/NT LC 2 A-I II II R / I / MP
PHOENICOPTERIDAE Phoenicopterus roseus Flamingo RE/VU LC 3 A-I II II R / I
ANATIDAE
Tadorna tadorna Tadorna - LC N-S - II II I / R
Anas strepera Frisada VU/NT LC 3 - III II R / I
Anas platyrhynchos Pato-real LC LC N-S - III II R
Anas clypeata Pato-colhereiro EN/LC LC 3 - III II I / R
HAEMATOPODIDAE Haematopus ostralegus Ostraceiro RE/NT LC N-SE - III - I
RECURVIROSTRIDAE Himantopus himantopus Pernilongo LC LC N-S A-I II II MR
Recurvirostra avosetta Alfaiate NT/LC LC N-S A-I II II R
BURHINIDAE Burhinus oedicnemus Alcaravão VU LC 3 A-I II II R
CHARADRIIDAE
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira LC LC N-SE - II II I / MP
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida LC LC 3 - II II R
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta LC LC N-S - III II I / MP
SCOLOPACIDAE Calidris canutus Seixoeira VU LC 3 - III II I / MP
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 92
Mod.039.09
Família Espécie Nome Comum LVVP LV
IUCN SPEC DL156-A, 2013 (anexos) Convencao Berna Convencao Bona Fenologia
Calidris alba Pilrito-das-praias LC LC N-S - II II I / MP
Calidris minuta Pilrito-pequeno LC LC N-S - II II I / MP
Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido VU LC Not Assessed - II II I / MP
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto LC LC 3 - II II I / MP
Limosa limosa Milherango LC NT 2 - III II I / MP
Limosa lapponica Fuselo LC LC N-S A-I III II I / MP
Numenius phaeopus Maçarico-galego VU LC N-SE - III II I / MP
Numenius arquata Maçarico-real LC NT 2 - III II I / MP
Tringa totanus Perna-vermelha LC LC 2 - III II I / MP
Tringa nebularia Perna-verde VU LC N-S - III II I / MP
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas VU LC 3 - II II R
Arenaria interpres Rola-do-mar LC LC N-S - II II I / MP
LARIDAE
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta LC LC N-SE A-I II II I
Larus ridibundus Guincho LC LC N-SE - III - I
Larus audouinii Gaivota de Audouin VU NT 1 A-I* II I e II MR
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura LC LC N-SE - - - I
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas LC LC N-SE - III - R
STERNIDAE Sterna sandvicensis Garajau NT LC 2 A-I II II I / MP
Sterna albifrons Chilreta VU LC 3 A-I II II MR
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7.4. Anexo IV – Resultados
Comunidade Bentónica
Quadro 20 – Abundância por grupo taxonómico de espécies presentes por local de amostragem na saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) e na saída 2 (1ª Campanha da Fase de Dragagem).
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Abra alba 1 1
Abra sp. 2 2
Abra tenuis 84 1 1 296 382
Achelia echinata 1 1
Acoetidae 1 1
Acteon tornatilis 1 1
Akanthophoreus gracilis 1 1 2
Ampelisca spp. 22 3 1 16 66 115 81 4 3 8 2 321
Ampharete sp. 1 2 3
Amphilochus brunneus 2 2 4
Amphilochus spencebatei 1 4 2 7
Amphipholis squamata 5 3 8 1 1 2 20
Anapagurus pusillus 3 1 9 1 14
Ancistrosyllis sp. 1 1
Anthozoa 2 2 4
Anthozoa 1 1
Anthura sp. 1 5 1 8 15
Aonides oxycephala 5 10 1 1 5 1 6 3 23 55
Aora gracilis 2 2
Apherusa sp. 1 1
Apolochus neopolitanus 1 2 3
Aponuphis bilineata 4 6 10
Apseudes talpa 3 4 1 11 19
Apseudopsis latreillii 500 6 22 1 26 2 27 672 303 17 55 1 4 1 1637
Arcopagia crassa 1 1
Aricidea (Acmira) cerrutii 2 2 2 13 1 49 1 15 85
Armandia cirrhosa 5 1 9 15
Ascidiacea 1 7 3 11
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 94
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Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Aspidosiphon muelleri muelleri 8 23 7 1 1 8 3 7 7 1 66
Atelecyclus rotundatus 1 2 3
Barnea candida 1 1
Bathyporeia sp. 1 5 1 4 2 13
Bittium reticulatum 2 255 87 344
Bodotria arenosa 1 1
Bolinus brandaris 5 1 6
Branchiostoma lanceolatum 1 7 6 20 4 1 1 40
Calliostoma sp. 1 1
Calyptraea chinensis 1 5 1 1 3 1 12
Capitella spp. 1 7 1 1 18 1 5 34
Capitellidae indeterminado 2 19 21
Caprella rapax 1 1 2
Caprella sabulensis 1 1
Caprella sp. 1 1
Carcinus maenas 1 1
Cerastoderma edule 1 7 22 30
Cerithiopsis sp. 1 1
Cerithium rupestre 2 2
Cerithium vulgatum 1 1
Chaetozone sp. 2 2 2 8 14
Chamelea gallina 1 1 2
Cheirocratus sundevalli 18 11 29
Chironomidae 1 1 2 1 1 2 8
Cirratulidae 2 11 42 68 7 10 135 3 278
Cirratulus sp. 2 2
Cirriformia tentaculata 9 1 2 12
Cirrophorus sp. 1 1
Cnidaria 1 1
Cnidaria 1 1 2 4
Corbula gibba 4 1 5
Corophium spp. 13 3 21 2 14 53
Crangon crangon 1 1
Ctena decussata 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 95
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Cumella (Cumella) pygmaea 1 1 2
Cumopsis goodsir 1 1 2 1 5
Cyathura carinata 6 18 15 1 5 1 2 4 1 3 1 57
Cyclope neritea 1 4 5
Cyclope neritea 4 4
Dexamine spinosa 1 4 2 1 1 9
Diogenes pugilator 26 7 5 1 3 1 9 14 6 1 3 4 4 84
Diopatra neapolitana 1 1
Diplodonta rotundata 1 1
Dolichopodidae 3 1 4
Donax trunculus 1 12 13
Dorvilleidae 1 1 2
Ebalia tumefacta 1 1
Echinocardium cordatum 2 2
Echinocardium fenauxi 1 1
Echinocardium mediterraneum 2 2
Echinocyamus pusillus 5 5
Echiuridae indeterminado 1 1
Edwardsiidae 1 1
Elasmopus rapax 2 5 1 9 17
Ensis siliqua 1 1
Ericthonius difformis 1 1
Ericthonius punctatus 1 1
Eualus cranchii 3 2 5
Euclymene oerstedi 5 5
Eunice sp. 1 1
Eurydice spinigera 1 1 1 3
Euspira nitida 1 1 1 3
Exogone (Exogone)
breviantennata 1 1 2
Exogone naidina 4 3 7
Exogone verugera 2 1 5 8 1 1 1 2 1 22
Flabelligeridae 1 1 2
Flabelligeridae 1 1 2
Galathowenia oculata 14 1 1 1 17
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 96
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Gammarella fucicola 4 3 1 8
Gammaropsis sp. 11 9 20
Gibbula sp. 1 20 2 3 8 34
Glycera sp. 1 1 7 6 11 12 11 2 27 4 82
Glycera tridactyla 7 5 11 11 1 35
Glycera unicornis 6 2 8
Goniada maculata 2 2
Goniadella bobrezkii 30 23 6 21 64 6 19 74 243
Goniadella gracilis 2 2
Gyptis propinqua 1 1
Harmothoe sp. 1 1
Harpinia antennaria 1 1
Harpinia sp. 1 24 25
Hesionidae 1 3 4 6 1 6 21
Hesionura elongata 1 1
Heteromastus filiformis 11 24 2 5 13 1 5 1 62
Heteromysis formosa 2 1 3
Hexaplex trunculus 1 1
Holothuroidea 1 3 1 5
Hyalinoecia cf fauveli 2 2 4
Hyalinoecia sp. 1 1 29 125 10 166
Inermosyllis balearica 1 1
Iphimedia sp. 1 1
Iphinoe acutirostris 1 1
Iphinoe maculata 1 1 2
Iphinoe serrata 1 4 6 1 9 5 2 11 2 1 1 43
Iphinoe sp. 2 2 1 1 6
Janira maculosa 4 4 8
Kurtiella bidentata 30 41 1 1 73
Lagis koreni 1 1 2
Lanice conchilega 1 1
Leiochone leiopygos 3 3
Lekanesphaera monodi 1 1 2 1 1 10 2 2 20
Lekanesphaera rugicauda 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 97
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Lepidochitona (Lepidochitona)
cinerea 1 1
Leptocheirus hirsutimanus 3 1 4
Leptocheirus pectinatus 34 1 3 8 46
Leptocheirus pilosus 5 1 12 18
Leptochelia savignyi 1 1 1 3
Leptopentacta tergestina 1 1
Leptosynapta inhaerens 4 1 5
Leucothoe oboa 4 1 3 17 4 5 2 7 7 50
Liocarcinus depurator 1 1
Liocarcinus maculatus 4 1 1 6
Liocarcinus navigator 2 5 7
Loripes lucinalis 1 1 3 1 6
Lucinella divaricata 1 1
Lucinidae 5 5
Lucinidae 2 2
Lucinoma borealis 1 1
Lumbrineridae 1 1
Lumbrineridae 4 14 2 2 1 2 6 31
Lutraria sp. 1 1 2
Lysianassa costae 4 1 5
Lysidice ninetta 1 1
Macropodia sp. 2 2
Maera grossimana 4 3 7
Magelona alleni 1 1
Magelona equilamellae 1 1
Magelona minuta 1 1
Magelona sp. 4 3 7
Maldanidae 4 1 90 1 4 12 36 56 81 8 14 307
Medicorophium runcicorne 1 1 5 2 11 3 23
Mediomastus sp. 38 7 1 4 1 12 37 5 12 4 2 1 124
Megaluropus agilis 1 16 5 2 24
Melinna palmata 1 2 1 3 2 1 10
Melita palmata 1 3 4
Mesalia mesal 2 2 1 5 1 3 1 158 1 174
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 98
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Microdeutopus armatus 15 1 1 1 1 2 1 22
Microdeutopus sp. 1 1
Microdeutopus versiculatus 7 7
Moerella donacina 2 2
Molgula sp. 1 3 2 1 1 8
Monocorophium acherusicum 92 18 11 11 132
Monoculodes carinatus 1 2 6 4 4 17
Monodonta sp. 1 1 1 3
Montacutidae indeterminado 1 1
Munna boeckii 1 1
Nannastacus longirostris 1 1
Nassarius cuvieri 1 1
Nassarius nitidus 2 1 3
Nassarius pygmaeus 1 3 1 1 11 1 1 2 21
Nassarius reticulatus 1 1 2
Nassarius sp. 1 1 1 3
Nebalia sp. 1 1
Nemertea 9 5 6 3 6 12 11 14 4 21 2 1 15 18 23 8 14 18 190
Nephtys cirrosa 8 8 3 6 1 20 10 4 3 63
Nephtys hombergii 8 1 2 1 12
Nereididae 1 1 1 1 4 3 11
Nicomache sp. 2 2
Notomastus sp. 1 189 102 8 2 4 4 13 3 326
Nucula sp. 1 1 2
Odontosyllis gibba 1 1
Odostomia sp. 1 1
Onuphidae indeterminado 1 2 2 1 6
Ophelia bicornis 10 10
Ophelia neglecta 8 8
Opheliidae 1 1
Ophiotrix fragilis 1 1
Ophiura albida 1 1 2
Ophiurida indeterminado 6 2 8
Orbiniidae 3 5 42 16 4 295 3 368
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 99
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Orchomene nana 4 4
Orchomene sp. 1 1
Ostracoda indeterminado 1 2 1 1 1 6
Ostracoda spA 1 2 1 1 3 50 1 1 60
Ostracoda spB 7 43 169 2 63 12 3 299
Ostrea sp. 2 2
Owenia fusiformis 42 3 78 1 3 55 4 23 7 9 225
Paguristes eremita 2 2 1 5
Palaemonidae indeterminado 1 1
Paradoneis lyra 4 3 45 1 5 55 1 4 1 1 48 168
Paragnathia formica 1 2 3
Parapionosyllis elegans 5 49 5 7 2 1 1 12 2 146 11 241
Parapionosyllis labronica 2 4 5 12 23
Peringia ulvae 3 1 349 353
Perioculodes longimanus 9 6 4 35 1 4 3 3 1 2 12 7 6 93
Phoronida 16 19 1 1 6 30 5 3 2 9 1 1 94
Photis longicaudata 4 4 3 11
Photis longipes 31 188 4 5 36 13 2 279
Phtisica marina 2 1 1 1 5
Phyllodoce cf laminosa 1 1
Phyllodoce groenlandica 1 1
Phyllodoce rosea 1 1 2
Phyllodocidae 1 1 1 2 1 1 7
Pionosyllis lameligera 3 3 1 7
Pisidia longicornis 1 1
Pisidia sp. 1 1
Pisione spp. 16 1 1 1 19
Pista mediterranea 2 1 3 1 4 11
Platynereis dumerilii 1 1
Podarkeopsis helgolandicus 3 1 1 1 6
Podocerus variegatus 1 4 3 8
Poecilochaetus serpens 8 4 5 1 1 6 2 1 28
Polititapes aureus 9 1 3 7 2 4 7 12 45
Polycirrus aurantiacus 1 1 2
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 100
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Polycirrus norvegicus 10 2 1 2 15
Polycirrus spp. 2 2 2 7 4 2 19
Polydora spp. 1 1 1 79 1 2 3 4 11 103
Polygordius appendiculatus 5 4 9
Polynoidae 2 1 3
Polyplacophora indeterminado 1 5 8 1 2 17
Pontocrates arenarius 1 2 11 14
Porifera 1 1
Praxillella sp. 1 1
Prionospio fallax 1 1
Prionospio spp. 6 36 9 9 15 1 1 1 1 20 2 101
Processa canaliculata 1 1
Processa elegantula 1 1
Processa modica modica 1 1 1 3
Processa nouveli nouveli 1 1 2
Processa sp. 4 4
Prosphaerosyllis xarifae 1 2 1 3 1 1 1 10
Pseudocuma (Pseudocuma)
longicorne 1 1
Pseudopolydora spp. 1 1 6 22 1 31
Retusa truncatula 3 3
Ruditapes decussatus 3 19 22
Sabellidae 1 2 1 1 168 1 33 8 215
Saccocirrus papillocercus 11 6 1 18
Sagittidae indeterminado 1 1 2
Scacchia zorni 1 3 4
Scolelepis (Scolelepis) squamata 1 1 2
Scolelepis sp. 1 1 1 1 4
Scoloplos (Leodamas) sp. 6 1 2 1 1 11
Scoloplos (Scoloplos) armiger 1 1 2 3 7
Sigambra tentaculata 5 1 4 6 1 17
Siphonoecetes (Centraloecetes)
dellavallei 4 6 17 1 1 7 13 39 7 35 13 2 145
Sipuncula indeterminado 2 56 24 1 83
Solen marginatus 12 12
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 101
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Sphaerosyllis cf glandulata 3 2 1 1 7
Sphaerosyllis pirifera 1 1 1 3
Spio cf armata 1 1 1 3
Spio cf decoratus 2 2
Spio cf filicornis 1 1
Spio sp. 4 4
Spiochaetopterus sp. 3 2 8 13
Spionidae 2 1 1 1 2 1 8
Spiophanes bombyx 2 4 4 10
Spisula solida 5 1 1 1 8
Spisula subtruncata 2 1 9 3 15
Streblospio sp. 1 1
Syllidae indeterminado 9 2 4 1 16
Syllis garciai 46 21 1 1 2 86 1 3 186 347
Syllis gracilis 1 1
Synchelidium longidigitatum 1 1
Synchelidium maculatum 1 1
Synmerosyllis lamelligera 1 1
Tanais dulongii 1 9 2 12
Tanaopsis graciloides 3 3 20 1 26 12 8 73
Tellimya ferruginosa 4 2 6
Tellina sp. 3 1 2 6
Tellina tenuis 1 2 3
Terebellidae indeterminado 4 2 1 1 1 9
Tharyx killariensis 15 2 61 4 3 85
Thracia phaseolina 8 4 1 5 1 2 21
Timoclea ovata 1 1
Tubificidae 1 1 11 7 1 2 5 1 1 160 25 9 1 29 254
Tubificidae 5 5
Tubificoides benedii 1 1 3 7 5 17
Turbellaria 1 1
Turritella communis 1 1
Upogebia deltaura 1 2 1 2 6
Upogebia pusilla 1 6 7
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 102
Mod.039.09
Espécie
Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Upogebia sp. 1 1
Upogebia tipica 4 2 6
Urothoe pulchella 1 2 1 2 2 3 10 21
Venerupis corrugata 1 1
Venerupis sp. 1 1
Venus casina 1 1
Xantho pilipes 1 1
Xantho sp. 1 1
Total Geral 1055 229 122 827 1114 229 369 31 301 1168 854 181 1144 1014 618 463 82 983 10784
Quadro 21 – Abundância por grupo taxonómico de espécies presentes por local de amostragem na saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) e na saída 4 (Campanha da Fase de Pós-Dragagem).
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Abra alba 2 1 5 3 11
Abra nitida 3 3
Abra prismatica 4 2 6
Abra sp. 3 3 6
Abra tenuis 1 13 14
Acanthochitona
fascicularis 1 1
Acrocnida
brachiata 1 1
Ampelisca spp. 51 146 10 28 26 1 21 1 6 1 9 21 321
Amphilochus
brunneus 2 1 2 1 6
Amphipholis
squamata 1 5 1 1 1 1 10
Anapagurus
pusillus 4 1 5
Anomia
ephippium 1 1
Antalis
novemcostata 6 3 9
Anthozoa 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 103
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Anthura sp. 2 36 34 72
Aonides
oxycephala 21 1 3 1 4 9 6 45
Aphelochaeta sp. 1 1 2
Aponuphis
bilineata 3 2 4 9
Apseudes talpa 2 1 1 4
Apseudopsis
latreillii 706 364 72 70 122 3 146 83 36 499 1 2102
Aricidea (Acmira)
cerrutii 6 33 2 1 19 2 2 65
Aspidosiphon
muelleri muelleri 4 1 2 12 2 1 1 23
Atelecyclus
undecimdentatus 1 1 2
Axionice flexuosa 2 2
Bathyporeia sp. 1 19 14 1 48 83
Bela nebula 1 1
Bittium
reticulatum 1 717 1 1 75 4 171 2 266 1238
Bodotria arenosa 1 1
Bolinus brandaris 1 1 3 5
Branchiostoma
lanceolatum 1 8 1 29 4 2 1 3 49
Bulla striata 2 2
Callianassa
candida 4 4
Calliostoma sp. 1 1 2
Calyptraea
chinensis 1 1 1 1 1 5
Capitella spp. 3 1 2 5 209 8 2 230
Carcinus maenas 1 3 4
Cerastoderma
edule 1 1 6 1 3 11 23
Cerithium
vulgatum 6 2 8
Chaetozone sp. 1 1
Chamelea gallina 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 104
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Chamelea
striatula 1 2 2 5
Cheirocratus
sundevalli 1 1 2
Chironomidae 1 1 1 5 8
Cirratulidae 2 5 18 1 1 62 15 2 8 114
Corbula gibba 4 1 3 8
Crassostrea sp. 1 1
Cumella
(Cumella)
limicola
1 1
Cumella
(Cumella)
pygmaea
2 2
Cumopsis
goodsir 1 1 3 15 5 2 9 1 37
Cyathura
carinata 1 1 1 1 4
Cyclope neritea 1 1
Cymodoce
truncata 1 1
Dexamine
spinosa 2 1 3
Diastylis bradyi 2 2
Diogenes
pugilator 71 4 1 14 11 37 33 1 3 2 2 5 184
Diopatra
neapolitana 2 2 4
Donax trunculus 15 3 18
Dosinia lupinus 1 1
Ebalia tumefacta 1 1
Echinocardium
cordatum 2 5 1 8
Edwardsiidae 1 1 2
Elasmopus rapax 1 1
Eocuma dollfusi 2 2
Eocuma ferox 1 1
Ervilia castanea 1 1 1 2 5
Eteone longa 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 105
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Eteone sp. 1 1
Euclymene
oerstedi 4 1 1 1 7
Euclymene sp. 2 28 30
Eulima sp. 2 2
Eurydice
spinigera 3 1 4
Euspira nitida 1 1 1 3
Exogone
(Exogone)
breviantennata
1 1 2
Exogone naidina 4 1 5
Exogone
verugera 1 1 3 14 1 1 21
Flabelligeridae 1 3 4
Galathowenia
oculata 3 1 10 14
Gammarella
fucicola 6 2 1 9
Gammaropsis
palmata 1 1
Gari fervensis 2 2
Gastrosaccus
spinifer 1 1
Gibbula cineraria 1 1
Gibbula sp. 1 1 4 1 5 12
Glycera sp. 10 8 6 1 1 2 5 1 1 8 4 3 1 1 52
Gnathiidae
(larva) 1 1 2
Goneplax
romboides 2 2
Goniadella
bobrezkii 11 27 22 1 8 172 11 13 14 279
Haminoea sp. 1 1
Haplostylus
normani 1 1 2
Harpinia
antennaria 1 1
Harpinia
pectinata 1 46 39 86
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 106
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Harpinia sp. 1 284 79 364
Haustorius sp. 2 2
Hesionidae 1 1 1 2 2 7
Hesionura
elongata 2 2
Heteromastus
filiformis 5 1 1 35 2 44
Hexaplex
trunculus 1 1
Hippomedon
massiliensis 7 3 1 11
Holothuroidea 1 1 2
Hyalinoecia sp. 7 1 12 20
Iphimedia sp. 1 1
Iphinoe armata 4 4
Iphinoe douniae 2 1 2 3 8
Iphinoe serrata 1 5 1 5 12 1 25
Kurtiella
bidentata 3 1 4
Laevicardium
crassum 2 2
Lagis koreni 3 4 3 10
Lanice conchilega 5 2 7
Lekanesphaera
monodi 5 1 2 8
Lepidochitona
(Lepidochitona)
cinerea
1 1
Leptocheirus cf
mariae 16 7 23
Leptocheirus
hirsutimanus 53 5 58
Leptocheirus
pilosus 2 199 1 69 1 1 1 274
Leptochelia
savignyi 5 1 1 7
Leucothoe oboa 7 58 6 34 3 40 1 3 1 153
Liocarcinus
maculatus 1 1 2 1 1 1 7
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 107
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Liocarcinus
navigator 3 2 5
Liocarcinus
pusillus 1 1
Loripes lucinalis 1 1 1 2 20 38 63
Lucinella
divaricata 2 2
Lucinoma
borealis 2 1 3 38 1 45
Lumbrineridae 1 1
Lumbrineridae 4 3 1 1 2 6 1 18
Lutraria sp. 11 1 1 1 15 29
Lygdamis murata 1 1 1 3
Macomopsis
pellucida 1 1 2
Magelona alleni 2 1 3
Magelona sp. 4 3 1 5 1 7 21
Maldanidae 12 25 23 6 4 3 120 4 7 204
Medicorophium
runcicorne 119 66 185
Mediomastus sp. 20 1 15 4 17 85 1 24 12 2 181
Megaluropus
agilis 1 1 1 3
Melinna palmata 1 18 1 2 1 22 71 116
Melita palmata 4 4
Mesalia mesal 4 1 5 49 3 2 64
Microdeutopus
armatus 1 1
Microdeutopus
sp. 6 2 2 10
Microdeutopus
versiculatus 2 7 7 16
Microphthalmus
pseudoaberrans 3 3
Monocorophium
acherusicum 11 2 1 1 2 17
Monoculodes
carinatus 1 2 1 1 5 1 1 1 13
Monodonta sp. 2 2
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 108
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Montacutidae
indeterminado 1 1
Mysia undata 2 2
Nannastacus
longirostris 2 2
Nassarius
incrassatus 1 1
Nassarius
pygmaeus 2 1 3 1 7
Nassarius
reticulatus 2 1 6 3 12
Nassarius sp. 1 2 1 4
Nebalia sp. 2 2
Nemertea 6 2 1 5 2 20 2 22 4 13 1 6 25 12 1 122
Nephtys assimilis 3 3
Nephtys cirrosa 8 7 10 1 3 3 13 6 13 3 32 20 2 4 125
Nephtys sp. 1 1
Nereididae 1 1
Nereididae 1 1
Notomastus sp. 1 5 7 19 10 3 5 50
Nucula sp. 1 1 2
Nudibranchia
indeterminado 4 1 3 8
Ocenebra
erinaceus 1 1
Ocinebrina cf
aciculata 1 1
Odostomia sp. 1 1
Oenonidae 4 5 9
Oestergrenia
digitata 1 1
Oestergrenia
thomsonii 2 2
Onuphidae
indeterminado 1 1
Ophelia neglecta 1 3 4
Ophelia sp. 4 4
Opheliidae 1 5 2 6 1 2 17
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 109
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Ophiura albida 1 2 3
Ophiura grubei 2 2
Orbiniidae 1 3 6 6 2 1 19
Orchomene nana 1 1
Ostracoda
indeterminado 1 12 3 1 3 20
Ostracoda spA 9 1 107 1 3 2 1 124
Ostracoda spB 2 142 11 2 2 15 5 2 181
Ostrea sp. 1 1
Owenia
fusiformis 2 3 2 6 1 4 1 1 7 4 2 7 40
Paguristes
eremita 2 2
Paradoneis
armata 5 5
Paradoneis lyra 1 1 3 3 4 2 44 1 2 30 91
Paraehlersia
ferrugina 2 2
Paragnathia
formica 1 1
Paraphoxus
oculatus 1 1
Parapionosyllis
elegans 1 4 1 5 1 22 19 9 62
Parapionosyllis
labronica 2 1 3
Parasinelobus
chevreuxi 3 3
Parvicardium
exiguum 4 4
Peringia ulvae 21 1 1 1 24
Perioculodes
longimanus 2 1 4 3 2 20 1 1 1 1 1 37
Pharus legumen 3 3
Phaxas pellucidus 2 1 3
Philine aperta 1 1
Phoronida 6 6 5 5 37 3 10 2 1 14 4 93
Photis
longicaudata 18 3 21
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 110
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Photis longipes 5 247 1 126 87 1 1 1 469
Photis reinhardi 10 11 17 38
Phyllodoce
lineata 1 1
Phyllodoce sp. 1 1 2
Phyllodocidae 1 2 1 1 1 17 1 4 1 29
Pilargis verrucosa 1 1
Pilumnus
hirtellus 4 4
Pionosyllis
lameligera 1 1 2 1 5
Pisidia
longicornis 2 2
Pisidia sp. 1 1
Pisione spp. 3 38 18 59
Pista
mediterranea 5 2 7
Pitar rudis 1 2 3
Podarkeopsis
helgolandicus 1 4 5
Podocerus
variegatus 1 1 2
Poecilochaetus
serpens 4 9 2 1 16
Polititapes
aureus 3 6 2 5 7 2 7 32
Polycirrus spp. 23 1 26 1 1 2 54
Polydora spp. 1 1 1 6 1 9 7 26
Polygordius
appendiculatus 1 2 8 1 12
Polynoidae 1 2 1 4
Polyplacophora
indeterminado 3 3
Pontocrates
arenarius 2 5 7
Prionospio spp. 9 10 1 8 4 2 9 2 9 8 1 63
Processa modica
modica 6 4 10
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 111
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Processa nouveli
nouveli 1 1 2
Prosphaerosyllis
xarifae 1 8 9
Pseudomystides
limbata 1 3 4
Pseudopolydora
spp. 1 1 6 2 10
Pycnogonida
indeterminado 1 1
Rissoa sp. 1 2 1 2 6
Rissoa spA 1 1
Ruditapes
decussatus 1 1
Sabellidae 1 379 1 23 1 103 1 1 1 60 571
Saccocirrus
papillocercus 9 1 141 1 38 34 224
Scacchia zorni 1 1
Scolelepis sp. 1 4 8 13
Scoloplos
(Leodamas) sp. 3 2 1 1 5 2 14
Scoloplos
(Scoloplos)
armiger
1 4 2 1 1 9
Sigalion sp. 1 1
Sigambra
tentaculata 3 2 3 1 3 12
Siphonoecetes
(Centraloecetes)
dellavallei
39 6 18 2 122 125 1 5 15 25 53 411
Sipuncula
indeterminado 1 1
Solen marginatus 2 2
Sphaerosyllis cf
glandulata 1 1
Sphaerosyllis
pirifera 1 1
Spio sp. 1 2 2 1 6
Spiochaetopterus
sp. 1 2 3
Spionidae 3 11 4 1 4 19 25 4 9 80
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 112
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Spiophanes
bombyx 1 1 1 1 6 10
Spiophanes
kroyeri 2 1 3
Spisula solida 4 4 10 9 1 28
Spisula
subtruncata 10 1 7 1 3 22
Sthenelais boa 1 1
Streptosyllis
websteri 2 2
Syllidae
indeterminado 1 3 3 7
Syllidia armata 1 1
Syllis garciai 1 1 21 23
Synchelidium
maculatum 1 1 1 3 1 7
Tanais dulongii 1 1 2
Tanaopsis
graciloides 11 7 13 3 20 3 1 58
Tellimya
ferruginosa 1 1
Tellina pulchella 1 1
Tellina sp. 1 4 1 1 2 2 11
Terebellidae
indeterminado 2 1 6 3 4 16
Tharyx
killariensis 3 2 1 6
Thracia
phaseolina 1 6 9 1 11 28
Tubificidae 1 2 7 5 227 1 1 1 2 247
Tubificoides
benedii 2 1 1 78 1 83
Turbellaria 1 1
Turbonilla sp. 1 2 3
Turritella
communis 1 1
Turritella sp.A 1 1
Upogebia
deltaura 1 1
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 113
Mod.039.09
Espécie
Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)
Total
geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo
PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09
Upogebia tipica 11 2 13
Urothoe cf
intermedia 3 3
Urothoe
hesperiae 1 8 9
Urothoe
pulchella 8 3 93 16 9 4 133
Total Geral 1116 1921 144 829 903 1007 209 219 537 1119 301 232 491 767 802 173 141 578 11489
Comunidade Piscícola
Quadro 22 - Valores de densidade (ind/100 m2) média (± desvio padrão) para cada uma das espécies capturadas nos locais de amostragem da área de intervenção 1 (Bloco B – Faro/Olhão) na Fase 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem - saída
1), na Fase 2 (1ª Campanha da Fase de Dragagem – saída 2 e 2ª Campanha da Fase de Dragagem – saída 3) ) e na Fase 3 (Campanha da Fase de Pós-Dragagem - saída 4).
Família Espécie
Fase 1 (Pré-Dragagem)
Fase 2 (Fase de Dragagem)
Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)
Saída 1 Saída 2
(1ª Campanha) Saída 3
(2ª Campanha) Saída 4
Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Anguillidae Anguilla anguilla 0,07 (±0,14)
0,04 (±0,08)
0,26 (±0,44)
Atherinidae Atherina presbyter 1,88 (±1,69) 1,33 (±0,40) 0,08 (±0,11) 0,7 (±0,74)
11,38 (±11,11)
0,11 (±0,18)
0,37 (±0,33) 3,62 (±3,6) 0,04 (±0,06) 0,84 (±1,02)
Batrachoididae Halobatrachus
didactylus 1,44
(±1,84) 0,86 (±0,77) 5 (±5,34)
1,46 (±0,70) 1,17 (±1,43) 0,05
(±0,08) 5,83
(±4,16) 0,14
(±0,13) 0,07 (±0,11) 0,89 (±1,28) 0,11 (±0,19) 2,38 (±2,42)
Blenniidae Parablennius pilicornis 0,16 (±0,23)
Bothidae Arnoglossus laterna
0,23 (±0,21)
0,28 (±0,40) 0,34 (±0,17) 0,17 (±0,24)
0,08 (±0,07)
0,08 (±0,13)
Arnoglossus thori
0,97 (±0,83)
0,37 (±0,1) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,08) 0,08 (±0,11) 0,03 (±0,06)
Callionymidae Callionymus reticulatus
0,11 (±0,20)
Clupeidae Sardina pilchardus 0,07 (±0,14)
Congridae Conger conger 0,08 (±0,12)
Gobiesocidae
Diplecogaster bimaculata
0,4 (±0,43)
0,11 (±0,19)
Opeatogenys gracilis 0,1 (±0,18)
Gobiidae
Deltentosteus quadrimaculatus
0,05 (±0,09)
0,45 (±0,19)
0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)
Gobius cruentatus 0,04 (±0,08)
Gobius gasteveni 0,16
(±0,14)
4,22 (±3,85) 0,67 (±0,95) 0,91
(±0,73) 1,41 (±1,58) 0,22 (±0,38) 0,35 (±0,1)
Gobius niger 2,44
(±1,43) 0,99 (±1,39) 5,55 (±4,80)
0,8 (±1,10) 0,08 (±0,11) 10,12
(±9,69) 4,16
(±3,44) 0,37 (±0,53) 0,99 (±1,22) 2,87 (±1,54) 1,07 (±1,12) 6,71 (±9,8)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 114
Mod.039.09
Família Espécie
Fase 1 (Pré-Dragagem)
Fase 2 (Fase de Dragagem)
Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)
Saída 1 Saída 2
(1ª Campanha) Saída 3
(2ª Campanha) Saída 4
Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Gobius paganellus 0,07 (±0,15)
1,48 (±1,87)
0,05 (±0,09) 0,05 (±0,09)
Gobius sp. 0,1 (±0,17)
Gobius xanthocephalus
0,03 (±0,06)
Pomatoschistus microps
0,7 (±0,35) 0,48 (±0,61) 4,1 (±6,26) 0,11 (±0,10) 0,82 (±0,73)
0,05 (±0,08)
1,01 (±1,92)
0,3 (±0) 0,67 (±0,3) 0,87 (±1,29) 0,17 (±0,05) 0,15 (±0,22) 0,23 (±0,23) 1,13 (±0,9)
Pomatoschistus minutus
0,45 (±0,63)
Pomatoschistus pictus
0,25 (±0,44)
Labridae
Symphodus bailloni 0,05 (±0,09) 0,08 (±0,12)
0,39 (±0,78)
0,04 (±0,07)
0,11 (±0,19)
Symphodus cinereus 0,3 (±0,51) 0,22 (±0,44) 0,08 (±0,12)
1,51 (±2,53)
0,04 (±0,08) 0,2 (±0,25) 0,31 (±0,63)
Mullidae Mullus surmuletus 0,08 (±0,11)
0,22 (±0,27)
0,05 (±0,09)
Rajidae Raja undulata 0,72
(±0,59) 0,16 (±0,23)
0,11 (±0,19) 0,08 (±0,11) 0,04
(±0,07) 0,08 (±0,11) 0,04 (±0,06) 0,05 (±0,09)
Scorpaenidae Scorpaena notata
0,07 (±0,12)
0,85 (±1,20) 0,06 (±0,10) 0,17 (±0,24)
0,05 (±0,08)
0,15 (±0)
Scorpaena porcus 0,49
(±0,85)
0,34 (±0,59) 0,25 (±0,36) 0,09
(±0,16) 0,41
(±0,36) 1,12 (±1,16) 0,1 (±0,08) 0,58 (±0,65) 0,38 (±0,34) 0,09 (±0,18)
Serranidae
Serranus cabrilla 0,2 (±0,34) 0,07 (±0,11) 0,11 (±0,19)
Serranus hepatus 0,86
(±1,31)
1,87 (±1,78) 1,51 (±2,13) 0,04
(±0,08) 0,21
(±0,37) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,16 (±0,28) 0,15 (±0,01)
Soleidae
Buglossidium luteum 1,63
(±0,62)
0,62 (±0,64) 0,07
(±0,14) 0,76
(±0,66) (±) 0,04 (±0,08) 0,54 (±0,94) 0,03 (±0,06)
Microchirus azevia 1,26
(±0,64) 1,01 (±0,97) 0,22 (±0,28)
1,59 (±1,31) 0,08 (±0,12) 0,53
(±0,36) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,27) 0,15 (±0,01) 0,36 (±0,42)
Microchirus boscanion 0,05 (±0,09)
Monochirus hispidus 2,17
(±2,59) 1,85 (±2,16) 0,64 (±1,10)
0,62 (±0,64) 0,25 (±0,36) 0,05
(±0,08) 0,11
(±0,22) 0,18
(±0,07) 0,89 (±1,26) 0,13 (±0,23) 0,75 (±1,3) 0,15 (±0,22) 0,09 (±0,18)
Pegusa lascaris 0,18 (±0,31)
0,33 (±0,45)
0,21 (±0,19) 0,11 (±0,11)
Solea senegalensis 0,05 (±0,09) 0,04 (±0,08)
Synaptura lusitanica 0,05 (±0,09) 0,45 (±0,63) 0,04 (±0,07) 0,04 (±0,06)
Sparidae
Boops boops 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)
Dentex marrocanus 0,11 (±0,20)
Dentex sp.
0,04 (±0,07)
Diplodus annularis 0,11 (±0,10)
13,07 (±20,56)
0,04 (±0,07) 0,72 (±0,79) 0,54 (±1,09)
Diplodus bellottii
0,05 (±0,08)
0,54 (±0,81)
0,07 (±0,11) 0,05 (±0,09) 0,55 (±0,67)
Diplodus puntazzo 0,03 (±0,06)
Diplodus sargus 0,5 (±0,63) 0,05 (±0,09) 0,17 (±0,24)
0,18 (±0,36)
0,07 (±0,1) 0,15 (±0,17) 0,89 (±1,55)
Diplodus sp. 1,69 (±3,37)
Diplodus vulgaris 0,16 (±0,23) 2,75 (±1,89) 0,17 (±0,17)
0,23 (±0,21)
0,11 (±0,14)
0,19 (±0,17)
0,05 (±0,09) 0,09 (±0,17)
Pagellus sp.
0,07 (±0,14)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 115
Mod.039.09
Família Espécie
Fase 1 (Pré-Dragagem)
Fase 2 (Fase de Dragagem)
Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)
Saída 1 Saída 2
(1ª Campanha) Saída 3
(2ª Campanha) Saída 4
Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação
PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04
Sparidae n. id. 0,04 (±0,07)
Sparus aurata 0,08 (±0,12) 0,04 (±0,06)
Spondyliosoma cantharus
0,17 (±0,15)
0,36 (±0,55) 0,11 (±0,10) 0,5 (±0,71)
0,09 (±0,16) 0,4 (±0,46)
0,04 (±0,07) 0,1 (±0,18)
Syngnathidae
Hippocampus guttulatus
2,79 (±3,79)
1,36 (±1,18)
0,47 (±0,71)
0,38 (±0,65)
Hippocampus hippocampus
0,07 (±0,15) 0,4 (±0,43)
0,08 (±0,14)
0,37 (±0,52) 0,13 (±0,15)
Nerophis lumbriciformis
0,03 (±0,06)
Nerophis ophidion 0,11 (±0,23)
Syngnathus abaster 0,15 (±0,17)
2,22 (±4,07)
0,05 (±0,09) 0,57 (±1,14)
Syngnathus acus 0,1 (±0,17) 0,15 (±0,30)
0,73 (±1,18)
0,15 (±0,16) 0,03 (±0,06)
Syngnathus typhle 0,07 (±0,15) 0,9 (±1,8) 0,04 (±0,08) 0,49 (±0,97)
Torpedinidae Torpedo torpedo
0,04 (±0,07)
Triglidae
Chelidonichthys lucerna 0,06 (±0,10)
0,03 (±0,06)
Eutrigla gurnardus 0,04 (±0,08)
Trigloporus lastoviza 0,11 (±0,19)
Comunidade de Fanerogâmicas
Quadro 23 – Área da pradaria, riqueza específica, composição específica, densidade média, cobertura e altura média da canópia por local de amostragem (* estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se encontrar fragmentada; **
percentagem de cobertura foi calculada apenas para a espécie Z. noltii, uma vez que as restantes apresentam uma elevada altura de canópia impossibilitando estimar a % de cobertura de forma assertiva).
Fase Campanha Área Local de
amostragem Área da pradaria
(m2) Riqueza
específica Espécies
Densidade média
Cobertura média (%)
Altura média da canópia (cm)
Pré-Dragagem Saída 1
Área de afetação
PFFO01 3600 1 Z. noltii 32,0 (±22,69) 60 5,0 (±2,72)
PFFO02 140 1 C. nodosa 17,0 (±5,57) - 15,6 (±4,43)
PFFO03 2400 1 C. nodosa 19,9 (±6,15) - 26,8 (±10,39)
PFFO04 0 0 - - - -
Controlo PFFO05 0 0 - - - -
Dragagem
Saída 2 (1ª saída da Fase Dragagem)
Área de afetação
PFFO01 Aprox. 3600* 1 Z. noltii 46,9 (±42,31) 6,9 (±6,60) 2,4 (±1,6)
PFFO02 0 0 - - - -
PFFO03 2400 1 C. nodosa 18,0 (±7,35) ** 42,2 (±12,61)
PFFO04 0 0 - - - -
Controlo PFFO05 0 0 - - - -
Saída 3 (2ª saída da Fase Dragagem)
Área de afetação
PFFO01 12053* 1 Z. noltii 195,4 (±105,44) 54,7 (±28,23) 3,2 (±3,34)
PFFO02 0 0 - 0,0 (±0) 0 (±0,00) 0,0 (±0)
PFFO03 5255 1 C. nodosa 12,4 (±1,16) 92,5 (±14,06) 48,3 (±12,63)
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 116
Mod.039.09
Fase Campanha Área Local de
amostragem Área da pradaria
(m2) Riqueza
específica Espécies
Densidade média
Cobertura média (%)
Altura média da canópia (cm)
PFFO04 0 0 - - - -
Controlo PFFO05 0 0 - - - -
Pós-Dragagem Saída 4
Área de afetação
PFFO01 14855* 1 Z. noltii 155,6 (±141,45) 11,8 (±17,31) 3,7 (±0,53)
PFFO02 0 0 - 0,0 (±0) 0 (±0,00) 0,0 (±0)
PFFO03 5230 1 C. nodosa 11,5 (±3,99) 45 (±28,28) 27,8 (±7,15)
PFFO04 0 0 - - - -
Controlo PFFO05 0 0 - - - -
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 117
Mod.039.09
População de Cavalo-marinho
Quadro 24 – Área da pradaria, abundância e densidade média de cavalo-marinho por local de amostragem (* estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se encontrar fragmentada).
Fase Campanha Área Local de amostragem Área da pradaria
Abundância total (nº indivíduos)
Densidade (indivíduos/m2)
Tamanho médio (cm)
Hip
po
cam
pu
s
gu
ttu
latu
s
Hip
po
cam
pu
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hip
po
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Hip
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Hip
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Hip
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po
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Saída 1
Área de afetação
PCMFO01 Sem pradaria 11 1 0,12 0,01 14,18 10
PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO03/PFFO01 3600 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0
Pré-Dragagem PCMFO04/PFFO03 2400 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0
PCMFO05/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO06 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Dragagem
Saída 2 (1ª saída da Fase Dragagem)
Área de afetação
PCMFO01 Sem pradaria 1 0 0,01 0 15 0
PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO03 3600 (Z. noltii) * 0 0 0 0 0 0
PCMFO04/PFFO01 2400 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0
PCMFO05/PFFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Saída 3 (2ª saída da Fase Dragagem)
Área de afetação
PCMFO01 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO04/PFFO01 12053 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0
PCMFO05/PFFO03 5255 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0
PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Pós-Dragagem Saída 4
Área de afetação
PCMFO01 Sem pradaria 15 0 0,17 0 15,13 0
PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
PCMFO04/PFFO01 14855 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0
PCMFO05/PFFO03 5230 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0
PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 118
Mod.039.09
Comunidade de Aves Aquáticas
Quadro 25 – Espécies de aves aquáticas detetadas e abundância média relativa de cada uma na área ao longo da monitorização.
Espécie Nome Comum
Abundância relativa
Pré-Dragagem
Dragagem Pós-
Dragagem
abr-15 jul-15
set/nov 15
abr-16
Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0 0 0,4 0,2
Anas platyrhynchos Pato-real 0 0 0 1,2
Ardea cinerea Garça-real 0,2 0,2 1 0
Arenaria interpres Rola-do-mar 7 10 5 9,2
Calidris alba Pilrito-das-praias 13,4 6,2 9,8 13,8
Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 31,6 14,8 28 17,6
Calidris canutus Seixoeira 0,6 10,6 0 11
Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0,4 0,8 0 0,6
Calidris minuta Pilrito-pequeno 0,6 1,6 0,8 0,4
Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 8,4 7,8 15,6 12,4
Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 2,8 7,4 14,6 1,2
Ciconia ciconia Cegonha-branca 0,6 0,2 0 0,2
Egretta garzetta Garça-branca 2,2 3,4 2 4
Haematopus ostralegus Ostraceiro 0,2 12,6 9,8 1,2
Himantopus himantopus Pernilongo 0 0,8 0 0
Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 1,4 2,2 3,8 10,6
Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 0 4 8,2 3,2
Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 0 6,4 1,4 0,4
Larus ridibundus Guincho 0 0,8 0,2 0
Larus sp. Larus sp. 0 53,4 302 0
Limicolas medias Limicolas medias 0 0,6 0 0
Limicolas pequenas Limicolas pequenas 7,6 8 7,2 0
Limosa lapponica Fuselo 4,4 6,8 15,6 0,2
Limosa limosa Milherango 0 2,4 0 0
Numenius arquata Maçarico-real 2,6 0,8 0,8 1,2
Numenius phaeopus Maçarico-galego 5,6 5 5,8 4,6
Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0 0 0,2 0,4
Phoenicopterus roseus Flamingo 0 0 0 23,4
Platalea leucorodia Colhereiro 0,8 1,2 2,6 2,8
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 22,6 12,2 11 18,8
Sterna albifrons Chilreta 70,4 1,8 0 0
Sterna sandvicensis Garajau 0,4 1,2 1,6 1
Tadorna tadorna Tadorna 0,4 0 0 0,2
Tringa nebularia Perna-verde 1 1,2 1,6 0,8
Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 119
Mod.039.09
Espécie Nome Comum
Abundância relativa
Pré-Dragagem
Dragagem Pós-
Dragagem
abr-15 jul-15
set/nov 15
abr-16
Tringa totanus Perna-vermelha 0,2 13,8 10 2
Calidris sp Calidris sp 0 0 0 0,8
limícola pequena limícola pequena 0 0 3 0