UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO IMPACTOS SOCIAIS DO PORTO DE SUAPE: O CASO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL NA PRAIA DE GAIBU-PE Marcylio de Alencar Araújo Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Aléssio Tony Cavalcanti De Almeida Professor do Departamento de Economia - UFPB RESUMO O Complexo Industrial Portuário de Suape tem experimentado um grande crescimento na recente década de 2010. Para se ter uma idéia, até 2006, durante os seus 28 anos de funcionamento foram aportados cerca de US$ 2 bilhões de dólares pela iniciativa privada em 81 empresas. Somente de 2007 até outubro de 2011, mais de quase US$ 22 bilhões em novos investimentos já foram confirmados. Trata-se do Complexo Industrial Portuário que mais cresce no país na atualidade. Entretanto, o crescimento de SUAPE impactou na vida das pessoas das cidades em seu entorno, em especial, da Praia de Gaibu/PE, do município de Cabo de Santo Agostinho. Observa-se externalidades negativas nesta localidade, como: o aumento da violência e do consumo de droga e o crescimento do índice de exploração sexual de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é evidenciar como o crescimento de SUAPE impactou na vida dos moradores da cidade do Cabo de Santo Agostinho, especificamente na Praia de Gaibu/PE, no que se refere à exploração sexual de crianças e adolescentes. Para tanto a base de dados da presente pesquisa foi colhida a partir da aplicação de questionários a pessoas envolvidas com a exploração sexual na Praia de Gaibu. Desse modo, a partir da análise realizada, percebemos que a maneira mais eficiente de atenuar este problema da exploração sexual em tal localidade seria a soma dos esforços conjunto da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho, do Complexo de SUAPE, das empresas instaladas e da sociedade, além dos órgãos que compõe o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes. Palavras-chave: Exploração Sexual, Complexo de SUAPE, Praia de Gaibu-PE.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
IMPACTOS SOCIAIS DO PORTO DE SUAPE: O CASO DA
EXPLORAÇÃO SEXUAL NA PRAIA DE GAIBU-PE
Marcylio de Alencar Araújo
Pós-graduado lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB
Aléssio Tony Cavalcanti De Almeida Professor do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO
O Complexo Industrial Portuário de Suape tem experimentado um grande crescimento na
recente década de 2010. Para se ter uma idéia, até 2006, durante os seus 28 anos de
funcionamento foram aportados cerca de US$ 2 bilhões de dólares pela iniciativa privada em
81 empresas. Somente de 2007 até outubro de 2011, mais de quase US$ 22 bilhões em novos
investimentos já foram confirmados. Trata-se do Complexo Industrial Portuário que mais
cresce no país na atualidade. Entretanto, o crescimento de SUAPE impactou na vida das
pessoas das cidades em seu entorno, em especial, da Praia de Gaibu/PE, do município de
Cabo de Santo Agostinho. Observa-se externalidades negativas nesta localidade, como: o
aumento da violência e do consumo de droga e o crescimento do índice de exploração sexual
de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é evidenciar como o
crescimento de SUAPE impactou na vida dos moradores da cidade do Cabo de Santo
Agostinho, especificamente na Praia de Gaibu/PE, no que se refere à exploração sexual de
crianças e adolescentes. Para tanto a base de dados da presente pesquisa foi colhida a partir da
aplicação de questionários a pessoas envolvidas com a exploração sexual na Praia de Gaibu.
Desse modo, a partir da análise realizada, percebemos que a maneira mais eficiente de atenuar
este problema da exploração sexual em tal localidade seria a soma dos esforços conjunto da
Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho, do Complexo de SUAPE, das empresas
instaladas e da sociedade, além dos órgãos que compõe o Sistema de Garantia de Direitos de
Crianças e Adolescentes.
Palavras-chave: Exploração Sexual, Complexo de SUAPE, Praia de Gaibu-PE.
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1 - INTRODUÇÃO
O Estado de Pernambuco tem passado por profundas e significativas mudanças,
notadamente no seu crescimento econômico, aonde a influência dos investimentos no Porto
de SUAPE vem desempenhando um papel preponderante no aumento do PIB de
Pernambuco, como fator impulsionador para o desenvolvimento do Estado, levando-o ao
aparecimento no cenário, não só nacional, mais mundial, em virtude dos investimentos
realizados em sua infraestrutura, por parte dos governos Federal e Estadual por sua
localização privilegiada.
O interesse pelo tema ora pesquisado surgiu em virtude da constatação da importância
que o Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros – SUAPE tem para o
crescimento do Estado de Pernambuco no atual contexto, com mais de 100 empresas
instaladas e outras 40 em fase de instalações, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima e a
Petroquímica, como também o Estaleiro Atlântico Sul, onde o Porto de SUAPE e seu entorno
se transformaram em uma região com grandes potencias de geração de empregos e
desenvolvimento.
Não obstante, este trabalho pretende chamar a atenção para outra faceta da questão, as
externalidades negativas desse complexo portuário, especificamente, sobre a cidade de Cabo
de Santo Agostinho/PE. Tendo como finalidade analisar o impacto socioeconômico do
desenvolvimento causado pelos investimentos públicos e privados realizados no Complexo
Industrial Portuário de SUAPE, em especial, na sua infraestrutura, que vem desenvolvendo o
Estado de Pernambuco como um todo, sendo considerado um dos fatores motivadores da
elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco.
Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo geral analisar a exploração sexual de
crianças e adolescentes na Praia de Gaibu na cidade de Cabo de Santo Agostinho/PE, tendo
em vista uma avaliação das ações da gestão municipal de tal localidade para atenuar os
impactos negativos gerados por SUAPE.
2 - O PAPEL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
O objetivo de expor esta seção é evidenciar como o Estado pode intervir na sociedade
e na economia no sentido de atenuar via políticas públicas problemas tais como: desigualdade
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de renda, degradação do meio ambiente, déficit habitacional, violência, entre outros. Para
tanto, as subseções a seguir tratarão da definição básica das políticas publicas, das políticas
públicas brasileiras, da formulação e gestão de políticas públicas, da importância do conceito
de políticas para análise das políticas e a gestão pública e suas principais ações.
As políticas públicas é fator importantíssimo para o equilíbrio da vida das pessoas em
sociedade. De acordo com Rua (2009), “sociedade é um conjunto de indivíduos, dotados de
interesses e recursos de poder diferenciados, que integram continuamente a fim de satisfazer
às suas necessidades”.
Nesta linha de raciocínio, afirma Rua (2009) que a principal característica da
sociedade é a diferenciação social, pois seus membros além de possuírem atributos
diferenciados também têm idéias, valores, interesses e aspirações diferentes. Ainda segundo o
autor, a diferenciação faz com que a vida em sociedade seja complexa e potencialmente
envolva, ao mesmo tempo, múltiplas possibilidades de cooperação, competição e conflitos.
A formação das políticas públicas, em geral, dá-se a partir de uma demanda da
sociedade, em virtude do desequilíbrio da vida em sociedade.
2.1 Definindo Políticas Públicas
O conceito de Políticas Públicas é discutido em todas as áreas do conhecimento, no
entanto é no âmbito da Ciência Política que este ganha um grande destaque nas discussões
teóricas como mostra Souza (2006) em seu estudo.
[...] mostra uma visão geral de como a política publica é vista pela
academia; primeira como um equilíbrio no orçamento entre receita e
despesa, segundo como uma nova visão do estado onde deixa de ser
uma política kenynesiana, para ser uma política restrita aos gastos, e
terceira é a relação que existe entre os países desenvolvidos e os que
iniciaram a sua caminhada democrática recentemente, de um modo
particular os países da América Latina que ainda não conseguem
administrar bem os seus recursos públicos e equacionar os bens em
beneficio de sua população, de modo incluir os excluídos. (SOUZA,
2006, p.45).
Souza (2006), em seu trabalho, diz que as Políticas Públicas na sua essência estão
ligadas fortemente ao Estado este que determina como os recursos são usados para o beneficio
de seus cidadãos, onde faz uma síntese dos principais teóricos que trabalham o tema das
Políticas Públicas relacionadas às instituições que dão a última ordem, de como o dinheiro
sob forma de impostos deve ser acumulado e de como este deve ser investido, e no final fazer
prestação de conta pública do dinheiro gasto em favor da sociedade.
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Já Verza (2000), faz uma discussão diferente sobre Políticas Públicas, pois os rumos
que a sociedade pós-morderna está tomando é inevitável. A globalização é um fenômeno que
está predominado em todo mundo é um caminho que não tem volta, no entanto, a forma que
se manifesta é excludente e gera vários tipos de violência e hoje o maior desafio da
globalização é criar uma política de solidariedade humana geral.
Nesta perspectiva a implantação de políticas públicas, que visam reequilibrar a vida
das pessoas em sociedade, onde além atender uma demanda da sociedade que clama pela
intervenção estatal, seja também de criar oportunidades para a inclusão social, formando uma
rede que integra sociedade e Governo.
2.2 Políticas Públicas no Brasil
Desde sua formação o povo brasileiro sempre foi desigual, e na construção da cultura
brasileira não se instituiu o hábito cívico, de participar politicamente das decisões do seu
governo. No período do Brasil colônia a Coroa portuguesa estava preocupada em levar
riqueza para a Metrópole, e não estava preocupada em implementar políticas em beneficio ao
social, por isso que nesse período quem cuidava do social era a Igreja Católica.
Nos momentos de ausência das políticas públicas com fins sociais,
algumas instituições preencheram, ainda que de forma débil, o vazio
deixado pelo Estado. No Brasil foi o caso do catolicismo, que dos
tempos coloniais até a atualidade ofereceu forma de educação, idéias
e valores manifestos nos rituais de solidariedade em várias
comunidades no país (...). Muitos desses rituais de solidariedade
foram reelaborados pelas religiões afro-brasileiras como forma de
resistência cultural dos trabalhadores e também produziram laços de
partilha. Da Colônia à República, as ações institucionais da Igreja
católica apareceram no cuidado com os órfãos, viúvas, ou na atenção
medica das Santas Casas, das coletas e da distribuição de esmolas.
(MEKSENAS, 2002, p.108-109).
Sabemos que nos estados liberais a sociedade conseguiu se formar fora do Estado e
moldá-lo, no Brasil como a república entrou no país através da aristocracia rural (elite
extremamente conservadora e ligada à monarquia portuguesa) isto acabou por restringir o
desenvolvimento da sociedade civil. Portanto diferentemente da Europa onde o processo de
acumulação saiu do artesanal urbano para o industrial, o processo nacional se deu do agrário
para o industrial.
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2.3 Formulação e Gestão de Políticas Públicas
A partir da década de 80, o mundo globalizado, cuja economia apontava já para a
crise do endividamento internacional, o Brasil enfrentava às questões relativas ao
assentamento da democracia e estabilidade da moeda, bem como, o levante das demandas da
sociedade civil.
De acordo com Bresser (2006), o que chamou a atenção das políticas e formadores de
políticas públicas no mundo inteiro foram à reorganização estrutural, o ajuste fiscal e as
reformas vindas do mercado.
As reformas sucessivas ocorridas na história da evolução do Estado brasileiro buscam
uma compatibilidade com o capitalismo internacional. No entanto, a formulação de Políticas
Públicas no Brasil, passa por transformações de foco, em virtude das propostas estruturais e
básicas ocorridas principalmente nas décadas de 80 e 90. Estas transformações são dadas
principalmente, pela participação mais efetiva e exigente dos cidadãos que se tornaram mais
consciente do papel e funções da administração e gestão pública, cujas ações coletivas têm
exigido do setor empenho para formulações de novas Políticas Públicas que respondam aos
anseios da sociedade.
O objetivo é construir um Estado que responda à necessidade de
seus cidadãos, um Estado democrático, no qual seja possível aos
políticos fiscalizar o desempenho dos burocratas e estes sejam
obrigados por lei a lhes prestar contas [...]. (BRESSER PEREIRA,
2006, p.36).
2.4 A Importância do Conceito de Políticas para Análise das Políticas
O conceito de política , mais do que decisões ou ações específicas, o termo política é
usado para referir-se a um processo de tomada de decisões, mas, também, ao produto desse
processo.
Conforme Ham e Hill (2002) analisam as “implicações do fato de que a política
envolve antes um curso de ação ou uma teia de decisões que uma decisão”, destacando
aspectos como: há uma rede de decisões de considerável complexidade; há uma série de
decisões que, tomadas em seu conjunto, encerram mais ou menos o que é a política; políticas
mudam com o passar do tempo e, em conseqüência, o término de uma política é uma tarefa
difícil; o estudo de políticas deve deter-se, também, no exame de não-decisões”.
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Fazer Análise de Política é descobrir o que os governos fazem, porque fazem e que
diferença isto faz segundo Ham e Hill (2002), Análise de Política é a descrição e explicação
das causas e conseqüências da ação do governo. Numa primeira leitura, essa definição parece
descrever o objeto da ciência política, tanto quanto o da Análise de Política.
2.5 A gestão pública e suas principais ações em Pernambuco
Transportando esta consideração para o objetivo de estudo deste artigo – as
externalidades sociais do Porto de Suape/PE –, é possível constatar que as políticas públicas,
no sentido de atenuar os impactos sociais, e, em especial, a exploração sexual de crianças e
adolescentes, em virtude do crescimento de Suape é ainda um desafio para o município do
Cabo de Santo Agostinho/PE, sendo necessária a implementação de políticas públicas que
visem além de combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no entorno da Praia
de Gaibu/PE, a inclusão social delas e de seus pais, com políticas claras e bem definidas por
parte da municipalidade, onde contemple uma melhor qualidade de vida para os seus
munícipes, atendendo as necessidades básicas da população, como: habitação, saneamento,
assistência social, saúde e educação, este com a principal e vista como o caminho para
inclusão, e assim, criar condições para que elas, crianças e adolescentes vítimas destas
atrocidades, voltem a sonhar com um futuro. Para tanto, e além de cobrarmos políticas
públicas neste sentido, precisamos assumir o compromisso com a mudança desta história e
reescrevê-la, tendo a consciência de que devemos fazer nossa parte para transformar este País
num lugar mais justo, mais igual, mais humano, mais inclusivo e com oportunidade para
todos, pois sabemos que a mudança começa em cada um de nós.
A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho através da Secretaria Municipal de
Programas Sociais e da Mulher executa sua Política de Assistência Social no município
realizando de forma descentralizada, participativa e integrada às políticas setoriais, visando ao
enfrentamento das desigualdades socioterritoriais, à redução da pobreza e da exclusão social,
objetivando garantir o acesso aos mínimos sociais e a universalização dos direitos sociais.
Muitas são as linhas de atuação da municipalidade, destacando-se entre elas: a promoção e o
fortalecimento da família; direitos da criança e do adolescente; geração de emprego e renda;
qualificação profissional, entre outras. O Centro de Referência Especializado de Assistência
Social – CREAS do município é o órgão, além de outros, responsável por parte desta política,
tendo como objetivo oferecer serviços de proteção às crianças, adolescentes, jovens,
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mulheres, deficientes e idosos em situação de violência, maus-tratos, abusos e exploração
sexual e outras formas de violação de direitos.
3 - PORTO DE SUAPE
Neste contexto, apresenta-se um breve histórico de SUAPE, uma intervenção conjunta
entre os Governos Federal e Estadual que visava alavancar de forma estrutural a economia
pernambucana. Além do mais, para demonstrar a relevância desse complexo na subseção
mostra-se alguns indicadores propiciados por SUAPE.
3.1 Breve histórico
Na década de sessenta teve-se o início estudos referente à implantação para analisar a
implantação de um grande porto destinado à exploração e a instalação de indústrias em seu
entorno. Sua concepção originou-se no moderno conceito de integração porto-indústria já
existente no Porto de Marseille-Fos, na França e de Kashima, no Japão. A escolha da região
de Suape, como porto, foi por suas águas profundas junto à costa, com 17 m com 1,2 Km do
cordão de arrecifes. A partir de 1973 começou a ser elaborado o plano diretor para
implantação do complexo industrial e portuário. No ano seguinte, foi lançada a pedra
fundamental do Porto de Suape, pelo então Governador Eraldo Gueiros Leite.
Em, 07 de novembro de 1978, através da Lei Estadual nº 7.763, criou-se a empresa
SUAPE – Complexo Industrial Portuário, com a finalidade de administrar a implantação do
distrito industrial, o desenvolvimento das obras e a exploração das atividades portuárias. De
1983 a 2005 foi realizados investimentos na construção de Píer de Granéis Líquidos – PGL –
1, construção do molhe, em pedras, para proteção da entrada interna, construção do Cais de
Múltipilos Usos – CMU, conclusão do porto interno, em 1999, com 925 m de cais acessados
por uma abertura na linha de arrecifes, com 300m de largura e 15,5 de profundidade,
construção do PGL – 2 (Píer de Granéis Líquidos 2), duplicação da avenida portuária,
construção do Prédio da Autoridade Portuária, do Centro de Treinamento de Suape,
construção da segunda etapa do porto interno com a dragagem de mais de 1 milhão e 300 mil
m³ de areia, estendendo o canal de navegação em mais 450 m, onde seria construído o cais 4,
com 330 m. No ano de 2001, os cais 2 e 3 do porto interno foram arrendados pela empresa
Tecon Suape; Em 2005, é lançada a pedra fundamental da Refinaria General José Ignácio
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Abreu e Lima. No ano de 2008 Suape completou 30 anos, algumas conquistas puderam ser
comemoradas, entre elas a inauguração de empresa Argentina de aerogeradores Impsa e da
fábrica da Condor, a inauguração da unidade do Corpo de Bombeiros de Suape, o início das
obras de construção do Cais 5 e o início das operações do Estaleiro Atlântico Sul (mesmo
antes do término das obras). Em 2009 várias plantas foram inauguradas, entre elas se
destacam o Moinho de Trigo da Bunge, a Fasal/Usiminas, a Brasalpla, a Urbano
Agroindustrial e a RM Eólica. Já em 2010 foram iniciadas as operações da General Motors
através da importação dos veículos Agile trazidos da Argentina, bem como ocorreram as
inaugurações da fábrica italiana da Campari e do Sest/Senat, bem como da recuperação do
Prédio da Autoridade Portuária (incluindo a inauguração da Sala do Investidor). No corrente
ano de 2011 foram iniciadas as obras do Estaleiro Promar, estando previstas as inaugurações
da Termelétrica Suape 2 e da Jaraguá.
Vários são os projetos estruturadores em fase de implantação. Depois de 30 anos sem
qualquer nova refinaria, a Petrobras está construindo a Refinaria Abreu e Lima em parceria
com a PDVSA. Atualmente mais de 30.000 trabalhadores já estão participando da sua
construção. Com investimentos superiores a US$ 13 bilhões, o empreendimento terá
capacidade de processar 230.000 barris por dia, gerando 1.500 empregos diretos e 4.500
indiretos quando entrar em operação in 2012. Outro grande alavancador da economia
pernambucana é o Estaleiro Atlântico Sul, o maior e mais moderno estaleiro do Hemisfério
Sul. Com investimentos de US$ 1 bilhão em uma área de 156 hectares e geração de 5.000
empregos diretos e 25.000 indiretos, o EAS já possui encomendas de 14 navios Suexmax, 8
navios Aframax, 7 navios sonda e o casco da plataforma de petróleo P-55, além da conversão
de um navio FPSO na plataforma P-62. Além da maior planta de resina PET do mundo da
empresa italiana M&G, que iniciou a sua operação em 2007, três novas plantas petroquímicas
para produção de PTA, POY e PET pertencente à Petroquímica Suape já estão em construção,
totalizando um investimento de mais de US$ 2,3 bilhões, gerando 1.800 empregos diretos e
3.600 indiretos. Atualmente mais de 11.200 pessoas já estão participando da sua construção.
Trinta outras empresas tiveram suas construções iniciadas a partir de 2007, algumas delas já
concluídas, como o moinho de trigo Bunge, este o maior da América do Sul.
Suape também tem se destacado com o seu polo de fabricação de equipamentos para
geração de energia eólica, através da conclusão da fábrica de aerogeradores da empresa
Argentina Impsa e da fábrica de torres eólicas da RM Eólica. Além destas, está sendo iniciada
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a construção das fábricas da Wind & P (torres eólicas), Impsa II (geradores para usinas
hidrelétricas) e Gonvarri (flanges).
Um outro importante empreendimento atraído foi a Companhia Siderúrgica Suape
(CSS), siderúrgica que terá capacidade de produzir 1 milhão de toneladas anuais de aços
planos. Com investimentos de quase US$1bilhão, a empresa será responsável pela geração de
3.200 postos de emprego durante a sua construção. Quando em operação, gerará 800
empregos diretos e 2.800 indiretos.
Muitos outros empreendimentos estão em fase de negociação, investimentos que
ultrapassam US$ 10 bilhões e a geração de quase 9.000 empregos diretos.
Aliado a todo esse crescimento, a preservação ambiental é um dos aspectos mais valorizados
em Suape. Com 45% dos seus 13.500 hectares preservados, o Complexo foi escolhido em
2007 pela ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários – como o segundo melhor
Porto do Brasil em termos de Gestão Ambiental.
3.2 Importância econômica de SUAPE
Os dados referentes à importância de SUAPE, no que concerne aos investimentos, à
geração de postos de trabalho, as empresas instaladas, em instalações e a serem instaladas,
foram obtidos junto a Diretoria de SUAPE Global.
Até o ano de 2006, um total de 81 empresas havia se instalado em Suape, gerando
6.600 postos de trabalho. Os investimentos foram de US$ 2,18 bilhões em atividades de
setores ligados a produtos cerâmicos, alimentos, cimento, contêineres, entre outros. A partir
de 2007 até outubro de 2011, entre os investimentos já concluídos, os que estão em fase de
implantação e os que estão para ser iniciados, o Complexo Industrial de SUAPE atraiu cerca
de US$ 21,4 bilhões de dólares, correspondentes à atração de 72 empresas, estando 17 já
concluídas, 16 em obras e 39 a serem iniciadas. Das 72 empresas – investimentos de 21,4
bilhões – 31.800 empregos diretos.
Entre 2007 e 2010 investimentos da ordem de mais de US$ 17,0 bilhões foram
aplicados no Complexo. Em especial, na implantação dos empreendimentos estruturadores. O
Complexo Industrial Portuário vive sua melhor fase nos últimos anos, consolidando-se como
um pólo relevante de investimentos do Brasil.
O Estado de Pernambuco vem crescendo acima da média nacional, com patamares
bem maiores que o nordeste. Este impulso em seu desenvolvimento é motivado, em grande
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parte, pelos investimentos que o governo Federal e o Estadual estão realizando no Complexo
Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros – SUAPE, em sua infraestrutura, gerando
milhares de novas oportunidades de emprego, tanto para os pernambucanos como para outros
estados, a exemplo da Bahia, Paraíba, Minas Gerais etc.
Segundo Mankiw (2009), “o Produto Interno Bruto (PIB) é o valor de mercado de
todos os bens e serviços finais produzidos em um país, em um dado período de tempo”. O
PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a
atividade econômica de uma região.
Os dados do IBGE abaixo comprovam o crescimento do PIB e o bom momento vivido
em Pernambuco nos últimos anos, onde a partir de 2009 fica evidenciado que Pernambuco
cresceu acima da média nacional, pois enquanto o Brasil obteve índice negativo, o Estado
pernambucano cresceu positivamente.
Quadro 01: crescimento do PIB do Estado de Pernambuco e do Brasil entre 1999 e 2009