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EXPOSICIÓN IMAXE DE CEN ANOS | Do 24 de xaneiro ao 31 de maio de 2020 | Centro Torrente Ballester (Sala Bello Piñeiro) Letras Galegas 2020
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IMAXE DE CEN ANOS · 2020. 1. 27. · 1932-1936 Ferrol e a República 1936-1941 Guerra Civil e cárcere 1941-1950 Volta a Ferrol 1950-1965 Vida e traballo en Lugo 1965-1980 Profesor

Jan 24, 2021

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EX PO SICIÓN

IMAXE DE CEN ANOS

| Do 24 de xaneiro ao 31 de maio de 2020 |Centro Torrente Ballester (Sala Bello Piñeiro) Letras Galegas 2020

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E XP OSI CI ÓNPolo centenario de Carvalho Calero no ano 2010, o Concello de Ferroldeseñou e organizou unha exposición cuxos contidos son novamenteamosados ao público no presente ano 2020, con motivo do Día dasLetras dedicado á figura e obra de Ricardo Carvalho Calero.

CONTIDOS DA EXPOSICIÓN

Biografía

1910-1926Nacemento, infancia e mocidade

1926-1932Universitario en Santiago de Compostela

1932-1936Ferrol e a República

1936-1941Guerra Civil e cárcere

1941-1950Volta a Ferrol

1950-1965Vida e traballo en Lugo

1965-1980Profesor na Universidade de Santiago

1980-1990'Esperar contra toda esperanza'

1990'Benvido á inmortalidade'

Dedicatorias a Carvalho Calero

Obra póstuma, estudos e homenaxes

2010Centenario dende o Concello de Ferrol

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HORARIO

CENTRO TORRENTE BALLESTERConcepción Arenal s/nT: 981 944 187

De martes a sábado, de 11:00 a 14:00 h. e de 17:00 a 21:00 h.Domingos e festivos, de 11:00 a 14:00 h.Visitas libres e abertas ao público en xeral. Visitas grupaisorganizadas, previa inscrición en: [email protected]

| Do 24 de xaneiro ao 31 de maio de 2020 |Centro Torrente Ballester (Sala Bello Piñeiro)

Letras Galegas 2020

IMAXE DE CEN ANOS

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Pretérito imperfeito (1927-1961)por Ricardo Carvalho Calero, 1980.[Ediciós do Castro]

Futuro condicional (1961-1980)por Ricardo Carvalho Calero, 1982.[Ediciós do Castro]

Boletín de FilologíaCentro de Lingüística da Universidadede Lisboa, 1983.

Lingüística e socio-lingüística galaico-portuguesapor Ricardo Carvalho Calero e outros.Temas de O Ensino, 1985.

Teatro completopor Ricardo Carvalho Calero, 1982.[Ediciós do Castro]

Da fala e da excrita por Ricardo Carvalho Calero, 1983.[Galiza editora]

Reticências... (1986 - 1989)por Ricardo Carvalho Calero, 1990.[Sotelo Blanco]

Scórpiopor Ricardo Carvalho Calero, 1987.[Sotelo Blanco]

... "Cando se dispom dumha línguaprópria, nom se comprende o seuabandono polos que desejam mantera identidade do povo que a fala".

A fortuna histórica do galego, 1980. Da fala e da escrita por Ricardo CarvalhoCalero, 1983

Historia da Literatura galegacontemporanea por Ricardo Carvalho Calero[Galaxia]

Gramática Elemental del Gallego Comúnpor Ricardo Carvalho Calero[Galaxia]

Unha voz na Galizapor Ricardo Carvalho Calero, 1992.[Sotelo Blanco]

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neu importantes intervençons de dom Ro-drigo Sanz, dom Jaime Quintanilla, dom Da-niel Dodt, dom Luís Pêrez Carvalha, domJesús Suevos, dom Gonzalo Torrente... Infe-lizmente, as incompatibilidades políticas quehaviam de conduzir-nos à guerra civil, ame-rárom a vida do Ateneu, que hoje vemos re-nacido. Oxalá que as liçons do passadocontribuam a infundir-lhe vida perdurável!

Nom quereria acabar sem dedicar umha ca-rinhosa lembrança a dom Francisco Suárez eGarcia, cuja biografia traçou don Santiago dela Iglésia, sucessor daquel da chefia do repu-blicanismo histórico local. Dom Francisco,que foi alcalde da cidade e Deputado a Cor-tes polo distrito, ainda que nom cultivou o ga-lego, como tampouco o fixo dom Santiago-filho de dom Francisco de la Iglésia, que ocultivou, e é autor da letra da "Alvorada"deVeiga-, deixou-nos duas novelas de génerofolhetinesco que nengum ferrolano deve es-cusar-se de ler, porque nos descrevem o Fe-rrol de princípios do século XIX. A primeira,Grandal, ao estilo de Eugene Sue, canta agesta do operário do mesmo nome, o famosoe hercúleo serantim; a segunda, Los invasores,ten como base argumental o ataque inglés àpraça realizado em 1800.

Em resumo: afora a fulgurante figura de Es-quio, a contribuiçom de Ferrol à cultura ga-lega propriamente dita verifica-se na épocado Resurgimento, e dista de ser irrelevante,ainda que polas especiais características daestrutura demográfica da cidade -como oco-rre noutras latitudes- apareça freqüente-mente combinada com as manifestaçons dacultura espanhola em geral. O ferrolano -eaqui emprego o artigo como colectivo neu-tro- é em grande parte o militar e marinheiro,pois a conversom da vila em cidade foi con-dicionada pola sua adscriçom ao serviço doEstado; mas nom só fôrom ferrolanos algunsimportantes promotores do Ressurgimento,senom que instituiçons como o coro Tojos eFroles e a colecçom literária Céltiga som deinescusável conhecimento para a históriadas nossas letras e das nossas artes.

Isto é todo o que dentro dos límites de tempoque se me marcárom, som capaz de dizersobre a presença de Ferrol na cultura galega,omitindo obrigadamente calquer referência àsultimas manifestaçons da mesma, talvez mel-hor conhecidas por vós que por mim.

Discurso do Ateneu Ferrolano20 Junho 1983. Letras Galegas 1984.

Discurso do Ateneu Ferrolano 20 Junho 1983.Letras Galegas 1984.

Letras Galegas 2020

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esde o seu nacimentocomo colectividadehistórica até os valo-res da Idade Mo-derna, a nossa terraoferece umha uni-dade cultural, comoumha unidade lin-

güística, encanto esta é soamente um casoparticular daquela. Mas a partir do triunfo damonarquia absoluta e a constituiçom do mo-derno Estado espanhol, implanta-se en terri-tório galego a cultura de base castelhana quese impon hegemonicamente com aspiraçomde exclusiva no alto nível administrativo e so-cial. As dificuldades viárias determinam, con-todo, a permanência, por tempo e em lugarcada vez mais reduzidos, com tendência à as-similaçom pola oficial, da cultura autóctone,com carácter residual e amortizável. Rele-gada pronto às formas de vida rural, o pro-gresso material trai tamém a penetraçom dacultura oficial no campo, de jeito que as in-ovaçons que na técnica agrícola se introdu-zem, nos chegam através da cultura estatal, eo vocabulário castelhano avança tamém nomundo rural, identificado com o progresso.

Nas cidades, onde o aparelho administrativodo Estado ostenta umha presença mais po-derosa, a desgaleguizaçom cultural é maior, eaginha domina a cultura espanhola geral, fi-cando reduzida a autóctone à folclórica, anó-nima, colectiva, tradicional e imobilista,matéria própria ja dos estudos etnográficos,condenada à extinçom como realidade viva.

O Ferrol que conheceu dona Maria Ana deNeoburgo cando desembarcou em 1690, eraainda um Ferrol que podemos considerar uni-tariamente galego do ponto de vista cultural,

se prescindimos da rudimentária vida oficial,que se reflectia no uso escrito do castelhano.Mais o estabelecimento das primeiras insta-laçons navais na Granha em tempos de FilipeV, o dos estaleiros de Esteiro nos de FernandoVI, e a ampliaçom que conduziu nos de Car-los III à criaçom da nova populaçom a quedeu o seu nome a antiga capela da Magda-lena, potenciam rapidamente a vida oficial,determinam um substancial incremento dofuncionariado e ligam estreitamente a nossacidade com a burocracia estatal, especial-mente o ramo da Guerra. Convertida empraça forte e porto militar importantíssimo,em Ferrol desenvolve-se umha vida culturalbaseada nos elementos constitutivos das for-mas de vida próprias da sociedade num Es-tado centralizado. Ferrol contribui de jeitoeminente à cultura científica e técnica sobrea que se sustenta a vida militar. Nados ou re-sidentes em Ferrol, umha brillante série dechefes e oficiais das Forças Armadas realizacontribuiçons fundamentais ao saber e à arteda defensa marcial, e da ao Estado gover-nantes mui distinguidos. Esta vitalidade levaconsigo a prosperidade da cultura geral, e secontamos com um Manuel Fernández Varela,um José Alonso López, um Joám Flórez,tamém imos ter um Andrés Antelo e um Ge-naro Pêrez Vilhaamil. Esta linha prosseguetodo ao longo dos séculos XIX e XX, ilustra-dos por ferrolanos notáveis non só como al-mirantes ou generais do Exército de Terra,senom tamém como pintores e escritores denotório relevo.

Mas personalidades tam famosas comoConcepción Arenal, José Canalejas, PabloIglesias ou Francisco Franco, por citar sónomes fortemente inscrustados nos anais dahistória científica, política ou militar, sobre-

passam os límites estritos da nossa culturaespecífica, o mesmo que hoje os de escrito-res tam conspícuos como Gonzalo Torrente,ou historiadores como Santiago Montero,para mencionar ferrolanos ilustres da minhaPrópria geraçom.

Mas Ferrol nom é somente a Marinha, oexército ou a ciência e a literatura ao serviçoda comunidade espanhola na sua totalidade.O entorno rural, a actividade pesqueira, avida artesanal conservarom formas tradicio-nais galegas da cultura que, depreciadaspola subestimaçom própria do racionalismoilustrado e o progresismo decimonónico,acharom no entanto valedores no espíritoromántico. Ferrolano foi um dos primeirospromotores do regionalismo literário, BenitoVicetto, que se bem cuase non escrebeu emgalego, foi um ardente defensor de Galiza, eaqui imprimiu a sua Revista Galaica, espé-cime de um copioso desenvolvimento daimprensa local, estudado por Fort Roldán eLeira Domínguez. Ferrolano, e um dos maissimpáticos e inspirados precursores de Ro-salia, foi o poeta Alberto Camino, sobre oque outro ferrolano, o meu estimado discí-pulo José Maria do Barro Paz, poderia dizer-nos muitas cousas, como dos irmaos eparentes de Camino que tamém versificá-rom, ou de Domingos Diaz de Robles, outrocultivador ferrolano do galego. No Album dela Caridad figuram ainda outros nomes decultivadores do nosso idioma procedentesda nossa cidade, como José Lôpez de laVega, Joám Lôpez Munhiz, Romualdo Casal,Quintim Garcia Calvo e Joám Gômez. A eleshai que engadir modernamente o do poeta enovelista Aurélio Ribalta.

Em galego escreveu tamém o seu interes-sante drama Pilara dom Manuel ComelhasCoimbra, pedagogo e pro-home local degrande prestígio, que me ensinou a balbuciaros meus primeiros latins no Colégio do Sa-

grado Coraçom, centro em que tamémaprendim de abondo de outro escritor queutilizou o nosso idioma, e que traçou o limiarde um livro meu: Nicolás Garcia Pereira. Enado na Corunha, mas de mai ferrolana, foiJaime Quintanilha Martínez, autor de Sau-dade e Além, director da publicaçom Céltiga,prestigiada com um texto de Castelao, e nacal García Pereiro, Cabo Pastor e outros es-critores ferrolanos ou mui ligadosa Ferrol,como os faiscantes autores de sainetes Char-lom e Ermida, ou o luguês aqui estabelecidoManuel Fernández Barreiro, publicárom me-moráveis páginas.

Ainda que reduzise esta interveçom à nóminade escritores ferrolanos que escrevêrom emgalego -entre os que podemos incluír, porqueaqui se criarom, Joana Torres e Tomás Ba-rros, ambos alunos meus, sem esquecer osmeus paisanos e amigos Ditínio de Castilho-Elejabeitia e José Pêrez Paralhé- e à de pin-tores que se inspirárom na temática galega,como Soutomaior, Belho Pinheiro, CarmeloGonçalez, Imeldo Corral, Camilo Díaz..., as-sobardaria com muito os límites de tempoque me coutam. Coros como o laureado Tojose Froles, que tamém contribuiu à posta emcena de teatro galego, acreditam o gale-guismo do nosso espírito local.

Este Ateneu prossegue, por outra parte, olabor cultural específico do velho Ateneu Fe-rrolano dos tempos de Saralégui, Comerma,Balás e tantos outros eruditos interessadospolas cousas de Ferrol. Lembremos o tra-balho do primeiro dos citados sobre FernámEsquio, o mais antigo poeta conhecido entreos vidos ao mundo na comarca. Ao adventoda Segunda República, restaurámos o Ate-neu, e eu próprio participei em debatessobre a autonomia de Galiza e sobre a poe-sia de vanguardia, que seguírom ao inaugu-ral sobre espiritismo, este recolhido numvolume. Lembro nesta etapa nova do Ate-

FERROL NA CULTURA GALEGA

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