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PROJETO: QUALIDADE DE IMAGENS DIGITAIS
1 - IMAGEM MDICA
Uma imagem mdica a representao, em um meio adequado, da
distribuio de uma propriedade fsica ou fsico-qumica do corpo humano
ou de uma regio do corpo em particular. Essa representao obtida
atravs da explorao da interao entre um agente fsico e o corpo
humano.
As vrias modalidades radiolgicas resultam em imagens da interao
de uma forma de energia, isto , de um agente fsico, com o corpo do
paciente. Os vrios agentes fsicos utilizados para a obteno de
imagens mdicas so:
Agente fsico (energia) Modalidade Radiolgica
Raios-X Radiologia convencional, Tomografia Computadorizada,
Radiologia Digital, Radiologia Intervencionista
Raio Medicina Nuclear Ultrassom Ultrasonografia Campo Magntico
Ressonncia Magntica Nuclear
As imagens so obtidas atravs da capacidade do corpo humano em
atenuar, transmitir, refletir essas diversas formas de energia
utilizadas na radiologia.
Na formao de uma imagem mdica o fenmeno fsico deve ser
transformado em um conjunto de dados analgicos ou em uma matriz de
dados digitais. Portanto, essa energia deve ser medida e
reconstruda em uma imagem 2D e/ou 3D.
A palavra analgica refere-se a uma quantidade, isto , um nmero
que pode ter qualquer valor. A medida da voltagem um exemplo de uma
quantidade analgica. Quando medimos a voltagem de um circuito
eltrico podemos obter como resposta um valor inteiro (110V) ou um
valor fracionrio (275,3V). Existe uma variao continua dos valores
da voltagem, isto , todos os valores so possveis, inclusive os
fracionrios.
Portanto, uma imagem analgica uma imagem que reproduz, em um
meio adequado, as caractersticas de um objeto mediante uma variao
continua de enegrecimento (radiologia convencional) ou de
tonalidades de cores.
Ao contrrio de uma medida analgica, a medida digital ou discreta
s pode assumir valores inteiros. Por exemplo, se o dinheiro
circulante fosse constitudo apenas de notas de R$1,00, uma pessoa s
poderia possuir mltiplos inteiros de R$1,00, no seria possvel
guardar R$1,50!
Fig.1: Grfico de uma medida continua (esquerda) e de uma medida
discreta (direita).
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 100
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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Observe que no grfico acima que em uma medida continua
(analgica) podemos obter qualquer valor entre um ponto e outro no
grfico. Quando a medida discreta (digital), no podemos obter os
valores intermedirios entre os pontos do grfico, somente os valores
inteiros.
Portanto, uma imagem digital uma imagem que reproduz de um modo
numrico discretizado as caractersticas de um objeto. constituda por
uma matriz de nmeros dispostos em linhas e colunas.
Para obteno de imagens digitais so necessrios dois elementos:
dispositivos captadores dos fenmenos fsicos e o digitalizador (ou
conversor). Dispositivos fsicos so sensveis a espectros de energia
eletromagntica e o digitalizador converte o sinal eltrico
(analgico) desses dispositivos para o formato digital. Estes
elementos so chamados de sistemas de imageamento. O exemplo mais
conhecido deste sistema a cmera digital, outros so scanners e
sensores presentes em satlites.
DIGITALIZAO DE IMAGENS
Uma imagem analgica pode ser convertida para o formato digital
se sofrer uma discretizao espacial (amostragem) e em amplitude
(quantizao). Para tanto feita uma amostragem (normalmente uniforme)
de f(x,y) nas direes x e y, gerando uma matriz M x N pontos seguida
de uma quantizao do valor de f(x,y) em L nveis de cinza.
A amostragem a diviso do plano xy em uma grade onde x e y sero
nmeros inteiros no negativos. Os pontos da matriz de M x N so
denominados pixels (Picture Elements). Cada pixel representa uma
parte do objeto, desta forma a resoluo espacial da imagem
proporcional aos valores de M e N.
Fig.2: Processo de amostragem. Imagem Analgica (esquerda),
Diviso do plano xy em 16 linhas e 16 colunas (centro) e Representao
matricial 16 x 16 com pixel (direita).
Para determinar o nvel de cinza que ser atribudo a cada pixel
existe o processo de quantizao. A quantizao faz com que cada pixel
assuma um valor inteiro no negativo de intensidade luminosa (nvel
de cinza).
O pixel a menor unidade de rea da imagem digital e representado
por um nvel de cinza. No possvel visualizar qualquer estrutura
dentro de um pixel, apenas uma tonalidade de cor. Faa um teste:
selecione uma imagem no seu computador e aplique a funo zoom para
aumentar a imagem, faa at que o pixel fique bem grande. Voc
consegue distinguir alguma estrutura dentro do pixel?
x
y 631
878
8
8
82
935
34
54
9
7
5
8 924 28
438
822 5442
3872257 662 735432
631
878
8
8
82
935
34
54
9
7
5
8 924 28
438
822 5442
3872257 662 735432
pixel
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Fig.3: Processo de digitalizao. Imagem Analgica (esquerda),
Processo de Amostragem (centro) e Processo de Quantizao
(direita).
Portanto, o processo de digitalizao envolve decises a respeito
dos valores para M, N e os nmeros de nveis de cinza discretos
permitidos para cada pixel. A prtica comum em processamento de
imagens digitais assumir que essas quantidades so potncias inteiras
de 2; isto ,
N = 2n, M = 2k e G = 2m
em que G o nmero de nveis de cinza.
A B C
E D F
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2 - NOES BSICAS DE INFORMATICA APLICADAS AO PROCESSAMENTO DE
IMAGENS
No capitulo anterior falamos como o processo de digitalizao da
imagem gera uma matriz M x N e os nveis de cinza de cada pixel
associado imagem. A necessidade de utilizar apenas nmeros inteiros
no est relacionada a fatores do paciente e sim a uma caracterstica
computacional. Agora vamos entender como o computador gera nmeros
inteiros.
Computadores representam nmeros internamente usando grupos de
interruptores sendo que cada um pode estar ligado (on = 1) ou
desligado (off = 0).
O nome dado a um destes interruptores bit (BInary digiT) e a
menor unidade de informao utilizada em computao.
Oito bits consecutivos constituem um byte.
1 byte ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ 1 2 3 4 5 6 7 8 bits
Ento o computador representa um nmero decimal no sistema
binrio.
Portanto, 1 bit pode representar 2 informaes diferentes ( 0 ou 1
). 1 byte pode representar 28 (=255) informaes diferentes ( 0 at
255).
Exemplo:
0 00000000 1 00000001 2 00000010 3 00000011 4 00000100 . .
. .
254 11111110 255 11111111
O maior nmero que pode ser armazenado em um byte 255. Para
converter um nmero binrio em decimal relacionamos cada bit com um
determinado
valor, uma potncia de base 2, indicado abaixo de cada bit.
Exemplo:
___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
27 26 25 24 23 22 21 20
Se um bit do byte representado acima for preenchido com o nmero
0, no efetuamos a conta indicada abaixo daquele bit. Caso contrrio,
se o bit for preenchido com o nmero 1, ento realizamos a conta
indicada abaixo do bit.
Exemplo: Se todos os bits forem preenchidos com o nmero 1,
temos:
_1_ _1_ _1_ _1_ _1_ _1_ 1_ _1_ 27 26 25 24 23 22 21 20 (=128)
(=64) (=32) (=16) (=8) (=4) (=2) (=1) = 255
Depois de efetuar as contas, some todos os valores e o resultado
obtido o nmero decimal 255 correspondente ao binrio 11111111.
Se o nmero binrio for 10101001, preenchemos os bits na mesma
ordem que o nmero binrio. Efetuamos a conta sinalizada abaixo do
respectivo bit se ele estiver preenchido com o
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nmero 1. Caso contrrio, no realiza a conta e o valor daquele bit
zero. Somando os valores, temos:
_1_ _0_ _1_ _0_ _1_ _0_ 0_ _1_ 27 26 25 24 23 22 21 20 (=128)
(=0) (=32) (=0) (=8) (=0) (=0) (=1) = 169
Se desejarmos converter um nmero decimal para um nmero binrio,
devemos proceder da seguinte forma:
1 regra) Dividir o nmero decimal por 2 at que o resultado da
diviso seja 0.
177/2 = 88 88/2 = 44 44/2 = 22 22/2 = 11 11/2 = 5 5/2 = 2 2/2 =
1 1/2 = 0 (r=1) (r=0) (r=0) (r=0) (r=1) (r=1) (r=0) (r=1)
2 regra) reescrever os restos onde o ltimo resto obtido ser
colocado na primeira casa da esquerda e o primeiro resto ser
colocado na ltima casa da direita, isto , reescrevemos os restos de
trs para frente.
ordem obtida pela conta: r = 1 r = 0 r = 0 r = 0 r = 1 r = 1 r =
0 r = 1
reescrito na ordem inversa: _1_ _0_ _1_ _1_ _0_ _0_ 0_ _1_
O nmero decimal 177 escrito na forma binria 10110001.
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3 - PROFUNDIDADE DO PIXEL
Cada pixel de uma matriz deve armazenar a quantidade de informao
correspondente aquele espao do objeto para formar a imagem.
A quantidade de informao armazenada dentro do pixel atribuda o
nome de profundidade do pixel (Pixel Depth). A profundidade no est
relacionada espessura de um corte tomogrfico, mas a quantidade
mxima de informao que pode ser armazenada dentro dele.
Como estudado anteriormente, um byte s pode armazenar de 0 a 255
informaes. No caso das imagens radiolgicas, essas informaes so: os
nmeros de ftons de raios-X que foram transmitidos pelo paciente e
atingiram o detector, o nmero de ftons de raio que foram emitidos
pelo radiofrmaco em Medicina Nuclear, entre outros. muito comum que
a quantidade 255 seja insuficiente para uma imagem mdica. Quando
uma imagem mdica, por exemplo: uma radiografia, tem uma restrio
para a profundidade do pixel de 1 byte, podemos armazenar at 255
ftons. Se o fton 256 for armazenado em um pixel que j contenha 255
ftons, esse pixel deve retornar ao valor zero. Isso gera um
artefato na imagem.
Ento, para resolver o problema o computador pode agrupar 2 ou
mais bytes juntos para formar uma entidade chamada word.
16 bits = byte + byte = word
32 bits = byte + byte + byte + byte = 2 word
Em geral, o maior nmero que pode ser guardado em N bits 2N
1.
16 bits = 216 1 = 65535 32 bits = 232 1 = 4294967295
Um exemplo do tamanho da matriz e da profundidade do pixel, em
bytes por pixel, tpicas das imagens radiolgicas mostrado na tabela
abaixo.
Modalidade Tamanho da Matriz Profundidade do Pixel Medicina
Nuclear 128 x 128 2 Ressonncia Magntica 256 x 256 2 Tomografia
Computadorizada 512 x 512 2 Ultrassom 512 x 512 1 Angiografia
Subtrao Digital 1024 x 1024 2 Radiografia Digital 2560 x 2048 2
Mamografia Digital 4096 x 6144 2
Tabela 1: Tamanho da matriz e profundidade do pixel para as
modalidades radiolgicas. Valores tpicos americanos. Fonte: Review
of Radiologic Physics.
ESCALAS DE CORES
A Profundidade de Pixel a medida do numero de bits atribudos em
cada pixel. Uma maior profundidade de pixel significa que mais
cores esto disponveis para a representao de um pixel, garantindo
desta forma a representao da cor real na imagem digital. Os valores
mais comuns de profundidade de pixel esto na faixa de 1 a 24 bits.
Exemplos:
PD 1 bit: 21 = 2 cores (preto ou branco); PD 8 bits: 28 = 256
nveis de cinza; PD 24 bits: 224 = 16.77 milhes de cores.
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Uma imagem em nveis de cinza corresponde a uma representao onde
cada pixel assume um valor em um intervalo [0,L-1], onde o valor 0
associado ao preto, o valor (L-1) corresponde ao branco, e os
valores intermedirios constituem um degrad de tons de cinza. O caso
mais freqente corresponde a L = 256, sendo a imagem codificada em
uma estrutura de dados 8 bits/pixel.
A escala de cinza invertida consiste de uma mudana de
referncias. O intervalo continua sendo [0,L-1], porm o valor 0
estar associado ao branco e o valor (L-1) ser o preto. O degrad de
cinza estar presente, porm invertido.
Com o avano de componentes de hardware, o uso de imagens
coloridas tem sido bastante intensificado. Embora o uso de cores
demande uma quantidade maior memria computacional, a cor se
constitui uma poderosa feramenta em processamento de imagens.
Existem diversos modelos de cores utilizados, o mais comum o modelo
RGB (Red Green Blue).
Uma cor no modelo de cores RGB pode ser descrita pela indicao da
quantidade de vermelho, verde e azul que contm. Cada componente
pode variar entre 0 e 255. Quando todas as cores esto no mnimo, o
resultado preto. Se todas esto no mximo, o resultado branco. Na
reta que liga o preto ao branco est representado a escala de cinza
do RGB.
Outras escalas de cores podem ser utilizadas com o intuito de
realar, segmentar ou auxiliar na delimitao de uma regio de
interesse.
Fig. 4: Imagem representada na escala de cinza (esquerda),
escala de cinza invertida (centro) e escala RGB 3-3-2
(direita).
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4 - ESTRUTURA DE UMA IMAGEM DIGITAL
Agora podemos definir que uma imagem digital composta por:
uma matriz de pixels profundidade do pixel
A profundidade do pixel permite que a imagem tenha uma
variabilidade numrica, isto , quanto maior a profundidade do pixel,
maior a possibilidade de informaes que podem ser armazenas dentro
deles.
Fig.5: Representao numrica de uma matriz de M linhas e N
colunas.
Quando ocorre a variao da quantidade de pixels da matriz ou da
profundidade do pixel de uma imagem digital alteramos a qualidade
da imagem.
Fig. 6: Efeitos da reduo da resoluo espacial na qualidade da
imagem. Imagem A: original de 1024 x 1024, 8 bit. Imagem B:
amostragem 512 x 512. Imagem C: 256 x 256. Imagem D: 128 x 128.
Imagem E: 64 x 64. Imagem F: 32 x 32.
Pixel elemento de imagem
A B C
E D F
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Na figura 6, devido a uma perda da resoluo espacial podemos
notar que aparece uma degradao quadriculada a partir da imagem D. O
termo resoluo espacial est vinculado ao tamanho do pixel. Quanto
menor o pixel, menor o objeto que podemos visualizar.
Fig. 7: Efeito da variao da quantizao na qualidade da imagem.
Imagem com 256 nveis de cinza (esquerda) e com apenas 16 nveis de
cinza (direita).
A figura 7 demonstra a perda da qualidade da imagem quando
diminumos a quantidade de nveis de cinza. A quantidade de nveis de
cinza de uma imagem est vinculada profundidade do pixel.
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5 - FOV (FIELD OF VIEW = CAMPO DE VISO) E VOXEL
Campo de Viso de um equipamento mdico compreende toda a rea do
objeto que ser amostrada para formar a imagem. O campo de viso
depende da modalidade radiolgica e do protocolo estudado.
O Voxel a menor unidade volumtrica da imagem. formada pela
multiplicao da rea do pixel pela espessura da fatia ou corte
tomogrfico.
Fig.8: Exemplo de corte tomogrfico com campo de viso, espessura
da fatia, pixels e voxel.
Fig.9: Exemplo de campo de viso para diferentes colimadores
utilizados em Medicina Nuclear.
TAMANHO DO PIXEL
A deciso sobre o tamanho da matriz baseada em informaes como a
resoluo espacial e a resoluo temporal do exame.
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Todos os equipamentos mdicos tm um limite de resoluo que a menor
estrutura que pode ser visualizada em uma imagem. Abaixo desse
limite de resoluo no podemos visualizar a estrutura.
A maioria dos pixels utilizados na radiologia so quadrados, mas
existem pixels retangulares utilizados em ressonncia magntica.
Quando isso acontece, os dados so tratados heterogeneamente no
plano xy.
Quando tornamos a matriz maior, isto , aumentamos o nmero de
linhas e colunas, fazemos com que cada pixel seja menor.
Fig.10: Exemplo do calculo do tamanho do pixel. O tamanho do
pixel calculado pela diviso do campo de viso (FOV) utilizado pelo
nmero
de linhas e/ou colunas da matriz. Quando a matriz quadrada,
mesmo nmero de linhas e colunas, basta efetuar a conta uma vez,
pois o pixel tambm quadrado. Quando a matriz diverge no nmero de
linhas e colunas, calculamos o tamanho do pixel para o eixo y
(vertical) e para o eixo x (horizontal).
Um pixel de uma matriz 256 x 256 com 38,1 cm de FOV (field of
view campo de viso) tem o tamanho de 1,49mm.
Tamanho do pixel = mmmmFOV 49.1256
381256
==
Para uma matriz de 128 x 128 pixels, temos:
Tamanho do pixel = mmmmFOV 98.2128
381128
==
Para uma matriz de 64 x 64 pixels, temos:
Tamanho do pixel = mmmmFOV 0.664
38164
==
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6 HISTOGRAMA
O histograma de uma imagem simplesmente um grfico do conjunto de
nmeros que indica o percentual de pixels naquela imagem, que
apresentam um determinado nvel de cinza. Estes valores so
normalmente representados por um grfico de barras que fornece para
cada nvel de cinza o nmero (ou o percentual) de pixels
correspondentes na imagem. Atravs da visualizao do histograma de
uma imagem obtemos uma indicao de sua qualidade quanto ao nvel de
contraste e quanto ao seu brilho mdio (se a imagem
predominantemente clara ou escura).
Fig. 11: Representao do histograma da imagem esquerda.
Por conveno, um histograma representa o nvel de intensidade no
eixo da abcissa indo do mais escuro ( esquerda) ao mais claro
possvel ( direita).
O histograma til para o processamento de imagens porque podemos
inferir alguns parmetros de qualidade da imagem atravs da simples
observao do histograma. O histograma pode nos revelar como a imagem
foi adquirida e os possveis erros de aquisio.
As caractersticas comuns dos histogramas para diferentes tipos
de imagens so: - Imagens escuras: os pixels esto concentrados a
esquerda do histograma, na
regio onde os nveis de cinza tendem ao preto, figura 12A. -
Imagens claras, tambm consideradas imagens com alto brilho: os
pixels esto concentrados a direita do histograma, figura 12B. -
Imagens com baixo contraste: os pixels ocupam uma faixa estreita do
histograma demonstrando que os pixels da imagem esto distribuidos
em poucos nveis de cinza, figura 12C. - Imagens com alto contraste:
os pixels ocupam uma faixa larga do histograma, isto , os pixels da
imagem podem conter uma vasta gama de nveis de cinza, figura
12D.
Fig. 12: Representao do histograma demonstrando diferentes
caractersticas da imagem.
nveis de cinza
Probabilidade (%)
nvel de cinza
% %
nvel de cinza
A B
%
nvel de cinza
C %
nvel de cinza
D
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Fig. 13: Imagens e seus respectivos histogramas.
No exemplo acima, podemos visualizar as imagens e suas
caractersticas demonstradas no seu respectivo histograma. Uma
imagem de bom contraste possui um histograma cujas barras esto
razoavelmente espalhadas ao longo de todo o intervalo da
escala.
Para resolver problemas de aquisio que resultam em imagens de
baixo contraste, claras ou escuras, podemos manipular o histograma
e melhorar a qualidade da imagem.
Porm, devemos lembrar que a manipulao do histograma no modifica
as caractersticas de resoluo espacial (tamanho do pixel) ou
profundidade do pixel da imagem.
O conceito de histograma tambm aplicvel a imagens coloridas.
Neste caso, a imagem decomposta de alguma forma (por exemplo, em
seus componentes R, G e B) e para cada componente calculado um
histograma correspondente.
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Fig.14: Representao do histograma de uma imagem em componentes
RGB.
Vrias so as operaes sobre o histograma que podemos utilizar no
processamento de imagens radiolgicas. Uma das operaes mais comuns,
utilizada em mamografia digital, a equalizao do histograma. Tambm
podemos delimitar ROIs (regies de interesse) utilizando a
ferramenta de threshold.
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7 OPERAES SOBRE O HISTOGRAMA
As tcnicas de modificao do histograma so conhecidas como tcnicas
ponto-a-ponto, uma vez que o valor do tom de cinza de um pixel, aps
o processamento, depende apenas de seu valor original, isto , no
depende dos pixels vizinhos.
Na mamografia digital muito comum utilizarmos a equalizao do
histograma para melhorar a visualizao de tecidos cuja densidade
muito prxima, isto , os nveis de cinza so muito prximos gerando
imagens de baixo contraste.
Para aumentar o contraste a equalizao do histograma modifica a
imagem para que a imagem final tenha um histograma uniforme, ou
seja, todos os nveis de cinza devem aparecer na imagem final com a
mesma freqncia.
Fig. 15: Imagem e histograma originais (esquerda) e Imagem aps a
equalizao do histograma e seu histograma equalizado (direita).
A imagem aps o processo de equalizao possui melhor contraste,
pois quase todos os nveis de cinza possveis esto sendo utilizados.
O processo de equalizao realizado atravs de clculos de
probabilidade, probabilidade acumulada e posterior reorganizao do
histograma.
As tcnicas de obteno e equalizao de histogramas tambm podem ser
aplicadas a trechos de imagens, por exemplo, janelas de m x n.
Estas tcnicas locais servem principalmente para realar detalhes
sutis de pequenas pores da imagem.
Outra operao sobre o histograma o stretch ou autoescala. Essa
funo expande a escala de tons de cinza de uma imagem para que ela
ocupe todo o intervalo possvel. A diferena fundamental entre a
equalizao do histograma e a autoescala que a ltima no torna o
histograma uniforme. A autoescala causa um melhor aproveitamento
dos nveis de
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cinza existentes sem modificar a probabilidade de determinado
nvel aparecer ou no na imagem.
Na representao do histograma abaixo a variao dos tons de cinza
est entre aproximadamente 70 e 130. No stretch cada valor de tom de
cinza mapeado em outro valor de tom de cinza. O menor tom de cinza
encontrado numa imagem, no exemplo abaixo 70, convertido para o
valor 0 e o maior tom de cinza, 130 no exemplo abaixo, convertido
em 255. Nesta operao nem todos os tons de cinza finais so ocupados
e o formato do histograma no muda.
Observe que o formato do histograma da figura 16 continua o
mesmo, porm, um pouco alongado.
Fig. 16: Representao da operao de Stretch.
O princpio da limiarizao consiste em separar as regies de uma
imagem quando esta apresenta duas classes (o fundo e o objeto).
Devido ao fato da limiarizao produzir uma imagem binria (preto e
branco) sada, o processo tambm denominado, muitas vezes, binarizao.
A forma mais simples de limiarizao consiste na bipartio do
histograma, convertendo os pixels cujo tom de cinza maior ou igual
a certo valor de limiar (T) em brancos e os demais em pretos, como
ilustra a imagem abaixo.
Fig. 17: Imagem aps a aplicao da limiarizao (Threshold) e o
respectivo histograma.
Na figura 17 podemos observar a bipartio do histograma. Todos os
nveis de cinza que esto direita do histograma so representados em
branco e a esquerda em preto.
Essa tcnica til para a delimitao de regies de interesse nas
bordas dos objetos.
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8 - FILTROS
Os mtodos de filtragem de imagens so normalmente classificados
em duas categorias: as tcnicas de filtragem espacial e as tcnicas
de filtragem no domnio da freqncia. Os mtodos que trabalham no
domnio espacial operam diretamente sobre a matriz de pixels que a
imagem digitalizada, normalmente utilizando operaes de convoluo com
mscaras. Os mtodos que atuam no domnio da freqncia se baseiam na
modificao da transformada de Fourier da imagem. Existem tcnicas de
filtragem que combinam ambas as abordagens. Neste curso datemos
nfase nos mtodos de filtragem no domnio espacial.
As tcnicas de filtragem so transformaes da imagem pixel a pixel,
que dependem do nvel de cinza de um determinado pixel e do valor
dos nveis de cinza dos pixels vizinhos, na imagem original, ou
seja, o pixel filtrado tem um valor dependente do contexto em que
ele est inserido na imagem original.
A operao de filtragem necessita da definio da freqncia espacial.
Assim, seja g uma imagem. Os nveis de cinza (NC) de g variam com a
distncia (fig.18), observando-se uma nica linha ou coluna de pixels
da imagem.
Fig.18: Distribuio dos nveis de cinza da linha selecionada da
imagem g esquerda.
Considerando a linha selecionada teramos a distribuio dos nveis
de cinza em relao ao primeiro pixel da linha demonstrada pelo
grfico acima.
Observa-se que a linha da imagem apresenta uma grande variao nos
nveis de cinza medida que nos afastamos do primeiro pixel. Estas
descontinuidades tm as seguintes caractersticas: quando muito
prximas caracterizam regies de alta freqncia (bordas) quando em
nmero muito baixo caracterizam regies de baixa freqncia
(superfcies
suaves na imagem). O conceito de freqncia espacial alta ou baixa
na imagem depende da escala em que a
imagem est sendo representada. Uma componente intrnseca da
imagem o rudo. Todas as modalidades de imagens
radiolgicas possuem uma contribuio de rudo. O rudo da imagem
constitudo por sinais de alta freqncia.
Nas imagens podemos encontrar freqncias: alta, mdia e baixa.
Assim, possvel reduzir os efeitos de determinadas freqncias na
imagem, buscando obter um efeito visual de melhor qualidade. As
freqncias que devem ser tratadas dependem do objetivo a ser
atingido com o tratamento.
O tratamento da imagem pode ser dividido em trs tipos de
filtros: Filtro Passa-Baixa Filtro Passa-Banda Filtro
Passa-Alta
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Os filtros passa-baixa, figura 19, eliminam uma parcela das
altas freqncias da imagem, sendo usados para eliminar rudos. Como o
rudo e a borda so componentes de alta freqncia, o efeito produzido
uma desfocalizao caracterizada por uma imagem borrada. Esse
borramento depende das dimenses do filtro, isto , a dimenso da
janela, quanto maior a dimenso do filtro, maior ser a
desfocalizao.
Fig. 19: Representao da resposta do filtro passa baixa freqncia.
Note que as baixas freqncias esto representadas a esquerda do
grfico e a alta freqncia direita.
Os filtros passa baixa mais conhecidos so:
Filtro da Mdia: o pixel central a mdia aritmtica dos pixels
dentro da rea da janela, figura 20.
Fig.20: Imagem original com contribuio de rudo (esquerda) e
imagem aps a aplicao do filtro da mdia com janela de 5 x 5
(direita).
Uma das principais limitaes do filtro da mdia, em situaes onde o
objetivo remoo de rudos em imagens, est na sua incapacidade de
preservar bordas e detalhes finos da imagem. Para contorn-la, uma
tcnica alternativa o filtro da mediana.
Filtro da Mediana: o nvel de cinza do pixel central o nvel de
cinza intermedirio do conjunto ordenado de nveis de cinza de dentro
da janela. Este um filtro complexo por envolver ordenao. Sua
aplicao suaviza a imagem preservando a informao de bordas na
imagem. Note a aplicao do filtro na figura 21.
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19
Fig.21: Imagem original com contribuio de rudo (esquerda) e
imagem aps a aplicao do filtro da mdia com janela de 11 x 11
(direita).
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9 FILTROS (CONTINUAO)
O principal objetivo das tcnicas de realce o de destacar
detalhes finos na imagem. Existem trs mtodos de realce de imagens
no domnio espacial: filtro passa alta, realce por diferenciao e
nfase em alta freqncia. Nesta disciplina iremos estudar o filtro
passa alta.
A filtragem passa alta reala detalhes, produzindo uma agudizao
da imagem, isto , as transies entre regies diferentes tornam-se
mais ntidas. Estes filtros podem ser usados para realar certas
caractersticas presentes na imagem, tais como bordas, linhas curvas
ou manchas, mas enfatizam o rudo existente na imagem.
O formato da resposta ao impulso de um filtro passa alta, figura
22, deve ser tal que a mscara correspondente apresente coeficientes
positivos nas proximidades de seu centro e negativos longe dele.
Pode-se notar que a soma algbrica dos coeficientes desta mscara
zero, significando que, quando aplicada a regies homogneas de uma
imagem, o resultado ser zero ou um valor muito baixo. A figura 23
mostra um exemplo grfico de um filtro passa alta e a figura 24
exibe sua aplicao prtica.
111181111
91
Fig.22: Exemplo de uma mscara para filtragem espacial passa alta
frequncia.
Fig. 23: Representao da resposta do filtro passa alta freqncia.
Note que as baixas freqncias esto representadas a esquerda do
grfico e a alta freqncia direita.
Fig.24: Imagem original (esquerda) e imagem aps a aplicao de um
filtro passa alta (direita).
Um filtro passa faixa ou passa banda uma ferramenta que permite
a passagem das freqncias de certa faixa e rejeita (atenua) as
frequncias fora dessa faixa. Estes filtros podem
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21
ser obtidos atravs da combinao entre um filtro passa baixa e um
filtro passa alta freqncia. A funo resposta de um filtro passa
banda pode ser visualizada na figura abaixo.
Fig.25: Representao da funo resposta de um filtro passa
banda.
Na imagem abaixo, figura 26, podemos verificar a aplicao prtica
do filtro passa banda. Nota-se que aps a aplicao do filtro os
detalhes so realados, mas denegrimos o contraste.
Fig. 26: Imagem de uma retina; Imagem original esquerda e imagem
filtrada direita.
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22
10 PARMETROS DE QUALIDADE
Nesta seo vamos discutir alguns parmetros de qualidade da imagem
gerada por raios X. A maioria desses parmetros pode ser transposta
ou adaptada as diversas modalidades radiolgicas. Porm, com o
aumento do grau de complexidade de algumas modalidades radiolgicas
mais parmetros de qualidade sero necessrios para descrio das
imagens.
O objetivo primrio da maioria das imagens realizadas com raios X
a visualizao de estruturas anatmicas internas e processos
patolgicos dentro do corpo do paciente. O segundo objetivo mostrar
as estruturas e objetos na imagem cujos tamanhos, formas e posies
relativas possam ser adequadamente determinadas pelo mdico. A
capacidade de alcanar esses objetivos determinada pela qualidade
geral da imagem. Entretanto, qualidade uma caracterstica complexa
que determinada por cinco ou mais caractersticas especificas da
imagem.
A habilidade de produzir uma imagem visvel de um objeto
especfico depende de trs das caractersticas de qualidade da
imagem.
Contraste: A funo primria de um sistema de imagens converter o
contraste fsico de um objeto em contraste visvel na imagem. O grau
no qual isto obtido determina a sensitividade de contraste ou o
mnimo contraste fsico que pode ser visualizado.
O contraste pode ser definido como a relao entre o contedo de um
objeto representado na imagem e o contedo da rea circundante a este
objeto. Podemos calcular o contraste da rea de interesse utilizando
a frmula:
Fig.27: Representao de uma rea de interesse circular (C)
inserida em um meio homogneo (C0) (esquerda) e a frmula para o
calculo do contraste (direita).
onde C a quantidade de informao contida no ROI (regio de
interesse) da rea onde existe um interesse em particular, por
exemplo uma leso, e C0 a rea chamada de background onde no existe a
patologia em estudo.
Borramento: Uma das caractersticas indesejveis de qualquer
processo de formao de imagem a presena de uma determinada
quantidade de borramento. A presena do borramento na imagem leva a
perda de contraste e da visibilidade de objetos pequenos. Do ponto
de vista clinico o borramento reduz e limita a visibilidade de
pequenos detalhes anatmicos e de estruturas patolgicas.
O borramento composto de diversas fontes que determinam a
visibilidade final de detalhes anatmicos, pouca nitidez, ou perda
de resoluo. Portanto, o borramento est intimamente ligado resoluo
espacial.
Rudo: Outra caracterstica indesejvel em uma imagem de raios X a
presena de rudo. caracterizado como a flutuao estatstica presente
na distribuio da grandeza fsica representada na imagem. Quando um
objeto homogneo representado como uma imagem, o valor da informao
contida dentro dos pixels no constante e oscila em torno de um
valor mdio. O principal efeito do rudo reduzir a visibilidade de
estruturas de baixo contraste.
O rudo pode ser calculado pela frmula:
0
0
CCCContraste =
mdiovalor
padrodesvio=
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onde o desvio padro e o valor mdio so referentes a uma nica
regio de interesse selecionada.
Distorso: uma caracterstica indesejvel que altera o tamanho,
forma ou a posio relativa dos objetos na imagem. A distorso
geralmente no afeta a visibilidade de objetos individualmente.
Artefatos: possvel que o processo de formao da imagem crie
imagens de objetos que no esto presentes no corpo do paciente.
Alguns artefatos, como os produzidos por eletricidade esttica no
filme, so fceis de reconhecer. A principal preocupao que alguns
artefatos localizados perto de objetos reais podem levar a uma
interpretao errada da imagem.