201 MERCOSUL-CHILE III.8 Eixo Mercosul - Chile III.8.1. Localização e Área de Influência do Eixo O Eixo do Mercosul - Chile foi definido por meio da delimitação de uma área de influência que atravessa a América do Sul e incorpora a ligação dos principais centros econômicos e os principais portos desse território no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e no Brasil. Esta área de influência é relativamente dinâmica, já que está relacionada também à localização física dos projetos que são incorporados aos distintos grupos em que está dividido o eixo. A área atual do Eixo Mercosul - Chile está detalhada no mapa a seguir: Mapa nº 55 - Localização e área de influência do Eixo Mercosul - Chile A área delimitada inclui as Regiões Metropolitana, IV, V, VI e VII do Chile, (Coquimbo, Valparaíso, O'Higgins e Maule, respectivamente), as províncias argentinas de Mendoza, San Juan, La Rioja, San Luis, Córdoba, La Pampa, Santa Fé, Buenos Aires, Capital Federal, Entre Ríos, Corrientes e Misiones, os estados brasileiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, a Região Oriental do Paraguai e o Uruguai. Em relação à área originalmente definida para o eixo e em virtude da incorporação do novo Grupo 6 Pehuenche ao eixo, foram somados à área de influência os territórios da província argentina de La Rioja e da VII Região do Maule do Chile. A área de influência definida para o Eixo Mercosul - Chile alcança uma superfície de 3.216.277 km 2 , equivalente a 25,46% da soma da superfície total dos cinco países que formam o eixo, sendo suas principais cidades, portos e passagens de fronteira os listados no quadro a seguir:
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III.8 Eixo Mercosul - Chile · 2013-03-27 · 201 MERCOSUL-CHILE III.8 Eixo Mercosul - Chile III.8.1. Localização e Área de Influência do Eixo O Eixo do Mercosul - Chile foi definido
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III.8.1. Localização e Área de Influência do Eixo O Eixo do Mercosul - Chile foi definido por meio da delimitação de uma área de influência que atravessa a América do Sul e incorpora a ligação dos principais centros econômicos e os principais portos desse território no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e no Brasil. Esta área de influência é relativamente dinâmica, já que está relacionada também à localização física dos projetos que são incorporados aos distintos grupos em que está dividido o eixo. A área atual do Eixo Mercosul - Chile está detalhada no mapa a seguir:
Mapa nº 55 - Localização e área de influência do Eixo Mercosul - Chile
A área delimitada inclui as Regiões Metropolitana, IV, V, VI e VII do Chile, (Coquimbo, Valparaíso, O'Higgins e Maule, respectivamente), as províncias argentinas de Mendoza, San Juan, La Rioja, San Luis, Córdoba, La Pampa, Santa Fé, Buenos Aires, Capital Federal, Entre Ríos, Corrientes e Misiones, os estados brasileiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, a Região Oriental do Paraguai e o Uruguai. Em relação à área originalmente definida para o eixo e em virtude da incorporação do novo Grupo 6 Pehuenche ao eixo, foram somados à área de influência os territórios da província argentina de La Rioja e da VII Região do Maule do Chile. A área de influência definida para o Eixo Mercosul - Chile alcança uma superfície de 3.216.277 km2, equivalente a 25,46% da soma da superfície total dos cinco países que formam o eixo, sendo suas principais cidades, portos e passagens de fronteira os listados no quadro a seguir:
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Quadro nº 133 - Superfície, população, principais cidades, passagens de fronteira e portos marítimos do Eixo Mercosul - Chile
III.8.2. Caracterização Básica do Eixo Aspectos Demográficos Calculou-se, para 2008, uma população total aproximada de 140.342.308 habitantes para a área de influência definida para o Eixo Mercosul - Chile, o que representa 54,89% da soma da população total dos cinco países que o integram. Além disso, a área de influência do eixo alcançou uma densidade demográfica média de 43,64 habitantes/km2. Este indicador varia de um máximo de 165,23 habitantes/km2 para o Estado de São Paulo, no Brasil, a um mínimo de 2,33 habitantes/km2 correspondente ao território da Província de La Pampa, na Argentina. Aspectos Econômicos Determinou-se para a área de influência do Eixo Mercosul - Chile um PIB de US$ 892,4946 bilhões a preços correntes de mercado de 2000 sobre a base dos valores das estatísticas da Cepal para cada país de 2007 e considerando as porcentagens da participação no PIB calculado por cada instituto estatístico nacional para as unidades territoriais de cada país participante do eixo. Este montante representa 67,77% da soma dos PIBs totais, para o mesmo ano, dos países integrantes. O PIB resultante da soma dos PIBs dos países que integram o eixo a valores correntes de 2000 variou positivamente 27,67% entre 2000 e 2007, o que implicou uma taxa de crescimento média anual de 3,55% para o mesmo período. Em relação à dinâmica das diversas atividades econômicas nos países da região, constata-se que os setores de transportes, armazenamento e comunicações, e de agricultura, caça, silvicultura e pesca são, nesta ordem, os que apresentaram maior crescimento proporcional nos últimos sete anos.
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Da área de influência do Eixo Mercosul - Chile foram realizadas exportações em um valor anual de US$ 220,4397 bilhões em 2008, que comparado ao valor das exportações em 2000 (US$ 72,0799 bilhões), pela mesma região, mostra uma variação positiva de 205,82% em oito anos. Além disso, quando se compara o valor das exportações do eixo em 2008 com a soma das exportações totais dos países integrantes do Eixo Mercosul - Chile, constata-se que as primeiras alcançam 64,44% das segundas (US$ 342,0599 bilhões). Para 2008, 83,57% das exportações em valor pelos países do Eixo Mercosul - Chile são extrazona, enquanto 16,43% (US$ 57,1834 bilhões) correspondem a exportações entre os próprios países (intrarregionais); esta última porcentagem alcançava 22,89% do total das exportações em 2000 (US$ 23,4639 bilhões/ US$ 102,8094 bilhões). Entre os cinco principais produtos exportados pelos países do Eixo Mercosul - Chile, o cobre refinado (incluído o refundido) é o mais importante, representando cerca de 6,14% do valor total exportado pelos cinco países em 2008, seguido em importância pelas exportações de grãos de soja (com 4,81% do total exportado). O terceiro, o quarto e o quinto lugares são ocupados, respectivamente, pelo petróleo cru, os minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados e as tortas e farinhas de sementes oleaginosas e outros resíduos de óleo vegetal. Somados, os cinco principais produtos exportados a partir de cada país alcançam 34,00% do valor total exportado pelos países integrantes do Eixo Mercosul - Chile em 2008. Em relação aos modos de transporte dos movimentos de cargas internacionais (exportações e importações) em volume a partir dos países do Eixo Mercosul - Chile (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) em 2007, o modo marítimo alcançou 88,73% do total exportado, o modo ferroviário 3,17%, o modo rodoviário 3,87%, o modo fluvial 2,56%, o modo aéreo 0,26%, e o modo “outros meios”, 1,41%. Os movimentos de carga internacionais em volume dos mesmos países, em 2000 realizavam-se da seguinte maneira: o modo marítimo alcançava 85,96% do total, o modo ferroviário 3,08%, o modo rodoviário 4,92%, o modo fluvial 2,57%, o modo aéreo 0,26%, e o modo “outros meios”, 3,21%. É interessante destacar que para o movimento de cargas pela passagem de fronteira de Uruguaiana – Paso de los Libres entre o Brasil e a Argentina (o mais importante em volume da América do Sul com movimentos de modos viário e ferroviário), os volumes de exportações à Argentina pelo Brasil pelo modo viário em 2008 subiram para 1.531.514.7 toneladas e representaram 78,47% do total das cargas viárias de exportação que usaram esta passagem de fronteira no ano, 68,9% das exportações por rodovia em volume do Brasil para a Argentina e 29,17% das exportações totais do Brasil para todos os destinos por modo viário. No modo ferroviário passaram por Uruguaiana para a Argentina 207.066,6 toneladas em 2008, o que representou 56,76% das cargas totais de exportação por ferrovia do Brasil que usaram essa passagem de fronteira. Em 2000 foram para a Argentina por Uruguaiana 1.381.867,9 toneladas por modo viário, que representaram 77,26% do total exportado em volume por essa via e essa passagem de fronteira a partir do Brasil. Além disso, nesse mesmo ano foram exportadas 122.695,3 toneladas por modo ferroviário para a Argentina pelo Brasil, usando essa passagem de fronteira, que corresponderam a 78,57% das exportações totais do Brasil por esse modo e que usaram essa passagem em 2000. As atividades dominantes das distintas unidades territoriais que integram o Eixo Mercosul - Chile apresentam os perfis produtivos indicados a seguir:
• Brasil - Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Minas Gerais: produção industrial (automotiva, químicos, de alimentos, metalurgia, siderurgia, celulose, papel e cimentos); pecuária bovina e suína; indústrias de couro e têxteis; arroz, laranja, café, tabaco, soja e cana-de-açúcar. São Paulo: indústrias de veículos e material de transporte; indústria aeronáutica; indústria do açúcar e do álcool; serviços; pecuária bovina e lácteos, agricultura (soja e milho), avicultura, fruticultura e horticultura. Paraná: indústrias de veículos e material de transporte, têxteis, agricultura (soja, milho, trigo e cana-de-açúcar); indústrias metalúrgicas e mecânicas; avicultura; suinocultura; gado bovino. Santa Catarina: produção industrial (químicos, metalurgia, plásticos, siderurgia); produção agropecuária (trigo, soja, avicultura e suinocultura); têxteis e turismo. Rio Grande do Sul: refino de petróleo; indústria automotiva; químicos, papel e celulose; produção agropecuária (soja, trigo, arroz, suinocultura, bovinos).
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• Paraguai – Região Oriental: produção de soja, óleo e farinha de soja; indústria do couro, pecuária bovina; madeiras, algodão, trigo, milho, cana-de-açúcar; indústria de têxteis de algodão.
• Argentina – Províncias de Misiones, Corrientes, Entre Ríos, Santa Fé, Córdoba, San Luis, San Juan, La Rioja, Capital Federal, Buenos Aires, La Pampa e Mendoza.
Misiones: produção e industrialização avançada de chá e erva-mate; cítricos como a tangerina, a laranja e o limão; recursos florestais; produção de celulose, papéis e papelões; turismo. Corrientes: produção e industrialização avançada de chá e erva-mate; cítricos (laranja, tangerina, limão e pomelo), hortaliças (tomate, pimentão, melão-pepino e beringela), tabaco, milho, arroz, melancia, abóbora; pecuária bovina e ovina, couros. Entre Ríos: produção cereais (arroz, trigo, aveia, milho e sorgo); oleaginosas (girassol, linho e soja), frutas (limão, grapefruit, laranja e tangerina) e hortaliças (batata, cebola, tomate e pimentão); recursos florestais; avicultura. Santa Fé: produção agroindustrial, metalúrgica e metalmecânica, especializada em maquinaria agrícola, agropeças e autopeças; cluster metalmecânico, indústria láctea, produção agrícola (soja, trigo e milho), de azeite; gado bovino e couros; logística portuária. Córdoba: produção industrial (automotiva, agroindustrial, metalúrgica e metalmecânica); produção de amendoim, sorgo, milho, soja, trigo e girassol; uvas, azeitonas e palmeiras; azeiteras; gado bovino e ovino. San Luis: produção industrial (alimentos, eletrodomésticos, metalurgia); serviços; produção agrícola (soja e girassol; alfafa, centeio e milho; batata, alho, cebola e amendoim), gado bovino, couros; minerais não metálicos (sal, tungstênio, basalto, granito, calcário, pedra laje, mármore e ônix). San Juan: indústria vitivinícola, produção agrícola (uvas, azeitonas, damasco, maçãs, marmelo, pêssegos, ameixas, peras e amêndoas; cebola, alho, tomates); produção de cimento, carbureto de cálcio, ferro-liga e silício metálico. La Rioja: produção agrícola (azeitonas, damascos, marmelo, peras e frutas secas; cebola, alho, tomates); produção mineral não metálica, gado ovino. Capital Federal: produção industrial (automotiva, químicos, de alimentos, metalurgia, siderurgia), serviços e turismo. Buenos Aires: cluster agroindustrial oleaginoso e cerealista; centro de convergência e processamento da soja; produção de óleos vegetais, farinhas e pellets; produção siderúrgica, química, petroquímica, metalmecânica e automotiva; serviços, turismo. La Pampa: produção agrícola (trigo, milho, aveia, centeio, cevada; girassol e soja), maçãs, peras, ameixas e uvas; tomates, cebolas e abóboras; gado bovino e ovino, couros, lácteos; produção mineral não metálica (sal, gesso, areia, sulfato de sódio, bentonita, cascalho e pedra tosca). Mendoza: indústria vitivinícola, azeitonas em conserva e suco de uva; produção industrial metalmecânica (motores e turbinas, gruas de pórtico, equipamentos hidromecânicos, e siderúrgicos; bombas e compressores, máquinas para alimentos, equipamentos para a indústria petroleira e fabricação de borracha sintética e plásticos); produção mineral; serviços; produção agrícola (peras e maçãs frescas e ameixas secas sem caroço; alho, batata, tomate, cebola, pimenta e cenoura); produção de petróleo e gás.
• Uruguai - todo o país: produção agrícola (soja, milho, trigo, arroz, cana-de-açúcar, sorgo e girassol; cítricos, maçã, pera, pêssego); pecuária bovina e ovina, couros, lã, lácteos; recursos florestais, celulose, madeiras; produtos químicos; exploração de minerais não metálicos; maquinaria e equipamentos.
• Chile - Regiões IV de Coquimbo, V de Valparaíso, Metropolitana, VI de O’Higgins e VII de Maule.
IV Região de Coquimbo: produção mineral metálica com explorações de molibdênio, manganês, ferro, cobre e ouro; produção vitivinícola, uvas de mesa; pesca. O setor de turismo consolidou-se na região. V Região de Valparaíso: produção industrial automotiva, tabaco e cimento; produção mineral metálica com exploração de cobre e molibdênio; turismo (ilha de Páscoa), consolidado na região; refinarias de petróleo e minerais; produção de abacate, videiras viníferas, fruta-do-conde e flores; serviços logísticos portuários. Região Metropolitana: produção industrial (alimentos, bebidas, tabacos); serviços, turismo; avicultura e suinocultura. VI Região do Libertador: produção agropecuária (milho, suinocultura e avicultura), gado bovino; produção mineral de cobre. VII Região do Maule: indústria manufatureira; produção de arroz, beterraba e feijões; recursos florestais.
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Infraestrutura Atual A área de influência do Eixo Mercosul - Chile incorpora regiões muito consolidadas economicamente e outras de menor desenvolvimento relativo. A infraestrutura de integração do eixo é principalmente consequente com esta circunstância. Assim, nas áreas consolidadas a intervenção na infraestrutura responde em geral à necessidade de contribuir para as melhorias da prestação do serviço diante do crescimento significativo da demanda de transporte. Nas regiões de menor desenvolvimento relativo a infraestrutura de integração é em geral limitada e seu estado é ainda deficiente, embora para superar as duas circunstâncias exista capacidade potencial para seu desenvolvimento e recomposição. É importante destacar que nos últimos anos se adiantou a execução de obras viárias importantes que melhoram a conectividade internacional no eixo (“Duplicação da RN 14 entre Paso de Los Libres e Gualeguaychú” e “Construção e pavimentação da rodovia BR-282/SC Florianópolis–Fronteira com Argentina”). A construção, adequação ou a melhoria de obras de infraestrutura pode gerar impactos ambientais, sejam biogeofísicos e/ou socioeconômicos. Por isso, na avaliação realizada em 2006 dos projetos IIRSA incluídos na “Agenda Consensuada” (Ver documento IIRSA [2006]) analisou-se o tema ambiental e concluiu-se, entre outros pontos, que o Eixo Mercosul - Chile não está entre os de maior sensibilidade de território. Ainda assim, deve-se levar em conta, na formulação e execução dos projetos, a incidência dos temas ambientais na obtenção do desenvolvimento sustentável, já que a região possui uma ampla variedade de ecossistemas: savanas de baixa altitude e de montanha, bosques tropicais úmidos e bosques de clima mediterrâneo. No nordeste do eixo encontram-se as ecorregiões das florestas da Serra do Mar, e as florestas úmidas de Araucárias e do Alto Paraná; no sudeste estão as savanas do Uruguai; ao centro, as regiões do Chaco úmido e seco; para o oeste a estepe andina do sul e na costa do Pacífico, o matorral chileno. • A rede viária dos países do Eixo Mercosul - Chile alcança um total de 1.093.908 km, o que representa
52,04% do total da soma das redes viárias nacionais dos cinco países que integram o eixo. Além disso, o eixo conta com 14,63% do total das redes viárias nacionais da sua área de influência pavimentadas. Na maioria das fronteiras entre os países existem barreiras naturais de importância como: a Cordilheira dos Andes entre o Chile e a Argentina; os rios Paraguai e Paraná entre a Argentina e o Paraguai e entre o Brasil e o Paraguai; e o rio Uruguai entre a Argentina e o Uruguai e entre a Argentina e o Brasil
• A rede ferroviária existente nos países do Eixo Mercosul - Chile alcança um total de 68.892 km, dos quais 87,68% se encontram em operação com diferentes graus de qualidade do serviço. A maior parte dela encontra-se na área de influência do eixo. Há vinculação ferroviária entre a Argentina e o Paraguai; a Argentina e o Brasil e a Argentina e o Uruguai; e entre o Brasil e o Uruguai na área do eixo. Entre os projetos do eixo encontra-se o “Projeto ferroviário Los Andes (Chile) - Mendoza (Argentina) Ferrovia Transandina Central” que recuperaria a ligação ferroviária entre a Argentina e o Chile e permitiria a conexão ferroviária entre os dois oceanos nesta região.
• Na infraestrutura portuária marítima do eixo destacam-se os seguintes portos principais, segundo seus movimentos de cargas: Coquimbo, Pelambres e Guayacán; Quintero, Valparaíso e San Antonio localizados na IV e V Regiões do Chile, respectivamente, no Oceano Pacífico; Buenos Aires na Argentina, no rio da Prata; Assunção no rio Paraguai, no Paraguai; Montevidéu no Oceano Atlântico e Santos, São Sebastião, Paranaguá, São Francisco do Sul, Rio Grande e Porto Alegre nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, respectivamente. Todos possuem instalações adequadas para o trânsito, movimento e acondicionamento de mercadorias de importação e exportação. Entre 2001 e 2007 o movimento de cargas total dos portos brasileiros assinalados cresceu 37,38%, (de 165.211.291 toneladas para 226.972.679 toneladas), enquanto as cargas mobilizadas pelos portos chilenos da área cresceram no mesmo período 57,97% (de 23.992.490 toneladas para 37.901.751 toneladas).
• Há uma infraestrutura aeroportuária adequada no eixo, que possibilita a conexão por transporte aéreo em toda a sua extensão. A IIRSA prevê para este eixo a intervenção com projetos em sete aeroportos da região (dois no Brasil, quatro no Paraguai e um no Uruguai).
• O Eixo Mercosul - Chile incorpora a região das grandes represas hidrelétricas nos rios Paraná e Uruguai, portanto existe conexão energética entre o Brasil e o Paraguai, o Brasil e o Uruguai, entre a Argentina e o Paraguai, entre a Argentina e o Brasil, e entre a Argentina e o Uruguai; e também há entre a Argentina e
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o Chile. Os cinco países contavam juntos, ao final de 2006, com uma capacidade instalada de 147.258,53 MW, a maior parte localizada na área do eixo e com 64,64% do total pertencentes ao Brasil.
Na área de influência do eixo há um gasoduto entre a Argentina e o Chile (de Mendoza a Santiago), um entre a Argentina e o Brasil (de San Jerónimo a Uruguaiana) e um entre a Argentina e o Uruguai (de San Jerónimo a Paysandú). Incluiu-se no eixo o Grupo 5 “Grupo Energético” que incorpora 12 importantes projetos relativos à geração e interconexão energética no eixo.
III.8.3. Potencial de desenvolvimento do Eixo A área de influência do Eixo Mercosul - Chile representa um mercado de mais de 140 milhões de habitantes em uma área de influência estendida de 3,22 milhões de km2, com um PIB de aproximadamente US$ 892,4946 bilhões (concentrados em 89,95% nas áreas de influência da Argentina e do Brasil), institucionalmente delimitado em um processo de integração que já conta com 18 anos de história (Mercosul). Para o futuro está prevista a continuação do esquema de desenvolvimento baseado em uma combinação de alta produção da agropecuária, agroindústria, indústria de transformação e prestação de serviços diversos. A alta produção agropecuária, por sua vez, criará novas pressões sobre a infraestrutura existente. Espacialmente está previsto o crescimento das cidades intermediárias com o qual serão gerados ou aumentados aos poucos novos fluxos de transporte e novas necessidades de integração. Esta pressão sobre a infraestrutura soma-se à exposta no ponto anterior. A tendência do comércio exterior do eixo com o mundo, com a América Latina e entre os próprios países integrantes é crescente e prevê-se que esta situação continuará no futuro. Os corredores de comércio exterior (rodovias, ferrovias e portos) deverão atender estes fluxos de carga. No caso dos portos (Atlântico e Pacífico) devem ser enfrentados novos desafios operacionais e de infraestrutura para manter e melhorar sua eficiência. A infraestrutura do eixo tem uma alta densidade viária e pode-se dizer que em matéria de vias primárias está consolidada. No entanto, o crescimento previsível da demanda (produção agropecuária, cidades intermediárias, comércio exterior) será traduzido em maiores volumes de trânsito, limitações de capacidade e na necessidade de um maior esforço em manutenção viária. Portanto, os esforços dos países deveriam se voltar para atender estas frentes por meio de obras de ampliação (pistas duplas) e melhoria (ampliações e pavimentação de vias) em corredores que facilitem o acesso às fronteiras, aos litorais e aos mercados internos. De forma complementar, projetos rurais e locais podem contribuir para densificar a malha viária e aumentar a produtividade agropecuária. Para atender ao crescimento da demanda por transporte as ferrovias têm um papel importante, particularmente no caso de carga agropecuária e de minerais. A crescente demanda por energia constitui uma oportunidade para fortalecer os sistemas de integração energética.
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III.8.4. Agrupamentos do Eixo As delegações dos cinco países que integram o eixo definiram por consenso estabelecer em seis os agrupamentos do eixo:
Recuperação da ferrovia entre Salto e Paysandú 9,3
Modernização do porto de Montevidéu e obras complementares 169,0
Alternativas de conexão entre a Argentina e o Uruguai 0,0
Transporte multimodal no sistema Lagoa Mirim e Lagoa dos Patos 0,0
Expansão do porto de Colônia (cais, dragagem e incorporação de áreas) 46,0
Ampliação do porto Sauce com novos lugares de atracamento e de seu recinto portuário para o desenvolvimento de atividades logísticas
10,0
Traslado do terminal pesqueiro de Montevidéu 35,0
Construção de porto seco nas proximidades do porto de Montevidéu 25,0
Recuperação ferrovia Sudriers - La Paloma 12,0
Estação internacional Rivera - Santana do Livramento 0,0
Ferrovias para a integração (a) 247,0
TOTAL 1.992,6
Nota: (a) Visto que o projeto Ferrovias para a Integração pode incluir novos trechos ferroviários, o Uruguai fará uma revisão de que trechos são abrangidos por esse projeto, com o fim de verificar se os novos projetos o substituem.
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Grupo 3: Valparaíso - Buenos Aires
FUNÇÃO ESTRATÉGICA
• Alcançar, consolidar e melhorar os padrões de infraestrutura e logística necessários para um bom desempenho da região nos mercados globais.
• Aproveitar as condições de escala e demanda da zona para atrair a participação público-privada e difundir a experiência para outros eixos.
• Otimizar os fluxos comerciais e de serviços entre os centros econômicos da Argentina e do Brasil.
• Otimizar a base logística para que a indústria localizada neste espaço fortaleça a sua competitividade em nível global.
• Facilitar que o Chile sirva como plataforma logística para que os demais países do eixo desenvolvam mercados para seus produtos e serviços na Ásia.
Implementação do controle integrado na passagem Pehuenche 2,0
Pavimentação RN 40 sul trecho Malargüe - limite com Neuquén 16,0
Corredor viário San Nicolás/Zárate - ponte Pehuenche 0,0
Corredores ferroviários acesso aos portos de Mar del Plata e Quequén 0,0
Ampliação do porto de Mar del Plata 0,0
Melhoria do porto de Quequén 40,0
TOTAL 153,0
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III.8.6. Carteira de Projetos do Eixo Mercosul - Chile Aspectos Gerais Os países concordaram incluir no Eixo Mercosul - Chile 105 projetos, em um investimento estimado de US$ 29,399 bilhões, tal como é resumido a seguir:
Quadro nº 141 - Aspectos gerais da Carteira do Eixo Mercosul - Chile
Eixo Mercosul - Chile
Nome No de projetos
Investimento estimado (US$ milhões)
Grupo 1 Belo Horizonte - Fronteira Argentina/Brasil - Buenos Aires 21 8.319,5
Grupo 2 Porto Alegre - Limite Argentina/Uruguai - Buenos Aires 27 1.992,6
Grupo 3 Valparaíso - Buenos Aires 18 5.899,0
Grupo 4 Coquimbo - Região Centro Argentina - Paysandú 18 1.755,8
Grupo 5 Grupo Energético 12 11.279,1
Grupo 6 Pehuenche 9 153,0
TOTAL 105 29.399,0
Composição Setorial A composição setorial dos projetos do eixo é detalhada a seguir:
Quadro nº 142 - Composição setorial da Carteira do Eixo Mercosul - Chile
Transporte Energia
Setor / Subsetor No de projetos Investimento estimado
(US$ milhões) No de projetos Investimento estimado
(US$ milhões)
Rodoviário 48 9.305,7
Marítimo 10 1.092,5
Ferroviário 13 5.377,8
Fluvial 3 56,0
Multimodal 4 70,0
Aéreo 7 1.982,5
Passagens de fronteira 7 65,3
Geração energética 9 9.640,0
Interconexão energética 4 1.809,1
TOTAL 92 17.949,8 13 11.449,1
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Tipologia de Projetos A tipologia de projetos do eixo é resumida nos quadros a seguir:
Quadro nº 143 - Tipologia de projetos de transporte rodoviário do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Ampliação de capacidade da rodovia 16 5.021,0
Pavimentação (obra nova) 7 655,0
Recuperação de pistas e estruturas 15 722,7
Circunvalação viária (bypass) e acesso a cidades 3 1.965,0
Pontes (novas e recuperação) 4 535,0
Túneis (novos e recuperação) 1 400,0
Manutenção de rodovias 2 7,0
TOTAL 48 9.305,7
Quadro nº 144 - Tipologia de projetos de transporte ferroviário do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Circunvalação ferroviária 1 0,0
Construção de ferrovias 1 247,0
Recuperação de ferrovias 11 5.130,8
TOTAL 13 5.377,8
Quadro nº 145 - Tipologia de projetos de transporte marítimo do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Adequação de portos marítimos 1 375,0
Ampliação da infraestrutura terrestre de portos marítimos
8 682,5
Portos marítimos novos 1 35,0
TOTAL 10 1.092,5
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Quadro nº 146 - Tipologia de projetos de transporte fluvial do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Adequação de portos fluviais existentes 2 56,0
Construção de novos portos fluviais 1 0,0
TOTAL 3 56,0
Quadro nº 147 - Tipologia de projetos aéreos do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Adequação de aeroportos 1 0,0
Aeroportos novos 1 25,0
Ampliação de aeroportos 5 1.957,5
TOTAL 7 1.982,5
Quadro nº 148 - Tipologia de projetos energéticos do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Geração energética 9 9.640,0
Interconexão energética 4 1.809,1
TOTAL 6 11.449,1
Quadro nº 149 - Tipologia dos projetos de passagem de fronteira do Eixo Mercosul-Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Infraestrutura para implantação de centros de fronteira
4 45,0
Adequação da infraestrutura existente para centros de fronteira
2 19,5
Adequação da infraestrutura existente para centros de fronteira
1 0,8
TOTAL 7 65,3
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Quadro nº 150 - Tipologia dos projetos de transporte multimodal do Eixo Mercosul - Chile
Tipologia de projetos No de projetos Investimento estimado(US$ milhões)
Estações de transferência 4 70,0
TOTAL 4 70,0
Projetos-Âncora Os países identificaram no eixo sete projetos-âncora, que totalizam um investimento estimado de US$ 5,9657 bilhões, de acordo com o detalhamento a seguir:
Quadro nº 151 - Projetos-âncora do Eixo Mercosul - Chile
Grupo Projetos-âncora Investimento
estimado (US$ milhões)
Tipo de financiamento Âmbito Fase
1
Duplicação da Rodovia 14 entre Paso de los Libres e Gualeguaychú
780,0
Público Nacional Em execução
2
Adequação do Corredor Rio Branco - Colônia - Nueva Palmira - Fray Bentos: Rodovias 1, 11, 8, 17, 18, e 26; Rodovias 23 e 12
246,7
Público/ Privado
Nacional Execução
3
Projeto Ferroviário Los Andes (Chile) - Mendoza (Argentina) (Ferrovia Transandina Central)
4.800,0
Privado Nacional Pré-execução
4
Reconstrução e Ampliação da RN 168 Túnel Subfluvial entre Paraná e Santa Fe
44,0
Público Nacional Em execução
5 Sistema de Itaipu (existente) (*) 16.000,0 Público Binacional Concluído
Pavimentação RN 145: entroncamento RN 40 sul-acesso à Passagem Pehuenche
35,0
Público Nacional Em execução 6 Pavimentação do trecho Ponte
Armerillo - Passagem Pehuenche Rodovia CH 115
60,0
Público Nacional Em execução
TOTAL 5.965,7
Nota: (*) No montante total não foi considerado o custo deste projeto existente cujo investimento foi realizado principalmente antes do início da IIRSA.