10 Junho de 2012 quadramentos e processos de educação e formação, desenvolvi- mento pessoal e social, cidadania, profissionalização e integração comunitária”. A aposta nesta Licenciatura “é num perfil formativo menos específico ao exercício de uma profissão concreta, antes uma formação bastante heterogénea em termos de conhecimentos e com- petências que podem ser canaliza- dos para diferentes contextos como as empresas, as autarquias, as associações de desenvolvimento regional, as estruturas de emprego e formação, os programas de apoio à família, crianças e jovens”. O Instituto tem um leque de Mestra- dos e Doutoramentos bastante abrangente. Segundo o presidente, “temos os mestrados profissionali- zantes direcionados para licencia- dos que querem servir o sistema educativo como professores ou para licenciados em Educação que querem especializar-se em alguma área mais concreta, mas também Mestrados voltados para a forma- ção contínua de professores e outros profissionais”. Nos Mestrados e Doutoramentos, o Instituto possui várias áreas de especiali- zação em Educação e em Estudos da Criança servindo-se dos seus 100 docentes todos com o Douto- ramento concluído. Na área dos Doutoramentos, “seguramente somos a segunda escola, dentro da Universidade, com maior número de Doutorandos, repartidos por Ciên- cias da Educação e Estudos da Criança. Somos um Instituto de pós- graduação já que inscritos em Licenciaturas temos cerca de 500 alunos, 1000 alunos nos Mestrados e 300 nos Doutoramentos”. Saídas Profissionais A área da educação tem-se mos- trado uma aposta do país, sobre- tudo se associarmos educação à qualidade de vida das pessoas, das famílias, das instituições e da sociedade. No entanto, a formação na área carece de alguma iden- tidade e afirmação. Segundo Leandro Almeida, vários alunos sentem “ansiedade por estarem numa área que não tem perfil bem definido como outros colegas que entram no ensino superior para se prepararem para uma profissão bem concreta”. Esta situação, longe de ser negativa, obriga a uma “aposta no empreendedorismo e no desen- volvimento de várias competências favoráveis à sua inserção no mundo de trabalho”. Acrescenta que “os próprios estágios, que se têm desenvolvido através de parcerias com centros de formação, autar- quias, empresas, hospitais, tribunais de menores e família, associações de desenvolvimento regional, agrupa- mentos de escolas, procuram atender a interesses particulares dos alunos aproximando-os de contextos onde poderão vir a exercer a sua actividade profissional”. Redução do investimento público na educação Questionado sobre o país e a situa- ção da educação em Portugal, o diretor afirma que “num momento de crise económica, a educação sofre evidentes cortes. Importa-nos que o país não desvalorize a forma- ção das pessoas, em particular das crianças e dos jovens. Podemos correr o risco de regredir em indica- dores de escolarização da popula- ção portuguesa e hipotecar o nosso desenvolvimento futuro. Bastante ponderação merece ser feita, pois não existem soluções lineares para os problemas. As escolas há muito que não são apenas locais de aprendizagem. Para muitas crianças, a escola representa a única oportunidade de inserção social, de promoção e de socialização” Instituto de Educação da Universidade do Minho: Associar educação ao desenvolvimento O Instituto de Educação (IE) tem quase quatro décadas de existência, como a própria Universidade do Minho (UM). Associado de início à formação de educadores de infância e professores alargou, nos últimos anos, os seus cursos à formação inicial e contínua de profissionais da educação. O IE está presente na fundação da Universidade do Minho (UM), nos anos 70, enquanto aposta da UM na formação de professores. Leandro Almeida, presidente do Instituto, comenta que “nesta altura, tornou- se necessária a formação em larga escala de professores em Portugal devido à universalização da esco- larização a todas as crianças e ado- lescentes ao nível do ensino básico e, mais tarde, secundário”. Divisão em duas escolas e unificação Na década de 90, a Unidade Cien- tífico-Pedagógica de Educação da UM dividiu-se em duas escolas: uma direcionada à Educação e Psicolo- gia e outra centrada nos estudos da criança. Ambas se afirmaram dentro da UM e no País. “Uma é mais centrada nas problemáticas de desenvolvimento da criança, nos profissionais e instituições que atendem à criança. Outra está vol- tada para a formação de professo- res e psicólogos”. Mais recente- mente, “com os novos Estatutos da Universidade, a Psicologia auto- nomizou-se em relação à Educação e criou-se o Instituto de Educação que, tendo um longo percurso, designa-se como Instituto de Educação apenas há três anos”. Oferta formativa completa O Instituto de Educação tem uma oferta formativa bastante ampla, principalmente no que diz respeito a especializações ou formações pós-graduadas. Vários Mestrados e Doutoramentos estão disponíveis, ainda que só duas Licenciaturas: Educação Básica e Educação. Se a Licenciatura em Educação Básica se finaliza num mestrado de formação de educadores de infância e professores dos primeiros ciclos do ensino básico, a Licenciatura em Educação pode ser entendida como uma formação de largo espectro, em que os “alunos têm uma formação bastante abrangente sobre en- Leandro da Silva Almeida, diretor do Instituto de Educação da UM