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Renísia Cristina Garcia Capítulo 3 – Diagnóstico Brasília-DF - 2007
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Identidade Fragmentada - racismo - sistema de cotas

Jun 05, 2015

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Paulo Ferreira

racismo, Brasil, dados, Sistema de cotas.
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Page 1: Identidade Fragmentada - racismo - sistema de cotas

Renísia Cristina Garcia

Capítulo 3 – Diagnóstico

Brasília-DF - 2007

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“Parafraseando Florestan Fernandes, ‘no Brasil existe o preconceito de ter preconceito’” (Cardoso, 1997 apud Garcia, 2007).

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ANALISANDO HISTORICAMENTE OS NÚMEROS: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?

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ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?

migrou do universalismo ao acesso de oportunidades e, da igualdade formal proclamada na Constituição Federal, como direito constitucional (Silva, 2002).

O DEBATE

Ao problema metodológico de definição da pessoa negra (Silva, 2002).

DISCUSSÃO

Defesa da igualdade

Definição de quem é negro no País

OBSTACULIZADO PRÁTICAS EFETIVAS DE COMBATE À DESIGUALDADE.

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ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?

CONJUNTURAS HISTÓRICAS

PSICOSSOCIAIS

ECONÔMICAS (DESSA POPULAÇÃO)

NECESSIDADE DE ANALÍSE

PARADOXO

IDEAL BRASILEIRO

PROGRESSO DA NAÇÃO ATRASO DA NAÇÃO

O EPICENTRO É NEGRO

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ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?

PERÍODO COLONIAL

NO IMPÉRIO

NA PRIMEIRA REPÚBLICA

O NEGRO É SINÔNIMO DE ATRASO NO

BRASIL

Schwartz (2001, apud Dias, 2005) descrevendo a abordagem

de intelectuais comentou: “uma nação de raças mistas, como

a nossa, era inviável e estava fadada ao fracasso”. (p.39)

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ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?

Décadas de 20 e de 30, negando a estrutura de discriminação histórica brasileira, erige-se o mito da democracia racial.

“Fábula das três raças” – convivência pacífica entre brancos, negros e índios.

Segundo da Matta (1997), “no Brasil o sistema inclui e

hierarquiza de modo complementar, de acordo com o princípio

do “desigual, mas junto (...) todas as etnias se completam para

a formação do ‘povo brasileiro’, pois o que falta em

uma, existe de sobra na outra”.

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EXPERIÊNCIAS DE SEGREGAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO

DE MANEIRA CAMUFLADA /DESCONSIDERADAS ACONTECE, ENTÃO:

PELO PODER PÚBLICO; PELA MÍDIA; PELOS INTELECTUAIS

ASSIM, O FENÔMENO DA SEGREGAÇÃO RACIAL PASSA SER IMPERCEPTÍVEL A MAIORIA DA POPULAÇAO BRASILEIRA.

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Perfil demográfico e racial da população brasileira

A análise dos indicadores sociais brasileiros evidencia a desigualdade existente entre os grupos raciais – especialmente entre os grupos populacionais brancos e negros. (p. 40)

Existe hoje o reconhecimento de que o estudo da trajetória dos negros éessencial para um país comprometido com a promoção de uma sociedade,efetivamente, democrática. (p. 40)

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O dado que chama a atenção é a alteração

da população negra de 1996 para 2003. O

número de pessoas que se autodeclararam

negras aumentou de 44,1% para 47,3%, ou

seja, 3,8% no total geral. Uma análise mais

detalhada deixa entrever que o aumento dos

autodeclarados negros não correspondeu a

um aumento dos autoclassificados brancos,

muito pelo contrário, houve um decréscimo

de brancos em 3,8%. Infere-se que a causa dessa mobilidade tem

a ver com a visibilidade quetem sido dada à

temática racial nesse milênio, pelos órgãos

governamentais.

Perfil demográfico e racial da população brasileira

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Remetendo-se a uma análise histórica comparativa de 1999 a 2003, Garcia relata a

“premonição” de Hasenbalg (1997) e à afirmação de Ferreira (1999) e afirma que tendo

disparidades regionais tão grandes pode se sustentar a fala que existe um avanço

numérico de pessoas autodeclaradas negras.

Perfil demográfico e racial da população brasileira

Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas

brancas. Por ordem numérica decrescente, as porcentagens reduzidas foram as

seguintes: Região Centro-Oeste (3,2%); Região Sudeste (2,0%); Região Sul (1,4%);

Região Norte (1,3%), e Região Nordeste (1,2%). Em relação à população autodeclarada

negra, considerando a somatória dos pretos e pardos, o fenômeno foi o inverso. Os

acréscimos de 1999 para 2003, regionalmente, foram: Centro-Oeste (3,3%), Norte

(2,4%), Sudeste (2,1%) Sul (1,5%) e Nordeste (0,9%) (Gráfico 1).

O autor chama atenção para o Nordeste onde houve uma mudança significativa.

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Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas brancas. [...] Em relação à população autodeclarada negra, considerando a somatória dos pretos e pardos, o fenômeno foi o inverso.

Perfil demográfico e racial da população brasileira

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Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003

No Brasil como um todo, o número de analfabetos negros é o dobro do número de analfabetos brancos. A distância numérica entre analfabetos brancos e negros é maior no Nordeste (34%) e menor no Sudeste (16%). No Norte e no Sul a diferença fica em torno de 18% e no Centro Oeste em 19% (Tabela 3).

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Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003

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Educação infantil - Creche

Em 2002, a presença de crianças brancas nas creches era 18,7% superior à de crianças negras, 59,1% para 40,4%, respectivamente. Possivelmente, o fato de existirem mais creches privadas do que públicas seja um dos motivos, considerando que a obrigatoriedade do ensino público e gratuito era apenas a partir dos 7 anos, idade de ingresso no ensino fundamental.

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O gradiente deixa claro que a diferença de desempenho escolar observada entre alunos brancos, pardos e negros não encontra explicação somente na condição socioeconômica. (Alves, Soares, 2003).

Não há eqüidade no tratamento para crianças brancas e negras no espaçoescolar e isso interfere no rendimento do aluno negro.

A diferença de desempenho entre brancos e negros cresce com o aumentotanto do nível sócio-econômico do aluno como das condições da escola.

Ensino Fundamental

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Ensino médio - Participantes do Enem segundo raça/cor – 2001

não houve grandes alterações em relação ao perfil dos participantes de 2001. A população participante

continua sendo a maioria do sexo feminino (60%). Em relação à raça/cor, 51,2% se declararam brancos,

41,4% negros,48 5,1% amarelos e 0,9% indígena. A alteração mais visível é que o número de negros

aumentou de 36% para 41,4% e o de brancos diminuiu de 58,5% para 51,2%.

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Com base nesses dados, surge o primeiro grande impasse: por não se considerarem racistas, os entrevistados projetam para a “sociedade”, como uma entidade abstrata, a responsabilidade pelo preconceito, não eles.

Você conhece alguém racista?

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O trato diferenciado em função da cor e da condição socioeconômica, na maioria das

vezes, só se torna perceptível quando ousam romper com “sua” localização social

alçando espaços e posições destinadas a populações brancas, de nível socioeconômico

mais alto. Neste universo, seja por ter adquirido um nível de consciência maior (quase

sempre, devido ao acesso à educação), seja pelo fato do preconceito ser mais explícito,

fica mais clara a disparidade racial brasileira.

Essas disparidades atingem a população negra, em todos os níveis. Há uma clara

diferenciação racial ocorrendo em termos de distribuição de bens e serviços. Esta

desigualdade constituinte dos territórios integra também o espaço escolar, assim como

fora dele, e faz com que os alunos negros enfrentem situações de discriminação, que

interferem em seu rendimento escolar. Alves e Soares (2003).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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BRASIL, MOSTRA A TUA CARA!

OBRIGADO!