A transcendência como fundamento para a construção estética na arte Prof. Me. Lilian Cordeiro
A transcendncia como fundamento para a construo
esttica na arte Prof. Me. Lilian Cordeiro
Cristianismo legitimado dito de Milo de 313
Quase quinhentos anos aproximadamente de 500 a 1000 d.C
Imperador Constantino - converso ao cristianismo - 311 d.C.
Arte se adaptou ao preceito do Papa Gregrio, o Grande: as imagens so teis para ensinar aos leigos a palavra sagrada.
Idade das Trevas.
No foi apenas um perodo tenebroso; Ao longo desses cinco sculos existiram
homens e mulheres, sobretudo nos mosteiros e conventos, que amavam o saber e a arte, e tinham uma grande admirao por aquelas obras do mundo antigo que haviam sido preservada em bibliotecas e depsitos.
Por vezes, esses monges cultos e educados ocupavam posies de poder e influncia nas cortes dos poderosos, e tentavam ressuscitar as artes que tanto admiravam.
Criao de uma nova religio implica em
legitim-la atravs de espaos de culto,
imagens e rituais
Templos seguem a monumentalidade
dos romanos
Cristos primitivos no utilizavam
imagens idolatria
Bezerro de Ouro
Tendo obtido as argolas de ouro das orelhas das mulheres e dos jovens (talvez dados a eles pelos egpcios, eram usados como amuletos ou talisms ), Aro fez com seu ouro um bezerro, ou novilho.
Esse era um animal sagrado no Egito, onde cultuavam o "deus" pis, um touro.
Tambm os cananeus representavam Baal (Senhor), ou Moloque, como um touro, smbolo para eles de fora e fertilidade, em cujo culto eles praticavam atos de imoralidade sexual.
Os israelitas acharam, portanto, natural fazer a esttua de um novilho, para representar o Deus que os havia levado at ali.
E aconteceu que, chegando ele ao arraial
e vendo o bezerro e as danas, acendeu-
se o furor de Moiss, e arremessou as
tbuas das suas mos, e quebrou-as ao p
do monte, e tomou o bezerro que tinham
feito, e queimou-o no fogo, moendo-o at
que se tornou em p; e o espargiu sobre
as guas e deu-o a beber aos filhos de
Israel.
Tomam modelos de gregos e outras tradies religiosas Cristianismo teria um p no paganismo Quando artistas cristos foram pela primeira vez solicitados a
representar o Salvador e Seus Apstolos, foi uma vez mais a tradio grega que lhes veio em auxlio.
A figura a seguir mostra-nos uma das primeiras representaes do Cristo, datando do sculo IV d.C.
Em vez da figura barbada, vemos um Cristo em plena beleza juvenil, entronizado entre S. Pedro e S. Paulo, tendo ambos a digna aparncia de filsofos gregos.
Um detalhe nos recorda que essa representao ainda est intimamente vinculada aos mtodos da arte helenstica pag: para indicar que o Cristo est entronizado nas alturas, o escultor fez Seus ps descansarem no dossel do firmamento, sustentado pelo amigo deus do cu.
Mural da catacumba Priscila
Roma Provavelmente ano III d.C. Os artistas estavam
familiarizados com os mtodos de pintura helenstica usados em Pompia.
A representao pictrica deixara de existir como uma coisa bela per se.
Sua principal finalidade era agora recordar aos fiis um dos exemplos do poder e da misericrdia de Deus.
Os escultores j no tinham pacincia para trabalhar o mrmore com um cinzel e para o tratar com a delicadeza e o gosto que fora o orgulho dos artfices gregos.
Tal como o pintor do mural da catacumba, eles usavam mtodos mais imperfeitos como uma broca para marcar as caractersticas principais de um rosto ou corpo.
OS PODERES DA IMAGEM
O relevo assume uma posio de destaque na
escultura romnica e surge ligado arquitectura;
Tal como a pintura possua uma funo narrativa e
pedaggica.
as obras de arte tm pleno direito de
existir, pois o seu fim no era serem
adoradas pelos fiis, mas ensinar os
ignorantes. O que os doutores podem ler
com a sua inteligncia nos livros, o vem os
ignorantes com os seus olhos nos quadros e
nos relevos Papa Gregrio Magno (540-604)
Temtica: principalmente religiosa (histrias
sagradas) e cenas dos ofcios (trabalhos do
cotidiano);
Figura Humana: pouco realismo anatmico,
de cabea e olhos grandes, posio e gestos
formais, sempre de frente;
Composio: as personagens eram colocadas
em simetria ou alinhadas, sem perspectiva,
sobre cenrios espaciais mal definidos;
Locais: basicamente nos capitis e portais,
mas tambm nas colunas, cornijas, grgulas,
frontais de altar.
- A figura de Cristo entronizado ao meio, envolto por uma aurola
oval;
- Rodeado pelos Quatro Evangelistas ou os seus smbolos;
- volta outras personagens, decrescendo de importncia
Tmpano
Relevos com motivos
vegetalistas,
animalistas,
geomtricos;
Capitel historiado,
relatando em cada
uma das faces uma
histria sequencial
(cenas da crucificao,
entre outras)
Cenas do imaginrio popular, figuras mticas e
grotescas relacionadas com o medo do
poder demonaco e com o fim do mundo.
As Virgens romnicas, possuam caractersticas semelhantes s dos relevos; eram objetos de venerao, concebidos em composies simples e esquemticas.
As figuras eram muito rgidas, quer na posio, quer nos gestos;
Utilizaram materiais como metal precioso, madeira, gesso e pedra estucada e posteriormente policromadas.
Atravs da pintura
que revestia o
interior das igrejas,
contava-se aos fiis,
a Histria Sagrada.
Baslica
de Santo
Isidoro
Espanha,
sculos XI-
XII
O desenho prevalece sobre a cor, mantendo as linhas estruturantes visveis;
Falta de rigor anatmico; Tendncia para a esquematizao
geomtrica dos rostos e corpos No respeita propores, nem
perspectiva; Cenrios exguos ou simblicos; Composies elaboradas segundo
esquemas geomtricos onde prevalecem os retngulos e os crculos.
Nos scriptoria das catedrais e mosteiros, monges copistas ilustravam as obras, com desenhos onde se misturavam pessoas, animais, elementos vegetalistas e formas geomtricas, de modo largamente fantasioso.
Inicial ornamentada de uma das pginas da Bblia de
Winchester
Iluminura do
"Apocalipse do
Lorvo"
Inicias ornadas ou capitulares (decorao das letras dos
captulos iniciais ou pargrafos e pinturas ocupando
pginas inteiras, inspiradas nos textos.
- Desenvolve-se durante a Idade Mdia, no contexto do Renascimento do Sculo XII - Estende-se ao momento do advento do Renascimento
Italiano em Florena. -
Os primeiros passos so dados em meados do sculo XII na Frana no campo da arquitetura (mais especificamente na construo de catedrais)
- A arquitetura, em comunho com a religio, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento esttico.
Os sculos XI e XII so sculos de mudanas sociais, polticas e econmicas que em muito vo fazer despontar as necessidades de uma expresso artstica mais adequada nova sociedade.
O comrcio est em expanso e Flandres (Holanda), como centro das grandes transaes comerciais, leva ao desenvolvimento das comunicaes e rotas entre os diversos povos e reduz as distncias entre si, facilitando no s o comrcio de bens fsicos, como tambm a troca de ideais estticos entre os pases.
A economia prospera e nasce um novo mundo cosmopolita que se alimenta do turbilho das cidades em crescimento e participa de um movimento intelectual em ascenso.
A igreja, por seu lado, vai compreender que os fiis se concentram nas cidades e vai deixar de estar to ligada comunidade monstica, virando-se agora para o projeto do que ser o local por excelncia do culto religioso, a catedral. Ao contrrio da construo humilde do romnico, a construo religiosa gtica abre portas a um espao pblico de ensinamento da histria bblica, de grandiosidade, smbolo da glria de Deus e da igreja, isso tudo atravs de obras arquitetnicas cada vez mais grandiosas e cada vez mais luxuosas.
Santo Agostinho
deixou reflexes
sobre o signo e
sobre a beleza
inclusive a beleza
do corpo.
A arquitetura gtica no um momento de ruptura drstica com os ideais anteriores, mas antes uma assimilao de alguns elementos independentes de diferentes fontes. Os primeiros indcios surgem na Normandia (Frana), do sculo XI, com a Construo da Abadia de Saint-Denis.
O Gtico, ao contrrio do Romnico, vai se fazer presente tambm em monumentos laicos (a arquitetura romnica era exclusivamente dedicada a construo de Igrejas e Templos).
Palcios, Castelos, moradias da burguesia,
cmaras municipais, hospitais e outras construes laicas vo ser erguidos seguindo os padres da Arquitetura e da escultura Gtica.
J na Abadia de Saint-Denis se observa uma
maior importncia dada escultura que no romnico, sendo que se vai afirmar pela primeira vez como elemento independente arquitetura.
De qualquer modo a escultura estar ainda
estritamente ligada catedral mas, em oposio ao amontoado do romnico, demonstra agora conscincia do seu prprio espao e ocupa-o de modo ordenado e claro.
Catedral da S em So Paulo
Estilo gtico
A f - Giotto