-
Ensaio Triaxial de Mdulo de Resilincia Em Corpos de Prova 10x20
cm e 25x50 cm: Apresentao e Comparao de Resultados Daniel Wolter
Martell Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
Brasil, [email protected] Rodrigo Malysz Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil,
[email protected] Washington Peres Nunez Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, [email protected]
Adriano Virglio Damiani Bica Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, Brasil, [email protected] RESUMO: Camadas
granulares tm um importante papel no comportamento global de
estruturas de pavimentos, especialmente quando possuem
revestimentos delgados ou no possuem revestimento. Para que a
estrutura apresente um bom desempenho, as camadas de base e
sub-base devem ter o seu comportamento muito bem caracterizado,
especificando-se procedimentos rgidos para a sua execuo. Portanto,
a obteno de parmetros constitutivos de britas e outros agregados,
como o mdulo de resilincia, assume elevada importncia no projeto
destes pavimentos. As especificaes do extinto Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem (DNER) para agregados de base e sub-base de
pavimentos sugerem faixas granulomtricas que podem chegar a
agregados de at 5 cm. Para execuo de ensaios em materiais
granulares, necessrio que o corpo de prova tenha dimetro de pelo
menos cinco vezes o tamanho mximo da partcula (25 cm) e altura duas
vezes o dimetro (50 cm). Equipamentos capazes de ensaiar
corpos-de-prova com estas dimenses so raros no mundo e inexistiam
no Brasil at 2008. Esta pesquisa objetivou apresentar e comparar os
valores obtidos nos primeiros ensaios triaxiais de mdulo de
resilincia realizados em corpos de prova 25x50 cm com os resultados
obtidos em corpos de prova com dimenses 10x20 cm. O material
ensaiado foi uma brita graduada, apresentada e avaliada segundo as
especificaes para bases granulares do DAER/RS. Foram apresentados e
analisados os resultados dos ensaios triaxiais de mdulo de
resilincia em corpos de prova 10x20 cm e 25x50 cm com leituras de
deslocamento internas e externas cmara triaxial. Foram utilizados
trs modelos de ajuste e observada a potencialidade de cada um em
descrever o comportamento elstico do material. Todos os modelos se
mostraram eficientes apresentando coeficientes de determinao R2
elevados. Os mdulos de resilincia obtidos no ensaio triaxial de
grande porte em corpos de prova 25x50 cm foram superiores aos
obtidos no equipamento para solos. Tambm, de forma geral, os mdulos
calculados com instrumentao interna so superiores aos calculados
com a instrumentao externa. PALAVRAS-CHAVE: Ensaios Triaxiais,
Mdulo de Resilincia, Corpos de Prova 10x20 cm, Corpos de Prova
25x50 cm, Ensaio Triaxial de Grande Porte. 1 INTRODUO Camadas
granulares tm um importante papel no comportamento global de
estruturas de pavimentos, especialmente quando possuem
revestimentos delgados ou no possuem
revestimento. Para que a estrutura apresente um bom desempenho,
as camadas de base e sub-base devem ter o seu comportamento muito
bem caracterizado, especificando-se procedimentos rgidos para a sua
execuo. Portanto, a obteno de parmetros
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
1
-
constitutivos de britas e outros agregados assumem elevada
importncia no projeto destes pavimentos. Os estudos sobre o
comportamento mecnico de agregados como material constituinte de
camadas estruturais de pavimentos vem ganhando importncia nos
ltimos anos. At 2008, a anlise do comportamento de agregados para
pavimentao na UFRGS era realizada em um equipamento com capacidade
para corpos de prova de 10 cm de dimetro e 20 cm de altura. De
forma geral, este tamanho de corpo de prova satisfatrio, porm
seguidamente, necessria a avaliao de agregados mais grados, para os
quais o tamanho do corpo de prova utilizado no o mais adequado. As
especificaes do extinto Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem para agregados para bases e sub-bases de pavimentos (ainda
em vigor) sugerem faixas granulomtricas que podem chegar a
agregados de at 2 de dimetro (5,08 cm). Para a execuo de ensaios
triaxiais em materiais granulares, necessrio que o corpo de prova
tenha dimetro de pelo menos cinco vezes o tamanho mximo de partcula
e altura de duas vezes o seu dimetro. Equipamentos com capacidade
para ensaiar agregados com estas dimenses so raros no mundo e
inexistiam no Brasil at 2008. Esta pesquisa objetivou apresentar e
comparar os valores obtidos nos primeiros ensaios triaxiais de
mdulo de resilincia realizados em corpos de prova 25x50 cm com os
resultados obtidos em corpos de prova usuais com dimenses 10x20 cm.
2 MDULO DE RESILINCIA 2.1 Aspectos Gerais O mdulo de resilincia um
dos parmetros mais importantes na caracterizao do comportamento
mecnico de agregados, quando utilizados como camada estrutural de
pavimentos. Este parmetro obtido em laboratrio a partir de ensaios
triaxiais de carregamento repetido.
Nos ensaios triaxiais de carregamento repetido so aplicadas
cargas cclicas com o objetivo de determinar o comportamento dos
materiais em funo do estado de tenses. A resposta de solos e
agregados, quando solicitados por carregamentos cclicos, composta
por uma parcela elstica e uma plstica. A Figura 1 apresenta a
resposta tpica destes materiais quando solicitados por cargas
cclicas. Observa-se que a resposta dividida em uma parcela elstica
ou resiliente (hr) e uma parcela plstica ou permanente (hp). A
deformao resiliente calculada a partir da equao (1) e o mdulo de
resilincia com a equao (2).
o
r
Hh = r (1)
r
d
= Mr (2)
Onde: Mr o mdulo de resilincia d a tenso desvio r a deformao
resiliente especfica h a variao da altura do corpo de prova em cada
ciclo de carga Ho a altura inicial do corpo de prova
Figura 1. Resposta tpica do corpo de prova em um ensaio triaxial
de carregamento repetido. Para representar este comportamento so
utilizados modelos de ajuste que relacionam o mdulo de resilincia
com as tenses atuantes. 2.2 Modelos de Ajuste Os modelos mais
conhecidos para interpretao do ensaio de mdulo de resilincia so o
Mr-3 (mdulo em funo da tenso confinante) e Mr-
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
2
-
(mdulo em funo do somatrio das tenses principais). Porm, o
modelo composto, com Mr expresso em funo de d e 3, vem sendo
bastante difundido. A seguir apresentam-se os trs modelos. 2.2.1
Modelo Mr-3 Para materiais granulares, normalmente, os resultados
dos ensaios triaxiais de carregamento repetido so apresentados em
grficos com os valores de mdulo de resilincia calculados, no eixo
das ordenadas em escala logartmica, e nas abscissas, tambm em
escala logartmica, as presses confinantes. O modelo de regresso
estatstica conhecido como k-3 representado pela equao (3):
23 1r .k = M
k (3) Onde: Mr o mdulo de resilincia 3 a tenso confinante k1 e
k2 so parmetros do modelo 2.2.2 Modelo Mr- Outro ajuste muito
utilizado o Mr, que relaciona o mdulo de resilincia com a soma das
tenses principais. Casagrande (2003) afirma que o modelo k-
apresenta resultados to bons quanto os obtidos com o modelo k-3. O
modelo apresentado pela equao (4).
2).(k = M 1rk
atmP (4)
Onde: Mr o mdulo de resilincia = 1 + 2 + 3 1 a tenso principal
maior 2 a tenso principal intermediria 3 a tenso principal menor
Patm a presso atmosfrica (101,14 kPa) k1 e k2 so parmetros do
modelo 2.2.3 Modelo Composto A experincia adquirida com ensaios de
mdulo de resilincia em materiais granulares mostra
que, mesmo que as correlaes obtidas com o modelo k-3 apresentem
um bom coeficiente de determinao R2, o mdulo de resilincia
frequentemente apresenta uma forte relao tambm com a tenso desvio.
Sendo assim, frequentemente utilizado um modelo de ajuste em funo
da tenso desvio e da presso confinante, comumente denominado modelo
composto. O modelo descrito apresentado pela equao (5).
323 1r ..k = M
kkd (5)
Onde: Mr o mdulo de resilincia 3 a tenso confinante d a tenso
desvio k1, k2 e k3 so parmetros do modelo 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
Neste captulo apresenta-se o material a ser estudado e detalha-se a
metodologia empregada para execuo e anlise dos ensaios. 3.1
Caracterizao do material estudado O material utilizado para o
desenvolvimento deste artigo uma brita graduada utilizada como base
em pistas experimentais solicitadas pelo Simulador de Trfego
UFRGS-DAER/RS conforme Nez et. al. (2000) e Nez et. al. (2002).
Trata-se de uma brita graduada de basalto oriunda de britagem de
rocha s. Como os pavimentos estudados so tpicos de rodovias
estaduais do Rio Grande do Sul, foi utilizada a especificao de
servio DAER-ES-P 08/91 para a classificao do material. A anlise
granulomtrica, segundo o mtodo de ensaio DNER ME 080/94,
apresentada pela Figura 2 e Tabela 1, bem como a faixa A do DAER.
Tabela 1. Anlise granulomtrica da brita.
% passante Abertura
da peneira Brita
utilizada Faixa A DAER (min)
Faiza A DAER (mx)
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
3
-
2 1 1
N 4
100 -
90 75 39
100 90 -
50 30
100 100
- 65 45
N 30 14 10 25 N 200 7 2 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,01 0,1 1 10 100
Abertura da peneira (mm)
% p
assa
nte
Brita UtilizadaFaixa A DAER
Figura 2. Anlise granulomtrica da brita. Conforme descrito por
Caputo (1977), o coeficiente de uniformidade, definido pela equao
(6), na realidade, indica a falta de uniformidade, pois seu valor
diminui ao ser mais uniforme o material. Por este motivo Sousa
Pinto (2002) denomina este parmetro de coeficiente de no
uniformidade (CNU).
10
60u CNU = C d
d= (6)
Onde: Cu o coeficiente de uniformidade (Caputo, 1977) CNU o
coeficiente de no uniformidade (Souza Pinto, 2002) def o dimetro
efetivo, correspondente a 10% de material passante d60 o dimetro
correspondente a 60% de material passante O coeficiente de
uniformidade classifica os materiais em: Cu < 5 muito uniforme;
5 < Cu < 15 de uniformidade mdia; Cu > 15 desuniforme. O
valor do CNU para o material estudado 56. O material ento
classificado como desuniforme. O ensaio de compactao na energia do
Proctor Modificado, segundo o mtodo de
ensaio DNER ME 129/94, conduziram aos resultados apresentados na
Figura 3. Observa-se que o peso especfico aparente seco mximo
obtido foi de 24,9 kN/m3 e a umidade tima foi de 4,3%.
202122232425262728
0 2 4 6 8
Teor de umidade (%)
Peso
esp
ecfi
co a
pare
nte
seco
(k
N/m
)
Figura 3. Curva de compactao. Ensaios de ndice de Suporte
Califrnia (ISC), realizados segundo o mtodo de ensaio DNER ME
049/94, conduziram aos resultados apresentados na Figura 4. Notase
que o mximo valor obtido foi em torno de 170% para o teor de
umidade de aproximadamente 4,8%. O material atinge, portanto, o
valor mnimo requerido (100%) para ser classificada como de classe
A.
020406080
100120140160180
0 2 4 6 8Teor de umidade (%)
ndi
ce d
e Su
porte
Cal
ifrn
ia (%
)
Figura 4. ndice de suporte califrnia. 3.2 Metodologia A
determinao do mdulo de resilincia padronizada no Brasil, pelo mtodo
de ensaio DNER ME 131/94. O mtodo especifica que, aps a preparao do
corpo de prova na cmara triaxial, seja feito um condicionamento
inicial o qual, segundo Medina e Motta (2005), importante para
eliminar as grandes
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
4
-
deformaes plsticas, que ocorrem no incio da aplicao das cargas.
Para cada estado de tenses foram aplicados um total de 200 ciclos
de carga, tanto para a fase de condicionamento quanto para a fase
de ensaio. Aps cada estgio de aplicao de carga registrou-se a
deformao resiliente referente quele estado de tenses, o que feito
tomando-se a mdia dos cinco ltimos pulsos de deslocamento. O mtodo
de ensaio do DNER especifica que sejam aplicados 20 ciclos de carga
a cada minuto, o que resulta em uma freqncia de 0.33 Hz. Porm, os
equipamentos utilizados na realizao dos ensaios aplicam 1 ciclo por
segundo ou 1 Hz, para se adequar aos procedimentos internacionais.
A durao de aplicao da carga deve ser de 0,1 s. Os equipamentos
triaxiais contam com dois transdutores de deslocamento vertical do
tipo LVDT (Linear Variable Differential Transducer), posicionados
internamente cmara triaxial e um terceiro externamente. Os
deslocamentos registrados, aliados s leituras da clula de carga,
permitem o clculo do mdulo de resilincia. As deformaes obtidas a
partir dos registros do LVDT externo foram calculadas em relao
altura total do corpo de prova e as obtidas a partir dos LVDTs
internos foram calculadas em relao ao seu tero mdio. 4 APRESENTAO E
ANLISE DOS RESULTADOS 4.1 Ensaios em corpos de prova 10x20 cm Os
ensaios de mdulo de resilincia em corpos de prova de 10 x 20 cm
foram realizados segundo o apresentado no item 3.2. Para esta
campanha de ensaios foram moldados 4 corpos de prova, sendo que 3
foram submetidos diretamente aos carregamentos do ensaio de mdulo
de resilincia utilizando-se instrumentao interna cmara triaxial.
Estes ensaios foram denominados MR1, MR2 e MR3. O outro ensaio foi
realizado em um corpo de prova oriundo do ensaio de deformaes
permanentes em multiestgios (DP ME) com
presso de confinamento de 53 kPa. O ensaio foi denominado MRext
por ter sido realizado com instrumentao externa cmara triaxial. As
caractersticas dos ensaios e os parmetros de compactao so
apresentados pela Tabela 2. Tabela 2. Dados de compactao dos corpos
de prova 10x20 cm.
Ensaio triaxial
Teor de umidade
(%)
Peso especfico aparente seco
(kN/m3)
Grau de compactao
(%) MR1 MR2 MR3
4,44 4,92 4,51
25,36 23,76 24,95
101,9 95,4
100,2 Mrext 3,94 24,50 98,4
O primeiro modelo utilizado para ajustar os resultados dos
ensaios em corpos de prova 10 x 20 cm foi o k-3. Este modelo o
indicado pelo mtodo de ensaio DNER 131/94 para materiais
granulares. Os ajustes obtidos so apresentados na Figura 5 e os
parmetros do modelo na Tabela 3. Observa-se que os resultados
obtidos com instrumentao interna mostraram pouca influncia da tenso
desvio. Por outro lado, a influncia da presso de confinamento muito
significativa, apresentando coeficientes k2 da ordem de 0,9. O
ensaio realizado com instrumentao externa cmara triaxial apresentou
menor influncia da presso de confinamento, com coeficiente k2 de
0,6. A tenso desvio, neste caso, apresentou maior influncia no
mdulo de resilincia, separando os valores relativos a cada tenso
desvio dentro da mesma presso de confinamento. A Tabela 3 mostra
que os coeficientes de determinao R2 so expressivamente maiores
para os ajustes dos ensaios com instrumentao interna. Ainda, o
ensaio MRext apresentou mdulos de resilincia ligeiramente
superiores aos ensaios MR1,MR2 e MR3 para presses de confinamento
mais baixas e inferiores para presses de confinamento mais
elevadas. A presso de confinamento que delimita estes
comportamentos da ordem de 35 kPa.
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
5
-
10
100
1000
0.01 0.1 1Presso de confinamento (MPa)
Md
ulo
de re
sili
ncia
(MPa
)
MR1MR2MR3MRext
Figura 5. Mdulos obtidos a partir de ensaios em corpos de prova
10 x 20 cm segundo o modelo k-3. Tabela 3. Parmetros do modelo k-3
para os ensaios realizados em corpos de prova de 10 x 20 cm.
Ensaio k1 k2 R2 MR1 MR2 MR3
2292 1904 2143
0,9272 0,8648 0,9156
0,97 0,96 0,96
Mrext 811,8 0,6201 0,79 Os ajustes segundo o modelo k-
apresentaram coeficientes de determinao ligeiramente superiores aos
do modelo k-3 para os ensaios com instrumentao interna e
expressivamente superior para o ensaio com instrumentao externa.
Ainda assim nota-se que os pontos so ligeiramente mais dispersos em
torno da curva de ajuste para o ensaio com instrumentao externa. A
Figura 6 apresenta os ajustes obtidos e a Tabela 4 os parmetros de
regresso estatstica.
10
100
1000
0.1 1 10/Patm (MPa)
Md
ulo
de re
sili
ncia
(MPa
)
MR1MR2MR3MRext
Figura 6. Mdulos obtidos a partir de ensaios em corpos de prova
10 x 20 cm segundo o modelo k - . Tabela 4. Parmetros do modelo k-
para os ensaios realizados em corpos de prova de 10x20 cm.
Ensaio k1 k2 R2
MR1 MR2 MR3
64,13 67,77 62,65
0,9033 0,8423 0,8930
0,98 0,97 0,98
Mrext 70,92 0,6515 0,94 O modelo composto vem se mostrando como
o mais eficiente e representativo ajuste estatstico do mdulo de
resilincia. Os coeficientes de determinao R2 obtidos com este
modelo nos ensaios em corpos de prova 10 x 20 cm foram sempre
superiores aos demais modelos, estando sempre acima de 0,99. Os
parmetros de regresso estatstica obtidos esto apresentados na
Tabela 5. Tabela 5. Parmetros do modelo composto para os ensaios
realizados em corpos de prova de 10x20 cm.
Ensaio k1 k2 k3 R2 MR1 MR2 MR3
2303 2180 2377
0,7593 0,7392 0,7570
0,2228 0,2351 0,2624
0,998 0,996 0,997
Mrext 692 0,1862 0,4822 0,992 4.2 Ensaios em corpos de prova
25x50 cm Os ensaios de mdulo de resilincia em corpos de prova 25 x
50 cm foram realizados segundo a metodologia apresentada no item
3.2. Para esta campanha de ensaios, apenas um corpo de prova foi
moldado especialmente para a execuo de ensaio de mdulo de
resilincia. Este ensaio foi denominado MR1 e no contou com
instrumentao interna. O ensaio denominado MR2 foi executado em um
corpo de prova oriundo do ensaio DP ME 53 kPa e os ensaios MR3, MR4
e MR5 foram executados no corpo de prova oriundo do ensaio DP ME 70
kPa, todos com instrumentao interna e externa. As caractersticas
dos ensaios e os parmetros de compactao so apresentados pela Tabela
6. Tabela 6. Dados de compactao dos corpos de prova 25x50 cm.
Ensaio triaxial
Teor de umidade
(%)
Peso especfico aparente seco
(kN/m3)
Grau de compactao
(%) MR1 MR2 MR3
4,0 3,6 3,1
24,98 24,72 24,97
100,3 99,3
100,1 MR4 3,1 24,97 100,1 MR5 3,1 24,97 100,1
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
6
-
A interpretao dos ensaios em corpos de prova 25 x 50 cm seguiu a
mesma sequncia que os 10 x 20 cm. O primeiro ajuste a ser
apresentado segundo o modelo k-3. Os resultados obtidos so
apresentados na Figura 7 e os parmetros do modelo na Tabela 7.
10
100
1000
10000
0.01 0.1 1
Presso de confinamento (MPa)
Md
ulo
de R
esili
nci
a (M
Pa)
MR1 ext MR2 intMR2 ext MR3 intMR3 ext MR4 intMR4 ext MR5 intMR5
ext
Figura 7. Mdulos obtidos a partir de ensaios em corpos de prova
25 x 50 cm segundo o modelo k-3. Tabela 7. Parmetros do modelo k-3
para os ensaios realizados em corpos de prova 25 x 50 cm.
Ensaio k1 k2 R2 MR1ext MR2 ext MR3 ext
686,1 3731 2058
0,3586 0,9780 0,7841
0,89 0,91 0,93
MR4 ext 2624 0,8500 0,95 MR5 ext MR1int MR2int MR3 int MR4
int
2304 -
3967 5134 5731
0,8040 -
0,7080 0,8339 0,8847
0,94 -
0,93 0,94 0,96
MR5 int 5070 0,8393 0,97 O MR1 foi o primeiro ensaio realizado
no equipamento triaxial de grande porte e no se tem informaes como
o dimetro e altura final do corpo de prova; mesmo o teor de umidade
foi determinado muitos dias aps as sua moldagem. O resultado foi
significativamente diferente dos demais, o que pode ser atribudo
inexperincia na operao dos equipamentos de compactao e do prprio
equipamento triaxial. Na oportunidade no haviam sido confeccionados
os suportes para os LVDTs internos, por este motivo no apresentado
entre os MRint. Observa-se que os mdulos de resilincia so
expressivamente maiores quando calculados a partir de deslocamentos
elsticos medidos com LVDTs internos. A influncia da presso de
confinamento se mostra ligeiramente superior quando utilizado o
LVDT externo. O agrupamento dos pontos para uma mesma
tenso de confinamento mostrou que a tenso desvio tem pouca
influncia no valor dos mdulos. Os coeficientes de determinao R2
foram sempre acima de 0,9, exceto para o ensaio MR1ext. Os ajustes
segundo o modelo k- apresentaram coeficientes de determinao
ligeiramente superiores aos do modelo k-3 para os ensaios com
instrumentao externa e ligeiramente inferiores para o ensaio com
instrumentao interna. Nota-se que os pontos so um pouco mais
dispersos em torno da curva de ajuste para o ensaio com
instrumentao interna. A Figura 8 apresenta os ajustes obtidos e a
Tabela 8 os parmetros de regresso estatstica.
10
100
1000
10000
0.1 1 10
/Patm (MPa)
Md
ulo
de R
esili
nci
a (M
Pa) MR1 ext MR2 ext
MR3 ext MR4 extMR5 ext MR4 intMR2 int MR5 intMR3 int
Figura 8. Mdulos obtidos a partir de ensaios em corpos de prova
25 x 50 cm segundo o modelo k - . Tabela 8. Parmetros do modelo k-
para os ensaios realizados em corpos de prova 25 x 50 cm.
Ensaio k1 k2 R2 MR1ext MR2 ext MR3 ext
169,2 83,80 98,44
0,3756 0,9754 0,7822
0,94 0,97 0,99
MR4 ext 101,8 0,8127 0,98 MR5 ext MR1int MR2int MR3 int MR4
int
102,9 -
263,3 215,4 205,2
0,7958 -
0,6721 0,7624 0,7960
0,98 -
0,89 0,79 0,87
MR5 int 207,2 0,7847 0,89 As anlises segundo o modelo composto,
de forma geral, resultaram coeficientes de determinao R2 superiores
aos dos modelos k-3 e k-. Este modelo pode ter uma aplicao muito
objetiva na anlise mecanstica de pavimentos uma vez que considera
explicitamente o estado de tenses ao qual o
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
7
-
material est submetido. Os parmetros dos modelos so apresentados
na Tabela 9. Tabela 9. Parmetros do modelo composto para os ensaios
realizados em corpos de prova de 25x50 cm.
Ensaio k1 k2 k3 R2 MR1ext MR2ext MR3ext
620,4 3193 1936
0,1105 0,3516 0,3527
0,2319 0,6442 0,4892
0,92 0,96 0,99
MR4ext MR5ext MR1int MR2int MR3int MR4int MR5int
2798 2560
- 4685 6312 7704 6282
0,2330 0,2470
- 0,07336 0,2149 -0,1661 -0,1497
0,6937 0,6541
- 0,7139 1,079 1,130 1,039
0,99 0,99
- 0,97 0,98 0,98 0,98
5 CONCLUSES A primeira particularidade notada que os mdulos de
resilincia obtidos no ensaio triaxial no equipamento de grande
porte foram superiores aos obtidos no equipamento para solos (10 cm
x 20 cm). Resultados semelhantes foram obtidos por Wambura (2003).
Tambm, de forma geral, os mdulos calculados por instrumentao
interna, so superiores aos calculados com a instrumentao externa.
de consenso na literatura tcnica que a instrumentao com LVDTs
posicionados dentro da cmara triaxial e solidrios ao corpo de prova
a maneira mais adequada de se medir deslocamentos. Vrios so os
fatores que apontam na direo da utilizao de corpos de prova de
grande porte para a avaliao do comportamento mecnico de agregados.
A principal a relao entre o dimetro do corpo de prova e o tamanho
mximo de partcula de, no mnimo cinco, sendo respeitada. Alm disso,
um corpo de prova grande permite adaptarem-se os LVDTs, de forma a
medir os deslocamentos com um espaamento mais prximo ao da camada
avaliada. Sendo assim, considera-se que os resultados obtidos para
o corpo de prova de grande porte com instrumentao interna so os
mais representativos do comportamento do material. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem FINEP que financiou o
desenvolvimento do equipamento construdo e CNPq e CAPES pelas
bolsas concedidas. REFERNCIAS Caputo, H.P. (1977). Mecnica dos
Solos e suas
Aplicaes. 5 ed. Rio de Janeiro. Livros Tcnicos e Cientficos, 242
p.
Casagrande, F. (2003). Estudo da Influncia do Teor de Finos na
Condutividade Hidrulica e Deformabilidade Elstica de Britas.
Dissertao de Mestrado. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul PPGEC/UFRGS. Porto
Alegre. 145 p.
Departamento Autnomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul
DAER/RS ES P 08 (1991). Base Granular. Especificao de Servio. Porto
Alegre.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER ME 049
(1994). Solos Determinao do ndice de Suporte Califrnia Utilizando
Amostras No-Trabalhadas. Mtodo de Ensaio. Rio de Janeiro.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER ME 080
(1994). Solos Anlise Granulomtrica por Peneiramento. Mtodo de
Ensaio. Rio de Janeiro.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER ME 129
(1994). Solos Compactao Utilizando Amostras No-Trabalhadas. Mtodo
de Ensaio. Rio de Janeiro.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER ME 131
(1994). Solos Determinao do Mdulo de Resilincia. Mtodo de Ensaio.
Rio de Janeiro.
Malysz, R. (2009) Desenvolvimento de um Equipamento Triaxial de
Grande Porte para Avaliao de Agregados como Camada de Pavimentos.
Tese de Doutorado. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul PPGEC/UFRGS. Porto
Alegre, 350 p.
Medina, J. de; Motta, L. M. G. da (2005). Mecnica dos
Pavimentos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. 2 edio, 574 p.
Nez, W. P.; Ceratti, J. A. P.; Arnold, G. P. (2000). Weathered
Basalts, Alternative Aggregates for Thin Pavements Bases. Unbound
Aggregates in Road Construction, UNBAR 5, Dawson (ed.) Balkema,
Rotterdam. pp. 117 a 124.
Nez, W. P.; Ceratti, J. A. P.; Gehling W. Y. Y.; Oliveira, J. A.
(2002) Elastic Analysis of Thin Pavements and Subgrade Soil Based
on Field and Laboratory Tests. Bearing Capacity of Roads, Railways
and Airfields. Lise, pp. 685 a 696.
Sousa Pinto, C. (2002) Curso Bsico de Mecnica dos Solos, So
Paulo, Oficina de Textos, 355 p.
Wanbura, G. (2003). Characterization of Unbound Pavement
Materials for Mechanistic- Empirical
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
8
-
Performance Prediction. Master of Science Thesis. University of
Maryland, College Park, 128 p.
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO,
INOVAO E SUSTENTABILIDADE. 2010 ABMS.
9