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Avaliao da Aplicabilidade de Mtodos de Clculo da Tenso Admissvel
a um Solo Arenoso de Fortaleza Alfran Sampaio Moura Universidade
Federal do Cear, Fortaleza, Brasil, [email protected] Dger
Madeira Cunha Construtora Reata Ltda, Fortaleza, Brasil,
[email protected] Silvrano Adonias Dantas Neto Universidade
Federal do Cear, Fortaleza, Brasil, [email protected] Francisco
Chagas da Silva Filho Universidade Federal do Cear, Fortaleza,
Brasil, [email protected] RESUMO: A tenso admissvel aquela aplicada ao
solo e que provoca apenas recalques que a construo pode suportar
sem inconvenientes, oferecendo simultaneamente, segurana
satisfatria contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento
estrutural de fundao (ABNT, 1996). A estimativa da tenso admissvel
do solo de fundao de uma edificao pode ser feita de diversas formas
e depende da importncia da obra, da experincia acumulada na regio e
das investigaes geotcnicas e ensaios de laboratrio realizados. O
objetivo deste trabalho obter uma orientao para o clculo da tenso
admissvel de solos arenosos em Fortaleza, verificando a
aplicabilidade dos mtodos empricos e semi-empricos na regio,
avaliando alguns dos principais mtodos de clculo para a estimativa
da tenso admissvel de solos arenosos. Em um primeiro momento,
apresenta-se uma reviso bibliogrfica sobre a estimativa da tenso
admissvel de solos arenosos. Em seguida, utilizando dados coletados
de uma obra em Fortaleza estima-se a tenso admissvel de um solo
arenoso a partir de mtodos empricos e semi-empricos. Os resultados
das estimativas so comparados com os resultados de provas de carga.
Dentre os mtodos analisados, as estimativas obtidas a partir dos
mtodos empricos foram as mais concordantes. PALAVRAS-CHAVE:
Fundaes, Tenso admissvel, Fortaleza. 1 INTRODUO A tenso admissvel
dos solos a tenso aplicada ao solo que provoca apenas recalques que
a construo pode suportar sem inconvenientes e que oferece,
simultaneamente, segurana satisfatria contra a ruptura ou o
escoamento do solo ou do elemento estrutural de fundao (ABNT,
1996). A estimativa da tenso admissvel do solo de fundao de uma
edificao pode ser feita de diversas formas e depende da importncia
da obra, da experincia acumulada na regio e das investigaes
geotcnicas e ensaios de laboratrio realizados. O objetivo deste
trabalho obter uma
orientao para o clculo da tenso admissvel de solos arenosos em
Fortaleza, verificando a aplicabilidade dos mtodos empricos e
semi-empricos na regio. 2 MTODOS DE CLCULO DA TENSO ADMISSVEL DOS
SOLOS A tenso admissvel de um solo que serve de apoio fundao de uma
edificao pode ser feita por quatro critrios: mtodos tericos
(racionais), mtodos que utililizam provas de carga, mtodos
semi-empricos e mtodos empricos. A seguir apresenta-se alguns dos
principais mtodos empricos, semi-empricos e
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que utilizam provas de carga divulgados na literatura. 2.1
Mtodos Empricos Segundo a NBR 6122/96, so considerados mtodos
empricos aqueles pelos quais se obtm a tenso admissvel com base na
descrio do terreno, ou seja na classificao e determinao da
compacidade ou consistncia por meio de investigaes de campo e/ou de
laboratrio. Na prtica, encontra-se algumas tabelas de tenses bsicas
de normas (ABNT, 1996) e correlaes empricas para a estimativa da
tenso admissvel dos solos. As tabelas de normas devem ter utilizao
restrita a ante-projetos e obras de pequena responsabilidade.
Atravs de correlaes empricas, pode-se estimar a tenso admissvel de
fundaes superficiais por meio de correlaes com a resistncia de
ponta (qc) do ensaio de cone (CPT) ou com o ndice de resistncia
penetrao (NSPT) da sondagem percusso (SPT). O mtodo Prtico o
principal mtodo emprico utilizado para a estimativa da tenso
admissvel do solo, prinpalmente, em anteprojetos de fundaes de
edifcios na cidade de Fortaleza. Nesse mtodo, a tenso admissvel de
solos arenosos (adm) obtida atravs da seguinte expresso:
5N
adm = (1)
onde adm dada em kgf/cm2 e N o nmero mdio dos golpes da sondagem
percusso. Segundo Cintra et al (2003), no meio tcnico brasileiro
muito conhecida a seguinte frmula para o clculo da tenso admissvel
de fundaes diretas por sapatas:
qNadm += 50 (2)
onde adm dada em MPa, N (de 5 a 20) o nmero mdio dos golpes da
sondagem percusso e q o peso efetivo das camadas de
solos sobrejacentes 2.2 Mtodos Semi-Empricos Os mtodos
semi-empricos so aqueles em que as propriedades dos materiais,
estimadas com base em correlaes, so usadas em teorias adaptadas da
Mecnica dos Solos. Alguns dos principais mtodos semi-empricos so os
propostos por Terzaghi e Peck (1948, 1967), Meyerhof (1965), Aoki e
Velloso (1975) e Dcourt (1996). Em um trabalho pioneiro sobre o uso
do ensaio SPT na previso de recalques e de tenso admissvel de
sapatas em areia, Terzaghi e Peck (1948, 1967), indicaram que a
tenso que provoca um recalque de 1 polegada pode ser obtida com
seguinte expresso:
23 1'4, 4. .10 2.spt
adm
N BB
+
= (3)
onde adm a tenso, em kgf/cm2, que produz um recalque de 1, B a
menor dimenso em ps (B4) e NSPT o nmero de golpes da sondagem
percusso (SPT). Segundo Meyerhof (1965), pode-se relacionar a tenso
aplicada e o recalque de sapatas em areia a partir das seguintes
expresses:
8. adm
admwN
= (4)
2. 1'.12
spt admadm
N w BB
+
= (5) onde: B a menor dimenso da sapata em ps, wadm o recalque
admissvel em polegadas e adm dado em kgf/cm2. A equao (4) vlida
para B 4 e a equao (5) validada para B > 4. Pelo mtodo proposto
por Aoki e Velloso (1975), a resistncia de base (R), em termos de
tenso, pode ser determianada por uma das seguintes expresses:
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1Fqc
R = (6)
1FKN
R = (7)
onde Cq e N so, respectivamente, a resistncia de ponta do ensaio
de cone e o ndice de resistncia penetrao do SPT, 1F um coeficiente
de transformao adimensional, K um coeficiente que depende do tipo
de solo. Ao valor de R aplica-se um fator de segurana mnimo de 3,
assim a tenso admissvel do solo dada por:
3R
adm
= (8)
Finalmente, pela proposta de Dcourt (1996), a resistncia de
base, em termos de tenso, expressa por:
PR NC.. = (9) onde um coeficiente de reduo, C o fator
caracterstico do solo, PN o valor mdio do ndice de resistncia
penetrao na base do elemento estrutural de fundao. De acordo com a
proposta, aplica-se um fator de segurana de 4 resistncia de base,
logo:
4R
adm
=
2.3 Mtodos que Utilizam Provas de Carga As provas de carga em
sapatas reais de concreto armado praticamente no so realizadas, a
no ser em alguns raros casos de pesquisa. Como alternativa
utiliza-se resultados de provas de carga sobre placas. Neste caso,
a tenso admissvel pode ser determinada utilizando diversos mtodos,
dentre eles destaca-se o critrio de Boston e o mtodo de Van Der
Veen (1953).
Pelo Critrio de Boston, que foi desenvolvido para placa quadrada
de 0,30 m de lado, inicialmente so considerados dois valores de
recalque (10 mm e 25 mm) e as correspondentes tenses (10 e 25) na
curva tenso x recalque. A tenso admissvel dada pelo menor dos dois
seguintes valores: 10 e 25/2. Esse critrio significa estabelecer,
para a placa, um recalque admissvel adm de 10 mm e um critrio de
ruptura convencional em que a tenso de ruptura R est associada ao
recalque arbitrrio de 25 mm, correspondendo o denominador 2 ao
fator de segurana. O mtodo de Van Der Veen (1953) o mais difundido
mtodo que utiliza resultados de provas de carga para clculo da
estimativa da tenso admissvel do solo no meio tcnico brasileiro.
Neste relaciona-se num grfico semi-logartimo, os valores de 1-Q/QR
com os de recalque obtidos na prova de carga para cada valor de Q,
arbitrando-se valores constantes de QR. Neste caso Q a carga em
cada estgio de carga da prova e QR a carga de ruptura. um processo
interativo at conseguir uma reta, a qual corresponde carga de
ruptura. Neste caso, o fator de segurana adotado de 3. 3 COLETA DE
DADOS A coleta dos dados deste trabalho foi realizada em empresas
locais e constou da obteno de relatrios de sondagens percusso (SPT)
e de provas de carga em placa realizadas em um terreno situado Rua
Desembargador Praxedes, em Fortaleza-CE, onde foram construdos seis
blocos de apartamentos com oito pavimentos. A Figura 1 mostra a
locao das sondagens e das provas de carga coletadas. 4 ENSAIOS
GEOTCNICOS 4.1 Sondagens Percusso A sondagem percusso (SPT) ,
reconhecidamente, o mtodo de investigao geotcnica mais utilizado no
Brasil. A
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resistncia penetrao obtida a partir do ensaio que d indicaes da
resistncia do solo e permite a retirada de amostras para fins de
caracterizao do perfil do solo. Os valores da resistncia penetrao
obtida no ensaio so comumente utilizados em projetos de fundaes.
Figura 1. Locao sondagens percusso (SP 01 e SP 02) e das provas de
carga (PC 1 e PC 2).. Na realizao deste trabalho utilizou-se um
total de quatro sondagens percusso, de acordo com a Norma NBR
6484/01 (ABNT, 2001), executadas at uma profundidade de 9m
utilizando um trado manual. Nas Figura 2 e 3 mostra-se os valores
dos ndices de resistncia penetrao apresentados nas quatro sondagens
realizadas.
0123456789
10
0 5 10 15 20 25
Resistncia penetrao
Prof
undi
dade
(m)
0
2
4
6
8
10
0 5 10 15 20 25 30
Resistncia penetrao
Prof
undi
dade
(m)
a) b) Figura 2. Sondagens percusso a) SP-01 b) SP-02 O perfil de
solo identificado na sondagem SP-01 composto, inicialmente, de uma
camada de 6,80 m de areia fina a mdia, siltosa, sendo que nos
primeiros 20 cm h a presena de matria orgnica. Na poro inferior do
perfil,
identifica-se uma camada de areia siltosa, com pedregulhos, de
2,45m de espessura e, em mdia, o ndice de resistncia foi de 6
golpes.
0123456789
10
0 5 10 15 20 25
Resistncia penetrao
Prof
undi
dade
(m)
0123456789
10
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Resistncia penetrao
Prof
undi
dade
(m)
c) d) Figura 3. Sondagens percusso a) SP-11 b) SP-12 No perfil
de solo da sondagem SP-02 identifica-se, na poro superior, uma
camada de 7,80 m de areia fina a mdia, siltosa, seguida de uma
camada de areia siltosa, com pedregulhos, de 2,25m de espessura.
Neste caso, na mdia, o ndice de resistncia tambm foi de 6 golpes.
Na sondagem SP-11, identifica-se inicialmente uma camada de aterro
de 20 cm, seguido de 1,80m de uma areia argilosa. Abaixo desta,
tem-se uma camada de 5m de areia argilosa, com pedregulhos e uma
argila arenosa, com pedregulhos, de 2,45m. O ndice de resistncia
mdio foi de 7 golpes. Finalmente, no furo SP-12 observa-se na poro
superior um aterro de 20cm, seguido de uma camada de areia fina a
mdia, argilosa, de 5,80m. Em seguida, o perfil de solo apresenta
uma camada de 3,45m de uma argila arenosa, com pedregulhos. Neste
caso, em mdia, o ndice de resistncia foi de 13 golpes. Vale
destacar que, em todas as sondagens, o nvel dgua no foi encontrado
e que as sondagens SP-01 e SP-02 foram realizadas nas proximidades
da prova de carga n 1 e as sondagens SP-11 e SP-12 nas adjacncias
da prova de carga n 2. Os resultados das provas de cargas nos 1 e 2
so apresentados em seguida. 4.2 Provas de Carga Com o objetivo de
verificar a aplicabilidade da utilizao de alguns mtodos empricos e
semi-
Rua Anto Correia Lima
Rua Frei Vicente Salvador
Rua
Alm
irant
e
Ruf
ino
Rua
Des
emba
rgad
or
Pra
xede
s
N
Bloco I
Bloco IV A
PC 2 PC 1
SP-11
SP-12 SP-01
SP-02
Rua Anto Correia Lima
Rua Frei Vicente Salvador
Rua
Alm
irant
e
Ruf
ino
Rua
Des
emba
rgad
or
Pra
xede
s
N
Bloco I
Bloco IV A
PC 2 PC 1
SP-11
SP-12 SP-01
SP-02
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empricos para o clculo da tenso admissvel de solos arenosos em
Fortaleza, utilizou-se duas provas de carga realizadas sobre placa
metlica com 0,50 m2 de rea. Nas duas provas, as cargas foram
aplicadas em sete estgios, sendo trs de 15 kN e quatro de 20 kN,
atingido uma carga mxima de 125 kN, ou seja, uma tenso mxima de 250
kPa (2,5 kg/cm2). Em todos os estgios de carga e descarga, o
carregamento foi mantido at a estabilizao dos recalques e os
recalque foram considerados como a mdia dos valores de dois
extensmetros colocados em posies diametralmente opostas. As Figuras
4 e 5 mostram os resultados das duas provas de carga
utilizadas.
0123456789
10111213141516
0 20 40 60 80 100 120 140
Carga (kN)
Rec
alqu
e (m
m)
Figura 4. Prova de carga no 1 (PC 1).
0123456789
101112
0 20 40 60 80 100 120 140
Carga (kN)
Rec
alqu
e (m
m)
Figura 5. Prova de carga no 1 (PC 1). 5 ESTIMATIVAS DA TENSO
ADMISSVEL E COMPARAO DOS RESULTADOS Para o clculo da tenso
admissvel do solo
estudado, utilizou-se as seguintes metodologias semi-empricas:
Mtodo prtico, Cintra et al. (2003), Terzaghi e Peck (1948, 1967),
Meyerhof (1965), Aoki e Velloso (1975) e Dcourt (1996). Objetivando
observar quais os mtodos semi-empricos mais adequados para o clculo
da tenso admissvel do solo, utilizou-se ainda os mtodos de Boston e
Van Der Veen (1953), que so mtodos que utitizam os resultados de
provas de carga para extrapolar a carga de ruptura. Para efeito de
clculo das tenses admissveis, considerou-se uma fundao direta, do
tipo sapata, de 2m x 3m de lado, assente a uma profundidade de 0,20
m. importante comentar que, 0,20m a profundidade de assentamento
das placas metlicas das provas de carga. O valor do nmero de golpes
utilizado nas metodologias semi-empricas foi estimado pela mdia dos
dois furos de sondagens mais prximos de cada uma das provas de
carga. O valor do nmero de golpes de cada um dos furo dado pela
mdia dos valores nos quatro primeiros metros de profundidade, ou
seja, a mdia do nmero de golpes at uma profundidade correspondente
a duas vezes a menor dimenso da fundao (2B). A Tabela 1 mostra os
valores estimados da tenso admissvel do solo a partir das
metodologias empricas e semi-empricas utilizadas. Tabela 1.
Estimativas da tenso admissvel ( adm) do solo por mtodos empricos e
semi-empricos..
adm (kPa) Mtodo PC 1 PC 2 Mtodo Prtico 100 80 Cintra et al.
(2003) 103 83 Terzaghi e Peck (1948, 1953) 29 15
Meyerhof (1965) 55 44 Aoki-Veloso (1975) 330 356 Dcourt (1996)
350 250 Nota: PC representa as provas de carga Pela Tabela 1
observa-se que os maiores valores de adm foram estimados a partir
dos mtodos de Aoki e Velloso (1975) e Dcourt (1996) e os menores
foram obtidos utilizando os mtodos de Terzaghi e Peck (1948, 1953)
e Meyerhof (1965).
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Pelo mtodo de Boston, que utiliza resultados das provas de
carga, foram obtidos para a tenso admissvel do solo (adm) os
valores de 220 e 250 kPa para as provas de carga de nos 1 e 2,
respectivamente. Utilizando-se o mtodo de Van Der Veen (1953) e
adotando-se um coeficiente de segurana igual a 3, estima-se que a
tenso admissvel do solo adjacente a prova de carga de nmero 1 seja
de 111 kPa e que o solo de apoio da prova de carga nmero 2 tenha
uma tenso admissvel de 93 kPa. A Figura 6 mostra uma comparao entre
os valores de adm estimados por mtodos empricos, semi-empricos e
que utilizam provas de carga
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Mtodo Prtico
Cintra et al. (2003)
Terzaghi e Peck (1948,1953)
Meyerhof (1965)
Aoki e Velloso (1975)
Dcourt (1996)
Boston
Van Der Veen (1953)
Mt
odos
de
Cl
culo
Tenso Admissvel (kPa)
PC 2PC 1
Figura 6. Comparao entre os valores de adm estimados por mtodos
empricos, semi-empricos e que utilizam provas de carga. Na Figura 7
compara-se os valores mdios da tenso admissvel do solo (adm)
estimados nas provas de carga nmeros 1 (PC 1) e 2 (PC2). Tendo como
referncia os valores de adm obtidos pelos mtodos que utilizam
resultados de provas de carga, observa-se pelas Figuras 6 e 7 que
os mtodos de Dcourt (1996) e Aoki e Velloso (1975) superestimaram a
tenso admissvel (adm) do solo. Atribui-se esse resultado ao fato
desses metodologias terem sido desenvolvidas originalmente para
estacas necessitando, portanto, de modificaes para os casos em que
forem utilizadas para estimar adm de fundaes superficiais.
Figura 7. Comparao dos valores mdios da tenso admissvel do solo
( adm) estimados entre as provas de carga nmeros 1 (PC 1) e 2 (PC
2). Por outro lado, as propostas de Meyerhof (1965) e Terzaghi e
Peck (1948, 1953) forneceram valores bastante conservadores, ou
seja, contra a economia. Esse resultado concordante com as indicaes
da literatura (Velloso e Lopes, 1996). Para a surpresa dos autores
deste artigo, os mtodos que apresentaram as estimativas da tenso
admissvel (adm) mais coerentes foram os empricos. Os mtodos de
Cintra et al (2003) e o mtodo prtico forneceram valores de adm
praticamente iguais devido a pequena profundidade de assentamento
das provas de carga. A diferena entre os dois mtodos e as
estimativas fornecidas pela utilizao de Van Der Veen (1953) foram,
em mdia, de apenas 9% a favor da segurana. 6 CONCLUSES A realizao
deste artigo permitiu estabelecer as seguintes concluses: - Os
mtodos de Aoki e Velloso (1975) e Dcourt (1996) forneceram
estimativas da tenso admissvel do solo arenoso estudado
superestimadas; - Os mtodos de Meyerhof (1965) e Terzaghi e Peck
(1948, 1953) forneceram valores bastante conservadores; -
Surpreendentemente, os mtodos empricos apresentaram as estimativas
da tenso admissvel (adm) mais coerentes. O mtodo de Cintra et al
(2003) e o mtodo prtico forneceram valores de adm aproximadamente
iguais, com erro, em mdia, de apenas 9%, com
Terzaghi e Peck (1948,1953)
Meyerhof (1965)
Aoki e Velloso (1975)
Dcourt (1996)
Boston
Van Der Veen (1953)
Mt
odos
de
Clc
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relao ao valor obtido com a utilizao da proposta de Van Der Veen
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