Presidente da Republica (em exerc1cio) Itamar Franco Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento, On;:amento e Coordenayao Paulo Roberto Haddad FUNDACAO INSTITUTO BRASIL1:JRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA - IBGE Presidente Eurico de Andrade Neves Borba Diretor de Planejamento e Coordenayao Djalma Galv80 Carneiro Pessoa ORGAOS TECNICOS SETORIAIS Diretoria de Pesquisas Tereza Cristina Nascimento Araujo Diretoria de Geoci€lncias Sergio Bruni Diretoria de Informatica Francisco Quental Centro de Documentayao e Disseminayao de Informayoes Nelson de Castro Senra UNIDADE RESPONSAvEL Diretoria de Geocielncias Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Ricardo Forim Lisboa Braga Este selo, que reproduz uma das pinturas do homem pre-hist6rico brasileiro, recem-descobertas pela arque610ga Maria Beltrfio (Museu Nacional) na Bahia, e uma homenagem do IBGE aos 500 anos do Descobrimento da America.
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Presidente da Republica (em exerc1cio)Itamar Franco
Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento, On;:amento e CoordenayaoPaulo Roberto Haddad
FUNDACAO INSTITUTOBRASIL1:JRO DE GEOGRAFIAE ESTATISTICA - IBGE
PresidenteEurico de Andrade Neves Borba
Diretor de Planejamento e CoordenayaoDjalma Galv80 Carneiro Pessoa
ORGAOS TECNICOS SETORIAIS
Diretoria de PesquisasTereza Cristina Nascimento Araujo
Diretoria de Geoci€lnciasSergio Bruni
Diretoria de InformaticaFrancisco Quental
Centro de Documentayao e Disseminayao de InformayoesNelson de Castro Senra
UNIDADE RESPONSAvEL
Diretoria de Geocielncias
Departamento de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisRicardo Forim Lisboa Braga
Este selo, que reproduz uma das pinturas do homem pre-hist6ricobrasileiro, recem-descobertas pela arque610ga Maria Beltrfio (MuseuNacional) na Bahia, e uma homenagem do IBGE aos 500 anos do
~~~ Descobrimento da America.
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SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORCAMENTO E COORDENACAOFUNDACAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO~RAFIA E ESTATisTICA· IBGE
DIRETORIA DE GEOCIENCIASDEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAlS E ESTUDOS AMBIENTAIS
SERlE MANUAlS TECNICOS EM GEOCIENCIAS
Numero 1
Manual Tecnico daVegeta~ao Brasileira
Rio de Janeiro1992
FUNDACAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfsTICA -IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166· Centro - 20021·120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Angela Maria Studart daFonseca VazMarli Pires Morim de LimaRonaldo Marquete
Procedimentos para Mapeamento
Jose Eduardo Mathias Brazao
Colaboradores
Antonio Louren~o Rosa Rangel FilhoBraulio Ferreira Souza DiasGeraldo Carlos Pereira PintoHeliomar MagnagoJaime de Souza Pires Neves FilhoJoao Batista da Silva PereiraJorge Carlos Alves LimaLuiz Alberto Dambr6sPetronio Pires Furtado
Roberto Miguel KleinTarciso de S. FilgueirasWanderbilt Duarte BarrosZelia Lopes da Silva
EQUIPE EDITORIAL
Publica~ao edi torada e elaboradapelo Sistema de Editora~ao Eletronicana Divisao de Editora~ao eGrilfica - DEDIT/CDDI, emoutubro de 1992
Estrutural;ao EditorialAlz1ra Magalhaes CasemiroCarmen Heloisa Pessoa Costa
CopidesqueHelian Schmidt PereiraOnaldo Pedro Merisio
RevislioCristina C de Carvalho PinhoJose Luis NicolaKatia Domingos VieiraSueli Alves de AmorimUmberto Patrasso Filho
Edil<aoVanda Ribeiro dos Anjos
Diagramal;aoJose Augusto Barreiros SampaioRonaldo BainhaMaria Jose Sales Monteiro
CapaAldo Victorio FilholFernando PortugalDivisao de Comercializa~ao
DECOP/CDDI
ImpresslioDivisao de Grafica I Departamento de Editora~iio e Gratica - DEDIT/CDDI
Manual tecnico da vegeta,ao brasileira / Funda,ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, Departamento de Recursos Naturais eEstudos Ambientais -Rio de Janeiro: IBGE.199192 P - (Manuais tecoicos dc Gcocicncias,ISSN 0103-9598; n I)ISBN 85-240-0427-4I Fitogeografia - Brasil - Manuais, guias, etc 2Vegeta,ao - Classifica,ao - Brasil - Manuais,guias, etc 3 Mapeamento de vegeta,ao - Brasil- Manuais, guias, etc I IBGE Departamento deRecursos Naturais e Estudos AmbientaisIBGE CDDI Dep de Documenta,ao eBibliotecaRJ-IBGE/92-01 CDU 911 2:581 9(81)
Impresso no Brasil/Printed in Brazil
SumariO
APRESENTA<;AO 7
SISTEMA FITOGEOGRAFICO 9
Conceitua~Oes 9
Classifica~iio das Fomlas de Vida 10
Chave de Classifica<,;iio das Formas de Vida 10
Terminologias 11
Sistema de Classilica~iio Fitogeogratica 12Sistema de Classifica<,;ao Fisionomico-Ecol6gica 12Sistema de Classifica<,;ao Flonstico 15Classifica~ao Fitossociol6gico-Bioecol6gica 15Fitossociologia 15Bioecologia 16
Sistema Primario 16Classifica~1io das Regi6es Fitoecol6gicas 16Floresta Ombr6fi1a Densa (Floresta Pluvial Tropical) 16Floresta Ombr6fila Densa Aluvial 17Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas 18Floresta Ombr6fila Densa Submontana 18Floresta Ombr6fila Densa Montana 18Floresta Ombr6fila Densa Alto-Montana 18Floresta Ombr6fila Aberta (Facia~6es da Floresta
Gaucha) 29Estepe Arborizada 29Estepe Parque 30Estepe Gramfneo-Lenhosa 30Classifica~ao das Areas das Forma~6es Pioneiras 30Vegeta~ao com Influencia Marinha (Restingas) 31Vegeta~ao com Influencia Fluviomarinha (Manguezal e
Campo Salino) 31Vegeta~ao com Influencia Fluvial (Comunidades
Aluviais) 31Classifica~ao das Areas de Tensao Eco16gica (Vegeta~ao
de Transi~ao) 31Ec6tono (Mistura Flonstica entre Tipos de
Vegeta~ao) 32Encrave (Areas Disjuntas que se Contatam) 32Classifica~ao dos RefUgios Vegetacionais (Comunidades
Relfquias) 32
Sistema Secundario 32Sucessao Natural 32Primeira Fase 33Segunda Fase 33Terceira Fase 33Quarta Fase 33Quinta Fase 33Agropecuaria 34Agricultura 34Pecuaria (Pastagem) 34Reflorestamento 34
Legenda do Sistema Fitogeografico nas EscalasExplorat6ria e Regional (l :250000 ate 1:1 000000) 34
INVENTARIO NAS FORMA<;OES FLORESTAIS E CAMPESTRES 39
Conceitua~ao 39
Tipos de Invenmrio quanto ao Detalhamento 39Inventarios Florestais de Reconhedmento 39Inventarios Florestais de Semidetalhe 40Inventario Florestal de Pre-Explora<;ao Florestal 40
Tecnicas de Amostragem 40Amostragem Irrestrita ou Inteiramente Casua!izada 41Amostragem Restrita ou Estratificada 41Amostragem Sistematica 41Amostragem Seletiva 42Amostragem em Conglomerados 42Amostragem com Parcelas de Tamanho Variavel 43
Outros T6picos de um Invenmrio Florestal 43Eqiiidistiincia entre as Unidades de Amostra 43Erro de Amostragem 43Tamanho e Forma das Unidades de Amostra 43Distribui<;ao Espacia1 das Arvores de Especies
Quaisquer 44Tipos de Distribui<;ao Espadal 44Metodos para Detectar os Tipos de Distribui<;ao
Espada! 44Metodo dos "Quadrados" (Parcelas) 44Metodo das "Distancias" 44
Etapas de um Inventario Florestal 44Planejamento 44Necessidade de Realizar urn Invent,hio Florestal 45Defini<;ao dos Objetivos 45Defini<;ao do Parametro mais Importante a ser
Definido no Projeto de Invenillrio Florestal 45Execu<;ao 45Interpreta<;ao de Imagens 45Inventarios Florestais com Prop6sitos de Produ<;ao
de Madeira em uma Conjuntura Estatica 45Distribui<;ao das Unidades de Amostra e Precisao
Requerida 45Tamanho, Forma e Dimens5es das Unidades de
Amostra 46Localiza<;ao e Orienta<;ao das Unidades de Amostra 46Invenillrios Florestais com Prop6sitos de Produ<;ao de
Madeira e Aproveitamento da Biomassa Residual 46
4
Distribui<;ao das Unidades de Amostra e Intensidadede Amostragem 46
Dimens5es, Tamanho e Forma das Unidades deAmostra 46
Inventarios Florestais com Prop6sitos Extrativistas 47Trabalhos de Campo 48Altura 48Difimetro 48Distancia 48Nome Vulgar 49Sanidade Aparente 49Descri<;ao Sucinta da Vegeta<;ao 49Quantifica<;ao dos Residuos 50
Procedimentos Metodol6gicos para Levantamento doPotencial Lenhoso/ Arb6reo de Forma~Oes
Campestres 50Distribui<;ao das Unidades de Amostra 50Intensidade, Forma, Tamanho e Dimens5es das
Unidades de Amostra 50Localiza<;ao e Orienta<;ao das Unidades de Amostra naSavana (Cerrado) e na Savana-Estepica (Caatinga) 50Variaveis a serem obtidas na Savana (Cerrado) e
na Savana-Estcpica (Caatinga) 50Savana (Cerrado) 50Savana-Estepica (Caatinga) 50
Processamento de Dados 52
Resultados Esperados 52Detennina<;ao do Potencial de Madeira 52Detennina<;ao da Potencia1idade 53
Discussao dos Resultados 53
Considera~Oes Finais 53
TtCNICAS E MANEJO DE COLE<;OES BOTANICAS SS
Conceitos Gerais 55
Metodologia para Coleta e Herboriza~ao 56Equipe de Campo 56Equipamentos de Coleta e Herboriza<;ao 56Utiliza<;ao do Equipamento de Campo 61Metodologia de Coleta Propriamente Dita 61Ficha de Coleta 61Numera<;ao das Amostras 61Regras Gerais 62Metodologia para Herboriza<;ao 62Prensagem 62Secagem 64
Temlinologia para Descri~aoda Planta de Campo 64Dados Relacionados aPlanta!Ambiente 64Freqiiencia da Especie em Rela<;ao ..10 Ponto da
Coleta 64Aspectos Gerais do Individuo Coletado 65Tipos Peculiares de Rafzes Adventfcias 65Aspectos Gerais do Tronco e dos Ramos 67Folhas, Flores e Frutos 67
Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira
Notas sobre Tecnicas Especificas de Coleta eHerboriza~lio 67
Pterid6fitas 67Palmeiras 68Gramfneas (Bambus) 69Bromeliaceas 69Lianas 69Plantas Herbaceas 70Plantas com Partes Volumosas 70
Herblirio 70Processamento das Cole~5es 70Etiquetagem 70Metodologia para Identifica~ao do Material Botiinico 71Identifica~1io para Atendimento a Projetos 73Montagem e Registro 74Incorpora~ao das Exsicatas 75Manuten~ao das Cole~6es 75Dinfunica de Herbario 75
Procedimentos para Mapeamento 77
Interpreta~o Preliminar 77
Integra"lio Preliminar 77
Opera"oes de Campo 77Caderneta de Campo 77
Reinterpreta~o 77
Mapa Final 77
Relat6rio 84
BIBLIOGRAFIA 89
Tabelas1- Esquema de Classifica~ao da Vegeta~ao Brasileira 362 - Carac,terfsticas da Vegeta~ao, do Terreno e seus Respectivos Indices 533 - Classes de Produtividade Obtidas da Tabela 2 54
FigurasI - Area florestal dividida em rede de unidades de amostrasde igual tamanho 412 - Area florestal dividida em rede de unidades de amostras. As parcelas pr6ximas as bordaduras sao de tamanhoe forma irregulares 413 - Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras de igual tamanho 414 - Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras. As parcelas proximas as bordaduras sao detamanho e forma irregulares 41
Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira
5 - Amostragem sistematica em faixas. A floresta e deforma regular e as faixas de comprimento uniforme 426 - Amostragem sistematica em faixas. A floresta e deforma irregular e as faixas de comprimento variado 427 - Conglomerados com distribui~ao sistematica. Oslirnites dos estratos sao delirnitados durante os trabalhosde campo e podem dividir os elementos do conglome-rado 438 - Conglomerados distribuldos aleatoriamente. Numap6s-estratifica~ao os limites dos estratos podem dividiros elementos do conglomerado 439 - Efeitos da clareira sobre parcelas largas (a) e parcelasestreitas (b) 4610 - Tamanho, forma e dimens5es das parcelas (unidadesde amostras) recomendadas para inventarios florestais naAmazonia (escala 1:250000) 4711 - Esquema de amostragem usando 0 metodo doVizinho Mais Proximo - VMP 4712 - Medi~ao da altura comercial (Hc) e do diametro aaltura do peito (DAP) A altura do peito considerada e a1,30 m do solo 4813 - Sanidade do fuste 4914 - Classes de estruturas mais comuns nos indivlduosarb6reos da Savana-Estepica (Caatinga) Dc - difunetroda copa; Hc - altura da copa; Ht - altura total; Dl e D2 difunetro 5115 - Modelo de Ficha de Coleta 5716 - TIpos de Podao (a, b, c); Desplantador (d); PrensaAberta e Fechada (e) (a-d) retiradas de Fidalgo & Bononi(1984); (e) retirada de Mori et a1. (1985) 5917 - Equipamentos para Coleta de Material Arb6reo:Esporao (a); Cinturao de Seguran~a e Talabarte (b); Bota(c). Retirados de Fidalgo & Bononi (1984) 6018 - Numera~ao das amostras: Numero de Coleta doIndivlduo a (a); Numero de Coleta do Indivlduo b (b) 6219 -TIposdePrensagem: AmostraemN ou V (a); Amostracom Folhas Cortadas mostrando 0 vestigio do Pedolo (b);Folhas prensadas mostrando 0 lado ventral e 0 dorsal (c);Montagem de Planta Herbacea (d) 6320 - TIpos de Habito: Cespitosa (a); Decumbente (b);Escaposa (c); Prostrada (d); Trepadeira Voluvel (e) e comGavinha (t). Retirados de Mori et a1. (1985) 6621 - Aspecto geral de uma Pteridofita (a); Detalhe da Pinamostrando 0 Soro (b). Retirado de ArregUIn-Sanchez(1986) 6822 - Modelo de Etiqueta para os Herbarios do mGE 7123 - Materiais para Montagem de Exemplares no Herbario: Envelope para fragmentos de amostra (a); Carnisapara Montagem (b); Saia para Montagem (c) 7424 - Exemplo da Representa~ao Cartografica doMapeamento da Vegeta~ao 83
5
APRESENTA~Ao
Este manual enfeixa a experiencia adquirida pela equipe de vegeta~ao do IBGE, cujosestudos tiveram como principais inspiradores e orientadores incansaveis os professoresHenrique Pimenta Veloso e Edgard KuWmann. Em 1966, a lucida visao de HenriquePimenta Veloso possibilitou a publica~ao do Atlas Florestal do Brasil. Posteriormente, em1971, no Projeto RADAMBRASIL, foi 0 mentor que formulou as bases para a cria~ao doSistema Fitogeografico Brasileiro e 0 estabelecimento de uma Escola Fitogeografica.Neste mesmo perlodo Edgard Kuhlmann, notavel pesquisador, estabeleceu as linhasbasicas dos estudos da flora e da vegeta~ao quando da cria~aoda antiga Superintendencia de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE. Muito tambem se deve aosprofessores Roberto Miguel Klein e Geraldo Carlos Pereira Pinto que emprestaram seusnot6rios conhecimentos ao estudo da Vegeta~iio Brasileira. 0 primeiro, proficiente daflora do suI do Pais, foi curador do Herbario Barbosa Rodrigues, publicando inumerostrabalhos. 0 segundo, profundo conhecedor da flora do semi-arido nordestino, foi,tambem, professor da Escola de Agronomia de Cruz das Almas e urn dos fundadores doHerbario RADAMBRASIL, hoje existente na Divisiio de Geociencias da Bahia.
A publica~ao desta obra coincide com a retomada da prioridade conferida as quest6esarnbientais no ambito do IBGE. Neste contexto destacamos: 0 repensar do papel da Reservado Roncador, em Brasflia, transformando-a em Centro de Estudos Ambientais do Cerrado;a implanta~ao do Projeto de Dinarniza~ao dos Herbarios, no ambito da Diretoria deGeociencias; a elabora~ao do Diagn6stico Ambiental da Amazonia Legal; a implementa~aodos processos de Informatiza~ao das Informa~6es Ambientais e a constru~ao do Sistema deEstatlsticas Ambientais.
Estas a~6es s6 forarn realizadas devido a dedica~ao e a competencia de inumeros ibgeanosque nos precederam e que, por nao ser possivel nomina-los, prestamos a todos a devidahomenagem por intermedio dos ilustres professores citados nesta apresenta~iio.
r-.. .Eurico de Andrade Neves Borba
Presidente do mGE
Luciana
Highlight
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1 SISTEMA FITOGEOGRAF'ICO
Desde os tempos do grande filosofo alemao Emmanuel Kant (1724/1804) que 0 conceito de Geografia Fisica vern mudando em sintonia com aevolu~ao das ciencias da Terra e do Cosmos. Naquela epoca Kant adotou 0 termo "sistema" como significando urn conjunto de problemas ordenadossegundo alguns princfpios uniformes.
Foi, no entanto, com Alexandre F. von Humboldtno seu livro Ansichten der Natur (Aspectos da Natureza), publicado em 1808, que se iniciou a hist6riada modema Geografia Fisica. Ele foi aluno de Kant,que 0 incentivou no pensamento politico da liberdade individual e no estudo da Geografia, podendo serassim considerado como 0 pai da fitogeografia, comseu artigo Physiognomik der Gewachese (Fisionomia dos Vegetais) publicado em 1806. Foi tambemHumboldt que em 1845/48 publicou a sua monumental obra Kosmus, ensaio de uma descri~ao ffsicado mundo, possibilitando aos naturalistas urn novoconhecimento da Geografia Fisica, inclusive da Botfrnica.
ApOs Humboldt seguiram-se outros naturalistasque se destacaram no estudo da fitogeografia, taiscomo: Grisebach (1872) que pela primeira vez grupou as plantas por carater fisionomico definido,como floresta, campo e outros, designando-os como"forma~6es";Engler & Prantl (1877) que iniciarama modema classifica~ao sistematica das plantas;Drude (1889) que dividiu a Terra em zonas, regi6es,dominios e setores de acordo com os endemismosque apresentavam as plantas; e fmalmente Schimper(1903) que no inicio do seculo tentou, pela primeiravez, unificar as paisagens vegetais mundiais deacordo com as estruturas fisionomicas. Por estemotivo ele deve ser considerado como 0 criador damodema fitogeografia.
Seguem-se a esta apresenta~ao hist6rica da fitogeografia outros autores mais modemos que influenciaram a classifica~ao aqui adotada~omo: Tansley & Chipp (1926), Gonzaga de Campos (1926), Schimper & Faber (1935), Burtt-Davy(1938), Sampaio (1940), Trochain (1955), Aubreville (1956), Andrade-Lima (1966), Veloso(1966), Ellemberg & Mueller-Dombois (1965/6),UNESCO (1973), Rizzini (1979), Veloso & G6esFilho (1982) e Eiten (1983).
Assim sendo, 0 presente manual para estudos fitogeograficos segue a linha da "Classifica~ao da Vegeta~ao Brasileira, adaptada a urn Sistema
Universal" (Veloso et alii - datilografado), de ondeforam retirados a nomenclatura e os conceitos ligados 11 geografia botfulica.
1.1 Conceitua~oes
Neste item conceituam-se varios termos questionaveis e discutem-se outras nomenclaturas usadasno levantamento da vegeta~ao que auxiliam sobremaneira a fitogeografia.
Os conceitos populares de arvore, arvoreta, arbusto, erva e cip6 ja indicavam empiricamente comocresciam as plantas. Foi, porem, Humboldt (1806)o primeiro naturalista a ensaiar conceitos cientificossobre as formas de vida das plantas, no seu trabalhoPhysiognomik der Gewachese (Fisionomia dos Vegetais), diferenciando 16 formas significativas.Contudo foi Kerner (1863) que, baseado em Humboldt, tentou demonstrar a dependencia das formasde vida das plantas ao clima, simplificando as formas vegetais em 11 tipos, sem prende-los 11 sistematica que seguia caminhos diferentes.
A partir de Warming (1875), porem, 0 conceito deforma dos vegetais modemizou-se e passou a refletir uma adapta~ao ao ambiente, apresentando umaestrutura fisiologica preexistente que indicava urnfator genetico da planta. Raunkiaer, baseado emWarming, inicialmente em 1905 e depois em 1918,criou urn sistema simples e muito bern ordenado deformas de vida, as quais denominou de "formasbioI6gicas". Este sistema foi aplicado em trabalhosfisiologicos e estendido posteriormente para a fitogeografia por Kuchler (1949) e Ellemberg & Mueller Dombois (1965/66) em face das respostas dasplantas aos tipos de clima, desde 0 tropical ate 0
temperado e frio.As formas biol6gicas de Raunkiaer (1934) dife
renciavam as plantas pela posi~ao e prote~ao dos6rgaos de crescimento (gemas e brotos) em rela~ao
aos perfodos climaticos desde 0 calor ao frio e doumido ao seco. Ele separou assim as plantas emcinco categorias: faner6fitos, camefitos, hemicript6fitos, cript6fitos e terofitos. A partir daf, muitospesquisadores modificaram ou mesmo incluframoutras categorias de formas de vida 11 classifica~aode Raunkiaer.
Para 0 presente caso, inclusao de parametro auxiliar para a classifica~ao da vegeta~ao, usaram-se asmodifica~6es propostas por Braun-Blanquet
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(1932), acrescidas de algumas das subformas apresentadas por Ellemberg & Mueller-Dombois(1965/6) mais as altera~6es incluldas das subformasde faner6fito e a ado~ao de mais uma categoria deforma de vida visando a vegeta~ao brasileira.
1.2 Classifica.;ao das Formas de Vida
Esta classifica~aobaseada em Raunkiaer foi adaptada as condi~6es brasileiras como segue:I - Faner6fitos: sao plantas lenhosas com as gemase brotos de crescimento protegidos por catafilos,situados acima de 0,25 m do solo. Apresentam-secom dois aspectos ecoedaticos: normal cIimatico eraqultico 0ligotr6fico, subdivididos, conforme suasalturas medias, em:
Macrofaner6fitos: sao plantas de alto porte, variando entre 30 e 50 m de altura, ocorrendo preferencialmente na Amazonia e no suI do Brasil.
Mesofaner6fitos: sao plantas de porte medio, variando entre 20 e 30 m de altura, ocorrendo preferencialmente nas areas extra-amazonicas.
Microfaner6fitos: sao plantas de baixo porte, variando entre 5 e 20 m de altura, ocorrendo preferencialmente nas areas nordestinas e no Centro-Oeste.
Nanofaner6fitos: sao plantas anas, raqulticas, variando entre 0,25 e 5 m de altura, ocorrendo preferencialmente em todas as areas campestres do Pals.II - Camefitos: sao plantas sublenhosas e/ou ervascom gemas e brotos de crescimento situados acimado solo, atingindo ate I m de altura e protegidosdurante 0 periodo desfavoravel, ora por catafilos,ora pelas folhas verticiladas ao nlvel do solo, ocorrendo preferencialmente nas areas campestres pantanosas.m - Hemicript6fitos: sao plantas herbaceas comgemas e brotos de crescimento protegidos ao nlveldo solo pelos cespedes que morrem na epoca desfavoravel, ocorrendo em todas as areas campestres doPals.IV - Ge6fitos: sao plantas herbaceas com os 6rgaosde crescimento (gema, xilop6dio, rizoma ou bulbo)situados no subsolo, estando assim protegidos durante 0 periodo desfavoravel, ocorrendo preferencialmente nas areas campestres e,em alguns casos,nas areas florestais.V - Ter6fitos: sao plantas anuais, cujo cicIo vital ecompletado por sementes que sobrevivem a esta~aodesfavoravel, ocorrendo excIusivamente nas areascampestres.VI - Lianas: sao plantas lenhosas e/ou herbaceasreptantes (cip6s) com as gemas e brotos de crescimento situados acima do solo, protegidos por catafilos, ocorrendo quase que exclusivamente nasareas florestais.VII - Xerom6rfitos: sao plantas lenhosas e/ou herbaceas que apresentam duplo modo de sobrevivencia ao periodo desfavoravel; urn subterraneo atravesde xilop6dios e outro aereo, com as gemas e brotosde crescimento protegidos por catafilos. Estas plan-
10
tas apresentam-se com alturas variaveis, desde 0,25ate cerca de 15 m, ocorrendo freqiientemente nasareas savanlcolas do Centro-Oeste brasileiro. 0 termo "xeromorfo" foi introduzido pela Universidadede Sao Paulo - USP - para designar uma formavegetal da Savana (Cerrado) de Emas (SP), conforme Rawitscher (1943/4).
1.3 Chave de Classifica.;ao das Formasde Vida
Esta chave de cIassifica~ao foi baseada em Raunkiaer, modificada e adaptada para 0 Brasil. Apresenta as formas biol6gicas de Raunkiaer modificadas,acrescidas das subformas de vida de Ellemberg &Mueller-Dombois e ainda com mais uma forma deduplo modo de sobrevivencia de Rawitscher, comosegue:
I - Plantas autotr6ficas com urn s6tipo de prot~lio do 6rglio decrescimento .. . , 2
Plantas autotr6ficas com dois tiposde prote<;lio dos 6rglios decrescimento .. ..... . 7
Plantas sublenhosas elouherbaceas com gemas peri6dicas,protegidas por catafilos e situadasate I m do solo . CAMEFITOS
Plantas herbaceas com outros tiposde prote<;lio de crescimento.. .. . . 5
4 - Plantas lenhosas erectas. .. 6
Plantas lenhosas e/ou herbaceasque necessitam de urn suporte .. LlANAS
5 - Plantas com gemas situadas aomvel do solo, protegidas pelafolhagem morta durante 0 periododesfavoravel.... HEMICRIPT6FITOS
Plantas com 6rglios de crescimentolocalizados no subsolo GE6mos
6 - Plantas cuja altura varia entre30 e 50 m .. .... .. ...... ... ....... MACROFANER6F1TOS
Plantas cuja altura varia entre 20 e30 m MESOFANER6FITOS
Plantas cuja altura varia entre 5 e20 m .. . MICROFANER6FITOS
Plantas cuja altura varia entre 0,25e 5 m . NANOFANER6mos
7 - Plantas lenhosas e/ouherbaceas com gemas protegidaspor catafilos na parte aerea e com6rglios de crescimento XEROM6RFITOSsubterrlineo. . ..
Manual Ticnico da Vegetaflio Brasileira
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1.4 Terminologias
Objetivando uma uniformizacrao apresentam-seaqui as conceituacr6es de termos por vezes questiomiveis:_ Sistema: e urn todo ordenado segundo algunsprincfpios cientfficos (Kant, 1724/1804).
- Imperio Florfstico: segundo Drude (1889) a florado mundo foi dividida em zonas, regioes, domfniose setores.
- Zona: e uma area caracterizada por familias endemicas, como por exemplo: Zona Neotropical - territ6rio compreendido entre 0 Mexico e a Patagonia(Argentina), estando af inclufdo 0 Brasil; Paleotropical - Africa e Asia; Hollirtica - Norte da Africa,Asia e Europa.
- Regiao: e uma area caracterizada por generosendemicos como por exemplo todos os tipos devegetacrao do Brasil (floresta, savana, etc.).
- Domfnio: e uma area caracterizada por especiesendemicas.
- Setor: e uma area com domfnio a nfvel devariedade.
- Ec6tipo: e urn conjunto de indivfduos de umacomunidade com urn mesmo padrao genotfpico.
- Formacrao: termo criado por Grisebach (1872) paradesignar urn tipo vegetacional definido. Foi reformulado por Du Rietz (1957) como urn conjunto deformas de vida de ordem superior composto poruma fisionomia homogenea, apesar de sua estruturacomplexa.
- Classe de Formacrao: termo criado para designarurn conjunto de formacr6es semelhantes, reunidasdentro de uma mesma concordancia eco16gica(Troll, 1948). Tambem denominada de Panformacrao (Du Rietz, 1957) ou Protoformacrao (Dansereau,1954). Esta classe de formacrao caracteriza 0 fitoclirna de urna Regiao Eco16gica. Termo usado comosinonimo de Tipo de Vegetacrao (Veloso, 1975).
- Subclasse de Formacrao: termo criado por Ellemberg & Mueller-Dombois (1965/6) como segundasubdivisao hierarquica da formacrao. Foi conceituada como a fase climatica da mesma.
- Subgrupo de Formacrao: termo criado por Veloso& G6es-Filbo (1982) para conceituar a fisionomiaestrutural da formacrao.
- Grupo de Formacrao: termo criado por Ellemberg& Mueller-Dombois (1965/6) como a terceira subdivisao hierarquica da formacrao. Foi conceituadacomo a fase fisio16gica da mesma.
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- Formacrao propriamente dita: termo criado porEllemberg & Mueller-Dombois (1965/6) como aquarta subdivisao hierarquica da formacrao. Foi conceituada como a fase ambiental da mesma.
- SubfOlmacrao: termo muito usado como uma subdivisao da formacrao. Foi conceituada como parteintegrante da mesma, apenas diferenciando porapresentar facies especfficas que alteram a fisionomia da formacrao.
- Estratos: sao as situacroes verticais como se dispoem as plantas lenhosas dentro da comunidade,avaliadas em metros.- Aoresta: termo semelhante a mata no sentidopopular, tern conceituacrao bastante diversificada,mas firmada cientificamente como sendo urn conjunto de simlsias dominado por faner6fitos de altoporte, com quatro estratos bern definidos (herbliceo,arbustivo, arvoreta, arb6reo). AIem destes parametros, acrescenta-se 0 sentido de altura, para diferencia-la das outras formacroes lenhosas campestres.Assim sendo, uma formacrao florestal apresenta dominancia de duas subformas de vida de faner6fitos:macrofaner6fitos, com alturas variadas entre 30 e50 m, e mesofaner6fitos, cujo porte situa-se entre20 e 30 m de altura.- Savana: termo criado por Oviedo y Valdez (1851)para designar os lhanos arbolados da Venezuela.Foi introduzido na Africa pelos naturalistas espanh6is como Savannah e no Brasil por Gonzaga deCampos (1926).- Parque: termo empregado por Tansley & Chipp(1926) como urn tipo de vegetacrao (parkland) esinonimo de "savana arborizada". Foi adotado paradesignar uma fisionomia dos subgrupos de formacr6es campestres brasileiros, sejam naturais ou antr6picos.
- Savana-Estepica: binomio criado por Trochain(1955) para designar uma formacrao africana tropical pr6xima aZona Holartica. No dizer do mesmonaturalista, a fisionomia estepica deveria ser precedida do termo Savana por ser fisionomia tropical.Esta fisionomia foi extrapolada como sinonimo universalizado do termo indfgena Tupi-Guarani Caatinga, que, no dizer do notavel botanico Dardano deAndrade-Lima, caracteriza muito bern os tipos devegetacrao das areas aridas nordestinas interplanaIticas arrasadas (serno), as areas planaIticas do altoSurumu em Roraima, as areas da depressao sulmato-grossense, situadas entre a serra da Bodoquena e 0 rio Paraguai (Chaco) e a area da barra do rioQuaraf com 0 rio Uruguai, no Rio Grande do SuI.
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- Campinarana: termo regionalista brasileiro empregado pela primeira vez para a area do alto rioNegro por Rodrigues (1960), uti1izado como sinonimo de Campina, significando tambem fa1so campo na linguagem dos silvlco1as locais. Foi adotadopor ser {mpar na fitogeografia mundial e ter conota~ao prioritana sobre seu sinonimo, usado paradesignar as forma~6es campestres do suI do Pals(Gonzaga de Campos, 1926). Este tipo de vegeta~ao, pr6prio da Hileia Amazonica e sem similar forado territ6rio flonstico endemico, ocorre nas areasfronteiri~as com a Colombia e Venezuela, adaptadoa solos Podzo1 Hidrom6rficos e Areias QuartzosasHidrom6rficas.- Comunidade: termo empregado para designar urnconjunto popu1aciona1 com unidade florlstica deaparencia relativamente uniforme, caracterizadacomo uma subdivisao de subforma~ao, com areaespacial conhecida.- Simlsia: termo que significa urn conjunto de plantas de estrutura semelhante, integrada por umamesma forma de vida ecologicamente homogenea(Du Rietz, 1957).- Associa9ao: e a menor unidade da comunidadevegetal, delimitada pela rela9ao especiehireamInima correspondente a unidade espacial basicada classifica9ao fitossociol6gica (Braun-Blanquet,1979).- SUbassocia9ao: diferencia-se da associa~aopadraopela falta de algumas especies caracterlsticas(Braun-Blanquet, 1979).- Variante: diferencia-se do padrao da associa~ao
por apresentar maior abundiincia de deterrninadostaxa (Braun-Blanquet, 1979).- Facies: caracteriza-se por apresentar uma combina~ao de especies particulares, mais ou menoscasuais, dentro de uma associa~ao (Braun-Blanquet, 1979).- Socia~ao ou Consorcia~ao: e uma parcela homogenea da associa~ao, caracterizada por urnaglomerado espedfico (Du Rietz, 1957).- Och10s¢cie: termo originado do grego okhlos,que significa mu1tidao ou ag10mera~ao no sentidode expansao, e especie que segundo White (1962)tern 0 seguinte significado: ampla distribui9aoexibindo ao longo de suas areas de ocorrencia umauniformidade morfol6gica mais ou menos fixa,criada por barreiras reprodutivas que espelham urnisolamento ambiental preterito advindo de epocassecas ou umidas.- Vegeta~ao disjunta: sao repeti~6es, em pequenasescalas, de urn tipo de vegeta~ao pr6ximo que seinsere no contexto da Regiao Ecol6gica dominante.Conforme a escala cartogrMica que se esta trabalhando, urn encrave edafico considerado comocomunidade em transi~ao para outro tipo de vege-
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ta~ao (Tensao Ecol6gica) podera ser perfeitamentemapeado como uma comunidade disjunta do climaxmais pr6ximo.- ClImax climatico: e a vegeta~ao que se mostraequilibrada dentro do clima regional, como porexemplo: Floresta Ombr6fila Densa Amazonica eAtHintica, Savana-Estepica (Caatinga do sertaoarido nordestino) e outros.- Climax ectafico: e a vegeta~ao que se mostraequilibrada dentro de uma situa~ao pedol6gica uniforme regionalmente, como por exemplo: Campinarana (Campinas) que ocupa as areas de PodzolHidrom6rfico e Areias Quartzosas Hidrom6rficasna bacia do alto rio Negro e de savanas (cerrado)que revestem areas de solos degradados e aluminizados que ocorrem no Pals.- Facies de uma forma9ao: caracteriza-se por apresentar parametros particulares dentro de umapaisagem vegetacional que se destacam fisionomicamente, como por exemplo: tipo de dossel quedomina na floresta, formas de vida espedficas quese destacam pela presen~a ou ausencia de florestade-galeria dentro das forma~6es campestres e outros.- Regiao Eco16gica: e urn conjunto de ambientesmarcados pelo mesmo fenomeno geo16gico de importancia regional que foram submetidos aos mesmos processos geomorfo16gicos, sob urn climatambem regional que sustentam urn mesmo tipo devegeta~ao (Sarmiento & Monasterio, 1970).
1.5 Sistema de Classifica~ao
Fitogeografica
A metodologia para se cartografar 0 Sistema Fitogeografico segue urn procedimento demapeamento em escalas crescentes, desde 0 "regional" (1:2 500 000 ate 1:10 000 000), passandopelo "explorat6rio" (1:250000 ate 1:1 000000),prosseguindo pelo "semidetalhe" (1:100 000 ate1:25000) e terminando no "detalhe" (1:25000) deacordo com os objetivos a serem alcan~ados. Assim,ap6s 0 estabelecimento da escala, 0 sistema vegetacional atinge duas metas distintas (Tabela 1).
1.5.1 Sistema de Classifica~ao
Fisionomico-Ecologica
A primeira meta a ser atingida pelo 1evantamentofitogeografico devera ser 0 fisionomico-eco16gico,compreendido dentro de uma hierarquia de forma~6es segundo Ellemberg & Mueller-Dombois(1965/6). Deliniitada assim, a Regiao Eco16gicaFlorlstica, que corresponde a urn tipo de vegeta~ao,
deve ser inicialmente separada pela Classe de For-
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TABELAIESOUEMA DE CLASSIFICACAO DA VEGETACAO BRASILEIRA
CLASSIFICAcAO FITOGEOGRAFICA
IMPERIO De escala re.ional (J: 10 000 000 at~ 1:2 500 000\ a~ escala exoloratOOa (): I 000 000 at~ 1:250 000)FLOIUSTICO TIPOs de Vegeta,no Foona,oes
CLASSES DE SUBCLASSES DE GRUPOSDE SUBGRUPOS DEFORMAC;:OES
(Macrofaner6fitos, a 6 meses Secas ou Distr6ficos) Montana Dassel emergente" Oll1;1 '"'" > Mesofaner6fitos. com 3 rneses Aluvial Dassel uniformeu " d) abaixo de 150 C) TerTaS bai:<asOb
e 1 mes seeo)(Eutr6ficos) GRAMfNEO. Pediplanos Sem floresta-
Ge6fitos, LENIlOSA de-galeriaHemicript6fitos,
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Para cada Regiao EcoJ6glca padem eXlstlr vanos domfmos f]orfStlCOS, com I ou mals especles endemicas, a serem
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Dentro das assocla<r6es eXlstem Variedades que determmam os vanos amblentes da comumdade ~en
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Assocla<rao: ea menor umdade da comumdade, delimltada pela rela<rao especle/area mimma correspondente it umdade~baslca da c1assifica<rao fitossoclO16glca K.g,~
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ECOSSISTEMA ou BIOGEOCENOSE: eurn conJunto populaclOnal assoclativo, com orgamza<rao tr6fica e urn tipo de m 5metabolismo defimdo 0
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ma~ao que corresponde a estrutura fisionomica determinada pelas formas de vida dominantes,podendo ser florestal (macro e mesofaner6fitos, Hanas e epifitas) e nao florestal (micro enanofaner6fitos, camefitos, hemicript6fitos, ge6fitos, ter6fitos, Hanas e epffitas). Para cada Classe deForma~ao segue-se a Subclasse, caracterizada pordois padimetros do clima - 0 Ombr6filo e 0
Estacional-, ambos distinguidos pela correla~aodasmedias mensais da precipita~ao com 0 dobro datemperatura (fndice de Bagnouls & Gaussen, 1957),checada pela adapta~ao dos 6rgaos de crescimentodas plantas com 0 sistema de prot~ao ao deficithfdrico nos solos. Ap6s esta Subclasse segue 0
Grupo de Forma~ao, determinado pelo tipo de transpira~ao estomatica foliar e pela fertilidade dossolos. Em seguida vern 0 Subgrupo de Forma~ao
que indica 0 comportamento das plantas segundoseus habitos e finalmente a Forma~ao propriamentedita que e determinada pelo ambiente (forma derelevo). A Subforma~ao e caracterizada pelas faciesda Forma~ao propriamente dita. Assim, 0 que seassinala nas forma~6es florestais e 0 comportamento do dossel florestal dado pelas especies dominantes (as vezes) e por outras especies particularesmais ou menos casuais. Outros criterios de diferencia~ao foram assinalados para a deterrnina~ao daSubforma~ao dos tipos de vegeta~ao campestres,como a ocorrencia ou nao das florestas-de-galeria.
1.5.2 Sistema de Classifical;ao Florlstico
A segunda meta do sistema de classifica~ao iniciase pelas zonas florfsticas de influencia tropical proposta por Drude (1889), de acordo com a divisaobotanica da terra. Denominadas de Paleotropicalque engloba a Asia e Africa e Neotropical queabrange desde 0 Mexico ate a Argentina, logo 0
"novo continente". 0 territ6rio brasileiro esta todocompreendido na Zona Neotropical.
Drude tambem subdividiu 0 Imperio Florfstico emzonas quando caracterizadas por farnflias endernicas; regioes, quando delirnitadas por tipos de vegetar;ao determinados por generos endemicos;dominios, quando circunscritos a geossistemas distinguidos por especies endemicas; e, finalmente,setores, quando localizados em ambientes assinalados por variedades tambem endemicas. Logo, estasduas ultimas areas florfsticas serao detectadas somente nos levantamentos detalhados dentro da fitossociologia (associa~ao) e dentro da bioecologia(ecossistemas).
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Assim, para cada Regiao Florfstica correspondesempre uma parcela do territ6rio brasileiro, ondeocorre determinado "tipo de vegeta~ao" com urn oumais generos endernicos que 0 caracterizam. Porequivalencia cientffica, cada tipo de vegeta~ao deveser considerado como semelhante a uma RegiaoEcol6gica em face da ocorrencia de formas de vidatfpicas do clima dominante. Por sua vez, esta Regiao Florfstica pode delirnitar vanos geossistemasde dominios, caracterizados porespecies endernicase, nas areas setoriais, quando ocorrem especies comvariedades endemicas, devem ser separados comosetores.
Esta etapa realizada para 0 Levantamento da Vegeta~ao refere-se a urn detalhamento dos taxa bornnicos para 0 estudo fitossociol6gico de umacomunidade e para uma pesquisa dos nfveis tr6ficosda associar;ao levantada, para isto e necessario 0
conhecimento das trocas energeticas do ecossisterna.
Estabelecida a comunidade em uma subforma~ao
de qualquer parametro uniforme, necessita-se emseguida demarcar uma area que seja suficiente parao desenvolvimento normal das especies e/ou ec6tipos nela contidas. Isto sera estabelecido pela correla~ao especie/area, de acordo com 0 levantamentoda area minima que deterrninara estatisticamente 0
espar;o ocupado pelos ec6tipos existentes em umaassocia~ao. Pode-se, assim, detalhar 0 estudo deacordo com a escola de Braun-Blanquet (1979).
Delimitada a associariio e realizado 0 levantamento sinecol6gico das sinusias, pode-se dar infcioao estudo sobre os microrganismos e sobre os nichos da fauna superior para, entao, pesquisar astrocas energeticas e assim concluir 0 estudo dabiogeocenose.
1.5.2.1.1 Fitossociologia
A determina~ao de uma comunidade parte da menorunidade de urn Dominio Floristico. Delirnita-se,entao, uma parcela substancial da "facies da subforma~ao" que consti tuira a comunidade a ser designada pelo nome do principal acidente geografico daarea em estudo.
Dentro desta comunidade, procura-se inventariaruma associar;ao atraves da "curva especie/area minima" que empiricamente significa a menorunidadeespacial do ambiente bi6tico. Estabelecida a associariio e determinado 0 seu nome aU'aves do inventario dos ec6tipos caracterfsticos, procura-selevantar outras areas de igual tamanho, com 0 obje-
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tivo de mostrar outras categorias da comunidade,tais como: subassociariio, variante,facies e sociariio.
o levantamento fitossocio16gico s6 poden'i serrealizado ap6s conhecimento dos taxa da comunidade. Para isto, e necessario uma coleta sistematicade fragmentos com flores e frutos durante no minimo urn ciclo anual completo. Esses fragmentosnumerados no campo e convenientemente herborizados sao remetidos a especialistas para serem identificados. Conhecidos cientificamente os ecotipos,inicia-se 0 invenffirio florfstico da associarrao padrao pelo metodo de curva especie/area minima.Isto feito, pode-se completar 0 reconhecimento dacomunidade, atraves de outros inventarios florfsticos paralelos em areas de igual tamanho situadasdentro do mesmo acidente geografico que caracterizou a comunidade da subformarrao.
Com esse estudo detalhado das associarr6es emvarias comunidades, pode-se extrapolar de modoempfrico 0 conhecimento para as subformarr6es semelhantes, pela conelar;ao da fidelidade dos ec6tipos que e determinada pela presenrra, freqtiencia edominiincia de dada popular;ao vegetal da regiaoeco16gica ou tipo de vegetarrao.o exemplo acima mostra a metodologia de urn
estudo fitossociol6gico e por extrapolarrao adosinventarios realizaveis nas comunidades de cadasubformar;ao, compreendidas dentro de uma mesmaformar;ao. Isto dara uma resposta cientffica sobrecada ambiente bi6tico, que, quando somado aosconhecimentos sobre os ambientes abi6ticos, expIicara quase tudo sobre a ecologia regional, indicandoo Domfnio Florfstico a que peltence a associafao.
1.5.2.1.2 Bioecologia
Ap6s cada inventario fitossocio16gico ou durantea execurrao do mesmo, para completar a pesquisa,deve-se inventariar os microrganismos do solo(flora e fauna), Ievantar os nichos dos pequenosanimais silvestres e ainda inventariar os grandesanimais que transitam na comunidade, bern comoos passaros. Com isso se conhecem os principaisnfveis tr6ficos, esclarecendo assim 0 tipo de metabolismo existente no ecossistema ou biogeocenose.
Esses conhecimentos sao indispensaveis para apreservarrao ambiental que servira de modelo parareconstituir;6es de vida silvestre. Sao estudos dedetalhes academicos, unicos capazes de conduzir 0
tecnico a respostas cientfficas sobre a conservar;aoe a reconstituir;ao da vida pJimitiva de uma areadegradada.
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1.6 Sistema Primario
No sistema primario (natural) estao inclufdos todos os "tipos de vegetar;ao" ou Regi6es Fitoeco16gicas brasileiras, as Formar;oes Pioneiras, osRefUgios Vegetacionais e as faixas de Tensao Ecol6gica dos contatos entre duas ou mais RegioesFitoecoI6gicas.
1.6.1 Classifica~ao das RegiOes Fitoeco16gicas
Esta classificarrao deve ser usada em todas asescalas desde a classe ate a subformar;ao, pois 0"sistema primario natural" necessita apresentar todaa hierarquia das formar;oes. A partir dill pode-sedeterminar as comunidades que serao detalhadasnas escalas maiores que 1:25 000, primeiro na fitossociologia seguida ou nao pelos estudos ecoI6gicos.
o termo Floresta Ombr6fila Densa, criado porEllemberg & Mueller-Dombois (1965/6), substituiuPluvial (de origem latina) por Ombr6fiIa (de origemgrega), ambos com 0 mesmo significado"amigo daschuvas". Alem disso, empregaram pela primeira vezos termos Densa e Aberta como divisao das florestasdentro do espar;o intertropical, muito embora estetipo de vegetar;ao seja conhecido tambem pelonome original dado por Schimper (1903) e reafirmado por Richards (1952) de "Floresta Pluvial Tropical". Aceitou-se a designar;ao de Ellemberg &Mueller-Dombois, porque apresenta as duas fisionomias ecol6gicas tanto na Amazonia como nasareas costeiras, justificando-se assim 0 uso da terminologia mais recente.
Este tipo de vegetar;ao e caracterizado por faner6fitos, justamente pelas subformas de vida macro emesofaner6fitos, alem de lianas Ienhosas e epffitosem abundiincia que 0 diferenciam das outras classesde formar;6es. Porem, sua caracterfstica ecol6gicaprincipal reside nos ambientes ombr6filos que marcam muito bern a "regiao florfstica florestaI". Assim, a caraterfstica ombrotermica da FlorestaOmbr6fila Densa esta presa aos fatores climaticostrogicais de elevadas temperaturas (medias de25 C) e de alta precipitarrao bern distribufda duranteo ano (de 0 a 60 dias secos), 0 que determina umasituar;ao bioecol6gica praticamente sem perfodobiologicamente seco. Dominam nos ambientes desta floresta os latossolos com caracterfsticas distr6ficas e raramente eutr6ficas, originados de vanostipos de rochas desde as cratonicas (granitos egnaisses) ate os arenitos com derrames vulcilnicosde variados perfodos geol6gicos. "Dominam nosambientcs dcsta f10resta os Iatossolos e os podz6licos, ambos de baixa fertilidade natural".
Tal tipo vegetacional foi subdividido em cincoformar;oes ordcnadas segundo hierarquia topografi-
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Duvido que façam isso!
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ca, que refletem fisionornias diferentes, de acordocom as varia~6es ecotfpicas resultantes de ambientes distintos. Estes variam de 1°C para cada 100 mde altitude.12 - Ao nfvel do mar a temperatura varia de 2°C acada 10°C de latitude e vai diminuindo com maiorintensidade na Zona Subtropical (Trojer, 1959)-22 - 0 gradiente vertical varia de 1°C para cada100 m de altitude, porem este gradiente e bern maiornas latitudes maiores.
F6rmula de Holdtidge, 1978.
t= 3x graus latitude x (t-24)2 = tbio
100
As observa~6es realizadas atraves dos levantamentos executados pelo projeto RADAMBRASIL,nas decadas de 70 e 80, e os estudos fitogeognificos mundiais, confiaveis, iniciados por Humboldtem 1806 na ilha de Tenerife, contidos na vastabibliografia consultada, permitiram estabelecerfaixas altimetricas variaveis conforme as latitudes que se estreitavam de acordo com os seguintesposicionamentos:- Forma~ao aluvial: nao varia topograficamente eapresenta sempre ambientes repetitivos nos terra~os
aluviais dos fluvios.- Forma~ao das terras baixas: corresponde a altitudede 5 a 100 m, quando situada entre 40 Lat. N e 160
Lat. S; de 5 a 50 m, quando situada entre 160 Lat. Se 240 Lat. S; de 5 a 30 m, quando situada entre 240
Lat. S e 320 Lat. S.- Forma~ao submontana: situada nas encostas dosplanaltos e/ou serras, a partir de 100 ate 600 m entre40 Lat. N e 160 Lat. S; de 50 ate 500 m, entre 160
Lat. S e 240 Lat. S; e de 30 ate 400 m, entre 240 Lat.S e 320 Lat. S.- Forma~ao montana: situada no alto dos planaltose/ou serras, de 600 ate 2 000 m entre 40 Lat. N e 160
Lat. S; de 500 ate 1 500 m, entre 160 Lat. S e 240
Lat. S; de 400 ate 1 000 m, entre 240 Lat. S e 320
Lat. S.-Forma~ao alto-montana: situada acima dos lirnitesestabelecidos para a forma~ao montana.
Como ilustra~aopara 0 que foi estabelecido acima,citam-se como exemplo as varia~6es ecotfpicas dedois generos pertencentes as farnflias Magnoliaceaee Vochysiaceae. Aprimeira, bastante prirnitiva, teveorigem no Hernisferio Boreal e no entanto possuium genero no Hernisferio Austral, Talauma (dasilhas do Pacffico a America do SuI), que apresentaec6tipos macrofaner6fitos desde a Amazonia, passando pelas forma~6es alto-montanas e montanasnas Serras da Mantiqueira e dos Orgaos, pela forma~ao submontana na Serra do Mar nos Estados doParana e Santa Catarina, ate a forma~ao das terras
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baixas no Rio Grande do SuI, em Torres e Os6rio.A segunda famflia, bastante evolufda, de origemafro-amazonica, possui urn genero Vochysia queapresenta ec6tipos macrofaner6fitos montanos naAmazonia, microfaner6fitos ainda montanos, nosplanaltos do Brasil Central, ainda a forma de vidamacrofanerofftica montana e submontana, nas Serras da Mantiqueira e dos Orgaos e nas encostas daSerra do Mar no Estado do Parana, nas forma~6es
submontanas e das terras baixas. Outros exemplospoderiam ser citados para demonstrar as dificuldades do posicionamento florfstico dentro dasfaixas topograficas, no entanto ficou assinalado queexiste uma grande varia~ao ecotfpica de acordo coma latitude, que pelo menos no territ6rio brasileiropode ser estabelecida nas escalas regional e explorat6ria para fins cartogrMicos. Fica evidenciadono entanto que, para estudos detalhados, as faixastopogrMicas aqui estabelecidas necessitam ser revistas e adaptadas de acordo com a escala demapeamento.
1.6.1.1.1 Floresta Ombrofila DensaAluvial
Trata-se de uma forma~ao ribeirinha ou "florestaciliar" que ocorre ao longo dos cursos de aguaocupando os terra~os antigos das planfcies quaternarias. Esta forma~ao e constitufda por macro,meso e rnicrofaner6fitos de rapido crescimento, emgeral de casca lisa, tronco conico, por vezes com aforma caracterlstica de botija e rafzes tabulares. Afloresta aluvial apresenta com freqiiencia urn dosselemergente, porem, devido a explora~ao madeireira,a sua fisionornia torna-se bastante aberta. E umaforma~ao com muitas palmeiras no estrato intermediario, apresentando na submata nanofaner6fitos ecamefitos no meio de "plantulas" da reconstitui~ao
natural do estrato emergente. Em contrapartida aforma~ao apresenta muitas Iianas lenhosas e herbaceas, alem de grande numero de epffitas e poucasparasitas.
As "ochlospCcies", que ocorrem ao lange do rioAmazonas, sao as mesmas que existem nas margensdos seus afluentes, tanto os da margem direita comoos da esquerda, ao passo que os ec6tipos que existern nos rios das serras costeiras do territ6rio extraamazonico apresentam uma varia~ao conforme alatitude em que ocorrem, como por exemplo: acomposi~ao florlstica da bacia do rio Doce e diferente da do rio Parafba do Sul, assim como estasduas sao bern diversas das da bacia do rio Itajaf. Noentanto, ao longo de cada bacia, no sentido longitudinal, ocorrem sempre as mesmas "ochlospecies", 0
que caracteriza 0 mesmo princfpio ecol6gico dedistribui~ao fitogeografica.
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As principais "ochlospecies" que ocorrem naFloresta Ombr6fila Densa Aluvial sao: Ceibapentandra, existente ao longo do rio Congo naAfrica e do Amazonas no Brasil. Virola surinamensis, ocorrendo nao s6 na Amazonia como tambemna maioria dos rios da area do Caribe, Tapiriraguianensis, vivendo normalmente em todas as bacias tropicais sob qualquer latitude. Os generos dePalmae, Mauritia e Euterpe, ocorrem com seusec6tipos bern marcados pelas latitudes diferentes;Mauritiaflexuosa na Bacia Amazonica, M.vinifera,nas bacias dos rios Tocantins, Sao Francisco e Parami; Euterpe oleracea, na bacia do rio Amazonas,e a E.edulis, com dispersao desde Pernambuco ateo Rio Grande do SuI, penetrando no Brasil Centralindo ate os vales dos rios Parana e Igua~u. Finalmente, a "ochlospecie" Calophyllum brasiliense,ocorrendo em todas as bacias brasileiras e sempreocupando as planicies inundadas com freqilencia,tendo seu limite austral na costa Centro-suI do Estado de Santa Catarina.
1.6.1.1.2 Floresta Ombrofila Densa das Terras Baixas
Euma forma~ao que ocupa, em geral, as planfeiescosteiras, capeadas por tabuleiros pliopleistocenicos do Grupo Barreiras. Ocorre desde a Amazonia,estendendo-se atraves de todo 0 Nordeste, ate asproxirnidades do rio Sao Joao, no Estado do Rio deJaneiro.
Estes tabuleiros apresentam florfstica tipica caracterizada porec6tipos dos generos Ficus, Alchornea,Tabebuia e pela "ochlospecie" Tapirira guianensis.Outrossim, a partir do rio Sao Joao (RJ), esta forma~ao ocorre nos terrenos quatemarios, em geralsituados pouco acima do nivel do mar nas planfeiesformadas pelo assoreamento, devido aerosao existente nas serras costeiras e nas enseadas maritimas.Nesta forma~aodominam duas "ocWospecies", sendo Calophyllum brasiliense a partir do Estado deSao Paulo para 0 suI ate a costa Centro-suI de SantaCatarina e Ficus organensis, terrninando a sua ocorrencia as margens da lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
1.6.1.1.3 Floresta Ombrofila Densa Submontana
o dissecamento do relevo montanhoso e dosplanaltos com solos medianamente profundos eocupado por uma forma~ao florestal que apresenta os faner6fitos com alturas aproximadamenteuniformes. A submata e integrada por plantulas deregenera~ao natural, poucos nanofaner6fitos e ca-
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mefitos, alem da presen~ade palmeiras de pequenoporte e Hanas herb:iceas em maior quantidade.
Suas principais caracterfsticas ficam por contados faner6fitos de alto porte, alguns ultrapassando os 50 m na Amazonia e raramente os 30 m nasoutras partes do Pais.
Esta forma~ao e caracterizada por ec6tipos quevariam influenciados pelo posicionamento dos ambientes de acordo com a latitude, ressaltando-setambem a importancia do fator tempo nesta varia~ao ambiental. Assim, 0 tempo que as plantas tropicais levaram para ocupar as atuais posi~6es noCentro-suI [oi suficiente para 0 estabelecimentodas adapta~6es hom6logas, em ambientes semelhantes. 0 mesmo aconteceu em certos casos, devaria~6es no tempo da dispersao dos ec6tipos quese deslocavam para 0 suI do Pais, tomando-se comoexemplo Hieromina alchornioides e Didymopanaxmorototoni, com sementes leves e das famflias cosmopolitas Euphorbiaceae e Araliaceae, respectivamente, e os generos com sementes pesadas Pouteriae Chrysophyllum da [arnflia cosmopolita Sapotaceae, com endemismos na Amazonia, no Nordestee no SuI do Pafs, alem do genero Alchornea, dafamnia Euphorbiaceae com v:irios ec6tipos extraamazonicos.
1.6.1.1.4 Floresta Ombrofila Densa Montana
o alto dos planaltos e das serras situados entre 600e 2 000 m de altitude na Amazonia e ocupado poruma forma~ao florestal que recebe 0 nome de Floresta Ombr6fila Densa Montana. Esta forma~ao ecorrespondente no suI do Pais as que se situam de500 a 1 500 m, onde a estrutura e mantida atepr6ximo ao cume dos relevos dissecados, quandosolos delgados ou lit6licos influenciam no tamanhodos faner6fitos, que se apresentam menores. A estrutura florestal de dossel uniforme (mais ou menos20 m) e representada por ec6tipos relativamentefinos com casca grossa e rugosa, folhas rniudas e deconsistencia coriacea, tomando-se os generos Erisma e Vochysia para a Amqzonia, onde se constatauma submata de nanofaner6fitos rosulados, como apalmeira de pequeno porte do genero Bactris e aCycadales do genero Zamia (verdadeiro f6ssilvivo), ocorrendo tambem regenera~ao natural doestrato arb6reo.
No suI do Brasil a Coniferales Podocarpus, unicogenero tropical que apresenta dispersao ate a ZonaEquatorial, etipica dessa forma~ao, ocorrendo porvezes juntamente com os generos da farnflia Lauraceae (Ocotea e Nectandra) e outras especies deocorrencia Pantropical.
A experiencia adquirida nos trabalhos de camporealizados (pelo RADAMBRASILde 1971 a 1984)
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permitiu considerar as varia\(oes maximas de 500 mentre as faixas estabelecidas como margem de erropara escalas de mapeamento regional e explorat6rio.
1.6.1.1.5 Floresta Ombrofila Densa Alto-Montana
E uma forma\(ao arb6rea mesofanerofftica comaproximadamente 20 m de altura, que se localiza nocume das altas montanhas sobre Solos Lit6licos,apresentando acumula\(oes turfosas nas depressoesonde ocorre a floresta. Sua estrutura e'integrada porfaner6fitos com troncos e galhos finos, folhas miudas e cori.keas e casca grossa com fissuras. A floristica apresentada por famHias de dispersaouniversal, embora suas especies sejam endemicas,revela urn isolamento antigo de "refUgio cosmopolita". Este refugio e conhecido popularmente por"mata nuvigena ou mata nebular", nos pontos ondea agua evaporada se condensa em neblina, precipitando-se sobre as areas elevadas.
Este tipo de vegeta~ao considerado durante anoscomo urn tipo de transi\(ao entre a floresta amazonica e as areas extra-amazonicas foi denominadopelo Projeto RADAMBRASIL (Veloso et alii,1975) de FlorestaOmbr6fila Aberta. Apresenta quatro facia\(6es flonsticas que alteram a fisionomiaecol6gica da Floresta Ombr6fila Densa, imprimindo-lhe claros, dallhe advindo 0 nome adotado, alemdos gradientes climaticos com mais de 60 dias secospor ano, assinalados em sua curva ombrotermica.
Os terrenos arenlticos do Cenoz6ico e do Terciariosao revestidos, em geral, por comunidades florestais, com palmeiras por toda a Amazonia e atemesmo fora dela, e com bambus na parte ocidentalda Amazonia, estendendo-se ate a borda ocidentaldo planalto meridional no Estado do Parana. Ai 0
bambuzal domina sobre areas florestais onde foramexplotadas as madeiras nobres, Cedrela, Ocotea eAspidospenna. Ja as comunidades com sororoca ecom cip6 revestem preferencialmente as depressoesdo embasamento pre-cambriano e encostas do relevo dissecado dos planaltos que envolvem 0 grandevale amazonico.
A facia\(ao denominada "floresta com cip6" nasdepress6es circulares do embasamento pre-cambriano pode ser considerada como "floresta-decip6", tal a quantidade de plantas sarmentosas queenvolvem os poucos individuos de grande porte dacomunidade, transformando-os no que a literaturaconsidera por Climber towers - torres folhosas outorres de cip6. Esta facia\(ao apresenta, nas encostas
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dissecadas, outro aspecto de comunidade abertadevido ao emaranhado de Hanas em todos os estratos da floresta com cip6, que dificultam sobremaneira a interferencia humana.
A facia\(ao originada pela Phenakospennumquianense, sororoca (Strelitziaceae), foi observadana area suI da bacia amazonica, forrnando grandesagrupamentos nas depressoes, temporariamenteinundadas e rasas, localizadas no medio rio Xingu.No restante da Amazonia, onde ocorre preferencialmente em relevo ondulado, e sobre Latossolos,constitui pequenos agrupamentos nao mapeaveisem escala regional e explorat6ria.
A latitude e a altitude serviram como parametrosbasicos para a divisao das tres forma\(6es que ocorrem neste tipo de vegeta\(ao.
1.6.1.2.1 Floresta Ombrofila Aberta das TerrasBaixas
Esta fOlma\(aO compreendida entre 40 de latitudeNorte e 160 de latitude SuI, em altitudes que variamde 5 ate 100 m, apresenta predominancia da facia\(aocom palmeiras. Nos Estados do Piaui e Maranhaopode ser considerada como uma "floresta-de-baba\(U", revestindo terrenos areniticos do Cretaceo,dentro da bacia do Maranhao-PiauL Atualmenteesta fOlma\(aO, 0 "baba\(ual", faz parte da Vegeta\(aoSecundaria que resultou da devasta\(ao florestal,sucedida por uma agricultura depredat6ria. Esta aospoucos foi substituida pelo adensamento da Orbignya phalerata (baba\(u), que domina inteiramente apaisagem. Tal forma\(ao e tambem encontrada emEstado natural mas, no caso, em associa\(ao comoutras Angiospermas, em comunidades isoladas dosEstados do Maranhao e do Para, sempre situadasabaixo dos 100 m de altitude.
1.6.1.2.2 Floresta Ombrofila Aberta Submontana
Esta forma\(ao pode ser observada distribuida portoda a Amazonia e mesmo fora dela principalmentecom a facies floresta com palmeiras. Na Amazoniaocorre com quatro facia\(6es florfsticas - com palmeiras, com cip6, com sororoca e com bambu entre os 40 de latitude Norte e os 160 de latitude Sul,situadas acima dos 100 m de altitude e nao rarasvezes chegando a cerca de 600 m.
A floresta aberta com bambu encontra-se distribuida, principalmente, nos Estados do Amazonas e doAcre. 0 gregarismo do bambu, nesta forma\(ao, e detal modo significativo ao ponto dela ser denominadade "floresta-de-bambu", 0 que a torna uma comunidade especial e restrita.
As primeiras referencias aocorrencia de Guaduasuperba foram feitas por Huber (1900),justamentepara a area territorial do Acre, contudo sua presen\(a
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com significado fisionomico-ecologico so foi assinalada nas margens dos rios locais. Com 0 advento das imagens de Radar, os tecnicos doProjeto RADAMBRASIL puderam delimitar aproximadamente as grandes areas da floresta com bambu e determinar a sua importancia, incluindo-acomo mais uma "faciacrao floristica da floresta aberta" nos Estados do Acre e do Amazonas. Contudo,foi atraves das imagens do sensor TM, do sateliteLANDSAT 5, que se pOde delimitar uma grandemancha do "bambuzal", cercada de muitas outrasmenores dando a nitida impressao de que estascomunidades de bambu encontram-se em expansao.o genera Bambusa,do subgenero Guadua com origem provavel nos Andes atuais do Peru e da Boliviae portanto extra-amazonico, invadiu recentementeas areas florestais abertas da Amazonia brasileira,justamente sobre 0 dobramento pre-andino capeadopor sedimentos do Cretaceo.
A floresta aberta com palmeiras, nos Estados doMaranhaolPiaui e em pontos isolados do Nordesteate 0 Estado do Espirito Santo, constitui comunidades secundarias denominadas "florestas-de-babacru", que nesta formacrao submontana apresentam-sesemelhantes adas ten-as baixas, com excecrao dacomunidade do Espirito Santo, onde domina 0 genero Attalea em vez de Orbignya. Esta "faciacraosubmontana" pode ser observada em seu estadonatural nos Estados do Para, Amazonas, Roraima eMato Grosso, pois nos Estados do Tocantins e Rondonia, provavelmente, nao rnais existe devido adevastacrao realizada nesta ultima decada. No Estado do Acre ainda e encontrada uma fisionomianatural ou pelo menos com menor acrao antr6picapela retirada de madeira.
A floresta-de-cipo que era mais expressiva no suIdo Estado do Para, principalmente nas depress6escirculares do Pre-Cambriano e ai denominada de"mata-de-cipo", encontra-se distribufda por toda aAmazonia. Nas encostas dos planaltos e nas sen-as,a floresta aberta com cip6 apresenta uma fisionomiacom elementos de alto porte isolados e envolvidospelas lianas lenhosas. A floresta aberta com sororoca e quase exclusiva da bacia do rio Xingu, emborapassa ser encontrada em menores areas nos Estadosde Rondonia, Amazonas e Roraima, sendo esta amenor representatividade das "faciacr6es floristicas".
1.6.1.2.3 Floresta Ombrofila Aberta Montana
Esta formacrao situa-se quase toda entre os 40 delatitude Norte e 160 de latitude SuI, ocupando afaixa altimetrica entre 600 e 2 000 m, e por conseguinte restrita a poucos planaltos do suI da Amazonia e a muitas sen-as do norte, principalmente as deTumucumaque e Parima. Apresenta as "faciacr6es
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com palmeiras e com cipo", sendo esta ultima bernmaiscomum.
Esta floresta, tambem conhecida como "mata-dearaucaria ou pinheiral", e urn tipo de vegetacrao doPlanalto Meridional, onde ocoma com maior freqiiencia. Esta area e considerada como 0 seu atual"climax climatico", contudo esta floresta apresentadisjuncr6es florfsticas em refugios situados nas Serras do Mar e da Mantiqueira, muito embora nopassado tenha se expandido bern mais ao norteporque a fanu1ia Araucariaceae apresentava dispersao paleogeografica que sugere uma ocupacrao diferente da atual. Constatou-se recentemente aocon-encia de f6sseis (fragmentos de caules) emten-enos juracretacicos no Nordeste brasileiro, evidenciando que dentro da "plataforma brasileira"encontravam-se Coniferales, pois estes fosseis saotambem encontrados em pontos isolados da bordasuI do Planalto Meridional, como par exemplo emSanta Maria da Boca do Monte (no Estado RioGrande do SuI). Mas como 0 vulcanismo, iniciadonesta area no Cretaceo e terminado no TerciarioSuperior, foi 0 responsavel pelo despovoamentovegetal do Planalto Meridional, a hipotese de que aAraucaria angustifolia, atualmente af existente, penetrou aU'aves do "Escudo Atlantico" que se achavaunido agrande plataforma afro-brasileira no Paleozoico, parece estar comprovada.
A composicrao florlstica deste tipo de vegetacrao,caracterizado pol' generos primitivos como Drymise Araucaria (Australasicos) e Podocarpus (AfroAsiatico), sugere, em face da altitude e da latitudedo PlanaIto Meridional, uma ocupacrao recente, apartir de refUgios alto-montanos, apresentando quatro formacr6es diferentes:- Aluvial, em terracros antigos situados ao longo dosfluvios.- Submontana, de 50 ate mais ou menos 400 m dealtitude.- Montana, de 400 ate mais ou menos 1 000 m dealtitude.- Alto-montana, quando situadas a mais de 1000 mde altitude.
1.6.1.3.1 Floresta Ombrofila Mista Aluvial
Esta formacrao ribeirinha, que ocupa sempre osten-enos aluvionares situados nos fluvios das sen-ascosteiras ou dos planaltos, edominada pela Araucaria angustifolia, associada aecotipos que variamde acordo com as altitudes dos fluvios. Alem da"ochlospecie" dominante, tambem se encontramPodocarpus lambertii e Drymis brasiliensis, espe-
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cies estas opicas das altitudes. A medida que aaltitude diminui a Araucaria angustifolia associase a varios ec6tipos de Angiospermas da familiaLauraceae, merecendo destaque os generos Ocotea,Cryptocarya e Nectandra entre outros de menorexpressao, nas disjun~6es serranas da Mantiqueira.No suI do Pais a floresta aluvial e constitufda principalmente por Araucaria angustifolia, Luehea divaricata e Blepharocalyx longipes no estratoemergente e por Sebastiania commersoniana, noestrato arb6reo contfnuo.
1.6.1.3.2 Floresta Ombr6fila Mista Submontana
Esta forma~ao atualmente e encontrada sob a forma de pequenas disjun~6es localizadas em variospontos do "Craton Sul-Rio-Grandense". No Municipio de Lauro Muller (SC), por exemplo, na decadade 50, podia-se observar cerca de 12 000 indivfduosde Araucaria angustifolia, contudo, nesta ctecadaeste numero nao chega a 200 exemplares com troncos finos e relativamente baixos pertencentes aoestrato dominado.
Nestas disjun~6es os indivfduos mais pujantesforam retirados e os poucos exemplares remanescentes somente sao encontrados no estrato dominado. Assim, 0 que existe e uma "floresta secundaria"ficando cada vez mais raro encontrarem-se indivfduos de Araucaria angustifolia, que tendem ao totaldesaparecimento dentro de poucos anos.
1.6.1.3.3 Floresta Ombr6fila Mista Montana
Esta f01ma~ao, encontrada atualmente em poucasreservas particulares e no Parque Nacional do Igua~u, ocupava quase que inteiramete 0 planalto situado acima dos 500 m de altitude, nos Estados doParana, Santa Catarina e Rio Grande do SuI. Porem,na decada de 50, nas grandes extens5es de terrenossituados entre as cidades de Lajes (SC) e Rio Negro(PR), podia-se observar a Araucaria angustifolia,ocupando e emergindo da submata de Ocotea pulchella e !lex paraquariensis acompanhada porCryptocarya aschersoniana e Nectandra megapotanica. Ao norte de Santa Catarina e ao suI do Paranao "pinheiro-do-parana" estava associado com a imbuia (Ocotea porosa), formando agrupamentos caracterfsticos; atualmente grandes agrupamentosgregarios desapareceram, substitufdos pela monocultura de soja e trigo, intercaladas. Na decada de20, consideraveis disjun~6es de Araucaria, existentes no vale do rio Itajaf-A~u, associadas a Ocoteacatharinensis, foram quase inteiramente devastadas, restando pequenos remanescentes sem expressao paisagfstica e economica. Esta "ochlospecie",que ocupava cerca de 70% do Planalto Meridional,apresenta uns poucos indivfduos isolados em pontos
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inacessfveis ou de permeio a grandes culturas desoja e trigo.
Estas considera~6es exemplificam 0 lento masconstante desaparecimento daAraucaria angustifoZia que, na decada de 80, nao apresentava maisexpressao fitogeografica e economica.
1.6.1.3.4 Floresta Ombr6fila Mista Alto-Montana
Esta floresta apresenta-se localizada acima dosI 000 m de altitude, com maior ocorrencia no Parque do Taimbezinho (RS) e na crista do PlanaltoMeridional, nas cercanias dos "campos de SantaBarbara" no Parque de Sao Joaquim (SC), ocupandoas encostas das colinas diabasicas em mistura comarenitos termometamorfizados pelo vulcanismocretacico, que constitui a Forma~ao Serra Geral. Talfisionomia podia ser observada ate a decada de 60,quando se iniciou a explora~ao dos ultimos remanescentes expressivos da Araucaria angustifolia,restando atualmente poucos exemplares jovens ouraqufticos que sobraram da explora~ao predat6ria.
Atualmente, esta floresta encontra-se ainda bernconservada e com seus elementos quase intactos noParque Estadual de Campos do Jordiio (SP) e emMonte Verde, Municipio de Camanducaia (MG);todavia, as outras ocorrencias, como a de Itatiaia (RJe MG), estao sendo gradualmente suprimidas tendendo ao desaparecimento em poucos anos.
A composi~iio florfstica da disjun~ao de Camposdo Jordao, possivelmente semelhante aque outroraexistia nos Estados do Parana e Santa Catalina,apresenta a dominancia da Araucaria angustifolia,que sobressai do dossel normal da floresta. Ela etambem bastante numerosa no estrato dominado eaf associada a varios ec6tipos, dentre os quais merecem destaque, em ordem decrescente, os seguintes: Podocarpus lambertii (pinheirinho) e variasAngiospermas, inclusive 0 Drymis brasiliensis dafamilia das Winteraceae, Cedrelafissilis das Meliaceae e muitas Lauraceae e Myrtaceae. No estratoarbustivo da submata, dominam as Rubiaceae eMyrtaceae e exemplares da regenera~aoarb6rea deAngiospermae, como Winteraceae, Lauraceae eMeliaceae, faltando as Coniferales, que estiio nomomenta colonizando as areas campestres adjacentes.
o conceito ecol6gico deste tipo de vegeta~ao estacondicionado pela dupla estacionalidade c\imatica,uma tropical com epoca de intensas chuvas de verao, seguida por estiagem acentuada e outra subtropical sem perfodo seco, mas com seca fisiologica
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provocada pelo intenso frio do invemo, com temperaturas medias inferiores a 150 C.E constitufda por faner6fitos com gemas foliares
protegidas da seca por escamas (catafitos), ou pelos,e cujas follias adultas sao escler6filas ou membranaceas deciduais.
Neste tipo de vegeta<;ao a porcentagem das arvores caducif6lias, no conjunto florestal e nao dasespecies que perdem as folhas individualmente,situa-se entre 20 e 50%. Nas areas tropicais e composta por mesofaner6fitos que revestem, em geral,solos areniticos distr6ficos. Ja nas areas subtropicais e composta por macrofaner6fitos em face derevestirem solos basalticos eutr6ficos. Esta florestapossui uma dominancia de generos amazonicos dedistribui<;ao brasileira, como por exemplo:Parapiptadenia, Peltophorum, Cariniana, Lecythis, Tabebuia, Astroniul1l e outros de menor importancia fisionomica.
o criterio estabelecido com a finalidade exclusivade propiciar 0 mapeamento contfnuo de grandesareas foi 0 das faixas altimetricas, utilizado tamMmnas forma<;6es vegetacionais precedentes, como porexemplo: a forma<;ao aluvial esta sempre presentenos terra<;os mais antigos das calhas dos rios; aforma<;ao das terras baixas ocorre entre 5 e 100 mde altitude entre os 40 de latitude Norte e os 16° delatitude SuI, de 5 a 50 m quando localizados naslatitudes de 160 a 240 SuI e de 5 a 30 m nas latitudesde 240 a 320 Sui; a forma<;ao submontana situa-senuma faixa altimetrica que varia de 100 a 600 m deacordo com a latitude de 40 Norte ate 16° SuI, de50 a 500 m entre 160 ate os 240 de latitude SuI e de30 a 400 m ap6s os 240 de latitude SuI; e a forma<;aomontana situa-se na faixa altimetrica que varia de600 a 2 000 m de altitude entre 4° de latitude Nortee 160 de latitude SuI, de 500 a 1 500 m entre 160 e240 de latitude SuI e de 400 a 1 000 m entre 24° e320 de latitude SuI.
Somente quatro forma<;6es foram delimitadas noPals: aluvial, telTas baixas, submontana e montana,isto porque este tipo florestal apresenta-se descontfnuo e sempre acentuado entre climas gerais urnumido e outro arido, sendo superumido no equador,arido no Nordeste e umido no SuI. No Centro-Oesteencontra-se 0 clima continental estacional, mais afdomina a Savana (Cerrado) que e urn tipo de vegeta<;ao de clfmax edafico.
Euma forma<;ao encontrada com maior freqiienciana grande depressao pantaneira mato-grossense dosuI, sempre margeando os rios da bacia hidrograficado Paraguai.
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o mesofaner6fito Amburana cearensis var. acreana, vulgarmente conhecido como cerejeira, degrande valor economico-madeireiro, e de origemandino-amazonica e de dispersao sui-americanaampla e divergente. 0 genero ocorre nas areas aridas do Chaco argentino-boliviano, na Caatingabrasileira e nas areas umidas da Amazonia Ocidental, mais precisamente nos Estados do Acre,Rondonia, Mato Grosso e no Pantanal MatoGrossense. Nesta forma<;ao existem em grandeabundancia varias especies dos generos Tabebuia,alem dos ec6tipos Calophyllum brasiliense, Tapirira guianensis, lnga sp., Podocarpus sellowii,Cedrela lilloi, Guarea guidonia entre outras.
E uma forma<;ao encontrada freqiientemente revestindo tabuleiros do Pliopleistoceno do GrupoBarreiras, desde 0 suI da cidade de Natal ate 0 nortedo Estado do Rio de Janeiro, nas cercanias de Campos bern como ate as proximidades de Cabo Frio, afenmo ja em terreno quatemario.Eurn tipo florestal caracterizado pelo genera Cae
salpinia de origem africana, de onde se destacam,pelo seu inegavel valor hist6rico, a especie C. echinata (pau-brasil) e outros generos brasileiros como:Lecythis que domina no vale do rio Doce, acompanhado pOI' outros generos da mesma familia Lecythidaceae (afro-amazonica), que berncaracterizam esta floresta semidecidual, tais como:Cariniana (jequitiba) e Eschweilera (gon<;aloalves). Para terminar a caracteriza<;ao desta forma<;ao pode-se citar 0 genero monotfpicoParatecoma peroba (peroba-do-campo) da farru1iaBignoniaceae, de dispersao Pantropical, mas exclusivo dos Estados do Espfrito Santo, Rio de Janeiroe Minas Gerais.
Esta forma<;ao freqiientemente ocorre nas encostas interioranas das Serras da Mantiqueira e dosOrgaos enos planaltos centrais capeados pelos Arenitos Botucatu, Bauru e Caiua dos perfodos geo16gicos Jurassico e Cretaceo.
Sua ocupa<;ao vai desde 0 Espfrito Santo e suI daBahia ate 0 Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sao Paulo,norte e sudoeste do Parana e sui do Mato Grosso doSuI.
Nas encostas interioranas das serras marftimas, osgeneros dominantes, com individuos caducif6lios,sao os mesmos que ocorrem na floresta ombr6filaatlantica, como Cedrela, Parapiptdenia e Carinia-
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Não há formação alto-montana. Entre 16 e 24 de latitude, a mais de 1500m seria floresta ombrófila?
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00, sendo que nos planaltos arenfticos os ec6tiposdeciduais que caracterizam esta forma~ao pertencern aos generos Hymenaea (jatobli), Copaijera(6Ieo-vermelho), Peltophorum (canaffstula),Astronium, Tabebuia e muitos outros. Contudo 0 generodominante que a caracteriza, principalmente, noplanalto paranaense e no oeste do Estado de SaoPaulo, e Aspidospenna, com seu ec6tipo A. polyneuron (peroba-rosa).
1.6.1.4.4 Floresta Estacional SemidecidualMontana
Sao poucas as areas ocupadas por esta forma~ao
estabelecida acima dos 500 m de altitude. Situam-sep,rincipalmente na face interiorana da Serra dosOrgaos, no Estado do Rio de Janeiro e na Serra daMantiqueira nos Estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (Itatiaia) e do Espfrito Santo(Capara6). Outras areas ainda menores ocupam ospontos culminantes dos planaltos arenfticos. Estaforma~ao montana e quase sempre dominada pelogenero Aoodenanthera que as vezes constitui consorcia~6es de "ocWospecie" A.peregrina de origemamazonica, localizada principalmente nos sills basaIticos ainda conservados.
Este tipo florestal ocorre principalmente no norte da Amazonia, justamente nas serras do Tumucumaque e Parirna, em locais situados acima dos600 m de altitude enos planaltos arenfticos doEstado de Roraima, principalmente na face interiorana dos picos do Sol e da Neblina. Os generos eec6tipos de ampla dispersao e que af dominam sao:Cassia, Anadenanthera peregrina, Astronium e outros.
Este tipo de vegeta<;:ao, que e caracterizado porduas esta~6es climaticas bern demarcadas, uma chuvosa seguida de longo periodo biologicamente seco,ocorre na forma de disjun~6es florestais apresentando 0 estrato dominante macro ou mesofaner6fitopredominantemente caducif6lio, com mais de 50%dos indivfduos despidos de folhagem no perfododesfavoravel.
Com caracterfsticas semelhantes encontra-se naborda do Planalto Meridional, principalmente noEstado do Rio Grande do Sul, uma disjun<;:ao queapresenta 0 dossel emergente completamente caducif6lio, visto que, muito embora 0 clima seja ombr6filo, possui uma curta epoca muito fria e queocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisio16gica da floresta.
Estas disjun~6es florestais deciduais sao, via deregra, dominadas tanto nas areas tropicais comonas subtropicais pelos mesmos generos de origemafro-amazonicas, tais como: Peltophorum, Anadenanthera, Apuleia embora suas especies sejam diferentes, 0 que demarca urn "domfnio floristico"
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tambem diferente, quanta ao levantamento fitossociol6gico das duas areas. Alem disso, este tipo devegeta~aoapresenta grandes areas descontfnuas 10calizadas, do norte para 0 sul, entre a Floresta Ombr6fila Aberta e a Savana (Cerrado); de leste paraoeste entre a Savana-Estepica (Caatinga do sertaoarido) e a Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducif6lia) e final mente no suI naarea subtropical, no vale do rio Uruguai, entre aFloresta Ombr6fila Mista (Floresta-de-Araucaria)do Planalto Meridional e a Estepe (Campos Gauchos). Estas grandes areas disjuntas apresentamquatro forma~6es distintas:
1.6.1.5.1 Floresta Estacional Decidual Aluvial
Esta forma~ao, quase que exclusiva das bacias dosrios do Estado do Rio Grande do SuI, encontra-seatualmente bastante desfalcada dos seus elementosprincipais explotados para uso domestico. Localizada nos terra~os fluviais dos rios Jacuf, Ibicuf,Santa Maria e Uruguai, ocorre tambem nas varzeasdo rio Paraguai, no Estado do Mato Grosso do SuI,onde a drenagem e dificultada pelo pouco desnfveldo rio.
A composi~ao florfstica desta forma<;:ao e preferencialmente constitufda por ec6tipos higr6fitos deciduais, adaptados ao ambiente aluvial, ondedominam mesofaner6fitos, tais como: Luehea divaricata (a~oita-cavalo), Vitex megapotamica (tamrna), lnga uruguensis (inga), Ruprechtia rariflora(farinha-seca) e a nanofaner6fita Sebastiania commersoniana (branquilho) e outras.
1.6.1.5.2 Floresta Estacional Decidual das TerrasBaixas
Esta forma<;:ao e encontrada em areas descontfnuase relativamente pequenas. Ocorre com maior expressividade na bacia do rio Pardo, no suI do Estadoda Bahia.
A floristica desta forma<;:ao, caracterfstica de soloseutr6ficos calcarios, e dominada pelos generos Cavanillesia e Cereus. 0 ec6tipo Cereus jamacarunesta forma~ao apresenta alto porte que atinge, naoraras vezes, 0 dossel dos mesofaner6fitos e comp6ejuntamente com os indivfduos dos generos Parapiptadenia, Anadenanthera, Piptadenia, Cedrela,entre outros, 0 estrato decidual desta disjun<;:ao.
As outras disjun~6es menores encontradas portodo 0 Pals devem ser delimitadas de acordo com aslatitudes, salientadas com 0 fim exclusivo de sepoder cartografa-Ias:- dos 40 latitude Norte aos 160 latitude SuI, varia de5 ate os 100 m de altitude;- dos 160 latitude SuI aos 240 latitude SuI, varia de5 ate 50 m de altitude; e- dos 240 latitude SuI aos 320 latitude SuI, varia de5 ate 30 m de altitude.
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1.6.15.3 Floresta Estacional DecidualSubmontana
Nesta forma~ao encontram-se dispersas as maiores d.isjun~5es deste tipo de vegeta~ao florestal decidual, descritas abaixo de acordo com as areas maisrepresentativas em que foram observadas:
- Em uma estreita faixa no suI do Estado doMaranhao, entre a Savana (Cerrado) e a FlorestaOmbr6fJ1a Aherta com baba~u, situa-se uma floresta de medio porte composta pOl' nanofoliadas deciduais, com caules finos e que apresenta comogeneros mais comuns Cedrela, Chorisia, Tabebuia,Jacaranda, Piptadenia, Parapiptadenia, Anadenanthera, Apuleia e outros de menor expressaofisionomica. Encontra-se ai 0 tinieo ec6tipo comfolhas no perfodo desfavon'ivel, a Platonia insignis(bacuri), que imprime a paisagem urn aspecto degrandes tabuleiros revestidos por mesofaner6fitoscompletamente desfolhados, interrompidos, vezpOl' outra, por indivfduos foliados de colora~ao verde pardacenta.
- No suI do Estado da Bahia, com fisionomia decidual revestindo os terrenos calcarios da bacia dorio Pardo, ocorre uma floresta relativamente alta,conhecida como "mata-de-cip6". E composta demesofaner6fitos parcialmente caducif6lios e dominados por ec6tipos da famflia Leguminosae, destacando-se 0 genero Parapiptadenia. A maior pmtedos ec6tipos formadores desta disjun~ao, regularmente, sao envolvidos por lianas lenhosas com folhagem sempre verde que conferem a esta forma~aouma falsa aparencia numa epoca desfavonivel.- A floresta situada no norte do Estado de Goias esuI do Estado do Tocantins, entre a FlorestaEstacional Semidecidual do suI do Estado do Parae a Savana (Cerrado) do Estado de Goias, maisprecisamente no vale do rio das Almas e seus afluentes, apresenta uma fisionomia ecol6gica commais de 50% de seus ec6tipos sem folhagem naepoca desfavoniveI. Esta forma~ao, denominada"mato-grosso-de-goi<is", apresenta uma fisionomiaecol6gica de mesofaner6fitos onde predomina umamistura de ec6tipos savanfcolas de alto porte comoutros caducif6lios florestais. A origem floristieadesta forma~ao e predominantemente afroamazonica, destacando-se os generos: Qualea,Caryocar, Copaijera, Hymenaea, Tabebuia, Choorisia, Bombax, Dimorphandra, Kielmeyera e muitos outros de menor expressao fisionomica.- A disjun~ao florestal situada ao norte do Estado deMinas Gerais e localizada nos vales dos rios VerdeGrande e Sao Francisco, no Estado de Minas Gerais,denominada "mata-de-jmba", apresenta uma constitui~ao florfstica bastante complexa, com ec6tipos
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savanfcolas e florestais mesofaner6fitos deciduais,com predominancia dos generos Pterodon, Caryocar, Qualea, Pwtymenia, Machaerium, Bowdichia,Hymenaea, Tabebuia e muitos outros de menorexpressao fisionomica.
- A floresta decidual da encosta da serra da Bodoquena, no Estado do Mato Grosso do SuI, e dominada por ec6tipos savanfcolas e florestaismesofaner6fitos. Esta disjun~ao econstitufda pOl'generos afro-amazonicos e andino-argentinos,onde se destacam Pterodon (sucupira), ec6tipo decaule amarelo e muito freqtiente, alem de Qualea,Copaifera, Hymenaea, Schinopsis, Plathymenia emuitos outros menos freqiientes.- A floresta da vertente interiorana da Serra daMantiqueira, situada em tenit6rio mineiro, revesteterrenos do Pre-Cambriano.Econstitufda por mesofaner6fitos de folhagens sempre verde dos generosAspidosperma e Cariniana e em algumas vezes pormacrofaner6fitos, destacando-se entre eles 0 generoAnadenanthera com sua"ochlospecie" caducif61iaperegrina que e dominante.
- Os terrenos da vertente suI do planalto dasMissoes, af ja considerados como "areas extrazonais", pois esmo inclufdos no espa~o subtropical,sao revestidos pOl' uma floresta que apresenta umafloristiea semelhante aque ocorre nas areas tropicais. Nela ocorrem a "ochlospecie" Anadenantheraperegrina associada aos generos Parapiptadenia,Apuleia e Peltrophorum de alto porte (macrofaner6fitos) que dominam no estrato das emergentes.Esta ultima disjun~ao de maior representatividade,sem contudo descmtarem-se outras menos significativas, permite aventar-se a hip6tese de que todasestas areas extrazonais possuem uma homologiaecol6gica, 0 que permite a extrapola~ao fisionomicada vegeta~ao pela semelhan<;a florfstica de seusdominantes. Nesta area, 0 perfodo frio com mediasinferiores a ISoC apresenta uma seca fisiol6gicacoincidente com a seca das areas tropicais.
1.6.1.5.4 Floresta Estacional Decidual Montana
Esta forma~ao ocorre em areas disjuntas que seapresentam bastante expressivas, sendo que paraidentifica-las observararn-se os seguintes parametros altimetricos de acordo com as latitudes ondesao encontradas:- dos 40 latitude Norte a 160 latitude SuI, varia de600 ate 2 000 m de altitude;- dos 160 latitude SuI a 24° latitude SuI, varia de500 ate I 500 m de altitude; e- dos 240 latitude SuI a 320 latitude SuI, varia de400 ate 1 000 m de altitude.
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Esta varia~aoaltimetrlca, mudando de acordo comas latitudes, pode ser explicacla pelas grandes diferen~as de temperatura que influem na composi~ao
florfstica, observando-se que quanto mais ao suI 0
espa~o da faixa altimetrica diminui. Cita-se comoexemplo: 0 levantamento cia composi~ao floristicaem area situada a mais de 1 000 m de altitude(Veloso, 1945) em Teresopolis (RJ) mostrou que aflora e coincidente com a de Brusque (SC), localidade situada a poucos metros acima do myel do mar(Veloso & Klein, 1957).
Estas observa~oes,embora insuficientes, demonstram que as faixas altimetricas vaG se estreitando deacordo com as latitudes situadas mais ao suI, contudo apenas levantamentos mais detalhados e quepodem estabelecer as variavoes florfsticas essendais e assim melhorar 0 nfvel cmtografico da classifica~ao da vegeta~ao brasileira.
A formarrao florestal decidual situada ao norte deBoavista (RR), no hemisferio Norte, reveste 0 planalto arenftico de Roraima com uma fisionomiaecologica tipicamente caducif6lia, dorninada porLeguminosae do genero Cassia. Mais ao suI, revestindo 0 planalto de Conquista (BA), encontra-seuma vegetar;ao florestal de porte medio dominadapor ec6tipos dos generos Parapiptadenia e Anadenanthera sempre associados aos generos Cavanillesia, Tabebuia, Cedrela, entre muitos outros.
1.6.1.6 Campinarana (Campinas)
Os termos Campinarana e Campina sao sinonimose significam "falso campo". A prioridade contudocabe ao primeiro, porque Ducke (1938) e Sampaio(1944) 0 empregaram para a regiao ecol6gica doalto rio Negro, embora tambem tenham se referidoao mesmo tipo de vegetarrao com a designar;ao"caatinga do rio Negro". Spruce (1908) foi 0 pioneiro no uso do termo "caatinga-gapo" para a regUlodo rio Negro, termo este extrapolado pelos fitogeografos brasileiros como "caatinga simplesmente".Esta interpretar;ao nao e muito cOiTeta, pois, segundo Veloso et al. (1975), "caatinga-gapo" traduz-sepor uma vegetar;ao lenhosa aberta dos pantanos comumidade, com sentido inverso do termo caatinga doNordeste brasileiro, que significa vegetar;ao lenhosaaberta espinhosa caducifolia das areas aridas doNordeste brasileiro.
Tambem 0 termo Campinas empregado par Lindman (1906) para designar os "campos do Rio Grande do SuI", os quais dividiu em "campo sujo ecampo limpo", de acordo com a maior ou menorquantidade de plantas raqufticas lenhosas que praguejavam os referidos campos, por questoes priori-
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tana e regionalista, nao deve ser empregado paradenominar uma vegetar;ao amazonica.
Egler (1960) foi 0 primeiro fitoge6grafo a empregar COlTetamente 0 termo Campinarana para aAmazonia e Takeuchi (1960) usou a denominarraoCampina ap6s Ducke (1938) e Sampaio (1940).Procurou-se aqui empregar corretamente a terminologia Campinarana, descrevendo-a do seguintemodo: trata-se de uma regiao ecol6gica que ocorrenos solos Podzol Hidrom6rfico e Areias QuartzosasHidrom6rficas das plamcies aluviais. A predominlincia na sua composirrao florfstica e de ec6tiposraqufticos amazonicos, com pelo menos urn generomonotfpico endemico, Barcella odora, da famfliaPalmae, de dispersao Pantropical. Esta vegetarraotfpica da bacia dos rios Negro, Orinoco e Brancoultrapassa as nossas fronteiras, atingindo a Venezuela e a Colombia, porem em areas bem menoresdo que a ocupada no Brasil. Ocupa areas tabularesarenosas, bastante Iixiviadas peIas chuvas duranteos ultimos 10000 anos, aIem destas areas tabulm'esencontram-se em grande depress6es fechadas, suficientemente encharcadas no perfodo chuvoso e cominfluencia dos grandes rios que cortam a regiao, emtodas as direr;6es.
Esta classe de formavao e dividida em tres subgrupos de formav6es: arb6rea densa ou florestada,arb6rea aberta ou arborizada e gramfneo-lenhosa.
/.6.1.61 Campinarana Florestada
Eum subgrupo de formar;ao que OCOlTe nos pedipIanos tabulares, dominados por nanofaner6fitosfinos e deciduais na epoca chuvosa, assemelhandose a uma "floresta-riparia". Em sua composi9aofIorfstica predominam ec6tipos do genero Clusia,associados aos ec6tipos dos generos amazonicosque a caracterizam, tais como: Aldina, Hevea, Henriquezia, Eperua, Caraipa e outros tipicamenteamazonicos, mas comespecies endernicas que ocorrem preferencialmente nestes interfluvios tabulares.
A bacia do alto rio Negro foi 0 centro de dispersaodesta flora, e os ambientes situados ao Iongo dosrios de agua preta, que segundo Sioli (1962) revelam a presenr;a de acidos umicos e material turfosoinerte em suspensao, sao os Iocais onde estesgeneros melhor se adaptaram. Nos fluvios dessaintrlcada rcde hidrografica, que s6 erealmente ativana epoca das grandes chuvas, ocorrem tres especiesendemicas de paImeiras, Astrocarium javari(javari), Leolpodinia pulchra e Euterpe catingae(ar;af-chumbinho), que OCOlTem tamMm na Campinarana Arb6rea Aberta.
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1.6.1.6.2 Campinatana ArborizadaEste subgrupo de forma~ao e dorninado por plan
tas raqufticas, os mesmos ec6tipos que ocorrem nosinterfluvios tabulares da regiao ecol6gica que saocapeadas pelo solo Podzol Hidromorfico das depress6es fechadas, em geral circulares e totalmentecobertas por Trichomanes, com esparsos indivfduosxeromorfos providos de xilopOdios, e tufos do Ifquen Cladonia, refugiados sob a sombra da Humiiabalsamifera var. floribunda (urniri-da-campina),que na floresta ombr6fila atinge alto porte. No meiodestes nanofaner6fitos esparsos, ocorrem algunscamefitos endemicos da area. A ocorrencia das palmeiras Astrocarium javari, Leopoldinia pulchra eEuterpe catingae e bastante significativa.o genera Cladonia, possivelmente a especie C.
viridis, e0 mesmo que ocorre nas areas pantanosasdo hemisferio Norte enos pontos alto-montanosturfosos dos refugios relfquias da Amazonia, comoo Pico da Neblina, no Estado do Amazonas, 0
conhecido Morro do Sol, no Estado de Roraima, ena maioria das areas pioneiras sob influencia marinha.
1.6.1.6.3 Campinarana Gramfneo-LenhosaEste subgrupo de forma~ao ocorre nas planfcies
encharcadas, pr6ximas aos rios e lagos da regiao.Estas planfcies sao capeadas por urn tapete de ge6fitos e hernicript6fitos das famflias Gramineae eCyperaceae, ambas de dispersao Pantropical. AftambCm OCOlTem muitos camefitos rosulados dogenero Paepalanthus que imprimem afisionomia,juntamente com varios ec6tipos, ge6fitos e epffitas,das faffillias Amarylidaceae, Xyridaceae e Orchidaceae, a caracterfstica campestre pantanosa.
1.6.1.7 Savana (Cerrado)
o termo Savana e procedente da Venezuela, tendosido empregado pela primeira vez por Oviedo &Valdez (1851), para designar os "lhanos arboladosda Venezuela" (formac,;ao gramin6ide dos planaltos,em geral coberta por plantas lenhosas) e posteriormente levado para a Africa (apud Tansley, 1935).
No decorrer das decadas varios autoresutilizaram-se de outros termos, abaixo relacionados, para designar este tipo de vegeta~ao:
• Humboldt (1806) • chamando-o de "estepe"
• Drude (1889) - denominando-o de "estepe tropicar'
.Schimper (1903) - designando-o de "tlorest3 de s8vana"para representar as forma~Oes
grarninosas aroorizadas intertropicais
Warming (1908) - denominou no Brasil de "camposcerrados au vegeta~ao xerofftica". aU
face de urn longo penodo seea bernmarcaoo
• Chevalier (1932) _ ItSavana"
• Lanjouw (1936) _"Savanall
- Trodtain (19051/54) _ I1Savanatl
• Rawitscher (1952) • adotau a temUnologia de Warming de"campo cerrado"
Ap6s as pondera~6es anteriores, resolveu-se adotar 0 termo Savana como prioritario e Cerrado, entreparentese, como sinonimo regionalista, por apresentar uma fitofisionomia ecol6gica hom6loga adaAfrica e Asia.
A Savana entao e definida como uma vegeta~ao
xeromOrfa preferencialmente de clima estacional(mais ou menos 6 meses secos), nao obstante podendo ser encontrada tambCm em clima ombr6fi10.Reveste solos lixiviados alurninizados, apresentando sinusias de hemicript6fitos, ge6fitos e faner6fitos oligotr6ficos de pequeno porte, com ocorrenciapor toda a Zona Neotropical.
A Savana (Cerrado) foi subdividida em quatrosubgrupos de forma~ao:
1.6.1.7.1 Savana Florestada (Cerraddo)
Subgrupo de forma~ao com uma fisionornia tfpicae caracterfstica, restrita das areas arenfticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em cErna tropical eminentemente estacional.
Apresenta sinusias lenhosas de micro e nanofaner6fitos tortuosos com ramifica~ao irregular, providas de macrMilos esclerMilos perenes ousemidecfduos, ritidoma esfoliado corticoso rfgidoou cortex maciamente suberoso, com 6rgilos dereserva subterraneos ou xilopOdio. Nilo apresentauma siniisia nftida de camefitos, mas sim urn relevohernicriptofftico, de permeio com plantas lenhosasraqufticas e palmeiras anas.
Extremamente repetitiva, a sua florfstica reflete-sede norte a suI em uma fisionomia caracterizada pordorninantes faner6fitos tfpicos, tais como:
Subgrupo de forma~ao natural e/ou antr6pico quese caracteriza por apresentar uma fisionomia nanofanerofftica rala e outra hemicriptofftica gramin6ide, continua, sujeita ao fogo anua1. Estas sinusiasdominantes formam uma fisionomia em terrenosdegradados. A composi~ao florfstica, apesar de semelhante ada Savana Florestada (Cerradao), possuiec6tipos dominantes que caracterizam os ambientesde acordo com 0 espa~o geognifico ocupado, taiscomo:
- Sao Paulo (SP) e Parana (PR) - Stryphnodendronadstringens (Leg. Mim., barbatimao).
1.6.1.7.3 Savana Parque
Subgrupo de forma9uo essencialmentc constitufdopor urn estrato gramin6ide, integrado por hemicript6fitos e ge6fitos de florfstica natural e/ou antropizada, entremeado por nanofaner6fitos isolados,com conota~ao tfpica de urn "parque ingles" (Parkland).
A savana parque de natureza antr6pica e encontrada em todo 0 Pals e a natural, nas areas abaixorelacionadas com os seguintes ec6tipos dominantes:
- Ilha de Maraj6 - Hancomia speciosa (Apocynaceae, mangaba).
- Depressao do Araguaia e ilha do Bananal - Byrsonima sericea (Malpigniaceae, murid).
1.6.1.7.4 Savana Gramfneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia, quando natural, osgramados entremeados por plantas lenhosas raqufticas, que ocupam extensas areas dominadas porhemicript6fitos e que, aos poucos, quando manejadas atraves do fogo ou pastoreio, vao sendo substitufdas por ge6fitos que se distinguem por apresentarcolmos subterraneos, pOltanto, mais resistentes aopisoteio do gada e ao fogo.
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A composi~ao florfstica e bastante diversificada,sendo seus ec6tipos mais representativos as plantaslenhosas:- Andira humilis (Leguminosae Pap., angelim-docerrado).- Cassia spp. (Leguminosae Caes., fedegoso-docerrado). 0 genero Cassia foi considerado segundoo conceito de Bentham.- Byrsonima spp. (Malpighiaceae, murici-rasteiro).- Bauhinia spp. (Leguminosae Caes., unha-de-vaca).- Attalea spp. (palmae, palmeirinha-do-cerrado).- Allagoptera campestris (Palmae, coco-de-raposa).- Orbignya eichleri (Palmae, coco-de-guriri)
Alem de muitos nanofaner6fitos raqufticos dasfamflias Compositae, Myrtaceae, Melastomataceae, Malvaceae e muitas outras de menor importiincia fisionomica.
1.6.1.8 Savana-Estepica (Caatinga do SerttioArido, Campos de Roraima, Chaco Sul-MatoGrossense e Parque de Espinilho da Barra do rioQuaraf)
o binomio Savana-Estepica, criado e apresentadopor Trochain em 1948/54 (Apud. Schnell, 1971) ereafirmado no Acordo Interafricano sobre os tiposde vegetac;ao da Africa Tropical (Trochain, 1957),foi originalmente usado para designar uma vegetac;ao tropical de caracterfsticas estepicas pr6ximo aZona Holartica Africana.o termo foi empregado para designar a area do
"sertao arido nordestino" com dupla estacionalidade, uma area disjunta no norte do Estado de Roraimae duas outras areas tambem disjuntas chaquenhas uma no extrema suI do Estado do Mato Grosso doSui e outra na balTa do rio Quaraf quando desemboca no rio Uruguai, no Estado do Rio Grande do SuI.o sertao arido nordestino apresenta freqtiente
mente dois perfodos secos anuais, urn com longodeficit hfdrico seguido de chuvas intermitentes eoutro com seca curta seguido de chuvas torrenciaisque podem faltar durante anos.
A disjunc;ao situada no extremo norte do Estado deRoraima, na Chapada de Surumu, atualmente encontra-se bastante antropizada (Veloso et aI., 1975).
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A vegeta~ao do denominado "Chaco Boreal argentino-paraguaio-boliviano" e encontrada em sua faseumida desde a confluencia do rio Apa com 0 rioParaguai, prossegue comprimida entre a cuesta daserra da Bodoquena e 0 rio Paraguai ate 0 seuafluente rio Miranda, de onde avan~a ate as cercanias da cidade de Miranda (MS). Daf segue ate acidade de Corumba, sempre flanqueando 0 rio Paraguai, revestindo morrotes Pre-Cambrianos ricos emmanganes e ferro, podendo tambem ser encontradadispersa ate as margens do rio Guapore, afluente dorio Mamort~, ja em territ6rio amazonico, no Estadode Mato Grosso.
A disjun~ao chaquenha do "Parque do Espinilho"ocorre na planicie alagavel situada no extremo sudoeste do Estado do Rio Grande do SuI. Encontra-seainda bastante preservada e seus ec6tipos naturaisrevestem terrenos de deposi~ao recente localizadosentre os rios Quarai e 0 Uruguai.
Estas duas disjun<;oes ecol6gicas da denominada"savana umida chaquenha", situadas no Brasil comcaracterfsticas tfpicas de dupla estacionalidade,apresentam tres meses frios com fracas chuvas queprovocam seca fisiol6gica, seguido de grandeperfodo chuvoso, com urn mes de deficit hfdrico,conferindo ao clima regional a caracterfstica principal de dupla estacionalidade. A dupla estacionalidade climatica verificada nessas areas, aliada aidentidade florfstica e afisionomia ecol6gica, implica na semelhan<;a desse tipo de vegeta~ao, queconceituou-se como Savana-Estepica, pol' analogiados ec6tipos afro-amazonicos e andino-argentinosque migraram atraves do tempo, formando disjunc;oes bern distintas uma da outra.
Este tipo de vegetac;ao ou classe de formac;aosubdivide-se em quatro subgrupos de formac;oessituados em areas geomorfologicamente distintas, asaber:
1.6.1.8.1 SavalUl-Estepica Florestada
Subgrupo de forma<;ao caracterizado pol' microelou nanofaner6fitos, com media de 5 m, excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura, mais oumenos densos, com grossos troncos e esgalhamentobastante ramificado em geral provido de espinhose/ou aculeos, com total decidualidade na epoca desfavonivel.
A flora do "sertao nordestino" (caatinga), situadana grande depressao interplanaltica bastante arrasada, e caracterizada sobretudo pelos generos:Cavanillesia e Chorisia da famnia Bombacaceae,de dispersao Pantropical, sendo que 0 generoCavanillesia, Neotropical, e hom6logo do generoAdansonia, Paleotropical africano; Schinopsis e
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Astronium, pertencentes a famma Anacardiaceaeque e de dispersao Pantropical, sao Neotropicais,sendo 0 primeiro andino-argentino e 0 segundoafro-amazonico; Acacia, Mimosa, Cassia, e outrosda fall1l1ia Leguminosae, de dispersao Pantropical,com distribui~ao descontinua, apresentam maiornumero de ec6tipos do Novo Mundo.
Ja a disjunc;ao floristica do Chaco brasileiro,situada na grande depressao pantaneira, e caracterizada pela maioria dos generos citados, mas merecendo destaque os taxa Sehinopsis (Anacardiaceae)e Aspidosperma (Apocynoceae) que tern af 0 seumaior numero de ec6tipos especfficos, 0 que sugerepartir daf 0 seu ponto de dispersao pela plataformabrasileira. Justamente, estes dois primeiros generosnao tern espinhos e somente perdem parcialmentesuas folhas, embora possuam casca grossa e portemesofanerofftico.
1.6.1.8.2 Savana-Estepiea Arborizada
Este subgrupo de formac;ao apresenta as mesmascaracterfsticas florfsticas da fisionomia ecol6gicaanterior, porem os indivfduos que 0 compoem saomais baixos, existindo claros entre eles.
Na depressao interplamiltica nordestina (Caatingado sertao arido), dominam os ec6tipos: Spondiastuberosa (Anacardiaceae) sendo 0 genero de dispersao amazonica, mas a especie dessa depressao endemica; Commiphora leptophloeos (Burseraceae),o genero de dispersao afro-amazonica, mas a especie tambem endemica; Cnidoseolus phyllacanthus(Euphorbiaceae) com famflia de dispersao Pantropical, porem de ec6tipo endemico; Aspidospermapyrifolium (Apocynaceae), 0 genero com dispersaoandino-argentina, mas de ec6tipo endemico; e varios ec6tipos do genero Mimosa (LeguminosaeMim.) que muito bern caracterizam grandes areasdo "sertao nordestino" (Caatinga).
Na depressao pantaneira sul-mato-grossense, dominam os mesmos generos com ec6tipos endemicos desta disjun<;ao florfstica, como pol' exemplo:Prosopis eAcacia (Leguminosae Mim.), Nanofaner6fitos com alturas entre 1 e 2 m e Ziziphus mistol(Rharnnaceae) tambem raquftica e Celtis tala (UImac.), estes dois ultimos com espinhos nas folhas,troncos e galhos, sendo estas as principais caracterfsticas florfsticas da referida disjun<;ao.
1.6.1.8.3 Savana-Estepiea Parque
Termo introduzido na fitogeografia por Tansley &Chipp (1926) para designar uma fisionomia do Chaco argentino (Parkland). Este subgrupo de forma~ao e 0 que apresenta caracterfsticas fisionomicasmais tfpicas, com nanofaner6fitos de urn mesmoec6tipo bastante espa<;ados, como se fossem plan-
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tados, isto porque apresentam uma pseuda-ordena~ao
de plantas lenhosas raqufticas sobre denso tapetegramfneo-Ienhoso de hemicript6fitos e camefitos.
Na depressao interplanaItica nordestina (Caatingado sertiio arido), dominam varios ec6tipos, dentrodos quais se destacam: Mimosa acustipula (Leguminosae Mim.), associadas a outros ec6tipos domesmo genero que, embora de ampla dispersao,dominam na America tropical; Auxemma oncolalyx(Borrag., pau-branco), Combretum leprosum (Combret., mofumbo); eAspidospermapyrifolium (Apocynac., pereiro) de famflias Pantropicais, contudode generos afro-amazonicos, sendo 0 ultimo andino-argentino. Estes nanofaner6fitos estao sempreassociados ao "capim-panasco" do genero Aristidade dispersao mundial, principalmente nas zonasPaleotropical e Neotropical.
Este subgrupo de forma~ao recobre geralmentepequenas depress5es capeadas que, na epoca daschuvas, sao alagadas. Esse processo de inunda~ao
decorre da rna drenagem dos solos dominantes Vertissolos.
Na depressao pantaneira sul-mato-grossense(Chaco brasileiro) domina, quase sempre, 0 nanofaner6fito Acacia farnesiana que ocorre nas areasalagadas de diffcil escoamento. Contudo, na epocaseca, estas areas sao cobertas pOl' Aristida columbrina que possui ampla dispersao na area. Urn outroec6tipo que constitui a fisionomia de Parque nadisjun~ao florfstica pantaneira e a Copernicia prunifera var. australis (para os botfuticos argentinosval'. alba) que forma grandes agrupamentos, quasepuros (consorcia~6es), nas largas e rasas depress6esalagaveis pOI' ocasiao das enchentes do rio Paraguai,tanto do lado da Bolivia como do Brasil. No extremo suI do Pafs, situado na barra do rio Quaraf como rio Uruguai, este subgrupo de forrna~ao constituio conhecido e classico exemplo do "parque do espi"nilho". Este parque e formado quase que exclusivamente pelas associa~6es de Prosopis algarobilla(algaroba) e Acacia farnesiana (espinilho), ambos espinhosos e caducif6lios, alem da Aspidosperma quebracho-blanco (quebracho-branco) ede outras menos numerosas, como: Scutia buxifolia (coronilha), Celtis tala (taleiro), Parkinsoniaaculeata (cinacina) e Acanthosyris spinescens(sombra-de-touro).
1.6.1.8.4 Savana-Estepica Gramfneo-Lenhosa
Este subgrupo de forma~ao, tambem conhecidocomo campo espinhoso, apresenta caracterfsticasflonsticas e fisionomicas bern tfpicas, tais como urnextenso tapete grarninoso salpicado de plantas lenhosas anas espinhosas.
Na depressao interplanaItica nordestina (Caatingado sertao arido) 0 terreno e coberto inteiramente
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pelo capim-panasco (Aristida Sp.), urn hemicript6fito que se apresenta com aspecto de palha na secae que enverdece na epoca das aguas. Este campo eentremeado de nanofaner6fitos espinhosos, despidos de folhagem na seca e folhoso na epoca daschuvas, pertencentes ao genero Jatropha (pinh1iobrabo) da familia Euphorbiaceae de distribui~ao
Pantropical.Na depressao pantaneira do Chaco brasileiro,
domina tambem urn campo grarninoso de Paratheria prostata, Aristida sp. e Elionurus sp., entremeado pOI' plantas lenhosas espinhosas, comoCeltis tala da familia Pantropical Ulmaceae, assaciado com outros ec6tipos tambem espinhosos queimprimem a fisionomia uma caracterfstica de"campo espinhoso".
o terrno Estepe de procedencia Russa foi empregada originalmente na Zona Holartica e extrapoladopara outras areas mundiais, inclusive a NeotropicalsuI brasileira, pOI' apresentar homologia ecol6gica.
Esta area subtropical, onde as plantas sao submetidas a uma dupla estacionalidade - uma fisiol6gicaprovocada pelo frio das frentes polares e outra secamais curta, com deficit hfdrico - apresenta umahomologia fitofisionomica, embora seja diferenteda area original Holartica. A sua fisionomia apresenta uma homologia bastante sugestiva com 0 termo "prairie" (campos das areas frias temperadas),embora seja amplo e muito generico, daf a escolhado terrno prioriffirio "estepe".
Atualmente estas areas, apesar de estarem bastanteantropizadas, podem ser separadas em tres subgrupos de forrna~ao situados em dois grandes tipos derelevo: 0 pediplano gaucho e 0 planalto meridional.
A florfstica grarnfneo-lenhosa da Campanha Gaucha e quase toda originada das areas pre-andinas,com alguns generos cosmopolitas Pantropicais. Nasareas do Planalto Meridional a Araucaria angustifolia, de origem Australasica, mas de distribui~ao
afro-brasileira, ocorre imprimindo 0 carateI' diferencial aCampanha Gaucha, pois as vegeta~6es campestres das duas areas sao muito semelhantes eforam igualadas pelo fogo anual e pelo intensopisoteio do gado.
1.6.1.9.1 EstepeArborizada
Este subgrupo, de forrna~ao localizado no planaltosul-rio-grandense e divisores de aguas dos rios Camaqua e Ibicuf, caracteriza-se pela dominancia desolos rasos (Lit6licos), com Afloramentos Rochasos.
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A fitofisionomia e constitufda de dois estratosdistintos. 0 primeiro deles comp6e-se de micro enanofaner6fitos dispersos, perenifoliados coriaceos, ligados ou nao a floresta-de-galeria, onde aScutia buxifolia (corxonilha), Sebastiania commersoniana (branquilho), Lithraea brasiliensis (bugreiro), Celtis tala (taleiro), Schinus mollis(aroeira-salsa), Acacia farnesiana (espinilho), Astronium balansae (pau-ferro), sao os principais ec6tipos, todos de origem andino-argentina.
Dispersos nos Afloramentos Rochosos os nanofaner6fitos e camefitos se fazem notar atraves dascactaceas dos generos Cereus e Opuntia, tambemde origem tropical andina.o segundo estrato e formado por hemicript6fitos
(gramfneas cespitosas), representados por Erianthussp. (macega), Andropogon lateralis (capim-caninha), Aristida pallens (capim-barba-de-bode) e porge6fitos (gramfneas rizomatosas), destacando-se 0
Paspalum notatUlll (grama-forquilha), Axonopusfissifolius (grama-tapete) e outros ec6tipos invasores, em face da degrada~ao do solo devido asconstantes queimadas anuais e ao pisoteio do gado.Varios camefitos, Como Baccharis spp. (vassouras),Heterotalamus sp. (alecrim), Eryngium horridum(caraguata) e outros de menor expressao, poremcom ampla dispersao, sao tambem invasores dossolos degradados. Contudo 0 mais importante e aCompositae do genero Eupatorium sp. (chirca) queforma densos agrupamentos no meio dos camposestepicos e que, provavelmente, e endemico daEstepe do Uruguai e/ou do sudeste do Estado do RioGrande do SuI.
1.6.1.9.2 Estepe Parque
Localizada em diferentes areas, nos planaltos dasAraucarias, sul-rio-grandense e da Campanha, tambern ocorre nos divisores de aguas dos rios Ibirauita e Ibicuf da Cruz, apresentando umafitofisionomia formada basicamente por nanofaner6fitos freqiientes e dispersos regularmente. Comoexemplo classico, cita-se 0 PlanaIto da CampanhaGaucha onde ocorrem ec6tipos da familia Anacardiaceae: Lithraea brasiliensis (bugreiro), Schinusmol/is (aroeira-salsa) e Astronium balansae (pauferro), alem de outros ec6tipos de varias famflias,mas com menor representatividade. Esta fisionomiade Parque sugere uma causa antr6pica para aumentar os "campos-de-pastagens", que concorre para adegrada~ao cada vez maior dos terrenos pelo mauuso do solo.a estrato graminoso e dominado pelas mesmas
formas de vida do subgrupo de forma<;ao anterior,alem de algumas ter6fitas que, como plantas anuais,
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alteram 0 visual do Parque, imprimindo-lhe nuan<;as de cor e de valor agrosto16gico. Porem, aindasao as Gramineae que dominam na paisagem, comopor exemplo: Paspalum notatum (grama-forquiIha), Axonopus fissifolius (grama-jesufta), Andropogum lateralis (capim-caninha) e Stipa spp.(capim-flechinha), entre outras de menor importancia. Como se pode ver, neste estrato, ainda existemalguns elementos nativos estepicos, como porexemplo varios ec6tipos do genero Stipa que dominam na Estepe do Uruguai e da Argentina.
1.6.1.9.3 Estepe Gramfneo-Lenhosa
Neste subgrupo de forma<;ao observam-se as "florestas-de-galeria" de porte baixo flanqueando algumas drenagens. a estrato herbaceo e constitufdo porduas sinusias gramin6ides, ados hemicript6fitos eados ge6fitos, ambas apresentando pilosidade nasfolhas e colmos, 0 que sugere uma adapta<;ao aoambiente relativamente seco. No presente caso parece tratar-se de compacta<;ao superficial do terreno,em vista das queimadas anuais e do excessivo pisoteio do gado.
Estes campos limpos, que na epoca desfavoravelapresentam uma colora<;ao acinzentada, sao dominados porec6tipos dos generos Stipa,Andropogon,Aristida e Erianthus, 0 que demonstra que a Estepedo Rio Grande do SuI e a das areas situadas noplanalto Meridional estao atualmente igualadospelo mau uso do solo.
Um exemplo de progressiva "desertifica~ao",pelomau uso do solo, pode ser observado em areasarenfticas de Alegrete e Itaqui, onde vicejam oscampos quase desprovidos de vegeta<;ao na epocadesfavoravel.
1.6.2 Classifica,;ao das Areas das Forma,;oesPioneiras
Ao longo do litoral, bem como nas planicies fluviais e mesmo ao redor das depressoes aluvionares(pantanos, lagunas e lagoas), ocorrem freqiientemente terrenos instaveis cobertos de vegeta<;ao, emconstante sucessao, de ter6fitos, cript6fitos (ge6fitos e/ou hidr6fitos), hemicript6fitos, camefitos enanofaner6fitos. Trata-se de uma vegeta<;ao de primeira ocupa<;ao de carater edafico, que ocupa osterrenos rejuvenescidos pelas seguidas deposi<;oesde areias marinhas nas praias e restingas, as aluvioesfluviomarinhas nas embocaduras dos rios e os solosribeirinhos aluviais e lacustres. Sao essas as forma<;oes que se consideraram como pertencendo ao"complexo vegetacional edafico de primeira ocupa<;ao" (forma<;6es pioneiras).
A designa<;ao vegeta<;ao edafica de primeira ocupa<;ao prende-se assim a uma tentativa de conceituar
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comunidades localizadas, sem liga-Ias prioristicamente as regi6es climaces, pois a vegeta~ao queocupa uma area com solo em constante rejuvenescimento nem sempre indica estar a mesma nocaminho da sucessao para 0 climax da regiao circundante. Sao exemplos: as vegeta~6es da orIamaritima e dos pantanos, ambas, semelhantes entresi, em qualquer latitude ou longitude do Pais, sempre com plantas adaptadas aos parametros ecol6gicos do ambiente pioneiro. Isto talvez sugira a causade estarem estas comunidades ligadas a famflias egeneros do universo tropical psam6filo e hidr6filo,seja atraves da dispersao de seus ec6tipos ou sejaatraves da adapta~ao ao arnbiente especializadotropical, cujos fatores limitantes, em geral, determinaram ec6tipos de distribui~ao universal, como e 0caso dos generos: Remirea das praias, Salicorniadas areas psam6filas, Rhizophora e Avicennia dosmanguezais e Typha das areas pantanosas:
Consideraram-se, assim, para as escalas regionale de detalhe, as seguintes comunidades pioneiras:
1.6.2.1 VegetaraO com Influencia Marinha(Restingas)
As comunidades vegetais que recebem influenciadireta das aguas do mar apresentarn como generoscaracterfsticos das praias: Remirea e Salicornia.Seguem-se em areas mais altas afetadas pelas maresequicionais, as conhecidas Ipomoea pes-caprae eCanavalia rosea, alem dos generos Paspalum eHidrocotyle. As duas primeiras sao plantas escandentes e estoloniferas que atingem as dunas, contribuindo para fixa-Ias. Outros generos associados aeste plano mais alto das praias contribuem paracaracterizar esta comunidade pioneira e dentre elesmerecem destaque: Acicarpha, Achyrocline, Polygala, Spartina, Vigna e outros. Uma especie dePalmae (ochlospecie) que ocorre nas restingas desde 0 Estado do Amapa ate 0 Estado do Parana e aAllagoptera maritima, provavel "vicariante" da A.campestre da Savana planaltica do interior brasileiroo
Nas dunas propriamente ditas, a comunidade vegetal apresenta-se dominada por nanofaner6fitosonde 0 Schinus terebenthifolius e a Lythraea brasiliensis imprimem a mesma urn carater lenhoso.Destacam-se tambem os generos Erythroxylon,Myrcia, Eugenia e outros de menor impormnciaassociativa.
No "pontal rochoso" que deu origem a restinga, avegeta~ao pioneira varia do resto das comunidadesarenosas. Neste pontal a principal especie caracterfstica e a Clusia criuva associada as Cactaceae dosgeneros Cereus e Opuntia, alem das muitas Bromeliaceae dos generos Vriesia, Bromelia, Canistrum,
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Aechmea que se destacarn justamente nos Estadosdo Parana, Santa Catarina e Rio Grande do SuI.
1.6.2.2 Vegetarao com Influencia Fluviomarinha(Manguezal e Campo Salino)
o manguezal e a comunidade microfanerofftica deambiente salobro, situada na desembocadura de riose regatos no mar, onde, nos solos limosos (manguitos), cresce uma vegeta~ao especializada, adaptadaa salinidade das aguas, com a seguinte seqiiencia:Rhizophora mangle, Avicennia, cujas especies variarn conforme a latitude norte e suI e a Laguncularia racemosa, que cresce nos locais mais altos, s6atingidos pela preamar. Nesta comunidade podefaltar urn ou mesmo dois desses elementos. E freqiiente observar-se 0 manguezal s6 de Rhizophoracomo 0 do Maranhao ou s6 de Avicennia como 0 doAmapa e Santa Catarina, pois a Laguncularia s6aparece quando existe terreno firme nos terra~os enas planicies salobras do fundo das bafas e dos rios.
Em algumas dessas planicies, justamente quandoa agua do mar fica represada pelos terra~os dos rios,a area salobra e densamente povoada por Gramineaedo genero Spartina e pela Salicornia portulacoidesque imprimem ao "campo salino" 0 carater de um"manguezal camefftico".
1.6.2.3 Vegetarao com Influencia Fluvial(Comunidades Aluviais)
Trata-se de comunidades vegetais das planfciesaluviais que refletem os efeitos das cheias dos riosnas epocas chuvosas ou, entao, das depressOes alagaveis todos os anos. Nestes terrenos aluvionares,conforme a quantidade de agua empo~ada e ainda 0tempo que ela pelmanece na area, as comunidadesvegetais vao desde a pantanosa criptofftica (hidr6fitos) ate os terra~os alagaveis temporariamente doster6fitos, ge6fitos e camefitos onde, em muitasareas, as Palmae dos generos Euterpe e Mauritia seagregam, constituindo 0 a9aizal e 0 buritizal donorte do Pais.
Nos pantanos, 0 genero cosmopolita Typha ficaconfinado a urn ambiente especializado, diferentedos generos Cyperus e funcus que sao exclusivosdas areas pantanosas dos tr6picos. Estes tres generos dominam nas depress6es brejosas em todo 0Pais.
Nas planfcies alagaveis mais bem drenadas ocorrem comunidades campeStres, e os generos Panicum e Paspalum dominam em meio ao camefito dogenero Thalia. Nos terra90s mais enxutos dominamnanofaner6fitos dos generosAcacia e Mimosa, juntarnente com varias famflias pioneiras, tais como:Solanaceae, Compositae, Myrtaceae e outras de menor impormncia sociol6gica.
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As Restingas são representadas pela “vegetação herbácea de dunas” e pela “vegetação de restinga”, distribuídas na Planície Litorânea por terrenos arenosos recentes, geralmente com algum teor salino, sujeitos à intensa radiação solar e ação eólica. A “vegetação herbácea de dunas” caracteriza-se por ocorrer em ambiente bastante instável e de elevado índice salino. Em locais mais afastados da atual linha de praia, a vegetação apresenta-se mais desenvolvida e já estabilizada, caracterizando as restingas arbustivas que atingem alturas de poucos metros. Em solos mais desenvolvidos ocorrem as restingas arbóreas que chegam a atingir até 10 m de altura (Leite e Klein, 1990; Roderjan et al., 2002). FONTE: BLUM, C.T. Lista Preliminar de Espécies Vegetais da Formação Pioneira de Influência Marinha (Restinga) no Paraná - versão 2008. FLORAPARANÁ, Sociedade Chauá. Disponível em <www.chaua.org.br/restinga>.
Essa sucessao natural da vegeta~aopioneira ja foiestudada em varias regi6es do Brasil, principalmente na Amazonia, onde existem as maiores areasde varzeas do Pais.
1.6.3 Classifica-;ao das Areas de TensaoEcol6gica (Vegeta-;ao de Transi-;ao)
Entre duas ou mais regi6es ecologicas ou tipos devegeta~ao, existem sempre, ou pelo menos na maioria das vezes, comunidades indiferenciadas onde asfloras se interpenetram constituindo as transi~6es
floristicas ou contatos edaficos. 0 primeiro caso serefere ao "mosaico especffico" ou ao proprio ecotono de Clements (1949). 0 segundo caso se refere ao"mosaico de areas edaficas", onde cada encraveguarda sua identidade ecologica, sem se misturar(Veloso et alii, 1973).
Acartografia da "tensao ecologica" e uma questaode escala, pois nas escalas de semidetalhe e dedetalhe tanto 0 ec6tono como 0 encrave sao perfeitamente detectados e por este motive devem serseparados e mapeados como entidades independentes.
1.6.3.1 Ecotono (Mistura Floristica entre Tipos deVegetarQo)
o contato entre tipos de vegeta~ao com estmturasfision6micas semelhantes fica muitas vezes imperceptIvel, e 0 mapeamento por simples fotointerpreta~ao e impossIve!. Toma-se necessario enmo 0
levantamento floristico de cada Regiao Ecologicapara se poder delimitar as areas do ecotono, comopor exemplo: Floresta Ombrofila DensaIFlorestaEstacional. Ja em outros ecotonos, principalmentequando os tipos de vegeta~ao que se contatam apresentam estmturas fisionomicas diferentes, a delimita~ao desse mosai~o floristico se torna facil epraticavel, podendo ser efetuado por simples fotointerpreta~ao, como por exemplo: Floresta Ombr6filalSavana (Cerrado).
1.6.3.2 Encrave (Areas Disjuntas que se Contatam)
No caso de mosaicos de areas encravadas situadasentre duas regi6es ecologicas, sua delimita~ao torna-se exclusivamente cartogriifica e sempre dependente da escala, pois em escalas menores esempre possIvel separa-Ias. Esta ocorrencia vegetacional de transi~ao ediifica nao oferece dificuldadeem ser delimitada, seja para os tipos de vegeta~6es
com estruturas fisionornicas semelhantes ou paraaqueles com estruturas diferentes, como por exemplo: Floresta OmbrofilaIFloresta Estacional ou entao Floresta Ombr6filalSavana (Cerrado).
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1.6.4 Classifica-;ao dos RefUgios Vegetacionais(Comunidades ReIlquias)
Toda e qualquer vegeta~ao floristicamente diferente e logicamente fisionomico-ecologica tambemdiferente do contexto geral da flora dorninante foiconsiderada como urn "refUgio ecologico". 0 refugio muitas vezes constitui uma vegeta~ao reHquiaque persiste em situa~6es especialissimas, como eo caso de comunidades localizadas em altitudesacima de 1 800 m.
o refugio ecologico fazendo parte da vegeta~ao
regional e determinado por parametros ambientaismais ou menos constantes, contudo, quando urn oumais destes fatores fi'sicos forem alterados provavelmente ocorrerao modifica~6es na estrutura emesmo na floristica da vegeta<;ao climax. Assim,qualquer fator que destoe deste sincronismo ambiental tera como resposta fisionomias diferentesnos ambientes menores, como por exemplo: os cumes lit6licos das serras, as altitudes que influenciamno microclima, as areas tUlfosas plamHticas e mesmo das de baixa altura e, assim, toda comunidaderefugiada dissonante do reflexo normal da vegeta<;ao clfmax regional.
1.7 Sistema Secundario
No sistema secundario (antr6pico) estao incluidastodas as comunidades secundarias brasileiras. Saoaquelas areas onde houve interven~ao humana parauso da terra, seja com a finalidade mineradora,agricola ou pecuaria, descaracterizando a vegeta~ao
primaria. Assim sendo essas areas, quando abandonadas, logo depois do seu uso antr6pico, reagemdiferentemente de acordo com 0 tempo e 0 uso.Porem, a vegeta~ao que surge reflete sempre, e demaneira bastante uniforme, os parametros ecol6gicos do ambiente. A sucessao vegetal obedece a urnritrno, ao refazer 0 solo degradado pela a<;ao predatoria do homem. As perdas da materia organicapelas queimadas e a dos elementos qUIrniCOS dosolo, pela lixivia~ao provocada pelas aguas daschuvas, empobrecem rapidamente os solos tropicais, que custam a se recuperar naturalmente. Aadi~ao de calcario dolomi'tico aos solos degradadosreativa as trocas dos cations imobilizados pelo excesso de alumi'nio e acelera 0 reaproveitamento dossolos ditos cansados para a agricultura e principalmente para as pastagens plantadas.
Para 0 presente caso, 0 que interessa e a chamadavegeta~ao secundiiria, que surge com 0 abandono daterra, apos 0 uso pela agricultura, pela pecuaria efinalmente pelo reflorestamento e/ou florestamentode areas campestres naturais.
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1.7.1 Sucessiio Natural
Vma area agricola, ap6s ser abandonada pelo mauuso do solo ou por exausmo da fertilidade, apresentainicialmente um processo pioneiro de coloniza~ao
do solo por plantas bem primitivas, capazes deviverem da agua e da "rocha viva" ou dos horizontesmineralizados do solo. E0 caso do Pteridium aquilinum (Pterid6fita) que coloniza os solos degradados das areas serranas altas (submontanas emont,anas) das serras costeiras (do Mar, Bocaina,dos Orgaos e da Mantiqueira) e da Imperata brasiliensis que coloniza os solos degradados das areasbaixas costeiras, desde os Latossolos, originados deterrenos arqueanos, nos estados do Sudeste, ate osPodz6licos, de origem arenitica do Pliopleistoceno,nos Estados do Espirito Santo e Rio de Janeiro.
Estas duas areas, tomadas como exemplo, apresentam um progresso vegetacional de acordo com asucessao de inumeros ter6fitos, ge6fitos, camefitos,nanofaner6fitos, microfaner6fitos e mesofaner6fitos, todos originados de plantas providas de frutose/ou sementes leves emplumadas ou aladas.
1.7.1.1 Primeira Fase
Esta fase inicial sugere uma "regressao eco16gica",em face de ser colonizada pOl' hemicript6fitos pioneiros de famuias bastante primitivas, como e 0
caso da Pterid6fita Pteridium aquilinum, de distribui~ao mundial, e da Gramineae Imperata brasiliensis, de distribui~ao neotropical, quepraticamente reiniciam 0 processo de forma~ao dohorizonte organico do solo. Nao se conhece 0 tempoque leva esta coloniza~ao (anos ou talvez mesmodecadas), contudo e durante esta fase que come~a 0aparecimento das primeiras ter6fitas e camefitas,como pOl' exemplo: Leguminosae reptantes, Verbenaceae e Labiatae anuais (ter6fitas), Portulacaceaee muitas outras camefitas com exigencias rudimentares pioneiras.
1.7.1.2 Segunda Fase
Esta fase, que nao necessita passal' pela primeira,pois depende do estado em que foi abandonado 0terreno ap6s 0 cultivo agricola, refere-se ao que 0
povo denomina de "capoeirinha". Este estagio sucessional secunda110 ja apresenta hemicript6fitosgramin6ides, camefitos rosulados e nanofaner6fitosde baixo p0l1e, como pOl' exemplo: Gramineae dogenero Paspalum, Solanaceae do genero Solanum,Compositae dos generos Mikania e Vernonia e muitas outras. Ai aparecem plantas lenhosas dominadaspOl' Compositae do genero Baccharis e Melastomataceae dos generos Leandra, Miconia e Tibouchina,sendo que este ultimo domina na maioria das comunidades submontanas das selTas costeiras.
1.7.1.3 Terceira Fase
Esta fase com vegeta~ao mais desenvolvida, aindadominada pelo genero Baccharis, apresenta poucas
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camefitas herbaceas e muitas lenhosas e/ou sublenhosas, sendo denominada como "capoeira rala"pOl' Veloso (1945).
Este estagio apresenta urn cobrimento do terrenocom plantas de medio porte, os nanofaner6fitos, queatingem excepcionalmente alturas de ate 3 m, masbastante espa~ados entre si, onde algumas especiesdo genero Vernonia come~am a substituir as dogenero Baccharis.
Observa-se que ate esta fase sucessional a vegeta~ao natural s6 pode ser individualizada em mapeamentos detalhados nas escalas maiores que1:25 000, pol' meio de fotografias aereas pancromaticas ou infravermelhas.
1.7.1.4 Quarta Fase
Esta fase, com vegeta~ao bastante complexa, dominada por microfanerOfitos com ate 5 m, foi denominada pOl' Velo,so (1945) de "capoeirapropriamente dita". E urn esmgio sucessional quepode ser detectado pol' sensoriamento remoto naescala 1:100 000 pOl' nuan~a da cor cinza, talvez amais clara de todas com cobertura lenhosa. Contudo, nas imagens de satelite, 0 presente estagio podeser confundido com culturas lenhosas, necessitandoassim ser testado com varias observa~6es de campo.Ja em fotografias pancrom<iticas ou infravermelhasnas escalas 1:60000 ou maiores, pode-se identificarrazoavelmente esta fase da sucessao natural, separando-a de eulturas arb6reas como cafe, laranja,reflorestamento e outras mais.
No caso da comunidade pioneira das areas montanhosas costeiras do Sudeste e do SuI do Pais, dentrodas forma~6es ~ecundarias submontana e montanadas Serras dos Orgaos e da Mantiqueira, a Tibouchina estrelensis nas serras e a Tibouchina claussen noscontrafortes dos mon'otes dominam, eonstituindoeonsoreia~6es, como se fossem reflorestamentos.Nos Estados do Parana e Santa Catarina, nas areasmontanhosas, dominam nas encostas ora Tibouchina pulchra (enquanto nas areas brejeiras sobressaia Tibouchina multiceps) ora a Miconia cinnamomifolia. Existem outras associa~6es mais complexasdependentes de eada tipo de solo e das situa~6es
geografieas que apresentam eondi~6es de seremmapeadas pOl' sensoriamento remoto na eseala1: 100 000 e que fieam uniforrnizadas dentro domesmo padrao de imagem das "capoeiras)".
1.7.1.5 Quinta Fase
Esta fase e dominada pOl' ,mesofaner6fitos queultrapassam 15 m de altura. E urn estagio eminentemente lenhoso, sem plantas emergentes, mas bastante uniforme quanto a altura dos elementosdominantes. Ai podem ser observados muit9s individuos do climax circundante: na Serra dos Orgaos,as especies do genero Vochysia, nas comunidadesalto-montanas, e os generos Cariniana, Vimla, Xilopia e muitas outras na comunidade montana; nasencostas da Serra do Mar, em Santa Catarina, as
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especies que ai dominam sao da fanu1ia Euphorbiaceae, prineipalmente Hieronyma alchorneoides, semelhantes as da Serra dos Orgaos, ~6 que situadasem comunidades nas terras baixas. E uma comunidade denominada popularmente como "capoeirao",segundo Veloso (1945).
Nas escalas regionais e explorat6rias (de1: 1 000 000 ate 1:100 (00), e difieil e as vezes quaseimpossivel separar uma floresta secundaria, do tipocapoeirao, de uma floresta primaria onde houveexplorac;:ao seletiva que, em geral, desfa1ca estaultima dos seus elementos emergentes. Ja nas escalas de semidetalhe e de detalhe (maiores que1:50000) e possivel a separac;:ao deste tipo de comunidade secundaria da floresta primaria exploradaparcialmente.
1.7.2 Agropecuaria
Em qualquer escala e faeil delimitarem-se os usosagrfcolas (agricultura ou pecuaria), mas nao e simples separar culturas permanentes lenhosas, de medio porte, das areas vegetacionais secundarias, poisas delimitac;:6es retangulares das areas agrfcolas permanecem ap6s 0 abandono dos mesmos,justamentequando se inicia a sucessao natural. S6 ap6s averificac;:ao terrestre das manchas separadas dasimagens obtidas pelos sensores remotos, e possivelestabelecerem-se, com certa garantia, quais os tiposde culturas existentes na area estudada.
1.7.2.1 Agricultura
Em escala regional e explorat6ria, 0 maximo a serfeito resume-se em separar as culturas ciclicas daspermanentes, assim mesmo ap6s boa verificac;:aoterrestre para testar os padr6es da imagem do sensorremoto usado.
Nas escalas de semidetalhe e de detalhe, a separac;:ao do tipo de agricultura realizada pode e deve serdetectada, pelo menos as mais importantes, como:agricultura ciclica de soja, trigo, arroz e cana-deac;:ucar, sendo que algumas culturas, como, 0 feijaoda area de Ired~, na Bahia, podem ser perfeitamenteseparadas; agriculturas de cafe, laranja, cacau saofaeilmente detectadas ap6s a comparac;:ao dos padr6es de imagem com a "verdade terrestre". Asculturas ciclicas e permanentes localizadas em areasmenores terao de ser englobadas ou entao simplificadas para 0 devido mapeamento.
1.7.2.2 Pecuaria (Pastagem)
Nas escalas regional e explorat6ria, nao e facilidentificar pastos, separando-os da agricultura ciclica, 0 mais conveniente eengloba-los no item "agropecuaria". Tambem nao efacil separar as culturaspermanentes de uma comunidade vegetacional secundaria, porem com 0 auxilio de padr6es tipicos epossivel separa-Ios em alguns casos.
Nas escalas de semidetalhe e detalhe, com auxiliode sensores fotograficos pancromaticos e infravermelhos em escala de ate 1:50 000 (ou mesmo urn
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pouco menores), pode-se perfeitamente mapear ospastos plantados e os naturais por todo 0 Pais,embora as vezes as comunidades vegetais secundarias induzam a erros que nao sao graves, porqueservem para 0 pastoreio do gada em criac;:ao extensiva.
1.7.3 Reflorestamento
Nas escalas regional e explorat6ria, com auxI1iode imagens de satelite, e possivel separarem-se perfeitamente as areas reflorestadas das florestas naturais e secundarias, mas e quase impossivelafirmar-se qual a especie utilizada no reflorestamento mesmo em se tratando de grupos diferentes,como por exemplo: Eucalyptus e Pinus ou mesmoConiferales em geral. Contudo, nas escalas de semidetalhe e detalhe, com auxilio de fotografias convencionais, pode-se separar faeilmente qualquertipo de reflorestamento e/ou florestamento.
1.8 Legenda do Sistema Fitogeografico nas Escalas Exploratoria e Regional (1:250 000 ate 1:1 000000)A) REGIOES FITOECOL6GICAS OU TIPOS DEVEGETAc;AoI • Floresta Ombrofila Densa (Floresta PluvialTropical) Da) Aluvial (ao longo dos f1uvios) Da
1) Dossel uniforme Dau2) Dossel emergente Dae
b) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S. de 5 mate100 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 5 mate 50 m; de24° lat S a 32° lat S. de 5 mate 30 m de altitude) Db
1) Dossel uniforme Dbu2) Dossel emergente Dbe
c) Submontana (4° lat N a 16° lat S. de 100 mate600 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 50 mate 500 m;de 24° lat.S a 32° lat S. de 30 mate 400 m dealtitude) Ds
1) Dossel uniforme Dsu2) Dossel emergente Dse
d) Montana (4° lat N a 16° lat S. de 600 mate2000 m; de 16° lat S a 24° lat S. de 500 mate1 500 m; de 24° lat S a 32° lat S. de 400 mate1 000 m de altitude) Dm
1) Dossel uniforme Dmu2) Dossel emergente Dme
e) Alto-montana (as situa~Ocs acima dos limitesextremos das altitudes das forma~Ocs montanas) DI
1) Dossel uniforme DiuII • Floresta Ombr6fi1a Aberta (Facia~iiesdaFloresta Densa) Aa) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S, de 5 mate100 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 5 mate 50 m dealtitude) Ab
1) Com palmeiras Abp2) Com cip6s Abc
b) Submontana (4°lat.N a 16°lat S. de 100 mate600 m de altitude) As
1) Com palmeiras Asp2) Com cip6s Asc3) Com bambus Asb4) Com sororocas Ass
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0) Montana (4° IatN a 16" Iat S, de 600 m at6 2 000 m; de b) Arborizada La
16° latS a 24° Iat S, de 500tn aw 1500 m de aI"tude) Am1) Sem palmeiras Las
1) Com palmeiras Amp2) Com palmeiras Lap
2) Com cip6s Arnee) Gram{neo-Ienhosa Lg
III . Floresta Ombrofila Mista (Floresta de1) Sem palmeiras Lgs
Arauciria) M VII - Savana (Cerrado) S
a) Aluvial (ao longo dos fluvios) Ma a) Florestada (Cerradao) Sd
b) Submontana (240 lat Sa 32° lat S, de 30 mate b) Arborizada (Campo-Cerrado) Sa400m) Ms e) Parque Spe) Montana (16° lat S a 24° lat S, de 500 mate I) Sem floresta-de-galeria Sps1 500 m; de 24° lat S a 32° lat.S. de 400 mate
2) Com floresta-de-galeria Spf1 000 m de altitude) Mmd) Alto-montana (as situa<;:oes acima dos limites d) Gram{neo-Lenhosa (Campo-de-Cerrado) Sg
extremos das altitudes das forma<;:6es montanas) MI I) Sem floresta-de-galeria Sgs
IV • Floresta Estacional Semidecidual (Floresta 2) Com floresta-de-galeria SgfTropical Subcaducifolia) F VIII - Savana-Estt~pica (Caatinga do Sertiioa) Aluvial (ao longo dos fluvios) Fa Arido, Campos de Roraima, Chaco Sul-Mato-
I) Dossel uniforme Fau Grossense e Parque de Espinilho da Barra do RioQuaraO T
2) Dossel emergente Faea) Florestada Td
b) Terras Baixas (4° lat.N a 16° lat S. de 5 mateb) Arborizada Ta100 m; de 16° lat Sa 24° lat S, de 5 mate 50 m; de
24° lat S a 32° lat S, de 5 mate 30 m de altitude) Fb I) Scm floresta-de-galeria Tas
c) Submontana (4° [at N a 16° [at S, de 100 mate I) Scm floresta-de-galeria Tps600 m; de 16° lat Sa 24° lat S, de 50 mate 500 m; 2) Com floresta-de-galeria Tpfde 24° lat S a 32° lat S, de 30 mate 400 m dealtitude) Fs d) Gramineo-Lenhosa Tp
I) Dossel uniforme Fsu I) Sem florcsta-de-galeria Tps
2) Dossel emergente Fse 2) Com floresta-de-galeria Tpf
d) Montana (4° lat N a 16° lat S, de 600 m a IX - Estepe (Canlpanha Gaucha e Campos2000 m; de 16° lat S a 24° lat S, de 500 mate Gerais Planalticos) EI 500 m; de 24° [at S a 32° lat S, de 400 m a a) Arborizada ou Arb6rea Abcrta Ea1 000 m de altitude) Fm 1) Sem floresta-de-galeria Eas
1) Dossel uniforme Fmu 2) Com floresta-de-galeria Eaf2) Dossel emergente Fme b) Parque Ep
V - Floresta Estacional Decidual (Floresta 1) Sem floresta-de-galeria EpsTropical Caducif6lia) Ca) Aluvial (ao longo dos fluvios) Ca
2) Com floresta-de-galcria Epf
1) Dossel uniforme Cauc) Gramineo-Lenhosa Eg
b) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S, de 5 mate1) Scm floresta-de-galeria Egs
10~ m; de 16: lat Sa 24°lat S. de 5 m a 50 m; de 2) Com floresta-de-galcria Egf24 lat S a 32 lat S, de 5 mate 30 m de altitudc) Cb
c) Submontana (4° lat N a 16° lat S. de 100 m aI - Forma~oes com influencia marinha (restinga) Pm600 m; de 16° lat Sa 24° lat S de 50 mate 500 m'
de 24° lat S a 32° lat S, de 30~ ate 400 m de ' a) Arb6rea (do pontal rochoso) Pmaaltitude) Cs b) Arbustiva (das dunas) Pmb
I) Dossel uniforme Csu e) Hcrbaeea (das praias) Pmh2) Dossel emcrgente Cse II - Forma~oes com influencia fluviomarinha Pf
d) Montana (4° lat N a 16° lat S. de 600 mate a) ArlJ6rea (Manguezal) Pfm2000 m; de 16° lat S a 24° lat.S. dc 500 mate b) Herbaeea (planfcies marinhas) PiliI 500 m; de 24° lat S a 32° lat S. de 400 mate III - Fomla~Oes com influencia fluvial elou1 000 m de altitude) Cm lacustre Pa
I) Dossel uniforme Cmu a) Buritizal Pab
2) Dossel emcrgente Cme b) Arbustiva Paa
VI - Campinarana (Campinas) LI) Scm palmeiras Paas
a) Florestada Ld2) Com palmeiras Paap
e) Herbacea Pah1) Sem palmeiras Lds 1) Scm palmciras Pahs2) Com palmeiras Ldp 2) Com palmeiras Pahp
Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira 35
C) AREAS DE TENSAO ECOL6GICA OU CONTATOS FLORlSTICOS
I· RefUgios montanos (de acordo com as latitudes obedecidas anteriormente)a) Arbustivo (plantas anas)b) Herbaceo
II - RefUgios alto-montanos (de acordo com as latitudes estabelecidas anteriormente)a) Arbustivo (plantas anas)b) Herbliceo
E) AREAS ANTR6PICAS
I . Vegeta~ao secundariaa) Sem palmeirasb) Com palmeiras
II· Agropecuaria
a) Agricultura1. Culturas permanentes2 Culturas cfclicas
b) Pecuaria (pastagem)
III . Reflorestan1entoa) Eucaliptosb) Pinusc) Acaciad) Algarobae) Frutlferas
Nas escalas de detalhe e semidctalhe seguir os itens 1 5 2 I a 1 5 2 1 2
38
rmrmbrmh
rlribrlh
AA
VsVssVsp
Ag
AcAcpAcc
Ap
RReRpRaRgRf
Manual Teenieo da Vegetafi10 Brasileira
2 INVENTARJ:O NAS FORMA~()ESFLORESTAIS E CAMPESTRES
a universo de uma popula~ao florestal, natural ouartificial, para cumprir com suas finalidades recreativas, sociais, econornicas e de prote~ao ao meioambiente, necessita que suas caracteristicas sejamconhecidas. A forma mais 16gica e adequada paraque isto se concretize e atraves do inventano florestal que e realizado, porque todas as atividades florestais necessitam de suas informa~oes para 0
conhecimento da floresta, analise de seus detalhese-i'to~ada de decisoes.'
Em face da grande importancia desse segmento daciencia florestal, os procedimentos para a sua realiza~ao tern merecido especial aten~ao dos pesquisadores M mais de urn seculo, notadamente naEuropa, no sentido de aperfei~oar tecnicas capazesde obter, com a maxima precisao e a urn menorcustopossfvel, informa~oes relevantes para atender a urndeterrninado objetivo.
a inventario florestal consiste de varias etapasaltamente correlacionadas, 0 que implica que 0 insucesso de uma etapa compromete as demais.as resultados obtidos sao de carater qualitativo e
quantitativo e variam em fun~ao do nfvel de detalhamento das informa~6es pretendidas, as quais,nao raro, sao conseguidas por amostragem. Por suavez, as tecnicas de amostragem, a rigor, sao de duasnaturezas aleat6ria e nao-aleat6ria, havendo entretanto varia~oes destas.
Por outro lado, 0 uso de computadores eletronicosvern facilitando sobremaneira 0 processamento dosdados primarios e a gera~ao das informa~oes deinteresse. Igualmente, as questoes relacionadas astecnicas de levantamento por amostragem tern atingido urn grande estagio de desenvolvimento nasUltimas decadas, assim como outras informa~oes
importantes, outrora nao levadas em considera~ao.
Convem salientar, tambem, alguns t6picos de urninventario florestal, nem sempre consideradosquando da sua execu~ao, tais como a necessidade ea conveniencia de realiza-los, as recomenda~oes
baseadas nos seus resultados e a deterrnina~ao doparametro mais importante a ser definido no projeto,
No presente caso, alem de discutir esses aspectos,abordam-se tambem 0 conceito de inventano florestal, suas etapas, seus tipos quanto ao detalhamento,alem de outras importantes variaveis vinculadas aotema, tais como tamanho e forma das unidades deamostn:s, erro de amostragem e breves considera~oes sobre a distribui~ao espacial das arvores.
Finalmente, deve-se enfatizar que esta sfntese,embora seja uma tentativa de abrangencia dos assuntos relacionados ao inventario florestal, absolutamente nao os esgota, e muito menos lhes emprestaurn carater de profundidade que urn trabalho maisrefinado exigiria. Sua finalidade precfpua e apenasfomecer n~oes sobre este importante ramo de ciencia florestal.
2.1 Conceitua~ao
Urn inventario florestal trata da descri~aoquantitativa e qualitativa da floresta e, no caso especfficode levantamentos contfnuos, caracteriza a diniimicade crescimento (Rollet & Queiroz, 1978). Por suavez, 0 inventario florestal contfnuo e aquele quecompreende todos os metodos nos quais a amostragem e realizada em ocasioes sucessivas (Silva &Lopes, mimeografado), cujos objetivos, segundo aFAa (1974), sao os seguintes:
- estimar as caracterfsticas da floresta existentes naepoca do primeiro inventario;
- fazer 0 mesmo na epoca do segundo inventario; e
- estimar as mudan~as ocorridas na floresta duranteo periodo compreendido entre os dois inventarios.
2.2 Tipos de Inventario quanto aodetalhamento
Alguns autores (Rollet & Queiroz, 1978; Inventory and evaluation ofthe forest resources in the StateofPara, Brazil, 1975) apresentam uma classifica~ao
ligeiramente diferente quanto a este aspecto. Todavia, adotou-se uma outra que tern sirnilaridade comambas, que por sua vez nao diferem entre si naessencia.
2.2.1 Invenmrios Florestais de Reconhecimento
Fomecem informa~oes generalizadas que perrnitern:
- identificar e delirnitar, caso existam, areas degrande potencial madeireiro (qualitativo e quantitativo) que justifiquem estudos mais detalhados,considerando tambem outros aspectos, como relevo,solos, geologia, drenagem, etc.;
- detectar areas que, por suas caracterfsticas peculiares, sejam passfveis de uso indireto, como
Luciana
Highlight
- perrnite a defini~ao de areas para explora<;:aoflorestal, atraves de talh5es (areas previamente demarcadas) de tamanhos Vax1aveis, normalmente entre 10 ha e 100 ha.
2.2.3 Invenbirio Florestal de Pre.E"plora~ao
Florestal
Etambem conhecido como inventario de 100% deintensidade ou de detalhe; suas principais caracteristicas sao:
- mensura~ao de tOOos os individuos existentes naarea demarcada, a partir de especifica<;:5es previas,vinculadas principalmente ao diametro minimo estabelecido e as especies madeireiras que sao industrializadas;
- como nao existe 0 erro estatfstico devido aamostragem, os cuidados principais estao relacionadoscom os en-os de medi<;:ao, os quais devem ser evitados ou minimizados; e
- normalmente 0 mapa dos talh5es e confeccionado numa escala que permita estabelecer comprecisao 0 plano de explora<;:ao florestal (porexemplo: 1:5 000).
2.3 Tecnicas de Amostragem
Antes de discorrer ligeiramente sobre as tecnicasde amostragem, e necessario informar que a escolhade uma delas depende de varios fatores, tais comoos objetivos do levantamento, tipos de informa¥5esprevias disponiveis, caracteristicas da area a serinventariada, parametros de interesse que serlio obtidos por estimativas e outros.
Heinsdijk (1954) menciona que 0 problema basicoda avalia<;:ao florestal ea amostragem e que se estativer que ser submetida a urn contencioso estatisticorigoroso deve ser aleat6ria. Em contrapartida, afirrna 0 autor, se ela tiver que ser mantida dentro doslimites praticos e economicos e, ao mesmo tempo,render resultados satisfat6rios, a popula¥ao florestalgeral deve ser subdividida em popula<;:5es florestaiscomponentes e a amostragem se referir a estas ultimas, para reduzir a impormncia das verifica<;:5estotais.
Importante tambem se toma ressaltar que, a rigor,existem dais grandes grupos de amostragem:
recrea~ao e lazer, e portanto devam ser conservadaspor qualquer das formas previstas na legisla~ao; e
- indicar outras areas cuja voca¥ao florestal sejainexpressiva ou inexistente e que, respeitados oseventuais impedimentos legais (C6digo Florestal elegisla¥ao suplementar), possam prestar-se ao desenvolvimento de outras atividades como agricultura, pecmiria, agrossilvicultura ou mesmo programasagrossilvopastoris.
Adicionalmente, este tipo de levantamento apresenta algumas caracteristicas como:
- e normalmente de baixa intensidade de amostragem;
- a expectativa do erro ao se estimar os parametrosquantitativos gira em tomo de 20% e, eventualmente, ate urn pouco mais; e
- a escala utilizada normalmente e pequena, situando-se na maioria dos casos na faixa de 1:250000 ate1:1000000.
No Brasil sao inumeros os trabalhos desenvolvidos sob este enfoque, particularmente na Amazonia,dentre os quais podem ser citados:
- aqueles efetuados pela missao FAO ao suI do rioAmazonas, entre os rios Capim e Madeira;
- os levantamentos do entao Projeto RADAM,realizados de forma abrangente e sistematica;
- os realizados com recursos do POLAMAZONIAem diferentes areas; e
- os inventarios florestais realizados peloIBDFIDEPA com recursos do PROGRAMA DEINTEGRA<;AO NACIONAL- PIN - ao longo dasrodovias Transamazonica e Santarem-Cuiaba.
Como observa¥ao final, registre-se que e extremamente temerario fazer extrapola<;:5es de resultadospara areas menores e de localiza<;:ao especffica dentro do universo considerado.
2.2.2 Inventirios Florestais de S"midetalhe
Na maioria dos casos, este tipo de levantamento erealizado com base nos resultados do inventariofloresta1 de reconhecimento. Suas principais caracterfsticas sao:
- fornecer estimativas mais precisas re1acionadasaos parametros da popula<;:ao florestal sob estudo.Em conseqtiencia, 0 planejamento, a execu¥ao e aanalise dos resultados devem ser mais refinados;- a expectativa do erro das estimativas nao deveultrapassar 10%;
- a escala uti1izada deve ser compatfve1 com 0 nivelde detalhamento das informa<;:5es que se quer obter(normalmente entre 1:50000 e 1:100 000); e
Amostragem Aleat6ria
Amostragem Nao-aleat6ria
{Irrestrita
Restrita
{Sistematica
Seletiva
40 Manual Tecnico da Vegetariio 8rasileira
Luciana
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2.3.1 Amostragem Irrestrita ou InteiramenteCasualizada
Eaquela em que todas as unidades de amostragemtern igual probabilidade de serem sorteadas. Podeser de 2 (dois) tipos (Figuras 1 e 2):
a) com reposi~ao: significa que a primeira unidadede amostra, uma vez sorteada, pode tomar a se-Io,tanto quanto as subseqiientes; e
b) sem \eposi~ao: a unidade de amostra, apossorteada, nao tern mais uma segunda chance.
2.3.2 Amostragem Restrita ou Estratificada
Consiste em estratificar uma determinada areaflorestal (popula~ao) em subpopula~6es homoge-
•
••
• • •
• ••
Fig 1- Area florestal dividida em rede de unidades de amostras.todas de igual tamanho
/""'--;-f'-..// .........
./ • 1"\• •
( •\
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"" V""'"........, • /
Fig 2-Area florestal dividida em rede de unidades de amostras.As parcelas pr6xirras as bordaduras sao de tamanho eforma irregulares
Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira
neas (estratos), com base na interpreta~ao de fotografias aereas ou outros sensores e a partir dafproceder como anteriormente. Enormalmente utilizada em extensas areas florestais como na Amazonia ou em reflorestamentos com base na idade dosplantios, por exemplo.
Esta tecnica permite tanto uma pre-estratifica~ao
quanto uma p6s-estratifica~ao da popula~ao ou universo considerado (Figuras 3 e 4).
2.3.3 Amostragem Sistematica
Ap6s a defini~ao das faixas (picadas) e sorteadaapenas a primeira unidade de amostra. As demais sesucedem a intervalos constantes, definidos em fun~ao das caracterfsticas da floresta, preferivelmenteatravessando toda a extensao da area inventariada.
I 1I
m
Fig. 3- Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras de igual tamanho
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:r • "0. II........ ..... V..../
....V\ m J
I\.. V
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Fig 4- Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras As parcelas pr6ximas as bordaduras sao detamanho e fomla irregulares
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Vma preocupac;:ao que deve ser tomada e evitarque 0 padrao de localizac;:ao das unidades de amostracoincida com 0 padrao fotognifico, pois isto podeniresultar em problemas de superestimativas ou subestimativas (Figuras 5 e 6),
2.3.4 Amostragem Seletiva
E aquela em que a localizac;:ao das unidades deamostra - no escrit6rio, atraves de mapas, ou nocampo - e estabelecida arbitrariamente. Este criterioarbitr~~ normalmente e baseado nas condic;:oes deacesslbl1idade ou na suposta acuidade do observador em perceber que determinados locais da areaflorestal sao representativos da populac;:ao sob estudo.
2.3.5 Amostragem em Conglomerados
Na maioria dos casos, consiste em estabeleceraleatoriamente grandes unidades primarias num primeiro estagio; e, dentro destas, pequenas subunidades secundarias, dispostas sistematicamente emnumero de 4 (quatro), opostas duas a duas; taissubunidades constituem 0 segundo estagio daamostragem, que e tambem conhecida comoCLUSTING SAMPLING.
as tamanhos de ambas podem variar, mas tern sidoutilizado 1 (hum) ha para as primiirias e 1/4 de hapara as secundarias. Estas Ultimas distam em tomode 100m do centro da unidade primiiria. A disposi9ao sistematica das subunidades e apenas por faci-
Fig. 6- Amostragem sistematica em faixas A floresta ede forma irregular e as faixas de comprimento variado.
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lidade pnitica, pois os dois estagios poderiam seraleat6rios (Figuras 7 e 8).
2.3.6 Amostragem com Parcela de TamanhoVarhivel
Apenas para conhecimento, curnpre salientar queexistem outras tecnicas de amostragem onde a unidade de amostra e de tamanho variavel numa mesrna area florestal. Como exempl0, pode-se citar 0metoda de Bitterlich, onde a inclusao ou nao de umaarvore na amostra depende de estar enquadrada ounao no angulo do aparelho, colocado a uma distiincia fixa da mesma, nas maos do observador.
Mais recentemente, outra tecnica, que nos anos 50e 60 era utilizada para prop6sitos de estudos deecologia quantitativa, passou a ser tambCm empregada em inventarios florestais. Trata-se do metodode distiincias de pontos aleat6rios para arvores maispr6ximas, ou de uma arvore sOlteada aleatoriamente para as suas vizinhas mais pr6ximas.
2.4 Outros Topicos de urn InventarioFlorestal
2.4.1 Eqiiidistancia entre as Unidades deAmostra
Fig 7- Conglomerados com distribuir;ao sistematica as limitesdos estratos sao delimitados dUI ante os trabalhos de campo e podem dividir os elementos do eonglomerado
2.4.3 Tamanho e Forma das Unidades deAmostra
Em urn inventirio florestal com anlOstragem sistematica, a eqiiidistancia entre as unidades de amostras deve ser suficientemente grande para eliminarqualquer cOlTela~ao entre os respectivos valores doparametro considerado (Inventory and evaluationof the forest resources in the State of Para, Brazil,1975).
Lanly (1978), usando distribui~ao sistematica dasunidades de amostra em conglomerados, estabeleceu em 1 (hum) kIn a distiincia entre seus centros,dentro de cada picada. Tal distancia, no seu entendel', e suficiente para evitar influencias entre aglomerados vizinhos.
Quanto as subunidades, estas nao devem ser consideradas como unidades de amostra, visto que adistancia entre elas e normalmente pequena e aindependencia estatfstica nem sempre e garantida(Inventory and evaluation of the forest resources inthe State of Para, Brazil, 1975).
Para Cochran (1965), unidades de amostras muitopr6ximas nao sao recomendaveis, pois estarao repetindo a mesma informa~ao.
2.4.2 Erro de Amostragem
o elTO de amostragem (elTo padrao da media)reflete a soma do en-o, que e originado do en'oestatfstico de amostragem, inerente ao processo detiragem da amostra, e tambem de enos alheios atiragem da amostra, os quais podem resultar deinstrumentos nao ajustados, medi~5es incon-etas,elTOS nas anota~5es dos dados recolhidos e elTOS decalculos (Inventory and evaluation of the forestresources in the State of Para, Brazil, 1975).
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Fig 8- ConglomCiados distIibuidos alcatoriamente Numa p6scstratificar;ao os limitcs dos estratos podem dividir oselementos do eonglomerado
SPUlT (1952) apud Queiroz (1977) recomenda queo tamanho da unidade de amostra seja suficientemente grande para conteI' urn mfnimo de 20 (vinte)
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a 30 (trinta) arvores e bastante pequena para naonecessitar de urn tempo excessive de medi~ao.
a tamanho ideal da unidade de amostra eaque1eque representa com boa precisao 0 total da areainventariada. Assim, a amostra deve abranger amaior varia~ao possivel. De qualquer forma, osaspectos pniticos relacionados com 0 tempo de medi~ao e com os custos devem ser levados em considera~ao (Moreira, 1978).
Estudos sobre a forma das unidades de amostrastambem foram desenvolvidos pela FAa (1974) naRepublica dos Camar6es, onde foi constatado que,quanta mais 1arga euma amostra retangu1ar, maiore a precisao, embora 0 efeito da forma sobre aprecisao seja menos importante que 0 tamanho.
2.4.4 Distribui~ao Espada} das Arvores deEspecies Quaisquer
A distribui~ao espacia1 diz respeito ao arranjo dasarvores de diferentes especies no terreno.
As maiores dificuldades para 0 aproveitamentodas florestas na Amazonia estao relacionadas com amaneira pela qual as especies estiio distribuidas naarea e como determinar sua dispersao (Barros &Machado, 1984).
Silva eLopes (1982) assinalam que 0 conhecimento da distribui~ao espacial, pelo menos das especiesmais importantes do ponto de vista comercial, naosomente facilita os programas de aproveitamento,como tambem oferece valiosa informa~ao para 0
manejo florestal, bern como para estudos silviculturais, dendrol6gicos e ecol6gicos, dentre outros. Afirmam tambem, baseados em outros autores, que 0
tipo de distribui~ao espacial influencia tanto 0 esquema de amostragem quanto 0 tamanho e a formadas unidades de amostra.
Sintetizando 0 assunto, Banos & Machado (1984)ressaltam que 0 estudo da distribui~ao espacial dasespecies da floresta amazonica representa os primeiros passos para 0 entendimento das florestastropicais e para 0 estudo detalhado de seus componentes. Por exemplo, quando a distribui~ao e agrupada, a amostragem sistematica resulta emmelhores estimativas, assim como parcelas longase estreitas (1 000 m x 10 m) mostraram ser maiseficientes para este tipo de distribui~ao.
2.4.4.1 Tipos de Distribuiriio Espacial
a) distribui~ao agrupada: e aquela onde os lll
dividuos se encontram formando grupos oucolOnias;
b) distribui~ao aleat6ria: esra relacionada com asarvores das especies que tern uma ocorrencia raraou ocasional; e
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c) distribui~l'io regular: como 0 pr6prio nome diz,e aquela onde as mores encontram-se regularmente distribuidas no teneno. Diversos autorestern constatado que esta distribui~aoe muito rara emflorestas naturais. Nas florestas tropicais a maioriadas especies, notadamente as mais valiosas comercialmente, tern uma distribuir;l'io agrupada. A distribui~ao aleat6ria tambem ocorre, sendo poremrara a presen~a de especies com distribui~l'ioregular.
2.4.4.2 Metodos para Detectar os Tipos deDistribuiriio Espacial
Segundo Silva & Lopes (1982), pode-se genericamente dividi-Ios em 2 (dois) grandes gropos.
2.4.4.2.1 Metodo dos "Quadrados" (Parcelas)
Sao varios e baseiam-se na premissa de que asarvores oconem em grupos ou colonias, e que 0
numero de individuos por gropo tern tambem umaoutra distribui~l'io especffica. Os dados de campoconsistem no numero de arvores por quadrado (parcela). Com rela~ao 11 distribui~ao aleat6ria, tais metodos foram testados e se revelaram basicamenteprliticos e vaIidos. Todavia, os resultados mostraram-se fortemente influenciados pelo tamanho daparcela.
as estudos de Banos & Machado (1984) revelaram que 0 "Metodo de Morisita" e 0 menos influenciado pelo tamanho da parcela, desde que esta naoseja muito grande, capaz de interceptar urn agrupamento de arvores.
2.4.4.2.2 Mitodo das "Distancias"
Usa distancias de plantas selecionadas para outraplanta ou de pontos aleat6rios para as plantas adjacentes. Sua principal vantagem e evitar 0 efeito dotamanho da parcela.
Fatores que influenciam 0 tipo de distribui~ao
espacial:
· tipo de solo;
· tipo e tamanho das sementes;
· tipo de dispersao das sementes; e
· dispersao de predat6rios espedficos das especies.
2.5 Etapas de urn Inventario FIorestal
2.5.1 Planejamento
Para alguns autores, a pergunta "por que p1anejare executar urn inventario?" pode, em alguns casos,ter uma resposta 6bvia, mas que requer que sej a berndefinida. Em face dos invenrarios diferirem em seusobjetivos, exigem diferentes metodos de p1anejamento desde 0 inicio (Inventory and evaluation of
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the forest resources in the State of Para, Brazil,1975). Nesta fase, 3 (tres) quest5es basicas devemser enfatizadas:
2.5.1.1 Necessidade de ReaUzar um lnventdrioFlorestal
Algumas vezes, urn estudo profundo do problemaindicara que 0 inventario florestal nao conduz asolur;ao mais adequada. Dma analise de custo/benefkio poderia levar it conclusao de que esta nao e aferramenta mais eficaz para obter a inforrnar;aorequerida, devido aexistencia de limitar;6es e restrir;5es. A obtenr;ao de inforrnar;6es ja disponlveis,a comparar;ao com tipos florestais similares ja inventariados e os resultados de uma investigar;aocomplementar poderiam, a urn menor custo, proporcionar 0 grau de precisao requerido (FAO, 1974).
2.5.1.2 Definir;iio dos Objetivos
Os objetivos de urn inventario florestal deveraoser definidos conjuntamente pelas pessoas que iraoutilizar as resultados (responsaveis pelas decis6es,gerentes florestais) e pelos especialistas em inventario e nao somente pOl' estes. ° especialista deveprojetar 0 invent;lJ10 de forma a facilitar as usuariosna obtenr;ao da informar;ao adequada e com a precisao requerida. Essa cooperar;ao com os possfveisusuarios e necessaria, desde 0 momenta em que seprepara 0 invental10 ate a safda dos ultimos resultados (FAO, 1974).
25.1.3 Definir;c1o do Parametro mais lmportante aser Definido no Projeto de lnventdrio Florestal
Alem do volume das m-vores exploradas de umaespecie particular, pode ser importante conhecercom precisao, para prop6sitos de manejo ou ordenamento florestal, 0 numero de arvores das menoresclasses diametJicas. Em qualquer caso, 0 inventaJiodeve evitar urn projeto de amostragem baseado emparametros pouco importantes. Dm destes casos,pol' exemplo, e selecionar como parametro basico"0 volume total de todas as espccies com mais de10 em de diametro" em fJoresta tropical, onele poucas sao utilizadas. Embora isto geralmente nao sejaconveniente, e feito com freqtit~ncia (FAO, 1974).
Ainela nesta etapa, devem SCI' claramente estabelecidas as atribuir;6es dos membros da(s) equipe(s)em tarefas postel10res, tais como: interpretar;ao deimagens, execur;ao dos trabalhos de campo, compilar;ao e processamento dos dados, bern como aanalise e discussao dos resultados.
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2.5.2 Execm;ao
A execur;ao compreende basicamente as seguintesfases:
2.5.2.1 lnterpretar;iio de lmagens
Efundamental para 0 inventario florestal propriamente dito, pois dela depende 0 planejamento daamostragem, em funr;ao das diferentes tipologiasflorestais detectadas, dos objetivos, do nfvel dedetalhamento, da informa~ao requeJida e da escalautilizada.
Esta fase e urn dos mais importantes mecanismosrelacionados com urn inventario florestal, pois naosomente reduz sensivelmente os trabalhos de campocomo pode determinar 0 sucesso ou insucesso dotrabalho como urn todo, dependendo de ser conduzida coneta ou inconetamente.
Os materiais comumente utilizados sao as fotografias aereas, as imagens de LANDSAT (1M eMSS) e as imagens de radar Em pequenas escalas(1 :250 000 e menores) os dois ultimos sao os maisutilizados, em face da inviabilidade pratica de seutilizarem fotografias aereas numa escala grande0'50000 e maiores) em grandes areas florestais.
A pmtir da interpretar;ao de imagens obtidas parmeio de urn desses sensores, sao separados os tiposfJorestais e entao e feito 0 planejamento da amostragem. Deve-se nessa etapa tomar 0 cuidado deconsiderm- que nem sempre uma sepm'ar;ao dos tiposde vegetar;ao conesponde a uma estratificar;ao volumetrica, con forme assinalado pOl' Collares(1979), e lembrado tanlbem que urn projeto deamostragem nao deve ser baseado em parametrospouco importantes pm'a os objetivos do levantamento (FAO, 1974).
2.52.2 lnvelltarios Florestais Co/ll Propositos deProdur;iio de Madeira em /lIna Conjuntura Estdtica
Embora trabalhos dessa natureza nao sejam recomendados, eles comumente ocon-em CpOI' este motivo devem ser abordados.
Na escala em questao (l :250 000), as procedimentos usuais, ap6s a fotointerpretar;ao, sao os seguintes:
2.5.2.2.1 Distribui('(lo das Unidades de Amostra ePrecisao Requerida
Lan~ar no mapa urn numero suficiente de unidades de amostra para atender a uma precisao preestabelecida. Para este nfvel de detalhamento saopelfeitamente aceitaveis en'os entre 10% e 20%,com uma probabilidade de 95%. Ainda no mapadeve-se diligenciar no sentido de que tais unidades
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de amostra sejam distribufdas de forma a captar amaxima varia~ao possfvel da popula~ao florestalsob considera~ao.
2.5.2.2.2 Tamanho, Forma e Dimensoes dasUnidades de Amostra
Estas varhlveis sao fun~ao das caracterfsticas dafloresta. Em areas tropicais, os pesquisadores ternquase unanimidade em rela~ao ao tamanho de I(urn) ha e conseqiientemente este deve ser adotado.Quanto a forma e dimens6es, as evidencias apontampara amostras retangulares, preferencialmente longas e estreitas, sendo assinalado que uma das vantagens reside numa meIhor absor~ao do efeito dascIareiras (Figura 9). Com base nestas considera~6es,deve-se adotar amostras com I 000 m de comprimento por 10 (dez) m de largura (Figura 10).
2.5.2.2.3 Localizar;iio e Orientar;iio das Unidadesde Amostra
Deve ser feita sempre com auxflio de uma bussolae utilizados os meios de transporte apropriados ascondi~6es de acessibilidade. Visando a uma padroniza~ao dos trabalhos, deve-se previamente convencionar urn so sentido de orienta~ao. 0 mais comume 0 norte-suI.
'Om
2.5.2.3 Inventdrios Florestais com Prop6sitos deProdufiio de Madeira e Aproveitamento daBiomassa Residual
Este tipo de inventario e mais condizente comprogramas mais amplos de manejo florestal e, portanto, devem ser considerados outros aspectos quenao 0 simples potencial bruto de madeira. Vmatecnica de amostragem recentemente utilizada eminventarios florestais, mas ha muito empregada comexito em estudos de ecologia quantitativa, ea chamada Vizinho Mais Proximo - VMP.
2.5.2.3.1 Distribuir;iio das Unidades de Amostra eIntensidade de Amostragem
Na tecnica de amostragem chamada de VizinhoMais Proximo - VMP -, as amostras (pontos) saodistribufdas em linhas, cada linha com 10 pontos.Experiencias anteriores mostraram que 600 pontossao capazes de refletir com confiabilidade as caracterfsticas da floresta. Dessa maneira, sao necessarias60linhas.
2.5.2.3.2 Dimensoes, Tamanho e Forma dasUnidades de Amostra
A tecnica de amostragem denominada VizinhoMais Proximo - VMP - consiste basicamente em
10m
C'oreira
,ooo
Fig 9- Efeitos da clareira sobre parcelas largas (a) e parcelas estreitas (b)
46 Manllal Tecnico da Vegetarao Brasileira
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Fig 10- Tamanho, forma e dimens6es das parcelas (unidades deamostras) recomendadas para invcntarios florestais naAmazonia (escala 1: 250 (00)
~."~;:::~.::,~:..".)
211 pica do (g'in<laGI)
. l' Q 4'<"04ll.1 Q 90e ..
0901 a 13!1e..
0:> 1331<",
considerar as dismncias das arvores a pontos predeterminados e aplicar os processos de mensurac;aoe identificac;ao aquelas que estao mais pr6ximasdeles. Em face de seus prop6sitos mais abrangentes, deve-se considerar as arvores mais pr6ximaspor classes de difunetro, que permitira melhoresinferencias sobre a estrutura vertical da floresta(Figura 11).
Assim sendo, as dimensoes, tamanho e forma dasunidades de amostra sao irregulares (Figura 3).
A localizac;ao e a orientac;ao das unidades de amostras sao de forma analoga ao descrito em 2.5.2.2.3.
2.5.2.4 Inventdrios Florestais com Prop6sitosExtrativistas
De ha muito tern sido considerada a relevancia dasespecies extrativistas como a seringueira (Heveaspp.), castanheira (Bertholletia excelsa), caucho(Castilla ulei) e outras de uso tanto de sua madeiraquanta do latex, como a mac;aranduba (Manilkarahuberi). Nao obstante, a aValiac;ao de suas freqtiencias e normalmente efetuada por tecnicas tradicionais de parcelas fixas, 0 que pode levar a resultadosbern distantes da realidade. Dessa maneira, a meto-
linQljlo~60 001 ponl'"
d"e~60 do pioodo principal
N_'
Fig 11- Esquema de amostragem usando 0 metodo do Vizinho Mais Pr6ximo (VMP)
Manual Tecnico da Vegetafao Brasileira 47
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dologia do Vizinho Mais Pr6ximo - VMP - e maisapropriada para refletir a situa~ao dessas especiesnoterreno.
2.5.2.5 Trabalhos de Campo
A correta execu~ao dos trabalhos de campo etambem urn dos fatores de exito de urn inventirioflorestal. Para tanto, as equipes devem ser convenientemente preparadas para as tarefas que lhes saoatribuidas, tais como perfeita localiza~ao das unidades de amostras, acertado comportamento na obten~ao das varhiveis basicas de interesse, etc.
Todas as instru~6es referentes a essa etapa deveraoser discutidas com todos os membros das equipesate que tudo esteja esclarecido.
As mais freqiientes variaveis obtidas no campo saoas seguintes:
2.5.2.5.1 Altura
A altura considerada e a comercial, que vai da baseda arvore ate a primeira bifurca~ao significativa(Figura 12) Esta informa~ao pode ser obtida por
.::.:.
meio de qualquer instrumento baseado em rela~6es
trigonometricas, como 0 Haga, Blume-Leis e outros. Pode ser estimada tambem com 0 auxilio deuma vara de 5 m e periodicamente aferida com urndos aparelhos citados. Como esta variavel teinpouca impormncia relativa para 0 caIculo do volume, comparativamente ao diametro, 0 procedimento mais comum e 0 uso da vara.
2.5.2.5.2 lJiametro
a diametro, tornado a 1,30 m do solo, pode serobtido por meio de urn aparelho chamado Suta oupor uma fita diametrica. Quando estes equipamentos nao estiio disponiveis utiliza-se uma fita metricacomum para se obter a circunferencia e faz-se, posteriormente, a necessaria transforma~ao.
2.5.2.5.3 lJistancia
Quando se emprega a metodologia do VizinhoMais Proximo - VMP -, e necessario medir-se adismncia que vai do centro da amostra as arvoresmais proximas. Esta distancia, medida com auxflio
Fig 12- Medil;ao da altura eomereial (He) e do diametro aaltura do peito (DAP) A altura do peito eonsiderada ea I,30m do solo
48 Manual Tecnico da Vegeta~iio Brasileira
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de uma trena, e importante para 0 caIculo da areaque cada arvore ocupa dentro do espa~o amostral.
2.5.2.5.4 Nome Vulgar
a nome vulgar dos indivfduos mensurados nocampo e fomecido, via de regra, por urn auxiliarbotfulico.
2.5.2.5.5 Sanidade Aparente
A sanidade aparente diz respeito ao aspecto externo da arvore e recebe os seguintes c6digos quevariam de 1 a 4 (Figura 13):
- Sanidade 1: arvores com fustes retos bern configurados, sem defeitos aparentes, permitindo obtertoras de alta qualidade;
- Sanidade 2: arvores com fustes retos, porem comleves tortuosidades, pequenos nos ou se~ao transversal elfptica; entretanto, a madeira se apresentacompletamente sadia;- Sanidade 3: arvores cujos fustes apresentamdeforma~6es visfveis, incluindo grandes nos etortuosidades; em geral com aproveitamentorestrito; e
- Sanidade 4: arvores com fustes visivelmenteinaproveitaveis devido ao ataque de insetos,apodrecimentos, ocos ou deforma~6es.
2.52.5.6 Descrifao Sucillta de Vegetafao
Adicionalmente, e feita uma descrirrao sucinta davegetarrao onde se executaram as medirr6es e, eventualmente, do tipo de solo.
Fig 13- Sanidade do fuste.
Manual Teenieo da Vegetaroo Blasi/eira 49
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2.5.2.6 Quantificafiio dos Resfduos
Considera-se residuo toda a parte da more naoaproveitada durante 0 processo de explora~ao florestal ou durante a transforma~ao medinica na industria madeireira, bern como arvores defeituosase/ou sem cota~ao comercial. Em fun~ao dessas diferentes origens, os residuos podem ser classificados em manuais e mecanizados, sendo enquadradasno primeiro tipo as pe~as de madeira com ate 35 cmde difunetro; acirna desse valor pertencem ao segundo tipo. Em rela~ao apenas as mores na floresta,pode-se visualizar uma outra classifica~ao:
- residuos de fuste: aqueles obtidos de moresmenores que 45 cm de difunetro, desde que suasqualidades de fuste e comercial nao as qualifiquempara usos mais nobres, como madeira serrada, laminada, compensada e outros produtos industriais.
- residuo da copa, mores tombadas e de serraria:sao as originados da explora~ao de mores maioresque 45 em de difunetro.
Sabe-se que a variavel volume do residuo da copae de dificil obten~ao em florestas tropicais, sendoportanto quase inviavel do ponto de vista pratico,envidar esfor~os nesse sentido durante 0 inventarioflorestaL 0 mesmo ja nao acontece em programasde explorac;ao, e foi a partir de urn deles, realizadoem Curua-Una (Santarem-PA), que se ajustarammodelos de regressao, para obte-Ia a partir do diftmetro do fuste. A fun~ao que melhor se ajustou aosdados e:
Y = 1,808 e O,022x onde,
Y = volume do residuo de copa (m3)
X = difunetro do fuste (m)e =base do logaritrno natural
2.6 Procedimentos MetodolOgicos paraLevantamento do PotencialLenhoso/Arboreo de Forma~ijes
Campestres
Este tipo de levantamento visa a detectar 0 potencial de fitomassa parcial (stJha) nas forma~6es florestada e arborizada da Savana (Cerrado) e daSavana-Estepica (Caatinga) com enfase para 0 aproveitamento adequado dos recursos vegetais arboreos remanescentes em fun~ao da necessidade,viabilidade economica e, fundamentalmente, da
50
compatibiliza~ao com a manuten~ao dos ecossistemas.
2.6.1 Distribui~ao das Unidades de Amostra
A distribui~ao das unidades de amostra obedeceraao principio da estratifica~aoe estara sujeita a urncriterio de proporcionalidade, levando-se em considerac;ao tambem os aspectos impeditivos de acessoreferentes a inexistencia de rede viaria, dificuldadesinerentes as condi96es de relevo ou ausencia davegetac;ao em face da interferencia humana.
Em fun~aoda escala de trabalho utilizada, que namaioria das vezes e de 1:250 000, e da area a serlevantada, procura-se minirnizar 0 processo de elimina~ao da unidade de amostra, utilizando-se 0mecanismo de consideni-Ia valida desde que naoexceda 1 Ian do local previamente determinado, 0
que corresponde na carta 1:250000 a 0,4 cm.
2.6.2 Intensidade, Fonna, Tamanho e Dimensoesdas Unidades de Amostra
o numero de unidades de amostra a serem efetivan1ente medidas sera estabelecido em fun9ao daextensao da area de cada tipo de vegeta9ao e dascircunstftncias citadas no item anterior.
A forma tanto para a Savana como para a SavanaEstepica sera retangular.o tamanho para a Savana sera de 0,10 ha, enquanto
que para a Savana-Estepica sed de 0,02 ha.As dimens6es para a Savana serao de 20 m x 50 m
enquanto que para a Savana Estepica serao de 10 mx20m.
2.6.3 Localiza~ao e Orienta~ao das Unidades deAmostra na Savana (Cerrado) e na SavanaEstepica (Caatinga)
A localizac;ao das unidades de amostra devera serfeita utilizando-se os meios de transporte adequadosas eondi~6es de aeessibilidade e com 0 auxflio deuma bUssola. Visando a uma padronizac;ao dos trabalhos, deve-se previamente convencionar urn s6sentido de orientac;ao. 0 mais eomum e 0 norte-suL
2.6.4 Varhiveis a serem obtidas na Savana(Cerrado) e na Savana-Estepica (Caatinga)
2.6.4.1 Savana (CeITado)
- Circunferencia medida a 30 em do solo.
- Circunferencia igual ou maior que 30 em.
- Nome vulgar.
2.6.4.2 Savana-Estepica (Caatinga)
- Circunferencia medida a 30 cm do solo.
- Circunferencia igual ou maior que 10 cm.
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- Altura da copa em metros.
- Altura total em metros.
- Diametro da copa em metros.
- Nome vulgar.Para as forma<;6es arbOreas da Savana-Estepica
(Caatinga), dadas as suas caracterfsticas peculiares,sao adotados ainda os seguintes procedimentos:
- Contagem do numero de rebrotos.- Determina~ao de classe de estrutura (forma daarvore) a que pertence 0 indivfduo e observandoainda os seguintes criterios de medi~ao (Figura 14)..Para os casos I e I-A medir apenas a circunferenciado rebroto cujo valor e considerado como medio,anotando-se tambem 0 numero total de rebrotos.
.Para os casos II e II-A, quando 0 comprimento dofuste for menor que 30 em, adotar 0 mesmo criterioanterior, inclusive com rela~aoaaltura da copa, quecoincide com a altura total. Quando ocorrer 0 inverso, medir a circunferencia na altura especificada(0,30m) e registrar as demais variaveis (altura dacopa, diametro da copa e altura total).
. Para 0 caso III, quando a bifurca~ao estiverabaixo de 30 em, realizar duas medi~6es de cadavariavel considerada.
.0 caso III-A representa 0 procedimento normalde medi~ao.
OBS.: A defini~ao da copa e mostrada na mesmafigura.
Fig 14- Classes de estruturas mais comuns nos indivfduos arb6reos da Savana-Estcpica (Caatinga) Dc - difimetro da copa; He altura da copa; Ht - altura total; Die D2 - difimetro
Manual Tecnico da Vegetafiio Blasi/eira 51
2.7 Processamento de Dados
Atualmente, quase todos, senao todos os inventarios florestais, tern seus dados processados eletronicamente. as equipamentos variam com a empresaou institui~ao e vao desde os rnicrocomputadoresate os chamados "MAINFRAMES" (computadoresde grande porte). As linguagens de programa~ao
usadas tambem variam, sendo entretanto muito comum a PL-l, FORmAN e BASIC. Existem aindapacotes de programa, muito difundidos no momento, podendo-se citar 0 SAEST - Sistema de An:l1iseEstatfstica -, SAS - Statistical Analysis System - e 0
SPSS - Social Package Statistical Science.
2.8 Resultados Esperados
2.8.1 Determina~ao do Potencial de Madeira
Eevidente que 0 pIincipal objetivo de urn inventaIio florestal e a obtens;ao do potencial de madeira,embora esteja claro tambem que imlmeras outrasvariaveis devam ser consideradas, tais como:
- difunetro mfnimo: depende dos prop6sitos do levantamento; em inventa.rios florestais com vistas asubsidiar procedimentos imediatos de explora~ao
florestal comercial, 0 mais usual e estabelecer 0
difunetro mfnimo de 45 em, nao sendo raro a ados;aode 30 em. Para objetivos de mais longo prazo,visando a futuros pIanos de manejo florestal, recomenda-se sejam utilizados dHimetros a partir de5 cm, considerando a necessidade de conheeer aestrutura veltical e horizontal da floresta; e
- intervalos de classes de diametro: os estudos deBarros (1980) sobre a deterrninaS;ao do intervalo6timo mostraram que aquele que forneceu melhoresresultados foi 0 de 10 cm, tendo sido testados tambern intervalos de 5 cm e 7 em. Por outro lado,lankauskis (1987) constatou que, quanto maior fora intensidade de amostragem e maior a freqiienciarelativa da especie, menor pode ser 0 intervalo deClasse de DAP (diametro a altura do peito) e viceversa. No seu estudo especifico 0 autor observouque 0 intervalo nao deveIia ser infeIior a 20 cm.Entre uma e outra eonstatas;ao e considerando tambern os aspectos hist6Iicos dos levantamentos jaefetuados na Amazonia, bern como 0 procedimentoadotado no Nilcleo Maraba (Programa Carajas),reeomendam-se os seguintes intervalos:
a) usando a metodologia VMP:
5 - 15 cm
15,1 - 30 cm
30,1 - 45 cm
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45,1- 65 em
65,1 - 85 cm
85,1- 105 em
105,1 e maiores
b) usando a metodologia tradicional de parcela fixa
20 - 30cm
30,1 - 40 cm
40,1 - 50 em
50,1- 60em
60,1 - 70 em
70,1 - 80 em
80,1 - 90 cm
90,1 - 100 cm
100,1 - 110 cm
110,1 e maiores
- c1asse comercial das madeiras: e outra variavelimportante, principalmente quando se eonsideram,em primeiro lugar, os aspectos economicos daatividade florestal. Tradicionalmente, os segmentosdo mercado madeireiro sao classificados em 4(quatro) tipos:
a) madeiras de qualidade 1: sao aquelas historicamente consagradas no mercado internacional,acrescidas de outras cujas caracterfsticas, estudadasmais recentemente, as habilitam a ingressar nesseexigente mercado. No pIimeiro caso, eitam-se as jabastante conhecidas como mogno, cedro, andiroba,cerejeira, ueuuba. No segundo grupo tem-se a cedrorana, quaruba, sucupira, dentre outras;
b) madeiras de qualidade 2: aquelas de aeeitas;aogarantida no mereado nacional, bern eomo as queapresentam possibilidades de exporta~ao, taiscomo: amapa-doce, as;acu, jarana, quarubarana.c) madeiras de qualidade 3: usadas regionalmentemas com possibilidade de se expandirem para 0
mercado nacional, como abiorana, breu-manga, jutairana, louro-amarelo; ed) madeiras de qualidade 4: de uso unicamentelocal, assim como aquelas sem expressao comercialatualmente; neste grupo existem as que realmentesao de baixa qualidade e por isso nao utilizadas; etambem outras de poueo ou nenhum valor pOl'queainda nao foram estudadas, mas que poderiam eventualmente ser aproveitadas e ter sua comercializa<rao ampliada.- sanidade aparente: esta relacionada ao aspectoexterno da arvore e, embora nao forne~a urn exameacurado dos seus defeitos internos, euma informaS;ao que, tanto quanto as demais, deve ser considerada no conjunto das variaveis envolvidas noprocesso avaliativo.
Manual Teenico da VegetarGO Brasileira
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2.8.2 Determina~ao da Potencialidade
A conjuga~ao dos fatoies descritos anterionnente,aliada as condi~oes do terreno, resulta em diferentesgraus de dificuldade de explora~ao florestal. Apartirdesta rela~ao, podem ser detectadas areas de maiorou menor potencialidade relativa e definir aquelasprioritarias. A cada area assim caracterizada eatribufdo urn fndice cujo somat6rio resulta emclasses de potencialidade (Tabelas 2 e 3).
2.9 Discussao dos Resultados
Os resultados devem ser discutidos e analisadosde forma clara, para que possam ser entendidos poroutras pessoas nao ligadas diretamente a inventarioflorestal, mas que provavelmente serao seus usmlrios. Isto nao impede que sejam analisados aluz dosconhecimentos estatfsticos disponfveis, 0 que permitira que outros profissionais da area possam fazeruma avalia9ao crftica nao somente deste t6pica, masprincipalmente do trabalho como urn todo.
Devem-se evitar compara~oes com outros trabalhos com caracterfsticas e objetivos diferentes, masse isto for inevitavel este detalhe deve ser convenientemente ressaltado.
As considera~oes finais e as recomenda~Oes baseadas nos resultados devem levar em conta, adicionalmente, outras caracterfsticas como relevo,geologia, solos e drenagem. Isto porque somente aanalise do parametro de interesse (geralmente e 0
volume de madeira para diferentes finalidades)
pode levar a decisOes equivocadas. A este respeito,e importante enfatizar que, se os resultados assim 0
indicarem, se pode perfeitamente recomendar que,do ponto de vista florestal, nada seja feito comrela~ao ao desenvolvimento futuro da area, e istosera uma decisao perfeitamente 16gica (Inventoryand evaluation of the forest resources in the State ofPara, Brazil, 1975).
2.10 Considera~oesFinais
Percebeu-se que 0 inventano florestal e a urn s6tempo uma tecnica de simples execu~ao e umaferramenta importante para 0 conhecimento dosrecursos de uma dada area florestal, qualquer queseja a sua destina~ao.
Aquestao central reside na ado~ao de uma adequada polftica florestal de longo prazo, que promovauma avalia~ao sistematica dos recursos, notadamente em florestas naturais. Essa politica, sem duvida, evitaria, entre outras coisas, a superposi~ao detrabalhos de mesma natureza, realizados por diferentes institui~oes, com desperdfcio de tempo erecursos financeiros.
o desdobramento dessa questao, necessariamente, envolve alguns aspectos relevantes, e 0 casoda floresta amazonica parece ilustra-Ios perfeitamente. E sabido a diversidade de especies que acompoem, bem como eigualmente conhecido quepoucas tem valor comercial nos mercados nacionale intemacional.
TABELA2
CARACTERISTICAS DA VEGETA<;Ao, DO TERRENO E SEUS RESPECTIVOS INDICES
VEGETA<;Ao TERRENO
._-----
Caraclerfslicas fnclice Caraclerfslicas fnclice
Area floreslal com grande volwne de madeira Terrenos aplainados com rede de drenagem poucoexploravel densa
Area florestal com meclio volume de madeira2 Terrenos ondulados com rede de drenagem pouco
2exploravel densa
Area florestal com baixo volume de madeira3 Terreno ondulado com rede de drenagem densa 3exploravel
Area com pouca ou nenhwna madeira expJoravel 4 Terreno aplainado mal drenado ou sujeilo ainunda~iio ou forte ondulado 4
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TABELA3
CLASSES DE PRODUTIVIDADE OBTIDAS DA TABELA 2
SOMAT6RIO CLASSES DE POTENCIALIDADE
2
3
4
5
6
7
8
Alta
Media
Baixa
Inexpressiva
Nula
Nula
Nula
(A)
{Alta (Ma)
Baixa (Mb)
{ Media (Bm)
Inexpressiva (Hi)
{ Baixa (Ib)
Nula (In)
A luz das pesquisas ja realizadas sobre as caracterfsticas das madeiras amaz6nicas, nao parece serde born alvitre efetuar urn inventario florestal einformar que uma determinada area tern urn potencial madeireiro de 150 m3 fha, por exemplo. Estainformacrao e incompleta amedida que alguns estudos tern revelado que apenas uma pequena percentagem desse valor e economicamenteaproveitavel. A contrapartida desse fato e urn excessivo aumento dos custos, quando se direciona 0
trabalho para somente poucas especies, especial-
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mente se nao houver urn conhecimento previa dotipo de distribui~ao espacial de seus indivfduos.
De qualquer forma, cabe ao planejador ou quemtenha 0 poder de decisao, de fazer estas e outrasponderac;:oes acerca da conveniencia de realizar urninventario florestal.
Finalmente, acredita-se que urn inventario florestal deve ser executado e analisado dentro de urncontexto mais amplo, envolvendo desde problemasambientais, sociais e economicos, ate questoes praticas relacionadas com a metodologia mais apropriada para determinada finalidade.
Manual Tecnico da Vegeta(:Qo Brasileira
3 TECNICAS E MANEJO DE COLECOESBOTANICAS
As observa~6es e estudos botanicos sobre os individuos que comp6em a cobertura vegetal de umadeterminada regiao fomecem subsidios valiosospara 0 desenvolvimento de trabalhos sobre a vegeta~ao.
a conhecimento acurado das comunidades vegetais que constituem os diferentes tipos de revestimento da terra e obtido, em geral, atraves decole~6es botanicas, que sao bancos de dados quepossibilitam 0 acesso aos mais diversos tipos deinforma~oes. Entretanto, colecionarde maneira correta exemplares botanicos desidratados implicatecnicas e manejos adequados.
a objetivo desta parte do manual de vegeta~ao eorientar e uniformizar a metodologia especifica empregada na coleta, herboriza~ao e manejo das cole~6es.
Cole~6es botiinicas preparadas segundo metodologia adequada e identificadas criteriosamente saofontes de consulta theis, que fomecem dados sobreas especies que ocorrem nos diferentes ecossistemas vegetais.
3.1 Conceitos GeraisCOLEC;Ao BOTANICACole~ao botiinica no sentido aqui abordado se
refere a urn conjunto de amostras de plantas numeradas seriadamente. Correspondem, geralmente, aramos floriferos e frutiferos ou aplanta inteira, que,ap6s sofrerem urn processo de desidrata~ao e acondicionamento, sao transformados em exsicata,juntocom informa~6es adicionais impressas em etiquetaspadronizadas.
COLETA
A coleta consiste no ato de coletar plantas para urndeterminado estudo. Coletar corretamente as plantas e, pois, 0 primeiro passo para que 0 estudo emquestiio seja bern sucedido. As plantas coletadaspassarao a constituir as colq:oes botfinicas.
COLETOR
Uma ou mais pessoas, responsaveis tanto pelanumera~ao seriada das amostras coletadas em urndeterminado local como pela idoneidade das informa~6es coligidas. Como inumeras vezes os exemplares nao representam 0 indivfduo em suatotalidade, e sim partes deste, e importante 0 coletor
estar tecnicamente preparado para desenvolver atividade de coleta. O(s) nome(s) does) coletor(es)fica(m) definitivamente associados ao material coletado. A numera~ao e seriada, ficando sempre vinculada ao coletor principal. Cada exemplar da coletade uma especie e que leva 0 mesmo numero de seriedo coletor e denominada duplicata (Mori et al.,1985). No caso de nao existir duplicata, 0 exemplarpassa a ser denominado unicata.
AMOSTRAS, EXEMPLARES au ESPECIMESBOTANICOS
Sao plantas ou parte destas, depois de coletadas,independentes de terem sido ou nao submetidas atratamento especial.
PRENSAGEM
Eo processo de prepara~ao da amostra botanica,a partir da coleta. Consiste basicamente em acondicionar 0 exemplar em folhas de jomais dentro deuma prensa, para submete-la posteriorrnente a urnprocesso de desidrata~ao, em estufa, construidapara tal fim.
SECAGEM
a processo de secagem das plantas consiste nonivelamento e desidrata~ao, atraves do calor, dosexemplares recem-coletados, com a finalidade depreservar as estruturas dos vegetais (German,1986).
HERBORIZAC;Ao
Herborizar consiste, basicamente, nos procedimentos de prensagem, secagem e prepara~ao doexemplar botanico para inclusao no herbalio. Asamostras das plantas depositadas no herbario saomontadas de forma especial, em folba de cartolinade tamanho padronizado, naqual se fixa(m) uma(s)etiqueta(s) contendo informa~6es diversas. A estaamostra atribui-se a denomina~ao de exsicata (Moriet al., 1985).
HERBARIa
a herbario e uma cole~ao de plantas secas ou departes destas, tecnica e cientificamente preparadaspara ulteriores estudos comparativos, hist6ricos edocumentarios da flora de uma regiao ou pais. Paratanto, e necessario que as amostras oriundas de
diversas regi6es fitoecol6gicas/geograticas apresentem folhas, flores e/ou frutos. 0 herbario funciona como urn banco de dados crescente, a partir dasinforma~6es provenientes essencialmente das exsicatas.
Para uma melhor compreensao deste conceito saocitadas algumas finalidades de urn herbario:
- armazenar exemplares, identificados tanto quanto possivel de todas as especies de plantas de umaregiao. Os exemplares devem mostrar 0 maximopossivel as varia~6es e os estagios de desenvolvimento das plantas;
- funcionar como urn centro de identifica~ao;
- ser urn centro de treinamento botfinico especial-mente em taxionomia;
- prover dados fundamentais para trabalhos taxionomicos, fitogeograficos, fitossocio16gicos e levantamentos sobre forma~6es remanescentes devegeta~ao;
- fornecer material de analise para pesquisa sobreflora e vegeta~ao;
- documentar cientificamente as pesquisas sobreflora e vegeta~ao. Sem essa documenta~ao, as afirma~6es terao valor cientffico relativo. Urn determinado taxon pode mudar de nome ou de nivel, mas aexsicata de herbario tera sempre uma mesma "amarra~ao", que pemlitini essa verifica~ao a qualquertempo. Uma vez citado na literatura cientffica urnespecime (exsicata) passa a ter vaIor cientffico inestimavel;
- infoflllar tanto sobre plantas uteis e nocivas aohomem, bern como forrageiras e t6xicas para animais; e
- assegurar fidelidade as infofllla~6es sobre vegetais que ocon'em em areas sujeitas aos processos dedevasta~ao, contribuindo para conserva~ao ou ref1orestamento das mesmas.
Os conceitos e as finalidades mencionadas sobreo herbario resultam, em parte, da coletanea dasdefini~6es dos trabalhos de Sakane (1984), Mori etal. (1985) e German (1986).
lDENTIFICA\=AO CIENTIFICA
Identificar uma planta consiste em atribuir-lhe umnome cientffico de acordo com urn sistema de classifica~ao botfinica, fOflllado por categorias hierarquicas, regido por urn C6digo Internacional deNomenclatura Botanica (Greuter et al., 1988). S6apos a identifica~ao pode 0 exemplar botanico servir de fonte de consulta para os mais variados fins
"0 primeiro passo no conhecimento sobre umaplanta, suas propriedades, distribui~ao e importfincia esta na garantia de sua identidade. Seu nomeconeto e 0 acesso a muitas informa~6es ... " (Forsberg apud Womersley, 1981).
56
3.2 Metodologia para Coleta eHerboriza~ao
3.2.1 Equipe de Campo
Constitufda por pessoas diretamente envolvidasno trabalho. As opera~6es de campo que envolverem coleta de material botfinico devern contar coma presen~a de urn botfinico, que fomeceni informa~6es sobre a flora regionaI e a regiao fitoeco16gica.Dependendo da regiao fitoeco16gica, onde seraorealizadas as coletas, torna-se indispensave1 a presen~a do indivfduo treinado para subir em arvoresde grande porte. E importante tambem a presen~ade pessoa da regiao (mateiro), que conhe~a bern aarea e as plantas que la ocorrem, pois podera fomecer inforrna~6estanto sobre 0 usa dos vegetais comoseus respectivos nomes vulgares.
3.2.2 Equipamentos de Coleta e de Herboriza~ao
o material a ser utilizado depende da area decoleta, da dura~ao da opera~ao de campo e da expectativa da atividade de coleta.
Para atender aos requisitos da coleta, e imprescindivel 0 conhecimento sobre a tecnica de manuseiodos equipamentos a serem utilizados. Isto propiciarei maior operacionaIidade, praticabilidade, facilidade de transporte, seguran~a do coletor, baixo custo,rendirnento de coleta e 0 rnfnimo de dana as plantas.
A seguir sao citados os equipamentos mais versateis para coleta e herboriza~ao de materiaI botiinico,em especial vegetais superiores, segundo os trabalhos de Kuhlmann, J. G. (1943); Kuhlmann, M,(1947); Vianna Freire et a1. (1949); Kuniyoshi(1979), FidaIgo et a1. (1984); Morl et al. (1985) eNadruz (1988).
ALTIMETROIndica a altitude do ponto de coleta e deve ser
sempre zerado ao nfvel do mar, no infcio de cadatrabalho.
BUSSOLA E MAPASao utilizados para a orienta~ao e a correta deter
mina~ao e anota~ao dos pontos de coleta. 0 mapadeve ser 0 mais detalhado possfve!.
CADERNETA DE CAMPOUtilizada para as observa~6es obtidas no campo.
Deve ser de facil transporte e confeccionada emmateliaI resistente.
BLOCO DE FICHA DE COLETAUtilizado para anotar os dados referentes ao local
da coleta e do exemplar botfinico (Figura 15).
Manllal Teenico da Vegerariio Brasileira
Luciana
Highlight
Luciana
Highlight
FUNDAC;AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA - IBGEPICHA DE COLETA DE MATERIAL BOTANICO
COLETOR E NQ DA COLETA: . . . DATA: .. ..DETERMlNADOR: .. .. . DA1:A: .
Fig 15 - Modclo de Ficha de Coleta
Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira 57
FACAoUtilizado para a abertura de picadas e/ou corte de
casca das mores.
TESOURA DE PODA
Utilizada no corte de ramos finos das amostrasvegetativas de folhas, flores ou, quando possivel,frutos. Deve ser do tipo comumente usado por jardineiros.
PODAo DE VARA OU TESOURA DE ALTOPODA (pODAO)
Sao versateis para coleta de material de porte alto.Confeccionados em asro ou alurnfnio, sob a formade bico-de-papagaio. Podem ter um cabo desmontavel de bambu ou alurninio, para facilitar 0 transporte (Figura 16 a-c).
CANIVETE OU FACA
Destina-se a seccionar amostras pequenas e aspartes frageis das plantas.
pA, ENXADA PEQUENA OU DESPLANTADOR
Servem para coletar caules subterrilneos e rafzesde algumas plantas (Figura 16 d).
LUPA DE BOLSO
Utilizada na observasrao de detalhes. EaconselMvel que fomesra aumento de 10 a 15 vezes.
SACOS PLASTICOS
Servem para armazenar as amostras coletadas durante a operasrao de campo, facilitando seu transporte ate urn local adequado aprensagem. De modogeral sao utilizados sacos plasticos de vados tamanhos: 33 em x 24 em, 72 em x 49 em, 31 em x 71em. Cada coleta deve ser individualizada de acordocom seu tamanho em urn unico saeo, 0 qual deveraser feehado para evitar mistura de material e devidamente numerado de acordo com a seriasrao doeoletor. Os sacos individualizados podem fiear armazenados em sacos maiores.
FITACREPE
Utilizada para vedar os saeos plastieos com asamostras ja herborizadas.
SACOSDEREDEPARAFRUTOS
Servem para aeondicionar frutos grandes.
VIDROS
Utilizados na conservasrao de flores e de frutoscarnosos, que ao serem prensados fieam achatados,perdendo pattes importantes de suas esttuturas. Saode varios tamanhos e devem conter alcool a 70°. NaconservaSiao de flores costuma-se acrescentar umagota de glicelina para cada 10 m1 de alcool a 70°.
58
ETIQUETAS ADESIVAS
Servem para controlar e numerar as amostras coletadas e tambem para catalogar os vidros comamostras.
TRENA
Utilizada para medir a circunferencia de trancos edistancias.
PAPEL DE PREPARA<;:Ao (FOLHA DEJORNAL)
E utilizado para colocar cada amostra coletada,separando-a ramo a ramo em folhas distintas. 0pape1 de preparasrao do tipo folha de jomal inteiradeve ser cortado 10ngitudinalmente e em seguidadobrado transversalmente. Caso tenha folhas menores, as mesmas sao utilizadas sem cortes. Cada folhade jomal leva no bordo 0 nome e 0 numero docoletor.
ENVELOPES ( PAPEL FINO OUPAPEL-MANTEIGA)
Servem para armazenar plantas de pequeno porte,flores, frutos, sementes e ate folhas pequenas esoltas. Levam 0 mesmo numero do co1etor, caso aamostra ja tenha side numerada, para evitar misturade material.
PRENSA DE MADEIRA TRAN<;:ADA
Serve para 0 acondicionamento das amostras, sobpressao, para evitar 0 enrugamento do material devido adesidratasrao. Sua forma transrada possibilitaa desidratasrao do material em menos tempo, poisfacilita a perda da agua contida nos tecidos vegetais.Deve ser de material resistente, com dimensOes de45 em x 30 em, com as reguas de 3 em de largura.As quadrfculas sao espasradas de 2 em 2 em. (Figura16 e).
CORDA OU CINTOS DE LONA
Utilizada para amarrar 0 material botanico prensado. No campo a corda pode ser de nylon, contudona estufa deve ser de sisal para resistir a temperaturas elevadas.
OBS.: 0 nylon resiste atemperatura da estufa, quenao e superior a 70°C, mas tem a desvantagem dedeslizar em alguns casos e afrouxar a prensa.
ESTUFA DE CAMPO
Serve para faeilitar a seeagem do material emtraba1hos de campo de longa durasrao. Nos locaissem energia eletriea leva-se equipamento adicionalpara fornecimento de energia termiea (botijao degas).
Manllal Tecnico da Vegetarao Brasileira
}i.
b
e
ed
Fig. 16 - Tipos de Podlio (a.b.c); Desplantador (d); Prensa Aberta e Fechada (e) (a-d) retiradas de Fidalgo & Bononi (1984); (e)retirada de Morl et al (1985)
Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira 59
PAPEL-CIIUPA.O, MATA-BORRA.O OU PAPELA.O
Servem para facH itar a absor~ao da agua eliminadapelas plantas herborizadas. Seu tamanho deve scrde aproximadamente 39 em x 24 em.
FOLIIAS DE ALUMfNIO CORRUGADO
Servem para aUlllentar a temperatura no interior daprensa, faeilitanuo a passagem ue ar quente no seuintelior. Sao coloeadas entre eada papel ehupiio e 0jomal. Sao utilizadas no tamanho 41 em x 25 em.
BORRIFADOR COM ALCOOL
Serve para bOITifar 0 material botanico eomo umrccurso para sua preserva9ao, quando as condi90es10ca~s nao permitirem a utiliza~ao de estufa de campo. E um recipiente de plastico contendo alcool a960 GL (alcool comercial).
LUVAS DE COURO
Servem para prote<;ao, principalmente no easo decoleta de material com espinhos.
6CULOSPROTETORESServem para a prote~ao dos olhos eontra ciscos,
insetos e outros, tanto em locais feehados comoabeltos.
PAR DE ESPOROES OU ESPORAS DE HASTERETA
Utilizados pel0 trepadorpara fixar a bota no troncoda planta. Sao confeccionados em a90 e com correias de couro (Figura 17 a).
CINTURAO DE SEGURAN\=AServe para prender 0 corpo do trcpador ao talabarte
(Figura 17 b).
TALABARTEArticulado ao cinturao de scguran9a, serve para
prender 0 corpo do trepador ao tronco ua planta(Figura 17 b).
BOTASSao utilizadas pelo trepador na escalada. Devem
ser confeccionadas ern material resistcntc (Figura17 c).
Fig 17 - Equipamentos para Coleta de Material Arb6reo: Esporao (a); Cinturao de Seguran~a e Talabarte (b); Bota (c) Retiradosde Fidalgo & Bononi (1984)
60 Manual Tecnico do Vegetariio Brasileira
ESCADA DE CORDA
Confeccionada em corda e tubos de PVC, pode sermontada no local, e e a que melhor se adapta asdificuldades de campo. Para montar-se 30 m destaescada e preciso 80 m de corda de nylon torcida5/16" e 60 pedar;os de canos de PVC de 3/4" cortados com 25 em de comprimento. Esta escada possuiem sua extremidade urn gancho de ferro para segura-la ao galho que agUente 0 peso de no minima uns80 kg. Para que se possa fixar esta escada ao galhoe preciso fazer urn arremesso de uma linha de nyloncom peso. Este arremesso pode ser feito por estilingue ou manualmente (marimba). Alinha tanto servepara fixa-la como para solta-la. 0 outro extremo daescada deve ficar fixo ao solo por pinos de seguranr;a, toco ou raiz, para evitar que esta sofra oscilar;6esem altitudes medias.
MARIMBA
Serve para abaixar e/ou seccionar 0 material a sercoletado. Econstitufda por uma corda com urn pesoamarrado a uma das extrernidades.
Outros equipamentos podem ser utilizados nostrabalhos de campo, tais como binoculo e maquinafotografica.
3.2.3 Utiliza~iio do Equipamento de Campo
Antes do infcio da operar;ao de campo selecionaro equipamento a ser utilizado em funr;ao do objetivodo trabalho, bern como verificar 0 seu estado deconservar;ao.
Para agilizar a coleta, os jomais deverao estardevidamente cOltados e colocados entre as prensasque serao amarradas (Figura 16 e).
No local de coleta, registram-se a quilometragemdo vefculo, a altitude, 0 tipo de vegetar;ao e a plotagem do local no mapa.
Para coletar 0 indivfduo de baixo porte deve serutilizada a tesoura de poda. Os cOltes devem sersempre inclinados, para impedir 0 acumulo de aguana extrernidade seccionada, evitando-se assim danos a planta matriz. Ramos ferteis de plantas degrande porte, localizados com 0 binoculo, sao coletados com auxflio do podao de vara. Dependendoda altura do fuste, os ramos a serem coletados sopodem ser alcanr;ados pelo trepador com a utilizar;ao adequada dos equipamentos. Antes de ser iniciada a escalada, 0 trepador fixa as esporas as botas,adapta 0 cinturao de seguranr;a ao seu corpo, prendeo talabarte ao cinturao, coloca as luvas de couro eos oculos de proter;ao. Durante a escalada, as esporas devem ser utilizadas compassadamente, alternando-se os movimentos das pemas. Deve-se tomarcuidado para nao causar danos excessivos ao tronco. 0 talabarte vai sendo reajustado a medida que a
Manual Tecnlco da Vegeta,iio Brasi/elra
circunferencia do tronco assim 0 exigir, de modoque 0 trepador sinta seu corpo preso e equilibrado.Alcanr;ando uma posir;ao estavel, em geral, na primeira ramificar;ao da copa, 0 trepador recebe 0
podao de vara e efetua entao a coleta.
3.2.4 Metodologia de Coleta Propriamente Dita
o coletor deve sempre levar em considerar;ao queinumeras vezes os especimes coletados nao representam 0 indivfduo em sua totalidade e sim partesdestes. Daf a importilncia de serem coligidas todasas informar;6es que possam levar a recomposir;aodas caracterfsticas da planta no estagio de vida emque se encontrava e seu local de coleta.Eimportante serem observados os corretos proce
dimentos de coleta, descritos a seguir:
3.2.4.1 Ficha de Coleta
As seguintes informar;6es sobre 0 ambiente e sobre 0 indivfduo coletado devem constar da ficha decoleta.
- Dados sobre 0 ambiente ffsico do ponto de coleta:
· Local: pafs, folha geografica, estado, municfpio,referencias locais (rio, serra, chapada, vale, povoado e se for estrada, usa-se a quilometragem comoponto de referencia de urn lugar geograficamenteconhecido), altitude.
· Vegetar;ao: este item sera preenchido de acordocom a classificac;ao adotada na Parte 1 deste Manual, forma biologica e textura do solo.
- Dados relacionados a PlantalAmbiente: referemse aos dados relativos as adaptac;6es das plantas aomeio.
- FreqUencia: freqUencia da especie em relac;ao aolocal de coleta.
- Aspectos gerais do indivfduo coletado:· Habito - porte, altura.· Tipos peculiares de rafzes adventfcias.· Aspectos gerais do tronco e dos ramos.· Folha: cor das superffcies, aroma quando ma
cerada, consistencia.· Flor: grau de maturac;ao, aroma, cor da corola,
estames e estigma.· Fruto: grau de maturac;ao, aroma, cor, consisten
cia.Quando possfvel deverao ser mencionados no
item observac;ao sua importancia economica, usomedicinal, nome vulgar, animais visitantes, alem deoutras informac;6es que 0 coletor julgar procedente.
3.2.4.2 Numerafiio das Amostras
A serie do coletor sera iniciada pelo numero 1 eobedecera a uma seqUencia contfnua que independera, do projeto, local da coleta e operac;ao de
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Luciana
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Luciana
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Luciana
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campo. Esta numera~ao sera sempre ligada aonome do coletor principal e devera constar na fichade coleta, na cademeta de campo e na borda dojomal. Deve-se sempre abreviar 0 prenome do coletor. Exemplo: Rogerio Augusto Nogueira deve serabreviado para R. A. Nogueira. Sobrenomes muitofreqiientes, tais como Silva, Costa, Pereira, etc.,deverao ser precedidos de outro nome escrito porextenso, para evitar confusoes com outros coletores.Exemplo: Maria FelTeira da Silva, abrevia-se paraM. Ferreira da Silva; Paulo Esteves Pereira, para P.Esteves Pereira.
- Amostras procedentes de urn unico indivfduorecebem 0 mesmo numero (Figura 18 a).
- Amostras de indivfduos diferentes recebem numeros distintos, exceto quando se trata de individuos pequenos que juntos formam urn uniconumero (Figura 18 b).
ADONiAS 120
/\~~ ,
\\\\\\I\\\I
.h::..........-_ I
"\\\\\
,r--~~~, '........... _-------_\
ADONIAS 121
Fig. 18 - Numera<;ao das amostras: Numcro de Coleta do Indivfduo a (a); Nt1mero de Colcta do Indivfduo b (b)
62
No caso de mais de urn coletor, deve-seestabelecera priori qual sera 0 responsavel pela numera~ao dasamostras. Nao podera haver numera~ao dupla, pormais de urn coletor, para uma mesma amostra.
3.2.4.3 Regras Gerais
A amostra botiinica ao ser transformada em exsicata teni urn tamanho padronizado, e nesta condi~aodeve reunir 0 maior mlmero possivel de dados quepermitam sua identifica~ao. De urn modo geral, osseguintes procedimentos devem ser seguidos pelocoletor para 0 born exito de sua atividade de coleta:
a) evitar a coleta em dias chuvosos, bern como acoleta de plantas molhadas que provocam a forma~ao demofo;
b) escolher exemplares sem vestigios de ataquepelos insetos, infesta~oes de fungos e outros sintomas patol6gicos evidentes (Lawrence 1951);
c) evitar individuos depauperados (Lawrence1951);
d) dar preferencia a exemplares ferteis, isto e, comeslJUturas reprodutoras (Pterid6fitas) ou com florese/ou frutos (Faner6gamas); e
e) colelar, sempre que possivel, 5-7 amostras decada individuo, proeurando-se adieionar algumasflores e frutos a mais para serem utilizados peloidentifieador. As amostras destinam-se ao herbariode Oligem, a especialistas em troca de identifiea~ao
e, ainda, para interdimbio com oulros herbarios.
3.2.5 Metodologia para Herboriza~ao
3.25.1 Prensagem
a) prensar as amostras, logo ap6s 0 ato da coletaou pelo menos no mesmo dia. Nunca deixar paraprensar no dia seguinte;
b) preparar as amostras em tamanho que correspondam em media a 35 em x 25 cm. Casos em queeste procedimento implique perda de partes essenciais de amostra (folhas muito grandes) ou quandoa amostra botiinica representa a planta toda, deve serdobrada em forma de N ou V (Figura 19 a), (Mori,1989);
c) ramos com muitas folhas devem ser debastados;d) caso seja necessario eliminar algumas folhas
das amostras, estas devem ser c0l1adas (Figura 19b) de modo que 0 vestfgio do pecfolo fique evidente(Mori et al., 1985);
e) em uma amostra as folhas devern ser prensadasde modo altemado, isto e, algumas mostrando oladoventral e outras 0 lado dorsal (Figura 19 c);
f) inflorescencias muito longas, antes de seremdobradas, devem ter 0 ramo levemente amassado;
Manual Tecnico da Vegetnrlio Brasileira
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g) frutos de grandes dimensoes, sem condiyoes deprensagem, devem ser destacados da amostra e colocados em "saco de rede de nylon" com 0 nome docoletor e seu respectivo numero de coleta (Mori etal.,1985);
h) acondicionar cada exemplar coletado na folhade jomal; nunca incluir duas amostras em urnamesma folha; e
i) 0 nome do coletor, seguido de seu respectivonumero de coleta, deve ser imediatamente anotadona margem da folha (fazer anotat;5es com lapis nocaso de se usar aIcool para preservar 0 material).
Ap6s estes procedimentos, as amostras sao empilhadas e colocadas entre as prensas. Em seguida,amarra-se 0 conjunto com cordas, de modo que 0
material fique sob pressao, para evitar que enrugue.
(b)
(d)
Fig 19 - Tipos de Prensagem: (a) Amostra em N ou V; (b) Amostra com folhas cortadas mostrando 0 vestigio do Pecfolo; (c) Folhas prensadas mostrando 0 lado ventral eo dorsal; (d) Montagem de planta Herbficea
Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira 63
3.2.5.2 Secagem
Os procedimentos a seguir saobaseados principalmente nas Instrusroes Tecnicas nl! 24 IBGE (1981) eem Mori et al. (1985).
Quando se dispoe de estufa de campo, ao final decada dia de coleta, 0 material que ja foi prensadosera repreparado no interior da prensa, para serintroduzido na estufa, obedecendo-se a seguintesequencia:
- uma das grades da prensa;- folha de aluminio corrugada;- jomal contendo no seu interior a amostra botfuli-
ca;• folha de papel-chupao;• folha de alumfnio corrugada; e- jomal contendo no seu interior outra amostra.Ap6s a inclusao da ultima amostra no interior do
lote, colocam-se 0 papel-chupao, a folba de aluminio e finalmente a outra grade da prensa. Em seguida, amarra-se 0 conjunto fOltemente com cordas ecoloca-se na estufa. Cada lote de material prensadodeve atingir em media a altura entre 40 e 50 em.Como M uma varias;ao de tempo de secagem e deacordo com a consistencia da amostra, a cada treshoras 0 material deve ser examinado e os jomais,quando muito timidos, devem ser substitufdos, tendowse 0 cuidado de anotar 0 nome e 0 ntimero docoletor. A medida que 0 material seca e diminui devolume, 0 lote prensado deve ter as cordas reajustadas, para que as amostras nao enruguem.o material botanico e considerado seco quando
apresentar-se rfgido, sem flexionar ao ser suspensoe sem urnidade ao toque. Nessa ocasiao, e retiradoda estufa. Ap6s 0 retorno do campo todo materialdeve ser examinado para verificar-se a necessidadede retomar aestufa do laborat6rio por mms algumtempo.
Quando nao se dispae de estufa de campo, utiJizase 0 metoda de secagem ao sol. Para possibilitar aconservasrao do material, este e bOIl'ifado com aicool comercial, no momento da coleta. No dia seguinte, as prensas sao retiradas e 0 paeote com asamostras e revestido nas extrernidades com doispapelOes. Em seguida, amarra-se fortemente 0 pacote que e colocado em saco plastico que posteriormente e vedado com fita crepe. Ao retomar docampo, inicia-se imediatamente 0 processo de secagem atraves da estufa.
Ap6s a operas;ao de secagem as amostras seraosubmetidas a processos especiais, visando a impedirinfestas;oes diversas. A seguir, separar as amostraspor coletas, em ordem mimerica de coleta e acondicionar em sacos plasticos com naftalina e canforaate serem incorporadas ao herbario.
64
3.3 Terminologia para Descri~ao daPlanta no Campo
Com 0 objetivo de tomar mais completas e precisas as informa~oes sobre 0 indivfduo coletado, foram relacionados alguns termos ja definidos naliteratura botanica e que podem ser utilizados nadescris;ao das caracterfsticas da planta em seu habitat, principalmente aquelas nao representadas naamostra e as que se perdem com ° processo deherborizasrao. Recomenda-se, portanto, 0 empregoda terrninologia que se segue para descrever:
3.3.1 Dados Relacionados aPlantalAmbiente
As conceituasraes aqui adotadas foram baseadasem Font-Quer (1985).
a) As plantas podem ser c1assificadas quanto aexposi~ao aluz em:
- ci6fito (esci6fito, umbr6fito): planta que se desenvolve em areas sombrias; e
- heli6fito: planta que habita areas abertas, expostas aluz solar.
b) Quanto ao substrato, em:- hidr6fita: planta aquatica com os 6rgaos assirni
ladores submersos ou flutuantes. Na descri~ao deuma hidr6fita deve ser mencionada a posi~ao dasfolhas em rela~ao ao myel da agua e tambem se aindivfduo no ambiente aquatico esta livre ou fixe aalgum substrato;
- palustre: planta que cresce em lugares pantanosos;
- hal6fito: planta que cresce somente em meiossalinas;
- riparia (ripieola): planta que se desenvolve asmargens de rios;
- rupfcola: planta que se desenvolve sobre pedras;e
- saxfcola: planta que cresce entre pedras.c) Quanto aincideneia em areas sob as;ao antr6pi
ca:- ruderal: planta que habita as cercanias das cons
truS;5es humanas; e- invasora: planta que habita locais cultivados pelo
homem.d) Quanto ao grau de umidade do ambiente:- xer6fita: planta que se adapta a ambientes secos;
e- hidr6fita: planta que se adapta a ambientes tirni
dos.
3.3.2 Freqiiencia da Especie em Rela~aoao Pontoda Coleta
No item dados ecol6gicos devem-se anotar aindaos dados sobre a freqtiencia da especie de acordo
Manllal Tecnico da Vegetafiio Brasileira
Luciana
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com a tabela de abundancia abaixo (modificado deGATES, 1949):
- Rara (r): especie raramente encontrada na comunidade.
- Ocasional (0): especie esporadicamente encontrada.
- Comum ou Freqiiente (c): especie nao muitoabundante, ou especie nao predominante na comunidade.
- Abundante (a): especie predominante na comunidade.
Esta tabela nao e aplicavel para plantas invasorasou ruderais.
3.3.3 Aspectos Gerais do Individuo Coletado
A classifica~ao que se segue e baseada principalmente na altura, consistencia e nivel de rarnifica~ao
do caule de acordo com Vidal e Vidal (1984) Moriet al. (1985) e Font-Quer (1985).
- Arvore e 0 vegetal lenhoso com 0 minimo de5 m de altura, com tronco bern definido e sem ramosna parte inferior; sua parte rarnificada denomina-secopa.
- Arbusto e 0 vegetal com tamanho variando de 1a 5 m de altura, resistente e lenhoso, sem troncopredominante pois se ramifica desde a base.
- Subarbusto e a planta em geral inferior a urnmetro de altura, normalmente herbacea e lenhosa nabase do caule.
- Erva e a planta de pequeno porte, cujo caule naopossui ou apresenta pouco tecido lenhoso.
Ao mencionar-se qualquer urn destes tipos dehabitos deve-se indicar a altura da planta e, no casode mores, 0 DAP, ou circunferencia do tronco.Referencias quanta aausencia de foIbas na copa dasmores enos ramos dos arbustos devem completara indica~ao do habito, podendo-se utilizar 0 termoDecidual (Caducif6lia).
Urn grande numero de plantas, em geral as herbaceas e subarbustivas, tern seu habito tambem caracterizado par adapta~6es principalmente do caule(rastejante, voluvel, etc.) e tambem por suas caracterfsticas adaptativas relacionadas ao substrato, sendo descritas como:
- Cespitosa e a planta cujos caules formam touceiras (Figura 20 a).
- Decumbente e 0 vegetal com caules deitadossobre 0 solo, mantendo apenas 0 apice dos ramoserguidos (Figura 20 b).
- Epffita eo vegetal que vive sobre outro (utilizando-o como suporte), sem ser parasita.
- Hemiepifita e a planta que inicia seu ciclo de vidacomo epifita e emite rafzes adventfcias ate 0 solo,tomando-se, depois, uma planta terrestre (matapau).
Manual Tecnico da Vegetafao Brasileira
- Escandente e a planta cujos ramos se inclinamsabre outra planta sem possuir especia1iza~ao parafixa~ao na planta suporte.
- Escaposa e a planta que se caracteriza pela presen~a de escapo, isto e, haste indivisa que parte dorizoma, bulbo, etc. (caule subterriineo), sem foIbase que apresenta flores no apice (Figura 20 c).
- Parasita e a planta que se nutre da seiva de outraplanta. Pode ser holoparasita, desprovida de clorofila, e hemiparasita, que apesar de emitir haustorios(rafzes modificadas que sugam a seiva de outraplanta), possui tambem clorofila.
- Prostrada e a planta que possui caule rastejante,isto e, que e apoiado e paralelo ao solo, e por issodistende-se horizontalmente (Figura 20 d).
- Saprofita e a planta desprovida de clorofila, queretira seus alimentos de material organico em decomposi~ao (Mori, 1989).
- Liana (cipo) e a trepadeira lenhosa, isto e, comramos longos, delgados e flexiveis, que sobe apoiada em mores, podendo atingir muitos metros dealtura. Geralmente apresenta em seus ramos curtosorgaos ou estruturas especializadas para fixa~ao.
- Trepadeira herbacea e 0 vegetal sem tecido lenhoso, que por si so nao se mantem erguido. Desenvolve-se apoiado em qualquer suporte, como porexemplo outra planta.
As trepadeiras sao classificadas em:- Trepadeiras voluveis, que se ap6iam ao suporte
enroscando-se atraves do caule (Figura 20 e).- Trepadeiras com gavinhas, que se ap6iam ao
supot1e por meio de orgaos fixadores, em geralfilamentosos (Figura 20 f).
3.3.4 Tipos Peculiares de Rafzes Adventicias
Os tipos descritos aqui foram baseados em Vidal& Vidal (1984):
- adventicia: raiz que nao se origina da radfcula doembriao ou da raiz principal por ela formada, forma-se nas partes aereas das plantas e em caulessubterriineos;
- cinturas (abarcantes) ou estrangulantes: envolvern outro vegetal, muitas vezes causando-Ihe amorte;
- escoras ou suportes (Mori et al., 1985): desenvolvem-se a partir de determinada altura da plantadirigindo-se verticalmente para 0 solo e refor~ando
o sistema de sustenta~ao;
- grampiformes ou aderentes: ocorrem em geralnas trepadeiras sob a forma de grampos, fixando-asa seu suporte;
- respiratorias ou pneumatoforas: apresentam geotropismo negativo, oriffcios (pneumatodios) emtoda a sua extensao e intemamente urn aerenquimamuito desenvolvido. Funcionam como orgaos de
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c
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b
f
Boomgovlohos
Fig. 20- Tipos de Hiibito: Cespitosa (a); Decumoonte (b); Escaposa (c); Prosttada (d); Trcpadeira Vol6vc1 (e) c com Gavinha (f)Retirados de Morl et al (1985).
66 MatUlal Teenico da Vegeta{'i'io Brasileira
respira~ao e sao estruturas tfpicas de plantas demangue; e
- tabulares: sao muito desenvolvidas, apresentando 0 aspecto de tabuas perpendiculares ao solo,ampliando a base da planta e dando-lhe maior sustenta~ao. Tambem conhecidas vulgarmente comosapopemba ou sapopema, e catanas no Estado daBahia.
3.3.5 Aspectos Gerais do Tronco e dos Ramos
A aparencia da casca, isto e, revestimento extemodo tronco, conhecido tambem como ritidoma oucortex, e um dado que deve ser mencionado. astermos mais utilizados para auxiliar a descri~ao
desta estrutura, segundo Rizzini (1971, 1978), sao:- escamosa: casca que se solta em placas, em geral
retangulares;- esfoliante: desprende-se em uma ou varias cama
das finas;- estriada: com estrias, isto e, dotada de linhas
transversais;- fissurada: provida de fendas ou fissuras longitu
- suberosa (corticosa): provida de suber ou corti~a;
e- verrucosa: superffcie dotada de protuberancias
globosas, semelhantes a verrugas.Alem da omamenta~aoda casca, a colora~ao deve
tambem ser mencionada (pardacenta, acinzentada,pardo-avermelhada, etc.) e tan1bem, quando for 0
caso, a presen~a de vegetais como lfquens. Eimportante que se fa~a urn corte inclinado no tronco paraverificar as caracteristicas intemas da casca e tambern do exsudato (consistencia, cor), caso este estejapresente.
Troncos e ramos muitas vezes apresentam-se ainda com:
- aculeos: estruturas rigidas, pontudas, mas facilmente destacaveis;
- espinhos: estruturas endurecidas, lenhificadas epontiagudas, diffceis de serem destacadas. Espinhoe aculeo sao muito semelhantes morfologicamentee diferem principalmente quanto aorigem; e
- lenticelas: abelturas circulares ou alongadas quese encontram no tronco e ramos e que se manifestamem relevo.
3.3.6 Folhas, Flores e Frutos
Estes orgaos estiio representados nas amostras ede modo geral conservam suas carcatelisticas, exceto quanta aconsistencia e colora~ao, ap6s 0 pro-
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cesso de herboriza~ao.as seguintes dados m6rfologicos devem ser descritos pOI' ocasiao da coleta.As folbas sao descritas:
a) Quanto aconsistencia:- membranacea: consistencia fina e semitranspa
rente como membrana;- cartacea: consistencia que se assemelha a papel
grosso (papel cartao); e- coriacea: consistencia de couro.b) Quanto acor:- concolor: folha que e uniforme na cor, isto e, tem
a mesma cor de ambos os lados; e- discolor: folba que apresenta as faces com colo
ra~ao diferente.Nas flores descreve-se a colora~ao tendo-se 0
cuidado de especificar, uma pOl' uma, a colora~ao
dos verticilos protetores (calice e corola) e, quandopossivel, dos reprodutores (androceu e gineceu).
as frutos devem ser descritos:a) Quanto aconsistencia:- camosos: providos intemamente de polpa sucu
lenta; e- secos: internan1ente sem desenvolvimento de
camada carnosa.b) Quanto aiiberar,;ao de sementes em:- deiscentes: flUtoS que na maturar,;ao apresentam
mecanismos para iiberar as sementes; e- indeiscentes: frutos que na maturar,;ao nao libe
ram as sementes; estas sao liberadas pOI' decomposir,;ao das paredes do fruto.
Nos flUtOS indeiscentes deve-se, no momenta daprensagem, fazer dois cOltes, urn transversal e 0
outro longitudinal. Frutos camosos podem ser maisbern estudados se conservados, por algum tempo,em alcool a 70oGL.
A semente pode apresentar estruturas acess6riasque podem envolve-la total ou parciaimente. Ascaracteristicas de tais estruturas, como consistenciae colorar,;ao, devem ser observadas no campo emencionadas na ficha de coleta.
3.4 Notas Sobre Tecnicas Especificas deColeta e Herboriza~ao
Ha plantas que apresentam caracterfsticas particulares e pol' este motivo requerem tecnicas especfficas, que devem ser seguidas juntamente com ametodologia para coleta e herboriza~ao, mencionadas anteriormente.
3.4.1 Pterid6fitas
As pteridofitas apresentam grande diversidade nohabitat e no porte (habitus), indo desde aquaricas depequeno potte ate as telTestres arboreas (fetos arborescentes). Sua coleta exige, pOl' parte do coletor, 0
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Fig 21 - (a) Aspecto geral de wna Pterid6fita; (b) Detalhc daPina mostrando 0 Soro Retirado de Arreguin-Sanchez (1986)
conhecimento de algumas estruturas morfol6gicas,explicadas a seguir (Figura 21 a):
- lamina: conjunto formado pela pina e niquis;- pina: corresponde a cada divisao da lamina;- niquis: ea parte da lamina onde estao inseridas
as pinas;- rizoma: 6rgao, em geral subterraneo, que se
desenvolve paralelamente ao solo;- peci'olo: haste que liga a lamina ao rizoma;- fronde: conjunto formado por lamina e peci'olo;
e- soros: conjunto de esporangios, responsaveis
pela reprodu~ao, em geral dispostos na face dorsalda pina (Figura 21 b).
b
L F~ RM 0
PINA I NN 0A E
,RAQUIS
No caso dos fetos arborescentes, coleta-se a frondecom soros, se passivel ate a inser~ao do pecfolo nocaule, porque ali se encontram estruturas impartantes para a identifica~ao, tais como as escamas. Efundamental que sejam anotados os dados relativosaaltura, forma das cicatrizes do caule, tamanho dafronde, presen~a de escamas, pelos e raizes adventicias.
Na ocasiao de prensagem as frondes devem serdivididas de modo que abranjam as regi5es apical,mediana e basal, incluindo a inser~ao do pecfolo nocaule.
As pterid6fitas de pequeno porte sao coletadasinteiras, incluindo 0 rizoma.
Algumas amostras devem ser colocadas em prensas a parte, pais exigem secagem mais gradual emenos intensa.
As tecnicas aqui mencionadas foram baseadas emViana Freire et a1. (1949), Silva (1984) e ArreguinSanchez (1986).
3.4.2 PaImeiras
A tecnica de coleta desse grupo de plantas foibaseada principalmente em Mori et aI. (1985).
Para a coleta de palmeiras de grande porte utilizase 0 meSillO metodo descrito para a coleta de material arbOreo.Efundamental que sejam anotadas a altura total da
planta, altura do estipe, a presenc;:ade raizes escoras,o numero de folhas na copa, comprimento da laminada folha e do pecfolo, mlmero de pares de fo11010s,tamanho dos folfolos, comprimento da inflorescencia e seus eixos e a presenc;:a e distribuic;:ao deespinhos (Dransfield, 1986).
A coleta deve incluir 0 pedolo, as por~5es do meioeo apice da lamina da folha, partes representativasda inflorescencia, flores e frutos.
Na prensagem seccionam-se todos os fo11010s deurn lado do raquis, deixando-se os respectivos vestigios; cortam-se tambem muitos eixos da inflorescencia, deixando suas bases para indicar ondeestavam suas inserc;:5es. Cada papel em que as partessao colocadas, alem de ser marcado com nome enumero do coletor, deve conter tambem 0 nome do6rgao (folha, inflorescencia, etc.) ao qual pertencea amostra e a indicac;:ao da posic;:ao do respectivofragmento.
Ex.: A. Vaz 470, Folha A, BaseA. Vaz 470, Folha A, MeioA. Vaz 470, Folha A, ApiceAs amostras previamente destinadas a outros her
barios sao marcadas com a letra B, assim: A. Vaz 60,Folha B, base, etc. Trabalhos especfficos sobre 0assunto foram elaborados por Dransfield (1986) eQuero (1986).
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3.4.3 Gramineas (Bambus)
As gramineas de alto porte requerem procedimentos especiais para a obten~ao da amostra completa(Soderstrom & Young, 1983 e Koch, 1986). E imprescindivel a coleta das seguintes partes:
- dois nos com 0 entreno respectivo: 0 colma deveser partido longitudinalmente. Caso 0 colmo sejaexcessivamente longo, pode-se secciomi-lo transversalmente e incluir somente urn no, tomando-se 0
cuidado de anotar 0 comprimento total do entreno;- folhas do colma: coletar pelo menos duas folhas
que sejam representativas quanto ao tamanho eforma. Folhas cafdas podem ser selecionadas.Quando a bainha e aderida ao colma deve-se cortala e prensa-Ia mesmo que isto resulte em quebra oufissura;
- ramifica~5es: escolher urn no do colmo amadurecido com ramifica~5es representativas. Cortar 0
colmo cerca de 5 cm abaixo e acima do no e apararos ramos ate 5 cm de modo que pelo menos 0
primeiro no esteja incluido. As se~5es de colmosgrandes podem ser partidas ao meio, para economizar espa~o;
- raminhos folhosos: incluir na amostra raminhosjovens e mais velhos, caso haja diferen~a significativa entre as folhas;
- inflorescencia: incluir na amostra ramos florfferos em todos os estagios de desenvolvimento; e
- rizomas: incluir tambem na amostra uma se~ao
do rizoma, com cerca de 50 cm de comprimento. Nocaso de haver forma~ao de moitas, coletar variasse~5es com 0 respectivo colmo, ate a altura de15 cm acima do solo.B recomendado 0 usa de luvas grossas para 0
manuseio das partes com espinhos e pelos irritantes.Na coleta de bambus, alem dos dados que constam
da ficha de coleta, devem ser feitas ainda anota~5es
sobre:- colma: distribui~ao se espa~ada ou agregada (no
caso dos colmos estarem reunidos em touceiras);numero de colmos por touceiras;
- conteudo dos entrenos: mencionar se sao vazios,se contern po nas paredes internas ou se 0 conteudoe Ifquido;
- folhas do colmo: indicar a posi~ao das folhas nocolmo, isto e, se eretas, horizontais ou ainda sereflexas. Observar antes de coletar se as laminas sedesprendem da bainha ou nao;
- ramifica~5es: indicar a distribui~ao no colmo,isto e, se somente na parte superior ou se ao longodo colma;
- raminhos folhosos: ao cortar 0 ramo anotar se asfolhas murcham, se elas se enrolam ou se elas naose alteram. Indicar a posi~ao das folhas (se eretas oupendentes) em rela~ao ao ramo;
Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira
- inflorescencia: deve-se indicar a posi~ao da inflorescencia (se ereta ou pendente); e
- rizoma: indicar 0 posicionamento do rizoma (sesuperficial ou subterriineo), assim como mencionara forma (se curtos e grossos ou se compridos edelgados).
Para cada uma das partes coletadas deve ser mencionada sempre a colora~ao.
3.4.4 Bromelhiceas
Segundo Martinelli (s.d.), nas bromelias deve-secoletar as folhas inteiras, incluindo a bainha, dobrando-as ou amalTando-as de maneira que fiquemna forma de pequenos rolos. As inflorescencias saoseccionadas na base do escapo (pedunculo que sustenta a inflorescencia) e dobradas quantas vezesforem necessarias, podendo-se usar 0 lado opostoao corte do facao para marcar os pontos onde seradobrada a folha.
Em bromelias de grande porte destacam-se folhasde varios tamanhos e nas de medio porte seccionase a roseta longitudinalmente. Prensam-se separadamente as folhas e as inflorescencias.
As bromelias de pequeno porte sao coletadas eprensadas inteiras, fazendo-se uma limpeza dos detritos que se acumulam nas bases das folhas. Anotarse na agua acumulada entre as bainhas das folhasvivem animais (insetos, anffbios).
3.4.5 Lianas
Coletar ramos apicais e basais com as respectivasestruturas para fixa~ao ao supolte. Na ocasiao daprensagem indicar a posi~ao do ramo coletado, poisem alguns casos estes apresentam uma grande diversid<ide. Seccionar transversalmente 0 caule e/ouos ramos mais desenvolvidos, que fornecem importantes informa~5es para a identifica~ao das famfliase generos.
Para facilitar a herboriza~ao os ramos sao enrolados, sendo que as folhas grandes podem ser dobradas ou ate mesmo seccionadas. Caso seja possivelo coletor deve informar 0 nome da planta sobre aqual a liana esta apoiada.
Nao acrescentar ramos estereis e sem folhas asamostras de ramos ferteis, pois corre-se 0 risco demisturar-se materiais diferentes, uma vez que aslianas raramente estao isoladas. Em geral 0 queacontece eserem encontradas varias lianas, entrela~adas entre si e com caule desprovido de folhas,estando os respectivos ramos folhosos espalhadosno dossel arboreo.
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3.4.6 Plantas Herbaceas
A planta e coletada inteira, inclusive com seusorgaos subterraneos. No caso de herbaceas bempequenas cada cinco indivlduos constituem umaunica amostra (Figura 19 d), 0 que conseqiientemente aumenta a numero de indivlduos a seremcoletados (25 indivlduos).
No caso de os representantes herbaceos ultrapassarem 35 cm de altura, os ramos sao dobrados eamarrados, ou entao seccionados, de modo a facilitar a prensagem. As flares e/ou inflorescencias maissenslveis ao dessecamento devem ser envolvidasem papel-manteiga au fino de cor branca para evitarque grudem nas folhas de jornal.
3.4.7 Plantas com Partes Volumosas
As plantas com tuberculos, bulbos, rafzes tuberosas, xilopodios ou ainda frutos de grandes dimensaes apresentam problemas para herboriza<;ao.
Estas partes volumosas sao cortadas seqiiencialmente de forma longitudinal ou transversal comespessura de 0,5 a 1,0 cm e prensadas separadamente das partes mais senslveis para reduzir a perda desuas caracterlsticas primarias devido ao amassamento ou enrugamento.
Os jomais devem ser trocados diariamente paraevitar a infesta<;1io, principalmente pOl' fungos quedanificam 0 material, e facilitar a secagem (Jung etBarros, 1984).
Plantas excessivamente suculentas, em especialcertos pseudobulbos de orquldeas, podem recebertalhos nas regi6es camosas, 0 que facilita a evapora<;ao da agua durante a secagem. Deve-se tambemfazer urn corte longitudinal pol' onde se retira partedo tecido interno (Jung et Barros, 1984). Os cactosque possuem costelas devem tel' sua parte feltilseccionada longitudinalmente. Para mostrar 0 numero de costelas acrescenta-se II amostra uma se<;aotransversal da mesma, com 2 cm de espessura. Metodos detalhados para este grupo de plantas saodescritos pOI' Jung et Barros (1984).
3.5 Herbario
Urn herbario se inicia com a obten<;ao de exemplares botanicos atraves de coletas dos tecnicos daInstitui~ao, de doa<;6es e interdimbios com outrosherbmios. Os herbarios podem concentrar cole~6esde uma deterrninada regiao geogn'ifica ou abrangerem vm'ias regiaes.
Urn herbario so e oficialmente reconhecido quando seu nome, sua respectiva sigla, seu numero deexemplares e outros dados adicionais sao publicados no Index Herbariorum (Holmgren et al., 1981),
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que registra e divulga dados sobre herbarios domundo inteiro. Para oficializar 0 herbario enecessario que 0 responsavel fa~a a solicita~ao de registroa International Association for Plant Taxonomy,cuja sede e em Utrecht. E imprescindlvel que 0
herbario esteja ligado a uma institui~ao e que possua, no mfnimo, cerca de 2 000 exsicatas.Efundamental que 0 herbario funcione como um
banco de dados crescente subsidiando investiga<;6ese projetos cientfficos. 0 funcionamento e mantidopOI' uma cadeia de tarefas que requerem conhecimento e pnitica para serem desenvolvidas e pol' estemotivo 0 herbario deve possuir seu grupo propriode trabalho, constituldo basicamente de herborizadar (responsavel pela prepara<;ao das amostras aserem incorporadas no herbario), curador (responsavel pelo herbario) e botanicos taxionornistas (tecnicos especializados em identifica~aode plantas).Urn herbario so desempenha sua fun~ao se as cole~6es nele depositadas estiverem identificadas corretamente e passarem pOI' urn processo dinamico deidentifica<;ao.
Nos trabalhos de Forero (1975), Mori et Silva(1980), Womersley (1981), Cavalcante (1984), Ammann (1986) e German (1986), encontram-se informa<;6es mais detalhadas sobre a estrutura e 0
funcionamento de urn herbario.
3.5.1 Processamento das Cole~Oes
A primeira etapa para 0 acondicionamento dosexemplares no herbario e a elabora~ao das etiquetas.Cada exemplar e respectivas duplicatas receberaoas etiquetas definitivas do herbario, as quais seraopreenchidas com os dados extrafdos da ficha decoleta.
3.5.1.1 Etiquetagem
As etiquetas sao impressas com 0 nome do herbario e padronizadas quanto II forma, tamanho e informa~aes que serao registradas.
As regras gerais para 0 preenchimento das etiquetas sao as seguintes:
- 0 papel a ser utilizado na confec~ao das etiquetasdeve ser de boa qualidade para que seja resistenteao tempo. Recomenda-se que 0 papel apresente, emsua constitui<;ao, pelo menos 25% de fibra longa(Mori et al., 1985);
- todos os exemplares devern tel' etiquetas preferencialmente datilografadas. No caso de etiquetasmanuscritas deve ser usada tinta indelevel. Nuncausar caneta esferografica de cor azul, pois esta corfacilmente borra e desaparece com 0 tempo. Asetiquetas de duplicatas nao devem ser preenchidaspOI' meio de papel carbona, nem reproduzidas pol'
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xerox; 0 processo de xerox a raio laser da 6timosresultados;
- as infOlma~6es contidas nas fichas de coletaserao transcritas para as etiquetas de herbario, semqualquer altera~ao e com 0 auxflio do coletor, quando necessario;
- 0 coletor(Col.) deve indicar seu nome na etiquetasempre da mesma forma, preferencialmente abreviando 0 primeiro nome e escrevendo por extensoo(s) ultimo(s) nome(s);
- 0 numero de coleta deve ser sempre indicadoap6s 0 ultimo nome do coletor;
- em caso de ate tres coletores todos os nomespodem constar na etiqueta, mas 0 coletor responsavel pela coleta sera mencionado em primeiro lugare tera seu numero de coleta indicado.
Ex.: H. P. Bautista, G. C. P. Pinto et J. E. M.Brazao - 1525
a nQ 1525 da serie de coleta de H. P. Bautista;
- em caso de mais tres coletores coloca-se apenaso nome do coletor responsivel pela coleta, seguidoda expressao et aI., e seu nQ de coleta.
Ex.: M. P. M. de Lima et al., 4527
- 0 primeiro identificador do exemplar botanico amyel de especie (Del.) preenche 0 nome cientfficona etiqueta do herbario. Caso haja retifica~iio naidentifica~ao, e afixada na exsicata uma pequenaetiqueta com a identifica~ao posterior, nome dodeterminador, data e nome da institui~ao a quepertence.
abjetivando a padroniza~ao das Etiquetas do Herbario do IBGE, sugere-se a ado~ao do modelo constante da Figura 22.
3.5.1.2 Metodologia para ldentificariio do Material Botanico
Para obten~ao do nome cientffico de uma planta,atraves da amostra, e indispensavel que os procedimentos de coleta, herboriza~ao e etiquetagem tenham sido realizados corretamente. a materialbotanico deve ser incorporado ao acervo do herbario ap6s ser identificado, pelo menos a nlvel defamnia. Caso contrario, ficara guardado junto comas exsicatas indeterrninadas (Incertae Sedis), organizadas obedecendo-se a urn criterio a ser adotado,por exemplo, por coletor, por opera~ao de campo,por regiao fitogeografica dentre outros.
A identifica~ao de plantas esta intimamente Iigadaa disciplina de Taxonomia Vegetal, definida porStace (1980) como:
" ...0 estudo e descri~ao da varia~ao de organismos,a investiga~ao das causas e consequencia desta varia~ao, e a manipula~ao dos dados obtidos paraproduzir urn sistema de classifica~ao (pag.5)".
As plantas sao ordenadas em categorias hierarquicas, de acordo com 0 C6digo Intemacional de Nomenclatura Botanica (Greuter et aI., 1988) naseguinte sequencia:
Alem dessas categorias, outras suplementares podem aparecer, dependendo do grupo de plantas emestudo, como por exemplo as infra-especfficas (subespecie, variedade e forma).
a nome especffico e formado por urn binomiolatino, segundo as regras do C6digo Intemacionalde Nomenclatura Botiinica (Greuter et al., 1988).
A cita~ao do binomio e sublinhada ou escrita emitaIico, perrnitindo assim que a especie seja mundialmente conhecida por uma unica denornina~ao.
FUNDAl;AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA SIGLA DO HERBARlO
NOME DO HERBARIO N2 DO REGISTRO DO HERBARlO
FAMiLIA
GENERO/ESPEcIE
NOME VULGAR FOLHA
LAT LONG PONTO DE COLETA
PROCEDENCIA
OBSERVAl;OES:
COL DATA
DET DATA
Fig 22 - Modelo de Etiqueta para os HerMrios do IBOE
Manual Tecnico da Vegetartio Brasileira 71
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onde: Lam. =Lamarck, autor que descreveu pelaprimeira vez esta especie, tomando-a conhecidapara a ciencia.
Os procedimentos adotados para a identifica~ao daamostra sao os seguintes:o determinador verifica inicialmente na etiqueta a
procedencia da amostra e os dados relativos aplantaem seu estado natural. A seguir analisa a olho nu ascaracterfsticas gerais, que nao dependem de oberva~ao em estereomicrosc6pio como, por exemplo,inser~ao das folhas nos ramos, composi~ao das fo!has, presen~a de espinhos e outras. Os caracteresoferecidos pelas flores e frutos, que auxilianl e atemuitas vezes sao decisivos para a identifica~ao,
serao submetidos ao metodo de reidrata~ao por fervura em agua e, em seguida, analisados detalhadamente com 0 auxmo do estereomicrosc6pio.
Uma vez analisadas todas as caracterfsticas morfol6gicas disponfveis na amostra, consulta-se a bibliografia especializada para a obten~ao do nomecientffico da planta. Caso 0 botanico desconhe~a afanu1ia a que peltence 0 exemplar, utiliza a chaveanalftica para identifica~ao a nfvel de famnia eseguindo a sequencia hierarquica procede a identifica~ao a nfvel de genero.
Como 0 grau de dificuldade aumenta para a obten~ao do nome cientffico, 0 especialista tera que teracesso a trabalhos que tratem de revis6es taxionomicas e tambem a urn herbario com as cole~6es
botfinicas identificadas, para que possa checar suaidentifica<;ao com as de outros exemplares equivalentes ao que estiver estudando.
Quando os procedimentos, anteriormente mencionados, nao permitem a identifica~ao a nfvel deespecie, 0 exemplar deve ser enviado a outro taxionomista que seja especialista no eventual grupo deplantas. Para este fim e importante que 0 curador doherbario tenha acesso a listagens atualizadas comnomes dos diferentes taxionomistas. Tais listas deespecialistas podem ser obtidas nos boletins da Association Latinoamericana de Botanica (1982,1986), Mori et al. (1985) e atraves de requisi~6es
aos curadores dos principais herbarios nacionais eestrangeiros.
Os materiais abaixo relacionados sao utilizadospara a analise da amostra:
Estereomiscroc6pio (lupa), fogareiro eletrico, cadinho de porcelana ou equivalente, estiletes e pin~a
de disseca~ao, gilete, papel de filtro e serra paracortes de frutos lenhosos.
Ex.: Nome cientffico do "pau-brasil"
Caesalpiniagenero
echinataepfteto espedfico
Lam.autor
A bibliografia basica para a obten~ao do nomecientffico consta de chaves analfticas dicotomicas,obras de grande abrangencia, floras regionais e outros trabalhos taxionomicos.
As chaves analfticas dicotomicas sao compostasde conjuntos de proposi~6es antagonicas, contendoinforma~6es sobre estados de caracteres morfol6gicos mutuamente exclusivos, possibilitando a identifica~ao a nfvel hierarquico de famI1ias, generos eespecies.
As chaves para identifica~ao a nfvel de farnfliassao encontradas em:
ANDREATA, R. H. P. & TRAVASSOS, 0. P., 1989.Chaves para detenninar as famz1ias de Pteridophytae, Gymnospermae e Angiospermae.Rio de Janeiro, Universidade Santa Ursula(USU), 134p. it
BARROSO, G. M. Chave para identificar asfamflias de plantas Dicotiledoneas, indfgenas eex6ticas, no Brasil. Mimeografado. Jardim Botfinico do Rio de Janeiro.
ENGLER, A., 1964. Syllabus Der Pflanzenfamilien(Angiospermen). Ed. H. Melchior. v.2. Gebruder Bomtraeger. Berlim - Nikolasse.
FREIRE, V, C., 1943. Chaves Analfticas para adeterminarao das famflias das plantas Pterid6fitas, Gimnospermas e Angiospermas brasileiras ou ex6ticas cultivadas no Brasil. 3 ed.
GOLDBERG, A. & SMITH, L. B., 1975. Chavepara as famllias Espermatoffticas do Brasil.In: Reitz, P.R. Flora llustr. Catar. 204p. il.
JOLY, A. B., 1977. BOTANICA. Chaves de identificarao das plantas vasculares que ocorrem noBrasil. 3 ed. Sao Paulo, Ed. Nacional, 159p.
As chaves que possibilitam a identifica<;ao dosgeneros de todas as fanlflias de Angiospermas saoencontradas nos trabalhos de:
BARROSO, G. M. Monocotiledoneas. Mimeografada. Jardim Botanico do Rio de Janeiro.
BARROSO, G. M. et al., 1978. Sistematica deAgiospermas do Brasil. v.1, Rio de Janeiro. Ed.Livros Tecnicos e Cientfficos; Sao Paulo. Ed.Universidade de Sao Paulo. 255p. il.
LOEFGREN, A., 1917. Manual dasfm1ll1ias naturais fanerogamicas. Rio de Janeiro, Imp. Nacional.611p.
Os trabalhos sobre flora podem abranger regi6esgeognifieas amplas ou restritas. A elabora9ao dasfloras, de urn modo geral, e feita por familia botaniea.
Nestes trabalhos eneontram-se, geralmente, alemdas chaves analftieas, descri96es a nivel de famflia,genero e as vezes de especies. Dentre eles, citam-se:
Flora Brasiliensis (I.e.).Flora Brasfliea. Coord. F. C. Hoehne - Secretaria
de Agricultura, Industria e Comercio de Sao Paulo.Flora do Estado de Goias (Colec;ao Rizzo). 1981
Ed. J. A. Rizzo - Universidade Federal de Goias Goiania.
Flora do Estado do Parana. Trabalhos avulsos noBoletim do Museu Botanieo Municipal. Curitiba Parana.
Flora IIustrada Catarinense. 1965-1988 - Coord.Raulino Reitz. Itajaf, S. C. fasc. 1-130.
Florula de Mucuge. 1986 - Chapada Diamantina,Bahia, Brasil. Royal- Botanic Garden, Kew GreatBritain.
Flora Neotr6pica. 1967-00' - Coord. Organizationfor Flora Neotropicana. New York Botanical Garden. Vol. 1 e seguintes.
Flora da Serra do Cip6. 1987. Boletim de Botanicada Universidade de Sao Paulo.
Legumes of Bahia - 1987. G. P. Lewis, RoyalBotanic Garden.
Manllal Tecnico da VefidartlO Brasileira
Consideram-se como outros trabalhos taxionornicos revisoes sobre famflias, generos e grupos deespecies que sao eneontrados em peri6dicos ouainda em publicac;6es avulsas.
Dentre os peri6dicos, citam-se:Acta Amazonica - Publica9ao do Instituto Nacio
nal da Amazonia - Manaus, AM.Acta Botanica Brasfliea - Publica9ao da Sociedade
Botanica do Brasil, Brasilia, DF.Arquivo do Jardim Botanico do Rio de Janeiro
RJ.Bradea - Boletim do Herbarium Bradeanum, Rio
de Janeiro, RJ.Eugeniana - Boletim Botanico do Colegio Anchie
ta - Nova Fliburgo, RJ.Hoehnea - Publiea9ao do Instituto de Botanica de
Sao Paulo, SP.Kew Bulletin - Royal Botanical Garden - Kew,
England.Revista Brasileira de Botanica - Publieac;ao da
Sociedade Botanica de Sao Paulo - SP.Rodliguesia - Revista do Jardim Botanico do Rio
de Janeiro, RJ.Sellonia - Anais Botanicos do Herbario "Barbosa
Rodrigues", Itajai, Sc.Para urn levantamento de trabalhos taxionornieos
indica-se como referencia a serie de publicaC;6es:- Bibliografia de Botanica. Taxonomia de Angios
pemlae Dicotiledoneae. 1972. Coord. Jorge PereiraFontella - Publica9aO do Jardim Botanico do Rio deJaneiro, RJ. Rodriguesia e Boletim do Museu Botanieo Kuhlmann.
3.5.1.3 Identificar;ao para Atendimento a Projetos
Quando 0 determinador realizar a identifieac;ao deexemplares recomenda-se que estas identificac;6essejam listadas e acompanhadas por dados de referencia indispensaveis, tais como:
· Indicac;ao do nome do Projeto e da Operac;ao deCampo.
· Nome do(s) coletor(es).· Listagem de identificac;ao, famflia, genero e es
pecies organizada seguindo a seqUencia de numerac;ao da coleta.
· Nome do deterrninador responsavel e data dadeterminac;ao.
Quando necessario, a listagem pode ser acompanhada de comentarios que 0 deterrninador julgarprecedentes, como, por exemplo, alguma particularidade da amostra.
A listagem de identifica9ao deve ser encarninhadatambem ao coletor, quando este nao for 0 determinador, para que 0 mesmo possa atualizar sua fichade coleta.
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3.5.1.4 Montagem e Registro
as exemplares, ja com as etiquetas correspondentes, passam it etapa de montagem que eonsiste basicamente em fixar a amostra boHinica e a etiqueta acartolina com as dimens5es de 42 em x 29 em(camisa), seguindo-se os seguintes praeedimentos:
a) colar a etiqueta do lado inferior direito da camisa. Etiquetas adicionais menores ficam no lado inferior esquerdo (Figura 23 b);
b) flares e frutos nao devem ser fixados acartolinasob as partes vegetativas. As partes das amostrasbotfulicas que se desprenderem devem ser guardadas em envelopes (Figura 23 a) que sao afixados itcmiolina (Mori et al., 1985);
I,IIIIII
'---,- - -- ----:----- ---I I, I
I II I
~I I<:1: 1 11:.~: i:01 °1
\ 0\
'--- ------t-------IIIIIIII
c) prender a amostra na camisa com fita, linha(eostura), cola ou resina especial (Figura 23 b);
d) no caso de a amostra ultrapassar os limites daeamisa, aparar ou dobrar as sabras; e
e) apos a prepara~ao, a eamisa sera envolta poruma folba de papel pardo (saia) ja impressa comnome e a sigla do herbario, que quando aberta mede42 cm x 60 cm e, quando dobrada longitudinalmente, mede 42cm x 30cm (Figura 23 c). Na parteinferior esquerda anotar 0 nome da famllia no sentido vertical, em seguida anotar 0 nome do generae/ou especie na base da saia. a m1mero de registrofica do lado superior esquerdo, no sentido horizontal (Figura 23 c).
............ ................
ETJQUETAS
bD~
LtJENVELOPE
Ptl.RA FRAGNENTOS
SIt3LA DO H!RB4R)O NOMe 00N~ RElJ 00 HfR8ARrO HERSARIO
c'-- -J
Fig 23 - Materiais para montagem de Exemplares no Herbario: Envelope para fragmentos da amostra (a); Camisa para Montagem(b); Saia para Montagem (c).
74 Manual Tecnico da Vegelarlio Brasileira
Luciana
Highlight
Cada exsicata recebe um numero de registro doherbario. Esta numera~ao, em ordem crescente esequencial, e anotada em um livro denominadoLivro de Registro do Herbdrio ou Livro de Tombo.a numero de registro eanotado na etiqueta, ap6s asigla do herbario (Figura 23 c).
Atraves do livro de registro 0 curador estani sempre informado do m.1mero de exemplares que entraram no herbario.
Ap6s essa etapa a exsicata estara pronta para serincorporada ao acervo do herbario, onde ocuparaum lugar predeterrninado
3.5.].5 IncorporQl;iio das Exsicatas
No herbario a organiza~ao das farnflias e de seusrespectivos generos depende do sistema adotado,que pode ser um dos Sistemas de Classifica<;:aoFilogenetica, que considera a rela~ao evolutiva entre as famflias, ou simplesmente de ordem alfabetica(Mori et aI., 1985). Independente do sistema adotado, as exsicatas identificadas a nivel de especie saoorganizadas em ordem alfabetica, por genero. Asexsicatas de um mesmo genero nao identificadas ateespecie sao arrumadas ap6s aquelas detetminadas,e as que estao apenas a nivel de fanulia ficarn nofinal de todos os generos.
3.5.2 Manuten~ao das Cole~Oes
As cole~oes devem ser guardadas em armarios dea~o, com boa veda<;:ao, divididos em compartimentos horizontais e verticais apropriados as dimensoesdas exsicatas.
Para manter as cole~oes bomnicas de um herbarioem perfeito estado de conserva~ao sao necessariasas seguintes condi~oes:
- climatizar 0 ambiente;
- manter os arrnarios hermeticamente fechados;
- submeter 0 ambiente a processos peri6dicos defumiga~ao; e
- revisar periodicamente as exsicatas.
A indica~ao e a metodologia dos processos demanuten~ao das cole~Oes podem ser encontradasnos trabalhos de Lewis (1971), Crisafulli (1980),Womesrsley (1981) e Morl et aI. (1985).
Manllal Tecnico da Vegetarlio Brasileira
3.5.3 Dinamica de Herbario
a enrlquecimento do aeervo do herbario e a manuten~aodas cole~Oes com identifica~6esatuaIizadas sao feitos pelo interdlmbio com pesquisadorese outros herbarios. Este consiste em doa~Oes e permutas de duplicatas. Em geral a doa~ao impliea acessao da duplieata em troca da identifica~ao daespecie. Processa-se de herbario para herbario, deherbario para especiaIista e de especiaIista paraherbario, ou ainda em situa90es onde duas institui\roes mantem regime de convenio. Antes de a duplieata ser enviada ao especialista, ou ao herbario, estedevera ser consultado no tocante adisponibilidadepara proeeder aidentifica\rao. A permuta, reaIizadasomente entre herbarios, consiste na troea igualitaria de duplicatas.
As identifica90es se referem sempre acomplementa<;:ao, atualiza<;:ao e revisao dos nomes cientfficos. Anota-se na etiqueta do exemplar original aobserva\rao det. in dupl., 0 que significa que 0
especiaIista nao examinou a exsicata original, massim uma duplicata (Moli et aI., 1985).
Os exemplares a serem doados ou permutados naodevem estar montados, porem devem estar acompanhados por etiquetas com os dados de coleta e como numero de registro do herbalio de origem. Recomenda-se que as doa\rOes e permutas obede~am aum certo criterio, por exemplo as duplicatas dedeterminada especie devem destinar-se de preferencia a herbario que tenha espeeialista naquele grupode plantas.
autro processo de dinfunica do herbario e 0 emprestimo do materiaI para atender a solicita~Oes dosespeciaIistas. a material e cedido pelo curador, portempo determinado. a especialista deve devolver 0
material com etiqueta de identifica9ao. Eimprescindlvel que as exsicatas retomem ao herbario de origem em perfeito estado.
Todo material que sair do herbario para atender aqualquer um dos processos citados deve ser controlado e diseriminado em guias de remessa. Estas,seriadas e numeradas, devem conter 0 numero deregistro da exsicata, estando associado ao nome docoletor e seu respectivo numero de coleta. Sao preparadas em tres vias, a primeira fica arquivada noherbaria de origem, a segunda segue por carta avisando que 0 material sera encaminhado e a ultimasegue junto com 0 material. a curador do herbariodeve possuir cadastros de outros herbarios, isto e, 0
Index Herbariorum ou publica\rao equivalente.
75
Luciana
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Luciana
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Luciana
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4 PROCEDIMENTOS PARA MAPEAMENTO
4.1 Interpreta~ao Preliminar
Com base na analise dos padr5es de tom, textura,relevo e drenagem associada a estudos climaticos,delinear os diferentes ambientes ecol6gicos que,por sua vez, estao relacionados aos diferentes tiposde vegeta~ao. Paralelamente procede-se it revisaobibliografica inerente it area.
4.2 Integra~aoPreliminar
Ap6s a interpreta~ao, e realizada a integra~ao dasFolhas, que fomece uma visao de conjunto e permite escolher os ambientes a serem visitados por ocasiiio das opera~6es de campo terrestres, fluviais eaereas (sobrevoo e helicoptero).
4.3 Opera~oesde Campo
Com base na interpreta~ao preliminar dos padr6esde imagem, sao programadas as opera~oes de campo, cujo objetivo principal e verificar a correla~iio
destes padr6es com a cobertura vegetal existente naarea.
a local onde e executada a coleta de materialbotanico e/ou feita uma amostragem visando it determina~ao do potencial madeireiro e denominadoponto, que e representado por E e A, respectivamenteo Durante os deslocamentos enos pontos, os tecnicos responsaveis pela opera~ao de camporealizarao observa~6es que visam a identificar ostipos de vegeta~iio e as areas antr6picas.
Dependendo da natureza das opera~6es de campo,as observa~6es serno registradas na eademeta decampo, na ficha de coleta de material botfulico, naficha de amostra de inventario, nas c6pias ofsete dosmosaicos de imagem, nas grava~6es em cassete etambem por meio de fotografias e slides coloridos.
4.3.1 Caderneta de Campo
Academetade campoe urn documento imprescindf~el para ser utilizado nas opera~6es de campo,seJam elas terrestres, fluviais ou aereas.
A cademeta de campo e de carater pessoal, isto e,cada tecnico deve levar a sua, independentementedo nt1mero de tecnicos envolvidos na opera~ao decampo.
A cademeta de campo devera conter 0 registro detodas as observa~oes feitas, nao somente aquelas
intrinsecamente relacionadas com 0 estudo emquestiio, mas quaisquer outras que 0 tecnico julgarnecessanas.
A cademeta de campo deve ser confeccionada emmaterial resistente (capa dura), bern como terpadronizadas tanto a sua forma como as suas dimensoes.E recomendavel que 0 nome da Institui~iio sejaimpressa na capa e que na primeira folha sejamreservados locais onde serao registrados 0 nome dotecnico, a lota~ao e 0 numero da opera~ao de campo.
Convern salientar que todas as infonna~oes inerentes ao tema em estudo, por mais simples quepares:am, devem ser registradas, pois a qualidade deinterpreta~ao sera mais proxima da realidade quantamaiores forem as informa~6es conseguidas.
4.4 Reinterpreta~ao
Ea fase do mapeamento onde e executada a integra~iio das observas:6es de campo com as de consultas bibliograticas que fomecem subsfdios para arevisao da interpreta~aopreliminar.
Nessa etapa sao corrigidas e aperfei~oadas as linhas de delimita~ao, eliminadas as duvidas e legendadps os ambientes.
Posteriormente, dependendo da escala de apresenta~ao do produto fmal, as Folhas sao reduzidas elan~adas em uma base cartografica.
4.5 Mapa Final
a mapa contera os ambientes legendados, os pontos de amostra de inventano e os de flonstica numerados em ordem sequencial da esquerda para adireita e de cima para baixo. as pontos de invenmrioserao representados por A enquanto que os de flonstica por F. No mapa a legenda devera ficar semprelocalizada do lado direito. Ainda no mapa, cadaambiente devera ser diferenciado dos demais pelalegenda, cor e/ou omamentos. As subfonna~6es,
dentro de cada formas:ao florestal, bern como ossubgrupos de fonna~ao dentro de cada forma~iio
campestre, serao diferenciados apenas pela legenda.Assim sendo, as unidades de mapeamento, inerentes it vegeta~iio natural, seriio representadas na legenda sob a forma de boxes e posicionadas deacordo com a rela~iio apresentada a seguir, em queo mlmero representa 0 lapis da serie multicolor daFaber-Castell.
Luciana
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VEGETA~AO LEGENDA COR ORNAMENTO
Floresta Ombr6fila Densa Aluvial Da 33
Floresla Ombr6fila Densa Aluvial com dossel uniforme Dau 33
Floresta Ombr6fi1a Densa das Terras Baixas Db 34
Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas com dossel uniforme Dbu 34
Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas com dossel emergente Dbe 34
Floresla Ombr6fi1a Densa Submontana Ds 35
Floresta Ombr6fila Densa Submontana com dossel uniforme Dsu 35
Floresla Ombr6fi1a Densa Submontana com dossel emergente Dse 35
Floresta Ombr6fi1a Densa Montana Dm 36
Floresta Ombr6fi1a Densa Montana com dossel uniforme Dmu 36
Floresta Ombr6fila Densa Montana com dossel emergente Dme 36
Floresta Ombr6fila Densa Alto-Montana Dl 37
Floresta Ombr6fi1a Densa Alto-Montana com dassel unifome DIu 37
Floresta Ombr6fi1a Aberta das Terras Baixas Ab 34oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresla Ombr6fi1a Aberta das Terras Baixas com palmeiras Abp 34 oo00ססooססooסס00
oo00ססooססooסס00
Floresta Ombr6fila Aberta das Terras Baixas com cip6s Abc 34 oo000ססooססooסס0
oo000ססooססooסס0
Floresta Ombr6fila Aberta Submontana As 35 ooססooססooססooסס
ooססooססooססooסס
Floresta Ombr6fila Aberta Submontana com palmeiras Asp 35 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fi1a Aberta Submontana com cip6s Asc 35 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fila Aberta Submontana com bambus Asb 35 ooססooססooססooסס
ooססooססooססooסס
Floresta Ombr6fi1a Aberta Submontana com sororoca Ass 35 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fila Aberta Montana Am 36 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fila Aberta Montana com palmeiras Amp 36 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fila Aherta Montana com cip6s Amc 36 ooooooooooo~oo0ססooססooסס000
Floresta Ombr6fila Mista Alto-Montana MI 37 ................................................... --.
Floresta Estacional Semidecidual Aluvial Fa 22
78 Manual Ticnico da Vegetafiio Brasileira
VEGETAC;AO LEGENDA COR ORNAMENTO
F10resta Estacional Semidecidual Aluvial com dossel uniforme Fau 22 I IFloresta Estacional Semidecidual Aluvial com dossel emergente Fae 22 I IF10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas Fb 32 I IF10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas com dossel unifonne Fbu 32 I ~
F10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas com dossel emergente Fbe 32 [ \
F10resta Estacional Semidecidual Submontana Fs 28 I I
Floresta Estacional Semidecidual Submontana com dossel uniforme Fsu 28 I I
Floresta Estacional Semidecidual Submontana com dossel emcrgcnte Fse 28 I IFIorcsta Estacional Semidecidual Montana Fm 26 I I
F10resta Estacional Selllidecidual Montana com dossel uniforme Fmu 26 I I
Floresta Estacional Semidecidual Montana com dossel emergente Fme 26 I II 0000000000000000 IFloresta Estaeional Decidual Aluvial Ca 22 oo0000סס00000000
I oooooooooooo~FlO! esta Estacional Decidual Aluvial com dossel uniforme Cau 22 ooסס000000000000
0000000000000000
Florcsta Estacional das Terras Baixas Cb 32 0000000000000000
oo000000000סס000
Floresta Estacional Decidual das Terras Baixas com dossel uniforme Cbu 32 0000000000000000
oo00000000ססooסס
F10rcsta Estacional Decidual das Terras Baixas com dossel emergente Cbe 32 oo0000סס00000000
Floresta Estacional Decidual Submontana com dossel uniforme Csu 28 oo00סס0000000000
0000000000000000
Floresta Estacional Decidual Submontana com dossel emergente Cse 28 oo00סס0000000000
0000000000000000
F10resta EstacionaI Decidual Montana Cm 26 oo000000סס000000
ooסס000000000000
Floresta Estacional Decidual Montana com dossel unifonne Cmu 26 0000000000000000
0000000000000000
F10resta Estacional Decidual Montana com dossel emergente Cme 26 oo00ססoo0000סס00
Campinarana F10restada Ld 27
Cmnpinarana Florestada sem palmeiras Lds 27
Campinarana Florestada com palmeiras Ldp 27
Can1pinarana Arborizada La 24
Cmnpinarana Arborizada sem palmeiras Las 24
Cmnpinarana Arborizada com palllleiras Lap 24
Campinarana Gralllfneo-Lenhosa Lg 23
Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira 79
VEGETA~AO LEGENDA COR ORNAMENTO
Campinarana Gramineo-Lenhosa scm palmeiras Lgs 23 I ISavana Florestada Sd 9 I ISavana Arborizada Sa 12 I ISavana Arborizada scm florcsta-de-galeria Sas 12 I ISavana Arborizada com floresta-de-galeira Saf 12 I ISavana Parque Sp 4 I ISavana Parque sem floresta-de-galeria Sps 4 I ISavana Parque com floresta-dc-galeria Spf 4 I ISavana Gramineo-Lenhosa Sg 2 I
,
Savana Gramineo-Lenhosa sem floresta-dc-galeria Sgs 2 [ ISavana Gramineo-Lenhosa com floresta-de-galeria Sgf 2 I ISavana-Estepica F10restada Td 14 I ISavana-Estepica Arborizada Ta 15 I ISavana-Estepica Arborizada sem floresta-de-galeria Tas 15 I ISavana-Estepica Arborizada com floresta-de-galeria Taf 15 I ISavana-Estepica Parque Tp 16 I ISavana-Estepica Parque sem floresta-de-galcria Tps 16 I ISavana-Estepica Parque com floresta-de-galcria Tpf 16 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa Tg 17 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa scm floresta-de-galeria Tgs 17 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa com f1oresta-de-galeria Tgf 17 I
,
Ea 15 I oo00ססooססooסס00 IEstepe Arborizada oo00ססooססooסס00
Bas 15 I oo00ססooססooסס00 ,Estepe Arborizada sem floresta-de-galcria oo00ססooססooסס00
Eaf 15 I oo00ססooססooסס00 IEstcpe Arborizada com f1oresta-de-galcria oo00ססooססooסס00
Ep 16 I oo00ססooססooסס00 IEstepe Parque oo00ססooססooסס00
Estepe Parque sem floresta-de-galeria Eps 16 I oo0ססooססooססooסס Iססooססooססooססoo0
Estepe Parque com floresta-de-galeria Epf 16 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00
Estepe Gramineo-Lenhosa Eg 17 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00
Estepe Gramineo-Lenhosa sem floresta-de-galeria Egs 17 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00
80 Manual Tecn/co da Vegetafiio Brasileira
VEGETA<:AO
Estepe Gramfneo-Lenhosa com floresta-de-galeria
Forma~iio Pioneira com influencia marinha
Forma~iio Pioneira com influencia marinha arb6rea
Forma~iio Pioneira com influencia marinha arbustiva
Forma~iio Pioneira com influencia marinha herbacea
Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha
Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha arb6rea
Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha herbacea
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre
Forrna~iio Pioneira com influcncia fluvial e/ou lacustre buritizal
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva sempalmeiras
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva cornpalrneiras
Forma~iio Pioneira com influcncia flu vial e/ou lacustre herbacca
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre herbacea sempalmeiras
Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre herbacea compalrneiras
I -- -- ------ -- -- ICantata EstepelFloresta Estacional-ec6tono EN 55 .... _......... _._ .....
I -I -I -1-1-1 -I -I ICantata SavanaiSavana-Estepica-ec6tono ST 55 -1-1-1-1-1-1-1
Obs.: Para os contatos na fonna de encrave adota-se a cor eo ornamento da fonna~ao ou do subgrupode fonna~ao dominante. Os Contatos Floresta Ombr6fila DensaIFloresta Mista, SavanalFlorestaOmbr6fila Mista, FIoresta EstacionaIIFloresta Ombr6fila Mista e Floresta OmbrofilaIRefUgioVegetacional so ocorrem na forma de encrave.
I "::::::::::::=:JRefUgio Alto-Montano hcrbaceo rlh 53
As unidades de mapeamento, inerentes as areas antropicas, serao tambem representadas, na legenda,sob a forma de boxes e posicionadas de acordo com a rela~ao apresentada a seguir, em que 0 numerorepresenta 0 lapis de serie multicor da Faber-Castell.
Areas Antr6picas AA 58
Vegeta~ao Secundaria Vs 56
~oooooooooooooVcgcta~ao Sccundaria sem palmeiras Vss 56 oo0ססooססooסס000
Vegeta~ao Secundaria com palmeiras Vsp 56........................................................
Agropecuaria Ag 57
Agriculturaoo0ססooססooסס000
Ac 57 oo0ססooססooסס000
1111111111111111111Agricultura com culturas permanentes Acp 57 1111111111111111111
vvvvvvvvvvvvvAgricultura com culturas cfclicas Ace 57 VVVYVVVVVYVVV
Pecuaria Ap 57....................................._---- ........ - ....
FlorestamentolReflorestamento R 54
FlorestamentolReflorestamento com Eucaliptos Re 54 oo0ססooססooסס000
oo0ססooססooסס000
82 Manual Tecnico da VegetarGo Brasileira
VEGETAl;AO LEGENDA COR ORNAMENTO
FlorestamentolRefiorestamento com Pinus
FlorestamentolRefiorestamento com Acacias
FlorestamentolRefiorestamento com Algarobas
FlorestamcntolRefiorestamento com Frul{feras
Rp 54 1........................ 1................ __ ..........
Ra 54 1111111111111111111111111111111111111111
Rg 54 vvvvvvvvvvvvvvVVVVYVVVYVVVVV
Rf 54 1--------------------1---------------------
Quando for possive!, representar no mapa as unidades de mapeamento antr6picas levando emconsiderac;iio a vegetac;iio existente anteriormente (Figura 24).
0, + Ap
Om
Db
~Sal + Db
Sd
Sd
_-_Ap .;-50----- -=------- - - --
SOc__..£.-_---.::.:501 + Db
So, + Ap
Fig 24 - Exemplo da Reprcsenta~aoCartografica do Mapeamcnto da Vegcta~ao
Exemplo:- Pastagem em area antetiormente revestida pela
Savana'
* Legenda - S Ap
* Cor - 57
- Reflorestamento com pinus em area anteriormenterevestida pela Floresta Ombr6fila Densa:
* Legenda - D.Rp
* Cor - 54
* Omamento- * Omamento -
Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira 83
4.6 Relat6rio
Parte integrante dos resultados finais, 0 Relat6riodeveni ser ordenado com os seguintes itens mfnimos:-SUMARIO-RESUMO-ABSTRACT
PARTE IESTUDO FITOGEOGRAFICO
cientifico, se possivel seguido do nome vulgar entreparenteses, ex.: Himatanthus obovata (janauba); eplantas identificadas no campo - consta do nomevulgar seguido do nome cientffico entre parenteses,ex.: mangue-vermelho (Rhizophora mangle).
A listagem das especies coletadas sera organizadapelos tipos de vegeta~ao. Assim, ap6s a descri~ao
da ultima subforma~aoou subgrupo de forma~ao deuma regiao fitoecol6gica, seguir-se-a a rela~ao dasespecies coletadas.
Ex.: Rela~ao das especies coletadas na Savana(Cerrado).
Vochysiaceae
Vochysia thyrsoides Pohl mu<serengue F 17
PARTE IIINVENTARlO NAS FORMA<;OES
FLORESTAlS E CAMPESTRES
9 BIBLIOGRAFIA
Devera ser elaborada de acordo com as nonnasestabelecidas pela ABNT.
3 CARACTERIZA<;Ao DA AREA
Localizar a area ou as po~ula~6es trabalhadasindicando a superffcie em km e as principais viasde acesso.
Citar quais as areas antr6picas existentes em cadaregiao fitoeco16gica, bern como nas outras areasrevestidas por vegeta~ao.
8 CONCLUSOES E RECOMENDA<:OES
Descrever os resultados mais relevantes obtidosno trabalho e sugerir quais os estudos que deveraoserexecutados objetivando urn maiorconhecimentode area.
1 APRESENTA<:Ao
2 REVISAo DA LITERATURA
Mencionar, em ordem crono16gica, os pesquisadares que trabalharam na area e a contribui~ao decada urn.
4 SISTEMA FITOGEOGRAFICO BRASILEIRO
Conceituar os tipos de vegeta~ao, suas fonna~6es
e subfonna~6es ou subgrupos de fonna~ao, berncomo as outras areas revestidas por vegeta~ao e quenao sao consideradas como regi6es fitoecol6gicas.
5 ESTUDO FISIONOMICO-ECOL6GICO
5.1 Sumula hist6rica
Mencionar, em ordem cronol6gica, os pesquisadores que estudaram a area e a contribui~ao de cadaurn.
5.2 Mapeamento fitogeografico
Abordar de que maneira foi feito 0 mapeamento,qual 0 Sistema de Classifica~ao utilizado e qual aChave de Classifica~ao utilizada.
5.3 Legenda
Mencionar a legenda utilizada na area estudada.
5.4 Regi6es fitoeco16gicasIdentificar, localizar e caracterizar os tipos de ve
geta~ao, suas fonna~6es e subforma~6es ou subgrupos de forma~ao, bern como as outras areasrevestidas por vegeta~ao que nao sao consideradascomo regi6es fitoeco16gicas. Nas cita~6es de textodiferenciar as plantas coletadas do seguinte modo:plantas identificadas em laborat6rio - consta 0 nome
3 METODOLOGIA
Citar todas as atividades basicas executadas nodecorrer do trabalho (escrit6rio e campo), mencionando inclusive os tipos e as escalas dos sensoresremotos utilizados, bern como outros mapas e cartasusados.
1 INTRODU<:Ao
Localizar e indicar a area trabalhada em km2.
Mencionar os principais acidentes geograficos, cidades e aspectos mais relevantes da regiao.
20BJETIVOS
Mencionar os objetivos principais. Indicar se 0
trabalho foi feito para outra Institui~ao sob a formade Convenio ou Contrato.
84 Manual Teenieo da Vegetariio Brasileira
4 METODOLOGIA
4.1 Processamento de Dados
Citar em que tipo de computador foram processados eletronicamente os dados do inventario, qual 0
tipo de linguagem utilizada bern como mencionar acargo de quem ficaram as tarefas de prepara~ao econferencia de dados, alem daquelas inerentes aperfura~ao e processamento propriamente dito.
4.2 Amostragem
Citar 0 metodo utilizado e quais as suas vantagense desvantagens.
4.3 Forma, Tamanho e Dimens6es das Unidades deAmostra
Qual a forma geometrica da unidade de amostra;expressar seu tamanho em hectares e suas dimensaes em metros.
4.4 Intensidade Amostral
Mencionar quantas unidades de amostra forammensuradas na area ou nas popula~6es.
5 RESULTADOS E DIscussAoDescrever os resultados mais relevantes obtidos
no trabalho e fazer uma analise crftica.
6 CONSIDERAC;::OES FINAlS ERECOMENDAC;::OES
Mencionar quais os estudos que deverao ser executados, objetivando propiciar um melhor conhecimento da area, indicando inclusive quais osmetodos a serem utilizados.
TABELAS
ILUSTRAC;::OES
Manual Tecnico da Vegetar<io Brasileira
Mapas
Figuras
Estampas
Com relar,;ao as paginas iniciais, que comporao 0
Relat6rio Final, os procedimentos serao os seguintes:• Afolha de rosto sera reservada para, na sua porr,;ao
superior, conter 0 nome completo, em caixa alta,do IBGE e, no casu de Convenio ou Contrato, darespectiva entidade, quando enta~ neste particularprecedera ao IBGE. Na sua por~ao media deveraconter 0 nome do projeto e 0 tema abordado,ambos em caixa alta. A porr,;ao inferior sera destinada ao local e ana de confecr,;ao do relat6rio.
• A seguinte sera destinada a indicar a Presidenciada Republica e o(s) Ministerio(s) envolvido(s).
• A subseqiiente, no casu de Convenio ou Contrato,a estrutura organizacional da entidade, envolvidadiretamente no trabalho. No tocante ao IBGE,serao mencionados a Presidencia, Diretoria-Geral,Diretoria(s) e Departamento(s) efetivamente envolvido(s). Unidades de hierarquias inferior a Departamento nao deverao ser mencionadas.
• Posteriormente, em folha separada, serao citadosos autores e mantida a importancia de suas participar,;aes no trabalho.
.Outra folha devera conter os participantes, mencionadas as respectivas atividades desenvolvidas.
• Os agradecimentos constituem 0 fecho final, eserao extensivos apenas a pessoas ou entidadesnao peltencentes a estrutura organizacional doIBGE.Estes procedimentos estao exemplificados como
segue:
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SUPERINTEN~NC" Xl DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA - SUDAMFUNDACAO INSTITUTe 'lASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfsTICA -IBGE
ZONEAMENTO DASPOTENCIALIDADES DOS
RECURSOS NATURAlS DAAMAZONIA LEGAL
VEGETAl;:AO
Rio de Janeiro, 1988
Modelo de folba de ,oslo
SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA· SUDAM
SuperlntendenteDiretor do Departamento de Aecursos Naturais
FUNDAl;:AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFlAE ESTATISTICA. ffiGE
PresidenteDirelar-Geral
Diretor de GeocienciasChefe do Departamento de Recursos Naturals e Estudos Ambientais
Modelo de 3' p~gina
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Presidente da Rept1blicaMinislro do .Ministro do
ModeJo de 2' p~gina
AUTORES
Modelo de 4' p~gina
Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira
PARTICIPANTES
Modele de s' p;igina
Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira
AGRADECIMENTOS
Modele de f} p;igina
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Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira
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Manual Tecnico da Vegeta~aoBrasileira
o tema vegeta~aoeabordado em quatro capftulos, abrangendo osseguintes t6picos: sistema fitogeognifico, inventario das forma~6es
florestais e campestres, tecnicas e manejo de cole~6es botfulicas eprocedimentos para mapeamento.
o primeiro apresenta as conceitua~6es, a classifica~ao e a chave declassifica~ao das formas de vida, as terminologias, os sistemasprimarios e secundarios e a legenda do sistema fitogeognifico
adotada pela equipe de vegeta~aodo IBOE.No inventario das forma~6es florestais e campestres sao descritos
tipos de inventario quanto ao detalhamento, tecnicas de amostragem,etapas de um inventario florestal e procedimentos metodol6gicos
para levantamento do potenciallenhoso/arb6reo de forma~oes
campestres, entre outros assuntos.o capitulo que trata de tecnicas e manejo de cole~6esbotfulicas
informa sobre a metodologia e tecnicas especfficas de coleta eherboriza~ao, como tambem sobre a terminologia paradescri~aoda planta no campo e sobre 0 tratamento e
manuten~ao de cole~oes em herbario.Finalmente, sao descritos os procedimentos para mapeamento, desde
a interpreta~ao preliminar ate aelabora~ao do relat6rio.