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REVER A LEI, SEGUIR A UE NOVO MACAU PÁGINA 4 TIAGO ALCÂNTARA ALTA PRESSAO DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 22 DE OUTUBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3198 TRANSMAC NOS LIMITES DA CAPACIDADE PUB hojemacau Todos os dias mais de 500 mil pessoas tentam apanhar um autocarro em Macau. A pressão sentida por quem presta os serviços é cada vez maior. É o que diz a directora da Transmac, Chan Hio Ieong, que apela ao Governo para intervir e resolver as dificuldades que têm conduzido ao aumento de agressões entre condutores e passageiros. A recente sugestão do Conselho para os Assuntos Médicos encontra eco dentro da comunidade do sector. SAÚDE Profissionais e estudantes apoiam proposta de exame de avaliação JUIZ JOSÉ CRUZ VILAÇA As estratégias europeias para o mercado chinês e outras histórias PÁGINA 6 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB ˜ ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 SOCIEDADE PÁGINA 8 DADOS PESSOAIS
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Hoje Macau 22 OUT 2014 #3198

Apr 05, 2016

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Hoje Macau N.º3198 de 22 de Outubro de 2014
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REVER A LEI, SEGUIR A UE

NOVO MACAU PÁGINA 4

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ALTAPRESSAO

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 2 2 D E O U T U B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 1 9 8

TRANSMACNOS LIMITES DA CAPACIDADE

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hojemacau

Todos os dias mais de 500 mil pessoas tentam apanhar um autocarro em Macau. A pressão

sentida por quem presta os serviços é cada vez maior. É o que diz a directora da Transmac, Chan Hio Ieong, que apela ao Governo para intervir e resolver as dificuldades que têm conduzido ao aumento de agressões entre

condutores e passageiros.

A recente sugestão do Conselho para os Assuntos Médicos encontra eco dentro da comunidade do sector.

SAÚDEProfissionais e estudantes apoiam proposta de examede avaliação

JUIZ JOSÉ CRUZ VILAÇAAs estratégias europeias parao mercado chinês e outras histórias

PÁGINA 6

PUB

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ENTREVISTA PÁGINAS 2-3

SOCIEDADE PÁGINA 8

DADOS PESSOAIS

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2 hoje macau quarta-feira 22.10.2014ENTREVISTA

ANDREIA SOFIA [email protected]

Como olha para o quadro geral de comércio entre a UE e a China?A UE de 28 países representava em 2012, 15% do comércio mundial de mercadorias, sendo o maior impor-tador e o maior exportador no plano global. Neste contexto, a China é o segundo maior importador mun-dial de produtos provenientes da UE, a seguir aos Estados Unidos, e o primeiro exportador para a UE, à frente da Rússia e dos EUA. De quase inexistente há 20 anos, o co-mércio entre a China e a UE passou a representar actualmente mais de mil milhões de euros por dia. Pode, por estes números, verificar-se a importância que, para ambas as partes, representa esta parceria co-mercial. Não admira, por isso, que a UE considere o mercado chinês como um mercado estratégico, cuja importância no comércio bilateral não pode senão aumentar à medida que a economia chinesa cresce e se desenvolve.

JOSÉ LUÍS DA CRUZ VILAÇA, JUIZ DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA

“UE considera o mercado chinês como um mercado estratégico”A política portuguesa de ‘vistos gold’ tem sido considerada um brilhante exemplo de sucesso no plano internacional, admite José Luís da Cruz Vilaça, que alerta, contudo, que este nãoé o único caminho para investir em Portugal. Em entrevista concedida por e-mail, o representantede Portugal junto do Tribunal de Justiça europeu defende ainda que “o nívelde liberalização ainda é insuficiente”em relaçãoà entradade empresasno mercado chinês

E quanto à entrada de empresas no mercado chinês? O nível de liberalização é ainda claramente insuficiente no que respeita aos serviços, queixando--se as empresas europeias, em especial, das dificuldades de acesso aos mercados públicos na China. No plano do investimento directo, a situação é ainda desequilibrada, não representando a China mais do que 2,6% do investimento estran-geiro na Europa, contra 20% da Europa no total de investimentos directos estrangeiros na China. Há portanto, um vastíssimo espaço de abertura e cooperação no caminho do comércio e da cooperação económica bilateral entre a UE e a China, de que ambos os blocos podem, a curto prazo, tirar impor-tantes benefícios.

Como analisa a política do Go-verno português em relação aos ‘vistos gold’? É a melhor forma de atrair investimento e projec-tos para Portugal?A política portuguesa de ‘vistos

gold’ tem sido considerada um brilhante exemplo de sucesso no plano internacional. Ainda recentemente, o Financial Times considerava o programa portu-guês de ‘vistos gold’o mais bem sucedido na UE. Em menos de dois anos, foi atribuído um total de 1360 vistos, 81% (1100) dos quais a cidadãos chineses. Só no sector imobiliário, o programa representou uma entrada de 900 milhões de euros, estimando-se que possa atingir dois mil milhões

em finais de 2015. Este não é, contudo, o único nem o mais signi-ficativo caminho de acesso para o investimento chinês em Portugal, como atesta a parte importante do capital chinês no programa de privatizações (EDP, REN) e na aquisição de outras empresas, nos sectores dos seguros ou da saúde, entre outras áreas.

Foi detido um cidadão chinês com ‘visto gold’ no âmbito de um mandado de captura internacio-nal. As autoridades portuguesas devem estar melhor preparadas para uma eventual subida deste tipo de casos, ou de eventuais crimes ligados a esta política?De acordo com as informações de que disponho, o caso que cita não resultou de uma qualquer falha do sistema de ‘vistos gold’. Pelo con-trário: a emissão de mandado de captura internacional foi posterior à atribuição do visto e facilitou e tornou mais rápido o processo de identificação e captura do visado. O mecanismo de fiscalização e cooperação internacional está montado e a sua eficácia testada, não havendo, creio eu, motivo para pensar que as autoridades portuguesas não estão prepara-das para qualquer eventualidade desse tipo.

Relativamente à Europa, como encara o problema dos emigran-tes ilegais que todos os anos lá chegam?A imigração ilegal é, antes de mais, um reflexo dos tremendos problemas económicos, sociais e políticos que alguns países enfrentam. Alguns desses países estão situados na vizinhança da Europa, seja no norte de África, no Próximo Oriente ou na fronteira leste da UE. Mas a extensão do problema vai bem mais longe. A política de imigração europeia é generosa e aberta e pode constituir um importante factor de susten-tação do crescimento económico e de renovação social, mas um fluxo incontrolado de imigrantes por razões económicas deve ser evitado. A capacidade de absorção dos países europeus é limitada, sobretudo em período de crise económica, e há que evitar as dificuldades que, a prazo, podem resultar da criação de focos de ins-tabilidade - sobretudo na periferia das grandes cidades - resultantes da dificuldade de integração e da condução de políticas de imigra-ção mal concebidas. Os países periféricos do sul da UE (Itália, Espanha, Grécia, em menor medi-

De quaseinexistente há 20 anos, o comércio entre a China e a UE passou a representar actualmente maisde mil milhõesde euros por dia

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3 entrevistahoje macau quarta-feira 22.10.2014

D EPOIS do alerta do surto do vírus Ébola ter chegado à Europa e aos Estados Unidos, José Luís da Cruz Vilaça não tem dúvidas:

as fronteiras só devem fechar em casos extremos, mas mais medidas preventivas devam ser tomadas pelos países.

O juiz do Tribunal de Justiça da UE, que vai estar em Macau a 27 de Outubro para uma conferência na Fundação Rui Cunha, assegura que “a resposta dos Governos da UE tem sido ajustada às circuns-tâncias específicas de cada país”, no que ao Ébola diz respeito, e que “a exposição à contaminação é variável de país para país”, sendo que, até à data apenas alguns casos confirmados de infecção pelo vírus têm sido registados na Europa, levantando, “como em Espanha, natural alarme nos países afectados”.

José Luís da Cruz Vilaça assegura que “Portugal,

como outros Estados membros da UE, tem tomado importantes medidas de prevenção e informação”, mas alerta também para o facto de, “perante um flagelo desta natureza e dimensão” - que já matou cerca de quatro mil pessoas e terá infectado mais de oito mil -, “é necessária uma acção concertada a nível mundial e não apenas europeu”.

O juiz do Tribunal de Justiça da UE considera que os “países africanos que são o foco principal do vírus têm reclamado [essa acção] com crescente vigor” e que “a liberdade de circulação das pessoas já está, de certa maneira, afectada pelos controlos e as medidas preventivas adoptadas”. Ainda assim, diz, “não é de excluir que mais medidas devam ser tomadas, dada a velocidade de propagação e a agres-sividade do vírus”. Contudo, deixa o alerta de que “fechar as fronteiras deve ser uma medida a tomar apenas se a gravidade da situação o exigir”. - A.S.S.

JUIZ QUE JÁ FOI POLÍTICO José Luís da Cruz Vilaça vai dar uma palestra na próxima segunda-feira na Fundação Rui Cunha sobre as relações entre a Europa, China e Macau, sem esquecer as temáticas da importação, ajudas de Estado e a livre circulação de pessoas. O juiz do Tribunal de Justiça da UE licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo feito um mestrado em Ciências Político-Económicas na mesma instituição académica. Posteriormente, fez um doutoramento em Economia Internacional na Universidade de Paris I Panthéon Sorbonne. José Luís da Cruz Vilaça desempenhou ainda o cargo de Secretário de Estado da Administração Interna em Portugal, tendo sido também Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Secretário de Estado para a Integração Europeia, no período entre 1980 e 1983. Foi também deputado à Assembleia da República. A entrada nas instituições europeias deu-se em 1989, quando assumiu o lugar de presidente do Tribunal de Primeira Instância das Comunidades Europeias. Seria ainda presidente do Conselho de Disciplina da Comissão Europeia, entre 2003 e 2007, antes de entrar para o Tribunal de Justiça em Outubro de 2012.

JOSÉ LUÍS DA CRUZ VILAÇA, JUIZ DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA

“UE considera o mercado chinês como um mercado estratégico”Entendo que o Estado Social na Europa não está em causa. O que está em causa é, sim, a sua reforma, de maneira a assegurar a sua sustentabilidadee o seu reforço

SOBRE AS FRONTEIRAS E A PROPAGAÇÃO DO VÍRUS ÉBOLA

“Não é de excluir que mais medidas sejam tomadas”

da Portugal) são os mais expostos a este fenómeno, na medida em que constituem uma fronteira externa da União. O problema, no entanto, deve ser tratado como uma questão de interesse comum, dado o princípio da livre circula-ção no interior do mercado único e do espaço de liberdade, segurança e justiça criado pelos Tratados e pelo acordo de Schengen. Só em

Ainda recentemente, o Financial Times considerava o programa português de ‘vistos goldo mais bemsucedido na UE

espírito de solidariedade pode pois fazer-se face às dificuldades daqui resultantes.

Os Estados europeus devem aju-dar estas pessoas que se vêem sem recursos num país estrangeiro?Há que distinguir a emigração de natureza económica - que pode exigir um apoio imediato e tem-porário em situações de penúria, mas que deve enquadrar-se nos limites de uma sensata política europeia de imigração - da que resulta de situações de perseguição que, muitas vezes, põem em risco direitos fundamentais das pessoas, a sua liberdade ou mesmo a vida. Neste último caso, a UE dispõe de uma política de asilo consistente e enquadrada por legislação da União, sujeita ao controlo do Tri-bunal de Justiça, o que permite uma aplicação segura e respeitadora dos direitos fundamentais.

O presidente cessante da Comis-são Europeia, José Manuel Durão Barroso, foi a favor do aumento do salário mínimo em Portugal para 502 euros, mas houve muitas vozes contra. É uma boa medida para melhorar o cenário de crise que se vive no país?A política social é, no que respeita ao nível das remunerações, da com-petência dos Estados membros, tendo a UE neste domínio uma mera competência subsidiária ou de apoio das políticas nacionais. Em Portugal, o nível do salário mínimo é objecto de discussões no âmbito da concertação social e, se foi possível aumentar o salário mínimo, foi porque se reconheceu, por um lado, que o congelamento a que o mesmo estava sujeito era penalizador dos rendimentos mais baixos e, por outro lado, que a si-tuação geral das empresas permitia o seu aumento sem prejuízo da recuperação do nível de emprego na economia. Não há dúvida de que aqueles que vão poder beneficiar deste aumento o considerarão uma boa medida.

O Fundo Monetário Interna-cional (FMI) assumiu erros em alguns programas de resgate europeus, nomeadamente no caso da Grécia. Considera que os Estados-Membros da UE devem adoptar mais políticas de apoio social e evitar o fim do chamado Estado Social?Entendo que o Estado Social na Europa não está em causa. O que está em causa é, sim, a sua refor-ma, de maneira a assegurar a sua sustentabilidade e o seu reforço,

sem prejuízo da manutenção de um nível elevado de protecção social para todos os casos que dela neces-sitem. Flexibilidade na economia e previsibilidade e segurança nas relações sociais e laborais têm sido a chave do sucesso dos programas sociais dos países mais bem suce-didos neste domínio. Cada período

e cada fase do ciclo requer as so-luções adequadas ao momento. A crise que conhecemos na Europa, sobretudo em certos países - como Portugal, a Grécia, a Espanha e outros -, foi violentíssima e os cus-tos da restauração dos equilíbrios económicos e financeiros perdidos foram enormes. É chegada a altura

de procurar novos caminhos de recuperação do crescimento e do emprego que reforcem a competi-tividade internacional das nossas economias e que, sem pôr em causa os equilíbrios essenciais (como em qualquer economia doméstica), não percam de vista as reformas necessárias.

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4 POLÍTICA hoje macau quarta-feira 22.10.2014

J ASON Chao e vá-rios membros da Associação Novo Macau (ANM) es-

tiveram ontem reunidos com os responsáveis do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP), tendo exigido a revisão da Lei de Protecção de Dados Pessoais, segundo novas directrizes aprovadas pela União Europeia (UE) em Janeiro deste ano.

Segundo um comunica-do enviado às redacções, a ANM exige mudanças que consistem em dar maiores direitos aos indivíduos quando está em jogo a uti-lização de dados pessoais. Pede-se que seja mantido “o direito a ser esquecido”, para que “quando não se deseja que os dados sejam processados e não há fun-damentos legítimos para os manter, os dados serão apagados”.

A ANM pede ainda que

Chan Hong Menos carga horária nas escolas A deputada Chan Hong defendeu que o Estatuto do Pessoal Docente, da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, deve ser alternado permitindo diminuir a carga lectiva por semana dos docentes das escolas públicas. Não é a primeira vez que o assunto é mencionado pela deputada, tendo já esta falado na Assembleia Legislativa (AL) sobre o assunto, na semana passada. Chan Hong quer saber se existe um calendário dedicado à alteração e diz que, caso não exista, é injusto para os docentes das escolas públicas, porque estes não conseguem ter tempo para se dedicar ao aconselhamento aos alunos. Além disso, a deputada pergunta também ao Governo se este irá elaborar regulamentos sobre a avaliação ao desempenho e desenvolvimento profissional dos professores.

AL Kwan Tsui Hang pode sair em 2017Kwan Tsui Hang, deputada à Assembleia Legislativa (AL) eleita pela via directa, deverá estar de saída do hemiciclo daqui a três anos. Conforme disse ao HM, a deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem mais três anos para continuar os trabalhos legislativos e concluir a V Legislatura da AL. Kwan Tsui Hang garantiu que “será possível sair do hemiciclo daqui a três anos por causa da idade”, mas defendeu ainda que “se tiver capacidade, mesmo que não esteja na AL”, fará “o máximo trabalho possível pelos assuntos sociais, incluindo a ajuda aos residentes”.

A Associação Novo Macau quer uma actualização da Lei de Protecção de Dados Pessoais que esteja de acordo com as indicações da União Europeia

DADOS PESSOAIS NOVO MACAU PEDE REVISÃO DE DIPLOMA

Pelo “direito a ser esquecido”

“Quando o consentimentoé necessário para o processamento de dados, deve ser pedido explicitamente. Não pode seralgo assumido à partida”COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO NOVO MACAU

seja criado um “acesso mais facilitado aos dados”, como “o direito a ter dados portáteis para que seja mais fácil de transferi-los para diversos prestadores de serviços”.

PODER DE DECISÃOJason Chao e os restantes membros querem ainda que seja permitido a uma pes-soa decidir como é que os seus próprios dados serão utilizados por empresas. “Quando o consentimento é necessário para o proces-samento de dados, deve ser pedido explicitamente.

Não pode ser algo assumi-do à partida. Dizer nada não é a mesma coisa que dizer sim. Empresas e organiza-ções devem ainda informar o indivíduo sem atraso so-bre eventuais violações que possam afectar o portador dos dados”, explica a ANM em comunicado.

Pegando na máxima que “a protecção de dados deve vir em primeiro lugar e não depois”, a ANM quer ainda que a lei, aquando da sua revisão, possa permitir ao indivíduo saber quando os dados foram utilizados.

“Empresas e organi-

zações devem notificar as autoridades sobre sérias violações de dados o mais depressa possível, no má-ximo em 24 horas, para que os utilizadores possam tomar as medidas mais adequadas”.

EM NOME DA TRADIÇÃOEm declarações à agência Lusa, Jason Chao, ex--presidente da ANM, disse que “Macau não tem a obri-gação de seguir as directivas da UE, mas é tradição que a lei de Macau siga as leis europeias, e em particular as portuguesas”, apontou. Em comunicado, o GPDP ape-nas referiu que houve uma “troca de opiniões sobre a interpretação e revisão da lei”, mas não avançou mais dados sobre o assunto.

Recorde-se que, aquan-do da realização do re-ferendo civil promovido pela ANM e mais duas as-sociações pró-democratas

locais, Jason Chao e mais quatro participantes acaba-riam por ser presos. Apesar de terem sido libertados no mesmo dia, os promotores foram acusados de desobe-diência qualificada por não terem suspendido as acções de rua do referendo, após a emissão de uma ordem do GPDP, que considerou que a recolha de informações dos votantes - feita volunta-riamente por quem votava e com o conhecimento dos eleitores - constituía uma violação da Lei de Protec-ção de Dados Pessoais.

Na altura, os promo-tores argumentaram que o consentimento dos parti-cipantes bastava para que pudessem processar os dados e Jason Chao che-gou mesmo a apresentar uma queixa no Ministério Público contra o gabinete por abuso de poder, mas ainda não obteve qualquer resposta. - A.S.S. com LUSA

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5 políticahoje macau quarta-feira 22.10.2014

Educação patriótica Nas escolas em 2016A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) confirmou ontem que a Educação Patriótica vai começar a ser ensinada nas escolas no ano lectivo de 2016/2017, para o ensino primário, sendo que para o ensino secundário geral e complementar essas aulas só vão começar no ano lectivo de 2017/2018. O conteúdo da disciplina terá como base disposições de 1999, que definem que “os alunos devem desenvolver um bom carácter, ter valores correctos sobre a vida, com valores espirituais e de cumprimento da lei”. Devem ainda ter “uma atitude de amor ao mundo, amor à pátria, amor à nação, sentimentos de amor a Macau, bem como ter uma atitude democrática, aberta, racional, pragmática, positiva e inclusiva”. A DSEJ garante ainda que é importante ter uma formação do ponto de vista físico, explicando que já existem diplomas desde a década de 90 que regulamentam a educação patriótica.

Chan Meng Kam Criticas a instalações em Seac Pai VanO deputado Chan Meng Kam que saber como será resolvida a questão do controlo de qualidade dos serviços de cuidados de saúde e instalações de entretenimento para os idosos nas habitações públicas de Seac Pai Van. Numa interpelação escrita, o deputado voltou a reforçar o seu pedido de esclarecimento quanto a este assunto. Recorde-se que, em Agosto, Chan Meng Kam questionou o Governo sobre a mesma temática. Chan sublinhou agora que os moradoras da zona são na maioria idosos e deficientes e, por isso, pergunta se as autoridades consideram criar uma rota entre o local e os hospitais facilitando o transporte de doentes.

Chui Sai On na ALa 11 de NovembroO Chefe do Executivo vai estar presente na Assembleia Legislativa (AL) para a “apresentação do balanço dos trabalhos do Governo referentes ao ano económico de 2014 e da preparação do orçamento para o ano económico de 2015”, aponta um comunicado oficial ontem divulgado pelo gabinete de Chui Sai On. O mesmo comunicado volta a referir que o Chefe do Executivo “apresentará as Linhas de Acção Governativa para o ano de 2015 no primeiro trimestre do próximo ano”.

Wong Kit Cheng acusa SS de culpar residentes

A deputada Wong Kit Cheng apontou que há utilizações inapropriadas dos

mecanismos públicos de saúde, devido a falhas existentes no sistema dos Serviços de Saúde (SS). A deputada acusa a en-tidade de não resolver nem valorizar os problemas, inclusivamente imputando a responsabilidade nos residentes. Numa interpelação escrita, Wong Kit Cheng lembrou que os SS haviam referido que a utilização inadequada dos mecanismos de saúde oferecidos pelo Governo se devia ao facto destes serem gratuitos e mais convenientes. A entidade afirmou ainda que já reuniu um conjunto de medidas para responder à grande necessidade dos diversos departamentos de saúde.

No entanto, e para a deputada, a uti-lização indevida tem origem nas falhas no próprio sistema público existente em Macau e que nunca foram valorizadas ou resolvidas pelos responsáveis. No mesmo documento, Wong critica a autoridade por estar apenas a imputar a culpa pelas falhas nos residentes.

Wong Kit Cheng questionou o Execu-tivo sobre se as insuficiências do sistema público de saúde vão ser revistas. Na interpelação, Wong apela ainda aos SS para que não ignorem as causas reais para o elevado número de residentes que insistem em pedir assistência nos serviços públicos de saúde, mesmo que para isso tenham que esperar várias horas.

A 2.ª Comissão Perma-nente da Assembleia Legislativa (AL) expli-cou ontem que continua

à espera de uma nova proposta do Governo sobre o Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos, prometida desde Junho. Segundo explica a rádio Macau, o Governo não apresentou qual-quer alteração à proposta de lei. O presidente da Comissão, Chan Chak Mo, explicou ontem que o Governo “tem de apresentar a versão alternativa”, porque foram apresentadas muitas opiniões e o “Executivo assumiu algumas promessas”, cita a rádio.

O presidente da Comissão mos-trou também algumas dúvidas sobre quando é que pode ser concluída a análise da proposta. “Está previsto os trabalhos estarem concluídos em Dezembro. O Governo deve apresentar a nova proposta de lei até 20 de Dezembro. Se não a entregar rapidamente não conseguimos desenvolver os nossos trabalhos”, disse Chan Chak Mo, citado pelo canal português da rádio.

FORA DA LEIRecorde-se que de fora da nova lei deverão ficar mais de sete mil funcionários públicos com con-trato além do quadro, bem como cerca de quatro mil com contrato de assalariado. Segundo a Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, estes números não incluem os trabalhadores dos organismos especiais, como é o caso da Autoridade Monetária e Cambial (AMCM), Instituto de Promoção ao Comércio e Inves-timento (IPIM), Universidade de Macau (UM), Instituto Politécnico de Macau (IPM) ou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), entre outros. Estes têm estruturas orgânicas próprias e normas de contratação de pessoal.

DESENCANTOS E INJUSTIÇASSe o deputado Au Kam San acusou o Governo de estar a criar esta nova lei para “determinadas pessoas e determinados serviços”, a deputa-

“O Governo deve apresentar a nova proposta de lei até 20 de Dezembro. Se não a entregar rapidamente não conseguimos desenvolveros nossos trabalhos”CHAN CHAK MO Presidente da 2.ª Comissão Permanente da AL

FUNÇÃO PÚBLICA DEPUTADOS À ESPERA DE PROPOSTA SOBRE CONTRATOS

Ou vem, ou não rachaOs deputados alertam que se o Governo não entregar a proposta sobre o Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos até 20 de Dezembro não terão condições para trabalhar

da Kwan Tsui Hang revelou estar “desiludida”.

“Este regime só faz a fusão do contrato de assalariado e além do contrato, e aquilo que o Governo

está a fazer é muita parra e pouca uva. Deve-se caminhar para a uni-formização de direitos e deveres, e esta proposta continua a não conseguir saltar do panorama da

renovação de contrato de dois em dois anos”, disse recentemente.

Já a deputada Ella Lei falou de “injustiças”. “O Governo não estu-dou seriamente sobre as questões levantadas. Já recebemos críticas de trabalhadores que não cometeram nenhum erro mas que foram avisados da não renovação do contrato, porque a lei o permite, e saem sem uma in-demnização. O Governo deve alterar a situação de renovação de trabalho anual, senão esta proposta não vai ter grande significado”, concluiu.

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6 SOCIEDADE hoje macau quarta-feira 22.10.2014

AUTOCARROS DIRECTORA DA TRANSMAC PEDE AUMENTO DE FREQUÊNCIA EM 20%

Duelos entre passageiros e motoristas

“Às vezes, os passageiros têm de esperar muito tempo por um autocarro, mas também não podemos aumentar mais a frequência, porque já estamos no máximo da capacidade”CHAN HIO IEONG

TRANSMAC NÃO QUER CASINOS PARA JÁChan Hio Ieong admitiu que já houve operadoras de Jogo que contactaram a Transmac para alugar veículos para o transporte de funcionários. Contudo, neste momento, a empresa diz querer concentrar-se no “trabalho que presta ao público e ainda não considera a cooperação com os casinos”, disse ao HM. A DSAT garantiu ainda que o aluguer de autocarros para as empresas de Jogo não pode afectar o serviço público. “As autoridades têm vindo a fazer uma avaliação da frequência dos autocarros”, disse o organismo, não tendo avançado mais dados sobre a renovação dos contratos com a Transmac e TCM, por ainda estar a ser feita uma avaliação e estarem envolvidas muitas questões legais.

AGRESSÃO LEVA ASSOCIAÇÃO A PUBLICAR CARTAO incidente ocorrido este domingo por volta das 00h40 da manhã, em que um passageiro agrediu um condutor da Transmac, levou a Associação dos Trabalhadores de Segurança e Saúde Ocupacional da Transmac a publicar uma declaração no jornal Ou Mun. O texto refere que este é o nono condutor que ficou ferido em trabalho este ano. A associação refere que, nos últimos anos, os condutores de autocarros tornaram-se no “saco de pancada” dos passageiros por causa dos problemas de trânsito. “Servimos os cidadãos dia e noite, mas tornámo-nos no saco de pancada devido à dificuldade em apanhar um autocarro. Muitas vezes sofremos abusos verbais até sermos agredidos”, pode ler-se no jornal chinês. A associação refere ainda que “não podemos controlar o plano de frequência dos autocarros, esperamos poder contar com a vossa compreensão e apoio, para que juntos possamos ter um bom serviço”.

DEPUTADA PEDE PROTECÇÃO A CONDUTORESElla Lei, deputada indirecta no hemiciclo e responsável pelo Conselho dos Direitos da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), lembrou que os confrontos deste tipo podem causar situações de violência na rua. Ella Lei defende então a instalação de câmaras de videovigilância, bem como a formação a condutores e aconselhamento.

A directora da Transmac garante que a empresa tem vindo a sentir dificuldades em cumprir os requisitos do Governo na frequência de autocarros e diz que é necessário aumentar a sua frequência em 20%. Chan Hio Ieong diz ainda que os motoristas sentem cada vez mais pressão por parte dos residentes

CECÍLIA L INcecí[email protected]

A Transmac, ope-radora de auto-carros públicos, assume estar a

sentir dificuldades nas ope-rações diárias. Depois do confronto físico que acon-teceu no passado domingo entre um passageiro e um condutor da empresa (ver caixa), Chan Hio Ieong, di-rectora da Transmac, garan-tiu ao HM que já houve um

a apanhar um autocarro em Macau, pelo que a pressão sentida pelo serviço é cada vez maior”, disse o organis-mo liderado por Wong Wan.

MAIS 20% PRECISA-SE Chan Hio Ieong apontou ainda que, dos incidentes ocorridos este ano, houve muitas lutas entre condutores e passageiros, mas isso é por-que a satisfação do serviço não acontece.

“Às vezes, os passagei-ros têm de esperar muito tempo por um autocarro, mas também não podemos aumentar mais a frequência, porque já estamos no má-ximo da capacidade. Penso que é necessário aumentar a frequência dos autocarros em 20% para responder às necessidades gerais dos passageiros”, defendeu a directora da Transmac.

Em relação ao recruta-mento, Chan Hio Ieong disse que os funcionários com mais de dez anos de casa ficam mais tempo, mas que não é fácil manter os jovens. “Temos uma escola de formação de condutores. Temos cerca de 400 condutores, mas preci-samos de mais. Espero que os funcionários possam ter orgulho no seu trabalho, tendo uma atitude mais positiva para com os passageiros”, frisou.

A directora da Transmac disse ainda que o salário dos novos condutores se situa acima das 18 mil patacas por mês, sendo que com horas extra podem ganhar até 20 mil. “As três empresas têm salários iguais para atrair novos condutores”, apontou Chan Hio Ieong.

“Os nossos colegas sentem cada vez mais pressões. Apelo a que o Governo possa ter a determinação para resolver as dificuldades em apanhar um autocarro”CHAN HIO IEONGDirectora da Transmac

encontro com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

“Temos tido muitas difi-culdades. Já contactámos a DSAT e fizemos as nossas queixas, porque a frequência dos autocarros e a colocação dos veículos em circulação devem corresponder aos re-quisitos do Governo. A nossa empresa não pode simples-mente aumentar a frequência dos autocarros”, garantiu a directora. Entretanto, a DSAT garantiu ao HM que já aumen-tou a frequência dos autocarros em circulação nas ruas.

As dificuldades de que fala Chan Hio Ieong fazem com que os motoristas sejam os primeiros a sofrer acusa-ções dos passageiros. “Os nossos colegas sentem cada vez mais pressões. Apelo a que o Governo possa ter a determinação para resolver as dificuldades em apanhar um autocarro”, disse ao HM.

Ainda sobre o confronto, a DSAT garante não ter medi-das específicas para resolver eventuais incidentes futuros. “Temos de analisar o que causou esta situação. Mas o facto é que todos os dias há mais de 500 mil pessoas

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 22.10.2014

A Associação de Passageiros de Táxi já recolheu cerca de uma centena de assinaturas a favor de mudanças no sector dos táxis. O documento pretende responder a outra petição entregue por taxistas que estão contra a introdução de agentes policiais à paisana nos carros

Preços em Macau continuam a subir A taxa de inflação em Macau atingiu os 6,03% nos 12 meses terminados em Setembro e em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, revelaram ontem os Serviços de Estatística e Censos (DSEC). De acordo com os dados, a subida dos preços em Macau ficou a dever-se, fundamentalmente, a um acréscimo de 11,83% nas secções “habitação e combustíveis” e de 6,24% nos “produtos alimentares e bebidas não alcoólicas”. Em sentido inverso foi registada uma queda de 0,8% na secção “comunicações”. Só no mês de Setembro, e contra o mesmo mês de 2013, os preços subiram 5,82% devido aos aumentos de 12,15% na “habitação e combustíveis” e de 5,46% nos “produtos alimentares e bebidas não alcoólicas”. Contra Agosto deste ano, os preços em Macau subiram em Setembro 0,53%, acrescenta a DSEC. A taxa de inflação em Macau tem registado fortes subidas desde 2009, tendo atingido em 2011 os 5,81%, em 2012 6,11% e em 2013 os 5,5%.

OS Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem que

a Unidade de Isolamento do Centro Hospitalar do Conde de São Januário reúne dispositivos de protecção suficientes para colmatar as necessidades que possam surgir durante, pelo menos, três meses.

Em comunicado, os SS afir-mam ainda que reforçaram os programas e medidas preven-tivas contra o Ébola e que os planos de contingência, activos desde 31 de Julho, continuam em moção. Estes, recorde-se, monitorizam o estado de saúde de todas as pessoas que cheguem da Guiné Conacri, Libéria e Ser-ra Leoa, tendo sido mais tarde alargado para a Nigéria.

Para além disto, a entidade

aconselha todos os residentes, se possível, a adiar ou cancelar viagens para os países afectados, que incluem Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa, Nigéria e, mais recentemente, Estados Unidos e Espanha. Os SS têm vindo a reforçar a formação dos profissionais de saúde e a criar mais programas de prevenção relativos ao Ébola, diz o organis-mo, de modo a melhor controlar a doença e preparar os médicos e enfermeiros para lidar com a mesma.

De acordo com dados dis-ponibilizados pela Organização Mundial de Saúde em meados deste mês, há mais de 9000 casos registados de pessoas in-fectadas pelo vírus Ébola e que resultaram em 4546 mortes.

TÁXIS ASSOCIAÇÃO ENTREGA NOVA PETIÇÃO PARA PEDIR MUDANÇAS NO SECTOR

Mais pressão para ver se muda

“Se os maus taxistas apresentarem centenas de assinaturas queremos apresentar mais. Queremos que as pessoas de Macau mostrem que, de facto, querem uma mudança” ANDREW SCOTT Presidente da MTPA

ANDREIA SOFIA [email protected]

D EPOIS da entrega da lista dos maus condu-tores de táxi, a recém--criada Associação de

Passageiros de Táxi (MTPA, na sigla inglesa) continua a pressionar o Executivo para que haja uma melhoria no sector. A criação de uma petição é a nova medida, que já conta com cerca de uma centena de assinaturas, conforme disse ao HM Andrew Scott, presidente e mentor da MTPA.

“A petição apenas refere que é dado o apoio a medidas que tornem a indústria dos táxis melhor. O Governo tem vindo a ser desafiado a reagir à opinião pública. Queremos pôr mais pressão junto do Governo, porque temos de resolver o problema

dos táxis em Macau”, explicou Andrew Scott.

O presidente da MTPA con-firma ainda que a iniciativa pre-tende servir de resposta a uma outra petição protagonizada por taxistas que não estão de acordo com a introdução dos agentes à paisana, algo que poderá ser criado com a nova lei.

“Tivemos o período de con-sulta pública até 29 Setembro e entregámos um documento com algumas ideias, que estão agora a ser analisadas pelo Governo. Mas os maus condutores iniciaram uma petição a dizer que não querem mudanças na indústria e a MTPA quer que essas mudanças aconteçam. Então, se os maus taxistas apresentarem cen-tenas de assinaturas queremos apresentar mais. Queremos que as pessoas de Macau mostrem que, de facto, querem uma mudança”, garantiu Andrew Scott.

ASSINAR VIA INTERNETO arranque da petição já foi tornado público na rede social Facebook e, até agora, a recepção por parte das pessoas tem sido positiva.

“Já temos cerca de cem assi-naturas, mais do que eu estava à espera. Mesmo que sejam apenas os membros da associação a assinar, ficaremos com cerca de 400. Estou confiante e esperamos atingir as mil assinaturas, que se-ria bem mais do que conseguiu a petição dos maus taxistas”, disse o presidente da MTPA.

Ébola São Januário com dispositivos de protecção para três meses

Recorde-se que o “Grupo de Atenção a Direitos e Interesses do Sector de Táxis” começou a recolher assinaturas em Setembro junto ao terminal marítimo do Porto Exterior contra a criação do regime de agentes à paisana. Segundo a imprensa chinesa, Au Iat Sun garantiu que foram recolhidas 400 assinaturas.

“Existem poucos taxistas que fazem irregularidades como

rejeitar passageiros ou cobrar tarifas excessivas. Caso seja implementado o regime de agentes à paisana ou seja feita a instalação de equipamentos de gravação, não será justo para a maioria dos taxistas que tem bom comportamento. Isso também vai violar a privacidade dos taxistas e passageiros, o que vai trazer rótulos para o sector”, garantiu o porta-voz do grupo na altura.

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8 sociedade hoje macau quarta-feira 22.10.2014

A LGUNS profissionais de saúde concordam com que seja feito um exame para atribuição

de licença, algo recentemente proposto pelo Conselho para os Assuntos Médicos.

Billy Ng é médico de clínica geral numa clínica privada e defen-de que “o exame obrigatório para atribuição de licença é um passo importante” para os profissionais de saúde de Macau. O profissional diz que isto vai trazer um “aumento de qualidade profissional”, que advém, aliás, dessa avaliação. O médico formado na China conti-nental, tendo a sua licença activa, já não necessitará de fazer o exame em causa, mas ainda assim, con-corda com a ideia.

Segundo a proposta elaborada pelo Conselho - e que será em breve entregue no gabinete jurí-dico dos Serviços de Saúde (SS) para se transformar em proposta de lei - os profissionais no activo não são obrigados a realizar este

Profissionais e estudantes de Medicina apoiam a recentemente anunciada proposta do Conselho para os Assuntos Médicos: exame para atribuição da licença, estágio e divisão em categorias. Ainda assim, os alunos pedem cuidados nos conteúdos, porque o que é importante para Macau, pode não ser nos países onde estudam, já que o território não tem uma faculdade de Medicina

SAÚDE TODOS DE ACORDO COM EXAME DE AVALIAÇÃO

Desejo de qualidade

FIL IPA ARAÚ[email protected]

FLORA [email protected]

LADO LUSO EM SILÊNCIOForam várias as tentativas para dialogar com profissionais e representantes portugueses da área da saúde, mas sem qualquer sucesso. O HM entrou em contacto com médicos e farmacêuticos que preferiram não se pronunciar sobre o assunto, alegando que existem representantes de associações que têm como função essa comunicação com os média. Ao tentar o contacto com esses mesmos representantes, contudo, o feedback foi ainda mais vago: ou não sabiam do que se falava ou não “podiam” comentar.

exame, mas no prazo de 12 me-ses após a entrada em vigor do diploma, devem renovar as suas licenças apresentando documen-tos posteriormente pedidos pelas autoridades. Licença essa que terá uma validade de apenas três anos.

NOVAS EXIGÊNCIASA proposta dos SS prevê a criação de um regime de registo e reajuste das carreiras médicas de modo a estabelecer critérios de ingresso mais exigentes, sendo que vai ser, então, obrigatória a feitura de exames tanto escritos, como de operação clínica.

Também Chong Wai Cheng, médica dentista desde 2002, formada em Taiwan, concorda com a ideia de que os profis-sionais tenham de fazer exame para conseguirem a licença. Algo que, diz mesmo, é de padrão internacional.

“Acho óptimo. Quando termi-nei os estudos em Taiwan, para ter licença profissional também tive que fazer um exame. Assim como acontece em Hong Kong, na Austrália e em tantos outros países”, defende.

Para a profissional chinesa, a qualidade dos profissionais deve ser estudada e colocada à prova e o “exame final é uma boa forma para perceber se os conhecimentos fo-ram adquiridos ou não”, sejam eles “teóricos ou práticos”. A dentista considera também que este exame sugerido pelo Conselho, e que contém exame teórico e prático,

deve avaliar da mesma forma o que chama de “partes igualmente importantes”.

ALUNOS COM RETICÊNCIAS No quarto ano de Medicina Clí-nica da Universidade de Jinan, no interior da China, está Izzue Lei, que não discorda com a proposta avançada também noutro contexto.

Recorde-se que a nova proposta prevê uma requalificação às cate-gorias dos profissionais de saúde, organizando-as em quinze cargos: médico, classificado em gerais e especialistas, médico de medicina tradicional chinesa, quiropráctico, médico dentista, farmacêutico, en-fermeiros, enfermeiros especialistas, técnico de laboratório médico, técni-co de análises clínicas, radiologista de radiodiagnóstico, radiologista de radioterapia, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, terapeuta da fala, psico-terapeuta, adjunto-técnico de farmá-cia. A esta lista foram acrescentadas duas novas categorias: nutricionistas e farmacêutico de medicina tradicio-nal chinesa.

Para a residente de Macau, as novas categorias “estão bem

distribuídas” e o exame é uma prática “necessária para avaliar as competências”, mas, na sua opinião, as autoridades devem ter em conta o conteúdo dos exames e as matérias seleccionadas para avaliação.

“Por exemplo, no meu curso, Macau não tem a licenciatura de Medicina Clínica, por isso todos os médicos estudam no estrangeiro e

depois voltam para o território para exercer as suas actividades pro-fissionais. Ou seja, muitos cursos são diferentes e até não existe um consenso de matérias e cursos nos diferentes locais, como a China continental, Macau, Hong Kong, Taiwan, etc”, começa por dizer ao HM. “Na minha opinião, é ne-cessário regulamentar os critérios e conteúdos dos conhecimentos e matérias. O que eu estudo em Hong Kong pode não ser o mesmo, ou o mais importante para Macau, logo é preciso uma regulamentação, uma adaptação geral às matérias”, defendeu a estudante.

O exame não assusta Izzue, mas a aluna não esconde que esta me-dida poderá trazer algumas dificul-dades para os recém-licenciados.

“Não é o meu caso, mas muitos licenciados poderão pensar que esta medida é um pouco injusta, porque os profissionais que já estão a trabalhar para conseguir a licença não têm que se submeter ao exame”, explica. A aluna considera ainda que, se o verdadeiro motivo é a avaliação dos profissionais, então a medida deverá ser aplicada a todos, novos e os que estão no activo. “Espero que o Conselho pense um pouco mais sobre este assunto”.

PARA SE ADAPTARQuestionada sobre o estágio que também é contemplado em certas áreas, a aluna não tem dúvidas: “é com certeza uma boa forma dos médicos e todos os outros profis-sionais se adaptarem ao ambiente do trabalho na área da saúde de Macau”.

O mesmo pensa Óscar Tou, recém-licenciado do curso de Farmácia no Instituto Politécnico de Macau (IPM), licenciatura contemplada pela proposta do Conselho.

“Actualmente, já é necessário a inscrição para o reconhecimento da qualificação profissional, portanto esta proposta não vem alterar o [que] os meus colegas que terminarão os estudos nos

próximos anos [têm de cumprir]”, defende, sublinhando “caso a pro-posta se torne mesmo lei”.

O farmacêutico considera que a introdução de novas categorias, o exame e o estágio, são me-didas que trazem “confiança” aos utentes e “credibilidade” aos profissionais. Segundo Óscar, o utente sentir-se--á e confiará mais no seu médico caso saiba que este se submeteu a um exame para avaliar as suas com-petências, assim como o estágio, deixando de ser um médico principiante.

“Acho óptimo. Quando terminei os estudos em Taiwan, para ter licença profissional também tive que fazer um exame. Assim como acontece em Hong Kong, na Austráliae em tantosoutros países”CHONG WAI CHENGMédica dentista

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 22.10.2014

Quem casa, quer casa. Tarefa que parece ser cada vez mais difícil para os jovens de MacauFLORA [email protected]

S EGUNDO informações fornecidas pelo Instituto de Habitação (IH) ao HM, são muitos os jovens que

concorrem à habitação pública. Contudo, os números mostram que nem todos conseguem ter uma casa.

Na sequência da reportagem do HM sobre a compra de casa pelos jovens em Macau, o IH enviou ontem dados sobre os jovens que tentam aderir à ha-bitação pública. De acordo com as informações, no concurso geral de 2013 para a aquisição de fracções autónomas de habitação económica de T1, do Edifício Ip Heng, foram preenchidos 11406 boletins de candidatura, sendo

Singapura Aeroporto de Macau distinguido com prémio O Aeroporto Internacional de Macau foi considerado o “Pequeno Aeroporto Internacional do Ano na região Ásia-Pacífico”, prémio que foi atribuído na cerimónia dos Prémios de Excelência em Aviação do Centro para a Aviação (CAPA), que ocorreu este mês em Singapura. Segundo a Rádio Macau, que cita um comunicado oficial, um representante do CAPA lembrou que Macau vai aumentar este ano o tráfego de passageiros em 10%, algo que acontecerá pelo segundo ano consecutivo. O mesmo comunicado diz que o júri que atribuiu o prémio reconheceu que o aeroporto teve um milhão de passageiros que voaram em companhias aéreas de baixo custo nos primeiros oito meses do ano, o que trouxe impulso à economia. O aeroporto já tinha ganho dois prémios do CAPA em 2004.

MIF Orçamento de 2014 sobe 4%A 19ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF) vai ter este ano um orçamento de 36 milhões de patacas, o que representa uma subida de 4%. Os dados foram divulgados ontem em conferência de imprensa pelo Instituto de Promoção ao Comércio e Investimento (IPIM) e citados pela Rádio Macau. Apesar do maior orçamento, o número de participantes mantém-se, cifrando-se em 1900 pavilhões de 50 países e regiões. Irene Lau, do IPIM, disse ainda que o aumento do orçamento se deve à vinda de mais participantes da região da Ásia-Pacifico e dos países de língua portuguesa. O pavilhão luso vai ter um total de 126 expositores, sendo que em 2013 foram apenas 92, com um total de 287 participantes. A Rádio Macau avança ainda que já estão pensados 77 protocolos de cooperação. Echo Chan, do IPIM, disse que os acordos vão representar “investimentos de muitos milhões”.

Droga Cinco pessoas em prisão preventivaTrês mulheres e dois homens, oriundos de Hong Kong e da China continental, estão em prisão preventiva por posse de droga, segundo informou ontem o Ministério Público (MP). Nos passados dias 18, 19 e 22 de Setembro, a polícia interceptou os suspeitos em diferentes ruas do território. Os suspeitos tinham em sua posse 33 gramas de Ketamina, 75 gramas de ice e 15 pílulas de ‘ma gu’ e mais 40 gramas de outro tipo droga. Segundo informa o MP, os cinco indivíduos aguardam agora julgamento no Estabelecimento Prisional de Macau.

Governo Medidas de controlo para obesidade infantilUm inquérito realizado pelos Serviços de Saúde (SS), relativo a 2013, mostra que 14% dos alunos do primeiro ano do ensino primário têm excesso de peso, uma diminuição de 2% face aos anos de 2010 e 2009. Em relação aos jovens com idades compreendidas entre os 12 e 19 anos, o inquérito revela também que 12,1% têm peso a mais. Por forma a controlar a expansão da obesidade infantil, os SS garantiram ao HM que são feitos todos os anos exames médicos a alunos das escolas primárias, sendo os mesmos exames feitos a cada cinco anos no ensino secundário. O Governo garante ainda que os casos mais graves são transferidos para receberem tratamento. Os SS garantem continuar a promover a amamentação infantil, defendendo que o leite materno pode prevenir a obesidade nas crianças.

A indústria hoteleira de Macau obteve

lucros de 3,7 mil milhões de patacas em 2013, prin-cipalmente devido às re-ceitas do alojamento em hotéis de cinco estrelas.

Segundo dados dos Serviços de Estatística e Censos ontem publicados, Macau tinha no ano passa-do 67 hotéis e 33 pensões, com 39.909 trabalhadores ao serviço, mais 1% do que no ano anterior. As

HABITAÇÃO PÚBLICA 16% A 35% DOS CANDIDATOS JOVENS SÃO EXCLUÍDOS

Querida casinha, tão longe do céu

Hotelaria Lucros de mais de 3 mil milhões

receitas do sector totali-zaram 25,30 mil milhões de patacas, mais 15% em termos anuais. As receitas do alojamento atingiram 11,94 mil milhões de pa-tacas, mais 17% que em 2012, devido ao aumento do número de quartos e de hóspedes, especialmente em hotéis de cinco estre-las, que representaram 79% do total. Já as receitas dos serviços de restaura-ção e do arrendamento

de instalações foram de 5,58 mil milhões e 4,71 mil milhões de patacas respectivamente, aumen-tando 14% e 23%, em termos anuais.

Por seu lado, as des-pesas do sector atingiram 21,54 mil milhões de pa-tacas, mais 10% que em 2012. O valor acrescen-tado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, totalizou 12,15 mil milhões de patacas, mais 17%, em termos anuais. A formação bruta de capital fixo atingiu 2,26 mil milhões de pa-tacas, correspondentes a uma queda significativa de 73%, já que em 2013 não foram construídos novos hotéis.

que destes 7939 pertenciam a jovens entre os 18 e os 29 anos.

Contudo, depois de tornada pública a lista definitiva dos can-didatos escolhidos para este ano, foram excluídos cerca de 35% dos jovens candidatos, ou seja 1331 pessoas. De acordo com o IH, os motivos da exclusão estão ligados “ao limite máximo de rendimento mensal inferior ao previsto na Lei do Regulamento Administrativo”,

aos “elementos que estavam figu-rados nos agregados familiares de habitação económica” e aos “bene-ficiários do regime de bonificação de crédito”.

PARÂMETROS MALDITOS Este foi um dos problemas aponta-dos pelos jovens de Macau quando se trata de comprar casa: raramente conseguem corresponder aos cri-térios do IH e, quando conseguem

através do agregado familiar, basta algo de errado acontecer para se-rem excluídos e não se poderem candidatar de novo.

35%dos boletins de candidatura de jovens

ao concurso para atribuição da

habitação social de 2013 rejeitados

No que respeita ao concurso para atribuição da habitação social de 2013, pertencem à lista provisória de espera, publicada no dia 8 do presente mês, 706 inscrições deste mesmo grupo de jovens. Cerca de 248 - 35% - dos boletins de candidatura de jovens foram, contudo, também rejeitados por causa da “ultrapassagem do limite máximo de rendimento”.

Recorde-se que a reportagem do HM dava conta que os jovens de Macau não conseguem arranjar casa facilmente, por serem excluí-dos da habitação social e devido aos preços altos das rendas, sendo que a Ilha da Montanha é uma das soluções apontadas.

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hoje macau quarta-feira 22.10.2014

PORTO SEGURO • Danielle SteelUma história inesquecível de sobrevivência... De como duas pessoas que perderam tudo reencontram a esperança ... E dos actos extraordinários de fé e de coragem que motivam e mantêm as famílias juntas... Com graça e compreensão Danielle Steel explora os laços ténues entre mães e filhas, maridos e esposas, membros da família e amigos ao longo da vida. Este romance leva-nos através da paisagem complexa da perda e do bem que também sempre surge associado às mais terríveis tragédias. Em síntese, uma história de triunfo e uma elegia comovente para aqueles que sofrem e sobrevivem, “Porto Seguro” é, talvez, seu romance mais poderoso de afirmação da vida.

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O COLECCIONADOR DE ERVA • Francisco José ViegasJaime Ramos, o investigador protagonista dos livros de Francisco José Viegas, vê-se a braços com duas investigações paralelas: a do assassínio de dois imigrantes russos (antigos militares soviéticos), cujos corpos são encontrados no interior de um carro semi-carbonizado, nos arredores do Porto, e o desaparecimento de uma jovem de vinte anos, oriunda de uma família tradicional do Minho. Se uma das investigações o transporta às suas memórias de militante comunista e a uma velha paixão pela literatura russa, a outra leva-o a um mundo onde coabitam velhas famílias do Minho ou do Porto, sexo, marijuana, espionagem a políticos, venda de armas, negócios em Angola e as memórias de um país que vive entre ruínas (as do império e as das fortunas recentes e antigas), corrupção e luta pelo poder, e que guarda os seus loucos no armário, para não parecer mal. Com capítulos perdidos nos quatro cantos do mundo (entre Portugal, Rússia, Angola, Brasil ou Cabo Verde) “O Coleccionador de Erva” funciona como uma montagem cinematográfica sem princípio, meio ou fim, onde vários crimes são cometidos sem nexo aparente, onde personagens aparecem e desaparecem sem justificação, e onde a solução nunca está à vista senão apelando à nossa imaginação, como num ‘road movie’.

10 EVENTOS

NOVO mural de Banksy surgiu em Bristol, Inglaterra, inspi-

rado no quadro de Vermeer, mas já foi vandalizado.

O artista Banksy atacou de novo e desta vez deixou a sua versão do quadro A Rapariga com Brinco de Pérola numa rua de Bristol, Inglaterra. O mural, a que Banksy chamou Girl with Pierced Eardrum (Rapariga com Tímpano Furado) surgiu segunda-feira na zona portuária da cidade.

O trabalho parece ter sido van-dalizado na manhã de terça-feira, com uma mancha de tinta preta.

Banksy incorporou uma caixa de alarme no mural, no lugar do icónico brinco no quadro de Johan-

nes Vermeer. O antes e depois da pintura da parede pode ser visto na página de Banksy, assim como vá-rios ângulos do mural visto da rua.

Da última vez que Banksy fez um trabalho em Bristol, a sua terra natal, este iniciou uma disputa entre um clube de jovens, que pretendia vender a peça para angariar dinheiro, e a câmara municipal, que queria colocá-lo num museu. Banksy, numa carta, autorizou o clube de jovens a fazer o que entendesse com a peça.

Embora segunda-feira algumas páginas noticiosas tenham relatado a prisão de Banksy à saída do seu estúdio em Londres, e que a sua iden-tidade tinha sido revelada, tratava-se, afinal, de um embuste. - DN

NA sexta-feira, às 17h00, a Escola Portuguesa de Macau

(EPM) recebe nas suas instalações a Cerimónia de Atribuição do Pré-mio Identidade 2014, entregue pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) à instituição escolar.

O IIM distinguiu a EPM com este galardão que contempla, em cada ano, personalidades ou ins-tituições que tenham contribuído de forma continuada e consequente para a preservação e valorização da identidade macaense. O prémio vem, assim, reconhecer o trabalho desenvolvido ao longo de mais de 15 anos pela EPM em prol da língua e da cultura portuguesas. A cerimónia terá lugar na EPM,

sendo que contará com a presença de diversas individualidades e de representantes dos vários sectores da comunidade educativa, confor-me anuncia a escola.

No dia seguinte, sábado, às 11h00, a entrega de prémios é outra. A decorrer no Ginásio da EPM, a Cerimónia de Entrega de Menções e Prémios Escolares, que se realiza anualmente, vai homenagear os alunos galardoados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude de Macau, por diversas instituições locais e pela própria EPM, salientando o bom trabalho académico, cívico e artístico realizado ao longo do lectivo de 2013/2014.

AZULEJOS PORTUGUESES SÃO UM DOS TESOUROS DA EUROPA

“Haverá um país mais azul que Portugal?”O The New York Times classifica os azulejos de Lisboa como um dos maiores ícones da cidade colocando-os entre os 12 tesouros europeus

“A Rapariga com Brincode Pérola” na versão de Banksy

EPM Entrega de Prémio Identidade e Prémios Escolares

O S típicos azulejos por-tugueses são um dos 12 tesouros da Europa para o The New York

Times. O jornal norte-americano escolheu-os como símbolo princi-pal da cidade de Lisboa numa lista que traça o perfil de uma dúzia de metrópoles europeias a partir dos seus maiores ícones, que vão desde a arte de rua aos chapéus ou à seda.

“Haverá um país mais azul que Portugal?”, pergunta-se Seth

Sherwoord, que assina o excerto do artigo dedicado à azulejaria nacional publicado na secção de ‘Viagens’ do jornal do passado do-mingo, destacando a forma como o azul e branco dos azulejos se unem ao azul do céu e do Atlântico e ao espírito melancólico do Fado.

Um pouco por todo o terri-tório português, “os tradicionais desenhos azuis dos azulejos estão espalhados por igrejas, mosteiros, castelos, palácios, universidades, jardins, estações de comboio,

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hoje macau quarta-feira 22.10.2014 11 eventos

IFT Concurso e prova de vinhos do PortoO Instituto de Formação Turística (IFT) vai organizar um concurso de decantação e uma prova de vinhos do Porto, entre as 15h30 e as 20h00 de sexta-feira, no restaurante do próprio instituto de ensino. A primeira fase do evento é reservado a um concurso de decantação de vinhos, onde os membros das equipas concorrentes terão que utilizar os conhecimentos de decantar esta bebida alcoólica frente aos juízes e plateia. É então das 17 às 20 horas que se realiza a prova de vinhos do Porto aberta ao público e sem custos. Os eventos referidos fazem parte da iniciativa de promoção do vinho tipicamente nortenho, “O amor pelo Porto”, patrocinada por marcas como Taylor’s Port ou Graham’s. O evento do IFT é organizado conjuntamente com a Associação de Culinária de Macau e a Associação de Vinho de Macau.

Moda Festival de Macau começa amanhãComeça amanhã o Festival de Moda de Macau, que irá decorrer até domingo, dia 26. Com o objectivo de promover os produtos nacionais para o exterior, o festival vai estar integrado na Feira Internacional de Macau (MIF), o que é considerado como uma mais valia para os designers pela organização. Shuen Ka Hung, director-geral do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), assegura que, depois da transferência de soberania, a área da moda tem ganho cada vez mais destaque. Na edição deste ano, marcarão presença designers de Hong Kong, Taiwan, China continental e uma grande massa local - 64 profissionais de Macau. Além das peças de vestuário e acessórios, este ano o festival será marcado com a introdução de um novo produto: jóias. Em paralelo aos desfiles, estão também organizados seminários com a presença de orientadores dos países vizinhos. O Festival decorrerá nas instalações do Venetian, em conjunto com a MIF, e o primeiro desfile está agendado para as 16h30 de amanhã.

Moda Morreu Oscar de la RentaOscar de la Renta, de 82 anos, morreu esta segunda-feira, na sua casa em Kent, no Connecticut, confirmou a sua mulher, Annette de la Renta, ao diário New York Times. O estilista lutava há dez anos contra um cancro e a doença acabou por levar a melhor. Oscar de la Renta nasceu em 1932, na República Dominicana, e começou a sua carreira no mundo moda na década de 1950, altura em que se mudou para Madrid para estudar pintura e teve a oportunidade de estagiar com outra lenda das passerelles, o espanhol Cristóbal Balenciaga. Trabalhou também em Paris, na Lanvin, e em 1963 trocou a Europa pelos Estados Unidos para trabalhar para Elizabeth Arden em Nova Iorque. Foi precisamente nessa época que o seu talento começou a ser reconhecido, tendo lançado a sua primeira colecção em 1965. Entre as personalidades que admiravam o seu trabalho encontram-se as antigas primeiras damas norte-americanas Jackie Kennedy, Betty Ford, Nancy Reagan, Laura Bush e Hillary Clinton e também muitas celebridades. Entre elas Cameron Diaz, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Amy Adams ou Sarah Jessica Parker.

Design Vice-presidente de associação em evento de TaiwanA edição deste ano do Concurso Internacional de Estudantes de Design de Taiwan contou com a presença no painel de jurados de Dirco Fong, vice-presidente da Associação de Designers de Macau, cujo evento aconteceu no passado dia 16 de Outubro. Segundo um comunicado, Dirco Fong foi ainda convidado a dar uma palestra na Biblioteca Nacional em Taichung no dia seguinte, onde falou do desenvolvimento da área de animação ao nível do design.

AZULEJOS PORTUGUESES SÃO UM DOS TESOUROS DA EUROPA

“Haverá um país mais azul que Portugal?”“Os tradicionais desenhos azuis dos azulejos estão espalhados por igrejas, mosteiros, castelos, palácios, universidades, jardins, estações de comboio, ‘halls’ de hotéis e fachadas de edifícios”SETH SHERWOORDThe New York Times

‘halls’ de hotéis e fachadas de edifícios”, escreve Sherwoord.

BELEZA E HISTÓRIAO resultado, acrescenta, é uma “terra embelezada com santos cristãos, episódios bíblicos, reis portugueses, glórias históricas, cenários idílicos, actividades de lazer aristocráticas, paisagens marítimas, desenhos florais e, principalmente, motivos geométricos”.

O norte-americano dá destaque à casa “Solar”, um estabelecimento com 60 anos de existência situado em Lisboa que se especializa nos azulejos - desde o século XV até à década de 1930 - e que chegou, re-centemente, a Nova Iorque, pela mão de um familiar do dono que abriu naquela cidade um novo ‘showroom’ para os dar a conhecer aos EUA.

“O azul e o branco são as pro-tagonistas, mas cores como o ama-relo, o verde e o castanho também desempenham, por vezes, papéis secundários”, explica o artigo, que revela que os preços dos azulejos podem começar nos 20 euros e ir até aos 9.300 euros no caso de um painel do século XVIII disponível na Solar.

Na peça publicada no The New York Times, Seth Sherwood dá ainda destaque ao nome de Rafael Bordalo Pinheiro, “um ilustrador e ceramista do século XIX muito aclamado e cujo trabalho já foi adquirido pelo British Museum [em Londres, Inglaterra]”.

Entre os restantes tesouros euro-peus estão, por exemplo, os chapéus--de-chuva de Paris, em França, o chocolate de Bruxelas, na Bélgica ou a seda de Florença, em Itália.

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12 CHINA hoje macau quarta-feira 22.10.2014

“A comunidade empresarial é na realidade um pequeno

grupo de elites que controla os destinos da economia em Hong Kong. Se ignorarmos os seus interesses, o ca-pitalismo em Hong Kong vai parar (de trabalhar)”, assinalou Wang Zhenmin A possibilidade de os re-sidente da antiga colónia britânica elegerem livre-mente os seus dirigentes permitiria aos mais pobres dominarem o processo eleitoral, deu a entender o chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, segundo notícias publicadas ontem na imprensa internacional.

ONG Pequim executou 2.400 condenados em 2013 A China, país que executa o maior número de condenados a nível mundial, aplicou a pena capital a 2.400 pessoas no ano passado, anunciou ontem uma organização não-governamental. A execução de 2.400 pessoas constitui, todavia, uma queda de 20% em relação a 2012, e uma descida considerável comparativamente às 12.000 execuções registadas em 2002, indica um comunicado da Fundação Dui Hua (‘Diálogo’), sedeada nos Estados Unidos. Um balanço que não é comparável ao recorde de 24.000 condenações à morte anunciadas em 1983, quando a China era liderada por Deng Xiaoping. O número de pessoas executadas na China nunca foi divulgado pelas autoridades por ser considerado segredo de Estado, mas, segundo várias organizações de defesa dos direitos do Homem, a China sozinha executa mais pessoas do que o conjunto de países com pena capital.

O governo de Hong Kong manifestou disponibi-

lidade para prosseguir as conversações com os di-rigentes do protesto pró--democracia, após as pri-meiras negociações formais

CY LEUNG OS MAIS POBRES DOMINARIAM O VOTO EM CASO DE ELEIÇÕES LIVRES

Um acto impossível“A comunidade empresarial é na realidade um pequeno grupo de elites que controla os destinos da economia em Hong Kong. Se ignorarmos os seus interesses, o capitalismo em Hong Kong vai parar [de trabalhar]”WANG ZHENMIN Director da faculdade de Direitona Universidade Qinghua

Numa entrevista de que fazem eco os jornais Wall Street Journal e o New York Times, Leung Chung-ying, também conhecido por CY Leung, considerou nova-mente que seria impossível organizar eleições livres em Hong Kong.

As declarações de CY Leung são publicadas pou-cas horas antes de respon-sáveis do governo de Hong Kong e líderes estudantis reunirem pela primeira vez após mais de três semanas de protestos pró-democracia nas ruas de Hong Kong.

“Se é uma questão de jogo de números e de repre-sentação numérica, obvia-mente que estamos a falar

teresses, o capitalismo em Hong Kong vai parar (de trabalhar)”, assinalou Wang Zhenmin.

INTERDIÇÕESNa segunda-feira, o Supremo Tribunal da Região Admi-nistrativa Especial chinesa de Hong Kong emitiu uma medida cautelar que proíbe a ocupação do distrito de Mong Kok, um dos locais dos protestos pró-democracia, iniciados há 24 dias.

A ordem judicial foi tomada na sequência de queixas interpostas por operadores de transportes públicos de Hong Kong para que as ruas, que foram to-madas pelos manifestantes, recuperem a normalidade.

As manifestações pró--democracia em Hong Kong, que visam a acei-tação por Pequim de elei-ções directas sem qualquer selecção dos candidatos a chefe do Executivo em 2017, constituem um dos maiores desafios para a China desde as manifestações de 1989 em Tiananmen, que terminaram com a entrada das tropas chi-nesas na praça e um número desconhecido de vítimas.

CY Leung disse ainda

que Hong Kong tem alguma “sorte” por Pequim ainda não ter sentido a necessidade de intervir no caso.

Executivo diz estar disponível para prosseguir diálogo de ontem entre responsáveis governamentais e líderes estudantis.

“O diálogo será certa-mente o primeiro de diversas rondas de conversações”, sugeriu em conferência de imprensa Carrie Lam, a vice-chefe do Executivo da Região Especial Adminis-trativa Chinesa, após uma reunião de duas horas com líderes estudantis.

Lam, que definiu o diá-logo como “construtivo”, referiu no entanto que a firme posição do governo consis-te em seguir a insistência da China em seleccionar os candidatos à liderança do executivo local por um comité pró-Pequim. Se os

estudantes não aceitarem esta posição, receio que vamos continuar a manter perspectivas diferentes”, disse.

O governo de Hong Kong e representantes do movimento pró-democra-cia iniciaram na tarde de ontem um diálogo difícil após mais de três semanas de manifestações que têm perturbado o funcionamen-to da cidade chinesa.

O encontro, transmitido em directo pelas televisões locais, decorreu numa pe-quena sala da faculdade de medicina, na presença de cinco delegados estudantis e cinco representantes do executivo, incluindo Lam.

de metade da população de Hong Kong que tem um vencimento inferior ao equivalente a 1.400 euros mensais. Então teríamos de acabar com esse tipo de políticos e políticas”, disse.

EQUILÍBRIOS NECESSÁRIOSAs declarações de CY Leung estão de acordo com as pa-lavras de Wang Zhenmin, director da faculdade de Direito na Universidade Qinghua, na capital chine-sa, e consultor regular de

Pequim nas questões de Hong Kong.

Wang Zhenmin disse em Agosto que uma maior liber-dade democrática em Hong Kong tem de ser equilibrada com a elite empresarial de Hong Kong que deve par-tilhar a sua “fatia do bolo” com os eleitores.

“A comunidade empre-sarial é na realidade um pequeno grupo de elites que controla os destinos da economia em Hong Kong. Se ignorarmos os seus in-

O Chefe do Executivoda ex-colónia britânica reafirmaa impossibilidade de se levarem a cabo eleições livres

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13DESPORTOhoje macau quarta-feira 22.10.2014

MARCO [email protected]

A segunda edição dos Jogos Para-Asiáticos já leva quatro dias nas pernas, mas a comitiva

que representa a Região Admi-nistrativa Especial de Macau no certame ainda não garantiu qualquer medalha na principal competição asiático de desporto adaptado. As cores do território fazem-se representar em Incheon por um total de 25 atletas, que já competiram ou vão ainda compe-tir em modalidades tão distintas como o atletismo, o badminton em cadeira de rodas, a natação, o ténis de mesa em cadeira de rodas, o boccia ou a esgrima, também em cadeira de rodas.

Ontem, os atletas do terri-tório estiveram em acção em

M ACAU vai partici-par no 42.º Mun-dial B de hóquei

em patins, uma presença no Uruguai que tem como objectivo “fazer melhor” do que o sexto lugar na edição anterior.

“Renovámos o título de campeão asiático, o que nos tornou líderes da modali-dade na região pela sexta vez consecutiva e nona no total, mas as exigências e os condicionamentos de um mundial são mais elevados e não podemos aspirar a um grande resultado”, explicou à agência Lusa António Aguiar, presidente da As-sociação de Patinagem de Macau.

A equipa de Macau está a preparar-se para o mundial, que se realiza em Montevideu entre 15 e 22 de Novembro, sob a orientação de Alberto Lisboa, o mais experiente atle-ta da modalidade no território e que vai revelar na próxima segunda-feira a equipa que seguirá para o Uruguai.

“Primeiro vamos falar com os atletas e só depois disso os nomes serão conhe-cidos”, disse António Aguiar ao salientar que existem ainda acertos a fazer “para que a representação seja condigna”.

COLECÇÃO DE TÍTULOS“Somos a modalidade co-lectiva que mais títulos tem dado a Macau e vamos para

KUOK CHI KIN DISPUTOU FINAL DO SALTO EM COMPRIMENTO

Macau ainda sem medalhas em Incheon

HÓQUEI MACAU PARTE PARA O 42.º MUNDIAL, A 15 DE NOVEMBRO

“Sempre com o objectivo de honrar a região”

modalidades como o boccia e o atletismo, mas não conseguiram emular o desempenho alcançado pela delegação que representou Macau, há cerca de um mês, na décima sétima edição dos Jogos Asiáticos, disputados nas mesmas instalações que agora acolhem o mais competitivo certame do desporto adaptado do continente asiático.

SEVERAS DESILUSÕESNa mais emblemática das modali-dades para atletas com portadores de deficiência – o boccia – os atletas de Macau ficaram aquém das expectativas, ao não conse-guirem levar a melhor sobre os adversários. Nas provas mistas da categoria BC1, os três represen-tantes do território somaram por derrotas os desafios disputados. Tang U Kei foi a primeira a entrar

em cena, perdendo frente ao sul--coreano Lee Dong-won por 5-1. Ngai Tong Loi competiu pouco depois e não esteve muito me-lhor, ao perder frente a Sun Kai, da República Popular da China, por 7-0. Choi Io Hong encerrou a participação dos atletas de Macau nas provas da categoria BC1 com nova derrota, desta feita frente a Leung Mei Yee. A atleta da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong derrotou Choi Io Hong por 9-1. Mais severa foi a derrota encaixada por Wong Mei San nas provas mistas da categoria BC4. A atleta de Macau perdeu por 18-0 frente ao tailandês Larpyen Pornchok.

MAIS DO QUE COMPETIRNão foi, no entanto, apenas nas andanças do boccia que as cores da RAEM se fizeram representar.

No atletismo, Kuok Chi Kin es-teve ontem em destaque na final da prova masculina de salto em comprimento na categoria T20. O atleta, de 18 anos, completou a prova na décima primeira e

última posição da tabela, num evento ganho pelo malaio Abdul Latif Romly.

Vistos mais como um meca-nismo de integração do que um desafio ou do que um convite à competitividade, os Jogos Para--Asiáticos exponenciam o papel do desporto como elemento de valorização pessoal, mas as prin-cipais potências desportivas do continente asiático nem por isso deixam créditos por mãos alheias. Ao fim de quatro dias de com-petição, a República Popular da China encabeça a lista dos países e territórios mais medalhados, com 179 galardões, seguida da anfitriã Coreia do Sul com 79 medalhas. Há quatro anos, em Cantão, Macau esteve representada em quatro modalidades, tendo encerrado a participação na edição inaugural da prova sem qualquer medalha.

dentro do ringue sempre com o objectivo de honrar a camisola que vestimos e a região que representamos,

mas não podemos aspirar a grandes resultados sem que nos sejam dadas as condições necessárias de

treino e desenvolvimento da actividade”, afirmou.

António Aguiar volta a reafirmar a necessidade de um pavilhão ou um campo onde seja possível treinar assiduamente e sem grandes constrangimentos de horários como acontece actualmente e lembra que o hóquei em patins e as restantes modalidades da patinagem “já mereciam mais apoios oficiais”.

No mundial do Uruguai participam oito formações que vão jogar num regime de

todos contra todos, subindo ao grupo A os três primeiros qualificados.

Além de Macau marcam

AVISORecrutamento do pessoal

Pretende admitir-se, em regime de contrato individual de trabalho, o seguinte:

1) Dois fiscais técnicos de 2.a classe, 1.° escalão; e2) Três operários qualificados, 1.° escalão, área

de logística.Os avisos de abertura de concurso são pu-

blicados no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.° 43, II Série, de 22 de Outubro de 2014 e o prazo para inscrição é de 23/10/2014 até 11/11/2014, inclusive. Os candidatos interessados po-dem consultar, nas horas normais de expediente, o aviso de abertura que se encontra afixado no 2.o andar do Edi-fício Sede da DSC, sito no Largo do Senado, em Macau. E também podem consultar o aviso em causa no Websi-te da mesma Direcção (http://www.macaupost.gov.mo/ - “Recrutamento”).

Para quaisquer esclarecimentos, favor contac-tar o Sector de Pessoal da DSC, nas horas normais de expediente, através do telefone 83968207. Aos 15 de Outubro de 2014.

A Directora dos Serviços,

Lau Wai Meng

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presença em Montevideu os Estados Unidos, Áustria, Uruguai, Inglaterra, Holanda, Egipto e Costa Rica. - Lusa

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14 hoje macau quarta-feira 22.10.2014

Sobre a morte – 7

[Num certo sentido] a morte é comparável ao sono, e o próprio sono não difere muito do desmaio. O desmaio é comparável à morte. Quando alguém não volta a si depois de uma perda dos sentidos, é porque está morto. Recobrar os sentidos depois de um desmaio, voltar à vida depois de morrer, não difere muito de acordar do sono: deste ponto de vista, o sono, a perda dos sentidos e a morte são uma e a mesma coisa.Quem dorme não se consegue lembrar do que fazia acordado; do mesmo modo, o morto não consegue lembrar-se do que fazia enquanto vivo. Podemos fazer ou dizer seja o que for ao lado de alguém que dorme, sem que a pessoa tenha disso a mínima consciência; do mesmo modo, um morto não tem consciência dos actos, bons ou maus, que praticamos à beira do seu caixão. Quem dorme não perdeu os seus fluidos subtis, o seu corpo está intacto. Todavia, é incapaz de percepção. Imagine-se, portanto, o caso de um morto, cujos fluidos subtis se dissiparam e cujo corpo se corrompeu.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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ETRA

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AS

WANG CHONG 王充 OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Page 15: Hoje Macau 22 OUT 2014 #3198

15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 22.10.2014

O morto não consegue lembrar-se do que fazia enquanto vivo.

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16 hoje macau quarta-feira 22.10.2014(F)UTILIDADEST E M P O A G U A C E I R O S M I N 2 3 M A X 2 9 H U M 6 5 - 9 5 % • E U R O 1 0 . 2 B A H T 0 . 2 Y U A N 1 . 3

wJoão Corvo fonte da inveja

H O J E H Á F I L M E

ACONTECEU HOJE 22 DE OUTUBRO

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

“O ESCAFANDRO E A BORBOLETA”(JULIAN SCHNABEL, 2007)

Jean–Dominique Bauby era editor da revista de moda Elle em Paris quando um Acidente Vascular Cerebral lhe roubou a vida de glamour que levava até então. Depois disso, não voltou a andar, a falar ou a conseguir expressar-se. Apenas um olho manteve o seu contacto com a vida real. Com um simples pestanejar Jean-Dominique Bauby conseguiu criar o livro auto-biográfico que daria origem ao filme. Uma película para pensar o amor e o sentido da vida. - Andreia Silva

Papa João Paulo IIinicia o seu pontificado• No dia 22 de Outubro de 1978, João Paulo II inicia o seu pontificado, tornando-se no 264.º Papa. Karol Wojtyła foi líder da Igreja Católica durante 27 anos, até à data da sua morte, a 2 de Abril de 2005.Karol Wojtyła, que nasceu a 18 de Maio de 1920, foi líder mundial da Igreja Católica durante 27 anos, o que representa o terceiro maior pontificado da história, apenas superado pelos papas São Pedro (34 anos) e pelo Papa Pio IX (31 anos).O Papa João Paulo II foi o único eslavo e polaco a liderar a Igreja, até à sua morte, e quebrou o domínio italiano, que se mantinha desde o Papa holandês Adriano VI, em 1522.Aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX, Wojtyła assumiu uma função preponderante no fim do comunismo na Polónia e na Europa, além de ter contribuído decisivamente para a melhoria das relações entre a Igreja Católica e diferentes religiões.“Precisamos de Santos sem véu, ou batina. Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas, de Santos modernos, do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos”, afirmou um dia João Paulo II.Ao longo do seu pontificado, visitou 129 países, beatificou 1340 pessoas e canonizou 483 santos (mais do que todos os seus antecessores juntos, em cinco séculos). Hoje, dia em que se assinala o início do pontificado de João Paulo II, recordamos o Papa que queria a paz.Outros factos se assinalam neste dia 22 de Outubro. Em 1946, é criada a Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), que tinha como objectivo a defesa do Estado Novo. Já em 1955, é proclamada a República do Vietname do Sul.Nasceram a 22 de Outubro D. João V (1689), José Leitão de Barros, realizador, argumentista e actor português (1896), Bao Dai, último imperador do Vietname (1913), Joaquim Chis-sano, político moçambicano (1939), Catherine Deneuve, actriz francesa (1943), e Rita Guerra, cantora portuguesa (1967).Morreram neste dia D. Fernando, rei de Portugal (1383), Henry Bergman, actor e director norte-americano (1946), Oswald de Andrade, escritor modernista brasileiro (1954), e Paul Cézanne, pintor francês (1906).

C I N E M ACineteatro

SALA 1THE GIVER [B]Um filme de: Phillip NoyceCom: Brenton Thwaites, Odeya Rush, Jeff Bridges14.15, 16.00, 17.45, 21.30

ANNABELLE [C]Um filme de: James WanCom: Annabelle Wallis, Ward Horton19.30

SALA 2LET’S BE COPS [C]Um filme de: Luke GreenfieldCom: Jake Johnson, Damon Wayans Jr.14.15, 16.05, 17.55, 21.30

JUON - THE BEGINNING OF THE END [C]FALADO EM JAPONÊS ELEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Masayuki OchiaiCom: Nozomi Sasaki, Sho Aoyagi, Reina Triendi19.45

SALA 3WHIPLASH [C]Um filme de: Damien ChazelleCom: Miles Teller, J. K. Simmons, Paul Reiser, Melissa Benoist14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE GIVER

• HojeVISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA“A FOTO QUE FALTAVA” (CAMBOJA)Centro Cultural de Macau, 19h3060 patacasCONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE A LUSOFONIA Universidade de São José, 9h30Entrada livre

• AmanhãVISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA“UMA VEZ EM QUCHI” (TAIWAN)Centro Cultural de Macau, 19h3060 patacas“PINKTOBER” – CONCERTO DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS PARA VÍTIMAS DO CANCRO DA MAMA COM A BANDA CONCRETE/LOTUS Hard Rock Café Macau, 21h00150 patacas, com oferta de uma T-Shirt ESPECTÁCULO DE MÚSICA E DANÇA DOS PALOPLargo do Senado, 19h00 – 23h00Entrada livre

• Sexta-feiraI MUSICI APRESENTAM “ÓSCARESE FANTASIA DE DESENHOS ANIMADOS” (FIMM)Teatro D. Pedro V, 20h00200 a 250 patacasVISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA“A RAVINA DO ADEUS” (JAPÃO)Centro Cultural de Macau, 21h3060 patacas

• SábadoVISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA “EM FLOR” (GEÓRGIA)Centro Cultural de Macau, 16h3060 patacasI MUSICI APRESENTAM “AS QUATRO ESTAÇÕES” (FIMM)Teatro D. Pedro V, 20h00200 a 250 patacas VISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA“CARVÃO NEGRO, GELO FINO” (CHINA)Centro Cultural de Macau, 21h3060 patacas

• Domingo VISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA“MAU ROSÁRIO” (TURQUIA)Centro Cultural de Macau, 16h3060 patacasFADO DE COIMBRA COM “ALMA DE COIMBRA”Galeria da Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre VISOR DO CINEMA ASIÁTICO APRESENTA “RAINHA” (ÍNDIA)Centro Cultural de Macau, 19h3060 patacasANONYMOUS 4 APRESENTA “GRAÇA E GLÓRIA” (FIMM)Igreja de São Domingos, 20h00Entrada com bilhete gratuito

• DiariamenteOKTOBERFEST (ATÉ DIA 25/10)MGM, 18h00 às 24h00120 patacasFESTIVAL DE GASTRONOMIA MACAENSE (ATÉ 5 DE NOVEMBRO)Hotel Four Seasons, Cotai18h00 às 22h00498 patacas por adulto, 249 para crianças até aos 12 anosEXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS(ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre“VIAGEM À TERRA DOS SONHOS” DE SU JIAN LIANG (ATÉ DIA 23/10)Galeria da Fundação Rui CunhaEntrada livre WORLD PRESS PHOTO (ATÉ 2 DE NOVEMBRO)Casa GardenEntrada Livre Fátima, Fado e Futebol: um país de F’s e mal pagos.

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17OPINIÃOhoje macau quarta-feira 22.10.2014

F OI pela dívida que esta crise nasceu – lembram-se dos pro-dutos tóxicos, derivados de vários tipos de empréstimos, incluindo a clientes de alto risco nos Estados Unidos da Améri-ca? E só cortando o nó górdio da dívida poderemos superar a crise de uma vez por todas.

Enquanto isso não for feito, a dívida vai fazendo vítimas de cima a baixo, pequenas e grandes: o desempregado que não consegue pagar a casa, o sistema bancário cheio de crédito malparado, os Estados cor-tando nas despesas sociais para pagar uma dívida pública que não cessa de aumentar, os cidadãos mais endividados porque não há emprego nem apoios, as empresas abrindo falência porque não há consumo nem acesso ao crédito – o ciclo não se interrompe, antes se repete e agrava.

Esta semana vai ser discutido no Par-lamento o Manifesto dos 74 que defende a renegociação da dívida. Não se espera do Governo que abandone as suas superstições, segundo as quais um país deprimido deve ser empobrecido para pagar uma dívida impa-rável. Como prova o Orçamento do Estado para este ano, essas superstições exigem sacrifícios aos deuses da austeridade, e este Governo continuará com fé nos seus rituais até ao dia em que o deixarem governar.

Na oposição e na opinião pública, con-tudo, o cenário é diferente. Pode dizer-se que, em grande medida, a necessidade da renegociação da dívida já ganhou o debate. Ninguém acredita que a dívida seja pagável dentro da lógica exigida pelo Tratado Orçamental e todos estão conscientes de que o serviço da dívida, ao nível em que se encontra, deprime o país e asfixia qualquer possibilidade de crescimento económico.

A questão, então, é saber o que fazer com este outro consenso que vem de baixo e que desafia o consenso imposto de cima.

Em primeiro lugar, é importante co-nhecer bem as condições políticas para uma renegociação da dívida. Estas são,

cartoon por Stephff REPÚBLICA

Rui TavaResin Público

Ninguém acredita que a dívida seja pagável dentro da lógica exigida pelo Tratado Orçamental e todos estão conscientes de que o serviço da dívida, ao nível em que se encontra, deprime o país e asfixia qualquer possibilidade de crescimento económico

De pé, vítimas da dívidaem larga medida, europeias. Infelizmente, apesar da sua glorificação e diabolização, a União Europeia continua a ser uma grande desconhecida para a elite política, jornalística e opinativa nacional. Sem surpresa, é claro, este desconhecimento estende-se às escolhas eleitorais. Daí a persistência, em alguns dos partidos que mais defendem a renegociação da dívi-da, de estratégias de pura oposição que estão derrotadas à partida. Só tendo voz no Conselho de Ministros em Portugal se tem voz no Conselho Europeu, e é aí que a batalha da renegociação terá de ser travada.

Em segundo lugar, há que saber qual é o objectivo da renegociação: o alívio da canga que nos oprime, que pode chegar sob várias formas. Um grande plano de investimentos, um aumento da inflação, um estímulo ao crescimento económico podem ter tanto efeito como um corte nos montantes, a diminuição dos juros ou o alongamento dos prazos – e tão ou mais interessantes do ponto de vista do desen-volvimento económico. Para tudo isto, uma vez mais, é preciso saber jogar, e ganhar, no tabuleiro europeu, a começar por uma nova política de alianças no primeiro dia de um novo Governo.

A renegociação já ganhou na opinião pública, e poderá vir a ganhar nas urnas. Mas para ganhar onde interessa – na economia – é importante não substituir as supersti-ções da austeridade pelas superstições do isolacionismo.

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Page 18: Hoje Macau 22 OUT 2014 #3198

hoje macau quarta-feira 22.10.201418 ócios / negóciosCENTRAL POINT, EMPRESA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL JOÃO LUÍS, CRIADOR

“Desdobramos esse serviçode criatividade para várias áreas, como fotografia, design ou 3D”

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LEONOR SÁ [email protected]

J OÃO Luís voou para Macau há três anos e meio para, há cerca de oito meses, pôr mãos e mente à obra e abrir a sua própria agência criativa, a Central Point.

A título de freelancer, o artista e criador multifacetado – especializou-se em Fotografia, Design Industrial e Cinema – tem vindo a criar parcerias com vários grupos empresariais em Macau, sejam elas dedicados à imprensa ou ao Jogo.

“Decidi que queria avançar com uma coisa minha, porque sempre fui uma pessoa de projectos próprios. O desafio era interessante para mim, não só como realizador, mas também como criativo”, explica ao HM.

A par daquilo a que se pode chamar o “agenciamento de ideias”, a Central Point integra ainda uma casa de pro-dução, onde são construídos e cozinhados outros produtos.

Embora tudo esteja a correr dentro dos conformes, o designer revela que nem tudo é fácil, principalmente pelo mercado local ser “um bocado fechado”, já para não falar no problema da língua, um dos maiores que as empresas portuguesas no território enfrentam. É cada vez mais em cantonês que as coisas acontecem e os negócios se fecham por estes lados, mas nem isso pareceu prejudicar o trabalho do criativo, que se precaveu, contando com a ajuda de profissionais falantes da língua.

“Tenho que ter sempre parceiros que falam a língua e o facto do mercado ser um pouco fechado é outra barreira, que faz com que o processo de implementação da empresa seja muito mais lento”, conta.

OFERECEMOS SERVIÇOS CRIATIVOSA Central Point começou há menos de um ano, mas parece já ter grande parte do que é preciso para singrar no mercado da criatividade. Em Macau há já três anos e meio, João Luís sempre quis ter o seu próprio projecto e esta foi uma boa altura para lançar as suas ideias ao mercado local

Para fazer face aos obstáculos, o também músico e produtor de vídeo estabeleceu já várias parcerias com profissionais de outras áreas.

SERVIÇOS A PERDER DE VISTA“A Central Point oferece serviços criativos”. É assim mesmo, sem meias medidas ou palavras, que João Luís descreve o seu mais recente projecto profissional. “Desdobramos esse serviço de criatividade para várias áreas, como fotografia, design ou 3D”, continua. Tudo isto, diz, é feito com base nos pedidos dos clientes com necessidade de comunicar um produto ou uma ideia. “Nós arranjamos soluções criativas para comunicar essas ideias, bem como os meios pelo qual isso acontece”, explica João Luís ao HM.

“É difícil trabalhar com qualquer outra comunidade”, aponta o criativo, quando questionado sobre o facto de operar, profissionalmente, com e para a comunidade local. Agora com 41 anos, João Luís já teve diferentes expe-riências em África e na Europa e o desafio, confessa, é sempre o mesmo: “são pessoas que se ligam umas às outras

e trabalham, a acrescentar que, aqui em Macau, há o pro-blema da língua, que dificulta os canais de comunicação”.

DE TUDO UM POUCOAntes de se instalar por terras macaístas, João Luís era já uma criador sem fronteiras, que vivia entre a música, a fo-tografia, as curtas metragens e várias outras áreas criativas. O campo da criação multimédia e a três dimensões são outros dos enfoques do profissional, que agora se dedica, quase a tempo inteiro, ao seu novo projecto, ainda novo, mas já com longas pernas para andar.

Antes de criar a Central Point, João Luís trabalhou como Director de Vídeo numa das maiores operadoras de Jogo do território.

“Sou um autodidacta, até porque a grande maioria dos conhecimentos de cinema foram adquiridos com vários workshops, muita literatura e experiência”, conta João Luís ao HM. O mesmo se passou com o design porque, revela João Luís, é uma pessoa “curiosa”, levando os seus interesses e gostos para além dos tempos livres. “Tenho conseguido fazer isso com a música, o vídeo, a fotografia...”, diz.

A par de tudo isto, tem ainda outros projectos pessoais que englobam produção e realização de vídeo, fotogra-fia e várias outras áreas do universo infinito que é o da criatividade e dos meios multimédia. “É para isso que eu realmente respiro, vivo e acordo”, confessa o criativo. Um dos seus objectivos é, no mundo da sétima arte, apoiar artistas locais, criando parcerias nesse sentido.

A Central Point pode ser visitada em www.central-pointproductions.com.

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hoje macau quarta-feira 22.10.2014

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

ESTA FOTOGRAFIA mostra um chão em mosaico encontrado na antiga cidade de Ulpiana, no Kosovo. Acredita-se que Ulpiana foi estabelecida como cidade romana em 169, chamando-se “Municipium Ulpiana”. Atingiu o seu pico de desenvolvimento durante os séculos III e IV. Tinha redes de estradas, reservatórios de água, casas, um teatro e outros edifícios “religiosos e profanos”.

DIÁRIO 19DE BORDO

“Às vezes, [os jovens de Macau] têm de desistir da sua licenciatura para integrar um cargo qualquer nos casinos ou hotéis, porque assim ganham mais do que nas PME. Mas isto e um ‘lose, lose’, porque eles perdem a oportunidade de carreira e as PME perdem a mão-de-obra”SI KA LON • Deputado

“O Governo sabe perfeitamente que há interesses comerciais fortes no âmbito dos galgos e cavalos, o que impede que os animais estejam perfeitamente protegidos comdireitos básicos”JOSÉ PEREIRA COUTINHO• Deputado, sobre a proposta de Lei de Protecção dos Animais entregue pelo Governo

“Os meus vínculos com os países estrangeiros estão limitados ao meu telemóvel coreano e ao meu Gundam (uma série animada de robôs japoneses). E claro, todos estes são‘Made in China’”JOSHUA WONG• Líder do movimento pró-democracia em Hong Kong sobre as alegadas inter-ferências externas nas manifestações ci-tadas pelo Chefe do Executivo CY Leung

EPA/

VALD

RIN

XHEM

AJ/L

USA

“Na minha opinião, é necessário regulamentar os critérios e conteúdosdos conhecimentos e matérias. O que eu estudo em Hong Kong pode não ser

o mesmo, ou mais importante para Macau, logo é preciso uma regulamentação, uma adaptação geral às matérias”

Izzu Lei, estudante de Medicina, sobre a recente proposta de exame para atribuição de licença aos profissionais de saúde de Macau | P.7

VAMOS ENTRAR em breve num período decisivo para a comunidade portuguesa de Ma-cau: os próximos cinco anos do Governo de Chui Sai On. No término desse período, a RAEM fará 20 anos e será, com certeza, um tempo de balanço. É normal que o espaço da nossa comunidade se irá encolhendo, nomeadamente na Função Pública e nas áreas ligadas ao Direito, por exemplo, onde vemos aparecer cada vez mais gente de etnia chi-nesa capaz de dar conta do recado.É por isso que urge, cada vez mais, pensar estratégias que nos permitam continuar a ser úteis a Macau, tendo em conta, por um lado, a comunicação que terá de ser cada vez mais forte com os países lusófonos e, por outro, áreas culturais, na medida em que a cultura local, para garantir a sua verdadeira identidade, precisará sempre da contribuição portuguesa, quer a nível de língua, quer de cultura.Sem estes sinais, a RAEM não terá capacidade para se distinguir da Grande China, a não ser que a região queira ser unicamente co-nhecida pelos casinos e a luxúria falsa do betão e do gesso. Ora, Macau é muito mais do que isso, sobretudo se forem consideradas as camadas históricas que a consti-tuem e que serão no futuro, quando as questões patrimoniais entrarem no justo caminho, um dos seus principais motivo de atracção.Não há, na China, Ásia e no mundo, outra cidade como esta. Mas este carácter único não tem sido devidamente valorizado pelos Governos, em grande parte, creio que por falta de jeito e não por falta de vontade. É verdade que alguns elementos são xenófobos e temos de contar com eles. Mas, na sua grande maioria, a população de Macau começa a apreciar esse carácter único da cidade e sabe perfeitamente que ele não depende somente da comu-nidade maioritária mas, sobretudo, das minorias que a compõem e lhe oferecem essa individualidade.A comunidade portuguesa, na sua diversidade interna (que inclui os macaenses) deverá estar atenta e esforçar-se por ser parte útil desse Macau que aí vem. Para isso, convém valorizar a existência cultural da cidade, pois esse é um dos nichos em que obviamente te-remos uma palavra a dizer. Ou seja, temos de mostrar como fazemos falta, como somos um garante de diferença e como a nossa língua é imprescindível para interpretar e exprimir a cultura deste magnífico lugar. Assim saibamos correspon-der a este desafio que a História, uma vez mais, nos coloca.

Page 20: Hoje Macau 22 OUT 2014 #3198

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hoje macau quarta-feira 22.10.2014

O atleta paralímpico Oscar Pistorius foi condenado esta terça-feira a cinco

anos de pena de prisão efectiva pelo homicídio involuntário da namorada, Reeva Steenkamp. Este poderá não ser, no entanto, o ponto final do mais mediático julgamento na África do Sul do pós-apartheid, uma vez que tanto a defesa como o Ministério Públi-co têm ainda duas semanas para decidir se recorrem da sentença.

O atleta foi ainda condenado a três anos de pena suspensa por uso de arma de fogo. Ao contrário de anteriores ocasiões, Pistorius manteve-se impávido no banco dos reús após a leitura da sentença, recebida em total silêncio na sala de audiências.

Peritos legais sul-africanos adiantam que Pistorius terá de cumprir um sexto da pena na prisão (cerca de dez meses) antes de pedir transferência para prisão domiciliária, mas o Ministério Público diz que ele terá de passar na prisão pelo menos um terço do tempo a que foi condenado, ou seja, 20 meses.

NEGLIGÊNCIAPistorius, que se tornou mundial-mente famoso por ser o primeiro duplo amputado a competir em Jogos Olímpicos, na edição de 2012 em Londres, foi condenado em Setembro por ter disparado os quatro tiros que mataram a mo-delo na noite de 14 de Fevereiro

O tribunal acolheu os argumentos da defesa, considerando não ter ficado provado que o atleta tinha intenção de matar Steenkamp, mas concluiu que agiu de forma negligente ao disparar contra a porta fechada da casa de banho onde ele acreditava ter entrado um ladrão

OSCAR PISTORIUS CINCO ANOS DE PRISÃO

Sentença polémica para Blade RunnerDefesa e acusação têm duassemanas para apresentar recurso

de 2013. O tribunal acolheu os argumentos da defesa, consi-derando não ter ficado provado que o atleta, de 27 anos, tinha intenção de matar Steenkamp, mas concluiu que agiu de forma negligente ao disparar contra a porta fechada da casa de banho onde ele acreditava ter entrado um ladrão.

A lei sul-africana não prevê limites máximos e mínimos para o crime de homicídio involun-tário, mas a maioria das penas aplicadas varia entre os sete e os 15 anos de prisão. O Ministério Público pediu que o atleta fosse condenado a dez anos de prisão efectiva, enquanto a defesa alegou que trabalho comunitário e prisão domiciliária seriam uma pena mais adequada.

JUÍZA DECIDENa leitura da sentença, a juíza Thokozile Masipa, que presidiu ao processo durante os sete meses que durou o julgamento, afirmou que a decisão é “sua e apenas sua” e sublinhou que a aplicação de uma pena a um crime não é um “exercício perfeito”. “A sentença apropriada tal como é decidida por um juiz pode não ser a única sentença apropria-da”, afirmou, sabendo à partida que o veredicto será controverso num país que elevou Pistorius ao estatuto de herói nacional antes da sua queda em desgraça.

No entanto, Masipa desva-lorizou os argumentos de que o sistema prisional não tem con-dições para acolher alguém com a deficiência de Pistorius, que segundo a defesa está também num estado emocional muito frágil. As mulheres grávidas que cometem um crime vão para a prisão “e tam-bém elas são vulneráveis”, afirmou Masipa, insistindo que “não pode haver uma lei diferente para ricos e para pobres” e que, dado o grau de negligência manifestado pelo atleta, a prisão domiciliária não seria uma pena adequada.