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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 20 HUMIDADE 40-70% CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 15 DE DEZEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2514 PUB Ter para ler CONSUMIDORES INSATISFEITOS TELECOMUNICAÇÕES GERAM CADA VEZ MAIS QUEIXAS • PÁGINA 6 Assunto enterrado NOVO RELATÓRIO ILIBA SUSPEITOS NO CASO DAS CAMPAS • Página 4 Sistema inteligente em Macau ENGENHEIROS QUEREM COMPUTADORES A MANDAR NA REDE ELÉCTRICA • Centrais “O investimento chinês não me repugna nada” Passos Coelho e a venda da EDP Sem definir preferências no concurso pela companhia eléctrica, o primeiro-ministro de Portugal teceu elogios inesperados a Pequim. Decisão final deve optar entre a oferta chinesa ou a alemã. > PÁGINA 2
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Hoje Macau 15 DEZ 2011 #2514

Mar 23, 2016

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Edição do Hoje Macau de 15 de Dezembro de 2011 • Ano X • N.º 2514
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Page 1: Hoje Macau 15 DEZ 2011 #2514

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 20 HUMIDADE 40-70% • CÂMBIOS EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 15 DE DEZEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2514

PUB

Ter para ler

CONSUMIDORES INSATISFEITOS

TELECOMUNICAÇÕESGERAM CADA VEZMAIS QUEIXAS

• PÁGINA 6

Assunto enterrado

NOVO RELATÓRIOILIBA SUSPEITOS

NO CASO DAS CAMPAS• Página 4

Sistema inteligente em Macau

ENGENHEIROS QUEREM COMPUTADORES A MANDAR

NA REDE ELÉCTRICA• Centrais

“O investimento chinês não me repugna nada”

Passos Coelho e a venda da EDP

Sem definir preferênciasno concurso pela companhia eléctrica,o primeiro-ministrode Portugal teceu elogios inesperadosa Pequim. Decisãofinal deve optarentre a ofertachinesaou a alemã.> PÁGINA 2

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

CHINA MANDA EUA OLHAREM PARA O PRÓPRIO UMBIGOA China quer que os EUA parem de tecer comentários irresponsáveis sobre outros países e façam uma introspecção dos seus próprios problemas na área de direitos humanos. A declaração foi feita ontem pelo porta-voz chinês, Liu Weimin, sobre as afirmações recentes norte-americanas. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fez um discurso na véspera do Dia Mundial de Direitos Humanos, no qual falou sobre o tema e também sobre liberdade na internet. Liu disse que o governo chinês dedica muita atenção à protecção dos direitos básicos de todas as etnias e assegura a liberdade de crença religiosa dos cidadãos.

COREIA DO SUL EXIGE DESCULPAS DE PEQUIMO governo de Seul instou a China a pedir desculpas oficiais pela morte de um guarda costeiro sul-coreano, alegadamente assassinado pelo capitão de um navio chinês, durante uma operação contra a pesca ilegal. “O governo pede ao executivo chinês que tome medidas aceitáveis para evitar a repetição destes casos”, afirmou em Seul o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cho Byung-jae. Dois agentes da guarda costeira sul-coreana foram apunhalados segunda-feira, durante uma operação para travar um navio chinês que pescava ilegalmente em águas sul-coreanas do Mar Amarelo.

SEUL QUER ACORDOCOM JAPÃO E CHINANa sequência dos confrontos com pescadores chineses, a Coreia do Sul quer um pacto com China e Japão. A ideia é obrigar as embarcações dos três países a submeterem-se voluntariamente a qualquer ordem de inspecção, quando navegarem em águas estrangeiras. A iniciativa, já promovida em 2001 pela Associação de Pesca da Coreia e entidades homólogas da China e Japão, estava bloqueada até ao incidente de segunda-feira. Entre Janeiro e Novembro, as autoridades de Seul detectaram 439 barcos chineses a pescar ilegalmente em águas da Coreia do Sul, mais 46% do que em igual período de 2010.

MILHARES DE VELAS RELEMBRAM VÍTIMAS DE NANQUIM

O líder da empresa chinesa candidata à privatização da EDP manifestou-se ontem “muito confian-

te” no sucesso da sua proposta. “Confiamos no Governo português e acreditamos que a avaliação será isenta e transparente”, disse em Pequim o presidente da China Three Gorges Corporation (CTG), Cao Guangjing.

O empresário referiu que a CTG conta com “forte apoio do

Três mil velas acesas na cidade de Nanquim relembraram terça-feira centenas de milhar de pessoas assassinadas pelas tropas japonesas, na então capital chinesa, há 74 anos. Em 13 de Dezembro de 1937, começou um massacre que se prolongou mês e meio. O exército japonês invadiu Nanquim e as suas tropas incendiaram, saquearam e violaram em massa dezenas de milhares de mulheres. Segundo diferentes fontes históricas, foram assassinadas entre 150 mil e 340 mil pessoas.Como faz todos os anos, a China relembrou o seu “Holo-causto”, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, com uma cerimónia no Memorial das Vítimas do Massacre de Nanquim pelos Invasores Japoneses, construído sobre uma vala comum onde jazem mais de 10 mil corpos.Na presença de monges budistas chineses e japoneses, foram acesas na noite de anteontem três mil velas para orar

pela paz eterna das vítimas, informou a agência Xinhua.Todos os anos comparecem à cerimónia centenas de pessoas, entre autoridades, sobreviventes do massacre, moradores de Nanquim, visitantes de outras partes do país e associações de amizade com a China de diversas cidades japonesas.O prolongado massacre ainda é pouco conhecido fora da Ásia, embora seja cada vez mais referido graças a livros como “O Estupro de Nanquim”, de Iris Chang, e filmes como “O Massacre de Nanquim”, de Lu Chuan, Palma de Ouro no Festival de San Sebastián em 2009. O mais recente filme de Zhang Ymou, “As Flores da Guerra”, também é sobre este tema e candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano. Sem dúvida um forte contributo para a divulgação do terrível acontecimento.

Passos Coelho avalia privatização da EDP

Candidato chinês confiana “isenção” do Governo

governo chinês”, mas realçou que a avaliação das propostas deve ser “puramente comercial e não influenciada por atitudes políticas”.

Pelo que foi divulgado na imprensa de Lisboa, entre os quatro candidatos à compra dos 21,35 por cento do capital da EDP ainda na posse do Estado português, a empresa chinesa foi a que ofereceu o preço mais alto (cerca de MOP 28 mil milhões), à

frente da alemã E.ON e de duas empresas brasileiras (Eletrobraz e Ceming).

O prazo para a entrega das propostas terminou na passada sexta-feira e segundo fontes ligadas ao processo, o resultado deverá ser anunciado no próximo dia 22. “Penso que oferecemos o melhor preço, temos um plano industrial muito bom e também um programa de refinanciamento para o futuro desenvolvimento da EDP”, afir-

mou Cao Guangjing. “Ajudaremos a EDP a encontrar novas fontes de financiamento.”

Fundada em 1993, para cons-truir e gerir o maior complexo hidro-eléctrico do mundo, a barragem das Três Gargantas, no rio Yangtze, a CTG é conside-rada uma das mais importantes empresas da China na área das energias renováveis e está envol-vida em projectos hidro-elétricos em 26 países.

COELHO À PEQUIMO Primeiro-Ministro português, Pedro Passos Coelho, não dei-xou indicação sobre a escolha do Governo na privatização da EDP, mas na entrevista que deu ontem à noite à SIC Notícias sublinhou que não existe fantasma da China comunista na decisão final. “Não me repugna coisa alguma no que respeita à venda de activos”, disse quando questionado sobre se o repugnava a entrada de um gigante chinês estatal na economia portuguesa.

Mais ainda, lembrou que, na Europa, foi o Reino Unido quem primeiro abriu portas a esse mercado de investidores, com sucesso (conseguiu atrair investimento coreano e japo-nês). “Não podemos desprezar outros tabuleiros para além do europeu”, afirmou, salientando que era interessante “outras empresas trazerem diferentes métodos organizativos e novos investimentos para a Europa”. Passos Coelho lembrou ainda que os chineses já “não vivem apenas de salários baixos”.

Quanto às pressões de Angela Merkel em favor da alemã E.On (a outra favorita na corrida à EDP), não comentou, dizendo que seria “estranho” se não houvesse uma única empresa europeia candi-data a adquirir os 21,5% da EDP.

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3www.hojemacau.com.mo

Cenáriosde grandedimensão

UMA aldeia piscatória de cerca de 20 mil habitantes no sul da China está

em guerra aberta com o governo local, após a morte de um cidadão que tinha liderado protestos contra uma alegada apropriação de terras, enquanto estava detido. A polícia retirou-se da aldeia de Wukan, na província de Guangdong , e criou uma cerco que impede a entrada de água e comida, na tentativa de esmagar a revolta, segundo disseram os habitantes. Estes, por sua vez, criaram barricadas para prevenir mais detenções por parte das forças policiais e evitar o controlo do governo sobre a área.

As autoridades enfrentam agora um dilema. Ou reforçam o numero de agentes de forma a restaurar a ordem, arriscando novos confrontos violentos, ou negoceiam com os ha-bitantes e enfrentam a possibilidade de encorajar réplicas de protestos noutras regiões.

A agitação em Wunkan começou em Setembro, quando os aldeões locais atacaram vários organismos oficiais, num protesto contra aquilo que con-sideram ser uma tentativa do governo de lhes tirar as terras para as vender especuladores imobiliários.

O panorama dos preços dos bens, a nível mundial, depende forte-

mente da manutenção do apetite voraz que a China tem demonstrado por pe-tróleo, cobre e outros pro-dutos básicos. As chamadas ‘commodities’. Quer saber qual vai ser a sua evolução nos próximos anos? Então o melhor é fixar uma única palavra: China.

Sendo a maior economia em desenvolvimento, e uma das que mais rapidamente cresceu, a China tornou-se um consumidor insaciável de ‘commodities’ industriais e agrícolas. As suas necessi-dades são agora o factor mais determinante na fixação dos preços desses produtos. Os produtores fundamentam frequentemente os seus principais investimentos de acordo com as expecta-tivas que têm da procura chinesa. O mesmo fazem os investidores, antes de com-prar ou vender contratos de ‘commodities’ ou seguros associados.

Nenhum outro factor parece vir a ter nos próxi-mos anos um impacto tão grande no crescimento do mercado de ‘commodities’ como a evolução da procura chinesa, face às mudanças na sua economia em desen-volvimento. “Essa é a gran-de questão”, diz Richard Adkerson, chefe executi-vo da Freeport-McMoRan Copper&Gold Inc.

O CÓMODO E O INCÓMODOOs preços que dispararam nos últimos anos, batendo todos os recordes, podem continuar a fazê-lo. Isso seriam boas noticias para quem produz as ‘commo-dities’ e para os investidores que apostaram nelas. Mas também podem provocar o estrangulamento do mer-cado, ou incentivar a China e outros compradores de ‘commodities’ a procurar bens alternativos.

Os produtos com ofer-ta restrita ou em risco de constrangimento, como o petróleo ou o cobre, estão mais vulneráveis a um aumento de preços. Pelo contrário, o alumínio é abundante e a produção de algodão sobe de forma acentuada, o que os torna

Se o consumo chinês de ‘commodities’ continuar a crescer ao ritmo dos últimos dez anos, eis o que terá de ser feito para satisfazer essa procura em 2020, partindo do principio que o apetite colectivo do resto do mundo não sofre alterações.

• Extrair um valor extra de quase tanto petróleo bruto como aquele que é fornecido todos os anos pela Arábia Saudita.

• Aumentar para mais do triplo a produção de soja que sai do Iowa (representa 5% do mercado mundial).

• Extrair quase três vezes mais cobre do que a produção anual do Chile (cujas minas são quatro vezes mais produtivas do que as de qualquer outra nação)

CONFRONTOS EM ALDEIA PISCATÓRIA

Guerra de polícia e habitantes num impasse

Influência total da China no mercado das ‘commodities’

O motor da produção mundial

menos permeáveis. Tam-bém é mais fácil produzir algumas ‘commodities’ em grande quantidade quando são necessárias, o que limita o impacto dos preços. Leva menos tempo, por exemplo, a produzir mais milho do que a descobrir novas fontes de petróleo no oceano.

Muitos analistas são con-sensuais em afirmar que a Chi-

na não vai continuar a crescer da mesma forma que o fez de 2001 a 2010 - o crescimento será mais lento. Se estiverem certos, a questão que se põe é perceber qual a percentagem de abrandamento.

Uma taxa de crescimento de 4% a 6% seria um grande salto em frente para os EUA e muitos outros países, mas não para a China. E essa é a

taxa de crescimento prevista para a economia chinesa em 2013-2014, naquilo que já foi chamado de “aterragem for-çada”. Este crescimento ‘len-to’ terá como resultado um consumo mais controlado de metais comuns e outras ‘commodities’. No entanto, prevê-se um crescimento brutal no consumo de gás natural, à medida que cada

vez mais pessoas passarão a aquecer ou arrefecer as suas casas com este combustível.

O mais importante a reter é que a China é um mercado tão grande que qualquer aumento no consumo, mes-mo com um crescimento económico mais lento, terá sempre um efeito poderoso na procura e nos preços das ‘commodities’.

Esta semana, Au Kam San inovou. Comparar entidades públicas a cancros no seio do Executivo é, no mínimo, original cá na terra. O deputado do Novo Macau Democrático, conhecido por ser desbocado, especificou o carácter da sua imagem: é a cumulação progressiva de células mortas. Carlos Morais José P.15

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Joana [email protected]

A decisão de José Sales Marques, ex-presidente da Câmara Municipal, em atribuir dez sepul-

turas a título perpétuo foi dada “por autoridade legítima que lhe havia sido concedida pela antiga câmara municipal”. Esta é a con-clusão do Grupo de Trabalho (GT) criado para o aperfeiçoamento do processo da concessão de sepul-turas, num relatório publicado ontem.

O caso da concessão de dez campas do Cemitério de São Miguel Arcanjo a título perpétuo gerou polémica no ano passado, aquando da sua divulgação na imprensa, devido à acusação de abuso de poder por parte não só do ex-presidente da câmara como da secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan.

A queixa foi iniciada por uma cidadã do território que, depois de ver negado por mais de duas vezes o pedido de arrendamento de uma campa, alegou a existên-cia de actos criminais na câmara municipal.

Ainda que o GT diga que não lhe compete “proceder a qualquer tipo de investigação” - apenas analisar a investigação do Co-missariado contra a Corrupção (CCAC) -, o grupo liderado por Raymond Tam, presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Cí-vicos e Municipais (IACM), de-fende que há pontos a esclarecer. Um é a Câmara Municipal poder decidir a quem atribuir campas.

“A perda do poder político dos órgãos municipais não significa que tenham ficado desobrigados de assegurar actividades de gestão dos assuntos municipais e de pres-tação de serviços comunitários”, defende o relatório do GT.

Entre o fim da Câmara Mu-nicipal de Macau e a criação do IACM foi fixado um período transitório, para assegurar fun-ções municipais e prestação de serviços sociais. Nesse espaço, eliminou-se a existência de poder político, mas não foi por isso que a Câmara deixou de cumprir as suas competências.

O relatório explica que a função está clara na Lei de Reu-

Caso das sepulturas | Relatório final suporta posição de Florinda Chan

Que descansem em paz

nificação. “A câmara municipal provisória manteve a maioria das suas atribuições e competências, como as relativas aos espaços públicos (...) e à atribuição de sepulturas a título de arrenda-mento, o que a obrigava a agir até à instalação do IACM.”

Este é um factor que apoia a posição de Florinda Chan e Sales Marques desde o início do proces-so: a concessão das sepulturas pelo então presidente da câmara foi feita no pleno exercício da sua função.

Conforme previsto na lei, a decisão é “legal e oportuna”.

HISTÓRICO POLÉMICOLeonel Alves, advogado e depu-tado, já tinha defendido a mesma conclusão do relatório. Depois de um pedido de audição feito pela ala democrata ter sido reprovado por 24 dos 28 deputados, Leonel Alves apresentou argumentos baseados nas linhas do Direito. Afirmou que não houve qualquer ilegalidade, justificando que “o ex-presidente

da câmara apenas cumpriu a sua competência”. Também a maioria dos membros da AL se opuseram ao pedido.

A polémica em torno da atribui-ção das sepulturas deve-se a factores como a autorização ter sido dada por Sales Marques duas semanas antes de concluir o mandato e por uma das campas pertencer a familiares de uma assessora de Florinda Chan.

Não são os únicos motivos que levaram à análise escrupulo-sa - faltam documentos, como a publicação da decisão em Boletim Oficial, e, segundo o CCAC, uma acta que a comprovasse.

O GT explica também esta parte: o regulamento interno que definia a publicação em BO ainda não estava em vigor e não foi lavrada acta porque “de decisões singulares não se lavram actas”.

Quanto a Florinda Chan, na altura responsável pela tutela da entidade, não pode ser acusada de abuso de poder. Se, por um lado, a decisão de Sales Marques não tinha de passar pela tutela, de acordo com a lei, também não se comprova qual-quer abuso de poder – e o próprio CCAC admite isso. Agora, o novo relatório, reforça esta posição. “Para que se verifique abuso de poder, um funcionário tem intenção de causar prejuízo a alguém ou obter para si benefício ilegítimo. Nada disso se vislumbra do processo.”

IMPRENSA VS. GOVERNOUm ano e meio depois do início da investigação, pode ser desta que chega ao fim a polémica em torno das sepulturas de São Miguel Arcanjo.

A imprensa do território foi das maiores impulsionadoras à publicação do caso, mas o GT defende que as notícias não eram verdadeiras e denegriam a boa imagem do Governo.

O relatório ontem publicado – elaborado por dois assistentes de Florinda Chan e três membros do IACM -, diz ter apenas como mis-são a análise ao documento antes escrito pelo CCAC, assim como a implementação de melhorias nos procedimentos para a atribuição de campas.

O GT reconhece a necessidade de formação contínua dos funcionários sobre os procedimentos adminis-trativos e alerta para a necessidade de divulgar ao público informações sobre a atribuição de campas.

GOVERNO CRITICADOPOR CAUSA DOS ANTENEIROSLee Chong Cheng criticou ontem o trabalho do Governo acerca da polémica que envolve a TV Cabo Macau e as chamadas “companhias de antena comum”, considerando-o de “totalmente inadequado”. À margem do seminário “Smart Grid – Construir uma Cidade Verde”, o deputado, que também é vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, pediu ao Executivo para “encontrar uma solução” para o diferendo, pois considera que “os projectos preliminares” são poeira para os olhos das pessoas. “Não consigo ver solução alguma. Só vejo conversa e poucas respostas claras.” Anteontem, o coordenador do “Grupo de Trabalho para a Regulamentação dos Serviços de Antenas Comuns”, liderado por André Cheong, afirmou que os anteneiros “não podem continuar”. “Recebem os programas codificados e, por via não legal, descodificam os programas”, afirmou ao jornal Tribuna de Macau. “Isso é insustentável e os serviços competentes vão tomar as medidas adequadas.”- GLP

CHUI SAI ON GANHA POPULARIDADEOs cidadãos de Macau estão mais satisfeitos com o Governo e o seu Chefe do Executivo, revelou o estudo do índice de satisfação relativamente ao desempenho dos governantes em 2011, divulgado pela Associação de Nova Visão de Macau (ANVM). A sondagem foi feita com base em questionários apresentados por telefone a 774 residentes de Macau maiores de 18 anos. Em geral, os inquiridos mostraram estar cada vez mais satisfeitos com as políticas do Governo e com o desempenho do seu líder, Chui Sai On. Entre os secretários do Governo de Chui, o líder de popularidade foi Cheong U, enquanto Florinda Chan se manteve-se na posição de “lanterna-vermelha”, como a governante menos apreciada. Entre as políticas que mais agradaram estiveram as relacionadas com assuntos sociais e educação, enquanto a habitação e o trânsito foram os pontos mais contestados.- V.L.

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5www.hojemacau.com.mo

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SANDS CHINA QUER MAIS FUNCIONÁRIOS Numa altura em que os deputados pedem mais contenção na contratação de trabalhadores não-residentes e pedem revisão da respectiva lei, a Sands China está a tentar recrutar mais funcionários para os futuros projectos que nascerão no Cotai. Segundo a Revista Macau Business, a empresa realizou três actividades de recrutamento no mês passado e este mês, no Venetian. A Sands assegura que prefere optar por talentos locais e desde Julho que canaliza as actividades de recrutamento para esses trabalhadores. No total, mais de 9800 pessoas que procuram emprego paticiparam nas actividades, sendo que 2910 trabalhadores conseguiram atingir o objectivo de arranjar emprego.

Virginia [email protected]

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) completa

mais um aniversário – o 12.º – na próxima terça, dia 20, e a Associação Novo Macau Democrático (ANMD) vai assinalar a data com nova mani-festação a favor do sufrágio universal na escolha do Chefe do Executivo. Au Kam San, deputado da ANMD na Assembleia Legislativa (AL), espera que a insistência dos pró-democratas na sua paciente luta dê um dia frutos.

Sob o mote “Combater a corrup-ção, lutar pela democracia, assegurar a subsistência”, os pró-democratas pretendem que a acção de protesto no aniversário da RAEM possa ser um passo na direcção do sufrágio universal. “Estamos mais atentos à democracia porque em muitas questões, da subsistência à corrup-ção, quando vamos à procura do problema principal concluímos que é o velho problema das eleições em pequeno círculo fechado”, explicou Au Kam San. “Assim sendo, vamos ter esta manifestação democrática a

PRÓ-DEMOCRATAS VOLTAM A MANIFESTAR-SE PELAS ELEIÇÕES DIRECTAS

Acabemos com as desculpas20 de Dezembro, na esperança de que o Governo acabe de uma vez com as desculpas para não dar ouvidos a todos os apelos pelas reformas políticas democráticas.”

O bem sucedido desenvolvimen-to económico de Macau, em teoria, deveria permitir a satisfação das necessidades de todos e a felicidade geral do povo. “No entanto, a reali-dade é outra”, observa o deputado. “Podemos ver um grande abismo entre ricos e pobres, problemas de habitação, de aquisição de mercado-rias, e mesmo problemas de empre-go, que continuam a ser problemas preocupantes. Ao observarmos de perto esses problemas, vemos que são também causados por essas eleições em pequeno círculo.”

Salienta ainda que, dentro da AL, a maioria dos deputados ainda não é eleita directamente, o que torna impossível levar adiante os apelos

dos residentes e fiscalizar de forma efectiva a acção do Governo. “Por isso, pensamos que promover as eleições democráticas seria útil para solucionar os problemas de subsis-tência e corrupção a longo prazo.”

Embora o direito de nomeação esteja ainda sob o controlo da Comis-são Eleitoral do Chefe do Executivo, as eleições não se podem considerar verdadeiramente democráticas, considera Au Kam San. Ainda assim, o Chefe do Executivo resulta de eleições entre residentes, pelo que é de esperar que isso possa ajudar ao início gradual da introdução de eleições gerais.

CASINHAS PARA O POVOEntre os problemas de subsistência que mais inquietação têm levantado na sociedade está a incapacidade económica da população para com-prar casa própria. “Temos de olhar

para as causas dos problemas de subsistência”, considera Jason Chao, presidente da ANMD. “Como sabe-mos, os residentes estão preocupados com o problema da habitação. Por que é que o mercado habitacional em Macau continua a um nível ele-vado. Por que é que a consolidação da habitação pública é tão lenta?”

Ele próprio respondeu, encon-trando a mesma explicação que Au Kam San. “A principal razão é a falta de um sistema democrático de participação. O Chefe do Executivo é eleito por um pequeno círculo. Dentro desse círculo encontram-se muitos promotores imobiliários e outras partes interessadas. Acredita-mos que apenas através de eleições democráticas, podemos garantir um Chefe do Executivo verdadeiramente responsável perante os residentes de Macau, de forma a resolver os problemas de subsistência.”

Caso das sepulturas | Relatório final suporta posição de Florinda Chan

Que descansem em pazNa manifestação a realizar-se

na próxima terça, a ANMD vai reiterar a sua proposta para que sejam acrescentados pelo menos três assentos para deputados eleitos directamente, eliminando três sem eleição directa, para transformar em maioria os deputados que “realmente representam o povo”. Mas na sua associação há a consciência de que ainda falta um longo caminho a percorrer. “O Governo de Macau nem sequer começou as consultas sobre as reformas no sistema político. Até agora, o Governo apenas ouviu opiniões de forma passiva”, notou António Ng Kuok Cheong, deputado pró-democrata na AL.

“Assim que o comité permanente da Assembleia Popular Nacional tomar uma decisão concordando que Macau possa reformar o siste-ma político, então deverá avançar de imediato para auscultações da opinião pública”, explicou António Ng. “Depois, deverá também apre-sentar propostas para os residentes seleccionarem, como fez no processo de escolha dos nomes dos pandas, para alcançar o consenso público.”

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Joana [email protected]

É raro o residente de Macau que não tenha reclamações no que toca ao serviço da internet. Mas o monopólio

da Companhia de Telecomunica-ções de Macau (CTM) pode estar prestes a chegar ao fim, com a liberalização do mercado das tele-comunicações em 2012. Enquanto isso não acontece, as queixas contra os serviços prestados pela empresa vão subindo, a julgar pelas que chegam ao Conselho de Consumidores (CC). Segundo dados prestados pelo organismo ao Hoje Macau, este ano foram já contabilizadas 28 reclamações do serviço de internet. “A maioria relaciona-se com o lento acesso à internet e com a instabilidade do mesmo”, explica a porta-voz do CC. Em comparação com 2010, tanto os números como as razões de queixa alteraram-se. No ano passado, foram 18 as reclamações que chegaram ao CC, principal-mente devido à cobrança indevida de serviços de internet.

Estes são números oficiais e os únicos que se conhecem, mas a insatisfação dos clientes é muito maior. A grande maioria não se queixa ao CC e já desistiu de fazê-lo à CTM por nunca obter respos-tas satisfatórias. Os factores que opõem os residentes e a CTM são apenas dois, que fazem, no entanto, toda a diferença: preço e serviço.

Os preços dos serviços de internet não se coadunam com o serviço prestado, que é lento, fraco ou simplesmente, em alguns casos, não existe. A CTM não quis responder ao Hoje Macau, quando questionada porque funciona tão mal a internet no território. Mas a empresa não desmente desconhe-cer o problema. Aliás, as tarifas do serviço desceram este ano, depois de muitos protestos generalizados.

Em Maio, trinta clientes da CTM – que representavam outros que não podiam estar presentes – recorreram ao planking (colocar o corpo colado no chão em forma de prancha, um fenómeno dissemina-do através de fotos na net) para se manifestarem contra a venda de ligações à internet mais lentas do que em Hong Kong ou China Con-tinental, ainda por cima a preços bem mais elevados. Na Assembleia Legislativa (AL) o assunto também não passa despercebido. Diversos deputados apontam a falta de infra-estruturas necessárias para garantir Internet com capacidade e velocidade estáveis.

Ainda que o responsável da CTM tenha sempre afirmado à

Reclamações no sector das telecomunicações sobem

Comunicação com muito ruído As queixas sobre os serviços de telecomunicações estão a aumentar de ano para ano, segundo dados do Conselho de Consumidores. Falta saber se a liberalização do mercado vai por termo à insatisfação dos clientes

imprensa nunca receber queixas directas sobre o serviço de inter-net, a verdade é que os preços baixaram. A qualidade, contudo, não melhorou e a fibra óptica – maior em velocidade – não chega às empresas. Os pedidos de apoio quando falha o serviço também se resumem sempre à mesma solução – “faça favor de desligar e voltar a ligar o modem”.

Também a rede fixa de telefone – pertencente em exclusivo à CTM – é motivo de reclamação, ainda que em menor escala. Nos dois anos em análise pelo CC, foram oito os casos apontados. A não emissão de facturas ou cobranças extras deram o mote para a apresentação das queixas.

LIBERALIZAR PARA MELHOR? Este mês, a presença de Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e

Transportes, na AL motivou diver-sas interpelações dos deputados. O Executivo garantiu estar já em análise o regulamento administra-tivo que vai trazer mais liberdade ao mercado de telecomunicações do território.

A instalação e a operação das comunicações por redes públicas espera-se em 2012. Lau Si Io garante que o concurso público acontecerá em breve e mostra-se esperançado no aparecimento de taxas mais bai-xas, devido ao factor concorrência.

Mais modernização e diver-sidade nos serviços são pontos que também aparecem na lista do Governo, mas a questão das infra--estruturas mantém-se. Se a CTM não consegue prestar um bom serviço devido à falta de ligações condignas, como poderão outras empresas fazê-lo?

Cabos à parte, a Administração

garante continuar a pressionar as operadoras – no caso da rede fixa e da internet, a CTM – a fornecerem serviços a preços razoáveis. Apesar de todos os obstáculos que a libe-ralização do mercado possa trazer, o Executivo mostra-se confiante, até porque, diz, resultou com a rede móvel.

RESULTADOS TREMIDOSTer telemóvel em Macau permite aos residentes sentirem-se mais livres. Quanto mais não seja na escolha da empresa que fornece esse serviço. Entre CTM, Smartone e Rede 3, os clientes podem optar por pacotes mais ou menos com-pletos, consoante a necessidade. Mas os dados que o CC apresentou ao Hoje Macau trazem algumas insatisfações.

De 2010 para 2011, o número de reclamações relativamente ao

serviço telefónico móvel cresceu em 96 casos. No ano passado, 112 queixas foram entregues ao CC, este ano o número já ultrapassa as 200. Os motivos são, segundo dados da entidade, os mesmo: cobranças indevidas sem aviso pré-vio, falta de esclarecimento acerca de tarifários e cobrança excessiva no acesso à internet móvel.

Para os responsáveis do Con-selho de Consumidores, é notório que o conflito entre empresas de telecomunicações e cidadãos baseia-se principalmente no custo dos serviços e nas cobranças. A razão? No sector das telecomu-nicações, a comunicação não ser, realmente, o ponto mais forte. “Há falta de comunicação entre a concessionária e o consumidor.” As operadoras, sublinha o CC, não informam bem os clientes acerca de tarifários e preços.

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

7www.hojemacau.com.mo

Principais serviços de Macau abrangidos

Virginia [email protected]

OS adolescentes até se podiam gabar dos recor-des que detinham nas máquinas das casas de

videojogos, mas a marca que con-seguiram a arranjar financiamento para o seu entretenimento favorito também é assinalável: quase 600 assaltos a parquímetros, que lhes renderam cerca de 12 mil patacas. O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) acabou com a festa e deteve na Zona Norte os três adolescentes envolvidos.

Era por volta da meia-noite que atacavam, usando diferentes métodos para sacar moedas dos parquímetros. Os agentes do CPSP encontraram diversas ferramentas usadas na prática do crime, quando detiveram o trio terrível perto da zona de Iao Hon. Confirmaram que os jovens, residentes locais de 17 e 18 anos, usavam o dinheiro desta forma arrecadado para cobrir despesas em divertimentos vários.

TDM COM NOVA ESTRUTURA NA ADMINISTRAÇÃO Em Março, Leung Kam Chi substituiu Manuel Gonçalves como administrador-delegado da Teledifusão de Macau (TDM). Ontem, o responsável foi nomeado para gerir a nova Comissão Executiva que vai gerir a empresa. Também Frederico do Rosário, actual director do Departamento de Engenharia e Inovação Tecnológica da TDM, e John Lai foram ontem nomeados membros do Conselho de Administração, através de um despacho assinado pelo Chefe do Executivo. A comissão vai iniciar funções imediatamente, segundo a Rádio Macau. Frederico do Rosário, que falava à rádio, apontou a nova estrutura como o modelo perfeito para as necessidades da TDM. “A TDM é uma empresa de televisão e rádio e não trata apenas de emissão, mas também produz. São muitas áreas para uma só pessoa gerir e, por isso, convém uma gestão em equipa.” Frederico do Rosário negou ainda que haja censura na TDM, em resposta às recentes acusações dos membros da Associação Novo Macau Democrático. - J.F.

MACAU assinou ontem o VIII suplemento do

CEPA (Acordo de Estreita-mento das Relações Econó-micas e Comerciais entre o Interior da China e Macau), que vai trazer mais libe-ralização no mercado dos serviços e facilitar as trocas comerciais.

Com entrada em vigor em Abril do próximo ano, a assinatura do acordo liberta mais três áreas – totalizando, assim, 46 sectores de serviços abertos a Macau – e formas mais cómodas de prestação de serviços.

Os “prestadores de ser-viços” de Macau podem exercer no Interior da China não só as mesmas activida-des a que se dedicam em Macau, mas também outras abrangidas pelos sectores de serviços constantes do acordo. A única exigência é

• Advocacia

• Serviços de investigação interdisciplinar em ciências naturais e desenvolvimento experimental

• Companhias de corretagem de seguros podem constituir, a título experimental, agências de seguros em Guangdong

• Estabelecer hospitais

CEPA | SERVIÇOS DE MACAU MAIS PERTO DA CHINA

Atravessar fronteiras é fácilque satisfaçam os requisitos previstos na legislação do continente.

O interior da China apro-fundará a cooperação nos domínios da inspecção de mercadorias, comércio elec-trónico, protecção da proprie-dade intelectual e indústrias de tecnologias de inovação.

Já Macau, que pretende consolidar-se como centro de turismo e lazer, vai in-vestir na cooperação na área do turismo e na abertura de

operações bancárias a nível internacional.

Até ao final de Novem-bro de 2011, o valor total das mercadorias exportadas para o mercado do interior da China totalizou 244 milhões de patacas, com os têxteis e o café a liderarem. Já até ao final de 2010 foram constituídas mais de 760 empresas e estabelecimentos industriais ou comerciais no continente por empresas ou residentes de Macau.

Os sectores de transporte e logística, publicidade, convenções e exposições e turismo localizaram-se no topo da lista.

Para Jiang Yaoping, o acordo traz vantagens aos dois lados do estreito. Aos microfones da Rádio Macau, o vice-ministro do comércio da China disse que o documento “vai contribuir para a diversi-ficação adequada de Cantão e Macau e trará mais dinâmica para a economia”. - J.F.

Adolescentes roubavam parquímetros para financiar divertimento

Milhares de moedinhas para videojogos

Nas traseiras das residências dos adolescentes, a polícia encontrou 117 “restos mortais” de parquíme-tros destruídos pelo bando.

Para combater este tipo de roubos, a Companhia de Parques

de Macau anunciou já ter substitu-ído nos parquímetros os cadeados originais por outros importados, que garantem maior segurança. O trabalho da companhia gestora dos parquímetros tem ainda assim

MAIS TURISTAS EM MACAU NO MÊS DE OUTUBROO número de turistas que chegaram a Macau em Outubro, através de excursões, aumentou quase 61% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior subida aconteceu no grupo de visitantes vindos da Coreia do Sul - mais do que duplicou, ficando acima dos 24 mil. A maior fatia de visitantes continua a vir do Interior da China. São mais de 460 mil turistas, representando um aumento de cerca de 68% em relação a Outubro de 2010.

bastante espaço para melhora-mentos e também não é suficiente depender apenas da polícia para patrulhar as ruas, considera Chao I Sam, supervisora da União Geral das Associações dos Moradores de

Macau (UGAMM) na Zona Norte.A responsável disse ainda que

pais e escolas devem dar mais atenção às crescentes exigências dos mais novos e reforçar a trans-missão de valores positivos aos adolescentes, para afastá-los do crime e de atitudes gananciosas. A Zona Norte é uma área densamente povoada e, na opinião de Chao I Sam, a segurança local precisa muito de ser melhorada e reforçada.

Os crimes em que os adoles-centes roubavam dinheiro dos parquímetros foram detectados pelas câmaras de vigilância “olho--de-pássaro” instalados nas lojas. Os residentes estão convencidos de que esta é a prova de que não basta confiar só na polícia para patrulhar as ruas, referiu Chao I Sam. Com a chegada do Ano Novo, a responsável da UGAMM sugere ao Governo que reforce as patrulhas dentro da comunidade e considere a hipótese de instalar câmaras em pontos estratégicos de menor segurança, para obter um efeito dissuasor.

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GONÇ

ALO

LOBO

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HEIR

O

vidaSabiaque...

Gonçalo Lobo [email protected]

A Associação dos Enge-nheiros Electrotécnicos e Mecânicos de Macau (AE-EMM) promoveu ontem

um seminário de apresentação da rede inteligente de energia “Smart Grid – Construir uma Cidade Verde”. O conceito, já adoptado por diversos países, implica a aplicação de tecno-logia da informação para o sistema elétrico de potência, integrada aos sistemas de comunicação e infra estrutura de rede automatizada.

Os engenheiros pensam que o conceito é o ideal para Macau e querem vê-lo implementado quan-to antes. Só depende do Governo. “Com isso podemos construir uma cidade verde. A aplicação deste conceito em Macau dependerá sempre do Governo e das suas políticas”, explicou ao Hoje Macau o presidente da AEEMM, Raymond Kuong.

Concretamente, a rede inteligente de energia envolve a instalação de sensores nas linhas da rede de ener-gia elétrica, o estabelecimento de um sistema de comunicação confiável em duas vias com ampla cobertura com os diversos dispositivos e auto-mação dos activos.

AS TRÊS COORDENADASE o que se quer com esta nova con-cepção? Aparentemente, e de acordo com Raymond Kuong, existem três grandes benefícios: a eficiência, a confiabilidade e integração de ponta. “Qualquer iniciativa verde será benéfica para Macau. Agora o território tem de aprender com as experiências sucedidas noutros países ou regiões.”

Quando falamos de eficiência isso implicará menor consumo de energia da empresa concessionária de energia para fornecer o mesmo nível, ou melhor, de qualidade

Está implementada em diversos locais do planeta. A China e os EUA, os principais adeptos do conceito, já desembolsaram muitos milhões de patacas em projectos-piloto. Macau pode ser a “cidade ideal” para a sua implementação. Estamos a falar de Smart Grid, a rede inteligente de energia

Rede inteligente de energia é hipótese para Macau

Nas mãos do Governo

do serviço aos seus clientes. Com isso reduz-se custos e emissões de carbono.

No que respeita à confiabilida-de, a rede inteligente irá detectar quando os activos de uma rede estão a começar a falhar ou estão com desempenho em declínio. Ao identifica-los permitirá à conces-sionária repará-los ou substituí-los antes que haja uma interrupção de energia real. As falhas são detectadas

com precisão, isolando o impacto de uma falha aos clientes. Desse modo, menos clientes são afectados quando há uma falha de energia.

A integração de ponta refere-se, por exemplo, à leitura de um medi-dor inteligente para interagir com o sistema de gestão do cliente em casa, para painéis solares, para veí-culos elétricos, entre muitos outros equipamentos.

MUDANÇA DE MARCHANAS REDES ELÉCTRICASA China lidera o top de países que mais investiram até ao momento na rede inteligente de energia. Os chineses estão a criar um mapa de ligações, muitas em projecto pilo-to, que já vai num investimento na ordem das 57,8 mil milhões de pa-tacas. O pódio é composto ainda pelos EUA, com um investimento quase idêntico – 56 mil milhões – e o Japão, já muito atrás, com

6,7 milhões. “Em diversos países está a crescer muito depressa. A China tem investido muito e tem diversos projectos pilotos. Várias províncias já investiram

Top 10 mundial de investimento em Smart Grid (Redes Inteligentes de Energia)

CHINA – 57,8 MIL MILHÕES

COREIA DO SUL – 6,5 MIL MILHÕES ESPANHA – 6,3 MIL MILHÕES

EUA – 56 MIL MILHÕES

AUSTRÁLIA – 2,8 MIL MILHÕES REINO UNIDO – 2,3 MIL MILHÕES FRANÇA – 2 MIL MILHÕES

em diversos projectos de rede inteligente”, explicou Raymond Kuong.

São muitos os que defendem que a mudança nas redes eléctricas actu-

A percentagem da superfície da Terra ameaçada de desertificação é de 35%?

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9www.hojemacau.com.mo

Sabiaque...

UM lagarto de cores “psicadéli-cas”, um macaco que espirra

à chuva e cinco plantas carnívoras fazem parte da lista de 208 novas espécies descobertas durante 2010 na bacia hidrográfica do rio Mekong, na Ásia, segundo um relatório do Fundo Mundial da Natureza (WWF).

As novas espécies foram en-contradas num território com uma “biodiversidade extraordinária” que abrange o Camboja, Birmânia, Tailândia, Vietname e China, revela o relatório “Wild Mekong”, apre-sentado ontem pela organização.

No total foram descobertas para a ciência 145 espécies de plantas, 28 répteis, 25 peixes, sete anfíbios, dois mamíferos e uma ave. De 1997 a 2009, na região foram encontradas 1376 novas espécies. A WWF fez as contas e estima que, em média, uma nova espécie é descoberta a cada dois dias naquela região. Faz parte da lista de 2010 o macaco Rhinopithecus strykeri, descoberto nas montanhas remotas do estado de Kachin, no Norte da Birmânia. O animal, cujo nariz virado para cima o faz espirrar à chuva, já é consi-derado ameaçado por só existirem entre 260 e 330 indivíduos.

Apesar de a espécie ser nova para a ciência, as populações locais conhecem-no bem e dizem que é muito fácil de encontrar quando está a chover porque os macacos espirram quando apanham água no nariz. Para evitar molharem as suas narinas, pas-sam os dias chuvosos sentados com as cabeças protegidas entre as pernas.

Em dois rios do Sul da Tai-

ÉVORA É A PRIMEIRA “CIDADE INTELIGENTE” DE PORTUGALA EDP anunciou o projecto InovGrid em Outubro de 2007, associado a um investimento de 728 milhões de patacas que, até 2010, levaria a rede eléctrica à sua quinta geração - pronta para responder ao desafio das renováveis, microgeração e eficiência - e dotaria cerca de 200 mil residências de sistemas inteligentes de contagem do consumo energético. Os timings deslizaram, mas hoje o projecto já está no terreno. Já decorreu uma fase de testes, com 600 contadores inteligentes (Energy Boxes) e, em Fevereiro de 2010, foram detalhados os planos para a primeira cidade inteligente do país: Évora, onde vão ser instalados quase todos os 50 mil contadores inteligentes que fazem parte da primeira fase do projecto liderado pela eléctrica. Na cidade alentejana serão instalados 35 mil Energy Boxes. As restantes 15 mil vão para Lisboa, Viana do Castelo e Cantanhede. Até 2017 os seis milhões de clientes da EDP deverão estar cobertos pela alteração, ganhando acesso a informação mais precisa sobre o seu consumo energético e a possibilidade de agir em função disso. Por exemplo, alterando a potência contratada, o tipo de contrato ou as horas de funcionamento de um dispositivo eléctrico de consumo mais exigente, na sequência da análise gráfica da informação gerada, que o sistema vai permitindo online.

DOURO | 10 ANOS DE PATRIMÓNIO MUNDIAL MARCADOS COM PROTESTOSNo dia em que o Douro vinhateiro comemorou o 10º aniversário da elevação a Património mundial da UNESCO, as associações ambientalistas promoveram mais um protesto contra a construção da barragem de Foz Tua. “É o património cultural e natural do Douro, a sua destruição é comparável à destruição dos Budas por talibãs que usam betão e colarinhos brancos”, critica Joanaz de Melo, responsável do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).

(VALOR EM PATACAS)

ALEMANHA – 3,1 MIL MILHÕES

EUA – 56 MIL MILHÕES JAPÃO – 6,7 MIL MILHÕES

FRANÇA – 2 MIL MILHÕES BRASIL – 1,6 MIL MILHÕES

ais vai ter um impacto semelhante ao provocado pela massificação da Internet ou das telecomunicações. Macau pode ser a senhora que se segue, tudo em prol do ambiente.

DESCOBERTAS 208 NOVAS ESPÉCIES DE ANIMAIS E PLANTAS NA ÁSIA

Lagarto “psicadélico” e macacos que espirram à chuva

lândia, foi encontrado o peixe Schistura udomritthiruji, que faz lembrar um pepino, e num restaurante no Vietname, dois investigadores encontraram à venda aquela que, afinal, era uma nova espécie de réptil, Leiolepis ngovantrii.

TESOURO DE BIODIVERSIDADEAinda no Vietname foi descoberta a espécie de lagarto Cnemaspis psychedelica - de cor laranja, azul, amarelo e preto – na pequena ilha de Hon Khoai, e uma felosa, uma pe-quena ave encontrada nas florestas. O relatório da WWF refere ainda a descoberta de cinco espécies de plantas carnívoras na Tailândia e

Camboja. “Especialistas em botâni-ca afirmam que estas podem atrair e alimentarem-se de pequenos ratos, lagartos e até de algumas aves”, escreve a organização.

No entanto, “muitas destas no-vas espécies lutam pela sobrevivên-cia em habitats cada vez mais peque-nos, tentando escapar à extinção”, disse Stuart Chapman, director de conservação da WWF para a região do Mekong, em comunicado.

“O tesouro de biodiversidade da região poderá perder-se se os Governos não investirem na conser-vação, fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo, tendo em conta as alterações am-bientais globais.”

A percentagem da superfície da Terra ameaçada de desertificação é de 35%?

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

10www.hojemacau.com.mo CULTURA

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Virginia [email protected]

FOI por Macau ser “uma cidade única” que Vic-

tor F.S. Sit, professor da Universidade Baptista de Hong Kong e investigador honorário da Universidade de Macau (UM), resolveu em 2006 começar a es-crever “Macau ao Longo de 500 anos: Ascensão e Desenvolvimento de uma Cidade Chinesa Atípica”. A monografia está pronta a ser lançada em 2012, e vai ter versões em três línguas: chinês, inglês e português.

Ao longo de cinco ca-pítulos, o livro inclui uma colecção dos mais repre-sentativos mapas históricos chineses e estrangeiros do Extremo Oriente e Macau.

LIVRO COBRE 500 ANOS DA HISTÓRIA DE MACAU

Monografia trilingue de uma cidade única

Apresenta também infor-mação de como os portu-gueses chegaram a Macau no início do século XVI,

transformando a localida-de num importante pólo de intercâmbio comercial e cultural entre o Oriente

e o Ocidente. Por fim, fala como a sua interacção com os locais e com a China Continental nos últimos

500 anos contribuiu para a evolução de Macau para uma cidade moderna e única, em que as culturas se misturam.

O livro irá ser utilizado, num primeiro momento, como “souvenir” da UM e também do Governo, a oferecer a convidados interessados na história de Macau, assim como a visitantes ilustres de países de expressão portuguesa.

“Macau é uma cidade única, com uma mistura de culturas, distinta de Banguecoque ou de outras capitais”, referiu Victor Sit, numa cerimónia de pré-apresentação do livro. “Podem ver que Macau se destaca no mapa, ac-tualmente. É uma cidade singular.”

GOVERNO PREPARA FESTA DE ANO NOVO A noite da passagem de ano está a chegar e o Governo prepara-se para comemorar a vinda de 2012. Com um orçamento semelhante ao do ano passado – ronda os três milhões de patacas - o território vai receber artistas de Macau, Hong Kong e Taiwan. A festa terá lugar na Torre de Macau, junto às Casas Museu da Taipa. São esperadas 40 mil a 50 mil pessoas, número igual ao da noite de 2010 para 2011. A Taipa vai ainda ter à disposição dos foliões tendas de vários países – de Japão à Tailândia, das Filipinas a França –, que vão mostrar a sua cultura através de gastronomia, vestuário e outros produtos característicos de cada local. As zonas serão fechadas ao trânsito automóvel.

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PUB.QUINTA-FEIRA 15.12.2011www.hojemacau.com.mo

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

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Gonçalo Lobo [email protected]

JAIME Pacheco recrutou um português. O Beijing Guo’An ofi-cializou a contratação do médio português Manú que actuava no Légia Varsóvia, da Polónia.

“As expectativas são muito grandes. Conheço pouco da competição mas sei que a equipa fez uma bela épo-ca”, afirmou Manú ao Hoje Macau.

Depois de ter representado clube como o Benfica, Marítimo, Estrela da Amadora e experiências em Itália, Grécia e Polónia, a Chi-na não assusta Manú. “Já joguei muitos anos no estrangeiro. Sei que o idioma é complicado mas a linguagem do futebol é comum em qualquer parte do mundo.”

Aos 29 anos, assina um contrato de dois anos e vai ter a companhia da família nesta aventura chinesa. Ainda não falou com Jaime Pacheco mas assume grande admiração pelo treinador português. “Vai ser bom trabalhar com um treinador que foi campeão em Portugal”, referiu.

ANÚNCIOHM-1ª vez 15-12-11

AUTOS DE INTERDIÇÃO CV3-11-0177-CPE 3º Juízo Cível

REQUERENTE: O MINISTÉRIO PÚBLICO.--------------------REQUERIDO: U KAI CHONG, masculino, residente em Macau, “澳門竹園圍斜巷15號東慶新邨1樓E ou 澳門聖祿杞街4號華斌大廈2樓A”.---------------------------------------------------------------

*****

FAZ-SE SABER que, foi distribuída neste Tribunal, em 14 de Outubro de 2011, uma Acção de Interdição, com o número acima indicado, em que é Requerido, U KAI CHONG, mascu-lino, acima referido, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.---------------------------------------------

Macau, 02 de Dezembro de 2011.

Beijing Guo’An reforça-se com ex-jogador do Benfica

Manú é reforço de Jaime Pacheco

Para o representante do joga-dor, o ex-atleta Dionísio Castro, Manú será uma mais valia para a equipa de Pequim. “Ele é rápido e já passou por grandes clubes. Acho

que vai ser uma mais valia para Jaime Pacheco.”

Também não tem dúvidas de que Manú não terá dificuldades em adaptar-se. “Já correu o mundo.

Com a família por perto não terá qualquer dificuldade”, referiu Dionísio Castro ao nosso jornal.

Para já Manú ainda se encontra na Polónia e a única coisa que sabe é que

tem de se apresentar no dia 5 de Ja-neiro em Pequim. O Beijing Guo’An quer lutar pelo primeiro lugar que lhe fugiu este ano e o português Manú é a primeira contratação para 2012.

TAIPA ACOLHE QUINTA EDIÇÃO DA TAÇA DA HARMONIA

Críquete mais soberanoMarco [email protected]

O relvado da Escola Internacional da Taipa acolhe no próximo

domingo a quinta edição da Taça da Harmonia, uma certame criado em 2007 pela Associação de Críquete de Macau (ACM) para assinalar a transfe-rência da administração do território entre Portugal e a China.

A prova coloca frente a frente for-mações em representação da RAEM e da vizinha Hong Kong e em apenas cinco anos tornou-se numa das princi-pais montras da modalidade na região do Delta do Rio das Pérolas.

Este ano, o certame conta com um número recorde de oito equipas inscritas, a grande maioria das quais com génese no território. Para além da presença já habitual das forma-ções dos “Macau Muppets”, dos “Taipa Thunders” ou dos “Macau Knights”, a edição número cinco da Taça da Harmonia conta ainda com a participação de três equipas constituídas com o intuito exclusivo de acrescentarem competitividade à competição. As formações do “Sands China Chargers”, dos “File Lines” e dos “Chocks Away!” são adições de última hora e acabam também por ser um testemunho fidedigno do cresci-mento de uma modalidade que tem batalhado para se afirmar no desporto do território.

Para além das formações da RAEM, a quinta edição do Torneio da Harmonia atrai a Macau uma das

mais conceituadas equipas do outro lado do Delta do Rio das Pérolas. A formação dos “Hong Kong Olym-pianz” tem marcado presença assídua nos relvados do território e não falhou uma participação no evento desde que a prova foi disputada pela primeira vez em 2007, então nas instalações da Escola Hou Keong.

A exemplo do que sucedeu há um ano, a competição será disputada na variante de críquete de seis. As oito equipas que vão lutar pelo triunfo na competição vão jogar mediante as re-gras do chamado “soft críquete”, uma versão abreviada de uma modalidade que mobiliza milhões de pessoas em

países como o Sri Lanka, a Índia ou o Paquistão.

Os responsáveis pela ACM prevêm a organização de um total de doze partidas de quarenta minutos duran-te o dia de domingo. As formações dos “Taipa Thunders” e dos “Macau Knights” inauguram as hostilidades logo às primeiras horas da manhã. Ás 9:15 é a vez dos “Macau Muppets” en-trarem em acção, num desafio em que esgrimem argumentos com a formação da “Morton’s Steakhouses”. Só depois entram em acção as equipas estreantes, com o seis do “Chocks Away!” a defron-tar os representantes da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong no terceiro e penúltimo encontro da primeira fase da competição.

O certame deverá estar concluído ao fim da tarde, com a cerimónia de entrega dos troféus agendada para as 5h. Ao longo do último ano, o número de entusiastas da modalidade dupli-cou, mercé sobretudo da chegada de novos contingentes de expatriados ao território. De acordo com Adnan Nasim, presidente da ACM, o número de praticantes de críquete ultrapassa actualmente a barreira das oito deze-nas. A maior parte dos atletas é oriun-da do sub-continente indiano, região onde as lides do críquete mobilizam milhões de adeptos.

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TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h18:30 That 70\’s Show ( Que Loucura de Família)19:00 Montra do Lilau (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Castle22:10 Passione23:00 TDM News23:35 Resumo Liga Europa23:45 Herman 201100:40 Reportagem Sic01:10 Telejornal (Repetição)01:40 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Nativos Digitais15:00 Bom Dia Portugal16:00 Natal dos Hospitais 201120:00 Jornal Da Tarde 21:15 Natal dos Hospitais 2011

ESPN 3012:30 2011 Women’s Tournament Of Champions13:30 The Open Championship 2011 Day 316:30 IAAF Grand Prix - Eaa Premium Meeting19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Emotions - Sports Magazine 20:30 The Football Review, The 21:00 X Games 17 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Rugby World Cup 2011 Quarterfinal #4 New Zealand vs. Argentina

STAR SPORTS 3113:00 Sports Max 2011/12 14:00 HSBC FEI Classics 201115:00 Best Of The Championships, Wimbledon 201117:00 (LIVE) Omega Dubai Ladies Masters 2011 Day 221:00 HSBC Sevens World Series 2011/12-Highlights 21:30 (Delay) Score Tonight 22:00 Global Football 2011 22:30 Game 23:00 Best Of The Championships, Wimbledon 2011

STAR MOVIES 4012:20 Something Evil Comes 14:00 Good Neighbours 15:40 Reign Of Fire 17:30 National Security 19:05 Fair Game 21:00 Inhale 22:30 Striking Distance 00:20 Anacondas

HBO 4112:00 Moonraker14:05 True Blood16:00 Rocky17:55 Rocky Ii20:00 The Bounty Hunter 22:00 For Your Eyes Only00:05 True Blood

CINEMAX 4212:30 Dead Again14:15 Chill Factor16:00 First Men In The Moon17:45 True Grit20:00 G.I. Joe22:00 The Taking Of Pelham 1 2 323:45 Nightmares

[f]utilidadesQUINTA-FEIRA 15.12.2011www.hojemacau.com.mo

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SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Cara, rosto. Atar, conciliar. 2-Eleve, erga. Antiga forma de oui. Elogio. 3-Não digas mais (Interj.). Mesa onde se celebra missa. Escândio (s.q.). 4-Afastamo-nos. 5-Conserva de uvas. Arma que difere do punhal por ser mais larga. 6-Espécie de jogo-da-glória. Discurso. 7-O m. q. fouce. Lajeamento onde se trilham os cereais (pl.). 8-Pequeno réptil semelhante à víbora, mas sem escamas, também chamado cobra-de-vidro. 9-Aqui. Artéria do ventrículo esquerdo do coração. Peso bruto (abrev.). 10-Abecedário. Esteja em suor. Tenha confiança. 11-Põe a navegar um navio encalhado. Reduzem a fio.

VERTICAIS: 1-Fixou a vista ou a atenção. Navalhas. 2-Cá (Pop.). O espaço percorrido no ar sem pousar. Parte inferior da encosta dos montes. 3-Cério (s.q.). Que se consegue sem grande trabalho. Confronte (abrev.). 4-Impulso que leva a realizar actos difíceis ou perigosos. 5-Planície entre outeiros (Prov.). Reflexão da voz ou de um som (pl.). 6-Tio ou tia (Infant.). Planta aroídea também chamada jarro. 7-Sacerdote do lamaísmo. O que existe ou pode existir. 8-O m. q. rodouça. 9-49 (Rom.). Tártaro. Letra grega correspondente a F. 10-A eles. Cidade da India. Pedra escavada para líquidos. 11-Fragmenta-se, lasca-se. Não ignoram.

HORIZONTAIS: 1-FACE. T. LIAR. 2-ICE. OIL. LOA. 3-TA. ALTAR. SC. 4-O. FUGIMOS. H. 5-UVADA. ADAGA. 6-OCA. ORO. 7-FOICE. EIRAS. 8-A. LICANÇO. A. 9-CA. AORTA. PB. 10-ABC. SUE. FIE. 11-SAFA. M. FIAM.VERTICAIS: 1-FITOU. FACAS. 2-ACA. VOO. ABA. 3-CE. FACIL. CF. 4-E. AUDACIA. A. 5-OLGA. ECOS. 6-TITI. ARUM. 7-LAMA. ENTE. 8-L. RODOIÇA. F. 9-IL. SARRO. FI. 10-AOS. GOA. PIA. 11-RACHA. SABEM.

[ ] CinemaCineteatro | PUB

SALA 1MISSION: IMPOSSIBLE GHOST PROTOCOL [C]Um filme de: Brad BirdCom: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg14.15, 16.45, 19.15, 21:45

SALA 2SHERLOCK HOLMESA GAME OF SHADOWS [B]SRD DOBLY SURROUND SOUND SYDTEMUm filme de: Guy RitcheCom: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace14.30, 16.45, 19.15, 21.30

NUTCRACKER IN 3D [B]Um filme de: Andrei KonchalovskCom: Charlie Rowe, John Turturro19:30

SALA 3PARANORMAL 3 ACTIVITY [C]Um filme de: Ariel Schulman, Henry JoostCom: Kate Featherston, Sprague Grayden14.15, 16.00, 17.45, 21.30

A CARTEIRA OU OS MIOLOS?Enquanto os casinos se vão multiplicando por cá, cada vez mais chineses embarcam em viagens para Macau. Todos os dias, vemos milhares de homenzinhos vindos da China Continental a encher as ruas. Não há dúvida de que são eles quem impulsiona a indústria do jogo em Macau. Já quanto à cultura... farão ideia do que é isso?Na cabeça de quem vive em Macau, muitas vezes paira a ideia de que essa malta que vem perder-se nas mesas de jogo de um qualquer super-casino do Cotai está em geral “bem de vida” e tem contas no banco bem recheadas, ou seja, são os chineses que foram espertos e souberam aproveitar para enriquecer com as oportunidades criadas com a aproximação moderna ao capitalismo do comunismo de Mao. Não sei até que ponto o estereótipo encontra confirmação na realidade, mas o certo é que essa “esperteza”, se é que há, não serviu para muito mais do que fazer dinheiro. A imagem que deixam os sujeitos que passam por cá em nada ajuda a desfazer os outros estereótipos, mais antigos, dos chineses: são rudes, são malcriados, são porcos, não respeitam filas, falam alto como matracas, etc, etc..Onde está o problema? Na educação. Esta geração de chineses não desfrutou de uma educação particularmente boa e tem a mentalidade de que o dinheiro é tudo e só interessa saber como multiplicá-lo. Enfim, se essas pessoas não se interessam pela cultura, muito bem, estão no seu direito, é problema delas. Mas quando turistas de outros países visitam Macau e se deparam com esses cidadãos malcriados, terão tendência para associá-los à cultura local. Aí o problema passa a ser de Macau, que fica com a sua imagem afectada. Mas pode o Governo de cá fazer algo para melhorar essa situação? Terá alguma arma para lutar contra a “falta de cultura importada”? Acho que um país ou uma cidade não pode só preocupar-se com a economia. Também é importante educar os cidadãos para que construam uma cultura única. Sem ela, nunca se alcançará a meta do Centro Mundial de Turismo e Lazer.

Pu-Yi

NÃO HÁ PALAVRAS • Zhang JieO livro mais premiado da história da República Popular Chinesa. Para compreender o que é realmente a China de hoje é preciso começar a partir daqui, deste livro. É um romance magnífico, de personagens inesquecíveis, fascinante como uma história policial, apaixonante e leve como um poema; um romance do tamanho do país que conta, atormentado, ambicioso, sofrido, que prende no estômago e na cabeça. Da pena e da alma da maior escritora chinesa viva.

LIFE • Keith Richards Já apelidada de Santo Graal das biografias de estrelas de rock, «Life» foi celebrado como um fenómeno incrível: mais de dois milhões de cópias vendidas em menos de um ano.

DARWIN AOS TIROS E OUTRAS HISTÓRIAS DE CIÊNCIA • David Marçal, Carlos FiolhaisO calendário com um buraco de onze dias, a chatice das bactérias extraterrestres que estão sempre a aparecer, os cientistas incendiários, a física do futebol com especial atenção aos penáltis, o striptease tecnológico nos aero-portos, José Sócrates e o gelo quente, a base genética da alma e o ADN de Bin Laden. Histórias de ciência e da vida dos cientistas.

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da es t re laCarlos M. Cordeiro

O albergue será espanhOl

A Os últimos números oficiais que foram divulgados são, no mínimo, perturbadores. Os habitantes em Portugal com mais de 65 anos já representam praticamente um quinto da população. E em Lisboa, entre os cerca de 600 mil habitantes, um quarto tem mais de 65 anos.

OPINIÃOQUINTA-FEIRA 15.12.2011

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QUI pela serra há cada vez mais idosos. Uns vão morrendo, outros vão-se deixando morrer.

Anteontem, para não chorar pus-me a rir à gargalhada cínica diante de uma criatura. Teve a “amabilidade” de me informar sobre o quantitativo a pagar por um velhote meu vizinho que já não se aguenta nas canetas, que não tem família e que está a precisar do amparo de um lar qualquer daqueles deno-minados para as pessoas da terceira idade. O vizinho tem uma pensão de 300 e tal euros e as suas posses limitam-se a uma casita de aldeia. O organismo de assistência social pediu pelo seu internamento uma mensali-dade de 1.200 euros. É de rir ou de chorar?

A exigência materialista que esquece as lacunas do tecido social acontece num país onde cada vez há mais idosos e onde a assistência é que é velha e carunchosa. Na

grande parte dos lares os idosos não são bem tratados e sentem que estão simplesmente no caminho mais rápido para a morte.

Os últimos números oficiais que foram divulgados são, no mínimo, perturbadores. Os habitantes em Portugal com mais de 65 anos já representam praticamente um quinto da população. E em Lisboa, entre os cerca de 600 mil habitantes, um quarto tem mais de 65 anos. Lisboa, a capital do país, do Governo, do cosmopolitismo, do fado, do turismo e onde a solidariedade pelos

idosos é quase nula. É triste quando a Santa Casa da Misericórdia teve de desistir de um projecto que indicava uma solução para a solidão e abandono dos idosos. Um projecto direccionado a encontrar famílias dispostas a acolher idosos a troco de um pagamento pecuniário. Depois de duas campanhas, os candidatos foram muito poucos. O objectivo da iniciativa visou apelar à sensibilidade dos residentes de Lisboa para “adoptar” idosos e adultos com deficiência. A Santa Casa tem a partir de agora a prova de que a sua acção

terá de ser mais profícua e mais humanitária. Os lares existentes na sua jurisdição têm fama de mau serviço e de desamparo pelos internados.

Se a falta de solidariedade em Portugal pelos mais idosos, esquecendo-se o facto de que todos chegaremos a velhos, traduz um sentimento repulsivo pela entreajuda, então, que farei eu do meu vizinho que urgentemente precisa de ser internado? Há sempre uma solução, mais que não seja resultante de atirarmos com certos precon-ceitos para trás das costas, nomeadamente nacionalismos balofos que começam a estar fora de moda. É que ali mesmo ao lado, depois de passarmos Vilar Formoso, exis-tem uns albergues espanhóis que tratam dos velhotes como autênticos filhos e onde nada lhes falta para um fim feliz ao preço daquilo que puderem pagar.

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011

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car toon por Steff A BANDEIRA

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Nuno G. Pereira; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros; Vanessa Amaro Colunistas Arnaldo Gonçalves; Carlos M. Cordeiro; Boi Luxo; Correia Marques; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Os mesmos entes que tanto criminalizam o assédio,seja ele de que tipo for, quando vão a um mercado gostam de fruta apalpar, que nem sempre para comprar. Por Fernando

Ciclone

As metáforas médicas são sempre perigosas. Ainda que, muitas vezes, se po-nham mesmo a jeito. Diz-se que um governo “definha”, que está “constipado”, que sofre de “paralisia”, que é “surdo” aos anseios da população e “cego” quando se trata de “ver” o que ela pretende. E diz-se relativamente bem por que a comparação é facilmente adquirida e tem o efeito brutal do referente original: a doença.

Esta semana, Au Kam San inovou. Comparar entidades públicas a cancros no seio do Executivo é, no mínimo, original cá na terra. O deputado do Novo Macau De-mocrático, conhecido por ser desbocado, especificou o carácter da sua imagem: é a cumulação progressiva de células mortas (leia-se gente incompetente acoplada sem mérito ao governo) que está a provocar o seu definhamento, a impedir a sua cria-tividade; numa metáfora geográfica, a empurrá-lo para o abismo.

ed i to r ia lCarlos Morais José

A metáforA médicA

A esta linguagem de metástases, prolife-rações desordenadas e celulares aberrações, não responderá o governo. Ao que se sabe, também o deputado se coíbe de enterrar o bisturi na entidade certa, denunciando

situações concretas, o que limita o âmbito e a eficácia de qualquer operação, por mais cirúrgica que seja.

Au Kam San faz um diagnóstico através dos sintomas, mas não localiza o mal. Onde haverá Chui Sai On de utilizar o escalpelo? O deputado havia de ser mais preciso, mi-croscópico, rigoroso. Claro que para ele este Governo é há muito um cadáver adiado, não tendo por isso cura visível ou à mão. Para quê extrair este ou aquele tumor? Deixá-lo cumprir penosamente o seu calvário.

Já no que diz respeito à liberdade de imprensa, a mesma associação – desta feita pela voz de Jason Chan – afoita-se a revelar três ou quatro casos de “abusos”.

Au Kam San faz um diagnóstico através dos sintomas, mas não localiza o mal. Onde haverá Chui Sai On de utilizar o escalpelo? O deputado havia de ser mais preciso, microscópico, rigoroso.

Uma coisa é certa: não sei se patrões da comunicação em Macau, como acontece em todas as latitudes, impõem limites aos seus jornalistas. É provável que isso aconteça: são as leis do capitalismo: mandam os patrões. Mas que até hoje nunca senti qualquer pressão da parte do Governo da RAEM, com Edmund Ho ou Chui Sai On, isso é indesmentível. O resto – mais uma metáfora médica – é a vida.

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QUINTA-FEIRA 15.12.2011www.hojemacau.com.mo

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CHINA SEYCHELLES CONVIDAM NAVIOS DA MARINHAA China está a considerar a oferta das Seychellles para receber navios da marinha chinesa naquele território. A oferta para acolher os navios que fazem parte da força multinacional anti-pirataria, à qual a China se juntou em 2008, está a ser recebida cautelosamente pelas autoridades, que reafirmam a sua política de não estabelecer bases militares em países estrangeiros. Pequim afirma não pretender hegemonia regional, nem alianças militares com outras nações. “A posição da China é clara. Nunca estabelecemos bases militares noutros países”, disse um porta-voz do ministro dos negócios estrangeiros. Entretanto, um avião de reconhecimento, não tripulado, da Força Aérea dos EUA, despenhou-se nas Seychelles, que servem de base para aos EUA não só para as missões anti- -pirataria mas também de vigilância na Somália. Este acidente vem na sequência de um outro, ocorrido há duas semanas no Irão com um aparelho do mesmo tipo. Estes acontecimentos, num curto espaço de tempo, vêm pôr em causa a fiabilidade destes veículos aéreos não tripulados. A Força Aérea dos EUA declarou que o acidente ocorreu na aterragem e que ninguém ficou ferido, acrescentando que está em curso uma investigação para apurar as causas do sucedido.

O maior desafio das empresas de media é a “diversificação

das fontes de receitas” para sobre-viverem no mercado, defendeu Paulo Faustino, que apresentou ontem em Macau o livro “Gestão Estratégica e Modelos de Negó-cio: o caso da indústria de Media”.

“A forma tradicional com que os media se financiam está esgotada, porque há menos leito-res - há por outro lado migração para o digital -, e por outro, os anunciantes têm cada vez mais alternativas para a sua comuni-cação publicitária”, referiu o pro-fessor da Universidade do Porto e Instituto Politécnico de Leiria.

Paulo Faustino defendeu que o investimento publicitário “está cada vez mais repartido”, seja através do apoio de eventos, como concertos, redes sociais, ‘marketing’ directo e acções de relações públi-cas, mas que “as próprias empresas de media já perceberam isso e estão, elas próprias, a diversificar as suas fontes de receita e a criar departamentos de organização eventos para irem buscar essa fatia da comunicação publicitária”.

“Isso tem acontecido em Por-tugal, na Inglaterra, EUA, Brasil”, constatou o investigador, ao dar o exemplo “levado ao limite” da revista Monocle, que “criou lojas em Nova Iorque, onde vende al-guns dos produtos que refere nos conteúdos, incluindo móveis”.

Ao indicar os países do BRIC - e em especial do Brasil e China -, como “excepções” à saturação registada nos EUA, Europa e Japão, Paulo Faustino observou que mesmo nestes “mercados em crescimento” já se verifica a tendência para a diversificação das fontes de receita.

O investigador admitiu, no entanto, que ainda “não há so-luções mágicas” para garantir a sustentabilidade das empresas. “Essa é uma pergunta para um milhão de dólares. Ainda ninguém conseguiu. Inclusiva-mente o New York Times e o Washington Post estiveram à beira da falência. Não há solu-ções mágicas ainda, porque, no fundo, estamos todos a ensaiar quais poderão ser os modelos de negócio do futuro.”

MEDIA | PAULO FAUSTINO DEFENDEA “DIVERSIFICAÇÃO” DAS RECEITAS

São precisas maise melhores fontes