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ENGENHARIA I TRANSPORTE WWW.BRASILENGENHARIA.COM ENGENHARIA 613 / 2013 86 Renovação da frota de trens eleva padrão de conforto trem possui forte pre- sença no imaginário po- pular. Nossas lembran- ças estão repletas de imagens de trens, che- gando e partindo, levando as pessoas ao encontro de seus sonhos. O cresci- mento das cidades brasileiras mudou o perfil das ferrovias nos grandes centros urbanos, transformando-as em sistemas de transporte de grande capacidade, estruturadores dos deslocamentos das pessoas nas metrópoles. Em São Pau- lo, a partir da década de 60, iniciaram- se estudos para a implantação de uma rede de metrô que já previa uma futura integração com os sistemas sobre tri- lhos existentes. Nos anos seguintes, no âmbito estadual, a FEPASA - Ferrovia Paulista S/A modernizou completamen- te seu sistema e na esfera federal foi criada a CBTU – Companhia Brasilei- ra de Trens Urbanos, encarregada do transporte metropolitano de passagei- ros em todo Brasil, desvinculando-se do transporte de cargas. Assim, o sistema de transporte so- bre trilhos, operado hoje pela CPTM – Companhia Paulista de Trens Metro- politanos teve sua origem em ferrovias centenárias, concebidas para o trans- porte de mercadorias e de passageiros em longos percursos. Essa herança im- pôs necessidade de adequação e mo- dernização dos sistemas de via perma- nente, sinalização, alimentação elétrica e naturalmente da frota de trens, que ainda estão em andamento. Criada em maio de 1992, através da Lei nº 7861, a CPTM em seus primeiros anos teve que estabelecer sua própria identidade, absorvendo quadros das antigas FEPASA e CBTU. Começa então o grande desafio de tornar a ferrovia um sistema de transporte metropolita- no estruturador, com níveis de quali- dade e serviço equivalentes a sistemas de metrô. As dificuldades, à época, fo- ram: ativos antigos e pouco adequados à nova necessidade de deslocamento na metrópole; despadronização de servi- ços em suas seis linhas; escassos recur- sos financeiros para o custeio da manu- tenção e da operação. Inspirada pela visão de ser reco- nhecida pela sociedade como a melhor prestadora de serviço de transporte de passageiro em regiões metropolitanas do Brasil, a Companhia iniciou seu progra- ma de modernização com investimentos na compra de trens e na reformulação de sua estrutura organizacional. Sua conso- lidação como empresa ocorreu em 1996, quando incorporou ativos e pessoal da FEPASA, além da CBTU já absorvida em 1994. A CPTM, então, possuía uma frota operacional de 588 carros e transportava cerca de 835 mil usuários por dia útil. A realidade hoje é bem outra: com a mar- ca de 2,7 milhões de passageiros por dia útil, a CPTM possui importância cada vez maior na rede de deslocamentos da população da Região Metropolitana de São Paulo. O crescimento de 223% no trans- porte de passageiros reflete o maior in- teresse da população pelos serviços da CPTM e é resultado do aumento signifi- cativo do número de viagens realizadas e a redução dos intervalos entre trens. Em 2011 foram 700,2 milhões de pas- sageiros transportados em 811 mil via- gens. Além dos investimentos realizados no período em estações, via permanen- te, sinalização, rede aérea e energia, o grande destaque cabe ao processo de renovação da frota de trens. A frota de trens da CPTM em ope- ração em 1996 era formada por 8 séries com idade média de 24 anos. Os trens mais antigos eram das séries 1100 e 4800, fabricados respectivamente em 1956 e 1958. A vida útil econômica de um trem é estimada em até 48 anos, considerando realizado o plano de ma- nutenção preventivo preconizado pelo fabricante e ainda com realização de pelo menos uma intervenção de grande porte de modernização de seus siste- mas principais. Assim, a vida útil ori- ginalmente de 30 anos pode ser esten- dida em mais 60%, segundo estudo realizado em 1991 pela RATP – Régie Autonome des Transports Parisiens e de autoria de Didier Langrand para o Comitê de Material Rodante da UITP – Associação Internacional de Transpor- tes Públicos. EURICO BAPTISTA RIBEIRO FILHO* MÁRCIO MACHADO** Trens das série 1100, 5500 e 1400 no início da CPTM FOTOS: DIVULGAÇÃO / CPTM WWW.BRASILENGENHARIA.COM ENGENHARIA 613 / 2013 87 rio 2014, não é economicamente viável considerando as características técnicas necessárias para o desempenho opera- cional exigido, tais como motorização em 50% dos carros, novas taxas de ace- leração e frenagem, ar condicionado nos salões, sistemas de vídeo vigilância e de comunicação com o usuário. Os preços estimados para todos os serviços neces- sários para a modernização em muito superam o limite de 70% do valor de equipamento novo, inviabilizando essa alternativa. Os trens não utilizados pela CPTM serão baixados operacionalmente e colocados, via leilão, para venda. De um modo geral, a renovação da frota de trens da CPTM, iniciada em 1999, tem como objetivo atender à de- manda crescente de passageiros, ofere- cendo transporte de qualidade, com se- gurança, confiabilidade e rapidez. Hoje, além da necessidade de renovação da frota de trens, a CPTM tem que propor- cionar um aumento da frota, em face do crescimento anual de 10% de pas- sageiros em seu sistema, com picos de crescimento de 37%, como verificado na linha 9-Esmeralda no ano de 2011. Destaca-se o esforço do Governo do Estado de São Paulo que, de forma continuada, vem proporcionando reno- vação e incremento da frota de trens da CPTM para atender a crescente deman- da de mobilidade da população, espe- cialmente na Região Metropolitana de São Paulo. A seguir, uma breve descrição das principais características dos trens da CPTM, que também estão disponíveis no site www.cptm.sp.gov.br. - cabines de condução ergonômicas e com vidros de para-brisa panorâmicos. Além desses itens, as aquisições mais recentes contam ainda com siste- ma de combate a incêndio, monitores para comunicação com os usuários e sistema “open wide gangway”, que per- mite a passagem plena dos usuários en- tre os carros do trem. A CPTM adquiriu, nos últimos 12 anos, 119 trens de 8 carros cada, sendo que 91 deles estão entregues e operacio- nais até agosto de 2012. Esses trens são o “estado da arte” em material ferroviá- rio para operação em transporte metro- politano de passageiros. Encontra-se em tramitação novo processo de aquisição de mais 65 trens, dentro do planejamen- to estratégico até 2014. Nesse horizonte, a frota operacional da CPTM será com- posta por 241 trens, sendo que 76% de- les com 50% de motorização. As séries mais antigas serão retiradas de operação e alienadas. A modernização dos trens das sé- ries 1100, 1400, 1600 e 5000, que serão substituídos pelos novos trens no cená- Os novos trens adquiridos pela CPTM a partir de 1999 foram especificados de acordo com as novas necessidades de desempenho e conforto, aptos para operar com intervalos entre trens de 3 minutos, quando da implantação de sis- temas de sinalização mais modernos em todas as linhas. A seguir temos as princi- pais melhorias adotadas pela CPTM para os novos trens: - motorização de 50% dos carros com tec- nologia de tração em corrente alternada; - taxa de aceleração: 0,90 m/s2; - taxa de frenagem de serviço: 1,1 m/s2 (série 2000 possui taxa 0,77 m/s2); - taxa de frenagem de emergência: 1,2 m/ s2 (série 2000 possui taxa 1,1 m/s2); - ar condicionado nos salões de passagei- ros e cabines de condução; - sistema de portas com motor elétrico e detector de obstáculos; - itens da Lei de acessibilidade ao usuário; - sistema automático de informação aos passageiros; - sistema de vídeo vigilância; - piso em resina mineral; - data-bus e, Novos trens das séries 2000 e 7000 Novos trens da série 8000. Destaque para o salão contínuo
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Historia Dos Trens de SP

Nov 07, 2015

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Claudio Salicio

Historia Dos Trens de SP
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  • engenharia 613 / 2013engenharia 613 / 201386 87

    ENGENHARIA I CAPA ESPECIAL REVISTA ENGENHARIA 70 ANOS

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    ENGENHARIA I TRANSPORTE

    WWW.BRASILENGENHARIA.COMENGENHARIA 613 / 201386

    Renovao da frota de trens eleva padro de conforto

    trem possui forte pre-sena no imaginrio po-pular. Nossas lembran-as esto repletas de imagens de trens, che-

    gando e partindo, levando as pessoas ao encontro de seus sonhos. O cresci-mento das cidades brasileiras mudou o perf il das ferrovias nos grandes centros urbanos, transformando-as em sistemas de transporte de grande capacidade, estruturadores dos deslocamentos das pessoas nas metrpoles. Em So Pau-lo, a partir da dcada de 60, iniciaram-se estudos para a implantao de uma rede de metr que j previa uma futura integrao com os sistemas sobre tri-lhos existentes. Nos anos seguintes, no mbito estadual, a FEPASA - Ferrovia Paulista S/A modernizou completamen-te seu sistema e na esfera federal foi criada a CBTU Companhia Brasilei-ra de Trens Urbanos, encarregada do transporte metropolitano de passagei-ros em todo Brasil, desvinculando-se do transporte de cargas.

    Assim, o sistema de transporte so-bre trilhos, operado hoje pela CPTM Companhia Paulista de Trens Metro-politanos teve sua origem em ferrovias centenrias, concebidas para o trans-porte de mercadorias e de passageiros em longos percursos. Essa herana im-ps necessidade de adequao e mo-dernizao dos sistemas de via perma-nente, sinalizao, alimentao eltrica

    e naturalmente da frota de trens, que ainda esto em andamento.

    Criada em maio de 1992, atravs da Lei n 7861, a CPTM em seus primeiros anos teve que estabelecer sua prpria identidade, absorvendo quadros das antigas FEPASA e CBTU. Comea ento o grande desafio de tornar a ferrovia um sistema de transporte metropolita-no estruturador, com nveis de quali-dade e servio equivalentes a sistemas de metr. As dif iculdades, poca, fo-ram: ativos antigos e pouco adequados nova necessidade de deslocamento na metrpole; despadronizao de servi-os em suas seis linhas; escassos recur-sos f inanceiros para o custeio da manu-teno e da operao.

    Inspirada pela viso de ser reco-nhecida pela sociedade como a melhor prestadora de servio de transporte de passageiro em regies metropolitanas do Brasil, a Companhia iniciou seu progra-ma de modernizao com investimentos na compra de trens e na reformulao de sua estrutura organizacional. Sua conso-lidao como empresa ocorreu em 1996, quando incorporou ativos e pessoal da FEPASA, alm da CBTU j absorvida em 1994. A CPTM, ento, possua uma frota operacional de 588 carros e transportava cerca de 835 mil usurios por dia til. A realidade hoje bem outra: com a mar-ca de 2,7 milhes de passageiros por dia til, a CPTM possui importncia cada vez maior na rede de deslocamentos da

    populao da Regio Metropolitana de So Paulo.

    O crescimento de 223% no trans-porte de passageiros ref lete o maior in-teresse da populao pelos servios da CPTM e resultado do aumento signif i-cativo do nmero de viagens realizadas e a reduo dos intervalos entre trens. Em 2011 foram 700,2 milhes de pas-sageiros transportados em 811 mil via-gens. Alm dos investimentos realizados no perodo em estaes, via permanen-te, sinalizao, rede area e energia, o grande destaque cabe ao processo de renovao da frota de trens.

    A frota de trens da CPTM em ope-rao em 1996 era formada por 8 sries com idade mdia de 24 anos. Os trens mais antigos eram das sries 1100 e 4800, fabricados respectivamente em 1956 e 1958. A vida til econmica de um trem estimada em at 48 anos, considerando realizado o plano de ma-nuteno preventivo preconizado pelo fabricante e ainda com realizao de pelo menos uma interveno de grande porte de modernizao de seus siste-mas principais. Assim, a vida til ori-ginalmente de 30 anos pode ser esten-dida em mais 60%, segundo estudo realizado em 1991 pela RATP Rgie Autonome des Transports Parisiens e de autoria de Didier Langrand para o Comit de Material Rodante da UITP Associao Internacional de Transpor-tes Pblicos.

    EURICO BAPTISTA RIBEIRO FILHO* MRCIO MACHADO**

    Trens das srie 1100, 5500 e 1400 no incio da CPTM

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    I ENGENHARIA

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    rio 2014, no economicamente vivel considerando as caractersticas tcnicas necessrias para o desempenho opera-cional exigido, tais como motorizao em 50% dos carros, novas taxas de ace-lerao e frenagem, ar condicionado nos sales, sistemas de vdeo vigilncia e de comunicao com o usurio. Os preos estimados para todos os servios neces-srios para a modernizao em muito superam o limite de 70% do valor de equipamento novo, inviabilizando essa alternativa. Os trens no utilizados pela CPTM sero baixados operacionalmente e colocados, via leilo, para venda.

    De um modo geral, a renovao da frota de trens da CPTM, iniciada em 1999, tem como objetivo atender de-manda crescente de passageiros, ofere-cendo transporte de qualidade, com se-gurana, confiabilidade e rapidez. Hoje, alm da necessidade de renovao da frota de trens, a CPTM tem que propor-cionar um aumento da frota, em face do crescimento anual de 10% de pas-sageiros em seu sistema, com picos de crescimento de 37%, como verif icado na linha 9-Esmeralda no ano de 2011.

    Destaca-se o esforo do Governo do Estado de So Paulo que, de forma continuada, vem proporcionando reno-vao e incremento da frota de trens da CPTM para atender a crescente deman-da de mobilidade da populao, espe-cialmente na Regio Metropolitana de So Paulo.

    A seguir, uma breve descrio das principais caractersticas dos trens da CPTM, que tambm esto disponveis no site www.cptm.sp.gov.br.

    - cabines de conduo ergonmicas e com vidros de para-brisa panormicos.

    Alm desses itens, as aquisies mais recentes contam ainda com siste-ma de combate a incndio, monitores para comunicao com os usurios e sistema open wide gangway, que per-mite a passagem plena dos usurios en-tre os carros do trem.

    A CPTM adquiriu, nos ltimos 12 anos, 119 trens de 8 carros cada, sendo que 91 deles esto entregues e operacio-nais at agosto de 2012. Esses trens so o estado da arte em material ferrovi-rio para operao em transporte metro-politano de passageiros. Encontra-se em tramitao novo processo de aquisio de mais 65 trens, dentro do planejamen-to estratgico at 2014. Nesse horizonte, a frota operacional da CPTM ser com-posta por 241 trens, sendo que 76% de-les com 50% de motorizao. As sries mais antigas sero retiradas de operao e alienadas.

    A modernizao dos trens das s-ries 1100, 1400, 1600 e 5000, que sero substitudos pelos novos trens no cen-

    Os novos trens adquiridos pela CPTM a partir de 1999 foram especificados de acordo com as novas necessidades de desempenho e conforto, aptos para operar com intervalos entre trens de 3 minutos, quando da implantao de sis-temas de sinalizao mais modernos em todas as linhas. A seguir temos as princi-pais melhorias adotadas pela CPTM para os novos trens:- motorizao de 50% dos carros com tec-nologia de trao em corrente alternada;- taxa de acelerao: 0,90 m/s2;- taxa de frenagem de servio: 1,1 m/s2 (srie 2000 possui taxa 0,77 m/s2);- taxa de frenagem de emergncia: 1,2 m/s2 (srie 2000 possui taxa 1,1 m/s2);- ar condicionado nos sales de passagei-ros e cabines de conduo;- sistema de portas com motor eltrico e detector de obstculos;- itens da Lei de acessibilidade ao usurio;- sistema automtico de informao aos passageiros;- sistema de vdeo vigilncia;- piso em resina mineral;- data-bus e,

    Novos trens das sries 2000 e 7000

    Novos trens da srie 8000. Destaque para o salo contnuo

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    ENGENHARIA I CAPA ESPECIAL REVISTA ENGENHARIA 70 ANOS

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    ENGENHARIA I TRANSPORTE

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    Srie 1100

    A srie 1100 uma das mais antigas em operao na CPTM. Fabricada pela Mafersa entre os anos 1956 e 1957, com projeto da americana The Budd Company, foi moder-nizada em 1997, adquirindo a configurao atual. Opera atualmente na linha 7 entre as estaes Luz e Francisco Morato. Previso de baixa operacional at 2014.

    Srie 1400

    A Srie 1400 foi projetada pela Budd e fabricada pela Mafersa entre os anos 1976 e 1977. Opera nas linhas 7, 11 e 12 com frota bastante reduzida.

    Srie 1600

    A Srie 1600 foi projetada pela Budd e fabricada pela Mafersa em 1978. Opera nas linhas 7, 11 e 12 com frota bastante reduzida.

    Srie 1700

    Primeiro projeto de caixa em inox inte-gralmente desenvolvido no Brasil, a srie 1700 foi fabricada pela Mafersa em 1987. A especificao do trem foi realizada pela CBTU e pretendia ser um padro nacional para os sistemas de trens metropolitanos. Possui sistema de motorizao em 50% dos carros e opera na linha 7.

    Srie 2000

    A srie 2000 iniciou o novo padro de trens da CPTM. Especificado com requi-sitos de desempenho adequados s novas exigncias operacionais da CPTM, com ar condicionado nos sales, bancos confor-tveis, comunicao visual diferenciada e design arrojado, foi adquirido para operar o Expresso Leste linha 11, inaugurado em maio de 2000. Foi fabricado pelas empresas CAF Construcciones Y Auxiliar de Ferro-carriles, Alstom e ADtrans, em 1999.

    Srie 2070

    A srie 2070 foi fabricada pelas em-presas CAF, Alstom e Bombardier em 2008 e atualmente opera nas linhas 8 e 9.

    Srie 2100

    Os trens da srie 2100 foram fabricados originalmente para a Renfe Red Nacio-nal de Ferrocarriles Espaoles entre 1974 e

    1977 pela CAF. Em 1997, a CPTM negociou a aquisio de 48 trens-unidade reformados dessa srie, na modalidade de cesso onero-sa entre as operadoras, arcando com os cus-tos da modernizao e adequao dos equi-pamentos s condies de suas vias. Os trens da srie 2100, chegaram no Brasil partir de janeiro de 1998 e hoje operam na linha 10.

    Srie 3000

    A srie 3000 foi fabricada pela Sie-mens no ano 2000 e opera nas linhas 8 e 9.

    Srie 4400

    A srie 4400 foi fabricada em 1965 pelas empresas FNV Fbrica Nacional de Vages, Cobrasma Companhia Brasileira de Materiais Ferrovirios e Santa Matilde. Originalmente destinada para operao no sistema ferrovirio operado pela Central do Brasil as caixas so fabricadas em ao carbono e possuem a altura do piso fora do padro adotado pelas demais sries da CPTM. Em 1981 foi submetido moderni-zao de seus equipamentos de motoriza-o e em 2004 por reviso geral, dentro do Programa PQMR II Plano Quinquenal do Material Rodante. Opera nas linhas 11 e 12.

    Srie 5000

    A srie 5000 fez parte, junto com

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    I ENGENHARIA

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    *Eurico Baptista Ribeiro Filho engenheiro eletrnico, assessor da Diretoria de Operao e Manuteno da CPTME-mail: [email protected]

    **Mrcio Machado engenheiro eletricista, gerente de Manuteno de Material Rodante da CPTME-mail: [email protected]

    Eletriques de Charleroi, Sorefame Socie-dades Reunidas de Fabricaes Mecnicas, Villares e Mafersa.

    Srie 5550

    A srie 5550 foi derivada da srie 5500 aps processo de modernizao que alte-rou suas caractersticas de motorizao e redimensionamento da cabine de condu-o com a criao de mais uma porta late-ral e mudana do para-brisa. O servio foi realizado pelo consrcio BT Brasil, forma-do pelas empresas Bombardier e Tejofran em 2008, dentro do programa PQMR-II.

    Srie 7000

    A srie 7000 foi fabricada pela CAF em 2009 em sua fbrica em Hortolndia So Paulo. A aquisio da srie 7000 deu grande impulso no processo de re-novao da frota da CPTM, principal-mente pela dimenso do lote, constitu-do de 40 trens de 8 carros. A srie 7000 opera em praticamente todas as linhas da CPTM, com exceo da linha 10, ope-rada exclusivamente com a srie 2100.

    Srie 7500

    Tambm dentro do forte projeto de expanso e modernizao do servio da CPTM, a srie 7500 comeou a operar em

    2011. Fabricada pela CAF, opera na linha 9.

    Srie 8000

    A srie 8000 opera exclusivamente na linha 8, uma vez que faz parte de forneci-mento includo na Parceria Pblico-Privada PPP, contratada pela CPTM para realizar as atividades de manuteno dos trens dessa li-nha por 20 anos e substituir os trens da srie 5000. Especificada pela CPTM dentro do pa-dro adotado para os novos trens j incorpo-rados s demais frotas novas da Companhia, a srie 8000 traz a novidade de salo contnuo, com passagens entre carros open wide gan-gway. Os primeiros trens foram entregues em 2011 e a totalidade da frota de 36 trens de 8 carros dever estar operacional at 2013.

    Srie 9000

    A nova srie 9000 encontra-se ainda em fabricao pela Alstom, com previso de operao em 2013. A srie 9000 foi adquiri-da para a expanso do Expresso Leste at a estao de Suzano e tambm foi especifica-da com caracterstica de salo contnuo com passagens entre carros open wide gangway.

    A tabela mostra a frota de trens da CPTM em agosto de 2012. Esto em fabrica-o mais 19 trens de 8 carros da srie 8000 e 9 trens de 8 carros da srie 9000, com pre-viso de entrada operacional at 2013.

    Tabela 1Trens da CPTM

    a srie 5500 do grande programa de modernizao do trem de subrbio da Fepasa, capacitando o sistema para transportar passageiros com quali-dade, com a construo de estaes, sistemas eltr ico e de sinalizao e troca da bitola mtrica para larga. Fabricada em 1978 pelo CCTU Con-srcio Construtor de Trens-Unidade, formado pelas empresas Socit MTE, Brown Boveri, Traction Cem Oerlikon, Jeumont Schneider e Cobrasma, ope-ra atualmente na linha 8. A srie 5000 ser substituda pela srie 8000 den-tro do Programa de Parceria Pblico Privada PPP, contratada pela CPTM em 2010. A PPP da linha 8, alm da renovao dos trens, prev a execuo de manuteno desses bens, aferida por indicadores de desempenho e por um perodo de 20 anos. Est prevista a retirada de operao de todos os trens da srie 5000 at 2013.

    Srie 5500

    Fabricada entre os anos 1979 e 1980 pelo consrcio Eletrocarro, formado pelas empresas ACEC Ateliers Construction

    Frota Total

    Trens Carros

    1100 1956/1957 11 66

    1400 1976/1977 4 20

    1600 1978 3 14

    1700 1987 10 84

    2000 1999 15 120

    2070 2008 6 48

    2100 1974/1977 24 144

    3000 2000 5 40

    4400 1965 16 96

    5000 1978 14 168

    5550 1979 2 16

    7000 2009 40 320

    7500 2010 8 64

    8000 2011 17 136

    179 1368

    Srie Ano Fabricao

    Total

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