Historia da Interpretaçao do Instrumento

História e Interpretação do

Instrumento

João António Peixoto Ferreira, A69632

1º Ano

História da Trompete

A trompete surgiu nos tempos pré-históricos e foi evoluindo paralelamente à

sociedade humana. Nas civilizações e povos da antiguidade, o homem primitivo

tentava mudar e amplificar a sua própria voz para imitar o canto dos pássaros e o

sopro do vento. Para tal, arranjou diferentes sistemas e meios ao seu alcance: barras,

tubos, conchas e chifres de animais.

Para chegar ao instrumento que conhecemos no nosso tempo, a trompete tem

tomado muitas formas ao longo de sua história.

Foi no período Barroco que surgiu a trompete mais vulgar e semelhante à actualmente

existente: a “Trompete Natural”. Constava essencialmente de dois tubos de metal e de

um pavilhão; a parte acampanada estava reforçada por um anel geralmente mais

grosso que esta; os seus diferentes elementos estavam colocados uns dentro dos outros

recobertos por resina.

Durante este período e com a criação desta trompete, foi desenvolvida uma arte

específica: a arte do Clarino que consistia em tocar no registo superior, adquirindo

assim um solista que o fizesse para equiparar o som da trompete a outros instrumentos

como o Violino e a Flauta.

Desta feita, a “Trompete Natural” foi utilizada até o início do Romântico (século

XIX), quando houve as primeiras tentativas de torná-lo um instrumento cromático,

mais adaptado aos novos tempos. No entanto, durante o Classicismo (século XVIII), o

Clarino ficou fora de moda e a trompeta foi relegada a um papel secundário na

orquestra, como mero apoio harmónico juntamente com os tímpanos.

Durante o Classicismo (século XVIII), a trompete perdeu seu papel de liderança

que era apreciado durante o Barroco assim como a arte do Clarino foi ultrapassada, e

por causa das condições físicas da trompete natural isso não facilitava tocar no registo

médio.

Deste modo, houve várias tentativas de fornecer uma trompete cromática, para

restaurar sua antiga importância. Uma dessas tentativas foi o trompetista Anton

Weidinger de Viena (Áustria), que começou a construção da primeira “Trompete de

Chaves” em 1793, estreando-a em público em 1798.

Depois de tantas tentativas para fabricar uma trompete cromática, eis que

surge a ideia de criar uma trompete com um mecanismo de válvula para evidenciar o

seu uso em todo o registo e com possibilidade de cromatismo: a trompete moderna.

A válvula foi inventada no início do século XIX, e actualmente existem dois

tipos de trompetes com o mecanismo de válvula diferentes:

o Válvula rotativa (usada na Trompete de Chaves), patenteada em 1835 por Josef

Kail (trompetista e inventor Checo) e Joseph Riedl (instrumentista Vienense)

o Pistão (usado na Trompete moderna), patenteado em 1839 pelo parisiense

François Périnet.

A trompete divide-se em duas partes: o bocal e o corpo do instrumento.

A trompete pertence á família de instrumentos de sopro de metal. É nesta

família que encontramos todos os instrumentos de metal, como o Trombone, Trompa,

Tuba e Bombardino.

As trompetes actualmente existentes são: Trompete em Sib, Trompete em Dó,

Trompete em Mib, Trompete em Ré, Piccolo em Sib/Lá, Cornetim, Fliscorne, Trompete

de Chaves e Trompete Natural.

Intérpretes

Wynton Learson Marsalis nasceu a 18 de Outubro de 1961em Nova Orleans, é

um trompetista e compositor estadunidense.

Começou na música muito cedo, tendo começado na música erudita mas mais

tarde começou a dedicar-se ao jazz.

É considerado um dos maiores trompetistas virtuosos actualmente. Já colaborou

com músicos como: Dizzy Gillespie, Arturo Sandoval, Herbie Hancock, Jack

DeJohnette, Bobby McFerrin, entre outros.

É director do “Jazz at Lincoln Center” em Nova Iorque, é considerado

embaixador da música americana pela divulgação das tradições musicais.

Hakan Hardenberger nasceu em Malmö, na Suécia, em 1961. Começou a

estudar trompete aos oito anos de idade, com Bo Nilsson, na sua cidade natal, tendo

prosseguido a sua formação musical no Conservatório de Paris, com Pierre Thibaud,

e em Los Angeles, com Thomas Stevens. Apreciado pelo seu virtuosismo, é um dos

músicos mais carismáticos da sua geração.

Hakan Hardenberger apresenta-se com as principais orquestras mundiais,

incluindo a Filarmónica de Los Angeles, a National Symphony (Washington D.C.), a

Filarmónica de Londres, a Philharmonia Orchestra, a Filarmónica da Radio France, a

Orquestra da Rádio da Baviera, a Filarmónica de Estocolmo, a Filarmónica de

Helsínquia, a Accademia Nazionale di Santa Cecilia e a Sinfónica NHK de Tóquio,

entre outras, sob a direcção de maestros de renome, como Alan Gilbert, Daniel

Harding, Neeme Järvi, Ingo Metzmacher, Esa-Pekka Salonen e John Storgårds.

É convidado regular de importantes festivais de música, como os de Lucerna,

Salzburgo, Schleswig-Holstein e os Proms da BBC.

Uma parte importante da actividade de Hakan Hardenberger é dedicada ao

ensino, sendo professor no Conservatório de Malmö e presença assídua no Royal

Northern College of Music de Manchester.

Hakan Hardenberger realizou várias gravações para a Philips, a EMI e a BIS

Records.

Matthias Höfs começoua tocar trompete aos seis anos de idade, na banda do

clube desportivo da cidade de Lübeck, na Alemanha. Quando tinha apenas 10 anos de

idade, começou a estudar trompete com o professor Peter Kallensee.

Em 1982, matriculou-se na Universidade de Música e Teatro de Hamburgo,

Alemanha, onde continuou seus estudos com o Prof Kallensee. Em 1984, transferiu-se

para o Karajan-Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim para estudar com o

professor Konradin Groth.

Após a licenciatura, em 1984, tornou-se o primeiro trompete com a Orquestra

Filarmônica do Estado de Hamburgo. Juntou-se ao prestigiado grupo de câmara do

Latão alemão em 1985, bem como a participação em grupos de câmara, incluindo o

Linos Ensemble, o Deutschen Bläsersolisten, o Ensemble Musica Villa, e o Deutschen

Kammerphilharmonie.

Ganhou várias competições individuais notáveis, incluindo o Prêmio Cultural

Cidade Hanseática de Lübeck, o prémio Eduard Söhring em 1988, e o Campeonato

Internacional de Música hospedado em Markneukirchen. Recebeu também bolsas de

estudos do Conselho Musical Alemão e da Sociedade de Mozart. Era solista do grupo

de câmara “German Brass”.

Sergei Nakariakov nasceu a 10 de maio de 1977 em Gorki. É um trompetista

virtuoso trompetista russo, que ganhou destaque na década de 1990. Lançou seu

primeiro CD (incluindo obras de Ravel, Gershwin e Arban de O Carnaval de

Veneza), em 1992 com 15 anos de idade.

Nakariakov também fez várias gravações realizando no flugelhorn. Nakariakov

toca música transcrita para o trompete de violino, viola, violoncelo e concertos.

Interpreta o flugelhorn para o famoso Concerto para Violoncelo n º 1 de Haydn.

Em seu álbum de “No Limit” em 2000, toca Variações de Tchaikovsky sobre um Tema

Rococó, originalmente para violoncelo e orquestra, numa transcrição para o flugelhorn.

Nakariakov toca com um flugelhorn especialmente personalizado feito por

Antoine Courtois, que tem quatro válvulas, o que permite que ele toque um registo

maior que o da trompete.

Maurice André viveu entre 21 de Maio de 1933 e 25 de Fevereiro de 2012,

em França. Foi um grande Trompetista francês. Seus primeiros estudos foram

realizados com Leon Barthélémy e posteriormente com 18 anos entrou no “CNSM

de Paris” na classe de Raymond Sabarich. Foi professor no “CNSM de Paris” desde

1964 a 1976 e solista profissional.

Considera-se um dos melhores trompetistas dos últimos tempos. Nasceu

numa família de mineiros pobres. Como consequência disso, começou a tocar

trompete para aliviar problemas respiratórios causados pelo seu trabalho. Quando

começou a estudar no Conservatório de Paris, aos 18 anos, sua carreira começou e

não parava nunca. Seus primeiros prémios vieram rapidamente, surgiram

colaborações com orquestras, centenas de concertos a solo em todo o mundo e mais

de 250 gravações.

A cidade de Paris tem um concurso de Trompete com o seu nome.

Concerto em Mib M para Trompete e Orquestra (Franz Joseph Haydn)

Haydn foi um compositor Austríaco que viveu entre 1732 e 1809. É um dos

principais expoentes do classicismo e irmão do compositor Michael Haydn.

Desenvolveu a maior parte da sua carreira na corte do Esterházy na Hungria.

Sabe-se que foi ele o professor de Ludwig van Beethoven, e possivelmente de

Wolfgang Amadeus Mozart.

O seu Concerto para Clarino é um verdadeiro marco da sua vida de

compositor, sendo o primeiro a ser escrito para a Trompete de Chaves recém-

criada. Obra escrita em 1796, sendo ela interpretada por um Trompete solista e

uma Orquestra Sinfónica. Contém três andamentos: Allegro – Andante – Allegro.

Esta composição de Haydn não foi publicada durante a sua vida e

posteriormente perdeu-se, mas foi descoberta em 1899 pelo Trompetista Paul

Handke que a reescreveu.

Concerto em Ré M para Trompete e Orquestra (George Philipp Telemann)

George Philipp Telemann (Magdeburgo, 14 de Março de 1681 — Hamburgo,

25 de Junho de 1767) foi um compositor e músico alemão. Aos dez anos, Telemann

já sabia tocar vários instrumentos e escrevia diversas obras. Aos 21 anos, tornou-se

director musical da ópera de Leipzig e aos 23 tornou-se organista de uma igreja.

Telemann publicou a maior parte de sua música, em especial um grupo de 72

Obras

cantatas e os três grupos de Musique de Table, que são suas obras mais famosas, cada

qual incluindo um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante sua vida,

dedicou-se para que a música fosse difundida e também publicou diversas obras de

carácter didáctico, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros.

Telemann foi o compositor mais famoso da Alemanha, pois compôs em todas

as formas e estilos existentes em sua época.

Tem quatro andamentos: Adágio – Allegro – Grave – Allegro.

Concerto para Trompete e Orquestra (Leopold Mozart)

Leopold nasceu em Augsburgo na Áustria em 1719. Casou-se com Anna Maria

Pertl Mozart, tendo 7 filhos, mas só 2 sobreviveram, Maria Anna Walburga

Ignatia e Wolfgang Amadeus Mozart, os outros morreram todos com menos de 1 ano

de idade.

Quando descobriu que tinha um menino-prodígio, Wolfgang, levou o pequeno

de 5 anos pela Europa para apresentá-lo a todos e mostrar do que esse pequeno gênio

era capaz.

Leopold iniciou Wolfgang na música, logicamente. Ele apresentava-o a reis,

príncipes, e outros membros da nobreza e do clero.

Leopold compôs uma grande variedade de música, sendo bastante conhecido em sua

época principalmente na região da Alemanha.

Suas composições incluem mais de 30 grandes serenatas; 12 oratórios; música

para pantomimas; música Turca (muito em voga na década de 1760); música

contrapontística; 3 sonatas para pianoforte; música de igreja, Divertimentos e Trios

para diversos instrumentos e um grande número de Sinfonias e Concertos,

especialmente para flauta transversal, oboé, fagote, trompete, etc.

Concerto para dois Trompetes e Orquestra (António Vivaldi)

Vivaldi (1676 - 1741) nasceu em Veneza - Itália, foi um compositor prolífico

do género concerto, tendo escrito cerca de 550, dos quais 350 para instrumento

solista, 30 para múltiplos instrumentos solistas e 40 duplos concertos. O compositor

conseguiu assim marcar um lugar de destaque na história da música, tendo

desenvolvido este género a um nível sem precedentes.

O Concerto para dois Trompetes, Cordas e Baixo contínuo em Dó maior RV

537 foi o único escrito por Vivaldi para este instrumento nesta formação dupla, e

embora seja uma das obras mais conhecidas de Vivaldi, é também a de que menos

informação se tem. A única fonte consiste num manuscrito que se encontra na

colecção Renzo Giordano, na Biblioteca Nacional de Turim, um espólio que se pensa

conter as partituras que o próprio Vivaldi foi guardando ao longo da vida.

O material usado pelo compositor é bastante cuidado, por vezes remetendo

para o universo festivo nos andamentos inicial e final, ambos marcados com alegro e

movidos por ritmos vigorosos de suportes feitos pelas cordas e baixo contínuo. O

virtuosismo está entregue aos instrumentos solistas, que dialogam em conjunto nos

solos, acrescentando cor ao tutti orquestral, numa estrutura formal característica do

concerto barroco.

Vivaldi foi um compositor prolífico do género concerto, tendo escrito cerca de

550, dos quais 350 para instrumento solista, 30 para múltiplos instrumentos solistas e

40 duplos concertos. O compositor conseguiu assim marcar um lugar de destaque na

história da música, tendo desenvolvido este género a um nível sem precedentes.

Concerto em Mib M para Trompete e Orquestra (Johann Nepomuk Hummel)

Hummel nasceu na Eslováquia a 14 de Novembro de 1778 e faleceu na

Alemanha a 17 de Outubro de 1837. Era compositor e pianista virtuoso, que desde

muito novo começou a dar concertos por grandes cidades europeias. Estudou com

Wolfgang Amadeus Mozart, Antonio Salieri e Joseph Haydn. Esta obra foi composta

em 1803 e é constituída por um Trompete solista e uma Orquestra Sinfónica. Tem

três andamentos: Allegro con spirito – Andante – Rondó.

Fontes biográficas:

o www.trumpetland.com o Método de trompete “Arban”