Top Banner
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO Professora Cácia Cristina França Rehem
33

HistóRia Da AvaliaçãO 1a Aula

Jun 28, 2015

Download

Travel

Marcio Silva
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Professora Cácia Cristina França Rehem

Page 2: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

“A avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção mais tardia, nascida com os colégios por volta do século XVII e tornado indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória”

(PERRENOUD, 1999)

Page 3: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

Evolução Histórica da avaliação da aprendizagem: breve relato Os exames:Universidade a partir do século XIIIOs jesuítas – ratio stodiorum João Amós Comenius – Didática Magna.Embora não se falasse em avaliação da

aprendizagem são os exames orais que iniciam os processos de verificação da aprendizagem dos alunos e instituem o processo de classificação, promoção e atribuição de graus e títulos.

Page 4: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Século XIX nos Estados Unidos – sistema de testagem

Finalidade – melhorar os padrões educativos Três propostas: 1 – substituir os exames orais pelos escritos; 2 – substituir as questões gerais pelas

específicas e aumentar o seu número; 3 – buscar padrões mais objetivos

Page 5: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

França e Portugal – docimologia – ciência do estudo sistemático dos exames, em particular do sistema de atribuição de notas e dos comportamentos dos examinadores e examinados

Discussão do papel do exame como fator eliminatório, decisivo para a classificação do aluno

Page 6: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Início do século XX – Thorndike nos Estados Unidos – testes educacionais

Objetivo – mensurar as mudanças de comportamento dos alunos

Início da avaliação da aprendizagem, conhecida como medida ou avaliação do rendimento escolar, o que deu origem aos testes padronizados

Page 7: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

1935-1938 – conferências sobre a avaliação e criação de uma comissão permanente de estudos sobre o assunto

Características – aplicação de testes. Caráter instrumental

Anos 30 do século passado – Tyler e Smith defendem os testes, as escalas de atitude, os inventários, os questionários e as fichas de registro de comportamento dos alunos

Page 8: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Tyler atribuiu à avaliação um novo enfoque - avaliação por objetivos

Mager amplia essas idéias, apresentando três características: 1 – conter, explicitamente, o comportamento

observável dos alunos; 2 – especificar as condições nas quais o

comportamento deve ocorrer; 3 – definir o padrão de rendimento aceitável

(critério), segundo o qual o nível de desempenho do aluno é considerado satisfatório

Page 9: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Cronbach (1963) – quatro pontos sobre avaliação: 1 – a associação entre avaliação e o processo

de tomada de decisão; 2 – os diferentes papéis da avaliação

educacional; 3 – o desempenho do estudante como critério

de avaliação de cursos; 4 – a análise de algumas técnicas de medida à

disposição do avaliador educacional.

Page 10: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Noll – (1965) publica no Brasil Introdução às medidas educacionais

Idéia principal – mensuração das mudanças desejadas no comportamento do aluno

Contribuição de Stake (1977) – amplia as discussões sobre as diferentes epistemologias entre pesquisa e avaliação quantitativa e qualitativa e definiu as características do estudo de caso como forma de pesquisa

Page 11: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Popham (1969) - publica manuais que tratam do planejamento de ensino e avaliação.

Contribuição – definição de objetivos (comportamentais)

Essas teorias exacerbam a tecnologia da avaliação, considerando a necessidade de construir itens de testes apropriados e de testá-los de forma altamente valorizada

Page 12: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Stufflbeam e Guba – década de 70 Criam um modelo de facilitação em

avaliação educacional, dando ênfase ao processo de julgamento e tomada de decisões

Page 13: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Scriven e Bloom Scriven (1978) – a avaliação desempenha

vários papéis, embora com um único objetivo: determinar o valor ou o mérito do que está sendo avaliado

Concebe a avaliação como um levantamento sistemático de informações e sua posterior análise para fins de determinar o valor de um fenômeno educacional. Foi quem primeiro utilizou o termo Avaliação Formativa

Page 14: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Para ele, a avaliação tem papéis diferenciados, ou seja, papéis formativos e somativos, cujos conceitos influenciaram em definitivo, a prática e o futuro da avaliação

Essas idéias influenciaram o pensamento dos autores brasileiros até a década de 80

Page 15: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

A avaliação formativa caracteriza-se por um caráter processual, isto é, ocorre ao longo do desenvolvimento dos programas, dos projetos e dos produtos educacionais, permitindo as modificações que se fizer necessárias durante o processo

Page 16: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

A avaliação somativa é a que se realiza ao final de um programa ou de uma atividade, possibilitando a reorientação necessária e tomada de novas decisões

A avaliação diagnóstica surge mais tarde e tem o sentido de se partir dos conhecimentos prévios dos alunos

Diferencia avaliação de medida

Page 17: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Funções da avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa

Diagnóstica – permite detectar a existência ou não de pré-requisitos necessários para que a aprendizagem se efetue. No início de um assunto, bimestre, etc

Formativa – consiste no fornecimento de informações que orientarão o professor para a busca de melhoria do desempenho dos estudantes durante todo o processo ensino/aprendizagem, de modo a evitar o acúmulo de problemas

Somativa – implica no fornecimento de informações a respeito do valor final do desempenho do aluno, tendo em vista a decisão de aprová-lo ou reprová-lo

Page 18: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Benjamim Bloom publica o Manual de avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar

1971 nos Estados Unidos 1983 no Brasil Influenciou os meios acadêmicos da

época e influencia até os nossos dias

Page 19: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

As concepções de Bloom (1972) foram importantes para a geração de um sistema de ensino e avaliação mais coerentes entre si.

Ao destacar a relevância do domínio de taxonomias*, despertou os professores para o perigo da incoerência entre o que se ensina e o que se avalia

* Taxonomia – ciência ou técnica de classificar

Page 20: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Bloom define avaliação como “coleta sistemática de evidências por meio das quais determinam-se mudanças que ocorrem nos alunos e como ocorrem”

Inclui uma grande variedade de evidências que vão além do tradicional exame final de caneta e papel.

Page 21: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Funções da avaliação – diagnosticar, retroinformar e favorecer o desenvolvimento individual, ou seja, a avaliação diagnóstica

Pressupostos que devem nortear a avaliação diagnóstica – deve ocorrer no início de uma unidade DE ENSINO, semestre ou ano letivo

Page 22: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

AVALIAÇÃO FORMATIVA AVALIAÇÃO SOMATIVA

Objetivo – o que se pretende fazer com os resultados

Domínio de determinada tarefa de aprendizagem

Alcance de objetivos mais amplos (do curso ou de grande parte dele)

Época – ao longo do tempo, do processo de ensino e aprendizagem

Enquanto se processa o ensino/aprendizagem

Após o término do processo de ensino/aprendizagem

Motivo da avaliação Visa o diagnóstico, a recuperação e o planejamento

Visa a classificação ou o julgamento

Freqüência Freqüentemente Geralmente duas a três vezes no curso

Atribuição de nota Atribui notas como parâmetro para saber o que o aluno aprendeu e o que não aprendeu

Atribui notas que são divulgadas, tornam-se públicas

Nível de generalização do conhecimento esperado

Habilidades ou pré-requisitos detalhados para cada objetivo amplo

Detém-se mais na capacidade geral de “construir e interpretar

Page 23: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

As idéias de Bloom enquadravam-se na corrente quantitativa da avaliação que predominou na literatura brasileira até o início dos anos 80.

Tal corrente valoriza o uso de instrumentos e tecnologias diversas para a mensuração do rendimento do aluno com o propósito de alcançar objetivos comportamentais, bem como traduzir a quantificação do conhecimento adquirido que ainda predomina no pensamento educacional brasileiro, expresso nas práticas avaliativas desde a Educação Básica até o Ensino Superior (MEZZAROBA & AVARENGA, 1999; SAUL, 1988).

Page 24: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Mezzaroba & Alvarenga (1999) A avaliação apresenta dois modelos: o

tradicional e o progressivista Tradicional – enfatiza as quantificações

dos resultados e a classificação do aluno; Progressivista – focaliza o processo e a

avaliação diagnóstica do aluno

Page 25: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Final da década de 80 e início de 90 – surgem visões mais progressistas, dentre as quais, a abordagem da avaliação emancipatória de Saul (1988)

Característica – avaliação de cursos e programas educacionais

Hoffmann (1998) – avaliação mediadora

Page 26: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Lüdke e Mediano (1994) – enfoque sociológico para a avaliação

Luckesi (1999) – enfoca a avaliação enquanto processo. Diferencia medida de avaliação

Prado (1997) – enfatiza a avaliação como processo e não como produto

Vianna (1989) – contribui para criar a cultura da avaliação

Page 27: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Esses autores contribuíram para que desencadeasse no Brasil um processo de sensibilização e preocupação com a avaliação, como também, a desvinculação com as obras norte-americanas, embora elas continuem sendo valiosas para aprofundamento de estudos, uma vez que sustentaram e sustentam as pesquisas na área

Page 28: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Semelhanças e diferenças entre Avaliação:

Diagnóstica Formativa Somativa

Funções Determinar: a presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos e o nível de domínio prévio; as causas subjacentes e dificuldades repetidas de aprendizagem.- Colocar o aluno de acordo com as diversas características sabidas ou supostamente relacionadas com modalidades alternativa de ensino;

Feedback ao aluno e ao professor quanto ao progresso do aluno ao longo de uma unidade;

- Localização de erros em termos de estrutura de uma unidade, de modo a possibilitar a indicação de técnicas alternativas de recuperação

Graduação ou atribuição de notas ao final de uma unidade, semestre ou curso

Page 29: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATOÉpoca No início de uma unidade,

semestre ou ano letivo;

Durante o processo, quando o aluno evidencia uma incapacidade constante de aproveitamento integral do ensino

Durante todo o processo de ensino/

aprendizagem

Ao final de uma unidade, semestre ou ano letivo

Ênfase de avaliação

Comportamentos cognitivos, afetivos e psicomotores

Fatores físicos, psicológicos e ambientais

Comportamentos cognitivos

Comportamentos cognitivos ou afetivos

Page 30: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Tipos de instrumentos

Formativos e somativos para pré-testes;

Padronizados de desempenho e diagnóstico;

Observação e roteiros

Instrumentos Formativos diversos, especialmente planejados e elaborados

Exames finais

Como são as amostras

Especifica para cada comportamento

Comportamento físico e emocional

Amostra específica de todas as tarefas relacionadas na hierarquia da unidade

Uma amostra dos objetivos ponderados do curso

Page 31: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

Dificuldade Diagnóstico de habilidades e capacidades

Não pode ser especificada de antemão

Dificuldade média variando de 35% a 70% com alguns itens muito fáceis e alguns muito difíceis

Atribuição de pontos

Baseada em normas e critérios

Baseada em critérios

Baseada em normas

Método de relato Perfil individual de sub-habilidades

Padrão individual de escores relativos a acertos e erros em cada tarefa da hierarquia

Escore total ou subescores obtidos para cada objetivo

Page 32: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

REFERÊNCIAS

BLOOM, B. Taxonomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. Porto Alegre: Globo, 1972.

DEPRESBITERIS, L. O desafio da avaliação da aprendizagem: dos fundamentos a uma proposta inovadora. São Paulo: E.P.U., 1989.

HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 14. ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

LÜDKE, M. & MEDIANO, Z. (Coords.). Avaliação na escola de 1o. Grau. 2. ed. Campinas: Papirus, 1994.

MEDIANO, Z. D. Módulos instrucionais para medidas e avaliação em educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

Page 33: HistóRia Da AvaliaçãO   1a Aula

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AVALIAÇÃO: BREVE RELATO

MEZZAROBA, L. & ALVARENGA, G. M. A trajetória da avaliação educacional no Brasil. In: ALVARENGA, G. M. (Org.). Avaliar: um compromisso com o ensino e a aprendizagem. Londrina: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional, 1999.

PERRENOUD. P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PRADO, C. Avaliação da aprendizagem. Campinas: Papirus, 1997.

SAUL, A. M. Avaliação emancipatória: desafio à teoria e à prática da avaliação e reformulação de currículos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1988.

VIANNA, H. M. Avaliação educacional: teoria, planejamento, modelos. São Paulo: IBRASA, 2000.

ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed. 1998.