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GRAVEL ISSN 1678-5975 Dezembro - 2006 Nº 4 1-21 Porto Alegre
Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina, SC
Horn Filho N.O.* * Departamento de Geociências e Programa de
Pós-graduação em Geografia, CFH, UFSC, [email protected]
RESUMO A coleta de 192 amostras de sedimentos ao longo dos 88 km
de praias arenosas da ilha de
Santa Catarina e as análises laboratoriais subseqüentes
possibilitaram identificar as principais características
granulométricas das areias praiais da ilha.
Conforme o critério prévio de distinção de setores pôde-se
caracterizar que: na costa Noroeste, as 30 praias voltadas para a
baía Norte apresentam fácies textural predominante areia grossa,
moderadamente selecionada, aproximadamente simétrica e mesocúrtica;
na costa Norte, as 21 praias voltadas para as enseadas de Jurerê,
Canasvieiras e Ingleses apresentam fácies textural dominante areia
fina, bem selecionada, aproximadamente simétrica e mesocúrtica; na
costa Nordeste, as 8 praias voltadas para o oceano Atlântico
apresentam fácies textural predominante areia média (mistura de
areias fina e grossa), bem selecionada, aproximadamente simétrica e
mesocúrtica; na costa Sudeste, as 8 praias voltadas para o oceano
Atlântico apresentam fácies textural predominante areia média
(mistura de areias fina e grossa), moderadamente selecionada,
assimetria negativa e mesocúrtica; na costa Sul, as 5 praias
voltadas para a enseada do Pântano do Sul apresentam fácies
textural predominante areia fina, bem selecionada, aproximadamente
simétrica e mesocúrtica e na costa Sudoeste, as 45 praias voltadas
para baía Sul apresentam fácies textural predominante areia grossa,
moderadamente selecionada, aproximadamente simétrica e
mesocúrtica.
Pode-se agrupar estas praias em cinco domínios distintos:
domínio Oriental, de alta energia de onda, abrangendo a fusão das
costas Nordeste e Sudeste; domínios Setentrional e Meridional,
abrangendo praias das costas Norte e Sul, semi-expostas da energia
das ondas, situadas no entorno das enseadas de Canasvieiras/Jurerê
e Pântano do Sul, respectivamente; domínio Ocidental, compreendendo
praias protegidas da energia das ondas que abrangem a fusão das
costas Noroeste e Sudoeste (margens das baías Norte e Sul) e
domínio Interno, abrangendo as praias lagunares.
As características granulométricas das praias da ilha de Santa
Catarina são condicionadas principalmente pela influência dos
agentes hidrodinâmicos associados ao tipo de praia e a proximidade
da área fonte.
ABSTRACT The collecting of 192 sediment's samples along of 88 km
of sandy beaches of the Santa
Catarina island and subsequent laboratory analyses possibilities
identify the main granulometric characteristics of the beach sands
of the island.
According precedent criterion of distinction on sectors, the
coasts were characterized as: in the Northwest coast, the 30
beaches oriented to North bay present dominant textural facies
coarse sand, moderately sorted, approximately symmetric and
mesocurtic; in the North coast, the 21 beaches oriented to Jurerê,
Canasvieiras and Ingleses bights present dominant textural facies
fine sand, well sorted, approximately symmetric and mesocurtic; in
the Northeast coast, the 8 beaches oriented to Atlantic ocean
present dominant textural facies medium sand (mixture of fine and
coarse sands), well sorted, approximately symmetric and mesocurtic;
in the Southeast coast, the 8 beaches oriented to Atlantic ocean
present dominant textural facies medium sand (mixture of fine and
coarse sands), moderately sorted, asymmetry negative and
mesocurtic; in the South coast, the 5 beaches oriented to Pântano
do Sul bight present dominant textural facies fine sand, well
sorted, approximately symmetric and mesocurtic; in the Southwest
coast, the 45 beaches oriented to South bay present dominant
textural facies coarse sand, moderately sorted, approximately
symmetric and mesocurtic.
The beaches were arranged in five distinctive dominions:
Oriental dominion, of high wave energy, alloying of Northeast and
Southeast coasts; Setentrional e Meridional dominions comprehending
semi-protected beaches of the North and South coasts, located
around Canasvieiras/Jurerê and Pântano do Sul bights, respectively;
Occidental dominion, comprehending protected beaches of the
Northwest and Southwest coasts in the North and South bays margin
and Internal dominion, include lagoonal beaches.
The granulometric characteristics of the Santa Catarina' island
beaches are conditioned mainly by hydrodynamic agents influence
associated to beach pattern and proximity of the source area.
Palavras chave: praias arenosas, granulometria, fácies
textural.
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INTRODUÇÃO
A importância sócio-econômica que as praias apresentam,
principalmente como áreas de lazer, bem como sua alta dinâmica
morfológica e sedimentar, responsável pelo amortecimento da energia
hidráulica, tem motivado diversas pesquisas em busca de um melhor
conhecimento, utilização racional e/ou preservação destes
ambientes.
Este trabalho tem como objetivo principal caracterizar do ponto
de vista granulométrico as praias arenosas da ilha de Santa
Catarina e das principais lagoas interiores, em uma visão geral do
seu litoral, promovendo o conhecimento integrado desses sistemas
costeiros.
A área de estudo, localizada na região Sul do Brasil, exibe, ao
longo dos 174,3 km de perímetro total, uma diversidade de
ecossistemas costeiros, destacando-se as 117 praias arenosas, que
representam 88 km ou 50,5% do perímetro total, além de dunas,
lagoas, restingas, costões e manguezais.
Para isto, pretendeu-se cadastrar todas as praias arenosas do
perímetro da ilha de Santa Catarina em bases atuais, fornecendo
informações no tocante aos aspectos geográficos, geológicos,
geomorfológicos, oceanográficos e principalmente sua constituição
granulométrica.
Neste enfoque, destacam-se os trabalhos anteriores gerados por
MARTINS et al. (1970), que realizaram a primeira caracterização do
ponto de vista sedimentológico das areias praiais da ilha de Santa
Catarina; CRUZ (1998) que caracterizou aspectos geomorfológicos das
praias da ilha e do continente próximo através de um estudo
empírico-geomorfológico das paisagens costeiras; HORN FILHO et al.
(1999) que realizaram um estudo morfossedimentar das praias e MIOT
DA SILVA (2003) que relacionou características granulométricas de
praias a sua forma em planta.
FISIOGRAFIA DA ILHA DE SANTA CATARINA
A ilha de Santa Catarina está situada no
Litoral Central do estado de Santa Catarina (DIEHL & HORN
FILHO, 1996), entre os paralelos de 27°22’45” e 27°50’10” de
latitude
sul e os meridianos de 48°21’37”e 48°34’49” de longitude oeste
(Fig. 1).
A ilha de Santa Catarina é bordejada inteiramente pelas águas do
Atlântico sul, sendo separada da região continental pelas baías
Norte e Sul. Apresenta-se alongada no sentido nordeste – sudoeste
com área total de 399 km². Caracteriza-se como uma ilha tipicamente
costeira (SUGUIO, 1992), tendo seus principais aspectos
fisiográficos e estruturais muito semelhantes com aqueles definidos
para a região continental, o que possibilita afirmar que a ilha de
Santa Catarina e o continente próximo estiveram unidos durante o
tempo em que o nível do oceano Atlântico encontrava-se em posição
abaixo do atual. Geologia
A ilha de Santa Catarina tem sua
geologia constituída por duas províncias principais: (1) o
embasamento cristalino, mais antigo, representado pelas unidades
geológicas do Escudo Catarinense e Formação Serra Geral e, (2)
depósitos sedimentares, mais recentes, representados por sedimentos
de origem continental, transicional e marinha (CARUSO Jr., 1993).
Os maciços do embasamento cristalino apresentam os granitos,
riolitos e diabásios como rochas dominantes, enquanto que os
depósitos sedimentares caracterizam-se por formações geradas em
ambientes de sedimentação marinho praial, eólico, lagunar, paludial
e coluvial. Consideram-se igualmente os depósitos de encosta,
originados na interface embasamento cristalino/planície costeira,
moldados nas encostas dos morros da ilha. Geomorfologia
A geomorfologia da ilha de Santa Catarina, sumarizada por
HERRMANN & ROSA (1991), apresenta dois domínios morfológicos
principais: (1) dos Embasamentos em Estilos Complexos e, (2) das
Acumulações Recentes. O primeiro compreende a unidade
geomorfológica Serras do Leste Catarinense ou Serras Cristalinas
Litorâneas (MONTEIRO, 1958) e o segundo, a Unidade Geomorfológica
Planícies Litorâneas. A unidade Serras do Leste Catarinense que
constitui as terras altas da ilha representa uma seqüência de
elevações dispostas
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Figura 1. Localização da ilha de Santa Catarina no litoral
Central (setor IV) do estado de Santa Catarina
(HORN FILHO et al., 2006). de forma subparalela, orientadas no
sentido nordeste - sudoeste, cujas altitudes variam de 75 m a 532
m, com valores médios de 290 m. A unidade Planícies Litorâneas, que
representa as terras baixas da ilha, consiste de um complexo de
formas de modelado continental-marinho derivado de processos de
erosão e/ou acumulação (BORTOLUZZI, 1987). As altitudes médias
encontradas na Planície Litorânea estão em torno de 10 m, podendo
atingir valores maiores adjacentes às encostas e em crista de
dunas. Hidrografia
A hidrografia da ilha de Santa Catarina pode ser representada
por quatro vertentes distintas que correspondem aos setores leste,
oeste, norte e sul. Na vertente Leste, os rios e córregos nascem no
embasamento cristalino, não atingindo diretamente o mar. Os rios da
vertente Oeste desembocam diretamente nas baías Norte e Sul,
enquanto que aqueles das vertentes Norte e Sul também se direcionam
diretamente para o
oceano Atlântico. Os principais rios que drenam a ilha de Santa
Catarina são: Vermelho, Ingleses, Tavares, Itacorubi, Saco Grande e
Ratones. Possui ainda um sistema de lagoas costeiras, destacando-se
os corpos lagunares da laguna da Conceição e da lagoa do Peri e
outras menores, como a lagoa do Jacaré, Lagoinha Pequena, lagoa da
Chica, Lagoinha de Ponta das Canas e Lagoinha do Leste.
Clima
O clima da ilha de Santa Catarina é controlado pela atuação das
massas Polar Marítima e Tropical Marítima do Atlântico, estando
inserida numa região de clima temperado da categoria subsequente
(NIMER, 1989). A situação normal da circulação atmosférica da
região é o domínio de um sistema semifixo de alta pressão com
ventos de norte/nordeste, juntamente com o efeito local da brisa
marinha. Periodicamente, o sistema é perturbado pela passagem de
frentes frias
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Figura 2. Localização da ilha de Santa Catarina no litoral
Central (setor IV) do estado de Santa Catarina
(HORN FILHO et al., 2006). originadas pela migração do
Anticiclone Polar Móvel sobre a região, de sudoeste para nordeste
(TRUCOLLO, 1998; MARIOTTI & FRANCO, 2001). Os ventos
predominantes são de norte/nordeste, enquanto os de sul são mais
intensos.
Oceanografia costeira
Na configuração atual da ilha de Santa Catarina, todo seu
entorno está sujeito à atuação dos agentes oceanográficos. Entre
estes, destacam-se a ação das ondas e marés.
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Através da análise dos dados do ondógrafo fundeado em águas
profundas ao largo da ilha de Santa Catarina, ARAÚJO et al. (2003)
identificaram que ao longo do ano prevalecem ondulações de sul com
período em torno de 12 s e vagas de leste com período de 8 s.
Durante os meses de outono e inverno, as ondulações de sul
prevalecem sobre as vagas de leste; no verão, há um balanço entre
elas e na primavera predominam as vagas de leste. Condições de alta
energia de onda geralmente provêm de ondulações de sul e sudeste,
com períodos de pico acima de 11 s e ondas maiores que 4 m em águas
profundas, podendo ser encontradas em todas as estações do ano.
As marés são do tipo micro marés ( 4,00 Extremamente mal
selecionado (EMS) - - > 3,00 Extremamente
leptocúrtica (EL)
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RESULTADOS
Os resultados serão apresentados segundo a compartimentação do
litoral da ilha de Santa Catarina proposta por HORN FILHO et al.
(1999) (Fig. 3). Segundo esta classificação, o litoral da ilha pode
ser subdividido em seis costas, denominadas: (1) costa Noroeste,
(2) costa Norte, (3) costa Nordeste, (4) costa Sudeste, (5) costa
Sul e (6) costa Sudoeste. Esta subdivisão apoiou-se nas
características geológicas e geomorfológicas do litoral e
principalmente, nos aspectos distintivos das
praias. Do ponto de vista cartográfico, possibilita a
representação de diferentes trechos da ilha de Santa Catarina com
maior detalhamento (Figs. 4, 5, 6, 7, 8, 9).
Das 117 praias arenosas da ilha de Santa Catarina cadastradas
neste trabalho, 30 pertencem à costa Noroeste, 21 à costa Norte, 8
à costa Nordeste, 8 à costa Sudeste, 5 à costa Sul e 45 à costa
Sudoeste. No sentido horário, tomando-se como base, a ponte
Hercílio Luz, são identificadas as seguintes praias arenosas na
ilha de Santa Catarina (Tab. 3).
Figura 3. Compartimentação geológico - geomorfológica do litoral
da ilha de Santa Catarina (HORN FILHO
et al., 2006).
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Tabela 3. Cadastro das praias arenosas do perímetro da ilha de
Santa Catarina, segundo a compartimentação geológico-geomorfológica
proposta por HORN FILHO et al. (1999).
Costa Praias Noroeste (1) Arataca, (2) Namorados, (3) São Luiz,
(4) Ponta do Recife, (5) Coral Leste, (6) Lessa, (7)
Goulart Sul, (8) Goulart Central, (9) Goulart Norte, (10) Saco
Grande, (11) Maria do Mar, (12) Cacupé Grande, (13) Prainha do
Cacupé, (14) Ponta do Cacupé, (15) Sossego, (16) Esperança, (17)
Nogueira, (18) Amores, (19) Lage, (20) José da Benta, (21) Gaúchos,
(22) Comprida, (23) Igreja, (24) Santo Antônio de Lisboa, (25)
Sambaqui, (26) Condomínio Sambaqui, (27) Ponta do Sambaqui, (28)
Toló, (29) Raulino e (30) Rola.
Norte (31) Pontal de Dentro, (32) Pontal de Fora, (33) Daniela,
(34) Vavá, (35) Chico Pinhão, (36) Forte Sul, (37) Forte, (38) Dona
Chica, (39) Jurerê Internacional, (40) Jurerê, (41) Croa, (42)
Canajurê, (43) Morretes, (44) Francês, (45) Canasvieiras, (46)
Cachoeira do Bom Jesus, (47) Ponta das Canas, (48) Prainha de Ponta
das Canas, (49) Lagoinha, (50) Brava e (51) Ingleses.
Nordeste (52) Santinho, (53) Moçambique, (54) Barra da Lagoa,
(55) Prainha da Barra da Lagoa, (56) Galheta, (57) Mole, (58)
Rendeiras e (59) Gravatá.
Sudeste (60) Joaquina, (61) Campeche, (62) Morro das Pedras,
(63) Peri Norte, (64) Peri Sul, (65) Armação, (66) Matadeiro e (67)
Lagoinha do Leste.
Sul (68) Pântano do Sul, (69) Açores, (70) Solidão, (71)
Saquinho e (72) Naufragados. Sudoeste (73) Defunto, (74) Caieiras
da Barra do Sul, (75) Prainha da Caieira da Barra do Sul, (76)
Grande,
(77) Ponta do Sinal, (78) Taperinha, (79) Tapera da Barra Sul,
(80) Sinhá, (81) Caiacangaçu, (82) Fora, (83) Ponta, (84) Pracinha
do Ribeirão, (85) Marcelino, (86) Três Patos, (87) Garapuvu, (88)
Itaqui, (89) Dotor Ivo, (90) Recanto, (91) Ascan, (92) Ribeirão
Sul, (93) Ribeirão Norte, (94) Freguesia do Ribeirão, (95)
Bambuzal, (96) Saco, (97) Croa da Ilha, (98) Prainha da Ilha, (99)
Flechas, (100) Garcia, (101) Pedra Grande, (102) Laranjeiras, (103)
Tapera Sul, (104) Tapera, (105) Albatroz, (106) Pelicano, (107)
Vila Sul, (108) Vila Norte, (109) Base Aérea, (110) Prainha da
Caiacanga-Mirim, (111) Aeroporto, (112) Curtume, (113) José Mendes,
(114) Iate Clube, (115) Remo, (116) Scuna e (117) Ponte.
Costa Noroeste
Na costa Noroeste ocorre um grande número de praias, mas estas
em geral são pouco desenvolvidas. Foram cadastradas 30 praias, cuja
largura, declividade e comprimento médios são de 7,36 m, 8,33° e
297,3 m, respectivamente. Nesta costa os maciços cristalinos
afloram junto ao mar, presenciando-se também depósitos de encosta,
lagunar e paludial (manguezais Ratones e Itacorubi).
Foram coletadas 34 amostras de sedimentos (Fig. 4). Quanto ao
diâmetro médio do grão, 25 amostras foram classificadas como areia
grossa (73,52%); 6 amostras como areia média (17,64%); 2 amostras
como areia fina (5,88%) e 1 amostra como areia muito grossa (2,96%)
(colunas A e B, Tab. 4). Os valores variaram de 0,00 phi (areia
muito grossa), na praia de Santo Antônio de Lisboa a 2,31 phi
(areia fina), na praia do Rola, tendo sido registrado valor médio
da média de 0,78 phi (areia grossa).
No que se refere ao desvio padrão (colunas C e D, Tab. 4), os
valores variaram de 0,49 phi (bem selecionado), na praia José
da
Figura 4. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
Benta a 1,56 phi (pobremente selecionado), na praia do Coral
Leste, tendo sido registrado valor médio do desvio padrão de 0,84
phi (moderadamente selecionado). Do total de amostras, 23 amostras
foram classificadas como
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moderadamente selecionadas (67,64%); 10 amostras como pobremente
selecionadas (29,41%) e 1 amostra como bem selecionada (2,95%).
Quanto à assimetria (colunas E e F, Tab. 4), os valores variaram
de -0,40 (muito negativa), na praia da Esperança a 0,22 (positiva),
na praia da Igreja. Do total de amostras, 15 amostras foram
classificadas como aproximadamente simétrica (44,11%); 11 amostras
tiveram assimetria negativa (32,35%);
6 amostras assimetria positiva (17,66%) e 2 amostras assimetria
muito negativa (5,88%).
No que se refere à curtose (colunas G e H, Tab. 4), os valores
variaram de 0,75 (platicúrtica), na praia Maria do Mar a 2,03
(muito leptocúrtica), na praia dos Amores, tendo sido registrado
valor médio da curtose de 0,97 (mesocúrtica). Do total de amostras,
16 amostras apresentaram curtose mesocúrtica (47,05%); 13 amostras
curtose platicúrtica (38,23%); 3 amostras curtose leptocúrtica
(8,82%) e 2 amostras curtose muito leptocúrtica (5,9%).
Tabela 4. Dados granulométricos das praias da costa noroeste da
ilha de Santa Catarina.
N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G H 1 Arataca 1
35'32,4" 33'46,8" 0,40 AG 1,15 PS -0,26 N 0,77 P 2 Namorados 2
35'09,1" 33'09,5" 0,49 AG 0,65 MS -0,14 N 1,02 M 3 São Luiz (1) 3
35'00,5" 32'54,3" 0,15 AG 1,07 PS -0,17 N 0,77 P 3 São Luiz (2) 4
34'59,5" 32'47,4" 0,60 AG 0,94 MS 0,19 P 0,96 M 3 São Luiz (3) 5
34'52,8” 32'41,9" 0,48 AG 1,04 PS 0,07 AS 0,92 M 4 Ponta do Recife
6 34'18,1” 32'19,2" 0,83 AG 0,66 MS -0,04 N 1,10 M 5 Coral Leste 7
34'13,0” 32'07,9" 0,52 AG 0,56 PS -0,00 AS 0,76 P 6 Lessa 8
34'19,5” 31'39,0" 0,57 AG 1,20 PS -0,30 N 0,83 P 7 Goulart Sul 9
33'46,8” 31'15,6" 1,45 AM 1,44 PS -0,15 N 0,83 P 8 Goulart Central
10 33'38,4” 31'17,1" 0,57 AG 0,97 MS -0,07 AS 1,19 L 9 Goulart
Norte 11 33'40,2” 31'12,9" 2,03 AF 1,17 PS -0,33 MN 0,91 M 10 Saco
Grande 12 33'37,1” 31'03,0" 0,38 AG 0,91 MS 0,01 AS 1,01 M 11 Maria
do Mar 13 33'16,4” 30'47,7" 0,05 AG 1,02 PS 0,10 AS 0,75 P 12
Cacupé Grande 14 32'32,0” 31'27,1" 0,82 AG 0,93 MS 0,20 P 1,04 M 13
Prainha do Cacupé 15 32'19,5” 31'45,2" 0,14 AG 0,93 MS 0,07 AS 1,00
M 14 Ponta do Cacupé 16 32'15,2” 31'49,6" 0,70 AG 0,58 MS -0,01 AS
0,92 M 15 Sossego 17 32'10,9” 31'43,6" 1,35 AM 0,51 MS 0,16 P 1,10
M 16 Esperança 18 31'55,5” 31'26,6" 0,60 AG 0,74 MS -0,40 MN 1,19 L
17 Nogueira 19 31'43,2” 31'23,9" 0,90 AG 0,57 MS 0,11 P 0,93 M 18
Amores 20 31'35,3” 31'30,3" 1,32 AM 0,81 MS -0,25 N 2,03 ML 19 Lage
21 31'28,2” 31'26,1" 0,40 AG 0,60 MS -0,28 N 1,17 L 20 José da
Benta 22 31'17,9” 31'20,4" 0,43 AG 0,49 BS -0,10 AS 0,97 M 21
Gaúchos 23 31'13,6” 31'17,0" 0,57 AG 0,84 MS 0,06 AS 0,77 P 22
Comprida (1) 24 31'10,1” 31'01,2" 0,66 AG 0,75 MS 0,06 AS 0,84 P 22
Comprida (2) 25 30'57,4” 30'54,1" 1,07 AM 0,71 MS 0,16 P 0,97 M 22
Comprida (3) 26 30'39,1” 31'04,2" 0,70 AG 0,72 MS -0,05 AS 0,93 M
23 Igreja 27 30'25,9” 31'07,3" 0,34 AG 1,19 PS 0,22 P 0,81 P 24
Santo Antônio de
Lisboa 28 30'20,2” 31'19,8" 0,00 AMG 0,90 MS -0,01 AS 0,93 M
25 Sambaqui 29 29'40,3” 31'31,1" 0,86 AG 0,52 MS -0,14 N 0,79 P
26 Condomínio
Sambaqui 30 29'24,0” 31'57,5" 0,48 AG 0,93 MS -0,26 N 0,81 P
27 Ponta do Sambaqui 31 29'19,4” 32'13,9" 0,45 AG 1,04 PS -0,03
AS 0,76 P 28 Toló 32 29'07,3” 32'16,3" 1,28 AM 0,86 MS 0,06 AS 1,51
ML 29 Raulino 33 28'32,2” 32'00,3" 1,80 AM 0,58 MS 0,09 AS 0,81 P
30 Rola 34 28'17.3” 31'51.8" 2,31 AF 0,56 MS -0,20 N 0,92 M
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
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Costa Norte
A Costa Norte caracteriza-se pela presença de cordões litorâneos
na planície costeira além da formação de esporões arenosos (spits).
As 21 praias, voltadas predominantemente para norte (Fig. 5)
possuem largura, declividade e comprimento médios de 20,38 m, 4,79°
e 1.139 m, respectivamente.
Foram coletadas 41 amostras de sedimentos nas 21 praias da costa
Norte. Do ponto de vista textural, 100% das amostras foram
classificadas no tamanho de grão areia.
Figura 5. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
No que se refere ao diâmetro médio do
grão (colunas A e B, Tab. 5), os valores variaram de 2,08 phi
(areia fina), na praia do Pontal de Dentro (amostra 1) a 2,69 phi
(areia fina), na praia do Chico Pinhão, tendo sido registrado valor
médio de 2,38 phi (areia fina). Do total de amostras, 41 amostras
foram classificadas como areia fina (100%).
Quanto ao grau de selecionamento das amostras ou desvio padrão
(colunas C e D, Tab. 5), os valores variaram de 0,30 phi (muito bem
selecionada), na praia Brava (amostra 3) a 0,50 phi (bem
selecionada), na praia do Francês, tendo sido registrado valor
médio do desvio padrão de 0,37 phi (bem selecionada). Do total de
amostras, 28 amostras foram classificadas como bem selecionada
(68,29%) e 13 amostras como muito bem selecionada (31,71%).
No que se refere à assimetria (colunas E e F, Tab. 5), os
valores variaram de -0,17 (assimetria negativa), na praia do Vavá a
0,24
(assimetria positiva), nas praias Brava (amostra 3) e dos
Ingleses (amostra 2). Do total de amostras, 29 amostras
apresentaram assimetria aproximadamente simétrica (70,73%); 8
amostras assimetria negativa (19,51%) e 4 amostras assimetria
positiva (9,76%).
Os valores de curtose (colunas G e H, Tab. 5) variaram de 0,75
(platicúrtica), nas praias do Forte e Cachoeira do Bom Jesus
(amostra 3) a 1,35 (leptocúrtica), na praia de Morretes, tendo sido
registrado valor médio da curtose de 0,97 (mesocúrtica). Do total
de amostras, 20 amostras apresentaram curtose platicúrtica
(48,78%); 11 amostras curtose mesocúrtica (26,82%) e 10 amostras
curtose leptocúrtica (24,4%). Costa Nordeste
Na costa Nordeste, as 8 praias apresentam largura média de 32,12
m, declividade média de 5,5° e comprimento médio de 2.313 m.
Destaca-se neste setor, a laguna da Conceição, promontórios
rochosos e depósitos eólico, marinho e lagunar (Fig. 6).
Foram coletadas 25 amostras de sedimentos nas 8 praias da costa
Nordeste. Destas praias, está sendo considerada a praia das
Rendeiras, na margem da laguna da Conceição como uma praia
representativa desta costa, apesar de não constituir um ambiente
exposto ou semi - exposto a hidrodinâmica oceânica ou de baía. Do
ponto de vista textural, 100% das amostras foram classificadas no
tamanho de grão areia (25 amostras).
No que se refere ao diâmetro médio do grão (colunas A e B, Tab.
6), os valores variaram de 0,38 phi (areia muito grossa), na praia
de Moçambique (amostra 1) a 2,90 phi (areia fina), na praia da
Barra da Lagoa (amostra 1), tendo sido registrado valor médio da
média de 1,98 (areia média). Do total de amostras, 14 amostras
foram classificadas como areia fina (56%); 9 amostras como areia
média (36%) e 2 amostras como areia grossa (8%).
Quanto ao desvio padrão (colunas C e D, Tab. 6), os valores
variaram de 0,30 phi (amostra muito bem selecionada) na praia das
Rendeiras (amostra 3) a 1,13 phi (pobremente selecionada), na praia
do Gravatá, tendo sido registrado valor médio do desvio padrão de
0,47 phi (bem selecionada). Do total de amostras, 9
-
Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
SC
GRAVEL
10
Tabela 5. Dados granulométricos das praias da costa norte da
ilha de Santa Catarina. N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G
H 31 Pontal de Dentro (1) 35 27'19,1” 32'33,2" 2,08 AF 0,41 BS 0,07
AS 0,88 P 31 Pontal de Dentro (2) 36 27'29,5” 32'39,2" 2,21 AF 0,37
BS -0,03 AS 1,20 L 31 Pontal de Dentro (3) 37 27'30,7” 32'450" 2,58
AF 0,35 MBS -0,08 AS 0,83 P 32 Pontal de Fora (1) 38 27'23,8”
32'42,0" 2,41 AF 0,39 BS -0,01 AS 0,90 P 32 Pontal de Fora (2) 39
32'28,2" 27'09,3" 2,61 AF 0,34 MBS -0,12 N 0,86 P 33 Daniela (1) 40
26'58,0” 32'20,5" 2,49 AF 0,36 BS -0,03 AS 0,83 P 33 Daniela (2) 41
31'57,9" 26'46,4" 2,48 AF 0,37 BS -0,05 AS 0,86 P 33 Daniela (3) 42
26'40,0” 31'29,2" 2,42 AF 0,38 BS 0,00 AS 0,89 P 34 Vavá 43
26'33,9” 31'22,5" 2,55 AF 0,35 MBS -0,17 N 0,82 P 35 Chico Pinhão
44 26'28,2” 31'20,2" 2,69 AF 0,35 MBS -0,10 N 1,20 L 36 Forte Sul
45 26'16,9” 31'10,6" 2,44 AF 0,36 BS -0,01 AS 0,85 P 37 Forte 46
26'00,4” 31'09,8" 2,57 AF 0,32 MBS -0,13 N 0,75 P 38 Dona Chica 47
25'52,3” 30'58,7" 2,33 AF 0,44 BS -0,06 AS 0,94 M 39 Jurerê
Internacional (1) 48 25'54,7” 30'47,6" 2,29 AF 0,40 BS 0,03 AS 1,09
M 39 Jurerê Internacional (2) 49 26'10,7” 30'03,4" 2,38 AF 0,36 BS
0,05 AS 0,91 M 40 Jurerê (1) 50 26'14,8” 29'26,1" 2,26 AF 0,48 BS
-0,08 AS 1,22 L 40 Jurerê (2) 51 26'13,8” 28'58,1" 2,29 AF 0,42 BS
-0,01 AS 1,10 M 41 Croa 52 25'57,7” 28'43,2" 2,38 AF 0,45 BS -0,12
N 0,99 M 42 Canajurê 53 25'42,7” 28'36,6" 2,40 AF 0,39 BS -0,00 AS
0,91 M 43 Morretes 54 25'39,3” 28'34,0" 2,26 AF 0,32 MBS 0,05 AS
1,35 L 44 Francês 55 25'36,5” 28'26,4" 2,21 AF 0,50 BS -0,15 N 1,20
L 45 Canasvieiras (1) 56 25'34,7” 28'16,3" 2,39 AF 0,32 MBS 0,18 P
0,78 P 45 Canasvieiras (2) 57 25'36,0” 27'33,8" 2,30 AF 0,38 BS
0,07 AS 1,10 M 45 Canasvieiras (3) 58 25'33,8” 26'59,7" 2,52 AF
0,39 BS -0,01 AS 0,90 P 46 Cachoeira do Bom
Jesus (1) 59 25'30,4” 26'48,2" 2,36 AF 0,39 BS 0,00 AS 0,95
M
46 Cachoeira do Bom Jesus (2)
60 25'13,8” 26'03,6" 2,46 AF 0,38 BS -0,10 N 0,88 P
46 Cachoeira do Bom Jesus (3)
61 24'50,2” 25'43,7" 2,52 AF 0,34 MBS -0,08 AS 0,75 P
47 Ponta das Canas (1) 62 24'08,1” 25'46,4" 2,31 AF 0,39 BS 0,04
AS 1,05 M 47 Ponta das Canas (2) 63 23'42,0” 26'00,6" 2,49 AF 0,38
BS -0,13 N 0,89 P 48 Prainha de Ponta das
Canas 64 23'33,1” 26'07,4" 2,41 AF 0,39 BS -0,07 AS 0,93 M
49 Lagoinha (1) 65 23'16,0” 25'42,2" 2,40 AF 0,37 BS 0,03 AS
0,90 P 49 Lagoinha (2) 66 23'19,0” 25'27,9" 2,47 AF 0,38 BS -0,09
AS 0,89 P 49 Lagoinha (3) 67 23'18,1” 25'13,8" 2,41 AF 0,35 MBS
0,08 AS 0,84 P 50 Brava (1) 68 23'34,3” 24'50,6" 2,27 AF 0,36 BS
0,04 AS 1,23 L 50 Brava (2) 69 23'54,6” 24'48,2" 2,29 AF 0,35 MBS
0,08 AS 1,20 L 50 Brava (3) 70 24'16,3” 24'40,0" 2,33 AF 0,30 MBS
0,24 P 0,93 M 51 Ingleses (1) 71 24'59,7” 24'11,2" 2,31 AF 0,31 MBS
0,16 P 1,15 L 51 Ingleses (2) 72 25'28,0” 23'59,1" 2,42 AF 0,37 BS
0,24 P 0,87 P 51 Ingleses (3) 73 26'05,6” 23'27,0" 2,30 AF 0,36 BS
0,08 AS 1,21 L 51 Ingleses (4) 74 26'20,9” 23'08,4" 2,31 AF 0,36 BS
0,07 AS 1,06 L 51 Ingleses (5) 75 26'38,5” 22'14,2" 2,38 AF 0,35
MBS 0,07 AS 0,89 P
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
amostras foram classificadas como muito bem selecionada (36%); 8
amostras como bem selecionada (32%); 7 amostras como moderadamente
selecionada (28%) e 1 amostra como pobremente selecionada (4%).
No que se refere à assimetria (colunas E e F, Tab. 6), os
valores variaram de -0,27
(negativa), na praia da Galheta (amostra 1) a 0,31 (muito
positiva), na praia de Moçambique (amostra 1). Do total de
amostras, 11 apresentaram assimetria aproximadamente simétrica
(44%); 10 assimetria negativa (40%); 3 assimetria positiva (12%) e
1 assimetria muito positiva (4%).
-
Horn Filho
GRAVEL
11
Figura 6. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
Os valores de curtose (colunas G e H,
Tab. 6) variaram de 0,69 (platicúrtica), na praia do Gravatá a
1,33 (leptocúrtica), na praia do Moçambique (amostra 7), tendo sido
registrado valor médio da curtose de 0,94 (mesocúrtica). Do total
de amostras, 11 amostras apresentaram curtose platicúrtica (44%);
10 amostras curtose mesocúrtica (40%) e 4 curtose leptocúrtica
(16%). Costa Sudeste
A costa Sudeste apresenta nas extremidades norte, central (ilha
do Campeche) e sul, promontórios rochosos de natureza granítica e
riolítica. No setor central, afloram depósitos marinho e eólico de
idade pleistocênica, e depósitos eólicos holocênicos. Destaca-se ao
sul, a lagoa do Peri. As 8 praias apresentam largura, declividade e
comprimento médios de 30,87 m, 7° e 2.415 m, respectivamente.
Foram coletadas 18 amostras de sedimentos nas 8 praias da costa
Sudeste (Fig. 7). Destas 8 praias, estão sendo consideradas as
praias do Peri Norte e Peri Sul, na margem da
lagoa do Peri como praias representativas desta costa, apesar de
não constituir um ambiente exposto ou semi - exposto a
hidrodinâmica oceânica ou de baía, respectivamente. Do ponto de
vista textural, 100% das amostras foram classificadas no tamanho de
grão areia (18 amostras).
No que se refere ao diâmetro médio (colunas A e B, Tab. 7), os
valores variaram de 0,13 phi (areia grossa), na praia da Armação
(amostra 1) a 2,67 phi (areia fina), na praia do Matadeiro (amostra
3), tendo sido registrado valor médio de 1,64 (areia média). Do
total de amostras, 7 amostras foram classificadas como areia média
(38,88%); 7 amostras como areia fina (38,88%) 4 amostras como areia
grossa (22,24%). Não foram definidas amostras nas classes areia
muito grossa e areia muito fina.
Em relação ao desvio padrão (colunas C e D, Tab. 7), os valores
variaram de 0,32 phi (muito bem selecionado), na praia do Morro das
Pedras (amostra 1) a 0,92 phi (moderadamente selecionado), na praia
da Joaquina (amostra 2), tendo sido registrado valor médio de 0,54
phi (moderadamente selecionado). Do total de amostras, 11 amostras
foram classificadas como moderadamente selecionada (61,11%); 4
amostras como muito bem selecionada (22,22%) e 3 amostras como bem
selecionada (16,67%).
Quanto à assimetria (colunas E e F, Tab. 7), os valores variaram
de -0,29 (negativa), na praia da Lagoinha do Leste (amostra 1) a
0,40 (muito positiva), na praia da Joaquina (amostra 2). Do total
de amostras, 8 amostras apresentaram assimetria negativa (44,44%);
5 amostras assimetria aproximadamente simétrica (27,77%); 4
amostras assimetria positiva (22,22%) e 1 amostra assimetria muito
positiva (5,24%).
No que se refere à curtose (colunas G e H, Tab. 7), os valores
variaram de 0,64 (muito platicúrtica), na praia da Joaquina
(amostra 2) a 1,18 (leptocúrtica), na praia da Armação (amostra 3),
tendo sido registrado valor médio da curtose de 0,92 (mesocúrtica).
Do total de amostras, 8 amostras apresentaram curtose platicúrtica
(44,44%); 7 amostras curtose mesocúrtica (38,88%); 2 amostras
curtose leptocúrtica (11,11%) e 1 amostra curtose muito
platicúrtica (5,57%).
-
Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
SC
GRAVEL
12
Tabela 6: Dados granulométricos das praias da costa nordeste da
ilha de Santa Catarina. N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G
H 52 Santinho (1) 76 27'05,2” 22'18,8" 2,40 AF 0,34 MBS 0,06 AS
0,85 P 52 Santinho (2) 77 27'26,9" 22'30,0" 2,36 AF 0,35 MBS 0,08
AS 0,95 M 52 Santinho (3) 78 27'45,0" 22'34,9" 2,71 AF 0,31 MBS
-0,09 AS 1,29 L 53 Moçambique (1) 79 28'47,9" 22'54,3" 0,38 AG 0,65
MS 0,31 MP 1,24 L 53 Moçambique (2) 80 28'57,1” 23'02,1" 1,30 AM
0,69 MS -0,05 AS 1,00 M 53 Moçambique (3) 81 29'16,0” 23'35,0" 1,74
AM 0,58 MS -0,15 N 0,89 P 53 Moçambique (4) 82 29'43,9" 23'50,4"
1,44 AM 0,78 MS -0,11 N 0,76 P 53 Moçambique (5) 83 30'50,3”
24'41,1" 1,32 AM 0,74 MS -0,10 N 0,82 P 53 Moçambique (6) 84
31'21,5” 25'01,6" 1,79 AM 0,50 BS -0,06 AS 0,73 P 53 Moçambique (7)
85 31'45,7” 25'13,7" 2,27 AF 0,32 MBS 0,05 AS 1,33 L 53 Moçambique
(8) 86 33'04,1" 25'45,3" 2,39 AF 0,32 MBS 0,14 P 0,80 P 54 Barra da
Lagoa (1) 87 34'08,2" 25'45,3" 2,90 AF 0,37 BS 0,04 AS 1,21 L 54
Barra da Lagoa (2) 88 34'26,0" 25'26,7" 2,49 AF 0,42 BS -0,17 N
1,02 M 54 Barra da Lagoa (3) 89 34'27,9" 25'15,0" 2,62 AF 0,37 BS
-0,07 AS 0,94 M 55 Prainha da Barra da Lagoa 90 34'26,8" 25'14,8"
2,48 AF 0,38 BS -0,07 AS 0,86 P 56 Galheta (1) 91 35'26,9" 25'20,2"
2,61 AF 0,35 MBS -0,27 N 0,88 P 56 Galheta (2) 92 35'30,0” 25'29,3"
2,58 AF 0,32 MBS -0,18 N 0,77 P 56 Galheta (3) 93 35'35,5” 25'36,3"
2,40 AF 0,37 BS -0,02 AS 0,92 M 57 Mole (1) 94 35'56,5" 25'46,3"
0,87 AG 0,39 BS 0,00 AS 0,93 M 57 Mole (2) 95 36'03,8" 25'54,1"
1,13 AM 0,37 BS -0,14 N 1,00 M 57 Mole (3) 96 36'18,2" 26'03,6"
1,37 AM 0,55 MS 0,12 P 1,07 M 58 Rendeiras (1) 97 36'29,5” 26'30,5"
1,32 AM 0,56 MS 0,10 P 1,04 M 58 Rendeiras (2) 98 36'33,1” 26'59,4"
2,55 AF 0,35 MBS -0,25 N 0,92 M 58 Rendeiras (3) 99 36'20,8”
27'44.5" 2,54 AF 0,30 MBS -0,16 N 0,75 P 59 Gravatá 100 36'49,7”
25'56,5" 1,64 AM 1,13 PS -0,23 N 0,69 P
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
Figura 7. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
Costa Sul
Na costa Sul, as 5 praias são largas (média de 37,6 m), de baixa
declividade (média de 4,6°) e comprimento médio de 1.180 m.
Foram coletadas 13 amostras de sedimentos nas 8 praias da costa
Sul (Fig. 8). Do ponto de vista textural, 100% das amostras foram
classificadas no tamanho de grão areia (13 amostras).
No que se refere ao diâmetro médio do grão (colunas A e B, Tab.
8), os valores variaram de 2,12 phi (areia fina), na praia do
Saquinho a 2,89 phi (areia fina), na praia do Pântano do Sul
(amostra 1) tendo sido registrado valor médio de 2,39 (areia fina).
Do total de amostras, 13 amostras foram classificadas como areia
fina (100%).
Quanto ao desvio padrão (colunas C e D, Tab. 8), os valores
variaram de 0,31 phi (muito bem selecionado), nas praias dos Açores
(amostra 2) e Naufragados (amostra 3) a 0,54 phi (moderadamente
selecionado), na praia do
-
Horn Filho
GRAVEL
13
Tabela 7: Dados granulométricos das praias da costa sudeste da
ilha de Santa Catarina. N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G
H 60 Joaquina (1) 101 37'44,7” 26'54,6" 2,35 AF 0,34 MBS 0,11 P
0,95 M 60 Joaquina (2) 102 39'04,4” 28'02,0" 1,30 AM 0,92 MS 0,40
MP 0,64 MP 61 Campeche (1) 103 40'32,9" 28'42,8" 1,90 AM 0,48 BS
-0,15 N 0,77 P 61 Campeche (2) 104 41'20,6" 28'51,2" 1,37 AM 0,68
MS 0,01 AS 0,89 P 62 Morro das Pedras (1) 105 41'33,5" 28'56,3"
2,50 AF 0,32 MBS -0,01 AS 0,73 P 62 Morro das Pedras (2) 106
42'23,7" 29'51,5" 0,31 AG 0,60 MS 0,18 P 0,99 M 62 Morro das Pedras
(3) 107 43'00,8" 30'10,7" 0,67 AG 0,63 MS 0,13 P 0,89 P 63 Peri
Norte 108 43'31,5” 30'29,8" 1,75 AM 0,50 MS -0,11 N 0,85 P 64 Peri
Sul 109 44'17,0" 30'58,1" 1,61 AM 0,65 MS -0,12 N 0,91 M 65 Armação
(1) 110 43'25,4” 30'18,6" 0,13 AG 0,58 MS -0,07 AS 1,17 L 65
Armação (2) 111 44'17,3” 30'27,4" 0,22 AG 0,63 MS 0,11 P 1,09 M 65
Armação (3) 112 44'58,4” 30'08,9" 2,07 AF 0,74 MS -0,36 N 1,18 L 66
Matadeiro (1) 113 45'05,3” 30'03,5" 2,56 AF 0,34 MBS -0,06 AS 0,79
P 66 Matadeiro (2) 114 45'17,2” 29'53,2" 2,60 AF 0,38 BS -0,12 N
0,95 M 66 Matadeiro (3) 115 45'23,5” 29'48,2" 2,67 AF 0,35 MBS
-0,08 AS 1,07 M 67 Lagoinha do Leste (1) 116 46'09,2" 28'57,5" 2,13
AF 0,48 BS -0,29 N 1,09 M 67 Lagoinha do Leste (2) 117 46'27,4"
29'06,1" 1,77 AM 0,52 MS -0,12 N 0,80 P 67 Lagoinha do Leste (3)
118 46'32,3" 29'15,6" 1,63 AM 0,62 MS -0,10 N 0,89 P
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
Saquinho, tendo sido registrado valor médio do desvio padrão de
0,38 phi (bem selecionado). Do total de amostras, 6 amostras foram
classificadas como muito bem selecionada (46,15%); 5 amostras como
bem selecionada (38,46%) e 2 amostras como moderadamente
selecionada (15,39%).
Figura 8. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
No que se refere à assimetria (colunas
E e F, Tab. 8), os valores variaram de -0,28 (negativa), na
praia dos Naufragados (amostra 3)
a 0,09 (aproximadamente simétrica), na praia do Pântano do Sul
(amostra 2). Do total de amostras, 11 amostras apresentaram
assimetria aproximadamente simétrica (84,61%) e 2 amostras
assimetria negativa (15,39%).
Em relação à curtose (colunas G e H, Tab. 8), os valores
variaram de 0,91 (mesocúrtica), na praia do Pântano do Sul (amostra
2) a 1,37 (leptocúrtica), na praia dos Açores (amostra 2), tendo
sido registrado valor médio da curtose de 0,97 (mesocúrtica). Do
total de amostras, 8 amostras apresentaram curtose mesocúrtica
(61,53%) e 5 amostras curtose leptocúrtica (38,47%). Costa
Sudoeste
Na costa Sudoeste foram cadastradas 45 praias. Estas apresentam
largura média de 8,48 m, declividade média de 7,35° e comprimento
médio de 267,6 m, sendo consideradas como praias pouco
desenvolvidas, ou de pequena dimensão. Os maciços cristalinos
aparecem muito próximos à costa, além da ocorrência de depósitos
lagunar e paludial (manguezal do Rio Tavares).
Foram coletadas 61 amostras de sedimentos nas 45 praias da costa
Sudoeste (Fig. 9). Do ponto de vista textural, 86,88% das
-
Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
SC
GRAVEL
14
Tabela 8: Dados granulométricos das praias da costa sul da ilha
de Santa Catarina. N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G H 68
Pântano do Sul (1) 119 46'46,8” 30'29,2" 2,89 AF 0,52 MS 0,06 AS
0,95 M 68 Pântano do Sul (2) 120 46'49,3” 30'47,7" 2,38 AF 0,36 BS
0,09 AS 0,91 M 68 Pântano do Sul (3) 121 46'53,1” 31'11,9" 2,25 AF
0,32 MBS 0,04 AS 1,34 L 69 Açores (1) 122 46'55,1” 31'17,4" 2,20 AF
0,38 BS -0,06 AS 1,13 L 69 Açores (2) 123 47'05,0” 31'30,1" 2,25 AF
0,31 MBS 0,04 AS 1,37 L 69 Açores (3) 124 47'19,1” 31'45,7" 2,23 AF
0,33 MBS -0,03 AS 1,35 L 70 Solidão (1) 125 47'31,5” 31'55,7" 2,18
AF 0,43 BS -0,04 AS 1,01 M 70 Solidão (2) 126 47'35,6” 31'59,5"
2,37 AF 0,42 BS -0,05 AS 0,93 M 70 Solidão (3) 127 47'43,0”
32'04,8" 2,40 AF 0,40 BS -0,03 AS 0,93 M 71 Saquinho 128 48'11,0”
32'06,9" 2,12 AF 0,54 MS -0,07 AS 1,02 M 72 Naufragados (1) 129
50'06,8” 33'35,8" 2,68 AF 0,33 MBS -0,13 N 1,27 L 72 Naufragados
(2) 130 49'57,9” 33'54,6" 2,48 AF 0,32 MBS 0,03 AS 0,93 M 72
Naufragados (3) 131 49'59,3" 33'45,7" 2,64 AF 0,31 MBS -0,28 N 0,92
M
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
Figura 9. Localização e textura das praias arenosas
da costa Noroeste da ilha de Santa Catarina (adaptado de HORN
FILHO et al., 2006).
amostras foram classificadas no tamanho de grão areia (53
amostras); 9,83% das amostras foram classificadas no tamanho de
grão areia cascalhosa (6 amostras) e 3,29% das amostras
foram classificadas no tamanho de grão cascalho arenoso (2
amostras).
No que se refere ao diâmetro médio do grão (colunas A e B, Tab.
9), os valores variaram de 0,01 phi (areia grossa), na praia de
Laranjeiras a 2,63 phi (areia fina), na praia da Taperinha, tendo
sido registrado valor médio de 0,96 phi (areia grossa). Do total de
amostras, 37 amostras foram classificadas como areia grossa
(60,65%); 16 amostras como areia média (26,22%) e 8 amostras como
areia fina (13,13%). Não foram definidas amostras nas classes areia
muito grossa e muito fina.
Quanto ao grau de selecionamento das amostras ou desvio padrão
(colunas C e D, Tab. 9), os valores variaram de 0,36 phi (bem
selecionado), na praia da Taperinha a 1,61 phi (pobremente
selecionado), na praia da Pedra Grande, tendo sido registrado valor
médio do desvio padrão de 0,94 phi (moderadamente selecionado). Do
total de amostras, 30 amostras foram classificadas como
moderadamente selecionadas (49,18%); 26 amostras como pobremente
selecionadas (42,62%) e 5 amostras como bem selecionadas (8,2%).
Não foram definidas amostras nas classes muito bem selecionado,
muito pobremente selecionado e extremamente mal selecionado.
No que se refere à assimetria (colunas E e F, Tab. 9), os
valores variaram de -0,72 (muito negativa), na praia da Scuna a
0,51 (positiva), na praia da Croa da Ilha. Do total de amostras, 20
amostras apresentaram assimetria aproximadamente simétrica
(32,78%); 17
-
Horn Filho
GRAVEL
15
Tabela 9: Dados granulométricos das praias da costa sudoeste da
ilha de Santa Catarina. N° Praia (amostra) Am 27° 48° A B C D E F G
H 73 Def unto 132 48'52,2" 33'35,1" 0,05 AG 1,05 PS 0,18 P 1,22 L
74 Caieiras da Barra Sul 133 48'46,0" 33'30,5" 2,21 AF 1,32 PS
-0,46 MN 0,62 MP 75 Prainha da Caieira 134 48'35,2" 33'34,3" 2,53
AF 0,46 BS -0,16 N 1,04 M 76 Grande 135 48'19,6” 33'43,2" 1,81 AM
1,00 MS -0,07 AS 0,67 MP 77 Ponta do Sinal 136 48'07,6" 33'56,5"
2,40 AF 0,43 BS 0,05 AS 0,98 M 78 Taperinha 137 47'12,0" 33'30,4"
2,63 AF 0,36 BS -0,09 AS 0,96 M 79 Tapera da Barra Sul 138 47'04,6"
33'56,6" 2,14 AF 0,63 MS -0,16 N 0,82 P 80 Sinhá 139 46'54,2”
34'14,4" 0,99 AG 1,33 PS -0,21 N 0,90 P 81 Caiacangaçú 140 46'17,6”
34'22,5" 0,48 AG 0,81 MS -0,33 MN 1,09 M 82 Fora (1) 141 46'01,1"
34'23,7" 0,12 AG 0,77 MS -0,18 N 0,83 P 82 Fora (2) 142 45'55,1”
34'01,1" 0,40 AG 1,46 PS 0,00 AS 0,79 P 82 Fora (3) 143 45'49,0”
34'44,7" 1,19 AM 0,88 MS -0,19 N 1,58 ML 83 Ponta (1) 144 45'39,2"
34'38,5" 0,90 AG 0,66 MS 0,14 P 0,96 M 83 Ponta (2) 145 45'36,6”
34'21,8" 0,64 AG 0,58 MS -0,12 N 1,12 L 83 Ponta (3) 146 45'33,6”
34'16,6" 2,61 AF 0,59 MS -0,39 MN 1,62 ML 83 Ponta (4) 147 45'31,1”
34'10,0" 0,26 AG 0,96 MS 0,04 AS 0,78 P 84 Pracinha do Ribeirão 148
45'19,4" 33'59,2" 0,21 AG 0,57 MS -0,13 N 1,09 M 85 Marcelino 149
45'06,8” 33'38,1" 0,45 AG 0,81 MS -0,17 N 0,87 P 86 Três Patos 150
44'58,8" 33'32,4" 0,91 AG 0,61 MS -0,24 N 0,98 M 87 Garapuvu 151
44'29,8” 33'30,0" 1,64 AM 0,49 BS 0,18 P 0,92 M 88 Itaqui 152
44'24,5” 33'27,9" 0,52 AG 0,94 MS -0,19 N 0,75 P 89 Doutor Ivo 153
44'10,1" 33'39,4" 0,66 AG 0,62 MS -0,21 N 1,17 L 90 Recanto 154
43'51,2” 33'42,9" 0,44 AG 0,79 MS -0,28 N 1,43 L 91 Ascan 155
43'39,4" 33'47,4" 0,15 AG 0,75 MS -0,02 AS 0,87 P 92 Ribeirão Sul
156 43'24,8" 33'46,7" 0,55 AG 0,48 BS -0,03 AS 1,03 M 93 Ribeirão
Norte 157 43'07,3" 33'49,6" 0,33 AG 0,65 MS -0,10 AS 0,88 P 94
Freguesia do Ribeirão 158 42'57,2" 33'45,7" 0,22 AG 0,68 MS -0,01
AS 0,97 M 95 Bambuzal 159 42'39.9” 33'35.6" 1,49 AM 0,84 MS 0,03 AS
0,95 M 96 Saco (1) 160 41'51,4” 33'09,1" 0,85 AG 1,43 PS -0,16 N
0,66 MP 96 Saco (2) 161 41'38,6" 33'00,6" 1,33 AM 1,28 PS -0,28 N
0,96 M 97 Croa da Ilha 162 41'47,5" 33'43,9" 0,95 AG 1,44 PS 0,51
MP 1,10 M 98 Prainha da Ilha 163 41'39,2" 33'53,4" 0,78 AG 1,48 PS
-0,03 AS 0,64 MP 99 Flechas 164 41'36,4" 33'54,6" 0,11 AG 1,54 PS
0,14 P 0,75 P 100 Garcia 165 41'32,7” 33'58,7" 0,42 AG 1,15 PS
-0,23 N 0,77 P 101 Pedra Grande 166 41'30,6” 34'01,0" 0,18 AG 1,61
PS 0,18 P 0,81 P 102 Laranjeiras 167 41'28,3" 34'00,9" 0,01 AG 0,95
MS 0,01 AS 0,87 P 103 Tapera Sul 168 41'24,8" 33'56,7" 0,51 AG 1,20
PS -0,02 AS 1,06 M 104 Tapera (1) 169 41'21,7" 33'59,0" 0,47 AG
1,02 PS 0,18 P 1,10 M 104 Tapera (2) 170 41'16,5" 34'04,8" 1,04 AM
0,76 MS 0,34 MP 1,45 L 104 Tapera (3) 171 41'14,0” 34'11,0" 0,09 AG
1,03 PS 0,19 P 1,00 M 105 Albatroz 172 41'04,6" 34'17,4" 0,33 AG
0,95 MS 0,03 AS 0,83 P 106 Pelicano 173 40'56,3" 34'11,3" 0,44 AG
1,18 PS 0,26 P 0,82 P 107 Vila Sul 174 40'54,3" 34'09,2" 0,18 AG
1,30 PS 0,12 P 0,84 P 108 Vila Norte 175 40'53,0” 34'08,7" 0,30 AG
0,88 MS -0,20 N 0,97 M 109 Base Aérea (1) 176 40'42,0" 33'59,5"
0,36 AG 1,11 PS -0,01 AS 0,90 P 109 Base Aérea (2) 177 40'42,9"
33'58,8" 1,84 AM 0,68 MS -0,07 AS 0,86 P 109 Base Aérea (3) 178
40'32,1" 34'03,6" 1,21 AM 0,61 MS 0,14 P 1,68 ML 109 Base Aérea (4)
179 40'28,5” 34'10,7" 0,28 AG 0,89 MS -0,03 AS 0,87 P 110 Prainha
da Caiacanga-Mirim 180 40'22,8" 34'11,3" 1,94 AM 0,53 MS -0,05 AS
1,21 L 111 Aeroporto (1) 181 40'21,7” 34'07,3" 1,69 AM 1,36 PS
-0,56 MN 1,02 M 111 Aeroporto (2) 182 40'10,6” 33'57,4" 1,88 AM
0,66 MS -0,19 N 1,74 ML 111 Aeroporto (3) 183 40'04,4" 33'50,7"
0,12 AG 1,38 PS 0,22 P 0,69 P 111 Aeroporto (4) 184 39'56,2”
33'45,8" 1,53 AM 1,18 PS -0,36 MN 1,12 L 111 Aeroporto (5) 185
39'42,7” 33'40,2" 1,22 AM 1,55 PS -0,34 MN 0,77 P 111 Aeroporto (6)
186 39'36,2" 33'39,3" 1,30 AM 1,06 PS -0,31 MN 1,41 L 112 Curtume
187 36'49,4” 32'37,8" 0,69 AG 0,68 MS 0,13 P 0,95 M 113 José Mendes
188 36'46,6" 32'48,3" 0,65 AG 1,11 PS -0,01 AS 0,92 M 114 Iate
Clube 189 36'23,4" 32'54,5" 1,09 AM 1,34 PS -0,34 MN 0,92 M 115
Remo 190 35'44,1” 33'37,2" 2,20 AF 1,01 PS -0,53 MN 1,61 ML 116
Scuna 191 35'37,4" 33'44,2" 2,57 AF 1,00 PS -0,72 MN 1,44 L 117
Ponte 192 35'35,1” 33'44,3" 1,35 AM 0,60 MS 0,07 AS 1,19 L
N° - Número seqüencial; Am – Amostra; 27°- Latitude sul; 48° -
Longitude oeste; A – Diâmetro médio do grão (Mz), em phi; B –
Classificação pelo diâmetro médio: C (cascalho); AMG (areia muito
grossa); AG (areia grossa); AM (areia média); AF (areia fina); C –
Desvio padrão, em phi; D – Classificação pelo grau de seleção: MBS
(muito bem selecionado); BS (bem selecionado); MS (moderadamente
selecionado); PS (pobremente selecionado); MPS (muito pobremente
selecionado); EMS (extremamente mal selecionado); E – Assimetria; F
– Classificação pela assimetria: MN (muito negativa); N (negativa);
AS (aproximadamente simétrica); P (positiva); MP (muito positiva);
G – Curtose; H – Classificação pela curtose: MP (muito
platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L (leptocúrtica);
ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente leptocúrtica).
-
Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
SC
GRAVEL
16
amostras assimetria negativa (27,86%); 12 amostras assimetria
positiva (19,67%); 10 amostras assimetria muito negativa (16,39%) e
2 amostras assimetria muito positiva (3,3%).
Os valores de curtose (colunas G e H, Tab. 9) variaram de 0,62
(muito platicúrtica), na praia de Caieiras da Barra Sul a 1,74
(muito leptocúrtica), na praia do Aeroporto (amostra 2), tendo sido
registrado valor médio da curtose de 1,01 (mesocúrtica). Do total
de amostras, 21 amostras apresentaram curtose platicúrtica
(34,42%); 21 amostras curtose mesocúrtica (34,42%); 10 amostras
curtose leptocúrtica (16,39%); 5 amostras curtose muito
leptocúrtica (8,19%) e 4 amostras curtose muito leptocúrtica
(6,58%). DISCUSSÃO
Nos últimos anos, estudos realizados ao longo das praias
arenosas da ilha de Santa Catarina propuseram diversas
setorizações.
Critérios fundamentados nos regimes dinâmicos das águas e dos
sedimentos praiais levaram MARTINS et al. (1970) a apontar praias
com nível de energia mais elevado (praias Brava a Naufragados);
praias da baía Sul (baixa energia) e da baía Norte, esta dividida
em dois sub-setores, um mais interno com nível de energia
semelhante à da baía Sul e outro entre o pontal da Daniela e a
praia da Lagoinha, com energia moderada.
Baseado na malacofauna, RUHLAND & SAALFELD (1987) apud CRUZ
(1998) dividiram a ilha em três grandes áreas litorâneas: 1) da
ponta do Sambaqui, passando pelo norte e leste da ilha, à praia de
Naufragados; 2) da Caieira da Barra do Sul à Tapera da
Caiacanga-Mirim; 3) da Costeira do Pirajubaé para norte à ponta de
Santo Antônio de Lisboa.
CRUZ (1998) distinguiu 8 setores, relacionando entre outros
critérios o geográfico, ressaltando a direção e posição geográfica
das praias, fato fundamental, segundo a autora, para entender as
influências de ventos, ondas e passagens de frentes frias. CRUZ
(1998) também distinguiu 3 tipos principais de praias: 1) praias
com material fino homogêneo, ao leste, nordeste, sul e extremo
sudoeste da ilha; 2) praias a oeste com material heterogêneo,
influenciadas pela presença de costões laterais, matacões e morros,
terraços holocênicos e pleistocênicos e com a colaboração de
areias
fluviais mais grossas e heterogêneas e 3) praias do tipo
intermediário, voltadas para sudoeste, leste e nordeste com areias
finas à retaguarda sob controle das dunas frontais e lençóis
dunários e com areias finas, médias e grossas.
Neste trabalho, a análise laboratorial das 192 amostras de
sedimentos propiciou identificar as principais características
granulométricas das areias praiais da ilha de Santa Catarina. As
costas Noroeste e Sudoeste, voltadas para as baías Norte e Sul,
apresentaram a dominância de areia grossa, moderadamente
selecionada. As costas Nordeste e Sudeste, voltadas para o oceano
Atlântico, apresentaram diâmetro médio de 1,81 phi, devido à
mistura de areias grossas, moderadamente selecionadas, e finas,
muito bem selecionadas. Nas costas Norte e Sul, voltadas para as
enseadas de Canasvieiras /Jurerê e Pântano do Sul, respectivamente,
apresentaram a dominância de areia fina (2,38 phi) (Tab. 10) muito
bem selecionadas (Tab. 11). Quanto à assimetria, nas costas
Noroeste, Sudoeste, Norte, Sul e Nordeste, a assimetria
aproximadamente simétrica predominou sobre as demais, enquanto que
na costa Sudeste, prevaleceu à assimetria negativa (Tab. 12).
Quanto à curtose, predominou a classe mesocúrtica em todas as
costas, com valores médios de 0,99 (costas Noroeste e Sudoeste);
0,93 (costas Nordeste e Sudeste) e 0,97 (costas Norte e Sul). A
análise das principais características granulométricas e da
dinâmica costeira atuante permitiu uma re-análise das 6 costas
propostas por HORN FILHO et al. (1999) e uma nova distinção em
cinco domínios conforme a gradação da energia hidrodinâmica e
constituição granulométrica: domínios Oriental; Meridional;
Setentrional; Ocidental e Interno (Fig. 10). Domínio Oriental
Representa as praias da ilha de Santa Catarina voltadas para o
oceano Atlântico aberto, sujeita à ação da alta energia de onda de
onda. Este domínio apresenta uma heterogeneidade granulométrica,
com predomínio de areia média (areia fina a grossa), além de
declividade largura e comprimento variável. Predominam os
sedimentos bem a moderadamente selecionados, aproximadamente
simétricos a negativos e mesocúrticos. Estes
-
Horn Filho
GRAVEL
17
Tabela 10: Classificação geral da granulometria ao longo das
seis costas da ilha de Santa Catarina. Costa A AC CA C Média Mz C
AMG AG AM AF AMF
Noroeste 26 8 - - 0,78 AG - 1 25 6 2 - Norte 41 - - - 2,38 AF -
- - - 41 -
Nordeste 25 - - - 1,98 AM - - 2 9 14 - Sudeste 18 - - - 1,64 AM
- - 4 7 7 -
Sul 13 - - - 2,39 AF - - - - 13 - Sudoeste 53 6 2 - 0,96 AG - -
37 16 8 -
A – Número de amostras na classe textural areia; AC – Número de
amostras na classe textural areia cascalhosa; CA – Número de
amostras na classe textural cascalho arenoso; C – Número de
amostras na classe textural cascalho; Diâmetro médio do grão em
phi; Granulometria dominante (AMG – areia muito grossa; AG – areia
grossa; AM – areia média; AF – areia fina; AMF – areia muito fina);
C - Número de amostras na classe cascalho; AMG – Número de amostras
na classe areia muito grossa; AG – Número de amostras na classe
areia grossa; AM – Número de amostras na classe areia média; AF –
Número de amostras na classe areia fina; AMF - Número de amostras
na classe areia muito fina.
Tabela 11: Classificação das costas da ilha de Santa Catarina
quanto ao grau de selecionamento, assimetria e
curtose. Costa MBS BS MS PS MPS EMS MN N AS P MP MP P M L ML
EL
Noroeste - 1 23 10 - - 2 11 15 6 - - 13 16 3 2 - Norte 28 13 - -
- - - 8 29 4 - - 20 11 10 - -
Nordeste 9 8 7 1 - - - 10 11 3 1 - 11 10 4 - - Sudeste 4 3 11 -
- - - 8 5 4 1 1 8 7 2 - -
Sul 6 5 2 - - - - 2 11 - - - - 8 5 - - Sudoeste - 5 30 26 - - 10
17 20 12 2 4 21 21 10 5 -
Classificação pelo grau de seleção: MBS (muito bem selecionado);
BS (Bem Selecionado); MS (moderadamente selecionado); PS
(pobremente selecionado); MPS (muito pobremente selecionado); EMS
(extremamente mal selecionado); Classificação pela assimetria: MN
(muito negativa); N (negativa); AS (aproximadamente simétrica); P
(positiva); MP (muito positiva); Classificação pela curtose: MP
(muito platicúrtica); P (platicúrtica); M (mesocúrtica); L
(leptocúrtica); ML (muito leptocúrtica); EL (extremamente
leptocúrtica).
Tabela 12: Valores médios para o selecionamento, assimetria e
curtose.
Costa Dp médio Seleção Ski > Ski > Ski < Ski < Kg
médio Curtose Noroeste 0,84 MS 0,22 P -0,40 MN 0,97 M
Norte 0,37 BS 0,24 P -0,17 N 0,97 M Nordeste 0,47 BS 0,31 MP
-0,27 N 0,94 M Sudeste 0,54 MS 0,40 MP -0,29 N 0,92 M
Sul 0,38 BS 0,09 AS -0,28 N 0,97 M Sudoeste 0,94 MS 0,51 MP
-0,72 MN 1,01 M
Dp médio – Valor médio do desvio padrão (em phi); Seleção –
Classificação média do desvio padrão (MBS - muito bem selecionado,
BS - bem selecionado, MS - moderadamente selecionado, PS -
pobremente selecionado, MPS - muito pobremente selecionado, EMS -
extremamente mal selecionado); Ski > - Máximo valor de
assimetria e classificação; Ski < - Mínimo valor de assimetria e
classificação (MN - muito negativa, N – negativa, AS -
aproximadamente simétrica, P – positiva, MP - muito positiva); Kg
médio – Valor médio da curtose; Curtose – Classificação média da
curtose (MP - muito platicúrtica, P – platicúrtica, M –
mesocúrtica, L – leptocúrtica, ML - muito leptocúrtica, EL -
extremamente leptocúrtica).
sedimentos foram e estão sendo depositados entre maciços
rochosos e núcleos isolados do embasamento cristalino. Para MARTINS
et al. (1970) a presença de areias finas e grossas nas praias do
leste da ilha de Santa Catarina (domínio Oriental) indica a
presença de duas populações: uma de areia fina (2 phi a 3 phi) e
outra de areia grossa a muito grossa (-1 phi a 1 phi). Estes
sugerem que as areias retrabalhadas, essencialmente finas, estão
sendo contaminadas por areias grossas que são originarias de rochas
graníticas do embasamento. Para MIOT DA SILVA (2002) o nível de
energia é secundário para determinar a granulometria das praias,
sendo a questão fundamental, primária, a área fonte. Neste caso as
praias do domínio Oriental da ilha de Santa Catarina apresentariam
pelo menos duas áreas fonte.
Segundo CARUSO Jr. (1993), na borda leste da ilha o cordão
arenoso holocênico externo apresentam-se na forma de praias
côncavas (em planta) ancoradas em promontórios rochosos. A planície
costeira que margeia a borda leste da ilha de Santa Catarina
caracteriza-se pela presença, em boa parte de sua extensão, de uma
depressão situada intracordões. Esta depressão, semi-alagada em
alguns locais, ocorre geralmente associada a depósitos de turfas,
que por sua vez estão recobertas pelo cordão externo holocênico.
Este, por sua vez, está migrando em direção ao continente,
transgredindo sobre a antiga região lagunar (MUEHE & CARUSO
Jr., 1989) expondo turfas no pós-praia. Estas praias fornecem
areia, geralmente fina, para os
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Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
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Figura 10: Domínios costeiros da ilha de Santa Catarina em base
em parâmetros granulométricos. O domínio
Interno das lagoas interiores não está representado na
figura.
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Horn Filho
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principais campos de dunas transgressivas no Campeche, Joaquina,
Moçambique e Santinho, constituídos de areia fina. Também há
contribuição de sedimentos de origem continental e transicional
para as praias. Domínios Setentrional e Meridional
Representam duas áreas de transição entre praias oceânicas e
protegidas. Estes trechos transicionais, um situado ao norte da
ilha de Santa Catarina, voltado para as enseadas de Jurerê,
Canasvieiras e Ingleses, na desembocadura da baía Norte, e outro no
sul da ilha, voltado para a enseada do Pântano do Sul e arredores,
na desembocadura da baía Sul, representam praias semi-expostas.
As praias da costa Norte (domínio Setentrional) são expostas à
ação de ondas provenientes dos quadrantes norte e nordeste,
enquanto na costa Sul (domínio Meridional) predomina a ação de
ondas provenientes dos quadrantes sul e sudeste. Trechos
localizados destes domínios estão sujeitos à alta energia de onda.
As praias se destacam por apresentarem uma homogeneidade
granulométrica, com predomínio de areia fina e conseqüentemente
baixa declividade. Predominam sedimentos bem a muito bem
selecionados, aproximadamente simétricos quanto à assimetria,
oscilando de mesocúrticos a platicúrticos quanto à curtose.
As praias da costa Norte da ilha são geneticamente diferentes
das encontradas na costa leste (CARUSO Jr., 1993). Enquanto que no
leste da ilha (domínio Oriental) predominam tômbolos e arcos
praiais alternados, no extremo norte da ilha (domínio Setentrional)
predominam esporões arenosos e arcos praiais alternados. O norte da
ilha apresenta, assim como o sul (domínio Meridional), feições
deposicionais de cristas de praia progradante. Segundo CARUSO Jr.
(1993), duas hipóteses podem explicar o processo de progradação da
costa durante o Holoceno nestes trechos: (a) pequenas oscilações
negativas do nível relativo do mar, (b) balanço sedimentar em
função de processos costeiros.
A costa sul ou domínio Meridional, diferentemente da costa norte
apresenta um campo de dunas transgressivas, assim como na faixa
leste (domínio Oriental), sendo considerada uma costa onde a
energia ambiental está entre a alta energia do domínio Oriental e
a
moderada energia da costa norte ou do domínio Setentrional, pois
a primeira é atingida basicamente por ondas oriundas de
sul-sudeste, mais fortes que as de leste-nordeste, que atingem mais
frontalmente as praias do outro extremo norte da ilha. No sul da
ilha não há presença de esporões arenosos. Estes domínios podem
fornecer sedimentos para parte das praias do domínio Ocidental.
Domínio Ocidental
As praias dominadas pela ação da energia de um corpo de água a
oeste são protegidas da energia das ondas, cujos agentes
oceanográficos (ondas e correntes) são típicos de ambiente
estuarino. Estão voltadas para a baía de Florianópolis, numa costa
rochosa que bordeja as águas das baías Norte e Sul. O número de
praias (75 praias) é maior quando comparado com os demais domínios,
embora suas dimensões sejam menores.
Segundo CARUSO Jr. (1993) representa apenas o entulhamento de
pequenas reentrâncias de sedimentação sub-atual e atual, com uma
expressiva parcela relacionada à ação das marés. É também
caracterizado por depósitos marinho praiais, estreitos,
intensamente ocupados e alterados, além da presença muito próxima,
à retaguarda, das encostas do embasamento com trechos bastante
desmatados e pelos manguezais, também muito alterados. A face oeste
da ilha de Santa Catarina apresenta paisagens bem mais ligadas ao
espaço urbano de Florianópolis e suas planícies costeiras,
preferencialmente arenosas flúvio-marinhas e são, muitas vezes,
contaminadas pelos sedimentos lamosos das planícies de maré junto
aos manguezais, marismas ou baixios (CRUZ, 1998).
Este domínio apresenta predomínio de areias grossas,
declividades acentuadas e pequenas dimensões (largura e
comprimento) (HORN FILHO et al., 1999). Predominam os sedimentos
moderadamente selecionados, aproximadamente simétricos e
mesocúrticos. MARTINS et al. (1970) encontraram sedimentos mal
selecionados, com textura predominante sacaróide e presença de
minerais instáveis, o que evidencia sua imaturidade textural e a
predominância de condições de baixo hidrodinamismo no local. De um
modo geral as praias das baías Norte e Sul são pouco
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Granulometria das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina,
SC
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profundas, não ultrapassando 5 m no setor de ante praia (BONETTI
FILHO et al., 1998). As maiores profundidades se encontram
associadas a pontos de estrangulamento, localizados nas
extremidades norte e sul. Justamente nestes pontos há algumas
praias com areia fina com melhor grau de selecionamento, se
comparadas às outras deste domínio, provavelmente derivadas dos
domínios Setentrional e Meridional. Domínio Interno
Nas margens da laguna da Conceição e lagoa do Peri há presença
de praias arenosas com comportamento distinto das praias oceânicas.
Possuem baixa energia hidrodinâmica e no caso das praias da lagoa
do Peri, cuja profundidade atinge 11 m, o agente hidrodinâmico de
água doce. São dominadas por agentes internos à ilha de Santa
Catarina, como ventos e ondas locais. No caso da praia das
Rendeiras, a fonte de sedimentos é o campo de dunas transgressivas
da Joaquina. Portanto os sedimentos que a constituem podem ser, em
boa parte, oriundos diretamente do domínio Oriental, demonstrando
que há complexas conexões entre praias de diferentes costas e
domínios. CONCLUSÕES
A coleta de 192 amostras de sedimentos ao longo dos 88 km de
praias arenosas da ilha de Santa Catarina e as análises
laboratoriais subseqüentes possibilitou identificar as principais
características granulométricas das areias praiais da ilha de Santa
Catarina.
Após a análise dos dados das seis costas previamente
distinguidas, pode-se agrupar, do ponto de vista granulométrico, as
praias em cinco domínios distintos: domínio Oriental (1), da alta
energia de onda, abrangendo a fusão das costas Nordeste e Sudeste
onde a granulometria é variável; domínio Setentrional (2); domínio
Meridional (3), abrangendo praias das costas Norte e Sul,
semi-expostas da energia das ondas, situadas no entorno das
enseadas de Canasvieiras/Jurerê e Pântano do Sul, respectivamente,
com granulometria areia fina bem selecionada; domínio Ocidental
(4), abrangendo praias protegidas da energia das ondas que abrangem
a fusão das costas Noroeste
e Sudoeste (margens das baías Norte e Sul) onde predomina areia
grossa moderadamente selecionada; e domínio Interno (5) abrangendo
as praias localizadas nas lagoas interiores (laguna da Conceição e
lagoa do Peri), de baixa energia e areia de fina à média.
O ambiente insular permitiu o desenvolvimento de praias com
todos os níveis de energia hidrodinâmica: expostas, semi-expostas e
protegidas da ação das ondas. As características granulométricas
das praias da ilha de Santa Catarina são condicionadas pela ação
destes agentes hidrodinâmicos associados ao tipo, orientação e
localização da praia e localização e tipo da fonte de
sedimentos.
Pôde-se observar que, embora haja diferentes costas e domínios
ao longo da ilha de Santa Catarina, há conexão de processos, e
conseqüentemente de transporte de sedimentos, entre eles geralmente
a partir da porção mais exposta para a menos exposta da ilha.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos colegas Dr. Paulo César Leal e MSc. João Sérgio de
Oliveira, pelo acompanhamento na coleta dos sedimentos. Ao Sr.
Nivaldo Nunes e ao Prof. MSc. João Carlos Rocha Gré, laboratorista
e coordenador do Laboratório de Sedimentologia da UFSC, pelas
análises granulométricas realizadas. Ao doutorando MSc. Ulisses
Rocha de Oliveira pelas sugestões e apoio na diagramação final do
texto.
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