Forma pulmonar
ESQUISTOSSOMOSEFabini GuilhermeLuiz FelipeNaiana
WeisheimerRacire PortoFaculdade de Medicina Nova Esperana
FAMENEReconhecida pelo MEC: Portaria n 3258 de 21 de setembro de
2005.Publicada no Dirio Oficial de 23 de setembro de 2005 Pg. 184
Seo 01. INTRODUO A esquistossomose causada por platelmintos da
classe Trematoda;
a mais grave forma de parasitose por organismo multicelular,
matando centenas de milhares de pessoas por ano;
No Brasil: causada pelo Schistossoma mansoni
EPIDEMIOLOGIAOMS: - 200 milhes de pessoas no mundo - 75 pases
(frica, L. do medit, A. do Sul e Caribe);No Brasil: - Endemia (19
estados) - MA, MG, PA, PI, RJ, SP, PR, SC, GO, DF e RS; - 3 a 4
milhes de pessoas - Ocupa o segundo lugar (malria 1)
Distribuio Geogrfica da Esquistossomose Mansnica no Brasil
www.ufpe.br/gpit/schisto-pe/tdr-who.html
Ovo, cercaria e Hospedeiro definitivoHospedeiro
intermedirioCaramujo (biomphalaria)Vermes AdultosLocalizao dos
Vermes Adultos
PATOGNESE Ovos retidos na mucosa intestinalDiarria, muitas vezes
com raias sanguinolentas;Forma pseudotumoral pode confundir com
neoplasia colorretal.
Ovos retidos no baoAumento de presso venosa
intra-esplnica;Esplenomegalia.
Ovos no pulmoArterolas pulmonares;Endoarterite
granulomatosa;Hipertenso arterial;Cor pulmonale.
Ovos retidos nos espaos hepticos
Tendncia do granuloma evoluir para fibrose;
Hepatomegalia de consistncia endurecida e nodular;
Funo dos hepatcitos preservada;
Hipertenso porta:Hipertenso intra-heptica;Dilatao dos vasos do
sistema porta;Formao de varizes esofageanas HDA.
PATOGNESEQUADRO CLNICO AGUDODermatite Cercariana:Erupo
maculopapular pruriginosa aps 12 a 24 horas - Prurido do
nadador;Geralmente, na regio distal dos membros inferiores;Ocorre
imediatamente aps a penetrao das larvas;Pode ser assintomtico ou
ocorrer reao eritematopruriginosa, com ppulas, podendo durar at 5
dias aps a infeco;Quadro transitrio e de resoluo espontnea.
QUADRO CLNICO AGUDOEsquitossomose aguda ou Febre de Katayama
Dura em torno de 3 a 7 semanas:Febre alta e intermitente,
calafrios, sudorese noturna, mialgia, poliartralgia, anorexia,
cefaleia, diarreia com dor abdominal, nuseas, vmitos e tosse seca
(podem ocorrer broncoespasmos).
Ao exame fsico: Rash cutneo e Hepatoesplenomegalia.
Exames Laboratoriais: Eosinofilia elevada (> 1.000/mm),
Leuccitos elevados (>25.000/mm) e VHS elevado Sugestivos
associados a dados epidemiolgicos.
Diagnstico: Bipsia retal ou exame de fezes com ovos viveis
presentes.
DERMATITE CERCARIANAReao inicial penetrao de vrias larvas na
pele do brao. Por cada marca entrou uma larva. Fonte:
CDC(www.wikipedia.org)
FORMAS CRNICASA partir dos 6 meses aps a infeco.
Imunomodulao pode determinar:
Estabilizao do quadro em uma forma mais leve , a intestinal
ou;Progresso para uma forma mais grave.Hepatoesplnica.
FORMA INTESTINALPresente na maioria dos parasitados;
Geralmente assintomtica;
Diagnstico por vezes ocasional;
Quando h sintomas so inespecficos;
Podem desenvolver polipose intestinal;
No h hepatoesplenomegalia, nem alterao de enzimas hepticas,
tampouco achados ecogrficos.
FORMA HEPATOESPLNICAForma mais grave; menos de 10% dos
casos;
Fibrose de Symmers : Placas fibrosas + moderado infiltrado
inflamatrio.
Leso essencialmente vascular;
Hipertenso portal;
Hemorragia digestiva (varizes esofgicas);
Hiperesplenismo embora frequente, pouco repercute
clinicamente;
USG o exame de escolha. Bipsia desnecessria.FORMA HEPATOESPLNICA
COMPENSADAFaixa etria: 10-30 anos;
Hepatoesplenomegalia no dolorosa detectada ao exame fsico;
No h estigmas de insuficincia heptica;
Hemodinmica: Presso (P) sinusoidal normal (N) ou levemente
aumentada; Presso nas veias porta e esplnicas esto elevadas; Fluxo
heptico normal ou levemente reduzido. FORMA HEPATOESPLNICA
DESCOMPENSADAFaixa etria: > 30 anos;Clinicamente indistiguvel de
cirrose;Estado geral precrio.Estigmas de insuficincia heptica so
frequentes(ascite-ictercia-encefalopatia)Alteraes bioqumicas:
Albumina, Atividade de protrombina, Bilirrubina, Amnia srica Volume
e fluxo sanguneos heptico
Circulao Colateral e Ascite
FORMA HEPATOESPLNICA DESCOMPENSADACirrotizao:
Episdios de hemorragia digestiva recorrente;Influncia de
co-fatores extrsecos (lcool, vrus da hepatide B ou C)Formas puras
:Hipofluxo portal;Vasta rede de colaterais hepatofugais;Trombose no
sistema porta.COMPLICAES DA FORMA HEPATOESPLNICA
HEMORRAGIAS DIGESTIVASRuptura das varizes esofagogstricas
QUADRO CLINICO: Bom estado geral e boa reserva funcional;
TRATAMENTO: Esplenectomia com desconexo da veia zigo e
teraputica endoscpica; Beta bloqueadores no seletivos (propanolol,
nadolol)
HIPERESPLENISMO
Trombocitopenia e leucopenia so freqentes;
TRATAMENTO CIRRGICO:Grande esplenomegalia, anemia
sintomtica;Acompanhamento com Doppler ps- operatrio.
Esquistossomose e bactria Gram-negativas (Salmonella)
Quadro clinico: febre prolongada;
Patognese: Salmonella prolifera no tegumento do hospedeiro e no
intestino do verme;
Hemocultura: define bactria envolvida e antibitico
(ciprofloxacina);
ASSOCIAO COM ENTEROBACTRIAS:ASSOCIAO COM HEPATITES VIRAIS
Progresso mais rpida de fibrose heptica em pacientes
co-infectados por S. mansoni e vrus C.
ACOMETIMENTO EXTRA-HEPTICOForma vasculopulmonar;
Forma renal;
Forma neurolgica.
FORMA VASCULOPULMONAR Causa mais comum de Hipertenso Pulmonar no
mundo;No se apresenta como manifestao isolada.
Fisiopatologia: Obstruo e vasculite (arteriolite necrotizante
aguda);
Manifestaes clnicas: Hipertensivas: cor pulmonale;Cianticas:
microfstulas arteriovenosas no leito pulmonar.
FORMA VASCULOPULMONARHipertenso pulmonar em paciente com
esquistossomose mansnica.FORMA RENALAssociada forma
hepatoesplnica;
Fisiopatologia: Leso glomerular: deposio de imunocomplexos
(colaterais porto-sistmicas);
Padro-histolgico: glomerulonefrite membrano-proliferativa;
Manifestao Clnica: sndrome nefrtica.
FORMA RENALAps 10-15 anos 30 60% progridem para fase de
insuficincia renal necessitando terapia de substituio renal*.
FORMA NEUROLGICA Mielite transversa; Fisiopatologia:
Embolizao de ovos atravs das derivaes portossistmicas at as
veias da medula espinhal.
Manifestaes clnicas: Paraplegia* associada a distrbios
esfincterianos e sensitivos.
Tratamento: Corticides e esquistomissidas.
MTODOS DIAGNSTICO
MTODOS DIAGNSTICO EXAMES LABORATORIAIS
MTODOS DIRETOS:
1. Exames de Fezes: Tcnica de Hoffman, Pons e Janer (HPJ) ou
Lutz - (Mtodo de sedimentao espontnea): viabilidade dos ovos.
Tcnica Kato-Katz : Mtodo quantitativo Carga parasitria.A partir do
45 dia de infecoQuanto mais antiga a infeco, menor a presena de
ovos nas fezes.Mnimo de trs amostras sequenciais coletadas em dias
distintos com intervalo mximo de 10 dias entre a primeira e ltima
coleta.
*Pelo menos 3 amostras distintasMTODOS DIAGNSTICOEXAMES
LABORATORIAIS
MTODOS DIRETOS:
2. Bipsia ou Raspagem da Mucosa RetalSensibilidade de 80% -
exceto na forma hepatoesplnicaUsado quando o resultado inconclusivo
com o exame de fezes
3. Bipsia Tissulares: Intestino e FgadoFase agudaQuando a
biopsia retal for inconclusiva
MTODOS DIAGNSTICOSMTODOS INDIRETOS Exames Imunolgicos(No
permitem a certeza absoluta do parasitismo. Mais empregados na faze
crnica da doena, no servem para controle de cura)
1. Intradermorreao:0,05ml de antgeno no antebrao e aps 15min
avalia. Positivo se atingir 10 12 mm.
2. Reaes Sorolgicas ELISA
3. Pesquisa de antgenos circulantes
4. PCREXAMES DE
ROTINAHemograma:LeucopeniaAnemiaPlaquetopeniaEosinofilia
discreta
Provas de Funo HepticaTGO, TGP e Fosfatase Alcalina Elevadas
MTODOS DIAGNSTICOS
DIAGNSTICO POR IMAGEMULTRA-SONOGRAFIA:
Fibrose periportal (Fibrose de Symmers) e perivesicular;
Hipertrofia do lobohepatico esquerdo;
Esplenomegalia;
Aumento do calibre e fluxo das veias porta e esplnica;
Presena de vasos colaterais porto-sistmicos.
MTODOS DIAGNSTICOS37DIAGNSTICO POR IMAGEMEDA:Diagnosticar e
tratarvarizes gastroesfagicas.
RNM:Diagnstico Esquistossomose MedularMiolorradiculopatia
esquistossomtica.
MTODOS DIAGNSTICOSDIAGNSTICO POR IMAGEMRadiografia de
Trax:Hipertenso Pulmonar - Arterite pulmonares esquistossomtica
Ecocardiograma:Sobrecarga cardaca direita.
MTODOS DIAGNSTICOSALGORITMO:Quadro clinico - epidemiolgicoExames
de Rotina +Exames de fezes ( 3 amostras)InconclusivoBiopsia retal/
ELISA
Bipsia heptica / Pesq. De AC/outrosInconclusivo DIAGNSTICO
DIFERENCIALEsquistossomose aguda:MalriaFebre tifoideHepatites
virais anictricas A e
BEstrongiloidaseAmebaseMononucleoseAncilostomose
AgudaBruceloseDoena de chagas agudaDIAGNSTICO
DIFERENCIALEsquistossomosse
crnica:AmebaseEstrongiloidaseGiardaseLinfomasHepatomaCirroseCalazarSalmonelose
prolongada TRATAMENTO ESPECFICOOxamniquinaVia OralDose para
adultos; 15mg/kg(preferencialmente noturna)Dose para crianas; 30kg
20mg/kgDose nica ou 12/12hrsEficcia 75%E.C Tontura Sonolncia Nusea
Alucinaes e convulses
Praziquantel primeira escolhaVia OralDose para adultos;
50mg/kgDose para crianas; 60mg/kgDose nica ou 12/12hrsEficcia 80% a
90% (qualquer fase da doena)E.C - Dor abdominal Diarria Cefalia
Urticria Gosto metlico na boca
TRATAMENTOTratamento cirrgico:
Esplenectomia => hipertenso porta com
hiperesplenismo;Anastomose portocava => desuso;Anastomose
esplenorrenal, descompresso esofagogstrica e tcnicas de reparao das
varizes esofagianas tambm so usadas; Transplante heptico.
Tratamento EspecficoContra- Indicaes
CONTROLE DE CURA3 exames de fezes (negativos) entre o 1 - 6 ms
posterior ao tratamento;
Biopsia retal - 4 a 6 meses aps o tratamento Ausncia de ovos
viveisPROFILAXIAEvite contato com a gua represada ou de enxurrada
que pode estar infestada pelo parasita;
Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver que
entrar em contato com guas supostamente infectadas.
ProfilaxiaColeta e tratamento de dejetos;Abastecimento de gua
potvel; Hidrulica sanitria; Eliminao de colees hdricas que sejam
criadouros de moluscos.
CONSIDERAES FINAISLevando-se em conta o que foi abordado,
imprescindvel reconhecer que a infeco de difcil diagnstico clnico,
sobretudo em reas no endmicas.
A principal forma de minimizar o impacto desta doena endmica sua
profilaxia e controle com medidas que se referem a vrios mbitos da
sade pblica.REFERNCIASVitorino, Rodrigo Roger; Souza, Felipe
Pereira Carlos de; Costa, Anielle de Pina; Faria Jnior, Fernando
Corra de; Santana, Luiz Alberto; Gomes, Andria
Patrcia.Esquistossomose mansnica: diagnstico, tratamento,
epidemiologia, profilaxia e controle .Rev. Soc. Bras. Cln.
Md;10(1), jan.-fev. 2012.
Doenas infecciosas e parasitrias: guia de bolso: Ministrio da
sade, Secretaria de vigilncia em sade, Departamento de vigilncia
epidemiolgica 8.ed.rev.-Brasilia: Ministrio da Sade, 2010.
DANI, R. Gastroenterologia essencial.- 3.ed.- Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
OBRIGADO!