As Organizaes em RedePaulo Alexandre Dias GameiroUniversidade
Lusfona de Humanidades e Tecnologias
ndice1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Introduo . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . Modelo de Redes Aleatrias . . . . . . . . .
. . . . . Modelo de Mundos Pequenos . . . . . . . . . . . . . . O
Modelo das Redes Sem Escalas . . . . . . . . . . . A Emergncia de
Novos Paradigmas Organizacionais . O Futuro das organizaes em Rede
. . . . . . . . . . Tipos de Relacionamentos em Redes . . . . . . .
. . . Principais Benefcios da Cooperao em Rede de Organizaes . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pistas e debates
emergentes . . . . . . . . . . . . . . . Os processos dinmicos e
robustez . . . . . . . . . . . Consideraes nais . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . Referncias Bibliogrcas . . . . . . . . . . . . .
. . 2 2 3 5 6 8 8 13 14 18 22 23
ResumoFaz-se uma smula das mais recentes teorias de redes e
aponta-se para a importncia das organizaes em redes como uma praxis
cada vez mais importante para a sua sobrevivncia e competitividade.
Identica-se alguns dos tipos de organizaes em redes e luz de dois
aspectos essenciais nas teorias das redes complexas os processos
dinmicos e robustez lanam-se algumas pistas sobre a pertinncia e
eccia das suas tipologias. Nesse contexto
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Paulo Gameiro
d-se especial nfase a um paradigma emergente e s suas
caractersticas: as empresas virtuais. Palavras-chave: redes
complexas; organizaes em rede; processos dinmicos; robustez;
empresas virtuais.
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Introduo
Na ltima dcada, tem sido dada uma especial ateno s redes
complexas, sejam sociais com aquelas que Watts se tem debruado
(Watts, 1999; 2003) ou s redes mais globais (Barabsi, 2002). Nessas
novas perspectivas, foram criados modelos, numa tentativa de
explicar caractersticas e propriedades das redes. Watts arma que a
diferena entre os novos estudos de redes e os antigos que no
passado, as redes foram vistas como objetos de pura estrutura,
cujas propriedades estavam xadas no tempo. Nenhuma dessas
assertivas poderia estar mais distante da verdade. (Watts,
2003:28). Para o autor, preciso levar em conta que nas redes, os
elementos esto sempre em aco, e que portanto so dinmicas, evoluem e
mudam com o tempo. Assim, a questo fundamental para a compreenso
dessas redes sociais, passa tambm pelos seus processos dinmicos de
construo e manuteno. Dessa forma, a novidade das novas abordagens
sobre redes e sua possvel contribuio para o estudo das redes
sociais e para as organizaes em rede est no facto de perceber a
estrutura no como determinada ou determinante, mas essencialmente
como se transforma no espao e no tempo.
2
Modelo de Redes Aleatrias
Um dos primeiros estudos sobre grafos e suas propriedades dos
matemticos Paul Erds, e Alfred Rnyi (Watts, 2003, 1999), (Barabsi
2002). Aqueles autores elaboraram vrios trabalhos sobre a teoria
dos grafos, entre os quais se destaca a sua teorizao sobre grafos
randmicos (random graphs), e de como traduziamwww.bocc.ubi.pt
As Organizaes em Rede
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a formao de redes sociais. Eles demonstraram que bastava uma
conexo entre cada um dos convidados de uma festa, para que todos
acabassem por car conectados ao nal dela. Erds e Rnyi ainda
chegaram a outra concluso: quanto mais links eram adicionados,
maior a probabilidade de serem gerados clusters, ou seja, grupos de
ns mais conectados. Uma festa, portanto, poderia ser um conjunto de
clusters (grupos de pessoas) que ocasionalmente estabeleciam relaes
com outros grupos (rede). Erds e Rnyi tambm responderam seguinte
questo: como esses ns se conectavam? Eles acreditavam que o
processo de formao dos grafos era randmico, ou seja que esses ns se
agregavam aleatoriamente. Dessa premissa, Erds e Rnyi concluram que
todos os ns, em uma determinada rede, deveriam ter mais ou menos a
mesma quantidade de conexes, ou a mesma probabilidade de receber
novos links, constituindo-se, assim, como redes igualitrias
(Barabsi, 2002: 9-24). Para os autores, quanto mais complexa era a
rede analisada, maiores as probabilidades de ser randmica.
3
Modelo de Mundos Pequenos
O socilogo Stanley Milgram, na dcada de 60, foi o primeiro a
realizar um experimento para observar os graus de separao entre as
pessoas. (Barabasi, 2002) e (Watts, 2003). Ele enviou uma
determinada quantidade de cartas a vrios indivduos, de forma
aleatria, solicitando que as tentassem enviar a um alvo especco
(pessoa). Caso no conhecessem o alvo, era-lhes pedidas para enviar
as cartas para algum que acreditassem estar mais perto dessa
pessoa. Milgram descobriu que das cartas que chegaram a seu
destinatrio nal, a maioria havia passado apenas por um pequeno
nmero de pessoas. Isso indicaria que as pessoas estariam
efectivamente, a poucos graus de separao umas das outras. Esse
facto denunciaria que estaramos, efectivamente, a viver num mundo
pequeno. Outra importante contribuio para o problema da estruturao
das redes sociais foi dada pelo socilogo Mark Granovetter (1973).
Nos seus estudos, ele descowww.bocc.ubi.pt
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Paulo Gameiro
briu que, aos que chamou de laos fracos (weak ties), eram muito
mais importantes, na manuteno da rede social, do que os laos fortes
(strong ties), para os quais normalmente os socilogos davam mais
importncia. Granovetter mostrou tambm que pessoas que
compartilhavam laos fortes (de amigos prximos, por exemplo) em
geral participavam todos no mesmo crculo social. J aquelas pessoas
com quem se tinha um lao mais fraco, ou seja, conhecidos ou amigos
distantes, eram importantes porque conectariam vrios outros grupos
sociais. Sem elas, os vrios clusters existiriam como ilhas isoladas
e no como rede. Ora, dois desconhecidos que tm em comum um amigo tm
muito mais probabilidades de se virem a conhecer num determinado
perodo de tempo do que, por exemplo, um agricultor portugus e um
padeiro espanhol. As redes sociais, portanto, no so simplesmente
randmicas: Granovetter percebeu que existe nelas algum tipo de
ordem. A partir daquele experimento de Milgram e das teorias de
Granovetter, Ducan Watts e seu orientador, Steven Strogatz (Watts,
1999 e 2003), descobriram que as redes sociais apresentavam padres
altamente conectados, tendendo a formar pequenas quantidades de
conexes entre cada indivduo. O modelo de Watts e Strogatz
especialmente aplicado para as redes sociais e mostram uma rede
mais prxima da realidade das redes sociais: cada um de ns tem
amigos e conhecidos em vrios lugares do mundo, que por sua vez, tm
outros amigos e conhecidos. Em larga escala, essas conexes mostram
a existncia de poucos graus de separao entre as pessoas no planeta.
Eles criaram um modelo semelhante ao de Erds e Rnyi, onde os laos
eram estabelecidos entre as pessoas mais prximas e alguns laos
estabelecidos de modo aleatrio entre alguns ns transformavam a rede
num mundo pequeno (Watts, 2003, 1999). Mas mais inovador do que
isso, aquele modelo demonstrou que bastavam poucos links entre
vrios clusters para transformar um mundo pequeno numa grande rede,
transformando a prpria rede num grande cluster (Watts, 1999),
(Ma-
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chuco, 2005:10-http\\paginas.ulusofona.pt/p138/ArtigoRedesRC
L.pdf).
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O Modelo das Redes Sem Escalas
O primeiro problema na teoria dos mundos pequenos de Watts foi
descoberto e explicado por Barabsi (2003: 55-64) pouco tempo aps a
publicao do seu trabalho. Watts tratava as suas redes sociais como
redes aleatrias, ou seja, redes em que as conexes entre os ns
(indivduos) eram estabelecidas de modo aleatrio, como de resto Erds
e Rnyi anos antes. Entretanto, Barabsi demonstrou que as redes no
eram formadas assim. Ou seja, que as redes tinham uma ordem na
dinmica de estruturao, como tambm de resto os estudos de Watts e
Strogatz, mas que ao contrrio do modelo destes autores, essa ordem
no era aleatria. Dependia do grau de notoriedade ou popularidade
que cada n possua. Esse padro de estruturao, foi chamada por
Barabsi de rich get richer (Barabsi, 2002:79) os ricos cam mais
ricos. Ou seja, quanto mais conexes um n possui, maiores as
probabilidades de ele ter mais novas conexes. Ele chamou essa
caracterstica de preferential attachment (Barabsi, 2002:86) ou
conexo preferencial: um novo n tende a se conectar com um n
pr-existente, mas com mais conexes. De acordo com esse modelo, as
redes no so constitudas de ns igualitrios, ou seja, com a
possibilidade de ter, mais ou menos, o mesmo nmero de ligaes. Ao
contrrio, tais redes possuem ns que so altamente conectados (hubs
ou conectores) e uma grande maioria de ns com poucas conexes. Os
hubs so os ricos, que tendem a receber sempre mais conexes. As
redes com essas caractersticas foram denominadas por ele sem
escalas (scale free). De resto, precisamente isso que acontece na
Internet. Existem poucos sites (ns) com muitas ligaes mas existem
inmeros outros que tm poucas ligaes (acessos). O modelo de Barabsi,
tem um grau de conectividade muito baixo, j que apenas poucos ns
esto altamente conectados, enwww.bocc.ubi.pt
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Paulo Gameiro
quanto a maioria tem poucos links. J o modelo de Watts e
Strogatz tem um grau de conectividade parecido com o de um grfo
aleatrio (Erds e Rnyi), em que todos os ns tem bastantes ligaes e
mais ou menos em mesmo nmero.
5
A Emergncia de Novos Paradigmas Organizacionais
O processo de globalizao incontornvel e constitui hoje, sem
dvida, um objecto privilegiado de reexo e de especulao. Algumas
ideias chave implcitas no conceito de globalizao so o de que tudo
acontece rapidamente, por contgio e de forma cooperativa,
independentemente do lugar do mundo em que tenha ocorrido. A
globalizao conjuntamente com os avanos tecnolgicos tem
revolucionado desde o nal de sculo XX o processo de criao de valor,
nomeadamente a partir da transio de uma economia industrial para
uma economia baseada na informao. Neste contexto de complexidade e
incerteza, as mudanas organizacionais tm sido encaradas como um dos
principais meios para estruturar e explorar o novo mundo dos
negcios. As ltimas trs ou quatro dcadas foram particularmente
profcuas no aparecimento de novas estratgias de produo e organizao.
Na origem da emergncia dessas novas lgicas produtivas e
organizacionais, esto as limitaes dos paradigmas da administrao
cientca do trabalho (Frederick Taylor) e da estrutura
organizacional (Henri Fayol e Max Weber), implementado em larga
escala na primeira metade do sculo XX, com a preocupao nica de se
conseguir uma ecincia produtiva cada vez maior. Na segunda metade
do sculo passado comeou a haver uma ideia clara de mudana, onde o
nfase da competitividade que se centrava nos custos de produo e num
mercado vido, em que quase tudo era consumido, deu lugar saturao do
mercado e a uma crescente selectividade e exigncia dos pblicos.
Esses factores conduziram a uma inexo para as questes de marketing
ewww.bocc.ubi.pt
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posteriormente para factores tais como a qualidade e a abilidade
dos produtos. A dcada de 90 assistiu a uma nova mudana, na qual a
vantagem competitiva marcada pela idia-chave de resposta rpida s
solicitaes do mercado (time to market). Para se manterem
competitivas, as empresas tendem a evoluir progressivamente para
formas de organizao mais globais, com uma especial preocupao no que
respeita maior variabilidade da procura, proliferao de novas
tecnologias (que permitem reduzir substancialmente os tempos de
desenvolvimento e produo de novos produtos, cada vez mais
complexos), s novas exigncias no tempo de resposta s solicitaes dos
clientes e ao aumento substancial da qualidade. Este quadro geral
conduziu naturalmente a novos paradigmas organizacionais,
caracterizados por uma maior concentrao das empresas nas suas
competncias e actividades principais core competencies e pelo
estabelecimento de redes de cooperao com entidades externas, desde
fornecedores a clientes, em que as actividades de coordenao e
colaborao assumem naturalmente uma enorme importncia, conduzindo
consequentemente a desaos de grande complexidade. Parece pois
pacico considerar que a capacidade de construir e manter redes
inter-organizacionais , cada vez mais, a chave para sustentar
vantagens competitivas no mundo de hoje e poder participar no
aparentemente incontornvel processo de globalizao. A necessidade
das organizaes em trocar recursos um factor importante para o
desenvolvimento de relacionamentos interorganizacionais. O
intercmbio de actividades entre os agentes (empresas) ocorre em
forma de redes, onde so compartilhadas actividades de vendas,
marketing, design de produtos, ferramentas administrativas ou
nanceiras, informao e conhecimento adquirido, concorrendo tudo para
a criao de valor acrescentado aos agentes da rede (Omta et al,
2001). Uzzi considera que na teoria das redes, as formas de
colaborao no so baseadas somente em vantagens econmicas. O poder no
contexto da negociao e no peso no mercado globalwww.bocc.ubi.pt
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e a conana so as principais razes desta aproximao (Uzzi, 1997)
As organizaes em rede necessitam de ser ecientes e exveis ao mesmo
tempo, ou seja necessitam de ter processos dinmicos e robustez
adequadas. Em funo dessas duas variveis, as empresas parecem ser
capazes de conseguir alisar a burocracia interna e estreitar as
relaes entre as organizaes.
6
O Futuro das organizaes em Rede
Para Mintzberg e Quinn (2001) o termo organizao em rede
tornou-se uma categoria abrangente geralmente utilizado para a
descrio de qualquer forma organizacional que substitui a forma
multidivisional como maneira dominante de estruturar uma empresa
moderna. Segundo aqueles autores, nas organizaes em rede as
comunicaes laterais so mais importantes que as comunicaes
verticais, e as hierarquias so muito mais horizontais ou
desaparecem totalmente. Este ponto de vista aponta que a estrutura
formal car mais parecida com uma estrutura informal, onde os
colaboradores, em todos os nveis, ignoraro as fronteiras usando a
tecnologia da informao para localizar e contactar directamente os
indivduos cujos conhecimentos ou cooperao necessitam. Ora este
conceito tem muitas semelhanas com um paradigma organizacional
emergente que mais frente se estuda e que se considera porventura o
mais apto a enfrentar e estruturar as regras do novo mercado dos
negcios: esse paradigma o das empresas virtuais.
7
Tipos de Relacionamentos em Redes
Para que seja possvel discutir os tipos de redes de empresas
tornase importante diferenciar dois enfoques de relacionamento
associados a este conceito. O primeiro aponta para o relacionamento
intra-empresa que diz respeito a relaes e contratos entre ele-
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mentos de sectores funcionais diferentes como forma de diminuir
a burocracia prpria do sistema administrativo. O outro enfoque
associado a redes de sistemas, e pelo qual neste trabalho se opta,
referente s relaes existentes interempresas, que compreende o
conjunto de relaes externas de uma determinada organizao que inclui
a sua teia global de alianas estratgicas (Grandiori & Soda,
1995). No entanto, ao desenhar o tipo de estrutura organizacional
no qual iro balizar-se os relacionamentos em rede, dever-se- levar
em conta alguns pr-requisitos necessrios para a incluso das
empresas nesta rede de cooperao nomeadamente: Informao sobre os
reais benefcios e pertinncia de participar numa rede; Conana e
colaborao mtua entre os participantes; Robustez; Existncia ou no de
estrutura de direco capaz de diminuir a assimetria de poder entre
seus participantes, e; Fluxos de relaes/contactos entre as
organizaes. O modelo de rede de fornecimentos proposto por Harland
(1999) consiste em tentar aproximar fornecedores, produtores,
pequenos e grandes distribuidores e ainda consumidores com o
objectivo de criar um uxo eciente de materiais, capital e
informaes, que se estende montante at a jusante do canal, onde cada
rede de fornecimentos se ir diferenciar uma da outra de acordo com
sua amplitude e comprimento, e seu grau de interrelao entre os
parceiros. A gura 1 apresenta a rede de fornecedores tomando-se por
base a empresa central (focal rm) analisando sua amplitude e
comprimento.
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Paulo Gameiro
Figura 1 A rede de fornecimentos com base no interrelacionamento
de amplitude e comprimento.
Fonte: Adaptado Harland (1999). Por seu lado, Mintzberg e Quinn
(2001) apresentam cinco formas de organizao de empresas em rede.
Figura 2 As cinco formas de organizao em rede
Fonte: Adaptado Mintzberg e Quinn (2001)www.bocc.ubi.pt
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Para uma melhor anlise destes cinco modelos a tabela 1 apresenta
quatro dimenses intelectuais que distingue cada uma das formas.
Tabela 1 As cinco formas de organizar.
Tais dimenses intelectuais podem ser compreendidas da seguinte
maneira: Local do conhecimento as principais esferas dentro da
organizao nas quais reside o profundo conhecimento das suas
disciplinas fundamentais; Local da inovao os lugares principais nos
quais o intelecto convertido para solues inovadoras; Modo de ligao
a direco do uxo de informaes e como o local do intelecto e o local
da inovao so conectados;www.bocc.ubi.pt
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Paulo Gameiro Fonte de desenvolvimento como o empreendimento
alavanca sua base de know-how.
Segundo outro autor, Lazarini et al. (2001), as relaes das
empresas em rede podem basear-se em trs tipo de conguraes. A
primeira, por meio da relao comprador-fornecedor, a segunda, atravs
de relacionamentos baseados por tecnologias da informao. Neste
modelo de colaborao inter-organizacional estimulado pela Tecnologia
da Informao (TI), podem ser classicados dois tipos de
relacionamento em rede, o primeiro baseado em sistemas de troca
electrnica de dados - Eletronic Data Interchange (EDI) e o outro
via Internet (Lazarini et al., 2001). No terceiro tipo de conguraes
apontado por Lazarini a relao entre as empresas que compem cada elo
do canal desenvolvida por agrupamento, ao invs de ser atravs
agentes singulares. Por exemplo, e segundo o autor, cada elo do
canal organiza-se em cooperativas regionais com polticas e critrios
especcos, porm juntas estas cooperativas procuram maneiras de
monitorar o mercado e solucionar problemas. Holland et al. (1992)
acrescenta que a EDI envolve troca de informao por via informtica
(utilizando-se de um sistema fechado e codicado de transferncia de
informaes) entre compradores e fornecedores. As principais
vantagens trazidas pela aplicao desta ferramenta so a reduo de
custos das transaces comerciais e a optimizao da produo mediante
partilha de informaes. Em contraste com aquele modelo, Kambil et al
(1999) e Croom (2000), consideram que na Internet, os procedimentos
de transaco electrnica so compartilhados por vrios agentes atravs
de uma arquitetura informacional aberta. Um exemplo de ferramenta
que permite organizar os procedimentos de transao de informaes
praticado neste modelo o business-to-business (B2B). Por sua vez
para Stuart et al. (1998) focaliza somente a interdependncia
sequencial entre compradores e fornecedores, onde o desao dos
agentes est na utilizao de ferramentas que tragam reduo de custo e
aumento da ecincia do uxo de prowww.bocc.ubi.pt
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dutos no canal o Supply Chain Management (SCM) e dentro de
polticas bem denidas de Customer Relationship Management (CRM),
para a satisfao integral do cliente e consequentemente para a sua
delizao.
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Principais Benefcios da Cooperao em Rede de Organizaes
A aproximao entre os agentes, para a procura cooperante na criao
de mais valias competitivas, faz com que as empresas tenham condies
de satisfazer de maneira mais ecaz as necessidades do mercado em
que actua, diferentemente do que se estas organizaes estivessem a
actuar de forma isolada. As vantagens obtidas atravs do
relacionamento cooperativo entre os agentes podem ser relacionadas
da seguinte maneira: Melhor aproveitamento dos recursos; Partilha
de riscos; Desenvolvimento de Marketing Mix; Fortalecimento no
poder de negociao (tanto em actividades de compras como em
actividades de venda); Condies de explorar mercados internacionais;
Maior eccia no tratamento de bens no rivais e no exclusivos. Porm,
algumas questes podem ser importantes e servir como reexo para que
os relacionamentos e as tipologias das redes sejam analisados,
nomeadamente: Como gerir a competio entre os sistemas tipologias de
redes (e no entre empresas)? Como ser a tipologia do
sistema?www.bocc.ubi.pt
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Paulo Gameiro At que ponto estes sistemas so geridos mediante
aplicao de ferramentas administrativas? Como operacionalizar este
sistema?
Os assuntos tratados a seguir podem contribuir para uma melhor
reexo sobre essas questes levantadas.
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Pistas e debates emergentes
Mintzberg identicou tipologias de organizaes em rede sem contudo
escalpelizar as principais virtudes e defeitos que podero
manifestar. A forma designada por innitamente plano, no ser mais do
que uma forma de rede em dade, - acclica - sem portanto reectir o
fundamento da estrutura social, no permitido ciclos e a
complexidade inerente aos uxos comunicacionais e interaces sociais.
Para alm disso, no leva em conta o passado e no fomenta o mecanismo
fundamental em qualquer tipo de rede: a imitao como estruturante de
qualquer tipo de comportamento social. Trata-se portanto de uma
rede simples, rudimentar que poder ter vantagens essencialmente num
contexto de economias de escala e que se ocupe em imputar e
produzir essencialmente bens tangveis. Quanto forma de organizao
raio de sol corresponde tipologia de redes centradas, tambm
acclica, ou decentralizada, segundo a terminologia de Paul Baran
(in Machuco, 2006:72), consoante se considere a rede como tendo um
nico n ou vrios ns crticos dependendo da diversidade das tcnicas de
atribuio de competncias. Note-se que em tudo semelhante rede de
fornecimentos com base no inter-relacionamento de amplitude e
comprimento de Harland ambas com um clustering nulo. Repare-se que
este tipo de redes tem desde logo uma desvantagem que corresponde
sua fragilidade. Isto , basta a inoperncia, ineccia ou inecincia de
um ou pequeno nmero de ns centrais, para fazer propagar esses
efeitos a toda a rede. No entanto, e porwww.bocc.ubi.pt
As Organizaes em Rede
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outro lado, fruto de uma relao hierrquica bem vincada e de uma
capacidade de gerar ela prpria processos e estrutura organizativa,
estas redes so muito aptas a crescer em varias circunstncia.
(Machuco, 2005:7 -http://paginas.ulusofona.pt/p138/ArtigoR
CL98.pdf) Nas redes que Mintzberg designou por organizaes
aglomeradas pode-se estabelecer desde logo uma analogia com a forma
de rede distribudas, novamente de acordo com a designao de Paul
Baran (in Machuco, 2006:72), porque tm a virtude de comportar uma
grande comutao e uma grande exibilidade na utilizao do canal de
comunicao. No entanto, esses centros aglomerados enquanto
diferenciados e qualicados por competncias, no permitem uma
exibilidade total da rede e uma robustez to grande como nas redes
idealizadas, noutro contexto, por Baran. Por isso, consegue-se
estudar melhor essa tipologia de rede de Mintzberg quando comparada
com as que Miles e Snow inicialmente identicaram como redes
dinmicas (Miles e Snow, 1986). De facto, para os autores, as redes
dinmicas sero um conjunto de empresas especializadas por exigncias
do mercado e coordenadas por comunicaes informais ao invs de serem
controladas por cadeias de comando com hierarquias bem denidas.
Essas empresas executam tarefas coordenadas por uma empresa ncleo
que corresponder equipa central CEO designada na rede de Mintzberg
e que tem fundamentalmente uma imagem aglutinadora junto do pblico.
As relaes so essencialmente efectuadas por vrios tipos de contratos
celebrados e por relaes informais, nomeadamente por via de redes de
computadores (Machuco, 2007: 5
http://paginas.ulusofona.pt/p138/ArtigoCaleidosco pio2.pdf). As
chamadas redes invertidas, assemelham-se s redes do tipo acentradas
ou distribudas mas num processo de bottom-up onde um conjunto de
pessoas ou agentes tem apenas informao local acerca da sua situao.
Este tipo de estrutura acentrada representa ento o processo atravs
do qual um estado global emerge a partir de interaces locais de
agentes, sem que esteswww.bocc.ubi.pt
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Paulo Gameiro
tenham previamente, e mesmo posteriormente, qualquer representao
desse estado global. Note-se que, diferentemente das estruturas
centradas, existe aqui uma diferena de nveis entre o nvel local e o
nvel global. O estado global, se bem que causado pelas interaces
locais, emerge e independente dos agentes locais. Em caso algum o
estado global dedutvel da anlise de cada agente local tomado
isoladamente. (Machuco, 2005:9
-http://paginas.ulusofona.pt/p138/ArtigoRCL98.pdf) Finalmente as
redes a que Mintzberg e Quinn designaram por Teia de Aranha, so
aquelas que se caracterizam por serem acentradas e distribudas, em
que cada um comunica com todos os outros de forma independente e
assncrona. Como os autores exemplicam, a Internet talvez o seu
melhor exemplo. Entre tantas tipologias, nomeadamente aquelas
designadas por Harland, Mintzberg e Quinn, ou Lazarini, ser que
pertinente enquadra-las sob a teorizao dos modelos de rede
complexas1 ou seja grafos aleatrios, mundos pequenos e redes sem
escala ou por outro lado estuda-las sob os seus processos dinmicos
de construo e manuteno? Pode-se identicar facilmente na rede do
tipo teia de aranha de Mintzberg, ou na colaborao
inter-organizacional estimulado pelas TI Internet postulado por
Lazarini, processos dinmicos que caracterizam o modelo das redes
sem escala, mas desde logo evidente que nem todas as redes de
organizaes se estruturam mediante os pressupostos daquele modelo.
Desde j, opta-se por afastar como objectos de estudo, as redes mais
simples, como as do tipo innitamente plano, e raios de sol, segundo
a terminologia de Mintzberg no porque no meream ateno, mas porque
para alm de j terem sido sucintamenteDe acordo com Scharnhorst
(2003), as redes complexas podem ser descritas de acordo com
Leydesdorff (1994) como "auto-organizaes que podem ser distintas em
termos de estgios de desenvolvimento de redes cada vez mais
complexas. Traduo: "self-organization can be distinguished in terms
of developmental stages of increasingly complex networks.
(Leydesdorff, 1994).1
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abordadas, esto sob os paradigmas da administrao cientca do
trabalho e da estrutura organizacional, e no cabem no principal
domnio de analise deste trabalho as redes complexas por se
aproximarem e eventualmente coincidirem com as redes reais. Antes
de se passar tentativa de responder quela questo, ser pertinente
aproveitar o contributo de Scharnhorst que discute a existncia de
uma relao entre os modelos de redes sem escala e de mundos
pequenos. De acordo com a autora, algumas vezes, as duas
caractersticas podem ser atribudas s redes. Outras vezes, a
diferena radical desses dois tipos de rede notria2 (Scharnhorst,
2003-http://www.ascusc.org/jcmc/vol3/issue 1/garton.html). O modelo
de Barabsi e Albert, por exemplo, tem um grau de conectividade
muito baixo, j que apenas alguns ns esto altamente conectados, e a
maioria tem poucos links. J o modelo de Watts e Strogatz tem um
grau de conectividade parecido com o de um grfo aleatrio (Erds e
Rnyi), mas tem um alto grau de conexo entre os ns. Nas redes reais
elas costumam exibir um grau de distribuio (conectividade) variado,
e no funcionam necessariamente num modelo ou outro. A autora
explica que dependendo da denio terica escolhida, as propriedades
dos dois tipos de rede podem ser encontradas nas redes no mundo
real3 . (Scharnhorst, 2003http://www.ascusc.org/jcmc/vol3/issue
1/garton.html) Partindo ento das reexes de Scharnhorst e do
pressuposto obvio de que a formao de redes determinada pela vontade
dos decisores e de propriedades dadas priori, opta-se por afastar
parcialmente a terminologia dos modelos e passar a englobar nas
redes aleatrias e apesar de estas se considerarem mais longe das
redes reais - o modelo dos mundos pequenos de Watts-StrogatzTraduo
de: "Sometimes, both characteristics are attributed to networks.
Sometimes, the radically different character of these two types of
networks is highlighted". Traduo de: "Depending upon which
theoretical denition is chosen, the properties of both network
types in real world networks can be found".3 2
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Paulo Gameiro
, na medida em que se parte de um nmero xo de vrtices os quais
so de seguida aleatoriamente reconectados. Tal como sucede nos
grafos aleatrios, num grafo de Watts-Strogatz cada vrtice tem
aproximadamente o mesmo nmero de ligaes (Machuco,
2005:11-http\\paginas.ulusofona.pt/p138/ArtigoRedesRC L.pdf), e por
outro lado continuar a designar as redes sem escalas, para passar a
poder tomar em linha de conta essencialmente dois aspectos comuns
os processos dinmicos em redes e a sua robustez para lanar algumas
pistas sobre a pertinncia e eccia das diferentes tipologias de rede
complexas.
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Os processos dinmicos e robustez
Nos processos dinmicos nas redes aleatrias existe uma transio
crtica de fase, isto , a taxa de reproduo da informao, base de
qualquer processo comunicativo, propaga-se s a partir de um
determinado limiar (Ri=1) (Machuco, 2006:132). Este facto tem desde
logo uma consequncia: a sua robustez tem tambm um valor crtico a
partir do qual a rede se fragmenta. Aquelas caractersticas
pressupem um esforo ou custos sistmicos constantes para que os
processos dinmicos permitam que os uxos de informao estejam sempre
para alm dessa fase critica. Por outro lado, e paradoxalmente,
nestas redes de carcter igualitrio, as formas de manifestao de
poder e controlo de riscos podero, a prazo, ter um sucesso maior do
que nas redes sem escala. De forma distinta, nas redes sem escala
caracterstica no existe ponto crtico a taxa crtica de reproduo da
informao, Ri, igual a 0 (Machuco, 2006:140) e por isso so
extremamente aptas disseminao de qualquer informao. Esse facto
acontece devido gnese topolgica da rede, com ns bastante conectados
que recebem constantemente informao de inmeros outros ns menos
conectados, que assim a disseminam continuadamente no sistema. So
esses hubs extremamente conectados que so responsveis pela diminuio
drstica da distncia entre quaisquerwww.bocc.ubi.pt
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outros dois ns. Este facto tem como consequncia outro aspecto
distinto: a velocidade em que ocorre o processo comunicativo maior
e isso tem desde logo uma consequncia: a rede no se fragmenta mesmo
aps 90% dos ns terem sido destrudos (Machuco, 2002). No entanto, se
houver um ataque intencional aos hubs do sistema ela desmonta-se
como um castelo de cartas. Dir-se-ia ento que este tipo de rede tem
um pequeno risco4 de se fragmentar menos de 10% e um alto ndice de
perigosidade ou seja os danos, perdas ou efeitos a acontecer, so
grandes fragmentao da rede. De forma diferente, as redes aleatrias,
tero um risco maior de se fragmentar e com uma perigosidade
semelhante, mas por outro lado so mais imunes a ataques ou crises
direccionadas. Naquele sentido, as variveis econmico-jurdicas
(contratos; acordos; parcerias; empresas cotadas em bolsa;
scalidade; polticas ambientais; etc.) respeitantes a diferentes
tipologias tm uma importncia fundamental, no sentido de aumentar o
controlo e diminuir os riscos provenientes directamente da
concorrncia ou das mutaes econmicas e sociais, provenientes de dois
processos paralelos: a globalizao e a individualizao5 que podero
ditar a adequao e sucesso de cada rede. Assim, poder-se- dizer que
os aspectos aqui tratados sero mais pertinentes conforme a dimenso
da rede for aumentado. No entanto, a variabilidade da conectividade
que algumas redes podem suportar, segundo Scharnhorst, a par de
outros condicionalismos mais clssicos como os aspectos nanceiros e
localizao, devero ser devidamente considerados pelos decisores para
a constituio, manuteno e defesa de uma organizao em rede. E assim
chegamos a um paradigma organizacional, emergente, que parece dar
uma resposta derradeira pergunta sobre a per(risco = probabilidade
x consequncia) em que a consequncia equivalente ao perigo e medida
por danos, perdas e efeitos. 5 Individualizao ...signica, primeiro,
a descontextualizao e, segundo, a recontextualizao dos modos de
vida da sociedade industrial substituindo-os por outros novos, nos
quais os indivduos tm de produzir, encenar e montar eles prprios as
suas biograas. (Beck et al., 2000:13)4
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Paulo Gameiro
tinncia de estudar as organizaes em rede sob os modelos de
grafos aleatrios e das redes sem escala, e que consubstancia boa
parte das consideraes j expostas, nomeadamente quanto variabilidade
da conectividade das redes. Esse paradigma o da empresa virtual. O
estudo desta tipologia de rede ultrapassa as limitaes da abordagem
de redes de organizaes sob a teorizao dos modelos das redes sem
escala caracterstica e das redes aleatrias. Porque as estruturas,
processos e conectividade da empresa virtual, tanto podem assumir
caractersticas ora de um modelo ora de outro, escusando assim de a
conotar com cada um deles. Azevedo & Sousa (1999) considera que
uma Empresa Virtual baseada numa matriz alargada de sistemas e
processos de negcios, composta por fornecedores, clientes, agentes
de desenvolvimento, produtores, produtos, servios e informao
global. Subjacente a essa matriz est uma integrao, segundo
diferentes eixos, nomeadamente o geogrco ou fsico, o funcional ou
de processo e o da informao. A empresa virtual pode ento ser
conceptualizada como uma rede de ns, nomeadamente, fornecedores,
clientes, unidades de produo e de montagem, unidades logsticas e
outros servios especializados. Rera-se que, comparativamente a
outras estratgicas, joint ventures ou tipologias de redes de
empresas, a Empresa Virtual diferencia-se quanto ao facto de
combinar vrias entidades, mantendo a exibilidade e a autonomia de
cada uma, mas exteriorizando-se como uma s entidade (Azevedo,
2000). Para alm disso, a durao da empresa virtual pode assumir
valores muito diversos e, consequentemente, o estabelecimento de
ligaes muito diversas entre as entidades que a compem. De facto,
este tipo de empresas possui caractersticas distintas grande
maioria das organizaes tradicionais. A primeira delas que aqui se
distinge a autonomia, j que aquelas empresas so normalmente
independentes, podendo nomeadamente integrar outras empresas
virtuais, ou encontrar-se integradas em estruturas de cooperao com
contratos de longo prazo. A distribuiwww.bocc.ubi.pt
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o tambm diferente porquanto as entidades que compem a empresa
virtual encontram-se geogracamente dispersas. As empresas virtuais
so tambm bastante adaptveis, isto , reagem rapidamente s mudanas do
mercado (Azevedo, 2000). A par disso sem as redes de informao seria
impossvel o desenvolvimento sem precedentes das tecnologias de
informao e de comunicao. No entanto, a caracterstica que
denitivamente a diferencia em relao s outras, nomeadamente s redes
dinmicas que lhes esto conceptualmente mais prximas a congurao
dinmica. A empresa virtual tem subjacente um ciclo de vida que,
para alm do incio e m da prpria empresa virtual, compreende a
entrada e sada de novas entidades, de acordo com as oportunidades
do mercado em que opera, originando-se assim actividades de
recongurao (Azevedo, 2000) e de novas conexes entre vrias entidades
ou indivduos. Figura 3 - Cooperao entre entidades autnomas numa
empresa virtual
Fonte: Adaptado de Azevedo, L. Amrico (2000).
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Consideraes nais
Demonstrou-se que as organizaes em rede, que aqui se
adjectivaram de complexas, com a variabilidade da conectividade que
normalmente podem suportar, podem ser sustentveis sem o
enquadramento clssico que normalmente se dava a qualquer organizao.
Isto , sem uma diviso clara e uma especializao do trabalho, sem uma
autoridade expressa, e acima de tudo sem unidade de comando e
centralizao do poder. (Chiavenato, 1993). Nesse contexto podem
caber todas as tipologias de redes que neste trabalho se identicou
como complexas desde que tenham como denominadores comuns a
utilizao massiva de bens no rivais e no exclusivos, como a informao
e o conhecimento. Deu-se especial nfase s empresas virtuais porque
tm no seu prprio ADN essa variabilidade da conectividade e da
durao, que parece responder cabalmente s solicitaes da nossa
sociedade psmoderna, especialmente no domnio dos negcios. Por outro
lado conrmam o que Watts advoga: necessrio considerar que nas redes
os seus elementos esto sempre em aco, e que portanto so redes
dinmicas, evoluem e mudam com o tempo. Assim, a questo fundamental
para a compreenso das redes mormente o autor se ter debruado
especialmente nas sociais passa tambm pelos seus processos dinmicos
de construo e manuteno. A emergncia especialmente desse tipo de
empresas evidenciaram a necessidade de uma rede aberta e pouco
dispendiosa da Internet, permitindo desse modo que um nmero
sucientemente grande de entidades sustentadas em indivduos
micro-motivados, que levem por diante um projecto sucientemente
modular dispensando assim os conceitos clssicos da unidade de
direco e centralizao do poder. S assim as organizaes em rede devem
conseguir processar cada vez mais e melhor informao, para criar um
valor acrescentado fundamental o conhecimento e assim sobreviver e
fazer-se diferenciar no mercado.
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