1 GABARITOS AULAS DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA PARALELA DE LÍNGUA PORTUGUESA 3º PERÍODO – 2011 05.09 a 25.11 7º ANO SETEMBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 5 A 9 AULA1: Entendimento de texto ―Prazer, Veríssimo‖ 12 A 16 AULA 2: Produção de texto Gênero revisitado: mito 19 A 23 AULA 3: Gramática Advérbios 26 A 30 AULA 4: Produção de texto Gênero revisitado: poema OUTUBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 3 A 7 AULA 5: Entendimento de texto ―Entrevista com dublê‖ 17 A 21 AULA 6: Produção de texto Notícia 24 A 28 AULA 7: Gramática Advérbios e preposições 31/10 A 4/11 AULA 8: Produção de texto Notícia NOVEMBRO SEMANA PROGRAMAÇÃO 7 A 11 AULA 9: Entendimento de texto ―O futebol é uma escola‖ 14 A18 AULA 10: Produção de texto Notícia 21 A 25 AULA 11: Gramática Advérbios, sujeito e predicado 28 A 30 AULA 12: Produção de texto Notícia EXTRAS Entendimento de texto Crônica de Rubem Braga Gramática Preposições, sujeito e predicado COLÉGIO VISCONDE DE PORTO SEGURO Unidade Valinhos COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA PORTUGUESA RECUPERAÇÃO CONTÍNUA
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GABARITOS AULAS DE RECUPERAÇÃO CONTÍNUA PARALELA DE LÍNGUA PORTUGUESA
3º PERÍODO – 2011 05.09 a 25.11
7º ANO
SETEMBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
5 A 9 AULA1: Entendimento de texto ―Prazer, Veríssimo‖
12 A 16 AULA 2: Produção de texto Gênero revisitado: mito
19 A 23 AULA 3: Gramática Advérbios
26 A 30 AULA 4: Produção de texto Gênero revisitado: poema
OUTUBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
3 A 7 AULA 5: Entendimento de texto ―Entrevista com dublê‖
17 A 21 AULA 6: Produção de texto Notícia
24 A 28 AULA 7: Gramática Advérbios e preposições
31/10 A 4/11 AULA 8: Produção de texto Notícia
NOVEMBRO
SEMANA PROGRAMAÇÃO
7 A 11 AULA 9: Entendimento de texto ―O futebol é uma escola‖
14 A18 AULA 10: Produção de texto Notícia
21 A 25 AULA 11: Gramática Advérbios, sujeito e predicado
28 A 30 AULA 12: Produção de texto Notícia
EXTRAS
Entendimento de texto Crônica de Rubem Braga
Gramática Preposições, sujeito e predicado
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Gabarito
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ENTENDIMENTO DE TEXTO
NÍVEL II
DATA
___ / ___ /11
NÚMERO
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TURMA
F- 7 _______ 3º Período
Prazer, Verissimo
Mais de 60 livros, memoráveis incursões no jornalismo, uma carreira premiada na publicidade,
uma banda de jazz e uma vontade incontrolável de observar o dia-a-dia e transformar suas
anotações em textos divertidos e espirituosos, que agradam desde o leitor iniciante até o
grande conhecedor de literatura. Esse é o saldo dos 70 anos (comemorados em 25 de
setembro de 2006) de Luis Fernando Verissimo, que é, provavelmente, o escritor mais popular
e um dos mais respeitados do Brasil. A verdade é que ele é, acima de tudo, uma pessoa feliz:
―tive uma infância muito boa, pais fantásticos, consegui formar uma família formidável e faço o
que gosto, inclusive na música. Acho que soube aproveitar a vida sim.‖ Contrariando a fama de
tímido, ele aproveitou sua visita à sede do portal, em Curitiba, para bater um longo e animado
papo com nossa equipe e contar um pouco da origem de toda essa felicidade e sucesso. A
impressão que fica da conversa é que ele é um homem ―bem vivido‖, em todos os sentidos —
tem a sabedoria típica do homem experiente e desfruta cada minuto da vida com muito prazer.
Munhoz: Seu site traz informações sobre O Patentino, um jornal que você editou quando
criança. O que você teria a contar sobre essa experiência? E o nome “Patentino”, de
onde vem?
Veríssimo: É engraçado que sempre que alguém me pergunta sobre meu início no jornalismo,
falo sobre quando já tinha 30 anos. Nunca me lembro do Patentino, que foi realmente uma
experiência com a ―imprensa‖. Eu, minha irmã e meu primo tivemos a idéia de fazer um jornal
em casa, batido a máquina e preso ao lado da privada. No Rio Grande do Sul, chama-se
privada de patente. Fazíamos comentários sobre os acontecimentos da casa e família e
criticávamos todo mundo. Era um jornal combativo, durou pouco tempo, mas foi minha primeira
experiência jornalística. Lembro de um amigo da família que foi lá em casa, viu o Patentino,
ficou maravilhado e mandou fazer um carimbo, que virou o cabeçalho do jornal.
Eu era garoto, tinha 13 ou 14 anos. Não ficou nada daquela época no meu trabalho atual. Eu
até gostaria de rever o Patentino.
3
Munhoz: Como foi conviver com um pai escritor?
Veríssimo: Durante muito tempo, tive dificuldade para explicar aos meus colegas e amigos o
que meu pai fazia. Naquela época, a profissão de escritor não existia no Brasil — até hoje não
existe. ―O cara fica inventando histórias? O que é isso? Deve ser um vagabundo.‖
Comecei a acompanhar a literatura cedo, ―vendo‖ os livros infantis e, depois aprendi, lendo. O
primeiro livro adulto que li foi Caminhos cruzados. Tive que ler escondido, porque havia ―cenas
fortes‖ nele, como se dizia na época.
Lembro de ver meu pai escrevendo O tempo e o vento quando eu tinha uns 12 ou 13 anos. Ele
trabalhava na mesa da sala de jantar e, em alguns casos, corrigia os próprios textos. Li muitos
trechos no momento em que saíram da máquina de escrever. Fui sempre um grande leitor e
admirador dele. Foi bom conviver com ele e os amigos e viver em uma casa que tinha livros,
que eram tidos como algo muito importante. [...]
Munhoz: No projeto Meus Contos com Verissimo, mais de 25 mil alunos escreveram
livros com você, somando as edições 2004 e 2005 e os números parciais de 2006. Como
tem sido participar dessa experiência? O que você achou dos livros que resultaram
dela?
Veríssimo: É uma idéia que me parece ter dado certo, gosto muito de participar do projeto. É
interessante ler alguns desses livros e perceber como a gurizada desenvolve as idéias que
começo. Não me lembro de nenhum livro para citar, mas há histórias muito engraçadas. Já
estamos planejando a próxima edição, para 2007.
Munhoz: Você é conhecido por falar pouco e ser introvertido. Como explicar tanta
desenvoltura pra escrever e ser compreendido por um público tão diversificado?
Veríssimo: Não sei qual é a fórmula. Pode ser um tipo de compensação: tenho dificuldade de
me expressar em uma forma e facilidade em outra. Comecei a escrever tarde, depois dos 30
anos, mas já sabia como fazer porque tinha lido muito. Até então, não pensava em ser escritor
ou jornalista. Normalmente escrevo textos curtos, de fácil leitura, talvez por isso tanta gente
goste. É bom saber que grande parte do meu público, possivelmente a maioria dele, seja
formada por jovens. [...]
Munhoz: A impressão que se tem é que você é uma pessoa que sabe aproveitar a vida.
Parecem ter sido 70 anos muito felizes.
Veríssimo: Acho que sim. Apesar de ser bastante introvertido e ter essa dificuldade de me
comunicar com outras pessoas, algo que me atrapalha bastante, não posso me queixar da
vida. Tive uma infância muito boa, pais fantásticos, consegui formar uma família formidável e
faço o que gosto, inclusive na música. Acho que sei aproveitar a vida sim. Estou chegando aos
70 anos e, às vezes, acho que estou chegando ao fim. Mas, até agora, foram 70 anos bem
13/02/2008 - 12h02 (Folha on line) Conheça Keika, mascote do centenário da imigração japonesa
A partir desta quarta-feira, a personagem Keika, nova mascote das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil fará companhia a Tikara, o primeiro mascote do evento. Ambos foram criados pelo desenhista Maurício de Sousa, "pai" da Turma da Mônica.
Segundo Sousa, o nome de Keika significa "aquele que acrescenta bravura, pureza, integridade e honestidade". O de Tikara significa "força, coragem".
Os dois mascotes serão usados pela ACCIJB (Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil) de São Paulo na divulgação de eventos do centenário que, oficialmente, será no dia 18 de junho – foi no mesmo dia, em 1908, que o navio Kasato Maru chegou ao porto de Santos (SP) com os primeiros imigrantes japoneses.
Sousa espera que Tikara e Keika comecem a aparecer nas histórias da Turma da Mônica também em meados de junho.
O desenhista é casado com Alice Takeda, descendente de japoneses.
1- Responda as questões abaixo conforme informações da notícia acima:
a) Quem? ___________________________________________________________________
b) O quê? ____________________________________________________________________
c) Quando? ___________________________________________________________________
d) Por quê? ___________________________________________________________________
Os fatos da notícia abaixo estão fora de ordem. Enumere-os corretamente, considerando a
estrutura lead e corpo, conforme o gênero textual notícia.
1º/10/2008 - 12h15 ( Folha on line) Artistas brasileiros celebram centenário da imigração japonesa em Tóquio
da Efe, em Tóquio ( ) "Todos os artistas falam, a sua maneira, do país em que nasceram", disse à Agência Efe,Jacqueline Montagu, colecionadora de arte e organizadora da exposição. ( ) A mostra, que conta com cerca de 20 quadros de artistas brasileiros, inclui trabalhos de estilos e épocas variadas, que têm em comum suas cores vivas, aspecto característico da arte plástica na América Latina. ( ) Uma exposição inaugurada nesta quarta-feira em Tóquio mostra o Brasil através do olhar de alguns de seus artistas mais representativos, como Candido Portinari, em comemoração ao centenário da imigração japonesa. ( ) Segundo Montagu, nascida no Brasil e que divide seu tempo entre Nova York e Lisboa, é possível apreciar nas obras influências que vão desde as culturas indígenas da América Latina até as africanas, e os artistas expressam através de seus quadros uma visão do Brasil infestada de "realidade e fantasia". ( ) Dentro das celebrações do "Ano do Intercâmbio Brasil-Japão", outubro foi o escolhido como "o mês da cultura brasileira em Tóquio", e estão programadas apresentações de música popular, exposições de fotografias, e exibições de filmes brasileiros, entre outros. ( ) A mostra permanecerá aberta ao público até 24 de outubro, no City Clube of Tokyo. ( ) Além desta exposição, a capital japonesa receberá em outubro outros grandes eventos relacionados à divulgação da cultura brasileira. ( )A exposição reúne artistas brasileiros como Roberto Burle Marx (1909-1994), Lia Mittarakis (1935-1998), Candido Portinari (1903-1962) e Rubem Valentim (1922-1991).
“Dublê: Já realizei algumas cenas desse tipo não só com carro, mas também moto, barco e
avião. Em toda cena que envolve fogo, nós nos protegemos com roupas à prova de fogo
(nomex) e um hidrogel (stuntgel), que serve para resfriar e proteger o corpo de queimaduras.
Para amenizar o impacto que a explosão causa, observamos o direcionamento dela, que deve
ocorrer no sentido oposto ao local em que estamos posicionados.‖
a) Circule as preposições, combinações e contrações e as distribua corretamente na tabela
abaixo. Não é necessário repetir.
Preposições Contrações Combinações
COM no à
EM ao
para
de
2) Leia a frase e faça o que se pede.
Ser dublê é bom. X “Ser dublê é muito bom.”
a) O sentido das duas frases é diferente? Explique essa diferença.
R: Sim, há ênfase na 2ª .
b) Gramaticalmente, qual a classificação da palavra ―muito‖?
R: Advérbio de intensidade.
c) Já realizei todos os tipos de trabalho para dublês.
I) Transcreva o sujeito da oração.
R: Eu
II) Transcreva o núcleo do sujeito.
Não há, pois é sujeito oculto.
III) Transcreva o predicado da oração.
R:Já realizei todos os tipos de trabalho para dublês.
d) A profissão envolve muitos riscos.
I) Transcreva o sujeito da oração.
R: A Profissão
II) Transcreva o núcleo do sujeito.
R: Profissão
III) Transcreva o predicado da oração. R:envolve muitos riscos.
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NÚMERO
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TURMA
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3º PERÍODO
―Anteontem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos no pescoço e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: ―Meu amor‖, ao que ele retorquiu: ―Deolinda‖. Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7h45mim da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal.‖
De Frente Pro Crime João Bosco Tá lá o corpo Estendido no chão Em vez de rosto uma foto De um gol Em vez de reza Uma praga de alguém E um silêncio Servindo de amém... O bar mais perto Depressa lotou Malandro junto Com trabalhador Um homem subiu Na mesa do bar E fez discurso Prá vereador... Veio o camelô Vender! Anel, cordão Perfume barato Baiana Prá fazer Pastel E um bom churrasco De gato Quatro horas da manhã Baixou o santo Na porta bandeira E a moçada resolveu Parar, e então...
Tá lá o corpo Estendido no chão Em vez de rosto uma foto De um gol Em vez de reza Uma praga de alguém E um silêncio Servindo de amém... Sem pressa foi cada um Pro seu lado Pensando numa mulher Ou no time Olhei o corpo no chão E fechei Minha janela De frente pro crime...
Poema Tirado de uma Notícia de Jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
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Os três textos apresentados são exemplos de transformações híbridas (misturadas): uma notícia normalmente não fala sobre situações corriqueiras, uma música normalmente não fala sobre cadáveres, nem um poema fala tão descompromissadamente sobre suicídio. Apesar disso, sabemos que há notícias que falam de outras coisas (e não só de tragédias), há músicas e poesias que não falam só de amor. Sua tarefa será produzir uma notícia que não fale sobre tragédia, mas que pudesse realmente sair num jornal. Imagine-se responsável pelo jornal do colégio. Que você noticiaria? Não seriam tragédias. Mas então qual é o interesse do público leitor? Quem é o público leitor? Mãos à obra! ____________________________________________________________________________
Principalmente para as crianças e os jovens, o futebol é uma verdadeira escola: aí eles desenvolvem um jogo coletivo, de equipe e que exige cooperação. O futebol começa no zero a zero e todos devem obedecer às mesmas regras. É uma situação de igualdade. E depois, todos dependem de todos, porque não adianta o artilheiro ser de primeira quando o goleiro é de quinta categoria, por exemplo. É por esse aspecto que o futebol é uma escola. Porque jogar mesmo não se aprende na escola. Podem-se aprender regras, táticas, esquemas de jogo. Mas ginga, criatividade, drible são coisas que ninguém ensina. Treinam-se e desenvolvem-se jogando. Nós estamos assistindo ao declínio do futebol de várzea, ou dos campos de pelada. A ocupação desordenada das nossas cidades não respeita a necessidade de espaços onde as crianças possam jogar e treinar futebol. Isso também está prejudicando a formação de craques para o nosso esporte número um. Mas todos estamos torcendo para que esses problemas sejam superados. E aí vamos nos alegrar novamente com as vitórias da seleção e com o gol que — puxa vida — é, afinal de contas, a grande festa e a grande arte do nosso futebol.
(Revista Ciência hoje das crianças, n. 20. Rio de Janeiro: SBPC, fev./mar. 1991. p. 16. Texto adaptado para fins pedagógicos.)
1- O texto lido pode ser considerado uma notícia? Justifique sua resposta. R: O texto apresentado é informativo, mas não se pode caracterizá-lo como notícia, pois não apresenta lead e corpo. 2- a. Por que, segundo o autor, o futebol é uma escola? R: É uma escola, porque é o momento em que jovens e crianças se desenvolvem , interagem,
trabalham em equipe e exercitam a cooperação. Todos devem obedecer às regras. Há
situações de igualdade. Tudo aquilo que é vivido na escola.
b. A que o autor atribui o fato de o futebol de várzea estar em declínio nos dias de hoje?
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R: À ocupação desordenada das cidades, que não respeita a necessidade de espaço onde as crianças possam jogar e treinar o futebol.
Texto 2
Gibi do Ronaldinho Gaúcho estréia até março Por Marcus Ramone (9/1/06)
Ronaldinho Gaúcho, o brasileiro eleito pelo segundo ano consecutivo o melhor jogador de futebol do mundo, acaba de virar personagem dos quadrinhos da Turma da Mônica. O anúncio oficial foi feito no dia 28 de dezembro de 2005 por Mauricio de Sousa, criador do personagem, e pelo próprio craque da Seleção Brasileira. Até março de 2006, chegarão às bancas de todo o Brasil o gibi e o álbum de figurinhas, ao mesmo tempo em que estrearão as tiras de Ronaldinho Gaúcho nos jornais. Essa é a segunda vez que Mauricio de Sousa transforma um craque do futebol brasileiro em personagem de quadrinhos. O primeiro foi o inesquecível Pelezinho, baseado em Pelé. Além dele, o argentino Maradona virou o serelepe Dieguito, num projeto que naufragou antes da estréia, e que, só recentemente, teve algumas tiras divulgadas. Outra tentativa que não deu certo foi com o centroavante Ronaldo ―Fenômeno‖. Após a Copa de 2002, ele chegou a aparecer como personagem de quadrinhos ao lado da Turminha, com o corte de cabelo à la Cascão, mas o projeto não vingou. 3- O texto lido pode ser considerado uma notícia? Justifique sua resposta R: Sim, a estrutura é feita por lead e corpo, respondendo as perguntas: Quem? O quê? Onde? Quando? Por quê? 4- Na notícia, texto 2, que fato é anunciado no primeiro parágrafo do texto? R: Ronaldinho vira personagem dos quadrinhos da Turma da Mônica.
5-Que relação o texto apresenta entre Ronaldinho Gaúcho e Pelé? Justifique sua resposta.
R: Ronaldinho foi eleito o melhor jogador do mundo, como Pelé, que também já foi personagem
das HQs da Turma da Mônica.
6- Levante hipótese: por que Mauricio de Sousa está apostando no sucesso de sua personagem inspirada em Ronaldinho Gaúcho?
R: Pessoal.
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TURMA
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3º PERÍODO
Texto 1 SÓ A ROUPA DO CORPO E. O,13, C. F.,13, e M. C., 15, moram embaixo do elevado Costa e Silva, o famoso Minhocão, que fica na região central de São Paulo. Os três têm família e casa para morar, mas preferem viver na rua. ―Saí de casa por causa do meu padrasto‖, conta C.. Os amigos vivem juntos, só com alguns trapos. O que eles fazem para se distrair? ―A gente brinca, zoa por aí e fica deitado‖,diz E.. (Folha de S. Paulo, 27 out.2001. Folhinha on line) Vocabulário: Elevado: via para tráfego de automóveis e trens, situada acima do nível do solo Minhocão: nome popular do elevado Costa e Silva, situado na cidade de São Paulo. 1- O texto Só a roupa do corpo é uma pequena notícia. Apesar de curta, ela apresenta elementos básicos da informação. Indique os elementos abaixo.
Quem?
R: Os garotos ―E. O, C. F. e M. C.‖
O quê?
R: Moram embaixo do elevado Costa e Silva, o famoso Minhocão,
Onde?
R: Na região central de São Paulo, capital.
Quando?
R: Em 27 de outubro de 2001. 2- Muitas informações são dadas de forma direta, com a transcrição literal (exatamente daquilo que foi dito) das palavras dos meninos. Responda: a) Que sinal indica que essa transcrição é literal? R: O uso do sinal das aspas. b) Colocar as palavras dos garotos no texto atribui maior veracidade (verdade) à notícia? Por
quê?
R: Sim, pois demonstra que o repórter esteve com os garotos e a fala deles demonstra a verdade dos fatos em relação ao que fazem no dia-a-dia.
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TEXTO 2 -
MUDANÇA SIGNIFICATIVA Os Espaços de Passagem promovem novas experiências na vida de muitas crianças e adolescentes A cidade é São Paulo. O ano, 1997, ainda começando. Estamos no Vale do Anhangabaú, onde M., seus companheiros de rua e os educadores do Travessia, depois de recortarem de revistas fotografias que expressem seus sonhos para o futuro, conversam sobre os cartazes que confeccionaram. Falam de asas, barcos, lua, sol, mães, presentes e futuros. Bicho e gente. Dores e esperança. De casas, famílias, escolas. Que agora parecem bem-vindos. M. percebe sonhos diferentes, que quase não existiam há pouco mais de seis meses. Ele já não é mais criança, vai completar 18 anos em breve. Se quiser, pode sobreviver na rua, pois está lá há tempo suficiente para andar sem medo, saber aonde ir, não morrer de fome ou frio, ficar esperto com os perigos. Mas não é o que quer para seu futuro. Talvez, se não tivesse conhecido as pessoas do Travessia em 1996, apareceriam outras alternativas.
Ou não tivesse pensado em sair, mas se contentaria em ser um adulto de rua, fazer uns bicos e sobreviver. O fato é que conheceu aquelas pessoas, interessou-se pela proposta delas e vem seguindo em frente, até então com a idéia de construir presente e futuro diferentes. Sobreviver já não basta. Ele quer viver e sabe que pode, tem o direito e o dever de fazê-lo. M. é um dos garotos que integrarão, em breve, os Espaços de Passagem e, embora ainda não saiba, terminará o ano de 1997 com convicções, sonhos e possibilidades que lhe foram negados por muito tempo. M. começa, finalmente, a ser sujeito de sua história. Esse foi o objetivo dos educadores do Travessia desde que foram para as ruas: inserir meninos como M. e seus companheiros no convívio familiar e social, torná-los cidadãos. Ao contrário de ―tirá-los‖ da rua, simplesmente afastando das vistas o problema social gritante representado pela infância e adolescência em situação de risco, o Travessia tem uma proposta mais ousada: ser um ―catalisador‖ no processo de integração do garoto. (Revista Travessia, Fundação Projeto Travessia- relatório anual de 1997. P.6- São Paulo)
Vocabulário Catalisador: estimulante, incentivador Projeto Travessia: é um dos projetos da Fundação Projeto Travessia. ONG que trabalha com crianças e adolescentes das ruas da cidade de São Paulo. 3- Embora os dois textos pertençam ao gênero jornalístico, pode-se perceber que há diferenças entre eles quanto ao tipo de linguagem. Relacione:
TEXTO
( 1 ) Só a roupa do corpo ( 1 ) Linguagem objetiva, impessoal
O futebol é uma escola Principalmente para as crianças e os jovens, o futebol é uma verdadeira escola: aí eles desenvolvem um jogo coletivo, de equipe e que exige cooperação. O futebol começa no zero a zero e todos devem obedecer às mesmas regras. É uma situação de igualdade. E depois, todos dependem de todos, porque não adianta o artilheiro ser de primeira quando o goleiro é de quinta categoria, por exemplo. É por esse aspecto que o futebol é uma escola. Porque jogar mesmo não se aprende na escola. Podem-se aprender regras, táticas, esquemas de jogo. Mas ginga, criatividade, drible são coisas que ninguém ensina. Treinam-se e desenvolvem-se jogando. Nós estamos assistindo ao declínio do futebol de várzea, ou dos campos de pelada. A ocupação desordenada das nossas cidades não respeita a necessidade de espaços onde as crianças possam jogar e treinar futebol. Isso também está prejudicando a formação de craques para o nosso esporte número um. Mas todos estamos torcendo para que esses problemas sejam superados. E aí vamos nos alegrar novamente com as vitórias da seleção e com o gol que — puxa vida — é, afinal de contas, a grande festa e a grande arte do nosso futebol.
(Revista Ciência hoje das crianças, n. 20. Rio de Janeiro: SBPC, fev./mar. 1991. p. 16. Texto adaptado para fins pedagógicos.)
Texto 2
Gibi do Ronaldinho Gaúcho estréia até março Por Marcus Ramone (9/1/06)
Ronaldinho Gaúcho, o brasileiro eleito pelo segundo ano consecutivo o melhor jogador de futebol do mundo, acaba de virar personagem dos quadrinhos da Turma da Mônica. O anúncio oficial foi feito no dia 28 de dezembro de 2005 por Mauricio de Sousa, criador do personagem, e pelo próprio craque da Seleção Brasileira.
28
Até março de 2006, chegarão às bancas de todo o Brasil o gibi e o álbum de figurinhas, ao mesmo tempo em que estrearão as tiras de Ronaldinho Gaúcho nos jornais. Essa é a segunda vez que Mauricio de Sousa transforma um craque do futebol brasileiro em personagem de quadrinhos. O primeiro foi o inesquecível Pelezinho, baseado em Pelé. Além dele, o argentino Maradona virou o serelepe Dieguito, num projeto que naufragou antes da estréia, e que, só recentemente, teve algumas tiras divulgadas. Outra tentativa que não deu certo foi com o centroavante Ronaldo ―Fenômeno‖. Após a Copa de 2002, ele chegou a aparecer como personagem de quadrinhos ao lado da Turminha, com o corte de cabelo à la Cascão, mas o projeto não vingou. 1- A. Leia o trecho a seguir para responder às questões: “Principalmente para as crianças e os jovens, o futebol é uma verdadeira escola: aí eles desenvolvem um jogo coletivo, de equipe e que exige cooperação. O futebol começa no zero a zero e todos devem obedecer às mesmas regras.”
a) Transcreva do trecho acima uma preposição com valor semântico de finalidade.
R: Para
b) Como se classificam gramaticalmente as palavras:
1. de: preposição
2. no: contração
3. às: contração
B. Leia o trecho a seguir para responder:
“Até março de 2006, chegarão às bancas de todo o Brasil o gibi e o álbum de figurinhas, ao mesmo tempo em que estrearão as tiras de Ronaldinho Gaúcho nos jornais. “
Dê o valor semântico das palavras abaixo:
posse tempo finalidade lugar direção modo possibilidade
1. até: tempo
2. às: lugar
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2- Releia as frases abaixo e separe com colchetes o sujeito e o predicado. Classifique cada um deles:
a) O futebol começa no zero a zero. S: O futebol (simples) P: começa no zero a zero (verbal)
b) O argentino Maradona virou o serelepe Dieguito. S: O argentino Maradona (simples) P: virou o serelepe Dieguito (nominal)
c) Chegarão às bancas de todo o Brasil o gibi e o álbum de figurinhas. S: O gibi e o álbum de figurinhas (composto) P: chegarão às bancas (verbal)
d) O primeiro foi o inesquecível Pelezinho.
S: O primeiro (simples)
P: foi o inesquecível Pelezinho. (nominal)
5- Leia esta tira, de Mauricio de Sousa:
A) Da oração ―Cascão! Este quarto está um lixo” :
a) Transcreva o sujeito e o predicado:
Sujeito: Este quarto
Predicado: está um lixo.
c) Qual é a função sintática do termo um lixo?
Predicativo do sujeito
B) Na frase : Este ambiente necessita de uma arrumação.
a) Identifique e transcreva o sujeito e o predicado.
Sonhar com notícias diferentes também significa sonhar com um mundo diferente. Para
saber quais notícias deveriam ter destaque neste mundo idealizado pelo cronista Rubem Braga, leia
o texto a seguir:
Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:
–– Chega! Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia. Você acredita nisso que os jornais dizem? Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças? Não! Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenham conteúdo jornalístico. Vejamos a história desse crime. ―Durante os três primeiros anos o casal viveu imensamente feliz...‖ Você sabia disso? O jornal nunca publica uma nota assim:
―Anteontem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de
23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos no pescoço e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: ―Meu amor‖, ao que ele retorquiu: ―Deolinda‖. Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7h45mim da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal.‖
A impressão que a gente tem, lendo os jornais – continuou meu amigo – é que ―lar‖ é um
local destinado principalmente à prática de uxoricídio. E dos bares, nem se fala. Imagine isto: ―Ontem, cerca de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro,
residente à rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar ―Flor Mineira‖, à rua Cruzeiro, 524, em companhia de seu colega Pedro Amâncio de Araújo, residente no mesmo endereço. Ambos entregaram-se a fartas libações alcoólicas e já se dispunham a deixar o botequim quando apareceu Joca de tal, de residência ignorada, antigo conhecido dos dois pedreiros, e que também estava visivelmente alcoolizado. Dirigindo-se aos dois amigos, Joca manifestou desejo de sentar-se à sua mesa, no que foi atendido. Passou então a pedir rodadas de conhaque, sendo servido pelo empregado do botequim, Joaquim Antunes. Depois de várias
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rodadas, Joca declarou que pagaria toda a despesa. Ananias e Pedro protestaram, alegando que eles já estavam na mesa antes. Joca, entretanto, insistiu, seguindo-se uma disputa entre os três homens, que terminou com a intervenção do referido empregado do botequim, Joaquim Nunes, que aceitou a nota que Joca lhe estendia. No momento em que trouxe o troco, o garçom recebeu uma boa gorjeta, pelo que ficou contentíssimo, o mesmo acontecendo aos três amigos que se retiraram alegremente, cantarolando sambas. Reina a maior paz no subúrbio do Encantado, e a noite foi bastante fresca, tendo dona Maria, sogra do comerciário Adalberto Ferreira, residente à rua Benedito, 14, senhora que sempre foi muito friorenta, chegado a puxar o cobertor, tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um pedaço de goiabada.‖
E meu amigo: –– Se um repórter redigir essas duas notas e levá-las a um secretário de redação, será
chamado de louco. Porque os jornais noticiam tudo, tudo menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida...
(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 148-9. Adaptado
para fins pedagógicos.)
VOCABULÁRIO: Surto: aparecimento repentino de determinada doença. Subúrbio: região longe do centro da cidade, periferia. Consorte: companheira, cônjuge. Culminando: chegando ao auge Retorquiu: respondeu Uxoricídio: o ato de matar a própria mulher Residente: morador Libações: beber, sugar. Botequim: o mesmo que bar Alegando: justificando 1- Leia o trecho:
“Anteontem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos no pescoço e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: “Meu amor”, ao que ele retorquiu: „Deolinda‟. Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7h45min da manhã, esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal.”
a) O parágrafo citado pode ser considerado uma notícia? Justifique com características próprias desse gênero. R: Não pode ser considerado uma notícia, pois relata apenas um fato do cotidiano, nada de um dos motivos que levam à escrita e publicação de notícias. b) E o texto como um todo também pode ser considerado notícia? Justifique sua resposta. R:O texto como um todo pode, pois relata um fato recente e responde às perguntas
básicas que uma notícia deve responder.
2-Que motivo levou o amigo do autor a lançar fora o jornal que estava lendo?
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R: Por no jornal só haver notícias trágicas, ruins.
3- Por que, segundo o texto, os jornais falsificam o mundo?
R: Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenham conteúdo jornalístico.
4- Pelo ponto de vista exposto no texto, parece que apenas um determinado tipo de assunto é motivo para se tornar notícia. a) Pode-se afirmar que apenas um determinado tipo de notícia é transmitido pelos meios de comunicação? Por quê? R: Não se pode afirmar, pois no jornal há notícias sobre outras coisas, além das trágicas,
como por exemplo, sobre ciência, progresso, proeminência.
b) Outros motivos levam um fato a ser noticiado. Assinale com um X o motivo pelo qual as manchetes “Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia.”, viraram notícia:
Cite uma notícia recente que se encaixe na escolha feita por você. R: Pessoal. 5- Segundo o texto ―Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:‖
a) O modo como o amigo do autor se desfaz do jornal é coerente com aquilo que ele está
lendo?
R: Não é coerente, pois são fatos trágicos, tristes.
b) Que justificaria essa atitude diante das tragédias relatadas pelo jornal?
R: Justificaria pelo fato de ele achar que o jornal só vê o lado ruim da vida, o amigo
acredita que há outras coisas melhores a ser noticiada.
6- Esse texto, escrito em maio de 1951, pode ser considerado atual ou superado? Justifique. Pessoal.
Sonhar com notícias diferentes também significa sonhar com um mundo diferente. Para
saber quais notícias deveriam ter destaque neste mundo idealizado pelo cronista Rubem Braga, leia
o texto a seguir:
Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:
–– Chega! Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia. Você acredita nisso que os jornais dizem? Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças? Não! Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenham conteúdo jornalístico. Vejamos a história desse crime. ―Durante os três primeiros anos o casal viveu imensamente feliz...‖ Você sabia disso? O jornal nunca publica uma nota assim:
―Anteontem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de
23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraçá-la alegremente, dando-lhe beijos no pescoço e na face, culminando em um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: ―Meu amor‖, ao que ele retorquiu: ―Deolinda‖. Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7h45mim da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra de propriedade do casal.‖
A impressão que a gente tem, lendo os jornais – continuou meu amigo – é que ―lar‖ é um
local destinado principalmente à prática de uxoricídio. E dos bares, nem se fala. Imagine isto: ―Ontem, cerca de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro,
residente à rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar ―Flor Mineira‖, à rua Cruzeiro, 524, em companhia de seu colega Pedro Amâncio de Araújo, residente no mesmo endereço. Ambos entregaram-se a fartas libações alcoólicas e já se dispunham a deixar o botequim quando apareceu Joca de tal, de residência ignorada, antigo conhecido dos dois pedreiros, e que também estava visivelmente alcoolizado. Dirigindo-se aos dois amigos, Joca manifestou desejo de sentar-se à sua mesa, no que foi atendido. Passou então a pedir rodadas de conhaque, sendo servido pelo empregado do botequim, Joaquim Antunes. Depois de várias rodadas, Joca declarou que pagaria toda a despesa. Ananias e Pedro protestaram, alegando que eles já estavam na mesa antes. Joca, entretanto, insistiu, seguindo-se uma disputa entre os três homens, que terminou com a intervenção do referido empregado do botequim, Joaquim Nunes, que aceitou a nota que Joca lhe estendia. No momento em que trouxe o troco, o
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garçom recebeu uma boa gorjeta, pelo que ficou contentíssimo, o mesmo acontecendo aos três amigos que se retiraram alegremente, cantarolando sambas. Reina a maior paz no subúrbio do Encantado, e a noite foi bastante fresca, tendo dona Maria, sogra do comerciário Adalberto Ferreira, residente à rua Benedito, 14, senhora que sempre foi muito friorenta, chegado a puxar o cobertor, tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um pedaço de goiabada.‖
E meu amigo: –– Se um repórter redigir essas duas notas e levá-las a um secretário de redação, será
chamado de louco. Porque os jornais noticiam tudo, tudo menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida...
(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 1978. p. 148-9. Adaptado
para fins pedagógicos.)
VOCABULÁRIO: Surto: aparecimento repentino de determinada doença. Subúrbio: região longe do centro da cidade, periferia. Consorte: companheira, cônjuge. Culminando: chegando ao auge Retorquiu: respondeu Uxoricídio: o ato de matar a própria mulher Residente: morador Libações: beber, sugar. Botequim: o mesmo que bar Alegando: justificando
1- “Ontem, cerca de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro,
residente à rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar “Flor Mineira”, à rua
Cruzeiro, 524,(...)”
a) Transcreva do trecho acima uma locução prepositiva.
R: cerca de
b) Qual valor semântico (sentido) dessa locução?
R: tempo
c) Como se classificam gramaticalmente as palavras destacadas no trecho acima?
1. à:contração de artigo mais preposição: crase
2. no:contração de artigo mais preposição: em+o.
3. sem:preposição
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d) Dê o valor semântico (sentido) de cada uma delas:
1.lugar 2.lugar 3.ausência
3- Releia as frases abaixo e indique o sujeito e o predicado de cada uma delas. Classifique
cada um deles.
a) Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo.
S: Meu amigo (simples) P: lança fora, alegremente, o jornal que está lendo. (verbal)
a) Os jornais noticiam tudo.
S: Os jornais (simples) P: noticiam tudo (verbal)
b) O sapateiro Augusto Ramos, de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento.
S: O sapateiro Augusto Ramos (simples)
P: aproveitou-se de um momento. (verbal)
c) Ananias e Pedro protestaram.
S: Ananias e Pedro (composto)
P: protestaram (verbal)
4- Leia a tira abaixo para responder às questões:
4.1) Identifique, transcreva e classifique o sujeito e o predicado das orações: a) “ (...) E continua em seu caminho” SUJEITO: Desinencial (ele) PREDICADO: E continua em seu caminho - Predicado verbal
tempo modo sentido direção finalidade posse lugar ausência possibilidade
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b) ―Ele está concentrado‖ SUJEITO: Ele – sujeito simples PREDICADO: está concentrado – Predicado nominal b'. Qual a função sintática de concentrado? R: É predicativo do sujeito