r. da horta seca, 44 – 2º dto 1200–221 lisboa | tel: 213 230 074 | fax: 213 431 611 | [email protected]contribuinte nº: 507034210 | capital social €5 000 | conservatória do registo comercial nº 12.656 FUSO – ANUAL DE VÍDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOA 25 AGO > 30 AGO 2015 TRAVESSA DA ERMIDA // 25 AGO | PRAÇA DO CARVÃO DO MUSEU DA ELECTRICIDADE // 26 AGO | JARDIM DO MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA - MUSEU DO CHIADO // 27 AGO | CLAUSTRO DO MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA // 28 AGO | JARDIM DO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA // 29 AGO | CLAUSTRO DO MUSEU DA MARIONETA // 30 AGO | CARPE DIEM // 27 AGO – 30 AGO #FUSO2015 http://www.fusovideoarte.com/2015/ https://instagram.com/duplacena/ https://www.facebook.com/FUSOanualvideoarte
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FUSO ANUAL DE VÍDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOAmuseus.ulisboa.pt/sites/default/files/dossierFUSO2015 PT.pdf · a vídeo arte portuguesa, apresentaremos obras, confrontando linguagens
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b) Programação:
Travessa da Ermida | 25 AGO |22h00
FUSO – Obras Seleccionadas
_ MIGUEL BONNEVILLE (PT) // Landscape of Failure, 2010, 5’
Inevitavelmente ligado a uma sensação de liberdade e a um sentimento de desespero. Inevitavelmente ligado a ti. A obrigatoriedade. A impossibilidade. Haverá sempre esta ligação entre ela, tu e eu. Haverá sempre um trauma que me ligará a ti. E hoje. Treze anos depois. Hoje posso aproximar-me do mar sem teres que me dar a mão ou levares-me aos ombros. Posso ver reflectida nele uma paisagem de fracassos que reconheço e a que me dedico repetidamente.
_ JOANA LINDA (PT) // Karunã, 2013, 4’
Karunã (tanto em Sânscrito como em Pali) é habitualmente traduzido como compaixão e é parte integrante do caminho espiritual do Budismo e Jainismo. Em "Ilha", um romance de Aldous Huxley (o seu último), os pássaros Minah foram treinados para repetir a palavra 'Karuna' com o intuito de consciencializar os seres humanos do que é realmente importante. Com uma ligação directa ao final do livro, este filme é uma espécie de pássaro Minah e pretende lembrar os espectadores de todas as vítimas anónimas e atrocidades cometidas em nome do progresso, religião e civilização.
Vive-se na era digital, e a dependência da tecnologia aumenta de dia para dia. Mesmo na ausência do ser, a electrónica manifesta-se. É esta interactividade que nos movimenta, nos cativa e nos faz ser mais do que somos, mas que nos torna mais estáticos em simultâneo. Somos nós que dominamos a tecnologia, ou é ela que nos domina? Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Animação I do curso de Comunicação e Design Multimédia.
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_ ELSA BRUXELAS (PT) // Duas pernas e um sopro, 2011, 5’
Quando corremos libertamo-nos de tensões e a nossa percepção visual transforma-se ganhando outras sensações. O simples facto de nos movermos por nós próprios impulsionados pelo nosso sistema, a outra velocidade, dá-nos a sensação sublime de estarmos sobre a terra, de a pisarmos, de certa forma de a dominarmos, embora sob a presença fatal do limite da nossa resistência e a fragilidade do nosso equilíbrio. Por momentos, tornamo-nos poderosos e ficamos suspensos no tempo, empenhados em gerar essa energia, enquanto o mundo com as suas imagens passa por nós. Essas imagens dançantes que se aproximam transformam-se afastando-se da sua resignada existência como paisagem de fundo. São formas que dão a conhecer por elas próprias proporcionando-nos um outro olhar.
_ MARIA ORNAF (POL) // Je suis allée, 2012, 1’28’’
Assim é a brancura. É a transição da realidade para algo que está por trás do fim. Apenas a inocência pode transcender o que é impossível de superar, a parede que se ergue diante de nós.
_ NUNO LACERDA (PT) // Mapa Museu, 2014, 8’08’’
Uma arquitectura fictícia suspensa no tempo e no espaço, tal como os seus habitantes.
_ MICAEL ESPINHA (PT) // Cinza, 2014, 10’
Partindo das imagens do Arquivo da Biblioteca de Arte - Fundação Calouste Gulbenkian, os autores criaram uma curta viagem ambiental, visual e sonora, por uma Cidade-Estado utópica e fantasmagórica. Nessa Lisboa imaginária, as centrais continuam a produzir electricidade, os motores das locomotivas da novíssima rede de Metro trabalham em ponto morto, os néons e a iluminação nocturna funcionam sem parar, a rádio continua a transmitir discursos de Salazar, mas não vislumbramos a mais leve
Se existe uma constante na obra de Pierre Bismuth, é de certo a maneira como o artista integra de várias formas o cinema no seu trabalho. “Respect the Dead” – respeitar os mortos – significa que é preciso atingir o silêncio e cessar toda a actividade durante algum tempo. Pierre Bismuth aplica esta regra elementar de filosofia de vida a um conjunto de filmes entre os mais célebres na história do cinema, filmes que têm em comum o facto de que uma morte surge de repente – por vezes mesmo no próprio genérico – na narrativa. Daqui resulta algo sem lógica: quando a morte acontece, o filme é cortado e o genérico do filme é acrescentado. Com Pierre Bismuth, que nos oferece de passagem a possibilidade de rever genéricos em todo o seu esplendor – para muitos verdadeiras obras-primas, os mortos podem, finalmente, viver em paz.
Na obra de Alejandro Cesarco, uma certa literatura – o nouveau roman, Roland Barthes – um certo cinema – o de Marguerite Duras – ocupam um lugar de primordial importância. É, sem dúvida, precisamente a Marguerite Duras que Alejandro Cesarco se refere com The Two Stories, retomando uma narrativa de Felisberto Hernández, escritor e músico uruguaio do séc. XX, fundador do “fabulismo literário hispano-americano”. De facto, o filme reveste-se explicitamente de uma forma – totalmente feita de lentidão, de concentração e de expectativa – desde sempre o traço distintivo da romancista/cineasta. O filme assenta essencialmente num anterior momento radical: uma câmara filma a preto e branco um espaço interior vazio mas que anteriormente tinha sido o local de um certo acontecimento como nos é relatado em voz off. A câmara segue em diferido os movimentos anteriores do olhar do autor/ leitor neste espaço, a partir de agora, vazio. Deste modo e muito paradoxalmente, é pela ausência dos diferentes protagonistas, relegados para a condição de fantasmas, que Alejandro Cesarco nos faz reviver com intensidade, um evento que – parece - acontecer.
_ PIERRE BISMUTH (FR) // Respect The Dead (Vertigo), 2003, 4’49’’
Os filmes de Margaret Salmon podem ser classificados como retratos inscritos numa tradição documental iniciada nos anos 1920, retratos que comportam uma dimensão de arquétipos e de universalidade. Do mesmo modo, é para o domínio da ficção que são atirados os “não atores” que ela escolheu. Em PS, um homem idoso está no centro de uma disputa conjugal. A violência é transmitida pelos diálogos repetitivos, pelas discussões sem saída. Esta relação doentia exprime-se repetidamente através de gestos compulsivos da mão do homem na terra – planos “rurais” que fazem lembrar a América da depressão. No entanto, artifícios fotogénicos, tais como um espectáculo pirotécnico ou um plano através de um pára-brisas cheio de gotas de água deslocam o filme, levam-no para outra dimensão, uma dimensão lírica. Com Salmon, a procura da reprodução cinematográfica de uma realidade complexa é conduzida por dispositivos e figuras que rompem - ainda que fugazmente – com o naturalismo evidente do trabalho.
_ PIERRE BISMUTH (FR) // Respect The Dead (Goodfellas), 2001, 2’37’’
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década de 1970. A apresentação de “Ultimatum”, deste último, na Experimental Intermedia Foundation
,em 1983, esteve na génese da “Bolsa de Arte Experimental Intermédia – Bolsa Ernesto de Sousa”.
Assim, desde 1992 até 2013, durante 20 edições, sob a orientação de Niblock, foram beneficiários da
Bolsa, que tinha lugar em Nova Iorque, criativos como Rafael Toral, Manuel Mota, Margarida Garcia,
João Paulo Feliciano, David Maranha, Adriana Sá ou André Gonçalves, entre outros.
Entre as suas múltiplas áreas de actividade Phill Niblock trabalhou com SunRa. O filme The Magic Sun
(SunRa) foi rodado em 1968, no ambiente artístico alternativo de Nova Iorque. Através da gravação de
um grande plano do músico e do instrumento, Niblock conseguiu transformar este filme de 17 minutos,
também pela intensidade das imagens e do som, num clássico do cinema underground.
Por coincidência temporal, teve lugar em Agosto de 1969 um acontecimento de que Ernesto de Sousa
foi o principal dinamizador, “O Encontro do Guincho”, que designou por “encontro como arte”
(“meeting as art”). O ponto de partida foi um projecto de Noronha da Costa para um filme. Do programa
constava a destruição a tiro de um objecto deste artista. Colaboraram nesta acção, além dos dois
citados artistas, os alunos do Curso de Formação Artística. Estiveram ainda presentes, entre outros:Melo
e Castro, Maria Alberta Menéres, Carlos Calvet, Fernando Pernes, Ana Hatherly, Artur Rosa, Helena
Almeida, Jorge Peixinho, Clotilde Rosa e António Pedro Vasconcelos entre outros.
Deste “happening” resultaram diversos registos fílmicos, um deles de Carlos Calvet. Os que esta sessão
dará a ver são da autoria de Manuel Torres e de Joaquim Barata.
Esta sessão termina com o filme de Manuel Torres, Convívio no Carrascal, 1967, Alunos e professores do
Curso de FormaçãoArtística (CFA) da SNBA, 1967, 5’que reflecte o espírito de interacção entre alunos e
professores do CFA, entre os quais se encontram, José-Augusto França, Manuel Taínha, Adriano de
Gusmão, Ernesto de Sousa, Sena da Silva,Blanc de Portugal, Santos Simões, Fernando Conduto, Sá
Nogueira, entre outros.
Programa:
_ PHILL NIBLOCK (EUA) // The Magic Sun, 1966, 17’
Em 1968, o realizador e compositor minimalista Phill Niblock filmou Sun Ra Arkestra a actuar no telhado dum edifício em Nova Iorque. Capturando extremos close-ups (dedos a tocar nas teclas, lábios a sobrar ar e címbalos a vibrar rapidamente) em alto contrate da película a preto e branco, Niblock concebeu uma montagem impressionante de 17 minutos que se tornou um clássico do cinema underground. O ritmo cinético do The Magic Sun combina perfeitamente com o som amorfo e movimento livre do Arkestra. Enquanto as imagens de Niblock voam, parecem fundir-se e enevoar-se, tanto como as curvas fluidas do Arkestra se sobrepõem e constroem em nuvens intangíveis de energia.
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_JOAQUIM BARATA (PT) // Encontro do Guincho, 1969, organizado por Ernesto de Sousa, 1969, 5’
“(…) Na prática e de uma maneira deliberada e progressivamente mais consciente procuramos destruir a diferença entre a crítica e a operação estética, pelo menos no sector das “artes”, até aqui mais ou menos discretas. A informação discussão dos novos meios operatórios do processo estético moderno (valência do conceptual sobre o objectual, do projecto sobre o objecto) tomam aquela confluência mais urgente e útil. Um certo número de operações que vamos identificando com o nosso próprio projecto criativo são exemplo disso e doutras confluências (passado futuro, o mesmo e o outro, etc.). Nomearei o encontro como arte (meeting as art) e o passado como arte (past as art). A primeira destas operações começou em 1969, num Encontro no Guincho.” Ernesto de Sousa, in “Abril”, Revista de Reflexão Socialista, 9/11/1978
_ MANUEL TORRES (PT) // Encontro do Guincho, 1969, organizado por Ernesto de Sousa, 1969, 5’
_ MANUEL TORRES (PT) // Convívio no Carrascal, 1967, Alunos e professores do curso de Formação
Artística da SNBA, 1967, 5’
_ ERNESTO DE SOUSA (PT) // Nós Não Estamos Algures, 1969, 8'04’’
Documentação sobre o Exercício de Poesia Comunicação realizado no Teatro Primeiro Acto em Algés, com a presença de Almada Negreiros. Música de Jorge Peixinho.
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« Em Julho de 1974, de férias em Creta, tenho 24 anos e encontro-me, pela primeira vez, com a guerra. No sul da ilha, avisos de mobilização geral são afixados um pouco por todo o lado, nas paredes, nas árvores, nas praças das aldeias. A ilha esvazia-se de súbito com a partida dos seus homens, que eu vejo subir para os autocarros, partindo para o Chipre, para a guerra. Ao reflectir no projecto Suspended Spaces, pensei nas fotos recordando essa viagem. Elas são imperfeitas, mal enquadradas, com um carácter de estranheza devido aos dedos que, às vezes, se vêem diante da objectiva. Embora nunca tenha ido ao Chipre, percebo que esta ilha e Creta são geograficamente muito semelhantes, quais gémeas: latitude, superfície, população, paisagens. O acaso colocou-me num cruzamento da minha história pessoal e com um momento da história, ainda inacabado “over here”.» Sophie Ristelhueber
_ JAN KOPP (DEU) // The House, 2009, 4’42’’
Para realizar a animação The House, Jan Koop redesenhou uma fotografia que tirou a uma construção em betão armado na parte norte do Chipre. Esta construção inacabada, restos de uma obra por terminar era igual às que existem, às centenas na ilha mas também noutros locais da bacia Mediterrânea, sem que se saibam as razões deste estado de coisas (problemas legais, financeiros, políticos?). Jan Koop interessou-se particularmente por esta construção inacabada “pela sua arquitectura que lembrava a silhueta dum templo da Grécia Antiga”.
“Primeira visita: A atracção que sinto por esta casa e pela sua beleza é como a que permanece em nós quando recordamos modelos perfeitos guardados na infância - a morada de família, casa quadrada e opulenta dos avós onde se passavam as férias no campo – mas rapidamente perdida. Um movimento contrário, uma espécie de calafrio difuso que não compreendi de imediato impôs-se pouco a pouco: havia qualquer coisa que não funcionava, uma espécie de desproporção, de anacronismo, de incongruência, nas flores orgulhosas e erectas, com amarelos demasiado verdes, com dimensões exageradas para a pequena varanda onde estavam colocadas…” Famagouste, Chypre.
_ ZIAD ANTAR (LB) // Famagusta, 2009, 1’
Por ocasião de um almoço numa pequena taberna de uma aldeiazinha Cipriota, perto de um lugarejo muçulmano abandonado desde a divisão de 1974, Ziad Antar deu conta de um pequeno cartaz humorístico afixado nas casas de banho, no qual se via a silhueta de dois burros. Estavam atados um ao outro, mas cada um puxava em sentido contrário para alcançar as folhas dos arbustos que estavam diante deles. Depois de cada um ter tentado em vão ser o mais forte, os dois burros param, esgotados, sentam-se e olham um para o outro enquanto um ponto de interrogação sublinha o seu desalento. Então decidem os dois ir comer o mesmo arbusto.
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_ MIRA SANDERS (BE) // The Journey, 2009, 5’
The Journey propõe uma viagem através da iconografia do turismo. Este trabalho tem como ponto de partida a viagem de Mira Sanders em 2008 ao Chipre, onde sentiu a ambivalência do turismo: a tenção emanada da ilha, que é ao mesmo tempo um lugar de repouso privilegiado dos turistas ocidentais. Mira Sanders encontrou essas imagens no decurso de pesquisas sobre o turismo e a sua evolução. Ela cortou-as e montou-as entre elas e redesenhou umas tantas. De seguida juntou-as numa grande maqueta que a câmara visita. Os grandes imóveis do vídeo fazem lembrar os complexos turísticos construídos nos anos de 1960 e deixam entrever, através das suas janelas imagens de locais turísticos. O visitante reconhece um grande número desses clichés, porque eles fazem parte do nosso imaginário colectivo. Essas paisagens e monumentos estão classificados de acordo com a sua natureza e o conjunto, sob o telhado do grande projecto da biblioteca do arquitecto Etienne-Louis Boullée (1786), propõe um arquivo internacional de turismo. Diante dos edifícios, apercebemo-nos da multidão humana que percorreram o mundo desde há séculos. Esta interrogação sobre as imagens e sobre a representação do espaço, forma o conjunto da obra de Mira Sanders, que ela própria define com o título “Jornal de um utilizador do espaço”. Esta expressão foi-lhe inspirada pelo livro Espèces d’espaces de George Perec.
_ VALERIE JOUVE (FR) // Traversée, 2012, 18’
Da Palestina sabemos as complexidades territoriais complicadas, deslocar-se é em si mesmo uma questão política escaldante. Valeria Jouve decidiu aí filmar um road movie de Jerusalém a Naplouse onde seguimos uma marionetista acompanhada do seu boneco de trapos mudo e de uma jovem adolescente que mantêm uma relação harmoniosa. As paisagens são descobertas pelos travellings a partir da sua carrinha, que possibilitam vislumbrar as cidades, colinas e o muro, que separa o espaço. E os seus encontros. Uma falsa fluidez, pontuada por imagens fixas faz das fotografias, estampidos que pontuam o filme. (N.Féodoroff) «A travessia do território é ditada por um peculiar e improvável trio : uma criança, uma marionetista e o seu fantoche, e o seu duplo pobremente identificado (como um elemento criando laços). As suas relações são afectuosas mas tumultuosas. Estas duas personagens não são os protagonistas do filme, mas mais mensageiros deste território. Eles põem as relações humanas em jogo, extraídas de uma simples leitura de conflito, para restaurar outra realidade de vida lá.»
_ JAN KOPP (DEU) // Courir Niemeyer, 2013, 3’42’’
Vídeo realizado a partir das captações em vídeo de diversos artistas ( Maïder Fortuné, Nesrine Khodr, Marcel Dinahet,…). No vídeo, Jan Kopp aparece a correr sobre o local da Feira Internacional Rachid Karamé do arquitecto Niemeyer, em Tripoli no Líbano e que ficou inacabada. A corrida parece uma veia que se escapou no espaço e no tempo. O artista aparece numa escala minúscula no meio deste quadro arquitectural deserto, símbolo do modernismo e de uma idade de ouro do passado. “O meu corpo, aqui, é efectivamente um instrumento que me permite talvez medir este lugar, tornando-se o instrumento que mostra esse lugar”. A monumentalidade do quadro imóvel contraste com a fragilidade do corpo em movimento, e mais ainda, com o contexto político e económico do país.
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_ DANIEL LÊ (FR) // The Sky Over Saïda, 2013, 8’43
No sul do Líbano, na cidade de Saïda, testemunhei um curioso ballet aéreo de pombos. Todas as manhãs e todas as noites antes do pôr-do-sol, no topo de um telhado, um homem coloca uma bandeira de um partido político de esquerda de Saïda e os pombos voam. Os pássaros voam em círculo. O círculo que eles traçam no céu sobre a cidade expande-se gradualmente. Ibrahim senta-se, olha para o céu e segue este voo silencioso. Saïda é uma cidade do sul do Líbano e podemos imaginar Ibrahim a olhar para outros objectos que voam no céu. Eventualmente, noutro telhado, outros pombos partem e também traçam um círculo cada vez maior até que os dois círculos se encontram. É uma antiga tradição do Médio Oriente colocar os pombos a voar em círculos e tentar trazer de volta os pombos de outra pessoa ao seu telhado. Os jogadores guiam os pombos atirando ao ar, com a ajuda de uma fisga, limões, pequenas pedras ou mesmo cebolas. Ibrahim comunica com os seus pombos por assobio. De seguida, ele dobra a sua bandeira, e é o sinal para os pombos voltarem a casa.
_ MARCEL DINAHET (FR) // Sur les toits - Tripoli/Niterói, 2013-2014, 3’
Corre em cima dos telhados de construções circulares de Oscar Niemeyer em Tripoli sobre a cúpula e em Niteroi sobre a plataforma do telhado, possibilita uma visão 360o do espaço envolvente onde se inscrevem estas realizações arquitecturais. Em simultâneo, a percepção deste espaço envolvente e da dimensão física do edifício mantém-se durante o tempo de uma rotação.
_ MAÏDER FORTUNE (FR) // It’s all True (pour un projet de film), 2014, 10’
Na baía do Rio, erra o fantasma de um crocodilo. Diz-se que vem do Nordeste. Que foi devorado por um tubarão depois de ter encontrado o presidente Vargas. Diz-se que é por causa de um filme realizado por um americano. Diz-se também que os tubarões não comem crocodilos. E que Orson Welles não tem nada que fazer lá dentro. *No quadro de uma residência no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, com o coletivo Suspended Spaces.
_ ERIC VALETTE (FR) // Boa Viagem, 2014, 5’
Boa Viagem inscreve-se na série dos vídeos “Love Train”. Foi inteiramente rodada na MAC-Niteroi (arquitectura de Oscar Niemeyer), na baía do Rio de Janeiro. Uma câmara montada num comboio eléctrico atravessa paisagens arquitecturais que serpenteiam e parecem construir-se à medida que o comboio avança. Cada sequência termina pelo embate com a maqueta do parlamento de Brasília, e prende-se a um outro percurso. As maquetas e as filmagens foram realizadas com a colaboração de estudantes do curso de Artes da Universidade Federal Fluminense (Brasil): Gabriela Bandeira, Filipe Brito, Shirley Cunha, Elisa Gouvea, Barbara Perobelli, Juliana Rodrigues, Bruno Torres, Mateus William.
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Claustro do Museu Nacional de História Natural e da Ciência | 28 AGO | 23h15 PAULA LÓPEZ ZAMBRANO
CUTS TO VIOLENCE
Duração: 54’
Arte e violência são os dois cortes afiados produzidos simultaneamente por uma faca de dois gumes.
Este programa reúne uma selecção de trabalhos vídeo de artistas vindos de diferentes geografias, mas
que partilham preocupações semelhantes. Com implicações subtis e efeitos poderosos estes vídeos
provocam uma abordagem em direcção à indefinição do sentido, a condição humana em relação à
crença e devoção, escuridão, visibilidade, e estrago com os seus efeitos recíprocos na reparação. Eles
oferecem uma compreensão sobre a relação entre poder e política, ridículo e absurdo, género e
violência estrutural.
Nos seus discursos, Martin Luther King disse que violência gera violência, ódio traz um maior ódio. A
arte não consegue curar nenhum estrago, por vezes abre velhas feridas, e traz-nos pensamentos que
nos fazem sentir mal. A arte pode desafiar a violência, a arte pode re-apresentar a violência, a arte pode
também provocar violência ou pode ser violenta. Mas no final, a arte esconde a violência com o seu véu
de estética inerente. Daí o título “Cortes de Violência”: peças de vídeo, imagens e sons que confrontam
a violência de forma dolorosa e estética, dura e sedutora, nos dois gumes.
Programa:
_ MAURICIO ALEJO (MEX) // An Ordinary Glass to Lean Against Any Given Wall, 2015, 2’00’’ Este vídeo é baseado numa vaga memória de uma instalação que o artista testemunhou à 20 anos atrás. A instalação consistia num simples copo inclinado contra uma parede de um museu. O título era tão descritivo e simples com a peça em si, mas muito poderoso. O vídeo mostra um copo inclinado contra a porta de um elevador, eventualmente a porta abre e o copo cai e parte-se. Contudo, um resultado mais violento acontece quando as portas continuam a fechar-se mesmo com os restos dos estilhaços de vidro no chão a obstruírem. Neste vídeo o vidro é levado para o domínio público, e é gravado nas instalações da Secretaría de Gobernación da Cidade do México.
_ MAURICIO ALEJO (MEX) // Crack, 2002, 0’41’’ Um prato branco rachado encontra-se num limbo branco. De seguida, o som de alguém a soprar a câmara faz com que se parta. Além da transformação física e da revelação feita por um simples gesto, encontra-se uma compreensão mais transcendente: a da incerteza onde a realidade é representada por meios tecnológicos.
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Um barbeador eléctrico move-se em círculos no chão devido às suas próprias vibrações. A máquina arrasta-se em torno do seu cabo de alimentação de uma forma obstinada até que o entrelaçamento faz com que o cabo de alimentação se solte da ficha eléctrica e que a máquina pare. Este vídeo infunde o movimento irracional da máquina com o que poderia ser entendido como força de vontade, criando uma narrativa de aniquilação auto-infligida.
_ JORDAN BASEMAN (EUA) // July the Twelfth 1984, 2003/2014, 13’00’’
July the Twelfth 1984 fazia parte da primeira exposição individual do Jordan Baseman don’t stop ‘till you get enough na Matt’s Gallery em 2005, e desde então foi completamente refeito para a exposição a solo Nobody Likes Us But We Don’t Care na Kunstverein Freiburg, 2014. July the Twelfth 1984 é uma animação experimental baseada na gravação de áudio, ao vivo, da contagem regressiva para a execução de Ivon Ray Stanley, realizada pelo Estado da Georgia. *Cortesia do artista e da Matt's Gallery, Londres.
_ CLEMENCIA ECHEVERRI (COL) // De doble filo, Actos del habla (Double-edged, Acts of Speech), 1998,
5’28’’
Usando diferentes abordagens, Clemencia Echeverri explorou os problemas relacionados com os efeitos colaterais que a violência e os conflitos armados têm na sociedade Colombiana. No vídeo De Doble Filo, De Dois Gumes, Clemencia Echevrri salienta a intensificação das catástrofes produzidas pela capacidade destrutiva dos seres humanos, e que as mesmas podem ser comparáveis ao poder que as forças naturais têm. A única diferença reside no facto da dinâmica da devastação gerada por indivíduos e grupos ser cada vez maior, e não parecer ser governada por uma destruição de carácter cíclico onde destruição e construção alternam. Carmen María Jaramillo
_ PATRICK GODDARD (UK) // Free Radicals, 2013, 5’45’’
Um poema de verso livre é lido sobre um ponto de vista visual do que parece ser um escorrega de água. Ocasionalmente, uma segunda voz entra na conversa como um desordeiro na parte de trás, ridicularizando a pomposidade do narrador principal. O poema gira vagamente em torno de ideias de 'caos linguístico', o vigor político de quem está de fora e uma ruptura da linguagem. "Um disléxico diz a outro: "consegues sentir o cheiro da revolução? " - O Segundo responde ' eu nem consigo soletrar o meu próprio maldito nome companheiro ' (isso nem sequer faz sentido) e, com este feitiço as ideias desintegram-se num conceito de morte súbita, flácido como uma piada resumida. ”
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_ MARIA JOSE SESMA (MEX) // Mea Culpa, 2014, 4’55’’
Conversa online entre um grupo de familiares, durante Julho e Agosto de 2013 em Torreon, Coahuila
_ RICHARD HARDS (GB) // What kind of tone is that?, 2014, 5’33’’
'What kind of tone is that?' é um vídeo que intercala um screentest com o actor Arno Frisch com imagens caseiras de uma câmara de vigilância de um incidente num conjunto habitacional em Londres. Frisch lê um guião que narra a relação do artista com o vídeo.
_ LAURE PROUVOST (FR) // It Heat Hit, 2010, 6’
It, Heat, Hit é um novo trabalho que constrói e impulsiona uma história inferida através de uma sequência de movimento rápido de comentários escritos e excertos de incidentes e imagens quotidianas que foram filmadas pela artista. Imagens inocentes e agradáveis , como um sapo a nadar ou uma rua coberta de neve, são seguidas por declarações de amor e violência implícita. Estas são inter-cortadas com imagens estranhas, desconexas, como close-ups de flores, partes do corpo ou alimentos. O humor do filme torna-se gradualmente mais escuro e mais inquietante, embora nada seja afirmado directamente. A intensidade crescente do filme é reforçada pelo ritmo opressivo de um tambor que acompanha os fragmentos de música e voz. Tal como acontece com outros filmes de Prouvost, o ritmo testa os limites da percepção e torna difícil assimilar cada imagem e comentário. A repetida visualização muda subtilmente o que é entendido de cada vez, enquanto Prouvost destaca o carácter escorregadio do significado e das noções de realidade. *Cortesia de Laure Prouvost e LUX, Londres.
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_ OSWALDO RUIZ (MEX) // Tree, 2011, 3’00’’
Uma cena nocturna onde uma árvore é queimada, um símbolo a ser queimado. Um carro sugere uma presença, alguém que observa a cena de um sítio desconhecido, o carro também funciona como um espelho distorcido que reflecte o que está a acontecer. O vídeo destina-se a ser habitado pela contemplação da transformação, enquanto a árvore muda a sua forma e se torna num esqueleto.
‘Streetwalking’ movimenta-se entre as ruas da cidade de Belfast e Bahrain com snapshots de dois festivais historicamente importantes. Em Belfast, os locais Orangemen (membros da organização protestante Ordem Laranja) marcham em redor dos bairros centrais martelando tambores e assobiando flautas como forma de celebração do 'Twelfth' (também conhecido como Orangemen's Day, é uma celebração que acontece no dia 12 de Julho todos os anos), adornando as suas faixas e banners de vitória. No Bahrain, xiitas marcham em redor de Manama durante o dia de luto de 'Ashura' num ritual onde batem no seu próprio peito e se auto-flagelam chamado ‘tatbeer’, usando lâminas nas extremidades das correntes para cortarem os seus corpos em uníssono.
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_ MIGUEL PALMA (PT) // Engenho, 1993
Depois de ter construído um veículo motorizado, verdadeiramente funcional, Miguel Palma realizou a viagem inaugural, que ficou registada em vídeo. O destino foi a cidade do Porto, de modo a fazer parte da exposição "Imagens para os anos 90", na Fundação de Serralves.
_ MIGUEL PALMA (PT) // S/ título, 2000, 4’06’’
Um reboque com uma série de carrinhos no seu interior que chocam uns contra os outros à medida que o primeiro se desloca.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Lisboa – Roterdão, 2001, 4'19''
Um reboque com uma maqueta de uma cidade costeira foi transportado de Lisboa a Roterdão, uma câmara no seu interior regista as alterações na cidade.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Festival Aéreo, 2001, 5'13''
Miguel Palma conduz um avião tele-comandado na zona oriental de Lisboa, uma câmara no interior do avião regista a viagem.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Polaroid, 2003, 1'56''
É tirada uma fotografia e registada a sua revelação através do processo polaroid.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Accident Motion Pictures, 2003, 3'58''
Uma ambulância encontra-se em movimento, no seu interior uma série de carrinhos em miniatura, chocam uns contra os outros, à mercê do movimento da primeira.
contribuinte nº: 507034210 | capital social €5 000 | conservatória do registo comercial nº 12.656
_ MIGUEL PALMA (PT) // Travelling With Pets, 2003, 6'42''
Um dispositivo de transporte de animais é construído por Miguel Palma e colocado no tejadilho do seu carro para transportar o
seu cão. _ MIGUEL PALMA (PT) // A Arte é uma verdade, 2005, 5'34''
Miguel Palma constrói um boneco de madeira que se assemelha ao personagem Pinóquio. _ MIGUEL PALMA (PT) // Projecto Aríete, 2005, 5'38''
Projecto de internacionalização de Miguel Palma. O artista deslocou-se através de carro aos principais museus de arte contemporânea Europeus, apresentou-se, ofereceu catálogos e um porfólio seu.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Projecto Gravidade, 2008
Miguel Palma desce a Serra do Caramulo num carrinho de rolamentos criado por si.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Erosão, 2009, 4'38''
Uma mota em miniatura é conduzida por Miguel Palma sobre uma superfície bastante áspera.
_ MIGUEL PALMA (PT) // Inside Out, 2009, 6'39''
Num pequeno espaço urbano vazio, esquecido e cheio de lixo, Miguel Palma cria um lago temporário onde coloca a navegar uma série de barcos tele-comandados.
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internacionalizante, voltada a uma expressão artística (e naturalmente política) alheia a conexões
nacionais de pertencimento, que caracteriza o filme seleccionado pelo Cine Esquema Novo para o Fuso
2015. Com "Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças", de Arthur Tuoto, trazemos a Lisboa pela
primeira vez o trabalho galardoado com o Grande Prémio do Cine Esquema Novo 2014: uma obra que,
nas palavras do Júri, apresenta uma “ressignificação de textos e imagens apropriados pelo artista,
levando o espectador a uma reflexão política sobre o mundo contemporâneo através da forma de um
potente filme-ensaio". Um trabalho de “found footage cinema” que se movimenta no coração da
agenda contemporânea, e que através de um áudio de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville nos
convida a mergulhar numa obra singular dentro do panorama dos filmes de apropriação.
Programa:
_ ARTHUR TUOTO (BR) // Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças, 2014, 60’
Formado por imagens apropriadas de diversos suportes, o filme narra a fábula dos Monstros, descrevendo a condição humana a partir de uma percepção trágica e desoladora.
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artistas bem conhecidos, tais como Pipilotti Rist e Dara Birnbaum. O programa conta também com uma
edição especial de vídeo de um “espectáculo de rock’n roll de marionetes”, que foi concebido e escrito
por Dan Graham, com projecções de vídeo de Tony Oursler, com música de Japanther, e um elenco de
marionetas pelo mestre marionetista Philip Huber.
Assumindo a forma de “vídeos de música” alternativos, estes trabalhos são largamente conceptuais na
sua natureza, onde os artistas exploram o sentido e sintaxe das canções de música pop e rock como
“bandas sonoras” das nossas narrativas culturais e pessoais.
Programa:
_ C. SPENCER YEH, JASON LESCALLEET (TWN, EUA) // “Beauty Is A Bowtie (HTDW)”, 2013, 2’14’’
_ C. SPENCER YEH, JASON LESCALLEET (TWN, EUA) // “Beauty Is A Bowtie (HTDW)” (Alternate Version),
2013, 2’14’’
C. Spencer Yeh é reconhecido pela sua arte interdisciplinar, que liga composição musical, performance improvisada, e vídeo experimental. Grande parte do trabalho de vídeo de Yeh engloba composição e performance avant-garde, alguns como estudos da forma e técnica, ou como colaborações com artistas e músicos. Outros projectos humoristicamente carregados são excursões na antropologia da cultura pop e trash, envolvendo-se em questões de valor, autenticidade, acesso e interacções sociais dentro dos mutáveis paradigmas para a circulação de imagens (não autorizadas). C. Spencer Yeh criou dois conjuntos de imagens para acompanhar a composição do músico de electrónica Jason Lescalleet; cada um representa uma interpretação “narrativa” da música surpreendentemente diferente. Yeh escreve “ Jason Lescalleer pediu-me para trabalhar num vídeo para a sua gravação SONGS ABOUT NOTHING, que seria integrado na série de vídeos que acompanhariam cada faixa do álbum. Originalmente enviei uma versão que não era bem o que ele tinha imaginado (o seu pedido foi ‘Eu sei que saberás o que fazer com as sugestões pop e blue-eyed soul desta faixa’), então cavei numa colecção de filmagens VHS que tinha. Essa vibe, juntamente com alguns vídeos que tinha recolhido, foram completados com uma amostra discreta de um popular e conhecido trabalho de vídeo experimental… De repente, uma nova história foi escrita com que ambos estávamos contentes. Eu ainda gosto bastante da versão original, assim agora posso apresentar as duas, lado a lado…”
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_ CHERYL DONEGAN (EUA) // I Still Want to Drown, 2010, 3’18’’
O vídeo tem sido central ao trabalho de Cheryl Donegan desde inicio da década de 90, integrada numa geração de artistas que estava a desenvolver uma nova prática de arte conceptual. Os trabalhos de Donegan são unificados por uma interrogação sustentada das superfícies – uma tela, um ecrã, um tecido, o próprio corpo da artista. O trabalho de Donegan integra formas gestuais de performance e vídeo, time-based, com pintura, desenho e instalação. Os seus trabalhos extraem influências de uma panóplia de referências históricas da cultura pop, cinema e da arte, de Godard aos Beach Boys, da moda vanguardista ao Jackson Pollock. Donegan escreve: "Esta peça é uma curta lamentação e meditação sobre trabalho doméstico, desgostos amorosos e a representação… manter as aparências e aparecer para manter… pensei no Douglas Sirk e em decoração… a um som crescente de Dionne Warwick, o vídeo desenrola-se como uma série de imagens de uma mulher sozinha num apartamento escuro, filmado do ponto de vista de um voyeur através de uma janela. É Jeanne Dielman nas suas rotinas mundanas de cozinha, limpeza. Interiores exuberantes, “fly-throughs” digitais de apartamentos luxuoso à venda, depois uma montagem em remoinho de objets d'art em vidro decorativos e mesas de café kitsch flutuam enquanto a cantora lamenta a traição do seu amante e declara a sua inabalável fé. ”
_ PIPILOTTI RIST (CHE) // I’m a Victim of This Song, 1995, 5’06’’
Pipilotti Rist é reconhecida internacionalmente pelos seus influentes e visualmente luxuosos trabalhos de vídeo e instalações multi-media que exploram a sexualidade feminina e a cultura media através de divertidos remixes de fantasia e quotidiano. Nos anos 80 e 90 a suíça Rist fez uma série de trabalhos de vídeo onde subverte a forma do videoclip para explorar a voz e o corpo feminino nas representações culturais pop, fundindo música rock, manipulação electrónica, e performance. Rist explora as culturas populares e media e a sua relação com o desejo. Em I'm a Victim of this Song, Rist explora o conceito da versão “cover”, onde um performer faz uma versão de uma música de outro, e dá-lhe o seu próprio twist. Começando com o single Wicked Game de Chris Isaak, ela adiciona o seu próprio canto e versões gritadas das letras, acompanhadas por efeitos-manipulados, imagens de vídeo diárias. (Em meados dos anos 80 Rist foi membro de um grupo experimental post-punk pop Les Reines Prochaines, para o qual fez alguns dos seus primeiros trabalhos.) O resultado é uma art-world “cover” de um popular artefacto, com uma voz de mulher reinterpretando um original masculino, e uma ilustração vivida da contestação do consumidor em possuir e interpretar imagens media.
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_ DARA BIRNBAUM (EUA) // Remy/Grand Central: Trains and Boats and Planes, 1980, 4’18’’
Os trabalhos de vídeo de Dara Birnbaum estão entre as contribuições mais influentes e inovadoras para o discurso contemporâneo sobre arte e televisão. Nos seus trabalhos de vídeo e instalações multimédia, Birnbaum utiliza tanto vídeo tecnologia de alta qualidade com de baixa qualidade para subverter, criticar e desconstruir o poder das imagens e gestos dos mass media na definição de ideologias na cultura, história e memória. Através de uma linguagem televisual dinâmica de imagens, música e texto, ela expõe os sentidos ideológicos incorporados nos media e assume o vídeo como um meio para dar voz ao individual. Comissariado por Remy Martin para uma exposição pública no Grand Central Station em Nova Iorque, Remy/Grand Central é um anúncio com um twist. Numa colagem sincopada de filmagens apropriadas (incluindo anúncios televisivos para os jeans Sergio Valente) e uma jovem mulher a beber Remy numa plataforma de comboios, Birnbaum chama a atenção para como os anúncios mass media usam o corpo das mulheres como veículos para vender produtos. Num pastiche estilizado que ela chama “um snack-en-route com uma bonita rapariga, animados comboios, updated Bacharach muzak (estilo brasileiro), e o derramar do Remy,” Birnbaum subverte a utilização das mulheres como comodidade por parte dos media.
_DAN GRAHAM (EUA) // Don’t Trust Anyone Over Thirty. Live performance and original music:
Japanther ; Video projections: Tony Oursler, 2004, 32’
Provocantes e influentes, os trabalhos e teorias de Dan Graham analisam as funções históricas, sociais e ideológicas dos sistemas culturais contemporâneos, incluindo arquitectura, música rock e televisão. Nas performances, instalações, e designs arquitecturais/escultóricos, ele investiga o acto de ver e ser visto, o espectador e o ambiente. Desde as suas primeiras manipulações da percepção através do atraso do tempo, circuitos internos de vídeo, e espelhos até aos seus mais recentes pavilhões arquitecturais, Graham explora espaços públicos e privados e os seus significados culturais. Don’t Trust Anyone Over 30 foi originalmente apresentado em 2004 como um “espectáculo rock ‘n’ roll de marionetas” ao vivo, concebido e escrito por Graham com vídeo projecções de Tony Oursler e música ao vivo pela banda Japanther. Apresentando um elenco de marionetas pelo mestre marionetista Phillip Huber, este “entretenimento” satírico estende a fascinação de Graham com uma análise ao rock ‘n’ roll e às novas contra-culturas dos anos 60 e 70. Pontuado por uma banda sonora de rock, post-punk e canções de pop que funcionam como marcos culturais, Don't Trust Anyone Over 30 usa marionetes, um espectáculo multimédia e música para contar uma história absurda, psicadélica de uma era política e social.
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Carpe Diem Arte e Pesquisa || 27 - 30 AGO
Carpe Diem Arte e Pesquisa
Foto: Fernando Piçarra
_ FUSO FILES
27 a 30 de Agosto / Qui. a Dom. / 13h - 21h / Carpe Diem Arte e Pesquisa Conceito/Coordenação: Elsa Aleluia Instalação progressiva no Carpe Diem Arte e Pesquisa com curadores das sessões do FUSO e outros artistas convidados. Apresentação diária de dispositivos de arquivo e instalação de filmes, cenários para conversa e performance, com espaços de cozinha e de documentação. Com a participação de curadores do FUSO como Lori Zippay (Electronic Arts Intermix), Françoise Parfait (projecto colectivo itinerário Suspended Spaces), Isabel Alves (Ernesto de Sousa), Xavier Franceschi (FRAC Île-de-France) e, apresentações de práticas colectivas e subjectivas de produção de filmes, de exibição, e de formação de arquivos de artista e grupos de artistas convidados. Formação de um espaço social, subjectivo e de imagem em movimento em conversação. Mais informações e actualizações permanentes em http://www.fusovideoarte.com/2015/14_files.html