Nara Barbosa Fontes Fungicidas utilizados na cultura do algodão
Jun 07, 2015
Nara Barbosa Fontes
Fungicidas utilizados na
cultura do algodão
Dos 250 patógenos relatados na cultura do algodão, mais
de 90% são fungos;
A Ramulose (Colletotrichum gossypii var.
cephalosporoides) e a Ramulária (Ramularia areola) se
destacam como as duas doenças fúngicas de maior
importância;
A maioria das doenças fúngicas são disseminadas via
sementes infectadas;
O custo com fungicidas variou de 2,80-3,9% do custo de
produção na safra 2013/2014 segundo IMEA.
Introdução
Principais doenças fúngicasDoença Patógeno(s) Órgão(s)
atacado(s) Observações
RamuloseColletotrichum gossypii var. cephalosporoides
Geralmente folhas mais novas
A aplicação de fungicidas deve-se iniciar quando os primeiros sintomas forem indentificados em poucas plantas (1 – 2%).
Ramulária, falso oídio ou mancha branca
Ramularia areolaGeralmente folhas mais velhas
Controle químico se faz necessário quando as primeiras lesões são identificadas nas folhas mais velhas.
Tombamento
Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Phyhium, Rhyzopus, Colletotrichum gossypii e Rhizoctonia solani
Plântulas pré ou pós emergidas
Reduz stand de plantas significativamente. Tratamento de sementes é indispensável.
Murcha de Fusarium
Fusarium oxysporum
Todas as fases da cultura
Tratamento de sementes é fundamental.
Principais doenças fúngicasDoença Patógeno(s) Órgão(s)
atacado(s) Observações
Mancha de alternária
Alternaria marcrospora
Folhas mais velhas e folhas cotiledonares
Maior incidência entre o florescimento e a frutificação. Pulverizações contra outros patógenos contribuem para seu controle.
Ferrugem tropical
Phakopsora gossypii
FolhasFungicidas utilizados no controle de Ramulária são eficientes para controle da ferrugem no algodão.
Mancha de Mirotécio
Myrothecium roridum
Folhas de plantas jovens
Fungicidas a base de cobre e benzimidazóis já foram utilizados no controle da doença.
Mancha de Estenfílio
Stemphylium solani
FolhasNão existem fungicidas registrados.
Mancha-alvo
Corynesopora cassiicola
Folhas, flores, frutos, raízes e caules
Não existem fungicidas registrados.
Triazóis
- Atuam na integridade da membrana plasmática;
- Inibem a biossíntese do ergosterol ruptura da
membrana;
- Inibem também a biossíntese dos triglicerídios e
fosfolipídios necrose celular;
Principais Grupos Químicos
Triazóis
- A maioria são sistêmicos;
- Rápida absorção e translocação;
- Elevado efeito residual.
- Exemplos: Aproach Prima (triazol +estrobilurina)
– Du Pont; Emerald – FMC, Triade – Bayer.
Principais Grupos Químicos
Fonte: Reis, E M, Reis A C, Carmona M A. MANUAL DE FUNGICIDAS, Editora UPF.
Germinação de uredosporos, após o tratamento com um triazol.
Principais Grupos QuímicosEstrobilurinas
- Inibidores da Quinona externa da mitocôndria (IQe);
- Inibem a respiração mitocondrial, reduzindo a
formação de ATP;
- A germinação dos esporos é a fase do ciclo biológico
dos fungos com maior sensibilidade as
estrobilurinas;
- Controlam uma ampla gama de doenças fúngicas;
Principais Grupos QuímicosEstrobilurinas
- Absorção foliar, gradual e translaminar.
- Exemplos: Priori Xtra (estrobilurina +
triazol) – Syngenta; Elatus (estrubilurina +
pirazol carboxamida) - Syngenta
Fonte:http://www.bioinfopop.ufv.br/fip-602/home_html_m359a02d4.png
Esquema de transporte de elétrons na mitocôndria e sítio de ação dos fungicidas do grupo das estrobilurinas.
Principais Grupos QuímicosBenzimidazóis
- Inibem a biossíntese de tubulinas;
- Interferem na mitose durante a divisão da
metáfase;
- O fuso mitótico é destruído e os núcleos filos não
se separam, levando a morte da célula.
- Exemplos: Cercobin 500 SC – IHARA; Delsene –
Du Pont.
Fonte: Reis, E M, Reis A C, Carmona M A. MANUAL DE FUNGICIDAS, Editora UPF.
Estrutura celular mostrando os microtúbulos
Principais Grupos QuímicosDicarboxamidas
- Não possuem mecanismo de ação definido;
- O mecanismo de ação provável está relacionado com a
peroxidação dos lipídios e bloqueio do transporte de
elétros de NADPH para o citocromo-c;
- Inibem a germinação dos esporos e causam
ramificações, dilatações e lise das hifas.
- Exemplo: Orthocide 500 – Arysta; Captan – Adama.
O que é?
Sintomas
Possíveis causas
Fitotoxidade
Fonte: http://www.focorural.com/detalhes/n/n/3249.html
Sintoma de fitotoxicidade devido a aplicação de fungicida;Possível causa: condições climáticas inadequadas.
Primeira aplicação:
- Deve-se levar em conta o custo com o controle químico
e o potencial de dano econômico que a doença pode
causar;
- Início da doença na área.
Intervalo das aplicações:
- Quantidade de chuva ocorrida após a pulverização;
- Residual do produto.
Primeira aplicação e intervalo das aplicações
Capacidade de adaptação à condições adversas;
Redução da sensibilidade;
Variabilidade, mutação e seleção;
Alteração herdável: “Uma vez desenvolvida, a
resistência é herdada” (Brent, 1999);
Fatores: condições ambientais, pressão da
doença e frequência de aplicação do fungicida.
Resistência de fungos à fungicidas
Origem da resistência
Fonte: http://pt.slideshare.net/bruunno3/resistncia-de-fungos-fungicidas-slide
Notícias
Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/excesso-de-chuvas-levou-produtores-a-optarem-pelo-cultivo-do-algodao-segunda-safra-em-mt_202928.html
Notícias
Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/defensivo-tera-custo-maior-na-safra-2014-15_202324.html
Andrade, B A et al. Resistência de fungos à fungicidas. Disponível em: http://pt.slideshare.net/bruunno3/resistncia-de-fungos-fungicidas-slide. Acesso em: setembro de 2014;
Chitarra, L G. Cartilha de Identificação e Controle de Doenças do Algodoeiro. Embrapa. Campina Grande, PB, 2007;
Custo de Produção Algodão – Safra 2013/14. Imea. Disponível em: http://www.imea.com.br/upload/publicacoes/arquivos/R410_2013_01_CPAlgodao.pdf. Acesso em: setembro de 2014;
Miranda, J E, Suassuna, N D. Identificação e Controle das Principais Pragas e Doenças do Algodoeiro. Junho, 2004;
Moura, P C S. Efeitos fisiológicos da aplicação de triazol e estrobilurinas em soja. Esalq, Piracicaba, 2013;
Reis, E M, Reis A C, Carmona M A. MANUAL DE FUNGICIDAS, Editora UPF, 2010;
Siqueri, F V. CONTROLE QUÍMICO DE DOENÇAS DO ALGODOEIRO. Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso. V Congresso Brasileiro de Algodão.
Referências bibliográficas