FUNDAMENTOS DO ATLETISMOObjetivamos, em nosso estudo, abranger
os assuntos pertinentes ao ensino das habilidades e competncias
ttico-cognitivas do atletismo, tambm trazer consideraes e informaes
que sejam importantes e necessrias para que o professor possa
desenvolver um bom trabalho no ensino do atletismo para seu aluno
ou quem sabe, em alguns casos, para o seu atleta que ir participar
das competies em nvel escolar.Desde que surgiu na face da terra, o
ser humano apresenta um instinto competitivo. Competimos
diariamente com pessoas que nem conhecemos, competimos com os
nossos colegas de profisso ou da universidade para provarmos que
somos melhores. Isto no quer dizer que devemos passar por cima de
tudo e de todos com o objetivo de sermos campees.Mesmo no estando
formalmente escritas, existem regras sociais que precisam ser
respeitadas. Mas nem sempre as coisas funcionaram desta maneira.
Nos primrdios da civilizao, inmeros grupos sociais definiam o valor
das pessoas a partir da sua fora, velocidade e/ou resistncia.Neste
sentido, acompanhar a trajetria histrica do atletismo algo bastante
instigante, pois permitir a voc viajar no tempo sem precisar sair
de casa ou da sala de aula. No se preocupe em tentar armazenar
datas, mas sim, em compreender o contexto em que os fatos
aconteceram.Leve em considerao que a trajetria desta modalidade no
aconteceu de forma linear, atravs de concesses amigveis, mas como
todas as outras atividades que fazem parte do campo esportivo e da
sociedade, as suas mudanas foram resultado de longos processos
sociais de disputas de interesses e relaes de poder. Este histrico
ir te ajudar a visualizar as vrias transformaes pelas quais passou
o atletismo, desde a antiguidade clssica at os dias atuais.
HISTRIA DO ATLETISMO: DA GRCIA A BEIJING
Antes de iniciarmos a nossa corrida importante conhecermos a
modalidade esportiva que vamos praticar, por isso, como forma de
aquecimento vamos comear definindo o ATLETISMO.De acordo com o
dicionrio Aurlio Buarque de Holanda, utiliza-se este termo como:
Designao comum s atividades desportivas, geralmente de carter
competitivo. Esta definio serve como ponto de partida, mas faz-se
necessrio defini-lo melhor.Uma observao tcnica desta modalidade nos
permite afirmar que ele um esporte formado por provas de pista
(corridas e marcha), de campo (saltos, lanamentos e arremesso),
provas combinadas (decatlo e heptatlo combinam as provas de pista e
campo), o pedestrianismo (corridas de rua) e as corridas em
montanha (cross country).Agora que voc j foi apresentado para o
Atletismo, vamos comear a nossa Maratona, que tem incio por volta
do ano de 390 AC. Momento marcado pela prtica do atletismo como um
meio do ser humano caar e evitar ser caados pelos outros seres
vivos presentes na terra. Para facilitar o nosso estudo, vamos
dividir esta trajetria em trs momentos interdependentes:
PR ESPORTIVIZAO
Inicia-se nas civilizaes primitivas, onde as aes tinham um
objetivo utilitrio, sendo realizadas fundamentalmente como um meio
de sobrevivncia. Os homens utilizavam a corrida, o lanamento de
objetos e os saltos para tentar conseguir comida e outras vezes
para evitar que eles se tornassem o prprio alimento.Com o passar do
tempo, acabou prevalecendo o instinto competitivo do ser humano.
Mesmo, no sendo possvel afirmar com certeza o momento em que o
atletismo deixa de ser uma prtica utilitria e se torna uma
atividade recreativa, existem indcios que apontam para a prtica de
competies atlticas nas civilizaes primitivas, onde o homem media a
sua fora, rapidez e habilidade, inicialmente contra obstculos
naturais e posteriormente contra outros homens, momento em que
essas prticas foram organizadas atravs dos Antigos Jogos
Olmpicos.Com o advento das guerras, as atividades atlticas
tornaram-se um meio eficiente para a preparao dos exrcitos, a ponto
do imperador romano Teodsio I (O Grande), no ano de 393 D.C.
resolver extinguir os Antigos Jogos Olmpicos (Os Jogos Olmpicos
Antigos eram um festival de cunho religioso e atltico realizado na
Grcia, a cada quatro anos, no santurio de Olmpia em honra de Zeus.
Atribui-se primeira edio a data de 776 aC.), como prova do seu
arrependimento por ter mandado matar milhares de pessoas no
Massacre da Tessalnica.
Iniciando o segundo momento.
SISTEMATIZAO ESPORTIVA
Ocorreu durante a Idade Mdia (476 D.C. a 1453), momento em que
os educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas
inglesas. Aqui tem incio o processo de padronizao da regulamentao
do atletismo que, paulatinamente, vai sendo difundido para a Europa
e posteriormente para todo o mundo.Coube aos ingleses a tarefa de
reviver, de forma definitiva, as competies clssicas de pista e
campo, no incio do sculo passado, com a reforma que os educadores
vitorianos introduziram nas escolas pblicas, foram aproveitados os
princpios defendidos por Thomas Arnold (Thomas Arnold foi um
educador ingls, que buscou transformar o sistema educacional em
toda a Gr-Bretanha. Mostrando que o esporte sistematizado era de
grande importncia na educao do jovem, disciplinando-o, aprimorando
lhe as qualidades morais, e, sobretudo, levando a descarregar nos
campos de jogo um potencial de energia que, de outra forma poderia
ser utilizado em prticas condenveis, entre as quais destacavam-se
as ideias reformistas dos jovens da classe mdia, em oposio ao
tradicionalismo vitoriano), na Rugby School.Outra verso indica que
no sculo XVIII a Inglaterra era considerada o bero do esporte
moderno. Neste momento, ela introduz a prtica do atletismo em suas
escolas primrias pblicas, sob a gide das teorias de Rousseau. Da
mesma maneira que acontece com outros esportes, a prtica do
atletismo levada para o restante do mundo, atravs dos vrios
trabalhadores ingleses que saram do seu pas para auxiliar no
desenvolvimento estrutural de outras naes.No sculo XIX, realizou-se
as primeiras competies atlticas universitrias, envolvendo as
universidades de Oxford e Cambridge (1864), o primeiro meeting
nacional em Londres (1866) e o primeiro meeting amador realizado
nos Estados Unidos em pista coberta (1868).Em 1913, fundou-se a
Associao Internacional de Federaes de Atletismo. Com sede central
de Londres, a associao o organismo central das competies de
atletismo em escala internacional, estabelecendo as regras e dando
oficialidade s melhores marcas mundiais obtidas pelos atletas.
Rosseau
COMPETIES ESPORTIVAS FORMAIS
O atletismo mantm uma correlao direta com os acontecimentos que
envolveram os Jogos Olmpicos, seja na antiguidade e principalmente
na Era Moderna. Em 1892, numa sesso solene realizada na Sorbonne,
em Paris, Pierre de Fredi, mais conhecido como Baro Pierre de
Coubertin, apresentou um projeto para que fossem reativados os
Jogos Olmpicos extintos por Teodsio I.Seu objetivo era um movimento
internacional, o Olimpismo, que visava a promover o estreitamento
de relaes entre os povos atravs do esporte. A proposio tinha tambm,
fins pedaggicos, como os de formar o carter dos jovens pela prtica
esportiva, despertando-lhes o senso de disciplina, o domnio de si
mesmo, o esprito de equipe e a disposio de competir. Mas a ideia s
se concretizou em 1894, a partir de um Congresso realizado tambm na
Sorbonne, dessa vez com a participao de representantes de 14 pases.
Foi criado o comit olmpico internacional, com sede na Sua, e
estabeleceram-se as normas para a realizao dos primeiros jogos em
1896, na Grcia. A primeira verso dos Jogos Olmpicos da Era Moderna
foi realizada em Atenas, na Grcia. Participaram 285 atletas, de 13
pases. Desde ento, a tocha olmpica foi reacendida com a finalidade
de promover paz entre a comunidade mundial. A inteno do Baro de
Coubertin era de unir os povos pelo esporte.O primeiro programa
olmpico de atletismo compreendia corridas de 100, 400, 800 e
1.500m, e mais a de 110m com barreiras, saltos em distncia, altura,
triplo e com vara, lanamentos de peso e disco. Uma prova especial
foi organizada para os corredores de fundo- a maratona.Uma verso
romntica presente na histria, relata que o francs Michel Bral,
pretendia recordar o ato heroico de um soldado ateniense que correu
da cidade de Maratona at Atenas, para anunciar aos gregos a vitria
de Milcades sobre os persas em 490 A.C.A maratona olmpica - que
acabou convertendo-se numa das provas clssicas dos jogos olmpicos
modernos - foi corrida num percurso de 42,195 km, aproximadamente a
mesma distncia cumprida por Fidpedes. As mulheres s comearam a
participar regularmente dos jogos olmpicos em 1928, cumprindo um
programa de 100, 800 e 4x100 metros, o salto em altura e o
lanamento do disco.At 1948, outros acrscimos e supresses foram
feitos tanto no programa masculino como no feminino. De 1948,
quando o nmero de provas para mulheres aumentou consideravelmente,
a 1956, ano em que disputou a primeira marcha de 20 km (a de 50 km
j fora introduzida em 1932) o programa oficial sofreu suas ltimas
aes.Atualmente, os Jogos Olmpicos so realizados, de quatro em
quatro anos, em pases e cidades diferentes. O atletismo continua
sendo uma das principais atraes, sendo composto por 26 provas
masculinas e 23 femininas.Ao analisar o desenvolvimento tecnolgico
esportivo para as Olimpadas de Pequim, a reprter Heleni Felippe
mostrou que cada uma das disputas de medalhas est cercada de
novidades, que envolvem as instalaes esportivas e os equipamentos
utilizados pelos atletas, destacando-se a confeco de roupas com
tecidos inteligentes que respiram no retendo o suor e auxiliando
para que a temperatura corporal permanea em equilbrio, alm disso,
destacam-se os pisos utilizados nas pistas que impulsionam os ps
dos atletas, ps estes que utilizam calados feitos sob medida,
pesando poucas gramas.Em Pequim, o Estdio Ninho do Pssaro, foi
projetado para receber cerca de 91 mil pessoas, a pista foi feita
com o mais moderno piso do mundo, fabricado pela empresa italiana
Mondo, que utilizou uma nova tecnologia: Amortece o impacto e
devolve energia ao atleta, explica o engenheiro Dcio Chusid. a nona
vez que a empresa cobre a pista de atletismo em uma Olimpada.Alm do
piso, cronmetros, teles e at ventiladores gigantes foram utilizados
para refrescar o pblico. De acordo com o diretor tcnico do Trofu
Brasil de Atletismo (Martinho Nobre dos Santos), o mais
impressionante so os sistemas gerenciadores de competio, pois, sem
sair da cadeira, o pblico, o jornalista ou o tcnico tm todas as
informaes no estdio, recebendo-as na tela do computador, na TV ou
no celular. Os sistemas so os mesmos, mas na Olimpada cada
fabricante sempre leva o que tem de mais moderno, as novidades. No
atletismo, tudo interligado, do disparo do revlver, passando pelo
sistema de deteco de largada falsa no bloco de sada, o vento
registrado pelo anemmetro, at a chegada e a cronometragem,
transmitida em forma de resultado por wireless.
Discbolo de Mron
O ATLETISMO NO BRASIL
As primeiras matrias sobre o atletismo no Brasil foram
localizadas no jornal carioca Commercio, em 1880, o qual
apresentava os resultados de competies atlticas realizadas naquela
cidade.Nas trs primeiras dcadas do Sculo 20, a prtica atltica foi
consolidada entre ns. Em 1914, a antiga CBD (Confederao Brasileira
de Desportos) filiou-se IAAF (Federao Internacional de Atletismo
Amador).Em 1924, o Pas participou pela primeira vez do torneio
olmpico, ao mandar uma equipe aos Jogos de Paris. No ano seguinte,
foi disputado pela primeira vez o Campeonato Brasileiro.O Brasil
segue participando das outras edies dos Jogos Olmpicos, mas s
consegue conquistar a sua primeira medalha de ouro em 1952, nos
Jogos de Helsinque, com Adhemar Ferreira da Silva na prova do salto
triplo. Adhemar foi o primeiro dos trs triplistas brasileiros a
estabelecer o recorde mundial na prova. Os outros foram Nelson
Prudncio e Joo Carlos de Oliveira.Mesmo apresentando um quadro de
melhoras significativas, com vrios atletas destacando-se em provas
de pista, campo e rua, o atletismo brasileiro est longe de atingir
o patamar de modalidades coletivas como o Voleibol e o Futebol, as
quais conseguem manter uma sequncia de trabalho, renovando
constantemente o seu elenco de bons atletas.Infelizmente, na
atualidade, o atletismo brasileiro ficou marcado internacionalmente
pela utilizao do doping. Na busca de superar limites, os atletas
acabam utilizando todos os tipos de substncias que lhes permitam
ter um maior ganho de massa muscular, recuperao mais rpida, maior
rendimento... Ser que isto vale a pena?Os estudiosos so unnimes em
afirmar que a indstria do doping est anos luz na frente do comit de
anti-doping, inclusive existem indcios de que alguns pesquisadores
trabalham para os dois lados, ou seja, utilizam as informaes
privilegiadas do comit anti-doping, para prescrever substncias
ilcitas que normalmente no so detectadas.Voc deve estar se
perguntando: - Se desta maneira, como os atletas so pegos nos
testes?Vejamos como funciona a realizao dos testes. O comit
antidoping realiza em competies nacionais e internacionais exames
de rotina, onde so escolhidos aleatoriamente alguns atletas para
realizar estes exames. Entretanto, quando ocorrem denncias annimas
que sejam consideradas srias (fundamentadas), os atletas
denunciados so chamados para realizar os testes, que podem ser
confirmados ou no.Caso o teste de doping seja positivo, o atleta
tem direito a pedir uma contraprova, que ser feita em outro
laboratrio credenciado pela IAAF. Normalmente, durante o tempo em
que se espera o resultado da contraprova, o atleta fica suspenso
preventivamente.
Agora que voc j viu os riscos de utilizar o doping, vamos
deix-lo fora da nossa competio e conhecer alguns acontecimentos
importantes na histria do Atletismo.
Voc sabia que o ser humano j praticava algumas das modalidades
do atletismo como forma de sobrevivncia na pr-histria. A caminhada,
por exemplo, era utilizada para se locomover de um lugar para o
outro. A corrida e os saltos, para escapar das presas dos animais
carnvoros. O arremesso era usado para se defender e matar animais
que serviam de alimento. Desta forma, os homens e as mulheres foram
adquirindo habilidades que, mais tarde, foram aprimoradas e
adaptadas para as competies de atletismo.
No incio das atividades competitivas elas eram restritas somente
para os homens, pois se acreditava que a funo da mulher era ficar
em casa cuidando do lar e dos seus filhos. Foi somente em 1928, em
Amsterd, que as mulheres comearam a competir.
Com o aumento das exigncias esportivas que poderiam trazer
prestgio, fama, dinheiro, etc., muitos atletas comearam a utilizar
meios ilcitos para superar os seus limites. No atletismo, um dos
casos mais famoso ocorreu em Seul (1988) e ficou conhecido como
Caso Ben Johnson.
O italiano Primo Nebiolo foi presidente da International
Association of Athletics Federations (IAAF), durante 18 anos.Sendo
considerado um dos principais responsveis pela transformao deste
esporte em um negcio milionrio. Quando ele assumiu a IAAF, a
Federao tinha um oramento de US$ 50 mil e durante sua administrao
este patrimnio subiu para US$ 50 Milhes.
Nos Jogos Olmpicos de Pequim foram utilizados carrinhos de
controle remoto para trazer de volta para os atletas os implementos
das provas de campo, como dados, martelos, discos e pesos.
SER QUE VOC CAPA Z DE LEMBRAR:
a. Qual foi a primeira medalha obtida por um brasileiro em uma
olimpada?
b. Quais so os trs momentos da histria do atletismo?
Antes de passarmos o basto para continuarmos a nossa corrida
importante voc saber que:
A principal tarefa didtica da iniciao ao atletismo, nas escolas
brasileiras aumentar sua atratividade. Um atletismo voltado para o
ldico parece ser a sada pedaggica mais vivel, para tornar este
esporte mais atraente aos alunos.
POSSIBILIDADES METODOLGICAS PARA O ATLETISMO ESCOLAR
O atletismo considerado um esporte de fcil execuo. Ele
possibilita trabalhar inmeras capacidades fsicas e movimentos
bsicos do ser humano, pois composto por atividades de corrida,
saltos e lanamentos. Elementos fundamentais para o desenvolvimento
de qualquer modalidade esportiva com execuo dinmica.Para nosso
estudo, devemos lembrar que a iniciao do atletismo deve ser feita
respeitando os padres de comportamento da criana, que ainda no so
definidos como nos adultos. As crianas no so adultos em miniatura,
o que requer cuidados especiais.Voc nunca dever esquecer que as
crianas esto em fase de crescimento, por isso, propor uma atividade
tendo o rendimento absoluto como objetivo principal, poder trazer
problemas motores e/ou psicossociais irreparveis. Trocar os
aspectos ldicos da sua aula, por uma rotina de treinos visando
competies de alto rendimento, pode estressar e traumatizar o
iniciante resultando no seu desinteresse e possvel abandono precoce
do esporte.Neste sentido, FREIRE (1992:306) destaca uma das
principais dificuldades vivenciadas pelos professores ao trabalhar
no mbito escolar:
necessrio que o professor consiga ensinar a todos, o feio e o
bonito, o forte e o fraco, o alto e o baixo, o pobre e o rico. E
mais, no basta ensinar a todos, preciso saber ensinar bem a todos.
E isso ainda no basta, alm de ensinar bem a todos, preciso que o
professor saiba ensinar, ensinando esporte alm do prprio
esporte.
Este ser o nosso desafio inicial. Devemos nos preparar para
ensinar a todos da melhor maneira possvel, tendo conscincia que a
escola mais do que buscar revelar ou formar atletas, visa auxiliar
na criao de uma cultura corporal, onde o aprendiz ir valorizar a
prtica da atividade fsica como um meio de melhorar a sua qualidade
de vida.
,
Como a nossa corrida longa, vamos precisar da ajuda de outras
pessoas para que no cansemos demasiadamente no incio da competio.
Por isso, vamos passar o basto para um experiente professor que
pesquisou sobre o estgio de desenvolvimento do atletismo
brasileiro. O nome dele Ubirajara Oro. Seu texto foi escrito na
dcada de 80, mas parece retratar o momento atual do atletismo no
nosso pas.
Na viso deste autor, a grande maioria das modalidades esportivas
utilizadas nas escolas so sistematizadas em um regulamento oficial.
Sempre que uma modalidade praticada, os limites do que possvel e
daquilo que no deveria ser realizado est antecipadamente definido,
o que lhe confere um sentido de rotina.No caso do atletismo, essa
tendncia monotonia aumentada por dois fatores essenciais: 1)a
naturalidade de seus movimentos, que os torna menos espetaculares,
2) a quase total previsibilidade do fluxo de suas aes. A esses
fatores pode ser acrescentado o princpio da ao atltica tradicional:
rendimento absoluto.Uma vez que se torna difcil alterar os dois
primeiros fatores acima, sem descaracterizar o que hoje se entende
por atletismo, uma alternativa interessante seria tentar evitar a
elitizao e a tendncia especializao precoce.A supervalorizao de
possveis atletas irradia-se para a rea didtica, induzindo o
professor que acaba buscando resultados cada vez mais
significativos, no menor prazo possvel. Em funo das competies
mirins, as crianas talentosas tendem a receber ateno especial e
intensiva, enquanto a grande maioria fica sem o mnimo satisfatrio
de acompanhamento didtico.Atualmente a maioria dos clubes
esportivos no possui departamento de atletismo vrios o fecharam e
grande parte das escolas (notadamente pblicas) sequer dispe de
espao fsico para a prtica do esporte. Diante destas circunstncias,
torna-se impensvel uma prtica que seja voltada para o alto
rendimento.A situao agrava-se, ao ser constatvel inexistir Educao
Fsica de 1 a 4 sries. Isso leva os escolares brasileiros de at 10
anos a colherem experincias motoras apenas intuitivas, de natureza
e processamento apenas espontneo, limitadas em qualidade e
quantidade.Como grande parte destas crianas integra a populao
brasileira urbana o problema torna-se ainda maior quando
verificamos que, na grande maioria das cidades brasileiras, no
existem em nmero suficiente, ambientes pblicos voltados para a
prtica de atividades de lazer. Neste sentido, possvel acreditar que
a maioria da populao brasileira infantil fica sem ter onde se
exercitar adequadamente.Por outro lado, o brasileiro tpico
associado ao clube no tem o hbito de frequent-lo para praticar
esporte. Normalmente, a famlia em especial as crianas no aproveita
as possibilidades do clube para sua educao esportiva.Alis, o clube
esportivo brasileiro, como instituio sociocultural, refora essa
situao, aplicando seus recursos materiais e humanos quase s no
atendimento a suas equipes de alto-nvel. Ao associado comum, o
clube no estimula e oferece muito pouco, em termos de prtica
sistemtica.Interessante notar tambm que as modalidades de maior
prestgio nacional so coletivas e tem como implemento de ao a bola.
Isto nos leva a acreditar que o brasileiro vive pela filosofia do
prazer.A bola, como instrumento de comunicao interpessoal e de auto
expresso, mais a ndole acentuadamente ldica dos esportes coletivos,
logram preencher suas expectativas de cultura fsica, por virem ao
encontro dessa filosofia de vida. Tal concepo, talvez, ajude a
explicar a sentena tipicamente brasileira: ATLETISMO NO TEM BOLA!No
estar a um dos porqus centrais do subaproveitamento do atletismo
neste pas? Como explicar, de outra maneira, que o atletismo,
tecnicamente descomplicado, extensivamente ensinado nas escolas de
todos os sistemas e nveis, variado na tipologia da ao e adaptvel a
qualquer rea livre, no alcana maior iniciativa de uma populao, que
no pode ou no tem onde se associar a clubes esportivos, mas vai
escola e encontra meios de adquirir equipamento para jogar
bola?Todas essas especulaes comprovveis, sem muito esforo, pela
memria e pela experincia da grande maioria dos brasileiros indicam
uma problemtica de natureza mais cultural do que social, mais
educacional do que econmica. Contata-se a, antes de tudo, que o
povo brasileiro no reconhece o esporte/atletismo como um valor
cultural, na medida em que entende cultura como expresso de
intelecto e esporte como jogo de bola.Para Ubirajara Oro, as
respostas e solues para essa problemtica sero vrias e nada simples.
A que ele sugere voltada para a questo metodolgica, isto ,
desenvolvida no campo da Didtica.Entendido aqui um problema bsico
do atletismo brasileiro como sendo algo cultural, e tendo a educao
esportiva como funo social de aperfeioar a cultura fsica, por meio
da interveno curricular, uma proposta transformativa para a situao
do atletismo no Brasil precisa, forosamente, levar em conta os
aspectos culturais, que pretende modificar.Ela deve ser capaz de
mostrar-se interessante, de criar ao seu redor uma atmosfera
motivadora e favorvel, de ter versatilidade em grau suficiente para
indicar aos brasileiros novos caminhos e valores, dentro do
esporte, sem desmerecer suas expectativas e convices. de suprema
importncia pedaggica colocar a iniciao ao atletismo nessa
perspectiva sociocultural. Pouco adiantar aos autores brasileiros
escrever esmerados livros didticos, sobre o atletismo, com
cuidadosa metodologia e farta ilustrao, se o contedo permanecer
alheio a realidade social e aos valores procurados pelos
brasileiros nas atividades esportivas.
a) O panorama apresentado por Ubirajara Oro semelhante ao que
voc encontra na sua cidade?
b) Quais so os problemas que mais se aproximam e quais
distanciam o atletismo que voc conhece da realidade apresentada
pelo autor?
c) Voc capaz de criar atividades que envolvam fundamentos do
atletismo e tenham a bola como fator de motivao?
FUNDAMENTOS DO ATLETISMO
Diferente do que se pensa, ensinar no uma tarefa simples,
principalmente quando envolvemos o ser humano em situaes muitas
vezes desconhecidas e/ou inusitadas.
1. O que diferencia o ato de andar do correr;2. As diferentes
fases que envolvem a corrida;1. A importncia dos exerccios de
coordenao para a execuo correta da corrida;2. A posio correta dos
movimentos atlticos durante os vrios momentos que compem uma prova
de velocidade.
VOC J PERCEBEU QUE CORRER DIFERENTE DE ANDAR DEPRESSA?Quando uma
pessoa est andando, ela mantm um dos ps no solo e o outro no ar, o
tempo todo. Durante a corrida, momentaneamente, ela mantm os dois
ps no ar. Isto permite afirmar que a corrida uma sucesso de
saltos.
A descrio da tcnica das corridas deve ser a considerao de que a
boa tcnica de correr a manifestao dos movimentos naturais do ser
humano, quando pretende deslocar-se com maior velocidade e, por
isso, deixa de andar e passa a correr. Movimento que se caracteriza
por uma fase area, ou seja, momentaneamente os dois ps perdem o
contato com o solo. As corridas dividem-se em curta distncia ou
velocidade (tiro rpido), que nas competies oficiais vo de 100 a 400
metros; mdia distncia ou de meio fundo (800 metros e 1500 metros);
e longa distncia ou de fundo (3000 metros ou mais, chegando at s
ultramaratonas de 100 quilmetros). Podem ser divididas tambm de
acordo com a existncia ou no de obstculos/barreiras presentes
durante o percurso.Um bom professor aquele que consegue armazenar
em sua memria todos os cuidados corporais que o seu aluno dever ter
durante a execuo de uma corrida. Pois, desta maneira, ele ser capaz
de ensinar a forma mais eficiente de deslocamento, cuidando para
que ele realize uma corrida uniforme, com os movimentos voltados
para frente, sem movimentar exageradamente os quadris e ombros,
resultando em maior velocidade com o mnimo desgaste de energia.
EXISTEM QUATRO DICAS PARA REALIZAR UMA BOA CORRIDA.
EquilbrioO equilbrio geral do corpo depende, em parte, do
comportamento da cabea, que um dos meios mais eficazes de controle.
Ela deve estar em linha com o eixo do corpo, mantendo o olhar
dirigido para cerca de 15 metros frente. Tambm so importantes a
posio do tronco e o movimento dos membros, pois os braos
movimentam-se incessantemente, sincronizados com a movimentao das
pernas.
CoordenaoO menor dos segmentos deve ser realizado sem choques ou
pequenas sacudidas, em um ritmo sempre idntico, correspondente ao
das passadas.
DescontraoA ao de correr solicita alguns msculos ou grupos
musculares. Assim sendo, quanto maior for inibio dos msculos que no
esto sendo induzidos, tanto maior ser a economia de energias e,
consequentemente, tanto melhores sero as condies do corredor para
realizar o esforo.
EficciaA dosificao da amplitude dos movimentos, juntamente com
uma utilizao mais racional das possibilidades do corpo humano,
resulta em um gasto orgnico mnimo, adequando-se melhor ao ritmo
desejado.
Essas quatro regras nos do noes gerais de grande validade para
todas as tendncias da corrida. importante destacar que o estilo
individual surge naturalmente com o decorrer da prtica diria.Cabe
salientar que os gestos motores bsicos da corrida foram
exaustivamente analisados e chegou-se a concluso de que existe um
padro mnimo de movimentos que devem ser respeitados, independente
do estilo individual de cada aluno necessrio cuidar dos seguintes
fatores:
1. NGULO DO CORPO
O ngulo em que o corpo se coloca durante a corrida uma
caracterstica natural, porque, medida que o corredor acelera a
passada o corpo comea a se inclinar para frente, em uma tomada
natural de equilbrio.Para encontrar o ponto ideal da inclinao do
corpo, deve-se mant-lo no conjunto, em uma linha reta, formada pela
perna que est atrs (perna de apoio posterior), o tronco e a cabea.
Na maioria dos casos, isso ocorre quando os olhos focam um ponto a
certa distncia na pista, o que coloca a cabea posicionada
corretamente, fazendo com que o corpo adquira automaticamente o
ngulo adequado.
2. MOVIMENTO DOS BRAOS
Os braos devem movimentar-se lateralmente em relao ao tronco.
Sua ao consiste em balanceamento rtmico, partindo da articulao do
ombro e flexionando-se em um ngulo de mais ou menos 90 graus.Os
braos devem ser movimentados no sentido ntero-posterior (da frente
para trs) sem cruzar excessivamente o plano anterior e/ou posterior
do corpo, apenas o suficiente para possibilitar o ritmo da corrida,
contribuindo para o equilbrio e o deslocamento para frente.Durante
a movimentao dos braos, as mos devem estar totalmente descontradas.
Essa ao de muita importncia, a ponto de alguns corredores
declararem que finalizaram determinadas provas "correndo com os
braos".
3. COLOCAO DOS PS
A colocao do p no solo, ao realizar os apoios nas passadas,
depende muito do estilo prprio do corredor. Nas corridas de
meio-fundo, por exemplo, o p dever apoiar-se primeiramente sobre o
metatarso: (a) j nas provas mais longas coloca-se primeiro a parte
anterior do p e depois a parte lateral externa: (b) sendo que o
calcanhar aproxima-se mais do solo em comparao com as corridas de
velocidade, onde o calcanhar fica mais elevado (predomina a ponta
do p), (c) porque a inclinao do corpo mais acentuada para aumentar
o impulso de deslocamento.Em todos os casos, os ps devem ser
colocados paralelamente um ao outro e apontados para frente.
4. MOVIMENTAO DAS PERNAS
Ao realizar a passada, o p responsvel pelo apoio posterior s
deixa o solo aps a extenso total da perna. Nas provas mais longas,
as pernas executam um movimento pendular, com uma elevao no muito
acentuada do calcanhar da perna de trs.Nas provas de velocidade, o
movimento circular, havendo uma flexo mais acentuada da perna
traseira que provoca uma aproximao maior do calcanhar junto parte
posterior da coxa e, consequentemente, faz com que o joelho se
eleve mais, para cima e para frente, no momento em que essa perna
vai frente para realizar o apoio seguinte (apoio anterior).
TCNICA DA CORRIDA
A tcnica da corrida uma parte fundamental do treinamento, tanto
para o iniciante como para o atleta formado. Ela deve ser usada em
todos os perodos da iniciao ou treinamento, podendo ser trabalhada
como um componente do aquecimento. Os exerccios de tcnica de
corrida so conhecidos como escolinha de corrida, sendo compostos
pelas seguintes aes:
SKIPPING corrida com elevao alternada dos joelhos, at a altura
da cintura, tronco ereto, olhar para frente, movimento dos braos no
sentido ntero posterior, nfase na frequncia das passadas.
ANFERSEN corrida com os calcanhares tocando os glteos, tronco
levemente inclinado frente, movimento de braos no sentido
anteroposterior, nfase na frequncia das passadas.
DRIBLING em progresso com as pontas dos ps, executar uma
semi-flexo dos joelhos, com grande frequncia, movimento de braos no
sentido anteroposterior e no ritmo das passadas, nfase na frequncia
dos movimentos.
HOPSERLAUF em progresso, saltos consecutivos para cima, com
elevao alternada dos joelhos at a altura do quadril, perna de
impulso em extenso, braos em movimentos assimtricos s pernas,
lanados para cima.
Voc deve trabalhar a coordenao no incio das aulas, pois o aluno
cansado no conseguir atingir os objetivos desejados.- No se esquea
de que a mudana de comportamento ocorre de forma processual, por
isso, voc no conseguir atingir a execuo correta dos movimentos
somente em uma ou duas aulas. preciso planejamento, calma e
persistncia.- Inicie as atividades trabalhando os diferentes
segmentos corporais de maneira isolada. Por exemplo: realizar
somente os movimentos de pernas dos exerccios de coordenao.
SUGESTES DE ATIVIDADES PRTICAS
1. Realizar o skipping com os braos atrs das costas.2. Realizar
o skipping com os braos cruzados no peito.3. Em crculo realizar o
skipping segurando no ombro do amigo da frente.4. Em coluna segurar
no ombro do amigo e realizar o skipping.5. Realizar o skipping
parado, fazendo o joelho tentar tocar na mo de um auxiliar que
estar frente.
6. Parado em p, realizar o movimento dos braos no sentido
ntero-posterior.
7. No lugar realizar o movimento de braos e pernas do
skipping.8. Em movimento realizar o movimento de braos e pernas do
skipping.9. Realizar o anfersen com as mos voltadas para trs, na
altura do glteo, os ps devero tocar as palmas das mos.
10. Realizar o anfersen com os braos cruzados na altura do
peito, os ps devero tocar os glteos.
11. Realizar o anfersen dentro do ritmo estabelecido pelo
professor.12. Alternar a execuo dos exerccios, 5 metros de
skipping, 5 metros de anfersen, 5 metros de hopserlauf, 5 metros de
dribling e 5 metros de percusso.
13. Idem ao anterior, mas deve-se trocar o nome dos exerccios
por nmeros. Cada vez que o professor falar o nmero deve-se mudar
imediatamente o exerccio que est sendo realizado.14. Idem ao
anterior acrescentando uma corrida de 10 metros ao final.15.
Corridas realizando os exerccios de coordenao sobre uma das linhas
demarcatrias da quadra, conforme o comando do professor.
16. Corridas realizando os exerccios de coordenao, executando
mudanas dos exerccios e de direo de acordo com o comando do
professor.
AVALIAO DOS PROCESSOS COORDENATIVOS DA CORRIDA
Aps trabalhar com esses exerccios importante avaliar o
desenvolvimento do seu aluno, de maneira que ele possa ter um
feedback dos seus erros e acertos. Contudo, importante lembrar que
os erros devem ser sempre corrigidos dos maiores para os menores e
sempre levando em considerao qual foi o objetivo estabelecido para
a sua aula.
Por exemplo: se voc estabeleceu que o objetivo da sua aula fosse
a realizao adequada dos movimentos dos braos, no h motivos para voc
ficar se preocupando com a execuo incorreta dos movimentos de
pernas, colocao dos ps, etc.Cada um dos movimentos ser trabalhado
de forma isolada, at que o aluno consiga realiz-los dentro de um
padro mnimo de movimento, que poder ser avaliado a partir do modelo
proposto. Contudo, esse modelo no deve servir como camisa de fora,
pois voc deve lembrar sempre que est trabalhando com seres humanos
e, por isso, as respostas, os erros, acertos podem ser
diferentes.
Dessa forma, a ficha apresentada somente um ponto de partida que
foi estabelecido a com base nos erros e acertos cometidos pela
maioria dos escolares, mas temos certeza que a partir da sua prtica
ela poder se tornar cada dia mais completa. Por isso, estarei
esperando o seu retorno, para que juntos possamos ajudar os nossos
alunos a movimentar-se com maior eficincia.
AVALIAO DOS PROCESSOS COORDENATIVOS PADRES BSICOS DE
MOVIMENTOS
Agora que voc j sabe como coordenar o seu aluno, o prximo passo
ensin-lo a utilizar o bloco de partida, pois todas as provas de
velocidade iro exigir este implemento. Desta forma, fundamental que
o aluno passe por um processo de adaptao, de maneira que consiga
sentir-se a vontade quando tiver que realizar uma partida
rpida.
Vamos conhecer os segredos do bloco de partida?
SADA DO BLOCOComo as provas de velocidades so realizadas em
grande velocidade, numa curta distncia, a partida fator
determinante para o seu resultado.Normalmente a diferena entre o
primeiro e o oitavo lugar ocorre por fraes de segundos.Comear a
correr imediatamente aps o tiro de partida algo fundamental para
quem deseja obter um resultado satisfatrio. Por isso, criou-se um
posicionamento especfico para a largada no atletismo, conhecido
como largada baixa.Contudo, importante que no mbito escolar o aluno
comece vivenciando a sada em p, pois como ele estar em uma posio
confortvel, este tipo de sada ir facilitar para que se preocupe
somente em colocar o seu corpo em movimento o mais rpido possvel,
aps ouvir um estmulo externo. Neste caso, o aprendiz dever se
posicionar da seguinte forma:- Em p, com um ligeiro afastamento das
pernas no sentido anteroposterior, pequena inclinao do tronco no
sentido da corrida. Este tipo de partida utilizada em algumas
competies escolares, para alunos/atletas iniciantes, sendo
considerada mais fcil e natural, portanto, mais eficiente para o
iniciante. comum entre iniciantes, eles olharem para os lados ou
para trs, tentando controlar a aproximao dos adversrios. Este ponto
deve ser observado e corrigido pelos professores durante a fase de
iniciao do aprendiz.
Voc sabia que nas provas de velocidade obrigatria a utilizao do
Bloco de Partida.Entretanto, devemos levar em considerao o fato de
que os atletas apresentam diferentes alturas, o que faz com que o
bloco tenha que ser ajustvel.
Existem trs distncias bsicas de colocao dos blocos: curta, mdia
e longa. As quais devem ser utilizadas de acordo com o bitipo do
atleta, levando-se em considerao principalmente o comprimento de
suas pernas.A distncia existente entre a linha de partida e o bloco
ir definir os trs tipos de partida baixa, que so assim
caracterizadas:
Partida Curta ou GrupadaDistncia de 30 cm entre os tacos e 40 cm
entre o primeiro taco e a linha de partida. Neste tipo de sada, a
ponta do p de trs colocada na direo do calcanhar do p que est
fazendo o apoio no suporte da frente.O quadril coloca-se elevado a
um ponto superior ao nvel da cabea, portanto, bem alto. Esse tipo
de sada tambm conhecido por sada grupada, devido posio do corpo do
corredor.
Partida MdiaDistncia de 40 cm entre os tacos e 30 cm entre o
primeiro taco e a linha de partida. um tipo intermedirio entre as
outras duas (curta e longa), na qual o joelho da perna de trs
colocado na direo da ponta do p que est no apoio anterior.Como
referncia tem-se que o taco do apoio anterior colocado 38 cm atrs
da linha de partida e o de trs 85 cm. Nesse caso, o quadril no se
eleva tanto como na sada curta, ficando quase que em linha com a
cabea.
Partida LongaDistncia de 40 cm entre os tacos e 50 cm entre o
primeiro taco e a linha de partida. Aqui, a separao entre os
suportes para o apoio dos ps no bloco de partida maior do que nos
tipos anteriores, onde as medidas mais comumente utilizadas so 33
cm para o apoio anterior, em relao linha de partida e 103 cm para o
posterior.Como referncia, os atletas utilizam a medida de dois ps
para a colocao do primeiro taco e trs para o segundo. O joelho da
perna de trs fica situado mais ou menos atrs do calcanhar do p da
frente e os quadris situam-se em um ponto pouco abaixo do nvel da
cabea.
O uso da cincia para tentar melhorar os resultados
Atualmente muitas experincias tm sido realizadas, quanto s
distncias utilizadas nos blocos de partida. Esses estudos buscam
encontrar meios eficientes que auxiliem na obteno de melhores
resultados para as sadas nas corridas de velocidade. verdade que
estas corridas tm constitudo uma das especialidades do atletismo em
que a quebra de recordes est se tornando cada dia mais difcil.
Portanto, qualquer contribuio tcnica ser de vital importncia, visto
que as marcas atuais so realmente difceis de serem quebradas.Dessa
forma, dados procedentes de treinadores russos nos abrem
perspectivas em relao s sadas baixas. Trata-se da posio dos blocos
e da colocao dos ps sobre o apoio. A prpria construo dos blocos
tradicionais determina que o apoio anterior deva ser realizado sob
um ngulo de 40-45 graus, enquanto que o posterior se faz com um
ngulo de 60-85 graus. Calcula-se que nessa posio, o velocista
aproveita apenas parcialmente as propriedades de elasticidade dos
msculos gmeos (panturrilhas) no ato da impulso, no momento da sada.
preciso ter clareza que estas medidas so referencias que auxiliam o
iniciante, podendo variar de acordo com as necessidades de cada
atleta. O importante que o aluno consiga inicialmente sentir-se em
uma posio confortvel, mas que permanea em uma posio grupada, para
que ao ouvir o estmulo consiga impulsionar-se como uma mola que
estava encolhida.
Agora que voc j sabe para que serve a sada baixa e as variaes
das distncias dos blocos de partida, vamos aprender os
procedimentos utilizados pelo atleta, antes dele comear a
correr.
Entrada no blocoAps colocar o bloco de partida na posio
escolhida por ele, o corredor deve ficar em p, atrs do seu bloco,
aguardando at que todos os competidores estejam na mesma posio.
Neste momento, o rbitro de partida dar o comando: AS SUAS MARCAS. O
atleta dever se aproximar do bloco e tomar sua posio, colocando o
seu p de impulso na parte da frente do bloco e o outro na parte de
trs.A seguir, ajoelha-se na perna de trs, apoiando as mos
imediatamente atrs da linha de partida, a uma distncia igual a dos
ombros, com os dedos voltados para fora, com exceo dos polegares
que ficaro voltados para dentro.A cabea fica no prolongamento do
tronco, com o atleta procurando no contrair os msculos do pescoo, o
peso do tronco estar sobre os braos, que devero estar estendidos na
vertical. O atleta dever estar em cinco apoios (duas mos, dois ps e
o joelho da perna de trs).
Colocados desta forma, o corredor aguarda em posio imvel o novo
comando do rbitro que dir: "PRONTOS!" Ao comando, o corredor eleva
o quadril, para isto, levantar o joelho que est em contato com o
solo, ficando ligeiramente mais alto do que os ombros, os quais so
projetados um pouco frente da linha de partida, o centro de
gravidade deslocado para os braos e o equilbrio do corpo mantido
com os braos bem estendidos.A elevao dos quadris varia para mais ou
menos, de acordo com o tipo de sada utilizada. Quanto mais prximo
for a distncia entre os apoios dos ps, tanto maior ser a elevao.Os
braos devem estar totalmente estendidos, o pescoo relaxado, a cabea
abaixada, de forma que o olhar esteja dirigido a um ponto, cerca de
1,5 metros adiante, ou entre os joelhos. Tomada essa posio, o
corredor deve manter-se esttico, aguardando o tiro de partida, que
ser dado logo que todos os demais corredores estejam em posio.
A partidaAo ouvir O TIRO de partida, o corredor deve reagir o
mais rpido possvel, realizando uma ao simultnea das duas pernas que
devem ser estendidas bruscamente, onde a perna da frente impulsiona
o corpo, com toda a fora adquirida pelo apoio do p sobre o
suporte.A perna de trs atua por um perodo de tempo mais curto e a
direo da impulso provocada pela sua ao mais no plano horizontal,
sendo imediatamente levada para frente, iniciando uma passada
curta, a fim de reter a queda para frente, decorrente do abandono
das mos e pela projeo do centro de gravidade para frente.A ao dos
braos , ao mesmo tempo, propulsora e equilibradora. Depois que as
mos deixam o solo, os braos entram energicamente em ao. O brao do
lado da perna de impulso eleva-se para frente ajudando o movimento
executado pela perna do mesmo lado, contribuindo para o equilbrio
da corrida.O brao oposto lanado vivamente para trs. A primeira
passada mais curta, com a amplitude sendo aumentada nas passadas
seguintes ao mesmo tempo em que o tronco que estava inclinado, vai
tomando a sua posio vertical.O bloco de partida oferece uma grande
ajuda, devido forte ao dos ps sobre os apoios que ele suporta no
momento da impulso, ao ser realizada a partida. A ao dos braos
muito forte no princpio, para logo em seguida entrar em ritmo rpido
e compassado com as pernas.
Para completar o estudo sobre a sada baixa, vamos relacionar uma
srie de observaes a serem respeitadas na totalidade dos gestos da
sada. Assim, temos pontos positivos e negativos.
Pontos PositivosPodemos observar as caractersticas de uma boa
partida, que so consideradas os pontos positivos a serem
buscados.
Impulso poderosa sobre o apoio anterior, com extenso total da
perna e espduas e lanamento dos quadris para frente; Ao bastante
rpida dos braos; a mo do brao que vai para trs no ultrapassa a
linha do quadril; o brao da frente no deve elevar-se
exageradamente, e sim colocar-se paralelamente pista; A perna de
trs deve ser projetada rapidamente adiante, por uma ao rasante.
Pontos NegativosEntre os erros mais comuns, devemos evitar os
seguintes:
Levantar-se, em vez de impulsionar-se para frente; Elevao
demasiada do brao de trs, o que proporciona um atraso em sua
colocao na posio correta. Lanamento do brao da frente para o alto
em linha oblqua, o que produz uma elevao muito rpida do corpo;
Tirar os quadris sem que eles faam uma impulso efetiva sobre o
apoio de trs.,
Na sada de bloco, o peso do corpo deve ser deslocado para
frente, ficando distribudo sobre as pernas e os braos.Aps a voz de
comando prontos ocorre a sada, que deve ser executada de forma
explosiva, com a perna de impulso frente sendo completamente
estendida. Na parte inicial do percurso, o corpo estar levemente
inclinado para frente. A postura de corrida normal tomada somente
depois de 12 a 15 metros.
REGRAS - BLOCOS DE PARTIDA
1. Os blocos de partida devem ser usados em todas as corridas at
e inclusive 400m (incluindo a primeira etapa dos revezamentos 4x100
e 4x400m) e no deve ser usado para qualquer outra corrida. Quando
em posio na pista, nenhuma parte do bloco de partida deve
ultrapassar a linha de sada ou estender-se at outra raia.
Os blocos de partida devem obedecer s seguintes especificaes
gerais:a) Eles devem ser inteiramente rgidos em sua construo e no
devem oferecer nenhuma vantagem ao atleta.b) Eles devem ser fixados
na pista por um nmero de fixadores ou pregos, dispostos para causar
o mnimo possvel de danos pista.c) Os blocos de partida consistiro
de dois tacos, contra os quais os ps do atleta faro presso na posio
de sada.d) Em competies oficiais internacionais, os blocos de
partida sero conectados a um equipamento detector de sadas falsas
aprovado pela IAAF.
REGRAS PARTIDA
1. A partida de uma corrida deve ser marcada por uma linha
branca de 5 cm de largura. Em todas as corridas em raia livre, a
linha de sada ser curva, de maneira que todos os corredores
percorram a mesma distncia, da sada chegada.2. Todas as provas sero
iniciadas pelo tiro da pistola do rbitro de Partida ou aparelho de
partida aprovado, aps o rbitro ter verificado que os competidores
esto em seus lugares e na posio correta de largada.3. Em todas as
competies internacionais, os comandos do rbitro e Partida sero
feitos em ingls, francs ou no idioma local, nas corridas at e
inclusive 400m (incluindo 4x200m e 4x400m), sero: As suas marcas,
Prontos, e quando os competidores estiverem prontos e imveis, o
revlver ser disparado ou o equipamento de partida ser ativado.4. Em
corridas acima de 400m, o comando ser s suas marcas e quando os
competidores estiverem em seus lugares, o revlver ser disparado ou
o equipamento de partida aprovado ser ativado.5. Aps o comando s
suas marcas, o competidor deve aproximar-se da linha de largada,
assumir uma posio completamente dentro de sua raia e atrs da linha
de largada. Ambas as mos e um joelho devem estar em contato com o
solo e ambos os ps em contato com os blocos de partida. Ao comando
de Prontos o competidor deve, imediatamente, se levantar para sua
posio final de largada, retendo o contato das mos com o solo e dos
ps com os blocos. Um competidor no pode tocar a linha de sada ou o
solo alm dele, com suas mos ou seus ps, quando estiver em suas
marcas.6. Ser considerada uma sada falsa se um competidor inicia
seu movimento de sada aps assumir sua total e final posio,
acontecendo isso antes que o tiro do revlver ou o sinal do
equipamento de largada aprovado seja dado.7. Qualquer competidor
que cometa uma sada falsa ser advertido. Somente uma sada falsa por
corrida ser permitida sem a desqualificao do(s) atleta(s) que a
cometeu. Qualquer (quaisquer) atleta(s) que cometer (em) outras
sadas falsas na corrida deve(m) ser desqualificado(s) desta.8. Em
provas combinadas, se um competidor responsvel por duas sadas
falsas, ele ser desqualificado.
De acordo com vrios estudos, ao duplicar a velocidade da corrida
de 10 para 20 km/h, o comprimento da passada aumenta 85%, enquanto
a frequncia da passada aumenta apenas 9%. A velocidade de corrida a
maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistncia a sua
capacidade de resistir fadiga. A velocidade mxima ocorre s em
curtos percursos, podendo ser mantida no mais de 40 a 50 metros do
incio da fase de sada e acelerao. Assim mesmo, nos 100 metros, a
resistncia do corredor que vai definir o resultado. No deve ser
aplicado treinamento de velocidade e/ou coordenao para uma pessoa
fatigada.Deve ser interrompido o trabalho quando a cadncia diminuir
(deve ser limitado a 5-10 repeties por unidade de treinamento o
volume de exerccio). Na sada em curva, no caso das provas de 200 e
400 metros aconselhvel colocar os blocos junto linha extrema da
raia, pois isto permite ao atleta percorrer uma distncia muito
maior em linha reta. So frequentes as falsas partidas que ocorrem
quando o atleta sai antes do tiro de partida, que o sinal dado para
comear a prova. Aps ter sido assinalada uma falsa partida, qualquer
atleta que d uma nova falsa partida ser desclassificado. A exceo
ocorre nas provas combinadas (Decatlo e Heptatlo), onde cada atleta
tem direito a uma falsa partida. Um atleta d 45 passadas em mdia
para percorrer o percurso de 100 metros e cruza a linha de chegada
a cerca de 36 km/h. Uma pessoa comum faria a prova com 100 passadas
e a uma velocidade de 22,5 km/h.
CURIOSIDADEAcompanhe a matria produzida pelo jornalista Lucas
Cipriano, demonstrando que no necessrio o atleta sair do bloco para
ser considerada uma sada falsa.
Um erro tcnico de Francis Obikwelu nos blocos de partida levou
surpreendente desclassificao do velocista portugus na primeira
eliminatria dos 100 metros do Mundial de atletismo em Osaka, no
Japo.Resta agora, ao duplo campeo da Europa, a classificao para a
final dos 200 metros, na quinta feira, onde poder superar a
desiluso dos 100 metros e chegar s medalhas.Depois de uma primeira
falsa partida do atleta centro-africano Gibrilla Pato Bangura, da
Serra Leoa, a eliminatria ficou em perigo para todos os oito
participantes. O que significa que o prximo erro, fosse de quem
fosse, resultaria em excluso.Aos juzes no escapou uma pequena falha
tcnica do luso-nigeriano: um ligeiro mexer de ombro e cabea. Sem
contemplaes, deram ordem de sada a Obikwelu, que parecia no
perceber o que se estava a passar.Contudo, Obikwelu no fez falsa
partida. Os sensores do sistema eletrnico integrado nos blocos e na
pistola de partida no assinalaram nenhum movimento do atleta antes
do tiro de partida. De resto, foi o sexto pior tempo de reao na
srie (162 centsimos de segundo). Mas aos juzes no escapou um
pequeno erro tcnico do luso-nigeriano que poderia induzir em erro
os adversrios.Francis Obikwelu tem na partida o seu ponto fraco. O
atleta tem conseguido suprir essa limitao por meio de uma excelente
terminao, que lhe valeu a prata nos Jogos de Atenas em 2004. Apesar
de ter trocado Lisboa por Madrid e de treinador - o portugus Fausto
Ribeiro pela espanhola Maria Jos Martinez - a verdade que nessa rea
e, aos 28 anos, Obikwelu pouco ou nada evoluiu.Na madrugada de
sbado, Obikwelu facilitou num momento da prova, onde no pode sequer
vacilar. O portugus mexeu-se nos blocos e acabou por ser
desclassificado. Os responsveis da delegao portuguesa ainda
pensaram, numa primeira fase, protestar contra a deciso, mas depois
de verem e reverem a gravao em vdeo preferiram acatar a
desclassificao.
1. Quais so as quatro regras importantes para a execuo de uma
corrida eficiente?
2. Mesmo sabendo da necessidade de respeitar a individualidade
biolgica, o professor precisa tomar alguns cuidados durante o
processo de iniciao das corridas. Cite e explique quais so estes
processos.
Corridas rasas
Agora que voc j aprendeu como sair rapidamente do bloco de
partida, vamos compreender as principais diferenas existentes nas
provas de velocidade (100, 200 e 400 metros). Na sequncia, vamos
observar as provas de meio fundo (800 e 1500 metros) e, para
terminamos, analisaremos as particularidades das provas de
resistncia (5.000, 10.000 metros e a maratona).Para que possamos
estar nas primeiras colocaes desta corrida necessrio conseguirmos
compreender os aspectos bsicos de cada uma destas provas, as quais
apresentam algumas semelhanas e muitas singularidades.
CORRIDA DE VELOCIDADE 100, 200 e 400m.
Nas corridas rasas de velocidade, representadas pelas provas com
distncia de at 400m, os atletas necessitam de uma estrutura
muscular bem treinada, que esteja preparada para suportar a extrema
exigncia muscular que iro sofrer.A velocidade um fator natural,
determinada em grande medida pelos nossos fatores genticos.
Entretanto, o velocista necessita de outras qualidades. Voc sabe
quais so?
QUALIDADES DE UM BOM VELOCISTA
Entre as principais qualidades de um bom velocista devemos
considerar a agilidade, a capacidade de reao neuromuscular, a mxima
coordenao muscular e a constituio fsica forte. Estas qualidades
devem ser aliadas combatividade, fora de vontade, persistncia, e
esprito de sacrifcio, fatores estes que podero determinar aqueles
que possivelmente se transformaro em futuros campees.
Um pesquisador chamado Balreich, 1983 analisou um grande nmero
de corredores, descobrindo que os principais fatores que interferem
no resultado de uma corrida de velocidade so:
Velocidade de reao (3,3%) Fora e velocidade de sprint (86,6%)
Resistncia de sprint (10%)
1. Velocidade de reao a capacidade de responder no menor tempo
possvel a um estmulo externo. Como ela vem do sistema nervoso
central, pouco se consegue melhorar. Isto se leva a dizer que o
velocista nasce pronto e no feito.
2. Velocidade de sprint - a capacidade de se atingir a maior
velocidade possvel. Tambm est diretamente ligada ao sistema nervoso
central.
3. Fora de sprint - a capacidade de conseguir a maior acelerao
possvel no menor espao de tempo;
4. Resistncia de sprint - a capacidade de se manter na mais alta
velocidade no maior tempo possvel, ou diminuir ao mximo a queda de
velocidade.
A diferena entre a resistncia de sprint e a resistncia de
velocidade que na primeira o nvel de intensidade mximo e na segunda
submximo.
O tempo de reao de estmulos ticos, acsticos e tteis
diferenciado. A reao a um sinal tico um pouco mais lenta do que a
um sinal acstico. O aparecimento de leses desportivas, na fase
final dos esportes coletivos ocorre principalmente pela menor
capacidade de reao, quando o indivduo est em estado de fadiga.
Existe a velocidade cclica que ocorre atravs de uma sucesso de aes
motoras (corrida), e a velocidade acclica, que ocorre em uma ao
motora isolada (lanamento). A melhora da performance da velocidade
algo difcil de se obter apenas com o treinamento, pois ela algo
inato, diferente da fora e da resistncia que podem ser melhorados
significativamente com treinamento, a velocidade pode ser melhorada
cerca de 15 a 20% no mximo. Isto ocorre devido s diferenas de
fibras musculares e o modelo de inervao geneticamente definidos, o
treinamento pode apenas modificar o volume (aumento da seo
transversal) ou a capacidade de coordenao, mas no a distribuio
percentual das fibras. A velocidade a capacidade fsica que diminui
mais cedo e mais fortemente, com o aumento da idade. A capacidade
que um atleta tem em executar os movimentos mais depressa uma
qualidade especfica, ou seja, no h transferncia direta da
velocidade para movimentos diferentes (atletismo/natao). Isto pode
ocorrer apenas em atividades que apresentam movimentos de coordenao
semelhantes. Para avaliar a fora de sprint, existem vrias formas,
uma delas seria tomar o tempo a espaos regulares, como por exemplo,
a cada 5 metros, o que na prtica de treinamento impossvel dada s
dificuldades de cronometragem. Por isso, estabeleceu-se a correlao
entre a sada (10 primeiros metros) e a Fora Sprint, que deve ser
medida at os 30 metros (durante os testes devem-se repetir as
distncias).
Aps verificarmos os aspectos gerais da corrida, vamos analisar
as singularidades presentes em cada uma das provas de
velocidade.
100 METROS RASOS
Os 100 metros rasos so considerados uma prova nobre do
atletismo, pois define quem o indivduo mais rpido do mundo, marcada
por duelos histricos como a disputa entre o americano Carl Lewis e
o Jamaicano naturalizado Canadense Ben Johnson.Os 100 metros rasos
foram introduzidos no programa olmpico em Jogos Olmpicos de Vero de
1896, para homens e nos Jogos de 1928, para mulheres. Os primeiros
campees olmpicos foram, respectivamente, Tom Burke e Betty Robinson
dos Estados Unidos da Amrica. O recorde mundial dos 100 metros
masculinos pertence a Usain Bolt, da Jamaica, obtido durante o
mundial de atletismo, realizado em Berlin, na Alemanha, em 16 de
agosto de 2009, com a marca de 9,58 segundos. No feminino, o
recorde de 10,49 segundos pertence a Florence Griffith Joyner,
estabelecido em Indianpolis em 1988. O recorde nacional e tambm
sul-americano de 10s e pertence a Robson Caetano da Silva.As
condies climatricas, em particular o vento, so muito importantes na
prova dos 100 metros, pois podem influenciar os tempos de chegada.
Para efeitos de recorde do mundo, no so consideradas provas
corridas com ventos traseiros de mais de 2 m/s.De acordo com as
pesquisas desenvolvidas pelo grupo de trabalho do Ministrio da
Educao e Cultura, sob o controle do Departamento de Educao Fsica e
Desportos, o comportamento do corredor de 100 metros determinado
por trs fatores bsicos: velocidade, amplitude de passada e
frequncia de passada. fundamental que o corredor realize as
passadas de maneira rpida e com boa amplitude, procurando manter
isto pelo maior tempo possvel, ou seja, buscando evitar a diminuio
da amplitude da passada, o mesmo sendo vlido para a frequncia. Como
j vimos anteriormente, pode-se dizer que um bom corredor necessita
de: fora de frequncia da passada, fora da amplitude de passada,
resistncia de frequncia de passada e resistncia de amplitude de
passada. Esses fatores, somados a velocidade de reao, fornecem as
qualidades necessrias para um excelente velocista.
Para que possamos melhor analisar a prova de 100 metros, vamos
dividi-la em quatro fases distintas:
Fase de reao (logo no incio) corresponde ao tempo de reao
(intervalo de tempo entre o tiro de partida e o momento em que o
atleta sai do bloco de partida).
Fase de acelerao perodo durante o qual o atleta aumenta a
velocidade.
Fase de velocidade mxima perodo em que, aps ter corrido de 60 a
70 metros, o atleta atinge a velocidade mxima e corre uma distncia
de cerca de 20 a 30 metros a essa velocidade mxima.
Fase final perodo em que, a uma distncia entre 20 e 10 metros da
meta, o atleta reduz a velocidade.
Evoluo da prova
Todos os atletas de 100 metros rasos so treinados para responder
ao disparo do tiro de partida com prontido. Um velocista campeo
gasta em mdia dezoito centsimos de segundo para dar incio sua
corrida.Uma pessoa determinada levar cerca de 27 centsimos de
segundo para reagir. A respirao tambm muito treinada: os atletas
inspiram na largada, expiram e inspiram novamente na marca dos 50
metros e expiram novamente s no fim da corrida.No primeiro
movimento, o atleta avana cerca de cinco metros e as passadas
iniciais medem 1,60m. Os campees atingem sua velocidade mxima (ca.
43 km/h) aos 35 metros de corrida, quando a extenso das passadas em
torno de 2,10 metros, e consegue mant-la at os setenta metros. Um
atleta comum j ter alcanado a velocidade mxima (27 km/h) na altura
dos 25 metros de prova e comea a desacelerar a cinquenta metros do
final da competio.
TCNICA DA CORRIDA DE 100 METROS
Para facilitar o nosso estudo, vamos dividir a corrida de 100
metros em trs fases interdependentes:
1. Fase de apoio anterior: comea aps a fase de suspenso, no
momento em que o p da frente tem contato com o solo e termina no
momento em que a coxa da perna de balano (posterior) cruza a perna
de apoio.
2. Fase de apoio posterior: comea quando a perna de balano cruza
a perna de apoio e vai at o momento em que o corredor realiza a
impulso perdendo contato com o solo.
3. Fase de suspenso: comea quando o joelho da perna de
balanceamento anterior se encontra no ponto mais alto e o p da fase
de contato posterior conclui a sua impulso.
Essas fases no so realizadas isoladamente, pois quando ocorre a
fase de impulso posterior, a perna de balano estar frente, ou seja,
os movimentos so interligados. Contudo, a fase mais importante o
apoio anterior, pois ela responsvel pelo movimento de impulso do
corpo para frente.Aps realizar a impulso, a perna de balano deve
buscar a posio ideal (junto as ndegas) para que possa ir o mais
rpido possvel frente, o que ir manter a relao entre a fase anterior
e fase posterior da corrida. Ou seja, quanto melhor e mais rpida
for a fase posterior, melhor e mais rpidas ser a fase anterior.
ERROS MAIS COMUNS DOS INICIANTES
1. Correr aplicando mais fora que a necessria no sentido
vertical;2. Correr aplicando fora, no no sentido da corrida, mas
obliquamente a esta;3. Executar movimentos de braos, no no sentido
da corrida, mas lateralmente;4. Correr contraindo as mos ou outros
msculos do corpo. Isto resulta em tenso, prejudicando a coordenao e
descontrao dos movimentos.
A prova dos 100m rasos tem sido dominada por atletas
norte-americanos/estadunidense desde a sua primeira apario nos
Jogos Olmpicos de Vero em 1896. Entre os medalhados olmpicos da
prova contam-se Jesse Owens (dos Estados Unidos), que chocou o
regime nazista com a sua vitria nos Jogos de 1936 em Berlim, Fanny
Blankers-Koen (dos Pases Baixos), conhecida como a Dona de Casa
Voadora, e Wilma Rudolph.
Em 1968, o Jim Haines foi o primeiro homem a fazer os 100 metros
rasos em menos de 10 segundos, marca mais tarde baixada para os
9,95s. Este recorde durou quinze anos, at que outro
norte-americano/estadunidense, Calvin Smith, chegou aos 9,93s, em
1983. A maior polmica da prova surgiu com a vitria do canadiano Ben
Johnson, no evento dos Jogos de 1988, em Seoul, depois de uma
rivalidade de meses com Carl Lewis. Johnson ganhou a medalha de
ouro com o recorde do mundo de 9.79 s, mas viria a ser
desqualificado por uso de esteroides.
Os 100 metros mais rpidos de sempre foram corridos por Obadele
Thompson dos Barbados, que obteve a marca de 9.69 s. Este tempo no
constitui um recorde mundial, uma vez que a prova foi disputada com
5 m/s de vento, acima dos limites permitidos pela IAAF.
Na prova dos 100m, os atletas calam sapatilhas que so to leves
quanto as de bal e pesam 170 gramas cada (50% menos que um chinelo
estilo Rider). As solas tm pregos de comprimento mximo fixado em
8,4 milmetros e a espessura da sola no pode ultrapassar treze
milmetros.
No caso de uma chegada embolada nas provas de atletismo, os
juzes iro observar a posio dos ombros ou do torso do atleta para
determinar o vencedor. Pernas e braos no so levadas em conta.
Um atleta desqualificado de uma prova se realizar uma falsa
partida aps ter acontecido uma anterior. Anteriormente a
desclassificao ocorria quando o mesmo atleta provocasse duas falsas
partidas, j, hoje, um atleta pode ser desclassificado se ele
cometer uma falsa partida e outro atleta (ou ele mesmo) j terem
praticado uma falsa partida anteriormente
As particularidades da prova de 200 metros
A base de trabalho para o corredor de 200 metros, com o objetivo
de desenvolver a velocidade a mesma do corredor de 100 metros. A
principal diferena que podemos considerar como uma especificidade
dos 200 metros seria ao volume de treinamento, o qual maior nos 200
metros, visando um treinamento aprimorado da resistncia de
velocidade.Podemos notar isso, observando que muito mais fcil
encontrarmos A base de trabalho para o corredor de 200 metros, com
o objetivo de desenvolver a velocidade a mesma do corredor de 100
metros. A principal diferena que podemos considerar como uma
especificidade dos 200 metros seria ao volume de treinamento, o
qual maior nos 200 metros, visando um treinamento aprimorado da
resistncia de velocidade.Podemos notar isso, observando que muito
mais fcil encontrarmos corredores de 200 metros fazendo excelentes
provas nos 100 metros, do que o inverso.Considerando que nos
primeiros 100 metros o atleta sai do bloco, o que no acontece nos
segundos 100 metros, teremos um tempo extra para os primeiros 100
metros, devido perda pela acelerao inicial. Segundo pesquisas
realizadas com velocistas, essa perda de 117 a 170, porm os
melhores, a mesma no ultrapassa os 0,9. Desse modo, logo veremos
que levando-se em conta essa acelerao inicial, os primeiros 100m so
corridos mais velozmente que os segundos.
O comportamento da passada na prova de 200 metros
A questo inicial que se apresenta : DEVE-SE OU NO REALIZAR UMA
PREPARAO ESPECIAL/DIFERENCIADA PARA AS PROVAS DE 100 E 200 METROS?O
corredor de 200 metros deve ter o mesmo objetivo que o de 100
metros desenvolver a velocidade as bases do treinamento no que se
refere ao desenvolvimento de velocidade no se diferenciam. A
diferena est no volume do treinamento, apresenta-se maior volume de
treinamento para o corredor de 200 metros, devido necessidade de
uma maior resistncia de velocidade. Isto faz com que se tenha mais
corredores de 200 metros disputando a prova de 100 metros.A
diferena bsica no trabalho com os atletas de duas provas est na
quantidade de treinamento de resistncia de velocidade do corredor
de 200 metros, a qual dever sem superior.O comportamento da passada
na corrida de 200 metros tem uma importncia bastante grande dentro
do ensino do treinamento. Esse comportamento tinha, at pouco tempo
uma m interpretao, dado o fato de no haver nenhuma pesquisa
cientfica a esse respeito.
No livro Der Sprint (1989), Toni Nett cita uma pesquisa feita
com treinadores alemes, os quais foram partidrios de uma maior
importncia amplitude da passada 200 metros. Segundo esses
treinadores, atletas com maior amplitude de passada teriam grande
vantagem em relao a atletas de amplitude pequena e que atletas
altos teriam vantagem sobre atletas baixos. Isto nos leva h duas
concluses:
os melhores corredores de 200 metros correm com maior
amplitude;
os melhores corredores de 200 metros so mais altos.
Partindo dessas hipteses, o Prof. Letzelter (1970) desenvolveu
na Olimpada em Munique uma pesquisa envolvendo 32 participantes dos
200 metros. Os resultados mostraram serem falsas essas duas
hipteses. O resultado da pesquisa indica que tanto no melhor quanto
no pior grupo, tm a mesma mdia de amplitude, o que mostra que os
melhores atletas no tm uma maior amplitude. A diferena de tempo
existente entre os melhores e piores atletas deve ser atribuda a
frequncia de passadas.
ALGUNS DETALHES TCNICOS SO FUNDAMENTAIS PARA ALCANAR OS
OBJETIVOS ESTABELECIDOS
Quanto maior a velocidade, menor ser a superfcie de contato dos
ps no solo; Quanto maior a velocidade, maior ser a inclinao do
corpo; Quanto maior a velocidade, mais amplos sero os movimentos
dos braos no sentido ntero- posterior; Quando se pretende dar maior
amplitude as passadas, deve-se projetar mais o lanamento dos
joelhos para frente e para cima.
Os 200 metros rasos a prova mais prxima do primeiro evento das
Olimpadas da antiguidade, a corrida de um estdio (cerca de 192
metros) que consagrou o primeiro campeo Olmpico, Koroibos de Elis,
em 776 AC.Nos jogos atuais, disputados em uma pista de 400 metros,
a prova comea numa das curvas e termina na reta.Mesmo sendo uma
prova mais longa, os 200 metros so corridos com mais velocidade que
os 100 metros. Por exemplo, o antigo recorde do mundo pertencente a
Michael Johnson corresponde a uma velocidade de 37.3 km/h, enquanto
que a marca de 9.77 s de Asafa Powell nos 100 metros, representa
uma velocidade de 36.9 km/h. Isto se deve ao facto de, nos 200
metros, os atletas chegarem reta final em velocidade de ponta, o
que permite que a segunda metade da prova seja mais rpida que a
primeira.Atualmente o record da prova masculina pertence ao
jamaicano Usain Bolt, com o tempo de 1919s. Obtido no mundial da
Alemanha em 20 de agosto de 2009.Na prova feminina, o record dos
200 metros pertence a norte-americana Florence Griffith- Joyner,
com o tempo de 2134 s. Obtido nas olmpiadas de Seul em 29 de
setembro de 1988.
SUGESTES DE ATIVIDADES PRTICAS
1. Em crculo, todos os alunos devem estar trotando, ao comando
do professor todos devem correr o mais rpido possvel;2. Em crculo,
todos os alunos devem estar trotando, ao comando do professor o
aluno de trs tenta tocar nas costas do aluno da frente;3. Em
crculo, todos os alunos devem estar trotando, ao comando do
professor deve-se mudar o sentido da corrida e tentar tocar nas
costas do aluno da frente.4. Em grupos de 8 a 10 pessoas, correndo
em crculo, em trote moderado, com distncia de alguns metros entre
os grupos.Ao apito do professor, o ltimo aluno de cada fila dever
acelerar rapidamente tomando a frente do seu grupo. (O professor
pode variar a durao da pausa, controlando desta maneira a
intensidade da atividade)5. Realizar tiros curtos de 40 a 80
metros, procurando marcar os tempos parciais.6. Realizar sadas de
bloco na curva.7. In and out (curtos). Realizar corridas de at 120
metros, onde o aluno ir intercalar velocidade mxima em distncias de
10 metros e diminuio de velocidade nos outros 10 metros. Esta
distncia pode ser aumentada progressivamente.8. Realizar corridas
de 300 metros, procurando aferir os tempos parciais.
De acordo com o que voc viu at aqui. possvel afirmar que na
prova dos 400 metros, os atletas mais velozes na primeira metade,
so tambm os mais velozes na segunda metade?
A CORRIDA DE 400 METROS
Os 400 metros rasos so uma modalidade olmpica de atletismo, onde
os competidores correm uma volta na pista. a mais longa das provas
de velocidade pura.Os corredores saem de uma linha de partida
escalonada, de dentro para fora da pista, que compensa o efeito da
curva e garante a mesma distncia para todos. A chegada feita na
reta principal da pista de atletismo.Estudos realizados mostram que
corredores que so 1 segundo mais rpidos na primeira metade dos 400
metros, so 1,2 segundos mais lentos na segunda parte. Essa queda de
velocidade nem sempre por uma questo de falta de resistncia, mas
por uso de uma ttica errada.Na prtica vlida a regra geral da
diferena dos dois segundos a mais para a segunda parte da corrida.
Por exemplo: um atleta que corre os 400 metros para 46 segundos
deve correr os primeiros 200 para 22 segundos e os outros para 24
segundos.
CONHECENDO UM POUCO DAS REGRAS
REGRAS CORRIDAS
1. A direo da corrida deve ser definida pela mo esquerda do
atleta que dever estar voltada para a borda interna da pista
(campo), e ser numerada a partir da.
Obstruo
2. Qualquer competidor, corredor ou marchador, que empurrar ou
obstruir outro competidor, de modo a impedir sua progresso, estar
passvel de desqualificao nessa prova.
Corridas em Raias
3. Em todas as provas realizadas em raias marcadas, cada
competidor dever manter-se em sua raia do incio ao fim. Isso se
aplica a qualquer parte de uma prova corrida em raias marcadas.4.
Nas competies realizadas segundo a Regra 12.1 (a), (b) e (c), a
prova de 800m ser corrida em raias marcadas at a linha de raia
livre depois da primeira curva, ponto onde os corredores podem
deixar suas respectivas raias. A linha de raia livre ser uma linha
curva, de 5 cm de largura atravs da pista assinalada por uma
bandeira de pelo menos 1,50m de altura situada fora da pista.
REGRAS CHEGADA
1. A chegada de uma corrida deve ser marcada por uma linha
branca de 5 cm de largura.2. Com a finalidade de facilitar colocao
do equipamento de photo finish e a leitura do filme de photo
finish, a intercesso das linhas das raias e a linha de chegada
dever ser pintada de preto de uma maneira adequada.
3. Os competidores devem ser classificados na ordem em que
qualquer parte de seu tronco (ficando excludos: cabea. pescoo,
braos, pernas, mos ou ps) atinja o plano vertical que passa pela
borda anterior da linha de chegada, como ficou definido
anteriormente.
Nas sadas das provas de 200 e 400 metros recomenda-se que os
blocos de partida sejam colocados o mais prximo possvel da linha
externa da baliza, o que permitir que o corredor percorra uma
distncia maior em linha reta. O corredor deve apresentar grande
capacidade de correr na curva controlando o seu corpo, para
manter-se o mais prximo possvel da borda interna da raia. A
velocidade resultante da amplitude (tamanho da passada) de passada
e a frequncia da passada (nmero de vezes que o p toca o solo). Os
400 metros estiveram presentes em todas as edies dos jogos olmpicos
da era moderna. O primeiro campeo olmpico foi o estadunidense Tom
Burke. O episdio mais controverso da histria da modalidade ocorreu
nos Jogos de 1908 em Londres, na final olmpica da prova, que contou
com trs estadunidenses e um britnico. A polmica surgiu quando um
concorrente dos Estados Unidos foi desqualificado por bloquear a
passagem do britnico Wyndham Halswelle, numa manobra permitida
pelas regras dos EUA, mas ilegal segundo o regulamento britnico.
Aps diversos protestos, a corrida foi anulada e os trs competidores
restantes foram chamados a correr nova final. Os dois
estadunidenses recusaram-se a correr boicotando a final. Halswelle
correu sozinho e recebeu a medalha de ouro num pdio vazio. O evento
de senhoras apareceu pela primeira vez nos Jogos de 1964, em Tquio,
onde foi vencido pela australiana Betty Cuthbert. Em Sydney, 2000,
a prova foi vencida por Cathy Freeman, a primeira aborgene a ganhar
uma coroa olmpica. O recordista mundial Michael Johnson, com um
tempo de 43,18 segundos, estabelecido em 26 de agosto de 1999, em
Sevilha. a prova mais amplamente dominada pelos Estados Unidos no
atletismo masculino. No incio de 2009, os doze melhores corredores
da histria desta prova eram americanos.
DICAS PARA MELHORAR A VELOCIDADE A intensidade dos exerccios
deve ser escolhida de tal modo que atinja os nveis elevados,
necessrios para o desenvolvimento da velocidade; A durao do
exerccio deve ser escolhido de maneira que a velocidade no diminua
em consequncia da fadiga, que deve ocorrer somente no final do
exerccio; Considerando-se que quando se observam pausas timas de
recuperao, os efeitos cumulativos do treinamento causam fenmenos de
fadiga, relativamente cedo, devendo ser limitado a 5-10 repeties
por unidade de treinamento; No realizar exerccio de velocidade para
a pessoa fadigada; Interromper o trabalho de velocidade se a
cadncia diminuir; Todo o trabalho de velocidade deve ocorrer em um
estado de aquecimento timo
SUGESTES DE ATIVIDADES PRTICAS
1. Os alunos estaro correndo a vontade em vrias direes. O
professor determinar alguns lugares que sero demarcados com nomes
(times, nmeros, pontos cardeais, cidades, etc.).Ao comando do
professor todos devero deslocar-se o mais rpido possvel para aquele
lugar.2. Na quadra poliesportiva, os alunos devero correr em
velocidade pela lateral e andar no fundo da quadra.3. Espalhados
pela quadra, todos os alunos devero trotar ( proibido ficar parado
ou andar). Ao comando do professor o aluno determinado como pegador
sair atrs dos outros, quando ele tocar em algum este lhe dar a mo
para formar uma dupla. A dupla continua pegando at conseguir tocar
em novos alunos que formaro uma nova dupla de pegadores.4. Dividir
a turma em duas equipes. Equipe A pega - Equipe B foge, verificar
quanto tempo a Equipe A leva para pegar os membros da Equipe B.
Depois inverte-se os pegadores, vence a equipe que conseguir pegar
os fugitivos no menor tempo.5. Na quadra poliesportiva coloca-se um
grupo de jogador em cada canto da quadra, ficando dois alunos no
meio. Ao sinal do professor os grupos devero mudar de lugar o mais
rpido possvel, evitando que os dois jogadores do meio consigam
toc-los, cada vez que a equipe consegue passar pelas quatro bases
marca quatro pontos, mas sempre que um jogador for pego a equipe
perde 1 ponto.6. Os alunos sero separados em grupos. O professor
delimitar uma distncia de 15 metros, ao seu sinal os alunos devero
percorrer o mais rpido possvel a distncia estabelecida, vencendo
aquele que conseguir repetir cinco vezes o trajeto.7. Na pista de
atletismo, os alunos devero correr 100 metros o mais rpido possvel,
a seguir eles vo andar 100 metros e trotar 100 metros. Repete-se
novamente a sequncia.8. Na pista de atletismo, 200 metros correndo
e 200 metros trotando.9. Na pista de atletismo, 300 metros correndo
e 100 metros andando.10. Na pista de atletismo, realizar corridas
de 400 metros, marcando o tempo a cada 100 metros.
CORRIDAS DE RESISTNCIA DE VELOCIDADE 800 E 1500M
Conhecidas tambm como corridas de meio-fundo ou velocidade
prolongada so compostas pelas provas de 800 e 1500 metros rasos.So
provas de meia distncia, que exigem do corredor uma mistura de
resistncia e velocidade.A corrida de 800 metros rasos uma prova
olmpica clssica.Disputada desde a 1 edio dos Jogos Olmpicos da Era
Moderna, realizados em Atenas, em 1896. A prova consiste em duas
voltas completas na pista oficial de atletismo.A partida feita de
forma escalonada, para que todos os atletas percorram a mesma
distncia, ou seja, os atletas so colocados cada um em uma raia,
devendo correr o trajeto inicial, at o final da primeira curva
(cerca de 115 metros) na sua raia, podendo, a partir da,
posicionarem-se em qualquer uma das raias, no podendo, no entanto,
fechar ou empurrar o seu adversrio para ocupar um lugar prximo da
parte interna da pista. O brasiliense Joaquim Cruz foi um dos
maiores corredores brasileiros nesta prova, conquistando a medalha
de ouro nos Jogos Olmpicos de Los Angeles em 1984, se tornou o
primeiro brasileiro a obter esta medalha nas provas de pistas em
uma olimpada. Em 1988, ele conquistou a medalha de prata nas
olimpadas realizadas em Seul.
A edio do dia 20 de agosto de 1997, da Revista Veja, traz uma
reportagem com o ttulo Velocidade Total, onde destaca a quebra de
recordes de algumas provas do atletismo, entre as quais est os 800
metros rasos. Confira o texto:
No domingo dia 10, chegou-se a suspeitar do fim da histria do
atletismo. O campeonato mundial terminara sem a quebra de um nico
recorde. Trs dias depois, o Grand Prix de Zurique restabeleceu a
emoo das corridas. No espao de quatro horas, o queniano residente
na Dinamarca Wilson Kipketer pulverizou o recorde mundial dos 800
metros, que j durava dezesseis anos, o tambm queniano Wilson Boit
Kipketer (nenhum parentesco com o anterior) baixou o tempo dos
3.000 metros com obstculos e o etope Haile Gebrselassie melhorou
sua prpria marca nos 5.000 metros. Cada um dos novos recordistas
ganhou um bnus extra de 50.000 dlares e 1 quilo de ouro. Quando
tantos quenianos correm juntos neste estdio, a nica coisa que se
pode esperar so recordes, brincou Moses Kiptanui, o ex-recordista
dos 3.000 metros com obstculos. Com razo. Todos os recordistas em
distncias acima de 800 metros so africanos, alguns deles
quenianos.Wilson Kipketer mora h cinco anos na Dinamarca, mas s
deve receber a cidadania dinamarquesa em dezembro. Por essa razo,
no pde participar da ltima Olimpada. O Qunia no o autorizou a
correr pela Dinamarca e Kipketer no quis disputar pelo Qunia. No
importa a camisa que visto, diz Kipketer. Eu corro antes de tudo
para mim mesmo. Um dos maiores talentos do atletismo atual,
Kipketer especializou-se numa prova fascinante. A corrida dos 800
metros requer do atleta, ao mesmo tempo, velocidade e resistncia,
fora bruta e estratgia. Os maiores expoentes da prova reinaram nos
anos 80. Antes de Kipketer ningum correu to rpido os 800 metros
quanto o ingls Sebastian Coe, detentor do antigo recorde mundial, e
o brasileiro Joaquim Cruz, medalha de ouro e prata na Olimpada de
Los Angeles e na de Seul. O recorde mais antigo do atletismo
continua sendo dos 800 metros, mas na verso feminina. Foi
estabelecido em 1983, pela checa Jarmila Kratochvilova.
Um atleta deve correr pelo seu pas de origem ou pelo pas onde
est treinando?O que deve prevalecer as melhores condies financeiras
e estruturais ou o respeito com a histria, cultura e tradio do seu
povo?
POSSIBILIDADES PRTICAS
Para as provas de 800 e 1500 metros, uma possibilidade bastante
interessante de trabalho o Mtodo Intervalado. Ele diferente do
interval trainning, pois configura-se por um trabalho peridico de
esforo e pausa. A partir do quadro abaixo, voc ter referncias para
poder organizar a sua atividade. Pois a quantidade de repeties a
distncia a ser trabalhada ir depender da condio fsica dos
alunos.
Exemplo
Realizar tiro de 1000 metros, com intensidade baixa, intervalo
de trs minutos entre cada corrida andando e com trs repeties. Do
ponto de vista terico possvel fazer 225 combinaes com estes
fatores, mas na prtica este nmero reduzido, pois no aconselhvel
combinar distncias longas com intensidades muito altas e/ou com
grande nmero de repeties. Este mtodo de trabalho possibilita o
desenvolvimento de trs qualidades fundamentais para os corredores
de distncias longas e mdias resistncia aerbia, anaerbia e
velocidade. Quando trabalhamos em distncias curtas, com intensidade
alta, com pausas longas e baixo nmero de repeties, objetiva-se a
velocidade. Atravs de outras combinaes destes fatores, podemos
buscar o desenvolvimento da resistncia aerbia e anaerbia. Contudo,
deve-se lembrar sempre que ao diminuirmos as distncias acabamos
possibilitando ao jovem aluno correr em intensidade maior e, com
isso, contrair um grande dbito de oxignio, o que desaconselhvel do
ponto de vista fisiolgico e pedaggico. Por isso, o ideal seria
aumentar a distncia e no diminu-la.
A PROVA DOS 1500 METROS
Esta prova disputada em uma pista de 400 metros, desta maneira
so necessrias trs voltas e 3/4 para se complet-la. A corrida
desenvolvida em raia livre, ou seja, os atletas podem correr em
qualquer raia, do comeo ao final da prova.Nesta corrida a
resistncia do atleta posta em prova, juntamente com a sua
capacidade ttica de gerir o esforo em funo da corrida.O tipo
morfolgico predominante entre os atletas meio-fundistas so os
indivduos de baixa estatura e peso leve, que normalmente possuem
uma qualidade essencial para esta prova, uma passada fcil e
uniforme, fundamental para que o atleta possa dosar suas energias.O
atleta deve adotar uma boa estratgia. Nem sempre disparar na frente
para assumir a ponta logo no incio o mais sensato, pois corre o
risco de se desgastar para o sprint final. Por isso, muitos
corredores ficam um pouco atrs do lder, correndo com menos
resistncia do ar e podendo se poupar para disparar nos ltimos 100
ou 200 metros.Porm, o atleta deve estar bem treinado, conhecendo
suas limitaes e os momentos determinantes durante o decorrer da
prova, o momento em que deve se poupar, o momento certo de se
defender e atacar. Alm disso, deve saber interpretar bem os
movimentos de seus adversrios, pois nem sempre o lder est realmente
cansado e, s vezes, tem total controle da corrida com condies de se
defender facilmente dos ataques dos seguidores que arrancam de trs.
Outro risco de se posicionar no peloto intermedirio ficar bloqueado
pelos demais corredores e no ter espao para disparar no final.A
iniciao, com os alunos/atletas que desejam praticar corridas de
meio-fundo, deve ser feita atravs de um bom trabalho de base, onde
no se devem buscar objetivos imediatos, pois os resultados s
apareceram em longo prazo.O professor do aluno/atleta iniciante ter
que ter psicologia, tato e principalmente olho clnico, para indicar
o seu corredor a um futuro trabalho de alto rendimento. O seu papel
desenvolver os fundamentos e habilidades que iro dar suporte e
condies para que futuros professores deem continuidade ao seu
trabalho e possam colher os resultados almejados.Neste momento, d
preferncia para atividades que auxiliem no desenvolvimento da
resistncia aerbia, como corridas em parques, em terrenos variados,
jogos que no apresentem intervalos e nem a possibilidade do jogador
permanecer muito tempo parado. Acrescente a estas atividades
exerccios de velocidade. As estafetas funcionam muito bem neste
momento, pois os escolares adoram realizar disputas contra os seus
colegas.
O Brasil tem uma razovel tradio nas provas de mdia distncia ou
meio-fundo, sobretudo nos 800 m, no qual Joaquim Cruz ganhou uma
medalha de ouro (1984, com recorde olmpico) e uma de prata
(1988).
Nas provas de meio-fundo e fundo, quando o primeiro competidor
cruzar a linha de chegada para o incio da ltima volta, o rbitro da
partida dar um tiro, que serve de aviso a todos os competidores de
que a ltima volta est se iniciando.
CORRIDAS DE RESISTNCIA 5.000, 10.000M e MARATONA
So consideradas provas de resistncia ou de fundo, aquelas cujo
percurso marcado por longas distncias. Estas corridas so realizadas
sem raias marcadas, ou seja, os competidores executam-nas em
qualquer parte da pista, limitada pelas bordas interna e
externa.Com exceo da maratona, as demais provas de fundo so
realizadas em pistas convencionais, na prova de 5.000 metros rasos,
o atleta percorre 12 voltas e meia na pista, j nos 10.000 metros a
prova disputada em 25 voltas.Nestas provas, um aspecto fundamental
so as qualidades necessrias para o atleta, que entre outras
exigncias, deve apresentar: - resistncia, perfeita integridade
orgnica, fora de vontade, combatividade, noo de ritmo de passada,
de regularidade e economia.O principal objetivo que encontramos nas
corridas de resistncia atingir o equilbrio entre a maior velocidade
e a melhor economia de esforo, onde o estilo de correr do
atleta/aluno algo individual.Deve-se, no entanto, tomar o cuidado
para que ele no deixe de lado o padro mnimo dos fundamentos da
corrida (os quais j foram vistos anteriormente) e das tticas
especficas de cada prova.O professor no deve adotar uma forma padro
para as suas correes, deve observar atentamente cada atleta/aluno
estabelecendo dessa forma um vinculo de respeito pelas
caractersticas e individualidades de cada um, criando assim um elo
mais direto e objetivo.Qualquer mudana, troca nos estilos ou forma
de correr do iniciante, deve ser feita com cuidado e sem fugir dos
hbitos que a criana est acostumada.
DETALHES TCNICOS DAS CORRIDAS DE RESISTNCIA
Durante as corridas de resistncia, o corpo deve se comportar de
forma uniforme e descontrada, onde braos e pernas devem mover-se de
maneira rtmica, os ps devero apontar para frente, a movimentao do
atleta deve ser regular e executada com um mnimo de esforo, o que
resultar numa grande economia de energias. Os quadris e ombros no
devem oscilar exageradamente, pois mesmo permitindo passadas mais
largas, reduz enormemente a eficcia da ao.A passada deve ser longa
e flexvel, e o contato com o solo feito pelo tero anterior dos ps.
A amplitude da passada ser menor que a do corredor de velocidade,
pois menor a elevao dos joelhos, a inclinao do corpo e menores os
movimentos dos braos.Como o aspecto mais importante a corrida
descontrada, devemos ter parmetros para verificar se isto realmente
ocorre, uma das formas de verificarmos este detalhe to importante
observarmos a mandbula, as mos e os dedos do corredor, os quais
devem estar relaxados e livres de tenses.
A PARTIDA NAS PROVAS DE RESISTNCIA
Como estas provas no so balizadas, ou seja, no so corridas com
raias determinadas, a sada utilizada em p ou sada alta. Uma partida
ruim no tira a possibilidade de o atleta se recuperar
posteriormente.Como exemplo de que possvel recuperar-se aps uma
sada ruim, ou algo inesperado acontecido durante a prova, convido
voc a recordar o fato ocorrido com o corredor brasileiro, Wanderley
Cordeiro de Lima, na Olimpada de Atenas, quando foi atrapalhado por
um padre irlands.Nas provas de resistncia o atleta deve tomar a
seguinte posio de sada: pequeno afastamento para frente com o
tronco ligeiramente inclinado na direo da corrida. Ao som do tiro,
a perna de trs impulsionada para frente juntamente com o brao
contrrio.
ALGUMAS PESSOAS FICAM CANSADAS SOMENTE EM ASSISTIR UMA MARATONA.
ENTRETANTO, IMPRESSIONANTE A VELOCIDADE QUE OS CORREDORES IMPRIMEM
ATUALMENTE NESTAS CORRIDAS. PARA SE TER UMA IDEIA NA MARATONA DO
RIO DE JANEIRO, EM JUNHO DE 2009, O ATLETA MARCOS ANTONIO PEREIRA,
VENCEU A PROVA COM O TEMPO DE 2:17:30 SEG. O QUE EQUIVALE A UM
TEMPO DE 3:15 MIN./KM.
MARATONA
A maratona foi includa no programa olmpico de atletismo como uma
prova especial destinada aos corredores de fundo. O nome maratona
uma referncia histrica proeza do soldado grego Feidpides, que
correu da plancie de Maratona at Atenas, percorrendo uma distncia
de aproximadamente 41 km, apenas para dar a notcia da vitria sobre
os persas, caindo morto logo aps cumprir sua misso.Ao longo dos
anos, a prova da maratona tornou-se uma das provas clssicas dos
jogos olmpicos, a mais longa, desgastante, e uma das mais difceis e
emocionantes provas do atletismo olmpico. A prova com percurso de
aproximadamente 42 km, que consiste numa corrida executada em
estrada com partida e chegada dentro do estdio. Considerada a prova
atltica mais rdua, devido ao enorme esforo e resistncia que exige
do atleta, necessita de uma longa preparao que requer muita dedicao
e treinamento.A tcnica observada entre os atletas da maratona
consiste no apoio total do p e leve inclinao do tronco, pequena
elevao dos joelhos e braos ligeiramente flexionados, apenas o
suficiente, para manter equilbrio do corpo.No Brasil existem
maratonas e/ou corridas similares em todos os seus Estados. Uma das
mais tradicionais a Corrida de So Silvestre, que acontece sempre no
dia 31 de dezembro. A histria desta prova e outros detalhes voc
poder descobrir no site www.saosilvestre.com.br.Ao se tornar um
especialista na rea dos esportes, fundamental que voc esteja bem
informado sobre o que acontece no pas e no mundo.Por isso, vai a
dica de alguns sites que iro te ajudar a ser um expert neste
assunto. No perca tempo, corra at eles e descubra os segredos das
Maratonas.www.maratonadorio.com.brwww.meiamaratonadoriodejaneiro.com.br;www.ingnycmarathon.org/www.maratona