Pedro Brancalion Fundamentos de la restauración ecológica de bosques
Pedro Brancalion
Fundamentos de la restauración ecológica de bosques
SASKIA
CAFÉ - São Paulo 1900
• 1904: Edmundo Navarro de Andrade deu início aos reflorestamentos experimentais para obter matéria-prima destinada à produção de lenha e dormentes para a Companhia Paulista de Estradas de Ferro •1914: Navarro de Andrade trouxe da Austrália 144 espécies de eucalipto (Jardim Botânico de Sydney) • Testa todas as espécies de eucalipto e inúmeras nativas e conclui que o eucalipto era a melhor opção para a CPEF.
Fordlândia
http://pousadaamericana.blogspot.com.br/2011/05/fotos-raras-de-fordlandia.html
• entre 1920-1922, a demanda por borracha saltou de 19.400 para mais de 67.000 t.
• 18 anos de trabalho e prejuízo de 130 milhões de reais.
• seringais destruídos por pragas e doenças, e grandes diferenças culturais
• 1965 a 1985 – Incentivo Fiscal para plantio de matéria-prima visando desenvolvimento de Indústrias de Base Florestal visando substituir importações
• Escolas (UFV, UFPr, USP) e Institutos Floretais (IPEF, SIF, FUPEF)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
Year
Ac
cu
mu
late
d P
lan
ted
Are
a (
10
00
ha
)
Eucalyptus
Others
Pinus
Floresta típica de eucalipto (1970): 12 m3/ha/ano
Floresta clonal de E.grandis (2000): 60 m3/ha/ano
14
22
20
18
13
6 7
Outros países
Sul
São Paulo
Sudeste (sem SP)
Nordeste
Centro Oeste (semMT)
Amazônia Legal
Consumo da madeira extraída na Amazônia (Smeraldi and Veríssimo, 1999)
Queda de 50% na oferta nos últimos 10 anos (Pereira et al. 2010)
OFERTA DEMANDA
• casa com 2 pavimentos : 300 m²
• estrutura de concreto
• madeiramento do telhado aparente e forro de lambril
• madeira: garapeira (Apuleia leiocarpa)
• custo total de construção: R$500.000,00
• custo de madeira não certificada: R$50.000,00 (10% do preço da obra!)
• custo de madeira certificada FSC: R$80.000,00 (16% do preço da obra!)
Conclusão 1:
A produção de madeira nativa apresenta perspectivas econômicas muito favoráveis
Vegetação nativa = 537 Mha (63%)
Agricultura + Pastagens = 275 Mha (32%)
Pastagens = 211 Mha
Agricultura = 57 Mha
~75% das áreas já desmatadas têm sido utilizadas como pastagens extensivas, a maioria delas degradadas
Sparovek et al. 2010
Disponibilidade de áreas marginais
DEGRADACIÓN
COLOMBIA
114.049.387 ha. Territorio nacional
continental.
35.335.870 ha. Coberturas transformadas.
78.713.516 ha. Coberturas naturales.
31%
Bosque natural 6.498.855 ha.
Fuente: Elaboración Dirección de Bosques, Biodiversidad y Servicios
Ecosistémicos – Plan Nacional de Restauración
6,5 milhões de ha de pastagens degradadas em terrenos declivosos na Mata Atlântica
Rendimento de R$150,00/ha/ano!!!
Conclusão 2:
Reflorestamentos de espécies nativas voltados para a produção de madeira podem vir a se constituir num uso do solo mais atrativo que a
pecuária extensiva
Proposta: A produção comercial de espécies nativas como meio para a restauração florestal em larga escala (atividade fim).
Problemas: 1) Não conhecemos o comportamento silvicultural de
espécies nativas em plantios de restauração. 2) Não dispomos de modelos de restauração voltados
para a produção de madeira.
Núcleo científico: ecologia e silvicultura
Núcleo de tecnologia: ecologia e silvicultura
Núcleo tecno-científico: socioeconomia
Instituições parceiras
Arranjo institucional
Mestrado (PPG Recursos Florestais): Carina Camargo Silva Potencial de espécies nativas para a produção de madeira serrada em plantios de restauração florestal
Angico-vermelho Guaritá Pau-marfim Jequitibá-branco Jequitibá-rosa
Araribá Ipê-roxo Louro-pardo Canafístula Ipê-felpudo
Ciclos de produção esperados para as espécies diante do cenário atual de crescimento
Espécie Fator ambiental DMC (cm) Idade (anos)
A M B SF
Anadenanthera colubrina var. colubrina
Magnésio 35 32,41 38,80 98,30 *
Aspidosperma polyneuron Magnésio 35 90,43 94,05 94,69 *
Astronium graveolens * 35 * * * 86,52
Cariniana estrellensis Cálcio 35 23,14 55,72 81,22 *
Cariniana legalis Argila 35 25,28 49,24 112,99 *
Cedrela fissilis Magnésio 35 32,69 57,35 91,68 *
Centrolobium tomentosum pH 35 40,79 103,16 188,56 *
Enterolobium contortisiliquum Soma de bases 35 9,57 20,49 83,43 *
Esenbeckia leiocarpa Argila 35 79,53 103,92 184,80 *
Gallesia integrifolia Matéria orgânica 35 22,07 80,88 98,38 *
Handroanthus heptaphyllus * 35 * * * 73,80
Hymenaea courbaril * 35 * * * 109,85
Myroxylon peruiferum Silte 35 57,86 85,12 114,49 *
Peltophorum dubium Argila 35 35,89 40,42 67,38 *
* Espécie não apresenta fator ambiental mais influente no crescimento
Espécie Fator ambiental DMC (cm) Idade (anos)
A M B SF
Anadenanthera colubrina var. colubrina * 35 * * * 13,07
Anadenanthera colubrina var. cebil pH 35 10,52 17,05 26,78 *
Aspidosperma polyneuron MO 35 83,15 89,76 92,00 *
Astronium graveolens * 35 * * * 29,17
Cariniana estrellensis Ca 35 12,67 22,55 28,77 *
Cariniana legalis Arg 35 16,91 22,28 30,93 *
Cedrela fissilis Mg 35 22,52 50,23 100,29 *
Centrolobium tomentosum CTC 35 24,84 40,39 54,48 *
Enterolobium contortisiliquum SB 35 6,06 8,56 20,02 *
Esenbeckia leiocarpa Arg 35 40,00 89,22 176,71 *
Gallesia integrifolia Ca 35 12,14 19,84 34,52 *
Handroanthus heptaphyllus * 35 * * * 40,18
Hymenaea courbaril * 35 * * * 45,57
Myroxylon peruiferum Areia 35 24,75 45,84 88,83 *
Peltophorum dubium Mg 35 17,92 22,65 41,49 *
* Espécie não apresenta fator ambiental mais influente no crescimento
Ciclos de produção esperados para as espécies diante do cenário potencial de manejo
A maior parte das espécies apresentou forma desfavorável, com bifurcações e muitas ramificações
Diferentes ambientes de regeneração!
restauração mata nativa
Je
qu
itib
á-r
osa
(Cari
nia
na l
eg
alis
)
40 anos (CM2) 57 anos (COS) 24 anos (IRC)
Desenvolvimento do conceito de “pioneira$ econômica$”: OCT, Baixo Sul Bahia – 4 ha
1 ano (2011)
Uso do eucalipto como espécie pioneira “econômica”
Grupos de madeira nativa em linhas duplas (faixas de produção)
Desenvolvimento do conceito de “pioneira$ econômica$”: Fibria, Aracruz-ES – 10 ha
1 ano (2011)
Linhas simples e duplas de eucalipto como pioneira econômica, intercaladas com nativas para madeira nobre
1 ano e 6 meses
1 ano e 6 meses
Desenvolvimento do conceito de “pioneira$ econômica$”: Suzano, Mucuri-BA – 10 ha
Linhas duplas de eucalipto, cajá, aroeirinha e guapuruvu como pioneira econômica, intercaladas com nativas para madeira nobre
6 meses (2012)
Modelo Araras
18 hectares
Vegetação típica da Floresta Estacional Semidecidual
Solos de alta fertilidade
Área agrícola: possibilidade de manejo florestal mais intensivo
Modelo de produção de madeira nativa consorciado com adubação verde
Espécies adubação verde Espécies nativas de
recobrimento
Crotalária juncea
Feijão-de-porco
Guandú-forrageiro
Senna multijuga Heliocarpus popayanensis Croton floribundus
Guazuma ulmifolia Senna macranthera Trema micrantha
Croton urucurana Solanum lycocarpum Senna alata
Modelo de produção de madeira nativa consorciado com adubação verde
Crotalária juncea
Espécie Nome popular Uso da madeira
Anadenanthera colubrina var. cebil
(Griseb.) Altschul Angico-vermelho
Construção pesada externa, como pontes, postes, mourões, cruzetas, dormentes, madeiramento de
currais; construção civil interna para vigas e caibros; tábuas e tacos para assoalhos; móveis de alta
qualidade; peças torneadas
Astronium graveolens
Jacq. Guaritá
Construções externas, como dormentes, mourões, postes, esquadrias, cruzetas; acabamentos
internos; confecção de móveis; peças torneadas; tábuas e tacos para assoalhos
Balfourodendron
riedelianum (Engl.) Engl. Pau-marfim
Móveis de luxo; lâminas faqueadas decorativas; peças torneadas; cabos de ferramentas; molduras;
partes internas da construção civil; artefatos decorativos em geral; cutelaria
Cariniana estrellensis
(Raddi) Kuntze Jequitibá-branco
Estrutura de móveis populares; molduras e guarnições internas; forros, lambris; peças torneadas;
cabos de ferramentas; esquadrias; painéis compensados; embalagens; brinquedos
Cariniana legalis (Mart.)
Kuntze Jequitibá-rosa
Folhas faqueadas; laminados; compensados; móveis e armação; acabamentos internos; carpintaria;
marcenaria; construção civil interna como forros, tabuados em geral, fósforos, artigos escolares;
caixotaria, saltos para sapatos; tonéis; cabos de vassoura
Centrolobium
tomentosum Guillem.
ex Benth.
Araribá
Construção civil e naval; obras externas e hidráulicas; tacos; carpintaria, marcenaria de luxo,
móveis finos; torneados; lambris, postes, mourões; vigamentos para pontes; cabos de ferramentas
e enxada; dormentes; tanoaria
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Louro-pardo Construção de móveis de luxo; revestimentos decorativos, lâminas faqueadas; construção civil;
tonéis; embarcações leves; carpintaria, marcenaria; chapas; torneados e esculturas
Handroanthus
heptaphyllus Mattos Ipê-roxo
Construções externas, como pontes, dormentes, cruzetas e defensas; vigas, caibros, esquadrias;
guarnições, rodapés, forros, lambris; tábuas, tacos, parquetes e degraus de escadas; móveis de alta
qualidade; artigos de esporte e brinquedos; cabos de ferramentas; implementos agrícolas; peças
torneadas; instrumentos musicais ou parte deles
Peltophorum dubium
(Spreng.) Taub. Canafístula
Madeira considerada de alto valor econômico, indicada para construção civil, em vigas, caibros,
ripas, marcos de portas, janelas, assoalhos; usos externos como mourões, dormentes, cruzetas;
fabricação de móveis e guarnições; em construção naval e militar; marcenaria e carpintaria para a
confecção de carrocerias, chapas e peças para decoração de interiores; parquetes
Zeyheria tuberculosa (Vell.)
Bureau ex Verl. Ipê-felpudo Construção civil interna; cabos de ferramentas e de instrumentos agrícolas; mourões; lenha
Modelo de produção de madeira nativa consorciado com adubação verde
Modelo de produção de madeira nativa consorciado com adubação verde
Expectativa de produção volumétrica de madeira
Nome popular Ciclo de
corte (anos)
DAP Final
(cm) HT Final (m)
Volume
(m³/árv.) Indivíduos/ha
Volume
(m³/ha)
IMA
(m³/ha/ano)
Angico-
vermelho 10,52 35 15,00 0,374 833 311,327 29,594
Araribá 24,84 35 17,90 0,511 833 426,056 17,152
Canafístula 17,92 35 16,87 0,460 833 383,542 21,403
Guaritá 29,17 35 18,27 0,530 833 441,795 15,146
Ipê-felpudo 20,00 35 15,00 0,374 833 311,327 15,566
Ipê-roxo 40,18 35 23,14 0,806 833 671,338 16,708
Jequitibá-
branco 12,67 35 15,39 0,391 833 325,852 25,718
Jequitibá-rosa 16,91 35 15,28 0,386 833 321,726 19,026
Louro-pardo 15,00 35 17,00 0,467 833 388,801 25,920
Pau-marfim 40,00 35 20,64 0,658 833 548,368 13,709
Análise econômica do negócio
Taxa Interna de Retorno (%) X Custos de Implantação
Nome popular Custos conservadores Redução de 30% nos dois
primeiros anos
Redução de 30% dos custos
totais
Angico-vermelho 12,93 16,23 17,65
Araribá 4,69 5,67 6,34
Canafístula 8,59 10,21 11,12
Guaritá 5,51 6,35 6,91
Ipê-felpudo 3,67 4,92 5,82
Ipê-roxo 5,00 5,58 5,97
Jequitibá-branco 9,12 11,60 12,90
Jequitibá-rosa 7,27 8,97 9,97
Louro-pardo 10,14 12,25 13,32
Pau-marfim 4,45 5,01 5,41
Sistemas agroflorestais
Pagos por servicios ambientales