Fruto do Espírito
Fruto do Espírito
SumárioEstudo para a Classe Senhoras e Moças3INTRODUÇÃO41.Quem
pode dar frutos42.Como manifestar o Fruto do Espírito.63.O Fruto do
Espírito através de personagens bíblicos femininos64.O FRUTO DO
ESPÍRITO É AMOR.74.1.MARIA – Ela fez o que pôde.85.O FRUTO DO
ESPÍRITO É ALEGRIA95.1.MARIA – Jovem, virgem, grávida ... e
alegre!116.O FRUTO DO ESPÍRITO É PAZ.126.1.ABIGAIL – A mulher que
busca a paz.157.O FRUTO DO ESPÍRITO É LONGANIMIDADE.177.1.Mulher de
Potifar – Rejeitada, mostra sua ira.187.2.Mulher de Jó – desespero
no sofrimento.188.O FRUTO DO ESPÍRITO É BENIGNIDADE.199.O FRUTO DO
ESPÍRITO É BONDADE.199.1.A MENINA SERVA DE NAAMÃ – “Escrava, mas,
... transbordando de benignidade e cheia de frutos de
bondade.”2010.O FRUTO DO ESPÍRITO É FIDELIDADE.2110.1.RAABE – “O
preço da fidelidade"2311.O FRUTO DO ESPÍRITO É MANSIDÃO.2411.1.RUTE
– “Humilde, mansa, obediente... Recebe do Senhor a
recompensa.”2512.FRUTO DO ESPÍRITO É DOMÍNIO PRÓPRIO.2712.1.UMA
MULHER CUJA VIDA SIRVA DE EXEMPLO DE DOMÍNIO PRÓPRIO?29 VOCÊ!29
Estudo para a Classe Senhoras e Moças
Programa de Incentivo
No início do semestre cada irmã deve receber uma figura de uma
cesta vazia. Ao longo das semanas será desenvolvido um Programa de
Incentivo (presença e pontualidade, versículos memorizados, tarefas
realizadas, convidadas, etc) sendo entregues frutos
recortados como bonificação, que serão colados à cesta.
Ao final do período, providenciar brindes (podem ser ofertas
arrecadadas) que deverão ser convertidas em produtos com valores
fixados em "x" frutos. Estes poderão ser adquiridos
pelas irmãs conforme a quantidade de mercadoria
(frutos) que tiverem para trocar - como em uma feira de
"escambo".
ASSUNTO: Doutrina do Espírito Santo
TEMA: O Fruto do Espírito
TEXTO BASE: Gálatas 5:22-23
INTRODUÇÃO
Nosso estudo começa no capítulo cinco de Gálatas, com um grande
e maravilhoso assunto que é a liberdade que usufruímos em Cristo:
liberdade para não sermos escravos de homens, liberdade para não
pecarmos, liberdade para andarmos no Espírito e darmos fruto.
Porém, quais as condições para dar fruto? Quem pode dá-lo?
1. Quem pode dar frutos
O Senhor nos diz quem pode dar frutos no texto de João
15:1-15.
Verso 1. Àquele unido a Cristo.
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
Jesus nos diz que Ele é a Videira Verdadeira, os crentes são os
Ramos e Deus o Agricultor que dela cuida.
Verso 2. Todos os que são limpos.
Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e
todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
Sem querer estabelecer uma “tese doutrinária”, mas tentando
entender o porquê de Cristo ter usado a ilustração da videira,
façamos um paralelo do cultivo[footnoteRef:1] da videira com a vida
cristã: [1:
http://terral.agr.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=42]
Estágios
Processo
Analogia
Condução
Por ser Trepadeira
· Precisa de suporte para a sustentação dos ramos.
· 1° Crescem vertical, (+ -) 2 metros.
· Depois, na horizontal, para desenvolver e dar frutos.
Novo nascimento:
· Olhar para o alto – Cristo.
· 1° As coisas celestes.
Depois os frutos.
Crescimento
Antes 3 anos – Fortalecimento.
· Ela desenvolve raízes para absorção de nutrientes
· E ramos vegetativos que irão sustentar os cachos
produzidos.
· Mudança de visão
· Leite espiritual
Com 3 anos – Está pronta
· Por esse tempo, ela têm condições nutricionais para iniciar a
sua produção.
Primeiros passos na fé
· Curiosidade
· Conhecimento da Palavra
· E da nova vida cristã
A partir de 3 anos – Produz Frutos
· Poucos cachos.
· Testemunhar
· Envolvimento na obra
Com o passar dos anos – Produz muitos Frutos
· A produção aumenta até estabilizar na fase adulta da
planta.
· Crente forte e ativo
· Conhece o seu Salvador
Poda
Condução
· Quebra dos galhos que estão fora do caminho.
· Eles "roubam" a energia que o ramo principal utilizaria para o
seu crescimento e a produção dos cachos.
· Desistir de tudo o que desvia do caminho cristão
Folhas
Tirar aquelas que estão empatando o sol.
· Desistir do que ofusca a Luz de Cristo
Gema
Geralmente, possui 2 galhos e 1 folha.
· Arrancar o “neto” o galho mais fraco.
· Perder os “privilégios” antigos
· Até perder amizades (jugo desigual)
Gavinhas
Seguram o novo galho no antigo.
· Devem ser cortados.
· Soltar as amarras do velho homem.
Adubação de Produção
É preciso dar nutrientes
· Alimentar para que a videira produza mais cachos.
Continuar se alimentando da Palavra e frutificando.
Alguns crentes, nos remetem à Parábola do Semeador, pois dão
frutos. Estes, o Agricultor limpa, produzem mais fruto, como em bom
solo – e frutificam a 30, 60 e 100 por 1.
Outros, porém... Quem não conheceu frequentadores de igreja que
só tinham aparência de crentes, como a figueira estéril (Mc 11:
12-14 e 20)? Ou que produziam frutos maus (Mt 7:19-20) e cujo
destino era serem lançados ao fogo?
Verso 3. E purificados pela Palavra.
Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.
O que seria limpar? O verso dois diz que Deus limpa e o verso
três diz que “vós já estais limpos”. Qual a diferença?
Tomemos outro trecho das Escrituras para compararmos coisas
espirituais com coisas espirituais. Em Jo 13:2-10, Jesus lava os
pés aos discípulos. No verso 8, Jesus diz a Pedro: “se eu não te
lavar, não tens parte comigo”. E no verso 10 Jesus diz: “Aquele que
está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo
está limpo...”.
Ilustração Bíblia Dr. Scofield – “A imagem é de alguém, no
oriente, retornando dos banhos públicos para sua casa. Seus pés
estariam sujos e precisariam ser lavados, mas não o seu corpo, que
já tinha sido banhado”.
Assim o crente é purificado:
a. De todos os pecados “uma vez por todas”
Hebreus 10:14 Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para
sempre os que estão sendo santificados.
b. Mas precisa durante sua a vida terrena apresentar os seus
pecados diariamente em confissão ao Pai, para permanecer em
comunhão.
1 Jo 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Verso 4. Os que permanecem.
Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira,
assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
Permanecer em Cristo é ter as Palavras da Bíblia no coração,
memorizar e trazer à lembrança quando estamos no meio de uma
provação. É guardar os mandamentos e saber quais as ordens de
Cristo para o nosso dia a dia. É fazer o que Cristo manda.
Tiago 1:2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o
passardes por várias provações,
Filipenses 4:6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo,
porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
Tiago 4:17 Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não
o faz nisso está pecando.
Verso 8. Os que são reconhecidos como discípulos.
Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim
vos tornareis meus discípulos.
Para quê e por que dar fruto? Para glorificar a Deus e ser
reconhecido como sendo discípulo de Cristo.
Efésios 2:10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus
para boas obras, as quais Deus de antemão preparou
para que andássemos nelas.
Verso 11. Os que têm prazer em Deus.
Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e
o vosso gozo seja completo.
Conhecer as Escrituras é ter o gozo (alegria) de Cristo em si
mesmo. Em meio a provações mostrar a felicidade de conhecer o Deus
Eterno e saber que foi escolhido por Ele, vivendo uma vida digna e
frutífera.
João 15:16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo
quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
Como será manifestado esse fruto?
2. Como manifestar o Fruto do Espírito.
Manifestar o Fruto do Espírito não é obter mais do Espírito,
pelo contrário, é permitir que o Espírito consiga mais de nós.
Permitir que Deus cumpra em nós todo o Seu propósito, manifestar ao
mundo as virtudes de Cristo através de um caráter cristão
virtuoso.
É ter uma vida vitoriosa, que glorifique a Cristo. O crente
espiritual é constante, não sazonal - não se produz o Fruto uma
semana e outra não. Independe das condições as quais o crente
esteja passando, ou das pessoas com as quais ele convive.
Não depende das qualidades naturais que cada pessoa possui ou do
seu temperamento. Não pode ser fingido ou fantasiado: uma pessoa,
por interesse, pode tentar agir calma, alegre, graciosamente por
determinado período de tempo, mas sempre acabará por mostrar sua
verdadeira face.
O homem natural, não regenerado, por mais que se esforce,
somente poderá reproduzir essas virtudes de forma imperfeita, posto
que não são naturais e sim sobrenaturais, produzidas por Deus. O
Fruto do Espírito é produzido “no” crente “pelo” Espírito, através
de uma vida de submissão e obediência à Palavra de Deus.
3. O Fruto do Espírito através de personagens bíblicos
femininos
Vamos realizar o estudo buscando em personagens bíblicos
femininos exemplos de vida que possam nos ajudar nesta caminhada à
Santificação e ao crescimento na graça de Jesus Cristo.
Muito já foi escrito sobre o assunto, mas eu creio ser de grande
valor o exercício de meditarmos sempre nos mesmos versículos, posto
que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã (Lm
3:22-23).
Várias são as personagens que poderiam ser utilizados como
exemplos, todavia, optamos por essas mulheres. As irmãs poderão
pensar em outros nomes.
4. O FRUTO DO ESPÍRITO É AMOR.
Conceito secular: o termo amor significa tanto uma forte afeição
por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de
relações sociais, como também uma atração baseada no desejo
sexual.
Na prática, o que se tem chamado de amor é um conjunto de
situações e práticas tão bizarras quanto contrárias a Deus.
Conceito Teológico: No idioma original é o amor Agape e
identifica o amor de Deus 1 Jo 4:8-10. Um amor sacrificial, que
enviou o Seu Filho para morrer por pecadores.
É o alicerce da vida cristã e excede todo o entendimento, pois o
amor vem de Deus e é derramado no coração do crente pelo Espírito
Santo (Ef 3:17;19).
Rm 5:5 porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Mas tenhamos cuidado! Deus nos faz uma advertência! Quanto aos
últimos tempo.
Mt 24:12 E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos
esfriará.
Sabemos como e quem pode dar frutos. A próxima pergunta é:
“Como” será esse fruto?
De uma forma mais prática, o amor foi descrito em 1 Co 13.
Façamos, pois, um paralelo entre esse texto e as virtudes do Fruto
do Espírito.
Comparação do Fruto do Espírito com o amor descrito em 1
Coríntios 13.
FRUTO DO ESPÍRITO
Gl 5:22-25
AMOR
1 Co 13
1 Co 13
versículos
Amor
· Não procura os seus interesses (não é egoísta)
· Jamais acaba (não vai falhar)
v. 5, 8
Alegria
· Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a
verdade
v. 6
Paz
· Não se exaspera (não se irrita, fica nervoso ou promove a ira,
não suspeita mal)
v. 5
Longanimidade
· É paciente (mesmo sofrendo, segura seus sentimentos por muito
tempo, até que passe a raiva)
· Tudo espera (é paciente e aguarda com alegria e firmeza)
v. 4, 7
Benignidade
· É benigno (agradável, gentil, presta serviço a outras pessoas
de modo gracioso e bem disposto)
· Não arde em ciúmes (não ferve com inveja)
v. 4
Bondade
· Tudo sofre (aguenta com paciência as dificuldades ou
provações)
· Não se ressente do mal (não registra o mal, não estoca
ressentimentos, não gera malicia)
v. 7, 5
Fidelidade
· Tudo crê (é firme e constante sua fé)
v. 7
Mansidão
· Não se ufana (alguém que fala ou age de forma presunçosa,
orgulhosa, gabando-se)
· Não se ensoberbece (inchar-se, sentir-se melhor e maior que os
outros, com vaidade)
v. 4
Domínio próprio
· Não se conduz inconvenientemente (comportar-se de maneira
vergonhosa, indecente, grosseira. É respeitoso, não faz nada que
possa envergonhar a pessoa amada)
· Tudo suporta (cobre, como que protegido por um teto, com
paciência)
v. 5, 7
4.1. MARIA – Ela fez o que pôde.
Textos: Mt 26:6-13; Mc 14: 3-9; Jo 12: 1-9.
Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, (...)
Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; (...)
a) Maria não pensou em si mesma - deu tudo o que tinha.
Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui
precioso, ... (preciosíssimo perfume) ... ungiu os pés de Jesus e
os enxugou com os seus cabelos (Jo 12:3).
O perfume era algo muito caro para Maria possuir e talvez ela o
guardasse para as suas núpcias ou o seu próprio sepultamento. Mas,
por amor, ela derramou o seu coração junto com o bálsamo aos pés de
Jesus.
Isto me fez lembrar uma outra cena, onde Jesus mostra o
contraste entre uma mulher pecadora salva e um religioso perdido:
“a quem muito se perdoou muito amou...” (Lc 7:47).
E nós, o que estamos dando para O Senhor? O que temos de melhor,
ou o que nos sobra? E quando fazemos algo para Deus, o fazemos
conforme nossas forças? Fazemos sempre “o que podemos”?
b) O exercício do amor gerará dificuldades
Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para
traí-lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos
denários e não se deu aos pobres? (Jo 12:4)
Foi criticada – que desperdício... Muitas vezes somos criticadas
ou até mesmo criticamos as atitudes de pessoas porque não
concordamos ou não entendemos – fazemos isso com amor? Olhamos com
amor? As nossas ações devem ser feitas todas olhando para Cristo,
querendo agradá-lo.
Jesus mostra o contraste entre o que crê e o perdido. O que crê
faz com a mão direita e a esquerda não vê - e Seu Pai do céu o
recompensará. O perdido faz para ser visto dos homens - e esta é a
sua recompensa.
Diariamente vidas são entregues à obra de Deus. Que...
DESPERDÍCIO... ou... que AMOR?
c) Deus é quem recompensa o amor
Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa
ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco e,
quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me
tendes. (Mc 14:6-7)
Jesus entendeu e a recompensou.
As obras de caridade devem fazer parte da vida do salvo, mas não
devem fazê-las esperando glória dos homens ou mérito perante “um
ser superior” – como fazem os incrédulos. Nós temos uma obra de
caridade a fazer deixada pelo Senhor: “E disse-lhes: Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15).
d) Você cumprirá a vontade de Deus, praticando o amor
Ela fez o que pôde. Antecipou-se a ungir-me para a sepultura (Mc
14:8).
Os motivos de Maria eram puros. Faltavam seis dias para Jesus
ser morto e sepultado e Deus tocou o coração daquela mulher
simples... Antecipou-se a ungi-Lo para a sepultura. Se você está na
vontade de Deus, mesmo que aos olhos humanos não seja reconhecida,
Ele lhe dará a paz e a alegria de O estar servindo.
e) O amor não se acaba
Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o
evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua (Mc
14:9).
Em memória de Maria. Muitos homens e mulheres viveram antes de
nós e o que Jesus disse sobre Maria é como se tivesse dito ao mesmo
acerca deles: Os heróis da fé de Hb 11 (esposa e noras de Noé,
Sara, Joquebede, mãe de Moisés, Ana, mãe de Samuel. E muitas outras
mulheres notáveis, que veremos neste estudo.
Será que nós seremos lembradas por alguém como uma crente
sincera?
f) Os resultados do amor não se consegue esconder
E encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo. Podemos sentir
a fragrância daquele perfume, ainda hoje.
Como é bom sentir aquele aroma... quase o posso sentir
agora...
Nas vidas de Amy Carmaical, as esposas de grandes missionários
como David Linvigstone, Adoniram Judson e tantos outros
incontáveis.
Nos missionários que estão nas tribos, nos europeus que deram
suas vidas na África, na selva amazônica, nos caboclos que estão
indo pregar o evangelho na Europa, na Índia, no Oriente.
Há uma forma de podermos exalar este perfume: estando com Jesus
e Sua palavra: “Somos para com Deus o bom perfume de Cristo” (2 Co
2:14).
Maria tinha estado aos pés de Jesus enquanto Marta se preocupava
com tantos afazeres... ela escolheu a melhor parte e isto não lhe
foi tirado.
5. O FRUTO DO ESPÍRITO É ALEGRIA
Conceito secular: É o sentimento de contentamento ou de prazer
excessivo. Circunstância ou situação feliz (é uma alegria tê-los em
casa). Aquilo que causa contentamento ou prazer (seu projeto foi
uma grande alegria para ele). Ação de se divertir,
divertimento.
Conceito Teológico: O termo original grego Chara (estar alegre,
regozijar-se, prazer calmo).
a) Alegria segundo o mundo
Significa bom êxito, bem-estar, prosperidade. É circunstancial
(temporária) provêm do ambiente, é externa. Depende da conduta de
outras pessoas, da sequência de eventos da vida, até das mudanças
do clima.
Muito do que o mundo incrédulo chama de alegria dá a medida
exata da sua desesperança. Somente Deus pode revelar a diferença
entre os dois conceitos. Vejamos alguns exemplos:
Alegria do Mundo
O que Deus diz
Riquezas
Rico Louco – Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua
alma; e o que tens preparado para quem será? (Lc 12:20)
Boa Saúde
Apóstolo Paulo – E, para que me não exaltasse pelas excelências
das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um
mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de me não exaltar.
(2 Co 12:7)
Sucesso profissional e financeiro
Zaqueu – E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este
um chefe dos publicanos, e era rico... E disse-lhe Jesus: Hoje veio
a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. (Lc
19:2-9)
Beleza física
Enganosa – Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher
que teme ao Senhor, essa será louvada. (Pv 31:30)
O Pecado/ ”o proibido”
Morte – As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é
suave. Mas não sabem que ali estão os mortos, que os seus
convidados estão nas profundezas do inferno. (Pv 9:17-18)
b) Alegria segundo a Bíblia· Inicia-se em Deus
Deus é o autor e doador da alegria, pois é através do
conhecimento D’Ele e de Jesus Cristo que recebemos toda a sorte de
bênçãos espirituais, bem como de Suas maravilhosas promessas, para
que por estas, nos tornemos participantes da natureza divina. (2 Pe
1:3).
Deus produziu em nossos corações a esperança de um dia estarmos
com Ele em plena alegria (Jo 16:20;22).
Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos
lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a
vossa tristeza se converterá em alegria.
Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos
tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria
ninguém vo-la tirará.
· É resultado da salvação
Dentro da história de nossas vidas iniciou-se na salvação, e é
resultado da fé em Cristo como Salvador. Temos vários exemplos na
Bíblia da alegria que enchia os corações dos santos.
Em tempos de paz: “E, perseverando unânimes todos os dias no
templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de
coração.” (Atos 2:46).
Ou quando rejeitados: “Os discípulos, porém, transbordavam de
alegria e do Espírito Santo.” (Atos 13:52).
· Volta-se para Deus
A alegria dos salvos é direcionada para Deus, de onde nos vem a
confiança, o consolo, a esperança.
Tito 2.13 “... aguardando a bendita esperança e a manifestação
da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus...”
· Não está baseado no circunstancial
A alegria não se baseia em elementos externos ao homem. O
apóstolo Pedro nos diz que os crentes devem ser alegres apesar das
provações no tempo presente pelo amor de Cristo e na medida que
somos co-participantes dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 1:6, 8;
4:13).
Hebreus 12:2 “... olhando firmemente para o Autor e Consumador
da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta,
suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à
destra do trono de Deus”
5.1. MARIA – Jovem, virgem, grávida ... e alegre!
(Lucas caps.1-2)
a) Alegria por ser o vaso escolhido por Deus para ser a mãe do
salvador (Lc 1).
Cumprindo a profecia de Isaías 7.14, feita por volta
de 700 anos antes. A profecia era conhecida pelos justos e piedosos
que aguardavam a redenção de Israel. Maria com José, seu
noivo, eram descendentes da casa de Davi, e com certeza
conheciam e aguardavam o seu cumprimento.
Ela, comprometida com José, reconhecidamente
virgem, apareceria grávida e diria ao seu noivo e a toda a
sociedade que a gravidez era o cumprimento da profecia,
e esperava que todos crescem em suas palavras. Caso, porém,
não acreditassem, ela poderia ser apedrejada como adúltera
pela lei dos judeus (Dt 22:13-21).
Ela entendeu perfeitamente a mensagem do anjo e as implicações
que seu cumprimento trariam. Apenas creu e entregou-se a Deus.
Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua
palavra – v. 38
Deus pôs Seus olhos nela ... e ela se sentiu presenteada por
Ele. Glorifica-O e exulta de alegria.
A minha alma engrandece ao Senhor – v. 46.
O meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador – v.
47.
Porque contemplou na humildade da sua serva – v. 48.
b) Alegria segundo testemunhas (Lc 1).
O Anjo Gabriel disse: “Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é
contigo” (v. 28).
Isabel disse: “Bem-aventurada (alegre, feliz!) a que creu...”
(v. 45).
c) Alegria porque seria a mãe de um Rei! (Lc 1).
Todo o povo de Israel aguardada o cumprimento das profecias na
pessoa de um Rei, descendente de Davi, e que restabeleceria o Trono
de Davi, libertando Israel do jugo romano.
Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel (Is
7:14).
A alegria de Maria estava em contemplar a Deus e o cumprimento
de Sua Palavra profética – O Redentor! Ela tinha sido
escolhida para trazê-Lo ao mundo e sofrer por Ele: Jesus, O
Messias!
Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão
bem-aventurada. (v.48).
Ela conhecia o Deus de Israel e recitou as Escrituras, Salmos
111:9 diz: “Enviou ao seu povo a redenção; estabeleceu para
sempre a sua aliança; santo e tremendo é o Seu nome.”
Porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome. (v.
49).
Sentiu-se Alegre, apesar das circunstâncias “aparentes” de sua
vida, a si mesma se chamou escrava, continuou pobre, casada com um
carpinteiro, fugindo de um lado para outro, a pé ou num jumentinho,
com medo dos poderosos e temendo pela vida do bebê. Um Rei, cujo
palácio foi um estábulo, seu berço uma manjedoura, seus adoradores
foram simples pastores. E ela estava alegre, feliz!
d) A alegria de Maria por considerar Deus misericordioso (Lc
2).
A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o
temem. (v. 50).
No conceito secular, misericórdia é ter compaixão. É sentir
dó, pesar diante dos males sofridos por outra pessoa e
misericórdia é oferecer caridade e clemência diante da desgraça
alheia.
No conceito Teológico, o significado é livramento da
pena ou castigo merecidos. Misericórdia (oiktirmos) – Ter
piedade ou ter compaixão. Emprega-se como sinônimo de (eleeo)
– Ter compaixão.
Mas vejamos se na sua vida, Maria foi livre de passar
por dificuldades e problemas.
· A visita dos pastores anunciando as grandezas referidas
pelos anjos.
Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as
no coração (v. 18-19).
· Simeão, ao ver o menino Jesus no Templo.
“Eis que este menino está destinado ... para ser alvo de
contradição (também uma espada traspassará a tua própria
alma.” (v 25-35).
· A profetiza Ana falava que o menino era a Redenção de
Israel (v. 38).
· Aos 12 anos, no Templo Jesus dá o primeiro sinal de sua
natureza e ministério.
“Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? (PORQUE NÃO VIERAM
DIRETO PARA CÁ?) Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu
Pai? (QUAL OUTRO LUGAR EU TERIA INTERESSE EM ESTAR?). Não
compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera. Sua mãe, porém,
guardava todas estas coisas no coração.” (v. 49-51).
Seus pais conviveram com o Santo de Deus, mas mesmo assim, não
compreendiam seu Filho divino. Lembranos outra passagem, em Lucas
24: 13-25, quando Jesus, depois de ressurreto, aparece a 2
discípulos na estrada de Emaús, porém eles não O reconheceram.
Jesus, então lhes disse:
“Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para
crerdes tudo o que os profetas disseram!” (v.25).
Maria viveu e sofreu toda a vida por seu Filho Divino. Esteve
presente durante Seu ministério (Jo2.12). Com certeza se
entristeceu com as injúrias, mentiras e perseguições que Ele
sofreu, até dos próprios irmãos (...“pois nem mesmo os seus
irmãos criam nele.” João 7:5) e esteve presente na Sua morte
(Jo 19.26).
A Alegria de Maria, testemunha da misericórdia de Deus: que a
salvou dos seus pecados (“Deus meu Salvador” (Lu 1.47) – pelo
sangue de Jesus.
E mesmo em meio a dificuldades terrenas considerou-se feliz
e reconheceu (“Porque o Poderoso me fez grandes coisas.” Lucas
1:49).
e) Maria foi uma serva fiel.
Em Atos 1.14, vemos Maria com os apóstolos, os discípulos e
os irmãos do Senhor, em Jerusalém, no cenáculo, perseverando em
orações e aguardando o cumprimento da promessa da descida do
Espírito Santo, que se cumpriu no dia de Pentecostes (At
2.1-4).
6. O FRUTO DO ESPÍRITO É PAZ.
Conceito secular: paz significa ausência de conflito.
Conceito teológico: no grego original (Eirene), significa
bem-estar que vem do próprio Deus.
Vejamos alguns aspectos da paz, que deverão fazer parte da vida
de todo homem que professa a salvação.
a) A fonte da paz
Somente Deus é a fonte da perfeita paz.
Deus Pai é o Deus da Paz – Rm 15:33 “E o Deus da paz seja com
todos vós. Amém!”
Jesus é o Príncipe da Paz – Is 9:6 “Porque um menino nos nasceu,
... e o seu nome será: ... , Príncipe da Paz”.
O Espírito Santo produz Paz – Gl 5:22 “Mas o fruto do Espírito
é... paz...”.
b) A paz com Deus
O homem ímpio, por melhores condições que ele possa ter na vida:
saúde, bens materiais, família, comportamento adequado, ele sempre
estará, consciente ou não, sob o poder da morte e a ameaça do juízo
divino. Estará em inimizade com Deus. A Bíblia os chama de:
Filhos da desobediência - Ef 2:2 “... do espírito que agora atua
nos filhos da desobediência;”
Filhos da ira - Ef 2:2 “... e éramos, por natureza, filhos da
ira,”
Inimigos de Deus - Cl 1:21 “... estranhos e inimigos no
entendimento pelas vossas obras malignas”
A paz com Deus se fundamenta na obra Redentora de Cristo e é o
resultado do perdão de Deus: já não há desobediência, ira ou
inimizade entre Deus e o Homem. Essa virtude faz parte da alma do
crente. Somente esses estarão livres de qualquer juízo de Deus.
Cristo é o mediador da paz – na Cruz do Calvário pagou os
pecados, reconciliando o pecador com Deus. Mediante a fé o pecador
é justificado e alcança a paz com Deus.
Rm 5:1 “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo”.
É Deus quem busca paz com o pecador e a conserva.
Isaías 26:3 “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo
propósito é firme; porque ele confia em ti.”
c) Resultados da Paz
A paz de Deus é um presente que Cristo oferece ao crente. Ele
pode gozar uma paz interior que independerá das adversidades,
problemas ou perturbações do dia-a-dia.
Jo 14:27 “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou
como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize”.
É obtida e mantida na vida do crente através da comunhão íntima
com Jesus.
Fp 4:6-7 “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo
sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e
súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos
em Cristo Jesus”.
Sua confiança e segurança serão depositadas no Senhor e em tudo
buscará Seus conselhos, pela Bíblia e oração. Para este crente, a
Paz de Cristo orientará suas decisões e ações.
Cl 3:15 “E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados
em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos”.
É na Igreja que os crentes aprendem a exercitar e praticar a
paz.
É a ausência de desordem na Igreja – Essa irmã terá como
prioridade o bem comum da Igreja acima de seus interesses pessoais.
Sempre evitará confusão.
Co 14:33 “Porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz.
Como em todas as igrejas dos santos”.
É uma comunhão diária de paz com os líderes – Ela honrará seus
líderes, pois entenderá que form servos enviados para pastorear o
rebanho do Senhor.
1Ts 5:13 “e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da
sua obras. Tende paz entre vós”.
É uma comunhão diária de paz entre os irmãos – Sempre terá o
coração disposto para o bem comum.
2 Co 13:11 “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede
perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz;
e o Deus de amor e de paz será convosco”.
A prática da Paz e da Santificação até a vinda de Cristo – Terá
uma vida de devoção e santidade, sempre olhando para a cruz de
Cristo.
Hb 12:14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o SENHOR”.
O crente que goza a paz de Deus não será melindroso... não se
sentirá ofendido ou ultrajado por um irmão na igreja, suspeitando
de alguma má vontade, pois estará com seu espírito tranqüilo,
descansando no Senhor.
Paz com todos os homens é um alvo a ser alcançado pelo crente,
pois deve mostrar ao mundo um caráter transformado, refletindo a
imagem de Cristo.
Esta crente não se exasperará com as grosserias do esposo ou
filhos incrédulos, mas responderá com brandura, pois entenderá que
a inimizade deles, primariamente, é com Deus. Também não se deixará
irritar pelo vendedor mal educado, com as implicâncias do vizinho,
ou por ser ultrapassado na fila do médico, pois seu objetivo será
sempre buscar a paz.
Se possível, terá paz com todos os homens – Rm 12:18 “Se for
possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”
.
Buscará diligentemente a paz – 1 Pe 3:11 “aparte-se do mal, e
faça o bem; busque a paz, e siga-a”.
Não esperará elogios dos homens, antes, buscará ser honrado por
Cristo – Mt 5:9 “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles
serão chamados filhos de Deus”.
d) Ministério da paz
Assim como recebemos o perdão de Deus, sem merecimento algum,
nós que éramos inimigos fomos objeto de Sua paz, também Deus nos
deu uma grande obra para realizarmos, enquanto estamos aqui na
terra: ir por todo o mundo e pregar o Evangelho da Paz.
É uma arma na luta contra Satanás – Ef 6:15 “E calçados os pés
na preparação do evangelho da paz”.
É um ministério que nos foi outorgado por Deus – 2 Co 5:18-19 “E
tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação. Isto é, Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando
os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”.
É uma honra e grande responsabilidade, pois somos embaixadores
de Cristo – Seus representantes oficiais na terra – 2Co 5:20 “De
sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por
nós rogasse. Rogamos-vos pois da parte de Cristo que vos
reconcilieis com Deus”.
6.1. ABIGAIL – A mulher que busca a paz.
Mt 5:9 / 1 Sm 25:1-44
a) Contexto
O rei Saul fora rejeitado por Deus e, impiamente, procurava
matar Davi, já ungido rei. Davi fugia com um bando de 600 homens.
No Carmelo, os pastores de Nabal tosquiavam as suas ovelhas, e o
bando de Davi os protegeu, sem exigir nada.
Nabal era um homem rico, porém, maligno e duro de coração. Seu
nome significa “homem de Belial” – significa tolo – não de estúpido
mental, mas de alguém insensível ou louco, quanto a Deus e aos
direitos dos homens.
O Pedido de Davi
A saudação é de paz e revela a amizade que seus homens tinham
pelos servos de Nabal. Os moços de Davi falaram a Nabal e
aguardaram.
“Direis àquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua
casa, e tudo o que possuis tenha paz! achem mercê, pois, os meus
moços na tua presença, porque viemos em boa hora; dá, pois, a teus
servos e a Davi, teu filho, qualquer coisa que tiveres à mão.” (vs.
6;8)
A resposta de Nabal
Nabal responde de maneira insolente. Ignora propositadamente a
Davi, mostrando predileção por Saul (v. 10). É avarento. Os moços
de Davi lhe relatam o desagravo de Nabal.
“Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos são, hoje em
dia, os servos que fogem ao seu senhor. Tomaria eu, pois, o meu
pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os
meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei donde vêm?”
(vs. 10-11; 17).
A ira de Davi
Davi fica indignado com o tratamento de Nabal, em virtude da
consideração que havia demonstrado. Enfurecido, resolve vingar-se.
Prepara uma comitiva de uns quatrocentos homens armados e sai para
exterminar a casa de Nabal. (vs. 13; 21-22)
b) Abigail – sua respeitabilidade
Abigail era o nome da mulher de Nabal. Ela era sensata e
formosa. Seus servos confiavam que a sua senhora tomaria uma
atitude a fim de evitar uma tragédia (v. 14-17). Então avisam
Abigail sobre a bondade de Davi, do seu pedido e a resposta de
Nabal. Por fim, alertaram do perigo iminente e a necessidade de
evitar uma desgraça.
“Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal
está, de fato, determinado contra o nosso senhor e contra toda a
sua casa.” (v. 17)
c) Abigail – sua reação
Prepara um grande presente de mantimentos, manda os seus servos
adiante dela a encontrar-se com Davi e oculta o plano a Nabal. (v.
17-19)
Abigail humilha-se diante de Davi, intercede pela sua casa,
buscando uma solução. Não culpa Nabal, ao contrário, assume a
responsabilidade da culpa e pede perdão. Não se apresentou como
vítima, declarando que não era responsável pelo fato ocorrido.
Usou a Palavra e exortou em nome do Senhor. Tinha convicção que
Davi era um servo de Deus, pois lembrou-lhe o seu relacionamento
com Deus e Suas promessas e o alertou sobre o pecado da vingança
pessoal, bem como as recompensas da obediência (v. 23-31).
O comportamento de Abigail em se identificar como solidária na
culpa, mesmo que não o seja na realidade, é encontrado em outros
grandes servos de Deus que, apesar de individualmente serem
inocentes de rebeldia contra Deus, eles se identificaram com o povo
de Deus e se humilharam, pedindo o perdão do Senhor:
· Moisés
Em meio a um povo incrédulo e idólatra (Êx. 32), Moisés sobe ao
Monte Sinai para receber as Tábuas da Lei e quando desce, o povo
havia feito um bezerro de ouro para adorar (1-8). Ele, desolado,
quebra as Tábuas, e manda matar todos os idólatras (25-29).
Porém, apesar de não ter pecado à semelhança deles, intercede
pelos idólatras assumindo a culpa.
Êxodo 32:32 “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me,
peço-te, do teu livro, que tens escrito”.
· Jeremias
Profeta justo, no meio de um Israel mal e impenitente, quando
ora e clama pelo povo, se identifica com eles.
Jr 14:20 “Ah! SENHOR! Conhecemos a nossa impiedade e a maldade
de nossos pais; porque pecamos contra ti”.
· Daniel
Homem fiel a Deus e que sofria pelas rebeldia e incredulidade do
povo no cativeiro babilônico, quando busca o Senhor em oração, se
identifica com o pecado do povo.
Dn 9: 5 “pecamos, e cometemos iniquidade, e procedemos
impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e
dos teus juízos”.
· Paulo
O apóstolo Paulo com tristeza pela incredulidade do povo de
Israel, se identifica com a nação ao ponto de desejar ser maldito,
se possível fora, por amor deles.
Rm 9:3 “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo,
por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a
carne”.
O verdadeiro cristão não deve se sentir isento do pecado da
Igreja, pois, se somos o corpo de Cristo, somos membros uns dos
outros, e solidários nas bênçãos e responsabilidades.
d) Abigail – seus resultadosDavi reconhece que Abigail falou da
parte de Deus.
Bendiz a Deus e a Abigail, agradecendo-lhe a prudência. Recebe
os presentes em sinal de perdão. (vs. 33-34)
“Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia
trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua
petição e a ela atendi.” (v. 35)
Davi reconhece que a vingança é do Senhor e mais uma vez
agradece a Deus que o deteve de fazer o mal e recompensa Abigail
tomando-a por mulher (v. 39-41).
Deus castiga Nabal.
Nabal percebe a gravidade do seu ato. Pois pela manhã, já livre
dos efeitos do vinho, sua mulher lhe contou tudo o que ocorreu e de
como ela havia se comportado. Ele, então, toma consciência dos seus
atos e ficou apavorado. Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a
Nabal, e este morreu. (v. 37-38)
Abigail é conservada em paz
Davi recompensa Abigail tomando-a por mulher (v. 39-41).
Mt 5:9 “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão
chamados filhos de Deus”.
7. O FRUTO DO ESPÍRITO É LONGANIMIDADE.
Conceito secular: significa uma virtude que consiste em suportar
dores, infortúnios, etc. com resignação.
Conceito teológico: no grego – Makrothymia – Longanimidade.
Significa paciência (sofrimento contínuo por um longo período),
perseverança, constância.
a) É um atributo essencial de Deus e expressa Sua bondade.
· Deus suporta o obstinado e o malvado apesar de sua persistente
desobediência.
Deus esperou 120 anos para mandar o juízo do Dilúvio (1 Pedro
3:20).
Deus manteve no deserto, por 40 anos, o povo rebelde que saiu do
Egito, até que toda aquela geração morresse, sob juízo (Atos
13:18).
Deus, às vezes, espera um longo tempo, antes de derramar Seu
juízo sobre o ímpio.
Sl 145:8 Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se
e de grande clemência.
2 Pe 2:4 Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes,
precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas,
reservando-os para juízo;
· Deus é paciente com aqueles a quem quer salvar, seus
eleitos.
1 Tm 1:12-16 Sou grato ... me considerou fiel ... a mim, que,
noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. ... pois o
fiz na ignorância, na incredulidade ... me foi concedida
misericórdia, para que, em mim, o principal (“PECADOR”),
evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse
eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.
b) Denota uma virtude humana – o prolongado refrear da “ira” ou
da “agitação” – é manter a ira longe.
· Deus espera que seus santos eleitos demonstrem em suas vidas a
longanimidade, não só como uma característica de caráter íntima,
mas sim que transpareça pelo seu modo de vida.
Cl 3:12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e
amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade,
de mansidão, de longanimidade.
· Deus espera que seus santos eleitos demonstrem no
relacionamento com o próximo uma atitude positiva que sempre levará
essa pessoa a chegar a um bom-termo.
Efésios 4:1-2 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que
andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor,
1 Ts 5:14 Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os
insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais
longânimos para com todos.
· Deus espera que os seus filhos ao serem contrariados e
rejeitados em seus desejos ou opiniões, ou mesmo quando são alvo de
provocações, não se deixem levar pela carne, buscando justificações
ou mesmo retratações por parte dos opositores. Mas, ao contrário,
olhem para Cristo. E verão que Ele foi injuriado, injustiçado e
ofendido por pessoas rebeldes, as quais queria salvar e, longânimo,
suportou tudo, pois queria fazer a vontade do Pai.
João 6:40 Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que
todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia.
Usaremos como estratégia pedagógica, o contraste entre as
personalidades de duas mulheres iracundas que conviveram com dois
tipos de homem: um iracundo como ela, trazendo o mal para a família
e outro longânimo e temente a Deus, cuja justiça trouxe bênçãos
para sua casa.
Provérbios 11:23 “O desejo dos justos tende somente para o bem,
... mas a expectação dos perversos ... redunda em ira.”
7.1. Mulher de Potifar – Rejeitada, mostra sua ira.
(Gn 39)
a) Contexto
José estava escravizado no Egito. O Chefe da guarda, Potifar,
viu o relacionamento de José com o seu Deus e que o Senhor o fazia
prosperar. Confiou tudo que tinha nas mãos de José (vs. 3, 6). José
era formoso e temente a Deus (v. 6).
A Mulher de Potifar era maligna de coração e infiel ao esposo.
Cobiçou o jovem José e o queria para seu amante. José negou-se a
tal intento (vs. 7-12).
b) Comportamento que redundou em ira.
Ao se sentir rejeitada ou não atendida nos seus desejos, não se
preocupou em caluniar e prejudicar uma pessoa inocente. Ela era
iracunda, sentindo-se rejeitada, buscou vingança (v. 13-19).
Potifar puniu a José, lançando-o na prisão.
Gn 39:20 E o senhor de José o tomou e o entregou na casa do
cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim,
esteve ali na casa do cárcere.
7.2. Mulher de Jó – desespero no sofrimento.
(Livro de Jó)
a) Contexto
Temente a Deus e tinha o testemunho do próprio Deus... (v. 1:8).
Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus
filhos e os santificava ... e oferecia holocaustos ... pois dizia:
“Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em
seu coração”. Assim o fazia Jó continuamente (v. Jó 1:5).
Jó sofre uma desgraça (v. 1:10 a 2:8).
Jó 1:20-21 Jó ... adorou e disse: Nu saí do ventre de minha mãe
e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o
nome do SENHOR!
A mulher de Jó era maligna de coração, ímpia e iracunda. Ao ver
todo o sofrimento pelo qual seu marido passava, sugeriu que ele
amaldiçoasse a Deus e pedisse a morte (v. 2:9).
Jó 2:9 Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua
integridade? Amaldiçoa a Deus e morre.
b) Seu comportamento não redundou em ira.
Porque Jó era longânimo, ele conservou a sua integridade... E
não pecou contra Deus.
Jó 2:10 Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos
recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo
isto não pecou Jó com os seus lábios...
8. O FRUTO DO ESPÍRITO É BENIGNIDADE.
Conceito secular: é uma virtude de quem não é perigoso ou
maligno.
Conceito teológico: no grego – Chrestotes – refere-se a uma
disposição gentil e bondosa para com os outros.
9. O FRUTO DO ESPÍRITO É BONDADE.
Conceito secular: qualidade de bom, boa ação.
Conceito teológico: no grego – agathos – refere-se à bondade
ativa, à prática do bem.
Bom é tudo o que é digno de aprovação. Precisamos, então, de um
parâmetro para estabelecermos um padrão. Mas, na realidade, não
somos livres para decidir por conta própria o que é digno de
aprovação ou não. Pois Deus, e só Ele, é o parâmetro definitivo do
que é bom.
a) Bondade é um atributo moral de Deus.
Jesus deixou isso bem claro ao dizer, em Lucas 18:19,
respondendo a um homem: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom,
senão um, que é Deus”.
Nós também podemos experimentar, pelo Espírito Santo, a bondade
de Deus.
Salmos 34:8 Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom;
Romanos 12:2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.
b) Tudo o que Deus faz é bom.
Todas as suas obras são dignas de aprovação.
Gn 1:31 Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.
Houve tarde e manhã, o sexto dia.
Deus faz somente coisas boas para Seus filhos
Romanos 8:32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente
com ele todas as coisas?
c) A bondade de Deus é demonstrada sob três aspectos.
· Misericórdia – É Sua bondade para com aqueles que se encontram
aflitos.
Efésios 2:12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, .... , e
estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus
no mundo.
· Graça – É Sua bondade para com aqueles que só merecem
castigo.
Efésios 2:1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados
· Paciência – É Sua bondade para com aqueles que persistem no
pecado por certo tempo. Ele suporta o obstinado e o malvado apesar
de sua persistente desobediência.
1 João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
2 Pedro 3:9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a
julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não
querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento.”
d) Cheias do Fruto do Espírito, devemos também nós fazer o
bem.
Não tornando a ninguém mal por mal. Ao contrário, esforçando-nos
por fazer o bem perante todos os homens (Rm 12:17).
Sempre que houver oportunidade, façamos o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé (Gl 6:10).
Jamais imitar o que é mau, senão o que é bom. Sabendo que aquele
que pratica o bem procede de Deus. Ao contrário, aquele que pratica
o mal jamais viu a Deus (3 João 1:11).
9.1. A MENINA SERVA DE NAAMÃ – “Escrava, mas, ... transbordando
de benignidade e cheia de frutos de bondade.”
2 Reis 5:1-19
a) Contexto
As tropas do exército da Síria invadem o território Israel, em
guerra, saindo vitoriosos. E levam muitos israelitas como escravos.
(v. 2).
Uma menina dentre os prisioneiros de Israel foi levada e passou
a servir como escrava à esposa do grande general Naamã (v. 2).
Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era um grande
guerreiro, herói valoroso que dera vitórias à Síria. E muito
respeitado por seu rei (v. 1).
O grande comandante, apesar de orgulhoso e condecorado, era
leproso (vs. 1 e 12).
b) A menina escrava
A menina escrava, vivendo com a família, via o sofrimento
daquele homem, dia após dia. Ela poderia ter desenvolvido raiva no
seu coração contra aquelas pessoas que a mantiam cativa e até
desejar que o mal do seu senhor se alastrasse.
Mas ela conhecia e cria no Deus de Israel. E não somente tinha
fé em Deus, mas também conhecia o profeta Eliseu que habitava em
Samaria (v. 3).
Então ela, cheia de benignidade, comunicou a sua senhora que
havia um Deus que poderia salvar o general, e um profeta que o
curaria. E influenciou a esposa do comandante a aconselhar o esposo
a procurar o profeta de Deus (v. 4).
c) O problema de Naamã
Naamã foi falar com seu rei e conseguiu cartas e dinheiro para
levar ao rei de Israel. Aquele era um homem orgulhoso e achou que
“compraria” a cura para o seu mal (vs. 11-12).
O que ele não sabia era que a Deus não se compra. O profeta
Eliseu sabia que aquele homem tinha um problema maior que sua
enfermidade física. Ele era orgulhoso, arrogante e autossuficiente.
Ele precisava de Deus.
O profeta conduziu a situação de maneira que Naamã reconhecesse
que somente Deus é bom.
d) Naamã é curado
Naamã ao obedecer à ordem do profeta Eliseu foi curado da lepra
(v. 14).
e) Naamã conhece a Deus
O general ainda tentou retribuir o benefício recebido com
presentes (v. 15). Mas entendeu, através da atitude do profeta que
a benignidade de Deus não se compra. Se converteu ao Senhor. Creu
em Deus e passou a servi-Lo (vs. 17-19).
f) As lições que a benignidade da menina nos ensina
· Misericórdia – Ao invés de odiar seu raptor, sente pena do seu
sofrimento.
· Graça – Poderia desejar que Naamã sofresse como castigo por
tê-la mantido escrava, mas, ao contrário, sentiu desejo de
libertá-lo de tão grande pesar.
· Paciência – Mesmo que Naamã fosse um miserável pecador,
desejou que ele conhecesse o poder do Deus que a salvara e que
poderia salvá-lo também.
10. O FRUTO DO ESPÍRITO É FIDELIDADE.
Conceito secular: Qualidade de quem é fiel, leal, que cumpre
aquilo a que se obriga, que não falha, sincero.
Fiel - Ponteiro que indica o equilíbrio da balança.
Conceito teológico: do grego – pistis – Ser leal, digno de
confiança, fiel, fé.
Vejamos alguns exemplos de fidelidade: · Algo que é a cópia de
outra.
Quando mandamos fazer cópias de uma chave, ao recebermos a cópia
e a original podemos dizer que a cópia é fiel a original. Ou uma
cópia de documentos é autenticada em cartório, é carimbado "Firmo e
dou fé", como prova da autenticidade.
· Comparação entre duas grandezas.
Fiel é um termo utilizado para expressar a ideia de comparação
entre dois objetos. Não quer dizer que ambos são iguais, mas que um
corresponde ao outro comparativamente. Como o ponteiro que
equilibra dois lados de uma balança.
· Alguém que cumpre aquilo que promete.
Quando alguém nos promete algo e depois cumpre – afirmarmos que
tal pessoa é fiel.
Dentro da realidade da palavra de Deus devemos iniciar com Deus
e envolve estes 2 aspectos.
A fidelidade de uma pessoa inicia em Deus.
Dentro da realidade da palavra de Deus vejamos a Fidelidade em 2
aspectos:1. A Fidelidade de Deus – Sua veracidade.
“A veracidade divina implica que ele é o Deus verdadeiro, e que
todo o seu conhecimento e todas as suas palavras são ao mesmo tempo
verdadeiros e o parâmetro definitivo da verdade.”[footnoteRef:2]
[2: Wayne Grudem, Teologia Sistemática, pag. 143. ]
Sua fidelidade está baseada em seus próprios atributos:
· A imutabilidade daquele que promete.
Deus não muda jamais, pois é totalmente perfeito, não sendo
possível melhorar ou piorar em nenhum de seus atributos.
Ml 3:6 “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos
de Jacó, não sois consumidos.”
· O poder de cumprir.
Deus tem todo o poder no céu e na terra. Assim, é totalmente
capaz de cumprir toda a sua vontade.
Isaías 46:9-10 “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade:
que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro
semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de
acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam;
que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha
vontade.”
· Sua Palavra – a clareza das promessas.
Deus já no V.T. prometeu ao seu povo que faria com eles uma nova
aliança, onde seriam postas as leis de Deus no coração e na mente,
que passariam a ser propriedade de Deus.
Jeremias 31:33 “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa
de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes
imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”
Com esta promessa Deus chegou a cada uma de nós. Esta é primeira
das promessas e se somos salvos sabemos que as demais promessas ou
já se cumpriram, ou ainda se cumprirão.
2. A fé como uma virtude cristã.· A fé e a Palavra.
A permanência na palavra de Deus mostra que somos discípulos de
Cristo, amantes da Verdade e Suas cópias fiéis.
Jo 8:31-32 “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele:
Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus
discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.”
Não mais seremos guiados por vistas ou pelos próprios
pensamentos.
Hb 11:1 “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não veem.”
· A fé e o testemunho.
A fidelidade é uma obra de Deus em nossas vidas. Deus é fiel e
cumprirá sua promessa, tornando-nos crentes fiéis.
1 Ts 5:24 “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”
Nós autenticamos a Palavra de Deus com a nossa fidelidade.
1 Co 4:2 “Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é
que cada um seja encontrado fiel.”
Num mundo decaído e mergulhado na mentira e engano, devemos
falar a verdade.
Cl 3:9-10 “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes
do homem velho com os seus feitos,
e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”
Assim, nós que conhecemos as promessas de Deus devemos saber que
Ele é poderoso para cumpri-las, bem como para a formação de um
caráter fiel, manifestado em nossas atitudes.
Tg 2: 17-19 “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em
si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me
a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas
obras.”
10.1. RAABE – “O preço da fidelidade"
Texto: Js 2.
1. Contexto
Mulher Cananéia, pecadora, morava na muralha da cidade de Jericó
(v.1). Não fazia parte do povo de Deus. Morava no meio de um povo
idólatra.
2. Confessa sua fé, reconhece a grandeza de Deus e Crê que
Israel é o povo escolhido. Josué 2:9-11. a) A fidelidade de uma
pessoa inicia em Deus. Nas Suas promessas.
vs. 9-10 “... e lhes disse: Bem sei que o SENHOR vos deu esta
terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, porque temos
ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de
vós...”
b) A imutabilidade daquele que promete.
v. 10 “... e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus,
Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes.”
c) O poder de cumprir.
v. 11 “Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais
há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso
Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.”
3. É fiel à sua fé: A fidelidade como virtude dos que creem.
A permanência na palavra de Deus mostra que somos discípulos –
mostrou que ela era discípula.
Acolhe os espias, mesmo correndo riscos, pois desobedece às
ordens do rei. (vs. 2-7)
E providencia- lhes a fuga. (vs. 15-16)
4. Espera fidelidade do povo de Deus.
Deus é fiel e cumprirá sua promessa, tornando os seus servos
(crentes) fiéis.
Pede misericórdia para toda a casa de seu pai (vs. 12-13).
Combinam um sinal claro (vs. 18-19).
5. O Senhor é fiel – Raabe é salva! (6:16-17;22-23).
"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e
a tua casa." (Atos 16 : 31).
· Após a destruição de Jericó, Raabe habitou entre os
Israelitas.
· Casou-se com Salmom.
· Deu à luz Boaz, que foi bisavô de Davi.
· Tornando-se assim, da linhagem de Jesus.
11. O FRUTO DO ESPÍRITO É MANSIDÃO.I. Definição
Conceito Secular: Brandura de gênio ou de índole; brandura na
maneira de expressar-se; doçura, meiguice, suavidade.
Conceito Teológico: Do grego (praotes) – Capacidade de
submeter-se, passivamente, às orientações do Senhor. Obediência
humilde. Há uma estreita relação entre a participação passiva do
servo e o governo do Senhor.
II. A ideia surge no VT1. Para descrever a suavidade do governo
de Deus e a grande vantagem em obedecê-lo.
Salmos 25:9 “Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o
seu caminho.”
Isaías 66:2 “Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas
vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para quem olharei é
este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha
palavra.”
2. Jesus, profeticamente, é citado como humilde, ao entrar em
Jerusalém em seu jumentinho, e assim o fez em obediências às
Escrituras.
Zacarias 9:9 “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha
de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde,
montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.
Realizado literalmente por Jesus. O Deus eterno, deixou sua
glória que tinha antes que houvesse mundo, e veio, em humildade e
mansidão, cumprir o propósito da salvação.
Mateus 21:5 “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem,
Manso, e assentado sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho
de animal de carga.”
Mas é interessante que logo após Cristo ter entrado em
Jerusalém, cumprindo a profecia (manso e humilde), tomado de zelo,
fez um chicote de cordas e espantou os infiéis em defesa da verdade
e do Templo de Deus.
Não devemos confundir mansidão com apatia ou subserviência ao
pecado.
III. No Novo Testamento1. É característica do domínio de
Cristo.
É o termo utilizados para expressar as marcas do domínio de
Cristo, que leva a cabo seus propósitos sem o uso da força. Assim
ressalta a humildade de Cristo.
Aqueles que possuem essa virtude, frequentemente reconhecerão a
bondosa mão de Cristo em meio às adversidades, pois sabem que todas
as coisas cooperam para o seu bem, segundo o propósito d’Ele (Rm
8:28).
Mateus 11:29 “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a
vossa alma.”
2. Cristo promete recompensas aos que procedem com mansidão.
Essa virtude fará que aquele que sofre injúrias ou maus tratos,
não revide, reconhecendo que são situações permitidas por Deus
visando o plano e propósito divinos, certo de que receberá do
Senhor a recompensa.
Mateus 5:3 “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque
deles é o reino dos céus.”
Mateus 5:5 “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a
terra.”
3. Manso e humilde, mas defendendo a Palavra de Deus.
Novamente afirmo: Não devemos confundir mansidão com apatia ou
subserviência ao pecado.
O apóstolo Paulo no contexto de 2 Co 10, mostra a mansidão como
atitude de Cristo, mas defendendo a verdade.
“E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de
Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde;
mas, quando ausente, ousado para convosco, sim, eu vos rogo que não
tenha de ser ousado, quando presente, servindo-me daquela firmeza
com que penso devo tratar alguns que nos julgam como se andássemos
em disposições de mundano proceder.”
O grande servo Moisés foi elogiado como manso, mas teve atitudes
de revolta contra o pecado e em defesa da verdade. Em Nm 12:3 O
Senhor diz que “Moisés era mui manso, mais do que todos os homens
que havia sobre a terra”, porém, em Êxodo 32, vemos Moisés mandar
matar 3.000 idólatras no meio do arraial, em defesa de Deus e de
Sua Palavra.
IV. Conclusão1. Não é resultado do temperamento natural, atitude
meramente humana.
É obra do Espírito Santo. É uma realidade quando os homens se
conformam a Cristo e à Sua imagem.
2. E resultado da eleição e chamada de Deus.
Cl 3.12 “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e
amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade,
de mansidão, de longanimidade.”
Ef 4.2 “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor.”
11.1. RUTE – “Humilde, mansa, obediente... Recebe do Senhor a
recompensa.”
Texto: Livro de Rute
1. Contexto
Elimeleque, homem de Belém de Judá, sua esposa Noemi, e seus 2
filhos, durante um período de muita escassez em Israel, partiu e
foi morar na terra de Moabe. Lá seus filhos casaram-se com moças
moabitas, Orfa e Rute. Rute, conheceu o Deus de Israel através da
família de seu esposo.
Aconteceu que depois de um tempo, morreram o esposo e os dois
filhos, ficando somente as 3 viúvas.
Rute teria o direito de voltar para o seu povo e seus deuses.
Porém, decide ficar com sua sogra, servir ao Deus verdadeiro e
fazer parte do povo de Israel. As duas voltam para Belém numa
situação de pobreza extrema (1.21).
Rute toma para si a responsabilidade pelo seu sustento e da
sogra. Não mede esforços e sai em busca de comida, colhendo espigas
nos campos, após as servas.
2. Deus guia seus passos e a protege.
· Deus guia seus passos ao campo de um resgatador (parente
próximo). E cuida para que seja protegida e consiga comida.
Salmos 25:9 “Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o
seu caminho.”
· Submete-se, passivamente, às orientações do dono do campo:
Boaz.
Rute 2:8-9 “Então, disse Boaz a Rute: Ouve, filha minha, não vás
colher em outro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui
ficarás com as minhas servas. Estarás atenta ao campo que segarem e
irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando
tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram.”
Ao acatarmos com mansidão a direção de Deus, conheceremos Suas
bênçãos e Cristo nos guiará.
3. O governo do Senhor e a passividade do servo.
· Há uma estreita relação entre o governo do Senhor e a
participação passiva do servo.
· Noemi conhecia a Lei de Deus do “Levirato”:
Dt 25:5-6 “Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem
filhos, então, a mulher do que morreu não se casará com outro
estranho, fora da família; seu cunhado a tomará, e a receberá por
mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado. O
primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão
falecido, para que o nome deste não se apague em Israel.”
· Rute se submete humildemente ao plano de Noemi, que segundo a
Lei, vai buscar-lhe um resgatador.
· Faze assim e assim... (Rute 3:1-4)
Rute 3:5 “Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres
farei.”
Assim deve ser a vida dos santos em relação à Palavra de Deus,
em submissão passiva e obediente, com humildade.
Tiago 1:21 “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia
e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós
implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas.”
4. A suavidade do governo de Deus e a vantagem em
obedecê-Lo.
· A história de Rute descreve a suavidade do governo de Deus e a
grande vantagem em obedecê-Lo.
Isaías 66:2 “... diz o SENHOR, mas o homem para quem olharei é
este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha
palavra.”
· O resgatador, Boaz, toma conhecimento do fato, aceita cumprir
a Lei e elogia a Rute.
Rute 3:10-11 “Disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha
filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira,
pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos. Agora, pois,
minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei,
pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.”
Devemos almejar ser como Rute, que era precedidas por suas boas
ações e comportamento.
5. A recompensa da mansidão.
· Rute casa com Boaz e tem um filho, Obede, que é o avô de
Davi.
Rute 4:13 “Assim, tomou Boaz a Rute, e ela passou a ser sua
mulher; coabitou com ela, e o SENHOR lhe concedeu que concebesse, e
teve um filho.”
v.14 “Então, as mulheres disseram a Noemi: Seja o SENHOR
bendito, que não deixou, hoje, de te dar um neto que será teu
resgatador, e seja afamado em Israel o nome deste.”
v. 15 “Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua
velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela te é melhor
do que sete filhos.”
12. FRUTO DO ESPÍRITO É DOMÍNIO PRÓPRIO.
Conceito Secular: Qualidade de quem tem poder sobre si mesmo.
Significa perseverança em abster-se de algo.
Conceito teológico: no grego – egkrateia – ter controle sobre
si, a virtude daquele que é senhor dos seus desejos e paixões
(especialmente os desejos sensuais).
1. O domínio próprio não é algo que faça parte naturalmente do
coração do salvo.
Pelo contrário, é um comportamento que está em contraste direto
com os desejos da velha natureza caída, que busca a satisfação dos
pensamentos e da carne (Ef 2:3).
Domínio próprio nos capacita a abandonar as paixões que tínhamos
na ignorância e revestirmo-nos e do novo homem que busca agradar a
Deus. Abandonando a justiça própria e considerando a justiça que
vem de Deus, passando a viver por fé (Rm 1:7).
Em contraste com esse comportamento ficam aquelas pessoas que
mesmo estando no meio da Igreja de Cristo, não se submetem a Deus e
perseveram no seu pecado:
· Pessoas cuja única justiça que importa é a sua própria,
desconsiderando a justiça de Deus (Rm 10:2-3).
· Pessoas com aparência de piedade (Cl 2:23), que alegam servir
a Cristo, mas na verdade servem ao próprio ventre (Rm 16:17-18),
ocupando-se em primeiro lugar com seus desejos.
· Para essas pessoas está reservada a manifestação da ira de
Deus (Rm 1:18).
2. Mesmo depois de regenerado travamos uma batalha interior.
Podemos sentir o sincero desejo de obedecer a Deus, mas não
vermos isso refletido em nossas atitudes (Rm 7:19). O que fazer,
então, para sairmos vitoriosos?
Em 1 Co 9:25, o apóstolo faz uma comparação entre o
comportamento cristão e o de um atleta de maratona. O atleta
dedicado em tudo se domina, abstendo-se de várias paixões ou
prazeres, muitas das vezes lícitos, visando alcançar um objetivo. É
interessante frisarmos que os atletas levam uma vida regrada e
cheia de abstinências, mas, alguns salvos nem consideram abrir mão
de prazeres pessoais. Aqueles de tudo se abstém para alcançar uma
coroa corruptível. E nós? Consideramos o que nos está
prometido?
Nós temos uma carreira para correr e devemos fazê-lo com os
olhos em Cristo (Hb 12:1-2), visando obter o prêmio: uma coroa
incorruptível de glória (1 Pe 5:4). A corrida poderá ter diferentes
graus de obstáculos ou dificuldades, que cada um enfrentará
conforme a medida da graça de Cristo (Ef 4:7).
Despojando-nos da velha natureza e revestindo-nos do novo homem
criado em verdadeira justiça e santidade. Deixando a mentira,
irando, mas não pecando, não roubando, não falando nenhuma palavra
torpe. Longe de nós toda a amargura, ira, cólera, gritaria,
blasfémia e toda a malícia. Antes, sendo benignos, misericordiosos,
perdoando-nos uns aos outros (Ef 4:22-32).
3. Domínio Próprio é um dom do Espírito de Deus e é preciso que
haja submissão para exercitá-lo.
É trabalho de uma vida. É o constante crescer em conhecimento e
graça, numa busca diligente de obedecer a Cristo e refletir Sua
imagem.
Em 2 Pe 1:3-8, o apóstolo Pedro, que passou por várias
dificuldades em sua vida cristã motivado pelo excesso de auto
confiança e falta de temperança (Mt 14:29-30; 16:16-23; 26:35-76;
Lc 22:31-33) , nos mostra um caminho sobremodo excelente que
exigirá de nós toda a diligência para alcançá-lo.
“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à
vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua
glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e
preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da
natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela
concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a
diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a
ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à
paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor
fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas
coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de
nosso Senhor Jesus Cristo.
Nosso Deus já nos deu todas as ferramentas necessárias para
sermos participantes de Sua natureza:
· Divino poder – Deus nos capacita a conhecer a Cristo, pela
iluminação do Espírito Santo. Através da leitura da Palavra,
oração, meditação e comunhão podemos alcançar, ainda nesta vida
terrena, uma antecipação do gozo da vida eterna.
Cl 3:1 “Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo,
buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus.”
· Diligência – Com uma dedicação constante e diária, buscando
ansiosamente conhecer as promessas e tomarmos posse delas para
refletirmos a imagem de Cristo.
2 Co 3:18 “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como
um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em
glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”
· Fé – É crer que Cristo morreu pelos nossos pecados e
ressuscitou para nossa justificação. Nós entendemos essa
afirmativa? Cremos e confiamos na obra de Cristo? Cremos, conforme
Rm 4:25, que Ele “... foi entregue por causa das nossas
transgressões...”? Se sim, tal fé não nos impulsiona a controlarmos
nossos velhos impulsos e hábitos?
Se a nossa fé é uma “...fé que agrada a Deus” (Hb 11:6), então o
escritor sagrado nos manda associarmos à nossa fé alguns valores,
tais como:
· Acrescentai à vossa fé a Virtude – O termo é “arete”, que quer
dizer “excelência moral”, tais como as virtudes fruto do Espírito
(Gl 5:22). Esses atributos ou virtudes devem acompanhar a genuína
fé do crente, influenciando-o a ter um caráter parecido com o de
Cristo.
· Acrescentai à vossa virtude o Conhecimento – Aqui a palavra é
“gnosis”, do grego, conhecimento. Mas não seria apenas inteligência
ou compreensão das doutrinas cristãs, mas o conhecimento
espiritual, através da comunhão e experiência com o Espírito Santo,
produzindo em nós discernimento e sabedoria.
1 Jo 2:6 “Aquele que diz que está nele (O conhece), também deve
andar como ele andou.”
· Acrescentai ao vosso Conhecimento o Domínio próprio – Trata-se
do poder espiritual, que possibilitará ao crente vencer os impulsos
pecaminosos da velha natureza. Saber controlar o próprio
temperamento, exercitando a prática das verdades bíblicas na vida
diária.
Rm 8:13-14 “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas,
se pelo espírito mortificardes as obras do corpo vivereis. Porque
todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de
Deus.”
· Acrescentai ao vosso Domínio Próprio a Perseverança – A
palavra pode significar paciência, mas também, persistência em
continuar firme nos caminhos do Senhor. Sempre prosseguindo para o
alvo, não retrocedendo a velhos padrões de pensamentos ou
comportamentos anteriormente abandonados.
Tg 1:25 “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da
liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas
fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.”
· Acrescentai à vossa Perseverança a Piedade – No grego é
“eusebeia”, isto é, a “reverência para com Deus”. É viver uma vida
santa, que tem em alta consideração os ensinamentos do evangelho de
Cristo. Para esse cristão honrar a Cristo estará listado como
prioridade um. Ele não será como os religiosos que não tem o
Espirito, condenados por Jesus.
Mc 7:6 “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías
acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me
com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim;”
· Acrescentai à vossa Piedade o Amor Fraternal – No grego é
“Philadelphia”, amor fraternal. É o amor fraterno, o amor que os
cristãos nutrem uns pelos outros como uma família, unindo os filhos
de Deus em um só corpo.
1 Jo 3:8-11 “Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento,
compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes,
não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo
contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para
herdardes uma bênção. Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias
bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem
engano; aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e
siga-a.”
· Acrescentai ao vosso Amor Fraternal a Caridade – No grego
“agape”, é o amor como virtude do Espírito de Deus. É o amor que
levou Deus a entregar Seu próprio Filho por nós. É o amor que
levará os salvos a entregarem suas vidas a Cristo, não pela morte,
antes, por uma vida dedicada ao Senhor.
1 Jo 4:9 “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que
Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele
vivamos.”
Lc 9:23-24 “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque,
qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer
que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.”
Assim, irmãs, concluímos que é o conhecimento de nosso SENHOR
Jesus Cristo que nos conduz a uma vida de temperança, em tudo
buscando agradar Àquele que nos resgatou.
Procuremos desenvolver a nossa salvação, cheias do fruto do
Espírito Santo, para que nossos esposos, filhos, familiares,
colegas de trabalho, vizinhos possam ver em nós o amor de Deus.
Minha oração é que prossigamos “servindo uns aos outros conforme
o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme
graça de Deus” (1 Pe 4:10).
Amém.
12.1. UMA MULHER CUJA VIDA SIRVA DE EXEMPLO DE DOMÍNIO PRÓPRIO?
VOCÊ!
Romanos 12:1-2
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este
século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.”
Chegamos ao final do estudo e espero que tenha sido proveitoso
para as irmãs, como o foi a mim. Que nosso Deus seja honrado e
engrandecido em nossas vidas, lares e famílias. Amém.
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