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37 Fraternidade e Educação “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26) Campanha da fraternidade 2022
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CF 2022 Fraternidade e Educação: Estudo dirigido

Mar 17, 2022

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Education

Denilson Silva

A questão da educação nos interpela e exige profunda conversão, mudança de mentalidade e reorientação da vida. É urgente rever atitudes e buscar um caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna em comunidade e para o exercício pleno da cidadania. A Igreja do Brasil nos aponta que refletir e atuar a favor da educação é uma forma de viver a nossa penitência quaresmal. Olhando para Jesus, mestre e educador, que se doa na cruz para a vida do mundo, reconhecemos que algo pode e deve mudar.

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cf 2022.inddCampanha da fraternidade 2022
(cf. Pr 31,26)
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Ficha Técnica: Texto: Denilson Mariano e João Resende Diagramação: Denilson Mariano Revisão: Denilson Mariano Imagens: Reprodução / CNBB e Jesuítas do Ecuador Capa: CFE 2022 / CNBB Impressão: Gráfica AGEP ISBN: 978-65-00-36575-7
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Apresentação
Irmãs e Irmãos em Cristo Jesus! A Graça e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
estejam com todos vocês! O Movimento da Boa Nova (MOBON), mais
uma vez, vem ajudar nossos líderes a se prepararem para viverem e passarem para suas comunidades, durante esta Quaresma, estas reflexões sobre o tema “Fraternidade e Educação”, sugerido pela Campanha da Fraternidade 2022; com o lema, tirado do Livro dos Provérbios (31, 36): “Fala com sabedoria, ensina com amor”.
Vivemos ainda os reflexos da pandemia do coronavírus, a Covid-19, que atingiu o mundo inteiro e, apesar das vacinações, vem ainda fazendo muitas vítimas, com as variantes ‘delta’ e ‘ômicron’.
É neste contexto, que o Santo Padre, o Papa Francisco, nos propõe vivenciarmos o “Pacto Educa- tivo Global”, lançado no Brasil, desde 31 de janeiro deste ano de 2021. É um convite dirigido, não só aos católicos, mas a todos os homens e mulheres do mun- do inteiro, para cuidarmos das fragilidades do Povo e da Sociedade em que vivemos.
Usando o método ESCUTAR, DISCERNIR e AGIR, o Santo Padre nos propõe um esforço conjunto, da
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Família, da Escola e da Sociedade, com o objetivo de fazermos da educação um processo de construção da cidadania, através do “Pacto Educativo Global”.
Este subsídio deseja, como se explicita na “In- trodução”, à luz da Palavra de Deus, incentivar-nos a todos, homens e mulheres, seguidores de Jesus Cristo, a vivermos um Compromisso Comunitário, com uma Economia Solidária e a Ecologia Integral, através do Diálogo e da Paz.
Com muita alegria, não só abençoo a Equipe do MOBON, através do irmão Denílson Mariano, SDN, por este seu trabalho pastoral e evangelizador, mas também a todos os líderes, homens e mulheres, que, após a devida preparação, irão levá-lo às comunidades rurais e urbanas, a fim de que todos nós nos com- prometamos a vivenciar essa conversão quaresmal, para celebrarmos com alegria a Páscoa do Senhor Ressuscitado.
É o que peço a Deus, por intercessão da Virgem Santíssima, abençoando a todos vocês e a seus fami- liares, em nome do † Pai, e do † Filho e do † Espírito Santo. Amém.
Caratinga, 15 de dezembro de 2021.
+ Dom Emanuel Messias de Oliveira Bispo Diocesano de Caratinga
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Introdução:
Com o avanço da vacinação, aos poucos vamos podendo retornar certas atividades que foram suspen- sas por causa da pandemia do coronavírus. No entanto, a realidade que nos rodeia, já não é a mesma de antes. Muitas situações sociais, econômicas, políticas, climáticas e religiosas foram agravadas com a pandemia. Isso leva a certo sentimento de impotência e medo do futuro.
Neste ano de 2022, os bispos do Brasil nos convi- dam para, à luz da fé, refletir sobre a educação em nosso país, certos de que ela é indispensável para a construção de um mundo mais justo e fraterno. Somos convidados a não ser indiferentes à nova e desafiante realidade que se descortina diante de nós. O objetivo principal desta CF 2022 é: Promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.
A questão da educação nos interpela e exige profun- da conversão, mudança de mentalidade e reorientação da vida. É urgente rever atitudes e buscar um caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida fraterna em comunidade e para o exercício pleno da cidadania. A Igreja do Brasil nos aponta que re- fletir e atuar a favor da educação é uma forma de viver a nossa penitência quaresmal. Olhando para Jesus, mestre e educador, que se doa na cruz para a vida do mundo, re- conhecemos que algo pode e deve mudar em nosso país.
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O tema desta campanha é: Fraternidade e Edu- cação. O lema que a ilumina e guia é tirada do livro dos provérbios: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26). O Texto Base (TB) preparado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem como pano de fundo a realidade atual agravada pela pandemia e a pro- posta do Papa Francisco do Pacto Educativo Global que foi lançado no dia 14 de maio de 2020, em Roma e no dia 31 de janeiro de 2021, no Brasil.
O Papa convida a cuidar das fragilidades do povo e do mundo em que vivemos, um convite dirigido aos cris- tãos e a todos os homens e mulheres da terra. Para isso, a educação e a formação tornam-se prioritárias, pois nos ajudam a nos converter em verdadeiros sujeitos na Igreja e na sociedade, construtores do bem comum e da paz.
A proposta do Papa é de que se alinhem, num esforço conjunto, família-escola-sociedade em um único objetivo de educar para além dos pensamentos simplistas e reducionistas de uma educação voltada apenas para aprender conteúdos. Trata-se de compreender e fazer da educação um processo de construção da cidadania global.
Este estudo contém cinco pequenos encontros, que, a partir da palavra de Deus, seguem os passos do método ver-julgar-agir em nova roupagem, explicitada pelo Papa Francisco como escutar, discernir, agir. Procura tratar os principais eixos desta CF em sintonia com o Pacto Educativo Global: uma educação que coloque a pessoa no centro, que gere compromisso comunitário, seja compro- metida com o Diálogo e a Paz, promova uma Economia Solidária e seja comprometida com a Ecologia Integral.
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1º Encontro: Antes de ensinar, aprender lições
Chave de Leitura: João 8, 1-11 1. Qual a atitude dos doutores da Lei? 2. Quais as atitudes de Jesus diante dos doutores? 3. Como Jesus trata a mulher acusada de adultério? 4. O que temos a aprender com as atitudes de Jesus?
Interessante perceber que depois de ter ido ao monte das Oliveiras, provavelmente para rezar e es- cutar o Pai, Jesus desce para o Templo de Jerusalém, lugar de peregrinações, de estudo Palavra e de culto a Deus. Jesus, antes de ensinar, escuta o Pai, aprende com Ele, por isso tem outro olhar sobre os fatos e acontecimentos. Escutar é mais que ouvir, é o ponto de partida para acolher, compreender e transformar a realidade (TB n. 26).
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Os doutores da Lei trouxeram uma mulher “pega em adultério” e, com as mãos cheias de pedras, colocaram Jesus à prova. Segundo a Lei de Moisés, ambos os en- volvidos no adultério, o homem e a mulher, deviam ser punidos (cf. Dt 22,22). Se Jesus fosse favorável à mulher, seria acusado de violar a Lei. Se fosse favorável à Lei, confirmaria as atitudes dos doutores que não enxerga- vam a dignidade da vida. A Lei era uma pedagoga, uma educadora, mas estava sendo desviada do seu sentido maior, a escuta de Deus. Os doutores desejavam que Jesus esquecesse seu ensinamento de amor e carida- de, que os incomodava, e que condenasse a mulher à morte, conforme prescrito na Lei (TB n. 11).
Diante do acontecimento, Jesus se abaixa, à seme- lhança dos escribas que curvavam diante dos textos sagrados (TB 13) e começa a escrever no chão, como que perguntando: “O que de fato está escrito na Lei?” e, ao mesmo tempo escreve um ensinamento novo que coloca a vida acima da Lei. E como que aprendendo com aquela situação exclama: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.” (Jo 8,7b). Ou seja, quem de fato estiver cumprindo a Lei siga adiante. Mas eles foram se retirando um a um...
Depois Jesus abre um diálogo educativo com a mulher: “ninguém te condenou?”. Com isso dá a ela o direito de se expressar em público: “ninguém Senhor”. Depois vem o perdão que permite a reparação do erro “Eu também não te condeno” e enfim a misericórdia cria condições para um novo começo: “Vai e não peques mais” (Jo 8,11). O ato educativo está primeiramente no
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aprender e não tanto no ensinar. Educação não é adestra- mento ou simples transmissão de conteúdos, é ajudar a pessoa a tomar a própria vida em suas mãos, ser sujeito de seus pensamentos, sentimentos e ações (TB n. 22).
Escutar a realidade significa o esforço de compreen- der seus gritos e silêncios, seus excessos e ausências. A escuta, na esteira da pedagogia de Jesus, não orienta os ouvidos somente para os sons que nos interessam. É uma escuta integral, com o ouvido e com o coração (TB n. 29). A pandemia agravou muitas situações em nosso país. Seus reflexos são visíveis nas relações sociais, na situação econômica, na dura realidade do aumento da pobreza, da fome, da carestia, dos subempregos. A indiferença se apossou de muitas pessoas, a necessi- dade de fechar-se nas casas, fechou também mentes e corações.
Muitos se encheram de seu pequeno mundo pes- soal, familiar e se desconectaram da realidade social mais ampla em que tudo está interligado. A Campanha da Fraternidade quer nos ajudar a compreender duas lições sobre o ato de educar: a primeira diz respeito ao valor da pessoa como princípio da educação. A segunda se refere ao ato de correção, que é conduzir ao caminho reto (TB n. 25). O que podemos aprender com tudo o que vivenciamos nesta pandemia? Escutar a realidade é uma condição para construir e reconstruir o projeto de humanidade a partir dos sinais de Deus na nossa história (TB n. 32).
Este é o anseio do Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco. Ele nos aponta que a mudança de
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época que estamos atravessando, requer um caminho educativo, que vá além das aulas e cursos, implica uma rede de relações humanas e abertas. Uma “vila de educação”, envolvendo a família, as igrejas e grupos sociais, capaz de colocar no centro a pessoa, favorecer a criatividade, a responsabilidade por um projeto a longo prazo e formar pessoas disponíveis para se colocar a serviço da comunidade.
No Pacto Educativo Global, o primeiro dos sete passos é colocar a pessoa no centro de cada processo educativo, realçar a sua especificidade e capacidade de estar relacionado com os outros, contra a cultura do descartável para fazer amadurecer uma nova soli- dariedade universal e dar vida a uma sociedade mais acolhedora. Trata-se de trabalhar um novo humanismo para o qual é necessário superar os desvios e a violên- cia incutida na sociedade de hoje. Os valores a serem cultivados são: 1. Respeito e valorização da identidade de cada pessoa, sem discriminação de sexo, idade, raça, religião, ideologia, condição social etc.; 2. Edu- cação para uma formação integral que valorize todas as dimensões do ser humano; 3. Defesa dos direitos universais e inalienáveis de cada pessoa.
Mais que ensinar, o segundo passo do Pacto Edu- cativo é “ouvir as gerações mais novas, para juntos construir um futuro de justiça e de paz, uma vida digna para cada pessoa. Sempre começar do ouvir a pessoa, acolher suas perguntas, as suas necessidades, as suas feridas, a sua pobreza, descobrindo os seus talentos, conhecendo os seus sonhos, os seus ideais etc. Os va-
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lores que guiam esta iniciativa são: 1. Ouvir as crianças, os adolescentes e os jovens para colocá-los no centro da ação educativa, com especial atenção a quem há necessidades educativas especiais. “Não são os alunos que devem adaptar-se à escola, mas a escola que deve adaptar-se aos alunos”(isso vale para nossa cateque- se, para nossos cursos, para nossa realidade eclesial). 2. Cada criança, adolescente e jovem tem direito ao máximo respeito e a uma educação de qualidade. 3. Construção de um ambiente educativo participativo envolvendo mente, mãos e coração. Como recorda o Papa: “para educar uma criança, é necessária uma aldeia inteira”.
APROFUNDAMENTO: Escutar é mais que ouvir. Te- mos, de fato, escutado as gerações mais novas? Quais as consequências desta nossa atitude?
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2º Encontro: Educar é humanizar
Chave de Leitura: Provérbios 31,10-31 1. No texto, que ligação há entre mulher e educação? 2. Como a mulher se coloca diante dos desafios do
futuro? 3. O que acontece quando nos deixamos guiar pela
sabedoria de Deus?
No texto bíblico, a sabedoria é apresentada como a esposa ideal, aquela que leva para o caminho da justiça, da honra, da prosperidade de vida. A sabedoria conduz para um projeto de vida que supera as desigualdades sociais, abrindo a mão para o pobre e o indigente; vence as discriminações, como o machismo; aposta na dignidade do trabalho e, com esperança, sorri para o
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futuro. Trata-se de um caminho educativo, um projeto de vida e de sociedade. Um apelo de conversão para que possamos construir um futuro mais humano, fra- terno e solidário.
É importante recordar que os projetos pessoais, de cunho individualista, tendem a fortalecer a competição, a rivalidade e terminam por justificar os resultados desiguais como normais ou legítimos. Como no ditado popular: “quem pode mais, chora menos”. O projeto pessoal de vida deve ser articulado com um projeto de sociedade. “Se tudo está interligado, é difícil pensar que este desastre mundial não tenha a ver com a nossa maneira de encarar a realidade” (Fratelli Tutti, 34).
O Papa Francisco recorda que “cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos nos construir como um ‘nós’ que habita a casa comum” (Fratelli Tutti, 16-17). Eu sou um com os outros e não apesar dos outros. Francisco aponta que “O individualismo não nos torna mais livres, mais iguais, mais irmãos. A mera soma dos interesses individuais não é capaz de gerar um mundo melhor para toda a humanidade. Nem pode preservar-nos dos tantos males, que se tornam cada vez mais globais. Mas o individualismo radical é o vírus mais difícil de vencer” (Fratelli Tutti, 105).
Com a pandemia experimentamos também um excesso de informação, uma enxurrada de notícias falsas, amplamente compartilhadas nas redes sociais (fakenews). Sem dúvida, “a democratização dos meios de comunicação é um ganho para a sociedade, porém [...] as informações não cumprem seu papel quando
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são usadas como um casulo no qual nos escondemos para proteger o que já sabemos” (TB 48).
“Tudo começa pelo aprender” (Rubem Alves). So- mos desafiados a um aprendizado contínuo, chamados à cultura do encontro que nos motiva a romper as fronteiras do preconceito, do ódio e da indiferença indo ao encontro do outro e de suas realidades (TB 52). Como nos motiva o Papa Francisco “trabalhar pela cultura do encontro de modo simples, como fez Jesus: não só vendo, mas olhando, não apenas ouvindo, mas escutando, não só cruzando-se com as pessoas, mas detendo-se com elas...” (Meditações Capela Santa Marta, 24/06/2021).
“Segundo a UNESCO, com o fechamento das insti- tuições de ensino, cerca de 1,5 bilhão de estudantes e jovens em todo planeta estão sofrendo ou já foram afetados pelo impacto do fechamento de escolas e uni- versidades devido à pandemia (TB 61). Nessas condições, os pais enfrentaram o estresse das múltiplas tarefas, as crianças ficaram mais irritadiças pelo necessário isola- mento e ausência de colegas, aumentou fortemente o tempo de convivência familiar e às mulheres restou a sobrecarga de trabalho e a falta de um suporte social, particularmente o escolar. A tudo isso se somaram o clima de instabilidade social, a carência de redes de pro- teção social, a instabilidade econômica e a insegurança com o risco de contágio, doença e morte, a insuficiência de estruturas de serviço à saúde pública (TB 62).
A CF 2022 nos aponta que “Os pais são os primei- ros, mas não os únicos, educadores de seus filhos”.
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Além dos pais e da família, uma aldeia inteira tem a capacidade de educar. Entretanto, no século XXI, essa aldeia é formada por uma imensa rede social, que tem abrangência global e plasma um novo jeito de ser e de viver (TB 60). “Uma educação pública inclusiva e de qua- lidade é condição da justiça social que ainda carecemos no Brasil. Quando não priorizamos a educação pública, construímos uma dupla defasagem: não enfrentamos uma dívida social histórica e prolongamos essa situação de injustiça para as próximas gerações” (TB 74).
E ainda, o analfabetismo é um desafio. Em 2018 havia 11,3 milhões de pessoas analfabetas com 15 anos ou mais de idade, concentrados, sobretudo, nas Regiões Norte (7,6%) e Nordeste (13,9%) (TB 84). Em 2019, mais de 10 milhões de adolescentes e jovens não completa- ram alguma etapa do Ensino fundamental ou médio (TB 86). O analfabetismo é causa de pobreza e de acentuação da vulnerabilidade social (TB 87).
Somos chamados a aprender com as situações que vivemos. A pandemia revelou que estamos todos no mesmo mar bravio, embora sejam gigantescas as desigualdades sociais, necessitamos buscar a salvação para todos ou pereceremos juntos. O sorrir para o futuro (Pr 31,25) depende da nossa capacidade de co- operação para um desenvolvimento humano integral, em harmonia com a Criação de Deus. É preciso educar para viver em comunhão (TB 57). Educar é “aprender a fazer”, “aprender a conviver”, “aprender a aprender” e o “aprender a ser”, estes são os quatro pilares da educação que nos acompanham vida afora (TB 112).
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Se no livro de provérbios a sabedoria é comparada a uma mulher, esposa ideal, o Pacto Educativo Global nos aponta a necessidade de Promover a mulher. Favo- recer a participação plena das meninas e das jovens na educação. As mulheres sofrem situações de exclusão, maus tratos e violência. São elas as que têm menos oportunidades de defender seus direitos. Os valores que guiam esta iniciativa são: 1. Reconhecimento dos mesmos direitos, dignidade e igualdade entre homens e mulheres; 2. Maior participação das meninas e das jovens na educação, através de políticas concretas de inclusão; 3. Inclusão equitativa das mulheres nos órgãos colegiais de decisão.
Outra necessidade é Responsabilizar a família ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador. A família é “a primeira escola de virtudes sociais, que todas as sociedades precisam. [...] Especialmente na família cristã... os filhos desde cedo devem ser educados para perceber o sentido de Deus e venerá-lo e amar os outros”. Guiando-se pelos seguintes valores: 1. Priorida- de da família na educação dos filhos; 2. Participação de representantes dos pais em órgãos colegiais de decisão; 3. Aumento de políticas a favor das famílias, em especial dos socioeconomicamente mais desfavorecidos.
APROFUNDAMENTO: O que aprendemos sobre nós mesmos com a pandemia da Covid-19? Estamos saindo dela mais humanizados, com um projeto de sociedade para todos? Dê exemplos:
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3º Encontro: Jesus, mestre e educador
Chave de Leitura: Lucas 4,14-30 1. Onde Jesus ensinava e como era acolhido? 2. Qual é a fonte do ensinamento de Jesus e como
ele a utiliza? 3. Qual a reação do povo no início e no final do
ensinamento? 4. O que este texto diz para nós diante desta CF?
No tempo de Jesus, a sinagoga era o lugar de escuta e de estudo das Escrituras Sagradas e o lugar de debater os problemas e desafios da comunidade judaica. Vemos no texto que Jesus ensinava nas sinagogas e era elogia- do por todos (cf Lc 4,15). No conjunto dos evangelhos vemos como Jesus aproxima as Escrituras da realidade da vida e o povo percebeu que suas palavras não eram
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vazias (retórica), mas ensinava com autoridade e não como os doutores da lei (Mt 7,29). Uma autoridade que lhe vinha do testemunho e não pela força do discurso; uma autoridade que lhe vinha da força e presença do Espírito que o guiava.
O conteúdo de seu ensinamento…