Lauro de Freitas - BA Partido dos Trabalhadores O Brasil, país cuja economia já desponta como a 6ª mais poderosa do planeta e que, portanto, já goza do prestígio e respeito das nações mais inuentes do mundo, não consegue equacionar problemas estruturantes que contrapõem radicalmente seu tão almejado status de nação desenvolvida. O extermínio, o genocídio e a violência urbana em grande escala, que se apresentam como características de países em situação de guerra e/ou conituosas, fazem parte do nosso cotidiano contrastando com a busca incessante, da elite brasileira, que almeja que o Brasil componha o rol dos países mais desenvolvidos do mundo. A explicação pra tanto descompasso pode estar no processo de formação do nosso estado que se deu de forma defeituosa e nem todas as matrizes existentes foram consideradas em nosso projeto de nação. Por isso, é tão difícil crescer de forma uniforme. É por isso que, na mesma proporção que a economia cresce, visualizamos o aumento das violências que, alicerçadas nos mais diversos pilares, têm diminuído a nossa capacidade de disputa internacional. Fator esse que nos torna menos atraentes e menos competitivos. A especulação encontra nessa nossa desordem elementos pra nos tirar da rota dos investimentos. Somos como um bolo num forno inclinado que cresce mais pra um dos lados. É impossível uma nação crescer de forma uniforme quando parte de sua juventude, ao invés de estar inclinada ao desenvolvimento do seu produto intelectual e criativo, passa a maioria do seu tempo buscando formas pra se manter viva. Não seremos uma nação bem sucedida pra ninguém enquanto jovens negros contam os dias pra sair da cadeia, ao invés de estarem debruçados sobre suas teses em nal de curso. Enquanto uma parte da juventude brasileira (a elite) caminha rumo ao futuro, outra parte muito maior, se esquiva das balas que lhes furtam a vida no presente. Como se tornar uma nação rica e poderosa sem combater o racismo? Como desenvolver sem fazer uma releitura do processo de construção de nação e estado brasileiro? Como crescer se ao invés de escrever teses que fortaleçam nossos argumentos nas disputas junto a Organização Mundial do Comércio, concentro meu tempo em denunciar a ação genocida estatal que dizima pessoas como eu, nos bolsões de miséria espalhados por todo nosso território? Ricardo Andrade PT - EPS Lauro de Freitas Bahia. Edição 02 - Janeiro de 2013 Folha Vermelha Reexões sobre o forno inclinado Daniele Ferreira UFBA No dia 14 de dezembro de 2012 a Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT), realizou alteração em uma de suas cadeiras. Assume a Secretaria de Cultura da JPT Danielle Ferreira, que é estudante da Universidade Federal da Bahia, militante do Coletivo Quilombo e que foi, ao longo de 2012, Diretora de Combate ao Racismo do Diretório Central dos Estudantes da UFBA. A jovem é moradora do Beirú/Tancredo Neves, bairro periférico de Salvador, militante da Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência interna do Partido dos Trabalhadores, e pretende encarar com vigor a tarefa de representar o setor relacionado a cultura e juventude dentro do PT e pra fora dele. “Será um passo importante na consolidação de minha militância dentro do Partido dos Trabalhadores, terei a possibilidade de vivênciar de forma mais profunda as instâncias do partido e da juventude, além de representar a EPS nesse espaço; essa é a oportunidade de levar para dentro da juventude do PT uma aproximação com a juventude periférica do Brasil. Esse setor que produz cultura popular em suas mais variadas formas, seja através do hip-hop, grupos de dança, bandas de pagode, coletivos teatrais, grupos de fomento à leitura, mas que não possui incentivo político e nanceiro suciente para o que tem sido construído”. (Arma Danielle). Recentemente, no m de 2012, a presidenta da república sancionou o Vale-Cultura, que disponibiliza 50 reais por mês para trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos para serem utilizados com produtos culturais. Para Danielle, “o Vale-Cultura representa um grande avanço na democratização do acesso à cultura. É preciso considerar o projeto como um instrumento essencial para a juventude brasileira; sabemos que ele não pretende atingir somente o segmento juvenil, porém para esse setor temos avanços poucos perceptíveis em políticas públicas que façam a relação juventude e cultura. É necessário aprofundar as discussões que orientem a construção de políticas com essa característica, que aumentem o acesso e a produção de cultura pela juventude brasileira enquanto forma de construção da cidadania”. Nova coordenadora na Secretaria Nacional de Cultura da Juventude do Partido dos Trabalhadores.