Edição 20 | Março 2014 Nova coluna traz novidades para seu paladar e oferece dicas para elaborar roteiro gastronômico no Paraná. Pág. 5 EMPREENDEDORISMO GASTRONOMIA Editorial A mulher sofre nas culturas através da história. O editorial deste mês aborda o Dia Internacional da Mulher através de uma nova perspectiva. Pág. 2 Página Literária Nesta edição a página literária con- ta com o texto da jornalista Patricia Cretti. Pág. 3 Esportes Novo colunista e seu gosto por esportes traz para a Folha do Bom Retiro um espaço para informar e opinar sobre temas recorrentes ao esporte paranaense. Pág. 5 Filme de animação infantil mostra relações de empreendedorismo e criatividade. Confira na coluna deste mês. Pág. 6 ENSAIO FOTOGRÁFICO As praias de Guaratuba - Paraná e Santos - São Paulo foram registradas através das lentes de Lucas de França. Pág. 8
Este jornal tem como objetivo informar a comunidade através de notícias, novidades e curiosidades sobre o bairro e sobre a cidade. Nasceu da intenção de membros da nossa comunidade em servir os moradores, comerciantes e visitantes do nosso bairro. A distribuição alcança os bairros Bom Retiro, Pilarzinho e Vista Alegre.
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Edição 20 | Março 2014
Nova coluna traz novidades para seu paladar e oferece dicas para elaborar roteiro gastronômico no Paraná. Pág. 5
EMPREENDEDORISMO
GASTRONOMIA
Editorial
A mulher sofre nas culturas através da história. O editorial deste mês aborda o Dia Internacional da Mulher através de uma nova perspectiva.
Pág. 2
Página Literária
Nesta edição a página literária con-ta com o texto da jornalista Patricia Cretti.
Pág. 3
Esportes
Novo colunista e seu gosto por esportes traz para a Folha do Bom Retiro um espaço para informar e opinar sobre temas recorrentes ao esporte paranaense.
Pág. 5
Filme de animação infantil mostra relações de empreendedorismo e criatividade. Confira nacoluna deste mês. Pág. 6
ENSAIO FOTOGRÁFICO
As praias de Guaratuba - Paraná e Santos - São Paulo foram registradas através das lentes deLucas de França. Pág. 8
A mulher como protagonista da história
Da semente da
mulher virá o
salvador
Não é novidade para nós
que a mulher sofre nas culturas
através da história. A regra é a
mulher sendo oprimida e so-
frendo sanções por razões sim-
plesmente culturais ou mesmo
religiosas.
O direito ao voto por incrível
que pareça pode ser conside-
rado uma conquista muitíssi-
mo recente se considerarmos a
história como um todo. Não me
sinto em condições de analisar
o porque e as consequências
deste fato em nível sociológico,
apenas faço esta constatação
bastante óbvia até mesmo para
um leigo como eu.
A Bíblia Sagrada também é
acusada de fortalecer conceitos
machistas e preconceituosos
quanto ao gênero. De fato a Bí-
blia é também um livro históri-
co que não esconde os aspectos
culturais que estão ao redor da
revelação de Deus e sua vonta-
de.
Deus está acima da cultura,
mas interage com esta de ma-
neira a redimi-la e transfor-
ma-la a cada geração de acor-
do com os seus propósitos. O
que estou tentando dizer é que
Deus não ignora as tradições
humanas, antes dela se utiliza
para apresentar-se como cria-
dor de todas as coisas, afinal,
onde mais Deus se mostraria se
não no lugar onde estamos, isto
é , nossa cultura?
Se tivermos uma visão um
pouco mais ampla de alguns
textos percebermos que a mu-
Por Osmar V. Gomes
FOLHA DO BOM RETIRO
Este jornal tem como objetivo informar a comunidade através de notícias, no-vidades e curiosidades sobre o bairro e sobre a cidade. Nasceu da intenção de membros da nossa comunidade em servir os moradores, comerciantes e visitan-tes do nosso bairro. A distribuição alcança os bairros Bom Retiro, Pilarzinho e Vista Alegre.Sede | Av. Des. Hugo Simas, 1772 - Bom Retiro. Curitiba - Paraná.Tiragem | 2000 | Distribuição é realizada toda primeira semana do mês em três pontos, contemplando os bairros: Bom Retiro, Pilarzinho e Vista Alegre.Suelen Lorianny | Editora ChefeE-mail para contato | [email protected]@ibbrCuritiba | www.ibbr.org.br
A paixão pela pesca e a vida sossegada do Xerife de Alto Paraíso são história na regiãoPor Aline Reis
Porto Figueira, Alto Paraíso – Wilson Menegasso tem pou-co mais de um 1,70 de altura, corpo magro e cabelos grisa-lhos. Riso fácil e carinhoso com a companheira Maria Apare-cia Enéas, Menegasso, tam-bém é conhecido – e admirado – como “Xerife” pelos amigos.
Xerife há 17 anos deixou Umuarama, no noroeste do Es-tado, e foi morar no balneário de Porto Figueira, na cidade de Alto Paraíso. Antes disso traba-lhou em farmácia e, em segui-da, abriu um negócio próprio, uma loja especializada em caça e pesca. Mas hoje, sob chu-va fina, temperatura quente e com a vista de frente para o Rio Paraná, Xerife vive a tranquili-dade de dias no Porto Figueira.
Antes, aos fins de semana, Xe-rife, junto com um grupo de ami-gos, iam ao Porto para pescar. A
ideia era disputar quem tirava da água os melhores peixes, den-tro das medidas e peso pertidos. “A gente fazia uma brincadei-ra. Havia de 13 a 15 barcos em Umuarama e a gente se reunia em amigos”, lembra saudoso. O que começou numa brincadeira, alguns anos depois se transfor-maria no segundo evento mais importante da região, perdendo apenas para Expo-Umuarama.
“Na quinta edição trouxemos o navio Epitácio Pessoa, que ti-nha capacidade para 250 pes-soas, salas de recepção, pista de dança e fizemos um tour de duas horas e meia entre o Por-to Figueira e o Porto Camargo”, conta. No cardápio, peixe assado – nada mais adequado para a re-gião. “Era uma delícia”, diz Xerife.
No ápice da festa o públi-co médio ficava entre 3 e 5 mil pessoas e a competição reunia pescadores de toda região e até de Estados vizinhos. Quatro ou
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cinco fiscais fa-ziam a medição dos peixes, pesa-gem e outros pa-râmetros. “Hoje é uma rifa, não tem mais competição e é pouco divul-gado também. A gente fazia divul-gação na mídia, anunciava mesmo, hoje falta entu-siasmo”, reclama.
Xerife tam-bém é pioneiro em outro negócio que movimenta a economia de Porto Camargo: as garagens de barcos. A dele não é a maior, tampouco a mais mo-derna, mas é a mais antiga – e querida – pelos pescadores que, desde de os primeiros números da Pesca à Piapara, precisavam de um local para deixar as em-barcações. “Eu tenho 32 anos de
garagem aqui”, diz orgulhoso.Hoje Xerife não participa mais
da Pesca à Piapara, mas, da saca-da da casa vê o Rio Paraná seguir seu curso ora lento, ora agita-do. O café doce sobre a mesa e a companhia da esposa Maria Apa-recida são retratos da tranquili-dade da vida em Porto Figueira.
Foto Roberto dos Santos
ESPORTES
A partir de hoje, em todas as edições da Folha do Bom Retiro, você terá a minha companhia. Minha missão é falar de esportes e assim farei, na maior parte das linhas es-critas. Prometo. Meu nome é Jeferson Nunes, tenho 23 anos e já nasci amando os esportes. Alguns me atraem mais, como o futebol, outros menos, como
o Hipismo. Mas, de uma ma-neira geral, tentarei falar de todos um pouco. Sou formado em jornalismo e trabalho como correspondente ao vivo de rá-dios do interior do Paraná.
De todas as lembranças que tenho, os esportes fizeram parte de minha rotina. Quando menino, lá pelos 10, 11 anos, meu objetivo era jogar futebol
o máximo que pudesse. Já co-nheci vários esportes na práti-ca e outros somente na teoria, ou na observação, ou só de ouvir falar. Assim como os es-portes, sempre apreciei muito as palavras, pelas quais trans-mito a você o que penso neste momento. Espero que nossa caminhada juntos seja o mais prazerosa e didática possível.
Pra começar, quero abordar um tema que ocorreu nesses últimos dias. Um tema ruim. O racismo. Infelizmente ele ainda continua nos acompa-nhando na vida, e também
nos esportes. No dia 12 de fe-vereiro, em uma partida de fu-tebol realizada no Peru, pela Taça Libertadores da América, o jogador Tinga, do Cruzei-ro, passou por momentos de humilhação. A cada vez que ele pegava na bola, a torcida do time peruano Real Garci-laso emitia o som de maca-co. Pois é, em pleno século 21 ainda passamos por isso. Será que um dia vamos des-cobrir que somos iguais? Sen-do esportistas ou não? Sin-ceramente, espero que sim.
É inaceitável que demons-
Sobre a vida e o esportePor Jeferson Nunes
GASTRONOMIA
Fiquei feliz em poder, final-mente, escrever sobre minha pai-xão (quase platônica) pela gas-tronomia. Sempre gostei muito de cozinhar. Lembro que desde criança eu ficava rodando meus pais na cozinha querendo par-ticipar e perguntava tudo o que eles estavam fazendo – e como estavam fazendo. Também lem-bro que eu brincava muito sozi-nha. Imagina a cena: eu, sentava em frente à penteadeira apresen-tando programas de culinária. Em voz alta eu ensinava recei-tas imaginárias com os cremes, perfumes e escovas de cabelo da minha mãe. Nessa época eu nem fazia ideia que meu coração já batia forte pelo jornalismo (eu também brincava de rádio gra-vando a minha voz em cima das músicas da Xuxa) e pela gastro-nomia.
Gosto de sentir o cheiro, a textura e o sabor de cada ingre-diente. Fico maravilhada (e não é exagero) com a transformação
que cada ingrediente proporcio-na à receita. Acho lindo olhar na panela e ver o que quer que es-teja preparando se modificando, ganhando mais sabor e transfor-mando-se numa receita maravi-lhosa, com sabor e aroma inigua-láveis.
Eu cresci e para minha vida profissional optei pelo jornalis-mo, mas a paixão pela gastrono-mia cresceu junto comigo. Agora, tenho a oportunidade de escrever um pouco sobre tudo isso, sobre ingredientes, temperos, receitas e dicas de restaurantes e bares.
Para inaugurar a coluna esco-lhi um ingrediente universal: o ovo. Ele oscila entre vilão e moci-nho, há quem ame, quem odeie e aqueles que acham “normal”. Eu, em particular, amo ovo de todas as formas, cozido, frito, mexi-do... Atire a primeira pedra quem nunca mandou ver naquele pão com ovo frito!
Acontece que existem inúme-ras maneiras de preparo e mui-tas receitas, algumas são simples e outras que fazem parte de um menu especial dos melhores res-taurantes ao redor do mundo. Estive procurando receitas que
Paixão de infância e platônicapela gastronomiaPor Silvia Serpe
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trações de ignorância como essas sejam aceitas nas are-nas esportivas, seja no fute-bol, vôlei, hóquei ou em qual-quer avenida movimentada de Curitiba. Discriminação é crime, mas nem precisava ser. Se fôssemos realmente civilizados, não passaríamos por situações como essas. O pior é que não é a primeira e nem será a última vez que isso acontece. Já houve diversos casos de racismo em diversos esportes. Todos lamentáveis.
Enfim, espero trazer coi-sas boas e assuntos polêmicos
também. Espero que gostem e que leiam todas as edições.
CURTAS
- O Atlético Paranaen-se sofreu, mas conseguiu se classificar nos pênaltis e heroicamente para a fase de grupo da Libertadores.
- O campeonato parana-ense continua sem emoção.
- Michael Schumacher está em coma desde que bateu a ca-
beça em uma pedra enquanto esquiava em 29 de dezembro, na França. Os médicos res-ponsáveis pelos cuidados do campeão mundial de Fórmula 1 desistiram de tirá-lo do coma no momento, segundo a revis-ta alemã Focus. A revista diz que algumas “complicações”, não detalhadas, fizeram com que o processo fosse inter-rompido pela equipe médica.
- Novo pagamento trans-forma Neymar na contrata-ção mais cara da história. Ao pagar R$ 43,4 milhões à receita espanhola, em cor-
reção preventiva, Barcelona eleva preço do brasileiro a R$ 276,6 milhões e o faz ul-trapassar CR7 no ranking.
- Chuteira preta entra em extinção em meio a moda, pa-trocínios e brincadeiras. O mo-delo tradicional perde espaço para o colorido, usado por atle-tas como vitrine das empresas para novidades do mercado.
- A Liga Nacional de Futebol Americano, dos USA, teve o Se-attle Seahawks como campeão.
Até a próxima!
levam o ovo como ingrediente principal e encontrei uma sele-ção de dar água na boca no Ca-derno Bom Gourmet, da Gazeta do Povo.
De todas as receitas eu esco-lhi o Ovo Mollet, criada pelo chef Gustavo Alves, do bistrô francês LÉpicerie. Ela consiste, basica-mente, em um ovo cozido (que deve ficar com a gema mole) sob um saboroso ratatouille.
Para o cozimento perfeito co-loque no fogo uma panela com água e espere ferver, acrescente 50 ml de vinagre e uma colher de chá de sal. Com auxílio de um
cronômetro deixe o ovo cozinhar por 5 minutos e meio. Retire da panela e deixe 1 minuto e meio em água fria e gelo. Para o ovo não rachar o ideal é furar com um alfinete a base mais larga do ovo antes do cozimento. Descasque morno com cuidado.
Para o preparo do ratatouil-le pique em pedaços pequenos cebola, tomate, abobrinha ita-liana, berinjela, pimentão verde e pimentão vermelho. Coloque em um pirex, tempere com sal, pimenta e orégano a gosto e azei-te de oliva. Leve ao forno por 20 minutos.
A receita é simples e cheia de sabor. Para a montagem do prato basta colocar no prato uma por-ção de ratatouille e por cima o ovo. Agora é só esperar os elogios e deliciar-se.
EMPREENDEDORISMO
Criatividade: da idade das pedras até os dias de hoje
Por Gustavo Panacioni
Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é assistir filmes e perceber as ligações que, por exemplo, os roteiros têm com nossa vida real de todo dia. Às vezes as associações são mais di-retas e fáceis de fazer, outras são mais subjetivas e dependem da ótica e da bagagem cultural da pessoa que assistiu. Hoje gosta-ria, então, de falar sobre um fil-
me. Mais especificamente uma animação que me trouxe várias reflexões enquanto assistia. “Os Croods”, da Dreamworks (mes-ma produtora da série Shrek) conta a história de uma família na idade das pedras e, por isso mesmo, a relação com empre-
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Filme de animação mostra crise na era pré-histórica com a chegada de um gênio com novas invenções. Confira relações da animação com empreendedorismo e criatividade
endedorismo é muito mais legal de refletir.
Nos últimos dois anos fiquei um tanto obcecado por livros que tratam sobre criatividade e empreendedorismo. As expe-riências profissionais que tive a oportunidade de vivenciar contribuíram para crescer essa vontade de conhecer mais sobre o assunto, mas a verdade é que esses são temas que sempre me provocaram a curiosidade. ”Os Croods” é uma dessas maneiras de conversar sobre criatividade e empreendedorismo e, durante
o filme, temos a oportunidade de ver três elementos que, jun-tos, fazem a gente pensar sobre a arte de empreender e criar.
O primeiro grande argumen-to dessa animação é o que gran-de parte de nós conhece por “Mito da Caverna”, de Platão.
Fazendo uma citação direta da Wikipedia, o Mito da Caverna “trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da ver-dade, onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, lingua-gem e educação na formação do Estado ideal”. A história da ca-verna representa algumas pes-soas presas, incapazes de sair da caverna, e que apenas têm aces-so a uma realidade que acredi-tam ser verdadeira (a sombra dos objetos e animais que pas-sam lá fora). Quando uma des-sas pessoas consegue se libertar e tem acesso à “realidade real”, ela, voltando à caverna, pode ser ignorada pelos companhei-ros ou sofrer represálias por es-tar “falando bobagem”.
”Os Croods” começa exata-mente assim e a força filosófica por trás do pai que impede que todos saiam da caverna é, na mi-nha opinião, uma (para poupar seus olhos vou substituir o ter-mo que iria usar aqui por “pul-ga”) pulga moral da história. Mas é uma moral não apenas para crianças. Essa moral pode ser levada a sério por muitos adultos que, no caso de Grug, o patriarca de ”Os Croods”, ainda têm atitude de proteção exa-cerbada com seus filhos. Explo-rar o que está fora da caverna é sempre muito valioso e agrega muito ao nosso repertório, nem que a gente volte para a caverna algum tempo depois. Entretan-to, para Grug, essa atitude não é aceitável.
O sair da caverna é apenas o primeiro ato na trama. O segun-do, também bastante presente no enredo, é quando a criativi-
dade entra em cena e provoca a maioria dos personagens com a capacidade de resolver proble-mas insolúveis e banais, como andar sobre plantas espinho-sas ou despistar predadores. A criatividade aqui é representa-da por um personagem novo (Guy), que leva tempo para con-quistar a confiança de todos da família Croods e é responsável por apresentar o novo mundo fora da caverna. Não bastasse isso, a criatividade (nesse caso, o personagem Guy) é responsá-vel por trazer o terceiro elemen-to necessário para a nossa aná-lise: o bicho-preguiça.
Não sei se tem algum objeti-vo claro dos produtores, direto-res e roteiristas com a inserção desse bicho-preguiça (eu acre-dito que sim), por isso quero deixar claro que a partir daqui as teorias são frutos exclusivos da minha imaginação. Então va-mos lá. O bicho-preguiça, tam-bém conhecido como “Braço”, é o cinto da calça de Guy (isso mesmo!) e também o fiel com-panheiro de jornada. Ironica-mente, a preguiça é um dos per-sonagens mais ativos de todo o filme, responsável por ajudar a família quando há alguma com-plicação ou na hora de tocar marimba.
Sei que essa teoria já é bas-tante batida, mas para falar de empreendedorismo e criativi-dade temos também que falar de preguiça. É clichê. Mas talvez a partir desse momento, não seja. Explico: criatividade e pre-guiça andam juntas. Together. Alter ego, tipo Batman e Corin-ga. Isso é bem simples de enten-der e, na minha opinião, uma das melhores dicas para se dar a
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LÍNGUA PORTUGUESA
Por Alan de Macedo Simões
E... ponto final!
Muitas vezes essa é a forma com que encerramos o assunto com alguém.
Usamos o nome de ponto final para firmar o encerramento total do assunto.
Mas a pontuação vai além de um ponto final.
Nossa coluna hoje começa com duas curiosidades, a origem dos pontos de interrogação e de exclamação.
Quando estamos falando, a entonação de pergunta nos é na-tural. Algumas perguntas nem precisariam de pontuação para percebermos que é uma pergun-ta, mas existem casos que a pon-tuação é a única diferenciação entre a afirmação e a pergunta. “Eu disse isso” é um exemplo que demonstra uma confissão ou uma surpresa, apenas pela pon-tuação.
O ponto de interrogação (?) surgiu ainda na língua-mãe, o la-
tim. Quando se queria fazer uma pergunta, era escrita a frase e, ao final, escreviam que era uma per-gunta, colocando ao final a pala-vra “questio”. Como a preguiça é a mãe das reduções, logo a pala-vra “questio” passou a ser escrita apenas como sendo “qo”. Com o passar do tempo, colocou-se o “q” sobre o ”o” e assim surge o ponto de interrogação.
O ponto de exclamação (!) tem uma origem semelhante, ao final era escrita uma expressão de ale-gria “io”, e, com o passar do tem-po, também foram sobrepostos, resultando na conhecida excla-mação.
Na nossa língua existem, ba-sicamente, dois sinais de pontu-ação, um que mantém o fluxo da frase e um que o interrompe. Es-tamos falando da vírgula (,) e do ponto (.).
Evidentemente, eles sofrem variações.
No campo das funções da vír-gula temos também os dois pon-tos (:) e o ponto e vírgula (;).
A vírgula é usada para sepa-rar termos idênticos na mesma oração e, sempre que necessário, para separar termos que não es-tão na ordem clássica da frase, que é “sujeito, verbo, comple-mentos”.
O ponto e vírgula tem seu uso, normalmente, para separar as orações em que, em seu interior já foram utilizadas vírgulas. Um uso interessante dessa pontua-ção é que ela pode separar, inclu-sive, item do mesmo artigo de lei e, mesmo assim, não será preciso usar letra maiúscula.
Os dois pontos são usados para manter o fluxo do pensa-mento, trazendo-se uma expo-sição ou explicação. Nestes ca-sos, após a utilização dos dois pontos, não é adequado usar-se letra maiúscula. Ele também pode introduzir uma fala, que será exposta em um texto com foco narrativo e, nestes casos, deve-se usar uma nova linha, com travessão e, aí sim, letra maiúscula.
No campo do ponto final te-mos também a reticência (…),
a exclamação (!) e a interroga-ção (?).
Quanto aos pontos do campo do ponto final, seu uso não gera tantas dúvidas, mesmo assim, al-guns pontos precisam ser consi-derados.
O primeiro é quanto à exclama-ção. Um costume atual que fere o bom uso da língua é o uso de vários pontos de exclamação, como se os pontos de exclamação expres-sassem uma escala de indignação ou euforia. Embora isso possa ser aceitável em mídias sociais, essa variação não é um uso padrão da língua.
Uma outra distinção que surge é sobre o uso de reticências, elas tem a função de demonstrar uma continuidade do pensamento, sem que se termine a explicação, seu uso é uma prova de interação com o leitor, quando a comple-mentação é dada por aquele que lê.
Esse é um posicionamento in-formal e básico quando à pontu-ação, mas você pode escrever sua sugestão, tirar suas dúvidas e su-gerir assuntos.
Espero que a sua relação com o estudo da gramática da língua portuguesa não tenha um ponto final, mas uma vírgula.
quem não acredita ser criativo.Depois de ler mais de 12 li-
vros sobre criatividade nos úl-timos meses, a conclusão que cheguei, muito bem representa-da no filme ”Os Croods”, é que não dá para passar 24 horas por dia trabalhando em algo e, ao mesmo tempo, querer ser cria-tivo. A mente precisa do ócio, da preguiça, para poder aces-sar o inconsciente e encontrar respostas fora daquela linha de raciocínio em que você está de-bruçado. É o que o autor Amit Goswami (excelente autor e físi-co quântico) chama de “Dobe-dobedo” (só para lembrar que estamos falando de ”Os Croods”,
e não de Scooby-doo, ok? Caso você tenha se perdido no meio do caminho).
O método “dobedobedo” nada mais é que intercalar o fa-zer (Do) com o ser (Be) e, a par-tir daí, encontrar um equilíbrio que leve a gente a uma criati-vidade progressiva. Progressiva porque não é de uma hora para outra que, praticando o “dobe-dobedo”, a gente consegue ser um pulga (censura novamente aqui) criativo. Mas, aos poucos, praticando, quem sabe? Aquelas ideias geniais que gostaríamos de ter no banho, fazendo a bar-ba ou correndo no parque são super possíveis.
O conceito que quero passar é que sim, vamos trabalhar, va-mos nos esforçar e vamos trans-pirar. Mas também precisamos dar um tempo ao cérebro para que ele processe as informações e encontre respostas um pouco diferentes daquelas que esta-mos acostumados a pensar, em nossa mente analítica e racio-nal. Como diz aquela frase de Eistein, “sucesso e inspiração são resultados de 10% de ins-piração e 90% de transpiração”. A proporção do “Dobedobedo” talvez seja algo próximo disso, mas lembre-se que a preguiça está sempre por perto.
Óbvio que não deu tempo
(espaço) pra entrar no assunto empreendedorismo. Fica para uma próxima oportunidade. Mas a intenção é mostrar que sem o trabalho, a criatividade, a preguiça, a vontade e o gosto de fazer, o empreendedorismo não acontece. Só adicionaria outro elemento bem importan-te no meio de tudo isso; o pla-nejamento. Para poder correr no parque, tomar banho, fazer a barba ou tirar a preguiça sem a preocupação da calça cair (e ter boas ideias), precisamos nos planejar. Se deixar tudo para a última hora, nunca sere-mos criativos.
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