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Fisiopatologia da Enxaqueca (Migrânea) Maria Fernanda Guerini
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Fisiopatologia da Enxaqueca (Migrânea) Maria Fernanda Guerini.

Apr 16, 2015

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Page 1: Fisiopatologia da Enxaqueca (Migrânea) Maria Fernanda Guerini.

Fisiopatologia da Enxaqueca (Migrânea)

Maria Fernanda Guerini

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Ao longo de pesquisas, muitas foram as hipóteses levantadas para explicar a origem das enxaquecas: alimentação, vasoespasmos, origem psicogênicas, desordens plaquetárias. Hoje as teorias “vasculares” e “neurogênicas” encontram-se agrupadas em uma complexa rede de interações que possivelmente explicam uma crise enxaquecosa.

Ainda há discussões de vasoconstrição X vasodilatação na tentativa de explicar a dor e a aura da enxaqueca.

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Nos últimos 15 anos, o desenvolvimento de pesquisas e técnicas de neuroimagem vem contribuindo para a melhor compreensão da enxaqueca. Dessa forma, acredita- se que os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da migrânea podem ser:

1:Ativação do sistema trigeminovascular2:Depressão alastrante3:Inflamação neurogênica4:Vasodilatação: NO e 5-HT5: Distúrbios do metabolismo energético6: Predisposição genética

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Paredes do vasos sangüíneos cranianos existem 3 tipos de fibras nervosas entre a adventícia e a média e na própria adventícia.

Estas são varicosidades que contém vesículas contendo neurotransmissores vasoativos que são liberados quando passa um estimulo nervoso

Neurotransmissores + substâncias reguladoras do sangue + substâncias presentes no endotélio vascular

=

Regulação do tono vascular

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Fibras simpáticas (gânglio cervical superior): noradrenalina, peptídeo Y de ação vasoconstritora.

Fibras parassimpáticas (Gânglio esfenopalatino): acetilcolina (Ach), peptídeo intestinal vasoativo com ação vasodilatadora.

As fibras C (polimodais – mecânico, térmico, químico) a partir do Gânglio de Gasser cujos neurotransmissores: substância P de ação vasodilatadora curta de moderada intensidade; peptídeo relacionado ao gene da calcitonina de ação vasodilatadora potente e mais longa, principalmente, na divisão oftálmica do trigêmio.

Substrato Anatomofuncional para a enxaqueca

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“Spreading depression of Leão”

Em pesquisas, por indução, observou-se uma depressão na atividade elétrica do córtex cerebral em todas as direções, provocando a expressão de um marcador não específico da ativação neuronal (c-fos) no núcleo do trigêmio

= VASODILATAÇÃO

Associado a neuroimagem associa-se a DA a enxaqueca com ou sem aura.

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Em modelo experimental:

Estímulo trigeminal:Vasodilatação + aumento da permeabilidade vascular +

extravasamento de plasma associado aos neurotransmissores presentes = Inflamação neurogênica.

Principais marcadores da atividade trigeminal: peptídeo relacionado ao gene calcitonina (CGRP) e substância P (SP)

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L-arginina (NOS) Óxido nítrico (endotélio vascular)

Também é um neurotransmissor presente em fibras nervosas perivasculares e acredita-se que seja uma substância sensibilizadora de nociceptores aferentes, pois:

1:Ativação da via NO-cGMP em cefaléia em salvas e em crises de enxaqueca;

2:Resolução com drogas que interferem em algum ponto da via NO-cGMP;

3: Substâncias que podem causar crise enxaquecosas (nitroglicerina) ativas alguns pontos da mesma via do óxido nítrico;

Obs: NO não específico neuronal

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Devido a presença de metabólitos da 5-HT em pacientes enxaquecosos suspeitou-se da ligação da serotonina como neurotransmissor em crises:

Os receptores da 5-HT são divididos de 1 a 7 e em subtipos de A a F. O subtipo 5-HT 1d é dividido em alfa e beta:

Alfa: préjuncionalmente as fibras nervosas sensitivas perivasculares

Beta:pósjuncionalmente presente no músculo liso vascular Medicamentos (SUMATRIPTAN) de atividade agonista 5-HT1b/d

leva ao bloqueio da inflamação neurogênica.

Córtex visual (enxaqueca com aura) rica em receptores 5-HT1f

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Não indicação de Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e Arteriografias: normais em pacientes enxaquecosos.

Podem ajudar: Magnetoencefalografia (MEG): alterações e fluxo sanguineo

cerebral regional Espectroscopia por ressonância magnética: averiguar

parâmetros metabólicos e energéticos, in vivo. Espectroscopia com fósforo demonstrou uma provável

desordem no metabolismo energético, talvez de origem mitocondrial (aumento de fosfato de baixa energia e diminuição de fosfatos de alta energia, sem déficit de ATP) regionalmente (frontal e frontotemporal)

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É sabido que enxaqueca com aura tem influência genética, possivelmente de herança autossômica recessiva de baixa penetrância.

Há uma doença cerebrovascular familiar (CADASIL), na qual que predispõe a enxaqueca, relacionada ao cromossomo 19p12. No mesmo cromossomo ocorre a herança da “enxaqueca hemiplégica familiar” (FHM), onde ocorrem mutações nas subunidades alfa-1 de canais de cálcio, voltagem-dependente tipo P/Q específico do cérebro. Ou seja, causa uma hiperexcitabilidade do SNC sendo mais sensível a estímulos internos (estresse) e externos (luminosidade, alimentos)

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Náuseas e Vômitos: excitação do núcleo solitário

Aura: o tipo depende da área cortical atingida (occipital)

Dor: quando estímulos trigeminais atingem o tálamo e o córtex cerebral

Portanto a enxaqueca não é dor, mas um estado de suscetibilidade de crises que se caracterizam por diversos sintomas que podem incluir a cefaléia. Sendo os agentes “causais” apenas fatores desencadeantes, que dependem das características genéticas do indivíduo (estresse, chocolate, tiramida, alterações mandibulares)

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Maria Fernanda Guerini – 4 ano 2010