FICHA TÉCNICA - presenca.pt · 19 Na realidade, o envelhecimento é um processo absolutamente natural que começa assim que nascemos. Resulta de transforma-ções homeostáticas
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Na realidade, o envelhecimento é um processo absolutamente
natural que começa assim que nascemos. Resulta de transforma-
ções homeostáticas que levam a alterações fisiológicas em todos os
órgãos e tecidos do organismo. Na sua condição de órgão externo, a
pele é o órgão que mais cedo mostra os sinais do processo de enve-
lhecimento, através de mudanças macroscópicas da sua morfologia:
enrugamento, flacidez, desidratação e hiper ou hipopigmentação –
alterações que se tornam mais visíveis, sobretudo a partir da terceira
idade.
Para compreender a forma como a pele evidencia a passagem do
tempo, é importante perceber como é constituída e o papel que
cada uma das suas camadas desempenha na saúde e na aparên-
cia geral da pele.
Por que razão envelhecemos?
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1.1 A Pele A pele é o maior órgão do corpo humano e, tal como qualquer outro
órgão, está sujeita aos efeitos do tempo. Apesar da sua extraordi-
nária capacidade de regeneração e fantástica elasticidade (basta
pensar na forma como a pele estica durante a gravidez), a pele é
um órgão frágil e vulnerável às flutuações hormonais, à desidrata-
ção, à perda de força muscular e aos fatores externos, como o sol
ou o consumo de álcool e de tabaco.
A pele é composta por três camadas: a epiderme, a derme e a hi-
poderme. A qualidade destas camadas é fundamental para a apa-
rência do rosto. Se uma das camadas estiver danificada, a pele
apresentará de forma mais precoce os sinais do avanço da idade.
Pelo
Poro
Glândula sebácea
Crista Epidérmica
Artéria
Nervo
Veia
Folículo piloso
Epiderme
Hipoderme
Derme
EpidErmEA epiderme é a camada mais superficial da pele e constitui a última
barreira entre o nosso corpo e o ambiente. A sua espessura varia
entre cerca de meio milímetro (nas pálpebras, por exemplo) e dois
ou três milímetros (na planta dos pés ou na palma das mãos).
Glândula Sudorípara
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A epiderme é penetrada por centenas de poros por cada centímetro
quadrado, por onde é expelido o suor e o sebo. Estas duas substân-
cias juntam-se à superfície para formar o filme hidrolipídico, que
hidrata e protege a pele em permanência.
A epiderme tem cinco camadas. Na camada mais profunda – a
chamada camada basal –, as células estaminais epidérmicas divi-
dem-se e criam os queratinócitos, células que constituem cerca de
90% das células da epiderme e que conferem à pele a sua imper-
meabilidade e ajudam a mantê-la protegida. Estas células movem-
-se gradualmente para a superfície da pele, formando uma camada
protetora. À medida que as células se deslocam para as camadas
superiores, aplanam e acabam por morrer. A camada superior da
epiderme é composta por células planas e mortas que se renovam
em ciclos de duas a quatro semanas. Assim, a epiderme regenera-
-se constantemente. Apesar de não ter vasos sanguíneos, contém
melanócitos, as células que produzem o pigmento melanina, res-
ponsável pela cor da pele.
À medida que a idade avança, esta renovação das células é feita de forma mais lenta e a pele torna-se mais seca e suscetível ao aparecimento de rugas.
Camada Córnea
Camada Basal
Camada Espinhosa
Camada Granulosa
Células de Merkell
Lâmina Basal
Melanina
Melanócito
Células de Langenhars
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dErmESituada sob a epiderme, a derme é de 10 a 40 vezes mais espessa
do que a epiderme. Responsável pela nutrição e pela ancoragem da
epiderme, é constituída principalmente por fibras de tecido conjun-
tivo, sendo irrigada por numerosos vasos sanguíneos que permitem
trazer à epiderme os elementos nutritivos que lhe são essenciais.
Contém também as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas,
responsáveis pela secreção do sebo e do suor, bem como os folí-
culos pilosos.
As principais células da derme são os fibroblastos, que sintetizam
dois tipos de fibras proteicas: o colagénio e a elastina. A elastina
proporciona à pele flexibilidade e elasticidade, permitindo à pele
voltar à sua forma original depois de ter sido esticada. O colagénio
confere-lhe resistência e permite a cicatrização dos tecidos dete-
riorados quando a pele é ferida.
O espaço entre as células é a matriz extracelular: colagénio e elasti-
na movem-se numa geleia constituída por glúcidos complexos que
retêm a água (os glicoaminoglicanos), como o ácido hialurónico.
Poro
Pelo
Veia
Artéria
Glândula Sebácea
Epiderme
Músculo eretor
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Com o passar dos anos, as fibras de colagénio e elastina tornam-se mais raras e deterioram-se, deixando de atuar como uma espécie de cimento entre as células. o resultado é a diminuição da firmeza e da elasticidade da pele e, consequentemente, o aparecimento das rugas.
HipodErmEA hipoderme é a camada mais profunda da pele. Mais vascularizada
do que a derme, é maioritariamente composta por células gordas,
os adipócitos, que isolam o corpo das variações de temperatura e
formam uma cobertura protetora contra as pressões a que a pele
é sujeita. Assim, a hipoderme é muito densa em zonas que susten-
tam impactos constantes (os calcanhares, por exemplo) e muito
mais fina noutras zonas do corpo.
Esta camada proporciona
à pele nutrientes e forne-
ce-lhe diariamente força e
vitalidade. O seu propósito
é unir a pele ao osso e ao
músculo subjacente e pro-
vê-lo de vasos sanguíneos
e nervos.
A hipoderme contém glân-
dulas odoríferas, sudorípa-
ras e sebáceas, e é onde
estão fixas as raízes do
cabelo.
Com o tempo, os músculos subjacentes perdem o seu tónus e vão perdendo a capacidade de suportar e vascularizar a pele.