FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: Educação Ambiental na Escola Pública: Uma Proposta de Intervenção
Autor Eleandro de Oliveira Silva
Disciplina/Área Gestão Escolar e Desenvolvimento Educacional
Escola de Implementação do Projeto e localização
Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola Mohamad Ali Hamzé
Rodovia : BR-369 – Km 14 - Bairro Água do Bugre
Município da escola Cambará
NRE Jacarezinho
Professor Orientador Prof. Me. José Ferreira de Melo
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP/Jac.
Relação Interdisciplinar Base Nacional Comum e Disciplinas Específicas
Resumo
Este trabalho apresenta-se sob o formato de um Caderno Pedagógico, que harmonizado com o eixo principal do debate sobre interdisciplinaridade, pretende ser uma sugestão aos conteúdos, aos valores e às metodologias presentes na Educação Ambiental. Tem como proposta subsidiar a prática de professores que buscam suporte teórico-metodológico e atividades para o trabalho com a EA em uma perspectiva interdisciplinar. Apresenta textos específicos e atividades relacionadas ao tema, permitindo ao professor a articulação entre a fundamentação teórica e a sua ação pedagógica por meio de práticas que valorizam a construção de conhecimentos sobre fundamentos e estratégias alusivas à Educação Ambiental. Espera-se que as ideias aqui lançadas transformem-se em processo de discussão permanente, por meio do qual os indivíduos envolvidos e a comunidade escolar tenham consciência de que o respeito ao meio ambiente é imprescindível à sobrevivência do Planeta.
Palavras-chave Educação Ambiental. Escola Pública. Intervenção.
Formato do Material Didático
Caderno Pedagógico
Público Alvo Docentes do Curso Técnico em Agropecuária
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
CADERNO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA PÚBLICA: UMA PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO
(“Só uma sociedade bem informada a respeito da
riqueza, do valor e da importância da biodiversidade
é capaz de preservá-la.” )
Washington Novaes
Washington Novaes
Professor PDE: Eleandro de Oliveira Silva Linha de Estudo: Gestão Escolar e Desenvolvimento Educacional Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho Professor Orientador: José Ferreira de Melo IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP/ Jacarezinho Escola de implementação: CEEPA Mohamad Ali Hamzé-Cambará Público objeto da intervenção: Docentes do Curso Técnico em Agropecuária Município: Cambará
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................04
UNIDADE I
O QUE É EDUCAÇAO AMBIENTAL?......................................................................06
UNIDADE II
POR QUE TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL?.............................................07
UNIDADE III
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................09
UNIDADE IV
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO DO PROFESSOR.................................12
UNIDADE V
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AÇÃO PEDAGÓGICA............................................14
UNIDADE VI
CONCEITOS DE INTERDISCIPLINARIDADE..........................................................16
UNIDADE VII
A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.........................................19
7.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ASPECTO FORMAL.................................................20
7.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ASPECTO NÃO FORMAL........................................21
UNIDADE VIII
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL...........................................21
8.1PRINCIPAIS DOCUMENTOS NACIONAIS DE REFERÊNCIA PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................24
8.1.1 A Educação Ambiental na Agenda 21...............................................................26
8.1.2 A Educação Ambiental na Carta da Terra.........................................................27
UNIDADE IX
O EXERCÍCIO DA CIDADANIA EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE...................29
UNIDADE X
SUGESTÕES DE DINÂMICAS E ATIVIDADES DOCENTES...................................31
10.1 TRABALHANDO COM AS LEIS E SUAS POSSIBILIDADES............................32
10.1.1 Sugestão de outras leis para serem trabalhadas ...........................................35
10.2 O QUE A QUESTÃO AMBIENTAL TEM A VER COM CADA UM DE NÓS..... 36
10.2.1 Atividade para reflexão....................................................................................38
10.3 CONCEITO E HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL...............................39
10.4 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL INSERIDA NO COTIDIANO ESCOLAR...............40
10.5 UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR DA REALIDADE..........................................43
10.5.1 Diagnóstico socioambiental de uma região.....................................................44
10.5.2 Diagnóstico de conflitos socioambientais........................................................48
10.6 CONSTRUINDO AGENDA 21 NA ESCOLA......................................................50
10.7 SOCIEDADE E NATUREZA...............................................................................50
10.8 OUTRAS ATIVIDADES PROPOSTAS...............................................................53
UNIDADE XI
SUGESTÕES DE FILMES E SITES SOBRE A TEMÁTICA AMBIENTAL...............60
11.1 FILMES..............................................................................................................60
11.2 SITES.................................................................................................................65
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................69
REFERÊNCIAS..........................................................................................................71
SITES VISITADOS E RECOMENDADOS.................................................................75
SITES REFERÊNCIADOS POR TEMÁTICA.............................................................76
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA............................................................................77
4
INTRODUÇÃO
Este trabalho é dirigido a todos os professores que buscam renovar sua
prática, atualizando-se sobre as novas temáticas e abordagens metodológicas que
emergem com a Educação Ambiental e o debate sobre a interdisciplinaridade.
Apresenta-se sob o formato de um Caderno Pedagógico, produção didático-
pedagógica que tem a finalidade de ser um material de apoio durante o processo de
implementação do Projeto de Intervenção – PDE/2011 - no Centro Estadual de
Educação Profissional Agrícola Mohamad Ali Hamzé, cidade de Cambará, Núcleo
Regional de Educação de Jacarezinho-Paraná.
A ideia é levar a proposta desse Caderno, que harmonizado com o eixo
principal do debate sobre interdisciplinaridade, pretende ser uma sugestão aos
conteúdos, aos valores e às metodologias presentes na proposta interdisciplinar em
Educação Ambiental.
Composto por onze unidades que apresentam textos específicos e atividades
relacionadas ao tema “Educação Ambiental na Escola Pública”, tem como objetivo
enfocar a EA em uma perspectiva interdisciplinar, favorecendo a ampliação e a
receptividade da mesma na ação pedagógica e consequentemente no meio escolar.
A intenção é contribuir para a implementação de uma nova cultura
interdisciplinar, permitindo ao professor a articulação entre a fundamentação teórica
e a sua prática pedagógica por meio de atividades que valorizam a construção de
conhecimentos sobre fundamentos e estratégias alusivas à Educação Ambiental, em
situações de estudos interdisciplinares, com a finalidade de enriquecer o trabalho
com o referido tema, já contemplado nos conteúdos específicos das disciplinas e
também inserindo conteúdos de questões ambientais locais, nacionais e mundiais
como possíveis temas de projetos na escola (JACOBI, 2002).
Devido às abordagens diferenciadas sobre o tema ambiental por muitos
agentes e segmentos da sociedade, em especial pela mídia, ligada ao “modismo”,
torna-se necessário uma ampla discussão sobre esse tema. Assim, algumas
questões iniciais começam a se mostrar e instigar o presente trabalho, tais como:
qual é o verdadeiro papel das práticas de Educação Ambiental desenvolvidas pela
Escola? Quais são as correntes de Educação Ambiental que influenciam as práticas
5
dos professores envolvidos nesse processo? Essas práticas, da forma como estão
sendo desenvolvidas, constituem-se como atividades de aprendizagem?
São muitos os questionamentos apresentados. Portanto, não é possível nos
aprofundarmos na investigação de todos, e nem temos a intenção de propor a
criação de um manual de como se trabalhar a EA. O propósito deste trabalho é
exercitar a reflexão e apresentar caminhos e atividades que iluminem o fazer das
práticas de EA, desenvolvendo um trabalho crítico e consciente, na perspectiva
interdisciplinar, como fonte de motivação e de mudanças sociais significativas,
enquanto prática que objetiva a formação de cidadãos críticos e conscientes de sua
realidade.
Não pretendemos estudar a EA voltada somente para o “pragmatismo”, mas
uma EA que se faça crítica e emancipatória, que não negue os conflitos existentes
na sociedade e prepare os indivíduos para viver neste contexto, em atividades onde
o educando possa apropriar-se de seu ambiente, internalizando suas ações e
formando com ele um sistema orgânico e equilibrado. (LINDNER, 2006).
A realidade atual exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz
na interrelação entre saberes e práticas coletivas que criem identidades e valores
comuns e ações solidárias, numa perspectiva que privilegie o diálogo entre as
disciplinas. Acreditamos que a educação dos cidadãos seja a medida mais eficaz
para que a coletividade aja em defesa do meio que lhe propicia a vida. De nada
adiantam as leis, por melhores e completas que possam ser se não houver quem as
acione e não podemos esperar que o Estado seja o único a fazê-lo, visto seu
tamanho, sua burocracia e o fato de ter de admitir suas falhas. É preciso que a
população tenha clareza de que sua relação com o meio ambiente não se restringe
a cuidar de árvores ou pássaros, a economizar água, a economizar energia, a não
jogar lixo nas ruas, a separar o lixo reciclável. Isso também é importante, mas muito
mais importante é conscientizar-se de seu papel, refletir sobre sua existência no
mundo, acessar as leis, as políticas públicas nos âmbitos municipal, estadual e
federal e lutar para uma vida mais sadia, fazendo valer seus direitos de cidadão.
6
1 O QUE É EDUCAÇAO AMBIENTAL?
A questão ambiental tem se apresentado na forma de muitos problemas que
afetam a vida do cidadão comum e a escola é chamada a dar sua contribuição na
busca de soluções para crise ambiental. Entretanto, é possível perceber que embora
esta temática esteja presente nos currículos escolares, nem sempre se consegue
uma mudança significativa de atitudes individuais e coletivas, com relação ao meio
ambiente. É um processo de grande abrangência e não se limita aos princípios e as
teorias científicas, nem pode ser confinada apenas a uma disciplina, à sala de aula,
mas extrapola esses limites e envolve toda a sociedade.
Mas o que é Educação Ambiental? De acordo a Lei nº. 9.795/99, a Educação
Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica, devendo ser
desenvolvida como prática integrada, contínua e permanente em todos os níveis e
modalidades de ensino. As definições podem ser as mais variadas. O art. 1º da Lei
nº. 9.795, define a Educação Ambiental da seguinte forma:
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
A Educação Ambiental, seja ela formal ou não formal, deve contribuir para a
formação de um cidadão crítico, consciente da responsabilidade que lhe cabe na
manutenção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim o Projeto
Político Pedagógico da Escola deve garantir a formação ambiental em sala de aula,
contribuindo para que haja preservação da vida no planeta.
Segundo Duvoisin (2006), a Educação Ambiental surgiu como uma
necessidade de mudança na forma de encarar o ser humano no mundo. Para que
essa mudança ocorra, de acordo com “A Declaração do Meio Ambiente” elaborada
durante a Conferência de Tbilisi, República da Geórgia, em 1977, há necessidade
urgente de investigação de novos métodos e desenvolvimento de materiais
educativos (UNESCO1/PNUMA2,1980). Este é um dos desafios apontados por Sato
1 UNESCO: Organização para Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas.
7
(2007) ao criticar o conteúdo tecnicista da Educação que influi na reorientação da
Educação Ambiental, cuja prática profissional se torna eminentemente técnica.
2 POR QUE TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
A escola ao propor o desenvolvimento do currículo escolar voltado para a
questão ambiental, deve proporcionar o envolvimento de todos no processo de sua
construção e execução, tendo os alunos como sujeitos desse processo. E o primeiro
passo é a revisão dos conteúdos para que convirjam de forma interdisciplinar,
atribuindo a devida importância à Educação Ambiental.
A escola é um espaço privilegiado de informação, construção e produção de
conhecimentos, desenvolvimento da criatividade e possibilidades de aprendizagens
diversas, em que os professores devem trabalhar na perspectiva de visões
cotidianas, exercendo um papel muito importante no processo de construção de
conhecimentos dos alunos, na modificação dos valores e condutas ambientais, de
forma contextualizada, crítica e responsável (REIGOTA, 1999, p. 69). É, sem sombra
de dúvida, o local ideal para promover aprendizagens voltadas para a formação de
atitudes conservadoras do meio ambiente e as disciplinas escolares são os recursos
didáticos, pelos quais os conhecimentos científicos são colocados ao alcance dos
alunos. Desse modo, é preciso incentivar no ambiente escolar o desencadeamento
de reflexões sobre as questões ambientais para além de suas dimensões biológicas,
químicas e físicas, como questões sociopolíticas.
A problemática ambiental traça um novo caminho para a educação, pois não
se trata de transmitir conteúdos, conceitos, mas sim aprender a olhar e ler a
natureza, entendendo a ciência como criatividade e atividade que permite integrar a
arte e os diferentes conhecimentos, abandonando o paradigma racionalista de
ciência e de exploração dos recursos naturais.
À medida que determinados avanços científicos, em muitas áreas, foram
sendo produzidos no decorrer do século XX, foi-se percebendo que os pressupostos
das áreas disciplinares tradicionais não conseguiam explicar a complexidade dos
2 PNUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
8
fenômenos estudados. Cada vez mais, o estudo de determinados fenômenos exigia
a colaboração de especialistas de diferentes áreas (ARAUJO, 2004).
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para
formação de cidadãos conscientes, prontos para atuarem de modo comprometido
em suas realidades socioambientais. Para isso, é necessário que a escola se
proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a
aprendizagem de habilidades e procedimentos que levem à conscientização sobre a
importância do meio ambiente (BRASIL, 1997).
Há grande necessidade de se enfatizar a educação ambiental centrada nessa
conscientização, recuperando o conceito de educação integral e de uma pedagogia
democrática, ética e solidária, atualizada com as contribuições ecológicas,
trabalhando, primordialmente, com a integridade humana. O simples fato de o ser
humano aprender a economizar, a reciclar, a compartilhar, a preservar e aceitar
diferenças pode representar a revolução no corpo do sistema social (GADOTTI,
2000). Pois, segundo Gadotti, somos todos professores e alunos diante da tarefa de
reaprender estes valores, com um sabor existencial profundo que une a natureza e a
cultura.
Educar para a cidadania envolve a tarefa do professor de favorecer ao aluno,
a forma adequada, de compreender sua realidade, evidenciando valores essenciais
para o bem viver na sociedade, possibilitando a ele agir no cotidiano escolar e fora
dele. A aprendizagem de procedimentos ou regras é indispensável para o
desenvolvimento da participação, da solidariedade e da co-responsabilidade sobre
todas as ações desenvolvidas no planeta.
Neste sentido, a prática educativa na escola pode partir do cuidado com o
ambiente mais próximo, do respeito aos funcionários da escola, jogando lixo no lugar
certo, não desperdiçando água, não rasgando livro ou folha do caderno. São
inúmeras ações importantes a serem trabalhadas, envolvendo os interesses e as
necessidades não só da comunidade escolar, mas da humanidade em geral,
formando, assim, cidadãos cumpridores de seus deveres e que sabem reivindicar os
seus direitos (BRASIL, 1997).
Entre conhecimento e ação, ou, ainda mais importante, entre conhecimento e
comportamento harmônico com a natureza, existe uma grande distância que precisa
ser compreendida para que as mudanças almejadas possam ser alcançadas, pois
9
sem a prática, ricas ideias podem permanecer para sempre no campo do imaginário,
e é comum que acabem se perdendo.
3 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
No início, o homem sobrevivia de uma economia de subsistência, isto é,
produzia somente o que necessitava para viver. Nesse período a sociedade vivia em
paz com a natureza. Contudo, o homem desenvolveu-se e grandes descobertas
foram feitas, houve um imenso progresso industrial e então uma nova relação
comercial passou a existir surgindo a sociedade capitalista. Com o passar dos anos,
essa sociedade cria um comportamento predatório e extremamente consumista em
relação à natureza, levando-a ao desequilíbrio.
Segundo informa Dias (2001), a expressão environmental education foi ouvida
pela primeira vez em 1965, na Grã-Bretanha, por ocasião da Conferência em
Educação, realizada em Keele, aonde se chegou à conclusão de que a Educação
Ambiental deveria se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos e que
posteriormente, em 1970, os Estados Unidos aprovaram a primeira lei sobre
Educação Ambiental.
No início desta década entidade relacionada à revista britânica The Ecologist
elabora o “Manifesto para Sobrevivência” onde insistiam que um aumento indefinido
de demanda não pode ser sustentado por recursos finitos.
Os principais resultados formais do encontro constituíram a Declaração sobre
o Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo que expressa a convicção de que
tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecidas como direito
fundamental, a vida num ambiente sadio e não degradado (MEC, 2003).
Ainda como resultado da Conferência de Estocolmo, a ONU criou um
organismo denominado Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -
PNUMA, sediado em Nairóbi, no Quênia.
Também, no início da década de setenta, a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul cria o primeiro curso de pós-graduação em Ecologia do país
(BRASIL, 2001, p.20).
10
Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, A UNESCO
promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um Encontro Internacional em Educação
Ambiental onde criou o Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA
que formulou os seguintes princípios orientadores: a Educação Ambiental deve ser
continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os
interesses nacionais.
Neste mesmo encontro, em 1975, foi elaborada a Carta de Belgrado que se
constituiu em um dos documentos mais lúcidos e importantes gerados nesta década.
Propõe temas que falam que a erradicação das causas básicas da pobreza como a
fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e dominação, devam ser tratados
em conjunto. Nenhuma nação deve se desenvolver à custa de outra nação, havendo
necessidade de uma ética global. A reforma dos processos e sistemas educacionais
é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento (ALMANAQUE
CULTURAL ABRIL, 2001, p. 156).
Em 1977, também é realizada a Conferência Intergovernamental de
Educação Ambiental em Tbilisi (ex-URSS) organizada pela UNESCO com a
colaboração do PNUMA. Foi o ponto culminante da primeira fase do Programa
Internacional de Educação Ambiental, iniciado em 1975. Nela, foram definidos os
objetivos, as características da Educação Ambiental, bem como as estratégias
pertinentes ao plano nacional e internacional.
Em 1991, no Brasil, a Portaria 678/91 do MEC, determinou que a educação
escolar deveria contemplar a Educação Ambiental permeando todo o currículo dos
diferentes níveis e modalidades de ensino, enfatizando a necessidade de investir na
capacitação de professores.
Na esfera federal, em 1992, é criado o Ministério de Meio Ambiente (MMA).
Também, neste mesmo ano, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento e Meio Ambiente, no Rio de Janeiro, sendo esta de fundamental
importância para a educação ambiental brasileira, pois resultaram documentos
importantes dessa conferência, tais como: Agenda 21, que trata da educação no
capítulo 36 (Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento); o Tratado
das ONGs, que focaliza a educação ambiental no tratado de Educação Ambiental
para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global; a Carta da Terra que
serve de referência valorativa para a maioria dos educadores ambientais, até os dias
de hoje.
11
No ano seguinte, a portaria 773/93 do MEC, institui em caráter permanente
um Grupo de Trabalho para Educação Ambiental com objetivo de coordenar, apoiar,
acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a implementação
da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades -
concretizando as recomendações aprovadas na RIO-92.
Em meados da década de 90, criou-se a Câmara Técnica temporária de
Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA),
determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental e também o Programa
Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), caracterizando-se como um dos
avanços significativos na institucionalização da educação ambiental no Brasil. Em
1996, é sancionada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, (LDB, nº 9.394/96),
que evidencia a dimensão ambiental na educação escolar.
No final da década de 90 realizou-se ainda a Conferência Internacional sobre
Meio Ambiente e Sociedade, com o tema: Educação e Consciência Pública para a
Sustentabilidade – Thessaloniki (1997), onde houve o reconhecimento de que,
passados cinco anos da Conferência Rio – 92, o desenvolvimento da Educação
Ambiental foi insuficiente. Ainda no ano de 1997 em comemoração aos cinco anos
da Rio-92 e vinte anos de Tbilisi, aconteceu a Primeira Conferência Nacional de
Educação Ambiental em Brasília, da qual resultou a “Declaração de Brasília”. Nesse
mesmo ano, são aprovados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), pelo
MEC, que definiram temas transversais, como: saúde, ética, orientação sexual,
pluralidade cultural e meio ambiente, a serem inseridos em todas as áreas de
conhecimento no ensino fundamental. Com a publicação da Política Nacional de
Educação Ambiental, Lei nº 9.795/99, a educação ambiental, no Brasil, é
impulsionada. No entanto, apenas em 2002, ocorre a regulamentação da Lei
nº9.795/99 e do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental,
definindo as bases para a sua execução.
O Plano Nacional de Educação (PNE), lei nº 1.0172/2001, reafirma em seu
Artigo 28, que a EA, deverá ser desenvolvida como prática integrada, o que reforça
o currículo integrado. Em 2003, é inaugurada a Comissão Intersetorial de Educação
Ambiental (CISEA) no MMA3, em 2004, é realizado o V Fórum Brasileiro de
Educação Ambiental em Goiânia, construído de forma participativa e coletiva a partir
3 Ministério do Meio Ambiente.
12
da REBEA, na qual foram bastante difundidas as Redes de Educação Ambiental e
as preocupações relacionadas à formação do Educador Ambiental no âmbito das
Universidades.
Desde então, muitas iniciativas foram se consolidando, como as várias
organizações que implantaram programas de Educação Ambiental e os municípios
que criaram as Secretarias Municipais de Meio Ambiente, as quais, entre outras
funções, desenvolvem atividades de Educação Ambiental.
Neste ano de 2012, a discussão sobre EA acontece novamente no Rio de
Janeiro, com a Rio+20, Conferência das Nações Unidas, que trata sobre o
Desenvolvimento Sustentável. Essa reunião da ONU, conta com a participação de
mais de 190 países, para discutir como o mundo poderá crescer economicamente,
tirar pessoas da pobreza e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente.
Diante desses acontecimentos, torna-se evidente a necessidade de que a
Educação Ambiental esteja intrínsecamente ligada à aprendizagem, tanto dentro
quanto fora da escola, para que o ser humano tenha o melhor entendimento sobre
questões sociais que envolvam o meio ambiente, com a participação não só dos
alunos, mas também da família e da comunidade em geral, para que todos em
conjunto, sensibilizem-se e comecem a tomar atitudes que diminuam os impactos
ambientais muitas vezes causados pelo próprio homem. Na análise de Reigota
(1998) a EA precisa cada vez mais manter sua autonomia e independência crítica,
só dessa forma poderá ser uma real possibilidade de mobilização social e
participação cidadã frente aos complexos problemas ambientais, regionais,
nacionais e planetários.
4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Segundo Brandão (1995), há quatro características fundamentais que
alicerçam historicamente a Educação Ambiental, sendo elas: o exponencial
crescimento populacional, a depredação dos recursos naturais, os sistemas
produtivos que fazem uso de tecnologias poluentes e de baixa eficiência energética
e, por fim, os sistemas de valores que propiciam a expansão ilimitada do consumo
material.
13
Isso pode ser verificado nas várias formulações de políticas públicas,
movimentos sociais e propostas de incorporação do estudo do ambiente associado à
ciência, tecnologia e sociedade no âmbito escolar.
Segundo Sibinelli (2009), a preparação de professores competentes para
atuarem como agentes de mudança tem sido considerada prioritária, uma vez que
tal formação mostra-se bastante complexa face aos conhecimentos, atitudes e
habilidades exigidos para se alcançar as várias metas da Educação Ambiental.
De acordo com essa autora, dentre as principais dificuldades encontradas na
adoção de mudanças no ambiente escolar, estão a ideia equivocada de que a
Educação Ambiental é um tema somente para as aulas de Ciências e Biologia, as
limitações decorrentes dos aspectos infraestruturais, tais como falta de recursos
didáticos específicos, tempo para a preparação de novas propostas metodológicas,
grande número de alunos por salas e, por fim, as políticas institucionais contrárias a
um trabalho orientado para a mudança de valores e atitudes diante da realidade.
Ainda, somam-se aqui as dificuldades de o professor lidar com uma proposta
de educação abrangente, uma vez que se trata de Educação Ambiental, tema
relativamente recente, no tocante a sua inclusão nos programas de formação
docente. Por isso, qualquer proposta inovadora de ensino nos leva a refletir sobre
um dos elementos mais essenciais para sua efetiva implementação: o educador.
O processo de Educação Ambiental, como em geral ocorre com todo o
processo educacional, exige a participação dos professores e professoras, o que
implica em tarefa didática e pedagógica. Portanto, cabem ao professor e demais
pessoas ligadas ao ensino, possibilitar a aquisição de conhecimentos relativos ao
ambiente, tendo em vista a realidade local, do País, e as perspectivas mundiais. Isto
pode ser feito através de informações e diferentes experiências sobre problemas
ambientais (JACOBI, 2002).
Assim, o papel do professor deve ser permanentemente analisado e revisto
com profundidade em uma sociedade em aceleradas mudanças. Por isso é
importante conduzi-lo a uma reflexão mais profunda, séria e compromissada do seu
papel social, da sua ação pedagógica.
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5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AÇÃO PEDAGÓGICA
A escola desempenha um papel fundamental na garantia de um futuro
sustentável para todos, na medida em que tem o poder de, ao educar os alunos,
formar cidadãos. Por isso, na história da Educação Ambiental, a escola sempre foi
considerada uma instituição privilegiada para a formação de cidadãos sensíveis e
responsáveis em relação à questão ambiental. No entanto, as especificidades e
concepções de ensino e aprendizagem das instituições educativas nem sempre
incluíram as propostas de Educação Ambiental destinadas ao ensino formal.
No campo dessa consideração, a formação de professor em Educação
Ambiental é deficiente, o que acaba resultando em uma prática empírica, exercida
por um modismo inconsequente e pontual, reduzindo-a a processos de
sensibilização ou percepção ambiental, geralmente orientados pela inserção de
conteúdos da área biológica, ou a atividades pontuais no Dia do Meio Ambiente, do
Índio, da Árvore, ou visitas a parques ou reservas. Não queremos negar a
importância dessas atividades, apenas assinalar que elas são necessárias, mas não
suficientes, para desenvolver conhecimentos e valores. A sensibilização é uma
etapa inicial da Educação Ambiental, assim como o entendimento das relações
ecológicas e dos conteúdos da biologia é imprescindível para avançar nos
processos da Educação Ambiental, mas não é Educação Ambiental.
Essencialmente, a educação deve ser motivada pela paixão, pela sedução do
conhecimento, pelo movimento ético de manutenção da vida, no sentido mais amplo
que esta palavra significa.
Segundo Medina (1998), a Educação Ambiental, como qualquer outra área de
conhecimento, possui especificidades conceituais que devem ser compreendidas
com clareza para um correto desempenho de suas atividades. Soma-se a isto,
ainda, uma problemática maior, que não se apresenta nas disciplinas tradicionais. A
Educação Ambiental é um campo de conhecimento em formação, permeado por
contradições e com um histórico educacional que, lamentavelmente, torna mais
complexo o seu processo de assimilação. Ainda, segundo, Reigota (1994) é
necessário esclarecer de que conceito de Educação Ambiental estamos partindo.
Neste trabalho, entendemos que se trata de uma modalidade da educação
em geral, ou seja, a Educação Ambiental como processo que consiste em propiciar
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às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e
desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada
utilização dos recursos naturais, em função da melhoria da qualidade de vida e a
eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado.
Como já assinalado, as formas muitas vezes simplistas com que tem sido
concebida e aplicada a Educação Ambiental como simplesmente a percepção das
belezas da natureza ou dos graves problemas ambientais de lixo ou contaminação
constitui elemento importante para a compreensão da temática ambiental; mas
essas noções não podem ficar apenas na ação de sensibilização, uma vez que não
produzem avanços significativos para uma compreensão mais abrangente da
sociedade, nem se refletem em mudanças de atitudes e, muito menos, ajudam a
construir uma nova forma de racionalidade ambiental, que consideramos o objetivo
final do processo de Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável.
Assim acreditamos que o professor deva ser reflexivo e investigador. Sem um
trabalho de formação reflexiva e crítica, os professores tendem a seguir a rotina e
permanecerem com sua prática e seus conhecimentos, não se abrindo a mudanças
e mostrando-se inseguros para promover inovações.
Para essa prática, Sibinelli (2009) ressalta sobre a necessidade de um
trabalho mais coletivo, por meio do qual o professor passa a ter a sua ação
pedagógica como objeto de pesquisa, lançando um olhar sobre o mundo ao seu
redor. Essa contextualização é inseparável da cognição e da ação. Por meio da
troca de experiência e do conhecimento de uma variedade comparável de contextos,
começamos a entender similaridades e diferenças e, assim, podemos antecipar o
que acontecerá em situações semelhantes, e diante de cada nova situação
estaremos mais aptos para decisões criativas e com maior fundamentação teórica.
Sendo assim, a prática coletivo-reflexiva melhora nossa capacidade para a
transferência crítica e nos propicia maior liberdade metodológica, permitindo-nos o
direito de mudar estratégias em face de novas circunstâncias. Mas para que se
efetive, ela deve ser permeada por constantes debates no ambiente escolar, criando
canais permanentes de participação e fortalecimento da comunidade, em relação a
sua qualidade de vida e ao meio ambiente (TORRES, 2002).
Andrade (2000) propõe transformar a escola em uma unidade que passe a
contribuir com a redução dos problemas ambientais do seu meio. Segundo o autor,
16
os membros de toda a escola podem e devem desenvolver, no seu próprio ambiente
imediato, situações reais, atividades para reduzirem os impactos causados ao meio
ambiente. Todos serão partícipes na resolução de problemas que deve ser
aprofundada em sala de aula.
6 CONCEITOS DE INTERDISCIPLINARIDADE
Do ponto de vista epistemológico, a interdisciplinaridade consiste no método
de pesquisa e de ensino voltado para a interação em uma disciplina, de duas ou
mais disciplinas, num processo que pode ir da simples comunicação de ideias até a
integração recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia,
metodologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-los no
processo de elaboração do conhecimento.
Segundo Fazenda (1994), a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália
em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis
que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as
grandes questões de ordem social, política e econômica da época.
A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na medida
em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única
disciplina ou área do saber.
A referida autora coloca que a interdisciplinaridade chegou ao Brasil no final
da década de 60 e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e
Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro
tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e
com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a
interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na
prática de professores dos diversos níveis de ensino. Mas apesar disso, estudos têm
revelado que a interdisciplinaridade ainda é pouco conhecida. Quando se fala em
Interdisciplinaridade, está de algum modo referindo-se a uma espécie de interação
entre as disciplinas ou áreas do saber.
17
De acordo com os PCN’s, a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador,
que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de
intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas,
professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que
desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários
(PCN , 2002, p. 30)
Portanto, a interdisciplinaridade não deve ser considerada como uma meta
obsessivamente perseguida no meio educacional simplesmente por força da lei,
como tem acontecido em alguns casos. Pelo contrário, ela pressupõe uma
organização, uma articulação voluntária e coordenada das ações disciplinares
orientadas por um interesse comum. Nesse ponto de vista, a interdisciplinaridade só
vale à pena se for uma maneira eficaz de se atingir metas educacionais previamente
estabelecidas e compartilhadas pelos membros da unidade escolar.
A interdisciplinaridade proposta nos PCN assume como elemento ou eixo de
integração a prática docente comum voltada para o desenvolvimento de
competências e habilidades comuns nos alunos. Essa proposta é interessante, pois
ela promove a mobilização da comunidade escolar em torno de objetivos
educacionais mais amplos, que estão acima de quaisquer conteúdos disciplinares.
Dessa forma, essa proposta não gera a descaracterização das disciplinas, a
perda da autonomia por parte dos professores e, com isso, não rompe com a
disciplinaridade nas escolas, o que geraria uma verdadeira confusão na organização
escolar. Trata-se de uma prática que não dilui as disciplinas no contexto escolar,
mas que amplia o trabalho disciplinar na medida em que promove a aproximação e a
articulação das atividades docentes numa ação coordenada e orientada para
objetivos bem definidos. (PCN, 2002)
Há quem defenda que a interdisciplinaridade possa ser praticada
individualmente, ou seja, que um único professor possa ensinar sua disciplina numa
perspectiva interdisciplinar. No entanto, acredita-se que a riqueza da
interdisciplinaridade vai muito além do plano epistemológico, teórico, metodológico
e didático. Sua prática na escola cria, acima de tudo, a possibilidade do
“encontro”, da “partilha”, da cooperação e do diálogo e, por isso, propõe-se a
interdisciplinaridade como ação conjunta dos professores, principalmente quando se
fala sobre Educação Ambiental (FAZENDA, 1994).
18
Com o processo de especialização do saber, a interdisciplinaridade mostrou-
se como uma das respostas para os problemas provocados pela excessiva
compartimentalização do conhecimento. No final do séc. XX, surge a necessidade
de mudanças nos métodos de ensino, buscando viabilizar práticas interdisciplinares.
Considerando tais prerrogativas, o professor é o profissional da reconstrução do
conhecimento tendo como prática educativa a pesquisa.
O professor já não é mais o indivíduo habilitado apenas em dar aulas, pois
ministrar aulas não representa mais tática fundamental de aprendizagem. O
educador atualizado é aquele que não só executa com competência sua profissão,
mas que corre em busca de renovação. A tarefa fundamental é, portanto socializar
conhecimento, disseminando informações e culturas, não só transmitindo, mas
reconstruindo. A aprendizagem é sempre acontecimento de reconstrução social e
política, e não é só reprodutivista, pois tem-se o compromisso de fazer o aluno
aprender através do conhecimento e da prática.
A melhor maneira de fazer com que isso aconteça é através da
interdisciplinaridade, que deve ir além da simples justaposição de disciplinas, ao
interagir-se em busca de objetivos comuns. Deve-se através do trabalho pedagógico
arrolar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, projetos de pesquisa e
ação. A interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática eficaz ao
cultivar-se um diálogo constante de questionamento, de aprovação, de
indeferimento, de acréscimo, e de transparência de percalços não apontados. Na
interdisciplinaridade os alunos aprendem a visão do mesmo objeto sob prismas
distintos (FAZENDA, 2002).
A prática da interdisciplinaridade possui uma linha de trabalho integradora que
pode agregar um objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um
plano de intervenção. Quando problematiza-se uma situação, o problema causador
do projeto, pode ser uma experiência, um desencadeamento de ação para interferir
na realidade. Devem-se conscientizar que o projeto é interdisciplinar em sua
compreensão, cumprimento e avaliação.
A interdisciplinaridade envolve a contextualização do conhecimento, que
mantém uma relação fundamental entre o sujeito que aprende e o componente a ser
aprendido, evocando fatos da vida pessoal, social e cultural, principalmente o
trabalho e a cidadania. Quando os alunos participam da tomada de decisão a
respeito de um tema ou de um projeto, é possível que constituam relações entre os
19
novos conteúdos e os conhecimentos que já possuem, conseguindo aprendizagens
mais significativas, comparando, criticando, sugerindo ajustes, novas relações e
organizações, abrindo portas para a interferência em uma realidade,
desencadeamento novas ações e, construindo um compromisso com uma cidadania
ativa.
Na verdade, Fazenda (1994) afirma que a prática pedagógica tradicional
levou os educadores a tratar os acontecimentos da realidade social de forma
fragmentada e desvinculada das experiências significativas do educando, não dando
o real valor aos contextos culturais, sociais, políticos econômicos e pessoais. Há
necessidade de se trabalhar a abordagem contextualizada fundamentada no ponto
de vista globalizado, buscando a operacionalização através do aprendizado da
interdisciplinaridade.
Ao adotar-se o exercício interdisciplinar na escola, envolve-se todos os
educadores de diferentes formações e consegue-se envolver os temas transversais
às disciplinas. Só assim professores e alunos compartilham o aprendizado e
constroem juntos os conhecimentos. Principalmente quando se trata da Educação
Ambiental que é um componente essencial para a Educação Nacional e está
presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal e não
formal.
7 A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Instituída pela Lei nº. 9.795/1999, e regulamentada pelo Decreto 4.281, de 25
de junho de 2002, a Política Nacional de Educação Ambiental entende por Educação
Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para
a conservação do meio ambiente.
Dessa maneira, a lei entende que Educação Ambiental se trata de um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente,
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não formal.
20
A Educação Ambiental passa, portanto, a constituir um direito do cidadão,
assemelhado aos direitos fundamentais, estritamente ligado aos direitos e deveres
constitucionais da cidadania.
Educar ambientalmente significa, entre outros fatores, uma redução dos
custos ambientais, à medida que a população atuará como guardiã do meio
ambiente, e a fixação da ideia de consciência ecológica, que buscará a utilização de
tecnologias limpas.
A Lei nº. 9.795/1999 vem estabelecer critérios e normas para a Educação
Ambiental tanto no ensino formal, nas instituições escolares públicas e privadas,
como em caráter não formal, constituindo-se de ações práticas e educativas
voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua
organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
O aspecto social da Educação Ambiental evidencia-se no dever para com o
patrimônio da comunidade e das gerações futuras. Acrescenta-se aqui também a
participação da sociedade civil nos procedimentos democráticos, assegurados por
lei (BRASIL, 1999).
7.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ASPECTO FORMAL
O aspecto formal da Educação Ambiental refere-se às instituições de ensino,
em todos os graus, privado ou da rede oficial. A Lei nº. 9.795/1999 prescreve que a
Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no
currículo de ensino. Dessa forma, entende-se que o meio ambiente deve estar
inserido em um currículo interdisciplinar, e não constituir uma disciplina específica.
Para o legislador, somente uma abordagem interdisciplinar seria adequada,
ou seja, um enfoque que não apenas leve a questão ambiental para dentro das
disciplinas, mas provoque uma comunicação metodológica entre elas, tornando essa
atividade uma preocupação unitária da escola, como um todo.
21
7.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ASPECTO NÃO FORMAL
O aspecto não formal da Educação Ambiental refere-se aos processos e
ações de educação realizados fora do ambiente escolar. Tal modalidade tem
aplicabilidade abrangente na educação popular, contribuindo para o
aperfeiçoamento da consciência dos problemas ambientais e para a busca de
soluções práticas, a partir de reflexões e debates dentro da própria comunidade em
que o cidadão está inserido.
Os espaços para o desenvolvimento da Educação Ambiental sob esse
aspecto envolvem as associações civis, as entidades profissionais e religiosas, entre
outras.
Por ser um processo de efeito social, a Educação Ambiental atinge os
indivíduos, contudo, seu alvo principal são os grupos sociais, as comunidades,
inserindo-os nas preocupações e soluções para o meio ambiente.
8 POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Esta unidade contém o debate sobre a legislação nacional de Educação
Ambiental e a falta de políticas públicas de Educação Ambiental que parecem
atravancar o desenvolvimento da Educação Ambiental no Brasil.
Desde a década de 1980, a Educação Ambiental passou a ser um dos
instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº. 9.795 de 27 de abril de
1999). Em 1998, com a promulgação da Constituição Federal, reconheceu-se que:
“Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”, cabendo ao Poder Público “Promover a Educação Ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Artigo 225, inciso 5.
Também a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº.
9.394 de 20 de dezembro de 1996), estabelece, em seu artigo 36, inciso I:
22
A Educação Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina especifica, implicando desenvolvimento de hábitos e atitudes sadios de conservação ambiental e respeito a natureza, a partir do cotidiano da vida da escola e da sociedade.
As finalidades da Política Nacional de Educação Ambiental, que servem de
base às ações a serem desenvolvidas pela comunidade, são as seguintes:
• Permanente preocupação com a situação ambiental na zona rural e urbana e
a busca do entendimento sobre os fatores que interferem nessa situação sob
os aspectos econômicos, social, político ecológico;
• Aquisição do conhecimento, do valor, da atitude, do compromisso e da
habilidade necessários à proteção e melhoria do meio ambiente.
• Criação de novos padrões de conduta orientados para a preservação e
melhoria da qualidade do meio ambiente.
Inédita na América Latina, após quase cinco anos de tramitação no
Congresso Nacional, finalmente foi aprovada pelos parlamentares e sancionada pelo
Presidente da República a Política Nacional de Educação Ambiental. Entretanto o
Presidente Fernando Henrique Cardoso vetou o artigo 18, que previa a destinação
de pelo menos 20% da arrecadação das multas ambientais para ações em
Educação Ambiental.
A Lei nº. 9.795, de 1999, seria, na prática, uma regulamentação do inciso VI
do artigo 225 da Constituição Federal (1998) e consolida, legalmente, temas
significativos e debatidos pelos educadores, como:
• Interdisciplinaridade – A Educação Ambiental (EA) deve estar presente em
todos os níveis de ensino, como prática educativa integrada, não se
constituindo em disciplina especifica, à exceção dos cursos de pós-
graduação.
• Direito Coletivo – Todos têm direito à Educação Ambiental, que deve ser
promovida pelo Poder Público, instituições educativas, órgãos do SISNAMA
(Sistema Nacional de Meio Ambiente), meios de comunicação, empresas,
entidades de classes e sociedade como um todo.
• Sustentabilidade – Entre os princípios básicos da EA são listados o enfoque
holístico, democrático e a concepção do meio ambiente em sua totalidade,
considerando a interdependência entre meio natural, socioeconômico e
cultural, sob o enfoque da sustentabilidade.
23
• Capacitação – As atividades da EA devem ser desenvolvidas na educação
formal, não-formal, por meio da produção de material educativo, pesquisas e
capacitação de recursos humanos que incorpore a dimensão ambiental na
formação dos educadores em todos os níveis e modalidades de ensino.
• Órgão Gestor – A execução dessa política ficará a cargo de um órgão gestor
definido na regulamentação da lei, no prazo de 90 dias da sanção
presidencial.
A Lei, na sua Seção II – Da educação Ambiental no Ensino Formal, no seu
artigo onze, cita:
A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os professores em atividades devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Os objetivos fundamentais da Política Nacional de Educação Ambiental vêm
listados no art. 5º da Lei nº. 9.975/1999. Propõem uma compreensão integrada do
conceito de meio ambiente e das suas múltiplas e complexas relações, uma vez que
o mesmo não se reduz aos elementos naturais do meio físico, mas abrange todas as
formas de organização de espaço sobre o planeta que se relacionem com a
presença e ação do ser humano.
Abrangem a garantia de democratização das informações ambientais e o
estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
ambiental e social. Ainda, incentiva a participação individual e coletiva, permanente
e responsável na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a
defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável da cidadania.
O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país também é um dos
objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental, em níveis micro e
microrregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade,
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade.
Objetiva, igualmente, o fomento e o fortalecimento da integração com a
ciência e a tecnologia e, por fim, o fortalecimento da cidadania, autodeterminação
dos povos e solidariedade como fundamento para o futuro da humanidade.
24
8.1 PRINCIPAIS DOCUMENTOS NACIONAIS DE REFERÊNCIA PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
“Ecologia – uma proposta para o ensino de 1º e 2º graus” (1979): publicado pelo
Departamento do Ensino Médio do MEC.
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº. 6.938/81): dispõe sobre fins,
mecanismos de formulação e aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente,
consagra a Educação Ambiental e estende, no seu Artigo 2º, inciso X, a “Educação
Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.” O
Decreto nº.- 88.351/83, que regulamenta esta lei, estabelece que compete às
diferentes esferas do Poder Público “orientar a educação, em todos os níveis, para a
participação efetiva do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente,
cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
complementem o estudo de ecologia”.
Parecer nº- 819/85 do MEC (1985): reforça a necessidade da inclusão de conteúdos
ecológicos, ao longo do processo de formação que se desenvolve no ensino de 1º e
2º graus, integrados a todas as áreas do conhecimento, de forma sistematizada e
progressiva, possibilitando a formação da consciência ecológica do futuro cidadão.
Parecer nº- 226/87, de 1987, do Conselho Federal de Educação, MEC: aprovado
por unanimidade, considera a necessidade da inclusão da Educação Ambiental
dentre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de
1º- e 2º- graus. Recomenda, ainda, a incorporação de temas ambientais da
realidade local compatíveis com o desenvolvimento social e cognitivo dos alunos e a
integração escola-comunidade como estratégia de aprendizagem.
Constituição da República Federativa do Brasil (1988): dedica o Capítulo VI ao
Meio Ambiente e no art. 225, Inciso VI, determina ao “[…] Poder Público, promover a
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino […]”.
25
Portaria nº- 678/91 do MEC, de 1991: determina que a educação escolar deve
contemplar a Educação Ambiental permeando todo o currículo dos diferentes níveis
e modalidades de ensino.
Portaria nº- 2.421/91 do MEC, de 1991: institui em caráter permanente um Grupo
de Trabalho para Educação Ambiental com o objetivo de definir, com as Secretarias
Estaduais de Educação, as metas e estratégias para a implantação da Educação
Ambiental no país, elaborar proposta de atuação do MEC na área de educação
formal e não formal para a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Carta Brasileira para Educação Ambiental: na Conferência da ONU sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) o MEC promoveu um workshop sobre
Educação Ambiental com o objetivo de socializar os resultados das experiências em
Educação Ambiental, integrar a cooperação do desenvolvimento em Educação
Ambiental nacional e internacionalmente, e discutir metodologia e currículo para a
Educação Ambiental. Deste encontro resultou a carta brasileira.
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global: de caráter não oficial, foi celebrado por diversas
organizações da sociedade civil, por ocasião da Conferência Rio-92. Reconhece a
“educação como um processo dinâmico em permanente construção” que deve
propiciar a reflexão, o debate e a autotransformação das pessoas. Reconhece,
ainda, que a “[…] educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um
processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de
vida”.
Plano Decenal de Educação para Todos, do MEC (1993-2003): seus objetivos são
referentes à satisfação das necessidades básicas das crianças, jovens e adultos e à
ampliação dos meios e do alcance da sua educação básica, tendo a dimensão
ambiental como um de seus componentes.
Proposta do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA – 1994):
elaborada pelo MEC/MMA/MINC/MCT, com o objetivo de “[…] capacitar o sistema
26
de educação formal e não formal, supletivo e profissionalizante, em seus diversos
níveis e modalidades”.
Parâmetros Curriculares Nacionais, MEC (1997): a elaboração dos PCNs de 1ª- a
4ª- séries e de 5ª- a 8ª- séries absorve a dimensão ambiental como um Tema
Transversal nos currículos do Ensino Fundamental. Os PCNs são lançados como
subsídio para apoiar o projeto da escola na elaboração do seu currículo. A grande
novidade desta iniciativa é a inserção dos Temas Transversais, que incluem Ética,
Meio Ambiente, Orientação Sexual, Saúde, Pluralidade Cultural e Trabalho e
Consumo, que permeiam todas as disciplinas, buscando ajudar a escola a cumprir
seu papel institucional de fortalecimento da cidadania.
Resolução nº. 02, de 30 de janeiro de 2012: A presente Resolução define as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a serem observadas na
organização curricular pelos sistemas de ensino e suas unidades escolares.
8.1.1 A Educação Ambiental na Agenda 21
Agenda 21 é um clássico para quem deseja entender o que significa
desenvolvimento sustentável. Trata-se de um completo plano de ação com 40
capítulos e quase 600 páginas, único resultado de conferências com temática
socioambiental realizadas nos últimos 20 anos que foi entregue como um guia
orientador à sociedade como um todo. Explica por que, como e o que fazer. Permite
adaptação a objetivos locais, o que vem auxiliando até hoje prefeituras, governos,
empresas, ONGs e outros segmentos sociais como mulheres, jovens, trabalhadores
e sindicatos.
Partindo do raciocínio global pela preservação do homem e do planeta, teve o
êxito de materializar os diversos temas. Daí ter gerado o famoso slogan
internacional Think global, act local (pense globalmente e haja localmente).
A Agenda 21 é um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92,
ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. Esse documento estabelece a
importância de cada país a se comprometer, a refletir, global e localmente, sobre a
27
forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas
socioambientais.
Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são
coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da
Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento
de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a
reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio
holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a
quantidade do crescimento.
Com a Agenda 21 criou-se um instrumento aprovado pela OMF( Operação de
Manejo Florestal), internacionalmente, que tornou possível repensar o planejamento.
Abriu-se o caminho capaz de ajudar a construir politicamente as bases de um plano
de ação e de um planejamento participativo em âmbito global, nacional e local, de
forma gradual e negociada, tendo como meta um novo paradigma econômico e
civilizatório.
As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são os programas de inclusão
social com o acesso de toda a população á educação, saúde e distribuição de renda,
a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais e
a ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o
mais importante ponto dessas ações prioritárias, segundo este estudo, é o
planejamento de sistemas de produção sustentáveis contra a cultura do desperdício.
A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e
localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela
sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio
ambiente.
Você encontra a versão completa da Agenda 21 no site: www.mma.gov.br
8.1.2 A Educação Ambiental na Carta da Terra
A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a
construção, no século XXI, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.
28
Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e
responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana,
da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e
um chamado à ação. Oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para
guiar a transição para um futuro sustentável.
Ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da
pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos,
democracia e paz são interdependentes e indivisíveis.O documento é resultado de
uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores
compartilhados. O projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se
desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000 a
Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e
divulgou o documento como a carta dos povos.
A redação da Carta da Terra envolveu o mais inclusivo e participativo
processo associado à criação de uma declaração internacional. Esse processo é a
fonte básica de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimidade do
documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo
vários organismos governamentais e organizações internacionais.
Princípios da Carta da Terra
Para se atingir uma visão compartilhada de valores básicos que proporcione
um fundamento ético à comunidade mundial emergente, a Carta da Terra está
estruturada em quatro grandes princípios. Estes princípios são interdependentes e
visam a um modo de vida sustentável como padrão comum. Espera-se que através
deles a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e
instituições transnacionais seja dirigida e avaliada adequadamente. São eles:
• Respeitar e cuidar da comunidade de vida;
• Integridade ecológica;
• Justiça social e econômica;
• Democracia, não violência e paz.
A Carta é um documento relativamente breve e conciso, escrito com
linguagem inspiradora. É a articulação de uma visão que reflete valores universais e
uma declaração de princípios fundamentais com significado perdurável e que pode
ser compartilhada amplamente pelos povos da todas as raças, culturas e religiões. É
29
uma chamada para a ação, que agrega novas dimensões significativas de valores às
que já se encontram expressas em outros documentos relevantes e, ainda, uma
Carta dos povos que deve servir como um código universal de conduta para
pessoas, para instituições e para Estados. É também uma Declaração Universal dos
Deveres Humanos, uma vez que o homem é o grande agente modificador dos
ecossistemas da Terra.
Para maiores informações sobre a Carta da Terra, acesse o site <www.carta
daterra.org.br>
9 O EXERCÍCIO DA CIDADANIA EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE
A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e
sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação em
potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma
proposta de sociabilidade baseada na educação participativa.
De acordo com Leff (2002), o complexo processo de construção da
cidadania no Brasil, num contexto de profundas desigualdades, é perpassado por
um conjunto de questões que necessariamente implicam na superação das bases
constitutivas das formas de dominação e de uma cultura política baseada na tutela.
O desafio da construção de uma cidadania ativa se configura como elemento
determinante para constituição e fortalecimento de sujeitos cidadãos que, portadores
de direitos e deveres assumam a importância da abertura de novos espaços de
participação.
O momento atual exige que a sociedade esteja mais motivada e mobilizada
para assumir um caráter mais propositivo, assim como para poder questionar de
forma concreta a falta de iniciativa dos governos para implementar políticas
pautadas pelo binômio sustentabilidade e desenvolvimento num contexto de
crescentes dificuldades para promover a inclusão social.
Leia mais: <http://jus.com.br/revista/texto/12942/10-anos-da-politica-nacional-de-
educacao-ambiental#ixzz2B4cUYFP5>
30
Trata-se, portanto, de repensar o público através da sociedade, e de verificar
as dimensões da oferta institucional e a criação de canais institucionais para
viabilizar novas formas de cooperação social Nesse contexto, segundo Reigota
(1998) a educação ambiental (EA) aponta para propostas pedagógicas centradas na
conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências,
capacidade de avaliação e participação dos educandos.
A problemática socioambiental, ao questionar ideologias teóricas e práticas,
propõe a questão da participação democrática da sociedade na gestão dos seus
recursos atuais e potenciais, assim como no processo de tomada de decisões para a
escolha de novos estilos de vida e a construção de futuros possíveis sob a ótica da
sustentabilidade ecológica e a equidade social.
O principal eixo de atuação da EA deve buscar acima de tudo, a
solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença através de formas democráticas
de atuação baseadas em práticas interativas e dialógicas. Isto se consubstancia no
objetivo de criar novas atitudes e comportamentos face ao consumo na nossa
sociedade e de estimular a mudança de valores individuais e coletivos (JACOBI,
1997). A educação ambiental é atravessada por vários campos de conhecimento o
que a situa como uma abordagem multirreferencial (TRISTÃO, 2002). E a
complexidade ambiental (LEFF, 2001) reflete um tecido conceitual heterogêneo,
“onde os campos de conhecimento, as noções e os conceitos podem ser originários
de várias áreas do saber” (TRISTÃO, 2002).
Para potencializar na escola o exercício da cidadania em relação ao meio
ambiente, além de desenvolver um trabalho educativo pautado em atitudes e valores
construtivos, é preciso também fazer com que a temática ambiental se torne objeto
de reflexão e estudo. Todos os alunos devem ter acesso a informações que lhes
permitam entender essa temática de maneira profunda, podendo refletir sobre sua
importância no mundo em que vivemos e sobre a relação estabelecida com ela.
Não se pode desconsiderar a polêmica que envolve a questão ambiental, pois
todos têm direito a conhecer os diferentes aspectos dos temas que preocupam a
sociedade em que vivem – e inclusive a controvérsia que os envolve. Isso não se
consegue com um tratamento pedagógico superficial, ou simplesmente com um
discurso politicamente correto. Também não se consegue com concepções
equivocadas – largamente disseminadas pela mídia – que se pautam pela oposição
31
entre o bem e o mal, entre o natural e o artificial, entre o ser humano e a natureza,
entre o desenvolvimento e a conservação.
Cabe à escola garantir, conforme prevê o artigo 32 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, o direito dos alunos a uma formação básica que, entre
outros saberes, promova, por um lado o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem – tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores – e, por outro, a compreensão do ambiente natural e
social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
fundamenta a sociedade.
10 SUGESTÕES DE DINÂMICAS E ATIVIDADES DOCENTES
As atividades propostas a serem desenvolvidas, serão previamente
planejadas e organizadas em roteiros flexíveis que permitem sua adaptação às
necessidades dos professores ou turma. Acontecerão dinâmicas de apresentação,
motivação e sensibilização com o objetivo de construir acordos e/ou vínculos. A
explicitação dos objetivos de trabalho, dos papéis de cada um, das tarefas e
responsabilidades de cada participante, das expectativas de aprendizagem, das
pautas de trabalho, das regras de conduta, convívio e funcionamento deverá ser
uma preocupação constante para o bom andamento dos trabalhos.
As estratégias utilizadas serão voltadas à abertura de horizontes reflexivos, a
fim de tentar romper com os tradicionais discursos verificados na prática educativa,
associando teoria e prática, intercalando palestras, leitura de textos e discussões em
grupo, jogos educativos, atividades que utilizam os sentidos, projeção de slides e
vídeos, estudos do meio, visitas de campo, observação sistemática e reflexão
individual e não menos importante, o registro das impressões do grupo.
O que se pretende com essas atividades é propiciar aos alunos as condições
necessárias para exercitar um conhecimento sistêmico da questão ambiental,
aproximando-os mais da realidade em que vivem, uma vez que a realização de
projeto e atividades, aliadas à discussão dos conteúdos da temática ambiental,
delineia um campo referencial de desenvolvimento de valores e atitudes e promove
a presença sistemática das questões ambientais na escola.
32
É importante perceber que nossa vida cotidiana se desenvolve nos limites e
nas possibilidades do ambiente em que vivemos e também perceber que somos
produtores e modificadores do ambiente em nossas atividades cotidianas. “Somos
parte de uma grande teia, feita do entrelaçamento de paisagens e vidas humanas,
relevos e emoções, geografias e histórias, biologias e arquiteturas, natureza e
artifício.” (CARVALHO, 1991).
10.1 TRABALHANDO COM AS LEIS E SUAS POSSIBILIDADES
ATIVIDADE I – PIRÂMIDE DAS LEIS
Constituição
Emendas Constitucionais
Leis Complementares
Leis Ordinárias e Medidas Provisórias
Decretos e Resoluções
Outros atos administrativos (portarias, licenças, etc.).
Essa atividade pretende mostra que todas as espécies têm por base a norma
imediatamente superior. Desta forma, uma lei ordinária não pode contrariar a
constituição, assim como um decreto não pode ir de encontro a uma lei ordinária, e
assim por diante (DORTA; POMÍLIO, 2003). Também vale observar que rumo ao
topo da pirâmide as determinações legais se apresentam como princípios ou
fundamentos, enquanto que na base encontram-se aquelas normas ou ordens,
baixadas por agentes administrativos competentes, referentes ao modo como uma
dada lei ou regra deve ser aplicada.
Sabe-se que o direito é uma matéria que surge para reger normas que
disciplinam a vida e a relação dos homens em sociedade. Entretanto, o Direito
Ambiental vai além, visto que propõe disciplinar a relação dos homens e da
sociedade com o ambiente natural e/ou cultural onde vivem, tendo por finalidade sua
conservação ou proteção enquanto condição indispensável à qualidade de vida
humana.
33
Diferencia-se de outros ramos jurídicos (administrativo, penal, civil, etc.)
principalmente quanto ao seu objeto, por não ser nem essencialmente individual e
nem essencialmente coletivo. Trata-se de um direito difuso por se ocupar de um
bem (também difuso) que não tem destinatários determinados ou específicos, isto é,
todos e qualquer um são legítimos para pleitear a posse e a defesa do meio
ambiente.
Lei 4.771/65 - Institui o Novo Código Florestal e cria as Áreas de Preservação
Permanente (APP) e Reserva Legal em propriedades rurais.
As possibilidades de trabalho com a Lei 4.771/65 podem incluir:
a) Aula expositiva com recursos audiovisuais sobre APP, inclusive com fotografias e
imagens aéreas da localidade e/ou cidade;
b) Uso de croquis (vista aérea ou perfil) com diferentes formas geográficas (morros,
rios, lagoas, etc.) para desenho de árvores nas APP ou Reserva Legal;
c) Maquetes de terra (colorida ou não) formando diferentes acidentes geográficos
para serem ocupados com árvores feitas de gravetos (tronco) e espumas pintadas
de verde (copas) nas APP e Reserva Legal;
d) Saídas de campo para levantamento da situação das APP na localidade e no
município, sobretudo em termos de ocupação humana e vegetação existente.
Lei 6.938/81 - É a norma ambiental mais importante porque institui a Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA). Esta política tem como objetivo geral a preservação e melhoria da
qualidade ambiental, visando assegurar a dignidade da vida humana e o
desenvolvimento socioeconômico.
Dentre as possibilidades de trabalho com a Lei 6.938/81, sugerimos:
a) Exposição dialogada sobre a PNMA e o SISNAMA, especialmente sobre o
sistema municipal de meio ambiente (secretaria, fundação, conselho, etc.);
34
b) Formação de grupos e desenvolvimento de oficinas de simulação da estrutura e
funcionamento do SISNAMA, a partir da formulação de uma determinada
problemática ambiental local;
c) Palestras e/ou entrevistas com técnicos que atuam nos Sistemas Municipais de
Meio Ambiente (SMMA);
d) Participação em atividade (s) da secretaria, fundação e/ou CMMA existentes no
município.
Lei 9.985/00 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e as
diretrizes para criação, implantação e gestão de Unidades de Conservação (UC).
Define UC como um espaço com características naturais relevantes, legalmente
protegido e instituído pelo Poder Público com objetivos de conservação e limites
definidos:
Como possibilidade de trabalho com a Lei 9.985/00, sugerimos:
a) Aula expositiva com recursos audiovisuais (inclusive mapas) sobre o SNUC e os
tipos de UC reconhecidos legalmente, seja na esfera federal, estadual e/ou
municipal;
b) Visitação às UC existentes na localidade, município ou região;
c) Promover palestras e entrevistas com técnicos e/ou voluntários que atuam na
gestão e manutenção de UC.
Lei 10.257/01 - Estabelece as diretrizes da política urbana brasileira. Propõe que a
ordenação das funções sociais da cidade e da propriedade urbana incorpore a
sustentabilidade ambiental, a gestão democrática, a articulação público/privado, etc.
Dentre as possibilidades de trabalho com a Lei 10.257/01, destacamos:
a) Exposição dialogada sobre o Estatuto da Cidade, acompanhadas de oficinas de
planejamento de ocupação do solo urbano;
b) Análise crítica do Plano Diretor e das formas de ocupação do solo urbano;
c) Palestras com atores envolvidos na elaboração do Plano Diretor e execução da
política urbana;
35
d) Participação em atividades do Comitê Gestor do Plano Diretor do município.
Resoluções CONAMA 001/86 e 237/97 - Define as diretrizes de elaboração da
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), constituída pelo Estudo e pelo Relatório de
Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e regulamenta procedimentos para a Avaliação e
para o Licenciamento Ambiental, respectivamente. Nestas resoluções também são
enunciados os empreendimentos e atividades potenciais ou efetivamente poluidores
que devem cumprir com estas exigências legais.
As possibilidades de trabalho e de aplicação destas informações podem
contemplar:
a) Exposição dialogada sobre Avaliação de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e
Licenciamento Ambiental, a partir das Resoluções do CONAMA;
b) Levantamento dos empreendimentos e atividades impactantes existentes na
localidade, inclusive quanto ao EIA-RIMA e licenças ambientais;
c) Palestras com técnicos de empresas que atuam em avaliação de impactos e de
gestores públicos responsáveis pelo licenciamento ambiental;
10.1.1 Sugestões de outras leis para serem trabalhadas
Lei 5.197/67 - Dispõe sobre a proteção à fauna silvestre e proíbe introdução de
espécies exóticas e caça amadorista sem autorização do IBAMA.
Lei 6.453/77 - Dispõe sobre a responsabilidade civil e/ou criminal por atos e danos
relacionados com atividade nuclear.
Lei 6.902/81 - Regulamenta criação de Estação Ecológica (ESEC) e Área de
Proteção Ambiental (APA) em nível federal, estadual e municipal.
Lei 7.347/85 - Trata da Ação Civil Pública de responsabilidade por danos ambientais
e outros, requerida por meio do Ministério Público.
36
Lei 7.661/88 - Institui as diretrizes do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
(GERCO), permitindo aos estados e municípios que criem seus próprios planos.
10.2 O QUE A QUESTÃO AMBIENTAL TEM A VER COM CADA UM DE NÓS
ATIVIDADE II – A QUESTÃO AMBIENTAL NO COTIDIANO
Materiais necessários: Cópias dos textos da atividade; CD - Músicas selecionadas,
cópias da letra da música trabalhada; papel; lápis ou caneta; quadro e giz.
O professor inicia o encontro com a música Tempo Rei, de Gilberto Gil,
distribuindo as cópias da letra e pedindo para todos irem lendo para acompanhar.
Após a audição compartilhada da música, o professor conversa com os
participantes, discutindo a finalidade de uma atividade como essa, no início do
encontro. Pode então colocar que se trata de uma estratégia para provocar emoções
e compartilhá-las, resgatar o sentimento de grupo, introduzir o tema de estudo, ou
ainda para que todos se concentrem.
Em seguida, o professor pede para cada um escrever algumas reflexões
sobre o tema: O que a questão ambiental tem a ver comigo?
Na sequência abre-se um debate em torno das anotações, e o professor
organiza, no quadro de giz, as ideias mais importantes, que serão retomadas mais
tarde.
O professor solicita que cada participante faça uma descrição (listagem) das
suas atividades cotidianas. Pede, também, para refletir e escrever quais dessas
atividades implicam:
• 1.Consumo de energia, água, materiais;
• 2.Produção de resíduos e descartes.
Solicita, ainda, que cada um reflita e anote “onde ocorrem (em quais
ambientes) as suas atividades cotidianas”.
Quando terminarem, o professor solicita que formem grupos interdisciplinares
para:
• comparar as listas;
37
• discutir a procedência dos materiais, da água e da energia consumidos e o
destino dos resíduos e descartes;
• refletir e discutir sobre a questão: O que minhas atividades cotidianas têm a
ver com a natureza?
• listar questões ambientais sobre as quais têm algum conhecimento, buscando
relacioná-las com aquilo que discutiram e anotaram a partir das atividades
cotidianas;
Em seguida o professor entrega os textos abaixo para cada grupo, dizendo
para fazerem a leitura.
TEXTO 01
O homem depende da natureza
O grande problema da civilização moderna, industrial, tecnológica, é talvez o
de não ter percebido que ela ainda depende da natureza, ao menos em termos
globais; que sua liberação ainda não é total e que, provavelmente, nunca será; que
não é possível produzir artificialmente todo o oxigênio necessário à manutenção da
composição atual da atmosfera nem toda a matéria orgânica necessária a seu
próprio consumo; que não é possível manter, sem a participação da massa vegetal
constituída pelas florestas, savanas e outros sistemas, os ciclos naturais da água de
modo a garantir a estabilidade do clima, a constância e a distribuição normal das
chuvas e a amenidade da temperatura.
Consequentemente, o homem depende da existência de florestas e outras
formações vegetais, e estas dependem da presença de animais e microrganismos
que participam de seus processos de reprodução – como os insetos polinizadores,
ou os pássaros, roedores e morcegos que disseminam e até enterram suas
sementes – ou que promovem a reciclagem de elementos nutrientes. Por sua vez,
esses insetos, pássaros e roedores dependem de predadores como aranhas,
serpentes e animais carnívoros para manterem suas populações estáveis.
Em resumo, o homem, quer queira quer não, depende da existência de uma
natureza rica, complexa e equilibrada em torno de si. Ainda que ele se mantenha
38
isolado em prédios de apartamentos, os ecossistemas naturais continuam
constituindo o seu meio ambiente.
BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 2001, p. 20-21.
10.2.1 Atividade para reflexão
O professor abre o debate e sugere que voltem a refletir sobre a pergunta
inicial (O que a questão ambiental tem a ver comigo?), a partir das discussões e da
leitura dos textos.
Em seguida, propõe uma comparação das ideias iniciais sobre a mesma
pergunta, anotadas antes no quadro de giz.
Os participantes anotam as conclusões.
Como tarefa pessoal, o professor sugere que reflitam e escrevam um texto
opinativo sobre a questão:
É importante tratar da questão ambiental na escola? Por quê?
TEXTO 02
A maior dificuldade reside ainda na tomada de consciência de que a sociedade do
consumismo gera enormes pressões sobre o meio ambiente, já que não existe
produto que não contenha material oriundo da natureza, portanto a produção
depende da exploração dos recursos ambientais, e não há descarte de rejeitos que
não volte a terra.
BIRDEMAN, Raquel. Consumo sustentável: in Textos da Série Educação Ambiental do Programa
Salto para o Futuro. Brasília: SEF/SEED/MEC, 2000, p. 28.
39
10.3 – CONCEITO E HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ATIVIDADE III – O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
Materiais necessários: Cópias do texto da atividade; vídeo “A utopia concreta”,,
papel; lápis ou caneta; quadro e giz.
O professor apresenta aos participantes o tema da atividade e suas
finalidades e avisa que vai exibir o vídeo A utopia concreta, sem interrupções, para
que assistam livremente. Após, comenta que o vídeo apresentará um pouco da
história do movimento ambientalista.
Exibe o trecho selecionado: do início do programa até o momento em que o
narrador diz: “mas sem carros, ônibus, energia, produtos industrializados, o que
seria do mundo moderno? Cada um de nós precisa ter consciência de que é
possível existir desenvolvimento sem degradação do meio ambiente. As agressões à
natureza criam consequências pessoais para todos os homens”.
Nesse momento, solicita aos participantes que se organizem em pequenos
grupos interdisciplinares, informando que irá apresentar mais uma vez o mesmo
trecho do programa. E pede para que agora cada participante fique atento ao
contexto em que a Educação Ambiental surge como uma questão mundial. Além
disso, solicita que cada grupo se encarregue de anotar as informações sobre um dos
seguintes aspectos:
• principais eventos e documentos citados;
• história do movimento ambientalista e suas principais lutas.
Os grupos organizam as informações que registraram durante a exibição e
trocam entre si suas anotações, para que todos os grupos tenham anotados os dois
aspectos. O professor solicita, então, que reflitam sobre a questão:
Por que o movimento ambientalista sentiu necessidade de incorporar a
educação nas suas ações? O que é educação ambiental?
O professor abre a discussão e sistematiza no quadro-negro o resultado das
reflexões feitas. Pode ser interessante ampliar a discussão em torno dos momentos
históricos apresentados no programa, perguntando aos participantes se viveram
40
aquela época, de que se lembram, o que faziam naquele contexto, o que mais
estava acontecendo no Brasil e no mundo.
10.4 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL INSERIDA NO COTIDIANO ESCOLAR
ATIVIDADE IV – MINHA RELACÃO COM O ESPAÇO ESCOLAR
Materiais necessários: Cópias dos textos da atividade; papel; lápis ou caneta;
quadro e giz.
O professor propõe que se formem grupos interdisciplinares, reunindo todos
os docentes da mesma escola e apresenta as questões a seguir, uma por vez, para
que cada grupo discuta entre si e registre a síntese.
• Quem é responsável pelo cuidado com o espaço da nossa escola?
• O ambiente escolar é agradável? (qualidade do ar, áreas livres, áreas verdes,
ventilação, iluminação, barulhos, espaço individual, qualidade da água,
condição de higiene, relações humanas).
• Qual o estado de conservação da escola?
• Quem participa dos cuidados do ambiente escolar?
• Como são nossas atitudes e as da comunidade, no espaço, escolar em
relação a: consumo de energia, água e materiais, produção de resíduos e
descartes?
• A Educação Ambiental se relaciona com os comportamentos e atitudes das
pessoas que convivem no espaço escolar? Como?
• Como acontece a Educação Ambiental em nossa escola? Cumpre aquilo a
que se propõe? Por quê?
O professor deve ressaltar que os participantes precisam relatar a situação
real, e não o que consideram “politicamente correto”. O que importa nesse momento
é refletir sobre o espaço escolar e a maneira de se relacionar com ele.
O professor solicita que cada grupo exponha suas conclusões e anote os
pontos principais da discussão, no quadro-negro ou em um cartaz.
41
Observação oral feita pelo professor
“Muitas vezes as pessoas não se dão conta dos problemas que existem à sua
volta. O cotidiano e a tendência a se acomodar impedem que percebam fatos e
situações que afetam sua qualidade de vida, direta ou indiretamente.”
“A escola não está isenta de problemas ambientais. E esse é um bom
momento para nós, educadores, reflitamos sobre o fato de que nossas ações,
nossos comportamentos e atitudes servem como exemplo, e que isso implica a
necessidade de refletir constantemente sobre nossas próprias práticas.”
Após a leitura, os participantes deverão responder às seguintes
questões:
• Quais as especificidades da Educação Ambiental no ensino formal?
• Qual a diferença entre a Educação Ambiental que acontece na escola e a que
acontece fora da escola?
• Quais os problemas enfrentados para trabalhar com Educação Ambiental na
escola?
TEXTO 01
A memória do meio ambiente
Narramos a seguir a experiência vivida por um professor alemão, que ilustra
bem a relação entre educação ambiental e História. Ele se deparou com um
estranho problema ambiental numa pesquisa que realizava em sua universidade, em
uma pequena cidade: de repente a água potável mudou de cor e de odor, e as
crianças na escola queixavam-se de problemas respiratórios. Isto causou uma série
de transtornos para a região, que tinha no turismo uma fonte importante de renda.
Uma fábrica de alimentos teve de fechar devido à contaminação das águas,
os imóveis perderam o valor e muitos habitantes começaram a deixar a cidade.
Apesar de todas essas consequências, ninguém sabia a origem da
contaminação da água que afetava a cidade. Todos os exames e investigações
constatavam a contaminação por metais pesados, mas a presença de resíduos
tóxicos não podia ser atribuída a nenhuma atividade existente ali.
42
Assim, para compreender esse fato ambiental, os pesquisadores da
universidade começaram a frequentar as atividades sociais do lugar, ouvir as
histórias do local, o que as pessoas contavam seus temores e expectativas em
relação ao que estava acontecendo. Os pesquisadores juntaram as histórias que
ouviam sobre a cidade e a região e, aos poucos, descobriram algo que estava na
memória coletiva, mas era evitado pela população, ou seja, um fato que se tinha
transformado numa lembrança proibida.
A cidade abrigara, durante a Segunda Guerra Mundial, uma grande fábrica de
armamentos. Essa fábrica funcionava como campo de trabalhos forçados, operando
em condições subumanas, com uma mão de obra recrutada em áreas de ocupação
nazista, formada, sobretudo, pela população judaica e por opositores do regime.
Este acontecimento, tão logo passado o pesadelo da guerra, as pessoas do
local trataram de “esquecer”. Contudo, a consciência da população, construída sobre
esse esquecimento, conseguiu manter-se bem até que o próprio ambiente físico
denunciasse a história que a memória se esforçava em apagar. Os resíduos de uma
indústria bélica são altamente tóxicos e de difícil degradação. Os efeitos da
contaminação surgem, às vezes, só depois de muito tempo, devido às lentas
reações químicas e geológicas que afetam os lençóis de água subterrânea. E isso
era precisamente o que estava acontecendo naquela cidade.
Este é um exemplo de como o solo, o ar e a água fizeram reaparecer uma
história que aquela população teria preferido esquecer. A memória do meio
ambiente guardava as marcas da guerra na sociedade alemã, e seus efeitos
nefastos ainda afetavam a região pela contaminação tardia da água. O que
aconteceu na Alemanha revela como também aqui e em outro lugar qualquer a
História e a natureza estão intimamente entrelaçadas. A natureza é histórica porque
guarda as marcas do que acontece, às vezes, com mais exatidão do que a memória
humana. O meio ambiente é um retrato, para aqueles que sabem ver, das
interações, das ações, dos estilos de vida e dos valores empreendidos
historicamente pelas sociedades humanas.
Esta experiência é relatada pelo Prof. Hans-Georg Flickinger em seu artigo “O ambiente epistemológico da educação”.
43
10.5 UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR DA REALIDADE
ATIVIDADE V – APRENDENDO A DIAGNOSTICAR UMA DADA REALIDADE
SOCIOAMBIENTAL
TEXTO 01
Aprendendo a “ler” o meio ambiente
Para que a compreensão do meio ambiente leve a ações transformadoras é
muito importante uma certa capacidade de “ler”, isto é, de compreender o que se
passa nele. E não basta observar passivamente em volta. É preciso participar de
forma ativa perguntando, buscando os diferentes pontos de vista, formulando
respostas, hipóteses, ou seja, significa agir como um observador que sabe “ler” as
relações naturais e sociais que constituem os fatos ambientais.
Na análise de uma infinidade de folhetos, cartilhas, livros e jogos, os temas
ambientais apareceram muitas vezes tratados de forma abstrata e normativa, como
se existissem fora do tempo e do espaço, sem história. A reprodução de certas
afirmações gerais sobre o meio ambiente, sem um trabalho educativo de
problematizá-las, pode não contribuir para uma nova compreensão das coisas, se
não vier acompanhada de uma compreensão mais ampla.
Assim, além de afirmar que não é correto jogar papel no chão, é preciso
procurar compreender, junto com os alunos ou grupo com o qual se trabalha, o
porquê dessa atitude. Não jogar papel no chão é uma afirmação que pode ser
entendida apenas como uma “ordem”, se dita isoladamente, como se bastasse por si
mesma. Mas também pode ser entendida como um ato responsável de cidadania,
de solidariedade, de compromisso com valores ecológicos. Neste segundo caso,
não se trata apenas de obedecer à professora, mas, sobretudo, comprometer-se
com valores de cidadania.
Assim, “ler” o meio ambiente é apreender um conjunto de relações sociais e
de processos naturais, captando as dinâmicas de interação entre as dimensões
culturais, sociais e naturais, na configuração de uma dada realidade socioambiental.
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Uma atividade muito utilizada para evidenciar essa complexa trama de relações e
tornar oportuna uma ação educativa é a realização de diagnósticos socioambientais.
Apresentamos a seguir três modalidades de diagnósticos que podem auxiliar
e estruturar atividades voltadas para um conhecimento da realidade socioambiental.
Na área educacional essa atividade pode lembrar o que também já se chamou de
“estudos do meio”. Contudo, quando essa prática retorna, agora no contexto da
educação ambiental, está renovada, incorporada a novas temáticas e preocupações,
como é o caso da interdisciplinaridade. Os diagnósticos ambientais que passamos a
apresentar foram construídos como frutos de experiências de trabalho de diferentes
educadores e instituições, inseridos em contextos socioambientais determinados, e
não devem ser encarados como modelos que se aplicam a qualquer situação ou a
grupos de todas as idades. Longe de padronizar procedimentos, estes diagnósticos
devem ser vistos como pontos de partida para a elaboração de atividades que
podem estimular os grupos a perceberem as relações socioambientais que
constituem certa realidade.
As formas de fazer diagnósticos são variadas e devem ser enriquecidas e
adaptadas às necessidades de cada grupo: faixa etária, características
socioambientais da escola ou da situação educativa em questão. A idéia é que
sirvam como uma sugestão útil para que cada professor possa gerar seu próprio
diagnóstico, combinando e recriando as propostas à luz de sua própria experiência e
intuições.
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. No olhar da história. (Texto, projeto e pesquisa Dora Shellard Corrêa, Zuleika M.F. Alvim.)
São Paulo: 1999 p. 60
10.5.1 Diagnóstico socioambiental de uma região
Este é um diagnóstico básico que cobre uma ampla variedade de
características físicas e sociais de uma região em estudo.
Primeiro passo: delimitar, junto com os alunos, o espaço que será diagnosticado.
Pode-se fazer o diagnóstico de uma propriedade rural, de uma localidade, de um
município ou de uma região, dependendo do nível da turma.
45
Segundo passo: levantar os conhecimentos que os alunos já têm sobre a região.
Esses conhecimentos podem ser obtidos por meio de conversas sobre há quanto
tempo estes alunos moram no lugar, o que sabem da história da região, o que seus
pais podem contar das transformações que esse lugar sofreu desde que se
mudaram para lá, etc. A partir desse levantamento, é preciso organizar os aspectos
da realidade que serão estudados e as formas de levantamento dos dados.
Sugerimos como métodos de coleta de dados e informações: Pesquisa em
livros ou jornais. Visitas a propriedades rurais, matas, rios, represas, indústrias,
usinas, estações de tratamento e outros. É importante que o professor prepare
essas visitas, destacando os principais aspectos que os alunos devem observar (os
alunos também devem ser orientados a anotar e ilustrar suas observações).
Terceiro passo: entrevistas com moradores da região.
É importante que o educador ajude os alunos a elaborar roteiros de entrevistas
simples, enfocando os aspectos mais importantes, de modo a capacitá-los e
registrá-lo, absorvendo as informações obtidas.
Como um dos objetivos do diagnóstico é perceber a transformação da região
estudada e avaliar os efeitos das atividades humanas no meio ambiente, é
importante que a situação atual seja sempre comparada à de épocas anteriores. As
informações sobre o passado da região podem ser obtidas em livros ou em outros
documentos históricos e, principalmente, mediante depoimento dos moradores mais
antigos que testemunharam possíveis alterações no meio ambiente local.
A seguir estão relacionados os tópicos que podem compor o diagnóstico
socioambiental de uma região. O tipo, a quantidade e a complexidade das
informações levantadas devem ser selecionados pelos professores, considerando as
características da região e o nível das turmas de alunos. O professor pode privilegiar
a observação de determinados aspectos relacionados a conteúdos curriculares que
desejam desenvolver.
Sugestão de Tópicos
a) Atividades Agropecuárias:
-Pesquisa sobre plantações tradicionais e quais foram introduzidas recentemente.
46
-Como estão distribuídas no espaço.
-Plantações perenes ou temporárias. Como são obtidas as sementes.
-Que tipo de mão de obra é utilizada.
-Máquinas agrícolas.
-Adubos e formas de correção do solo.
-Utilização de agrotóxicos.
-Problemas de saúde devido ao uso de agrotóxicos.
-Formas de estocagem e escoamento dos produtos.
-Técnicas de criação de animais, tradicionais e recentes.
-Localização de pastos e abrigos.
-Utilização de remédios veterinários.
-Tratamento dos dejetos animais.
-Consumo e escoamento dos produtos animais.
-Habitação.
-Identificação dos locais de moradia da população. Caracterização das habitações.
-Sistemas de água e esgoto.
-Destinação do lixo doméstico.
b) Relevo e Solos
-Localização e identificação de serras, planaltos, planícies, encostas, vales, várzeas,
etc.
-Vegetação característica das unidades de relevo.
-Diferentes tipos de solos.
-Identificação dos problemas de erosão e desertificação.
-Técnicas utilizadas para evitar erosão.
-Mudanças no relevo ou na qualidade dos solos (observadas por moradores mais
antigos).
-Recursos hídricos.
-Identificação e localização de rios, córregos, nascentes, lagos, barragens, poços.
-Utilização dos recursos hídricos para irrigação, abastecimento de água, produção
de energia.
-Proximidade de fossas e abrigos de animais, de nascentes, poços e rios.
-Qualidade da água, aspecto, odor e movimentação, diferenças entre a situação
atual e a anterior.
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-Existência de vegetação ciliar nas margens dos rios ou lagos.
-Fauna aquática, peixes mais comuns (atual e anterior).
-Utilização de rios e lagos para atividades de lazer.
-Problemas de assoreamento.
-Despejo de substâncias poluentes, fertilizantes, inseticidas, esgoto, rejeitos
industriais.
-Problemas de saúde causados pela má qualidade da água.
-Clima.
-Caracterização da temperatura, dos ventos e das chuvas nas diferentes estações
do ano.
-Possíveis alterações climáticas observadas pelos moradores da região.
-Matas.
-Identificação e localização de florestas nativas, matas, capoeiras e bosques.
-Caracterização da fauna e da flora.
-Utilização dos recursos das matas (madeira, ervas e outros, para o consumo da
população local ou para comércio).
-Importância das áreas de mata como proteção dos cursos d’água, proteção de
lavouras contra os ventos, abrigo de fauna e flora, conservação do solo e controle de
temperatura e umidade.
-Áreas de reflorestamento.
-Parques, leis e vigilância para proteção das matas.
c) Atividades Industriais
-Identificação de indústrias de pequeno, médio e grandes portes.
-Métodos de produção.
-Mão-de-obra.
-Recursos naturais utilizados.
-Quem consome os produtos.
-Despejo de substâncias tóxicas.
-Emissão de gases poluentes.
-Programas de controle de poluição e proteção ambiental.
-Usinas de produção de energia ou exploração de minério.
-Identificação e localização.
-Métodos de produção.
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-Mão-de-obra utilizada.
-Recursos naturais consumidos.
-Alterações no relevo, nos cursos e na qualidade das águas, do solo e do ar.
-Programas de controle de poluição e proteção ambiental.
Análise dos Dados
A coleta de informações constitui uma fase preliminar do diagnóstico
socioambiental que deve ser complementada pelo registro e pela análise dos dados
coletados em sala de aula. O diagnóstico pode ser registrado por meio de mapas e
desenhos com legendas, associados a textos, comentando as informações
levantadas. As informações também podem ser sistematizadas em relatórios de
observação, transcrição de entrevistas, álbuns de amostras de flora, tabulação de
dados quantitativos e outros.
Cada uma dessas atividades pode contribuir para o desenvolvimento de
certas habilidades como a escrita, a contagem, a capacidade de classificar, a análise
histórica e geográfica e a expressão artística, entre outras.
Coletadas as informações, os alunos devem ser incentivados a realizar uma
análise, relacionando os aspectos observados e extraindo conclusões. Uma forma
de encorajá-los a formular suas próprias sínteses e conclusões sobre o diagnóstico,
é propor que elaborem um produto final a ser partilhado com colegas de outras
turmas ou escolas, pais e membros da comunidade. Isso pode ser feito por meio da
exposição de maquetes, mapas, cartazes e painéis ou pela publicação de relatórios
finais sob a forma de revistas ou jornais.
10.5.2 Diagnóstico de conflitos socioambientais
Este diagnóstico pode ser particularmente interessante para a compreensão
de situações nas quais existem conflitos sociais, isto é, onde se confrontam
interesses diversos em torno do acesso e da forma de uso dos recursos naturais e
características.
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A seguir estão relacionados os tópicos que podem compor o diagnóstico de
conflitos socioambientais.
Sugestão de Tópicos
a) Da Região em Estudo.
-Características ambientais: localização geográfica, vegetação, relevo, etc.
-Breve histórico do processo de povoamento.
-Configuração do espaço social: principais atividades econômicas, identificação de
tensões/conflitos sociais.
-Identificação de problemáticas socioambientais na região: diferentes campos de
tensão, confronto e resistência entre projetos e/ou forças sociais em disputa.
-Mapeamento dos conflitos socioambientais/atores.
-Mapeamento dos sujeitos coletivos envolvidos nos conflitos socioambientais.
-Nível de organização: sem existência de organização, organização preexistente ao
conflito, organização decorrente do conflito.
-Tipo de organização: sindical, vicinal, organização não governamental - ONG, etc.
-Localização do conflito.
--Continuidade ou descontinuidade entre o lugar onde está o objeto do conflito e o
local onde se dão as manifestações deste mesmo conflito. Ex.: o objeto do conflito
pode ser a defesa da floresta amazônica e as manifestações de protesto podem
acontecer em Brasília.
b) Identidades Coletivas
Vários processos podem ser detectados na análise dos processos de
construção de identidades coletivas. Seguem alguns exemplos.
-Grupos que se auto definem e organizam suas práticas sociais em função do papel
atribuído ao(s) elemento(s) da natureza (pescadores, seringueiros, quebradeiras de
coco, etc.).
-Grupos que têm como referência algum ecossistema (povos da floresta, ribeirinhos,
etc.).
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-Grupos que se definem a partir dos efeitos de uma intervenção do Estado (atingidos
por barragens, movimento de sobrevivência da Transamazônica, etc.).
10.6 CONSTRUINDO AGENDA 21 NA ESCOLA
Com intuito de provocar reflexões sobre a realidade circundante, na sala de
aula, o professor desenha uma árvore numa cartolina ou lousa e pede para que os
alunos, em pequenos grupos, respondam as seguintes perguntas:
a)Como é a escola dos nossos sonhos?
b)Como é o bairro dos nossos sonhos?
c)Quais as dificuldades encontradas para realizar os nossos sonhos?
d)Quais os principais problemas de nossa comunidade?
e)Como viviam as pessoas antigamente?
Depois que as questões forem respondidas, o professor as coloca na árvore
para que os colegas visualizem e compararem suas respostas com as respostas dos
outros.
Em seguida formam-se grupos para discussão sobre os anseios e problemas
apresentados, com a finalidade de apontar possíveis encaminhamentos necessários
à realização de nossos ideais.
10.7 SOCIEDADE E NATUREZA
-Material de apoio: Canetões, flip chart, cópias do texto, crachás, fita adesiva,
lanche, papel A4 para rascunho, papel madeira, data show, folha de chamada,
tapetes, DVD, questionário avaliativo.
-Público alvo: Professores, funcionários e alunos.
-local sugerido: CEEPA (Centro Estadual de Educação Profissional Mohamad Ali
Hamzé - Cambará) e Trilha da Mata.
51
Objetivos Propostos:
• Propiciar a reflexão a respeito da ação e do olhar humanos em relação à
natureza em diferentes contextos históricos, a partir de princípios orientados
por valores econômico, sociais, culturais e religiosos. Debater e avaliar
concepções de meio ambiente e algumas controvérsias inerentes a ela.
• Perceber a amplitude temporal e espacial da questão ambiental e refletir
sobre suas dimensões global e local.
• Perceber que na questão ambiental sempre há diferentes interesses,
expectativas, desejos e visões envolvidos, o que gera conflitos e implica a
busca de soluções por meio de negociações.
Reflexões Sugeridas
-Discutir o que é EA, conhecer um pouco da sua história e refletir sobre sua
importância.
-Refletir sobre EA nas escolas, como ela ocorre e como deveria estar inserida no
cotidiano escolar.
-Conhecer as dependências e potencialidades do CEEPA e “Trilha da Mata”.
Primeiro passo: acolhida e apresentação pessoal. Apresentação DVD Institucional
do CEEPA. Contrato de convivência, celulares, cafezinho, apresentação do roteiro e
dúvidas.
Segundo passo: Música com a dinâmica dos balões (cada um escreve, sem
assinar, como deseja que seja aquele dia para o grupo, coloca dentro do balão,
enche e amarra-o.). Ao som da música “Não quero dinheiro” de Tim Maia, todos
devem tentar manter o balão no alto usando (ao comando do facilitador) as mãos, a
cabeça, o ombro. Lembrar que se deve tentar ao máximo não deixar os balões cair.
Ao final, quando todos os balões estiverem no chão, estourar os balões, cada
participante deve pegar uma mensagem. Ao ler a mensagem o autor da mesma
deve se identificar (nome, história de vida, turmas e/ou disciplinas e escola onde
atua, suas expectativas com relação às atividades do dia). Após essa apresentação,
52
ele deve ler a mensagem que pegou e assim as apresentações continuam. Ao final
das apresentações os participantes fazem um momento de reflexão sobre o
significado da dinâmica dos balões associando-o com a sua vida.
Terceiro Passo: Solicitar aos participantes que escrevam em um papel como ele
conceitua “meio ambiente”. Pedir que guardem estes conceitos para uma análise ao
final da oficina. Convidar os professores a fazer um passeio pela história da relação
homem/natureza através do estudo de textos. Dividir os professores em grupos,
utilizando para isso a música “Hora da Alegria” .Distribuir os textos, explicar que
durante a leitura eles devem identificar qual a concepção de natureza da sociedade
e localizá-la no contexto histórico e cultural da época. Após a leitura e debate entre
os elementos do grupo, estes devem construir na folha de papel pardo um
esquema/resumo que será socializado com os participantes.
Quarto Passo: Dinâmica para “acordar” e perceber a dificuldade de mudanças.
Pede-se aos participantes que fiquem em pé e que procurem ficar em posição
confortável enquanto ouvem a música “Dia Branco” de Elba Ramalho. Ao final da
dinâmica conversar com os participantes sobre os sentimentos envolvidos e como
eles se perceberam durante a dinâmica.
Os grupos devem confeccionar cartazes para socializar as ideias principais,
associando-as aos acontecimentos com o meio ambiente hoje e abrindo para o
debate com os outros grupos.
Quinto passo: Convidar o grupo a construir coletivamente o conceito de meio
ambiente. Cada participante deve escrever uma palavra chave que para ele defina o
que é meio ambiente.
Os participantes agora munidos do conceito coletivo apresentam
individualmente seus conceitos e avaliam as diferenças entre o seu e o coletivo. Ao
final, fazer uma leitura crítica das mudanças ocorridas no grupo após os debates ao
longo do dia, associando-as às transformações de comportamentos nas suas
atividades diárias a partir daquele momento.
Sexto passo: Visita monitorada ao CEEPA e Trilha da Mata.
53
Sétimo passo: Encerramento com a fala dos professores sobre a atividade,
preenchimento da ficha avaliativa.
10.8 OUTRAS ATIVIDADES PROPOSTAS
1) Solicite aos alunos que façam uma análise da letra de duas músicas, procurando
encontrar diferenças e semelhanças quanto às mensagens, apelos, informações e
linguagens de cada uma. Sugerimos as letras das músicas “Planeta Água” de
Guilherme Arantes e “Planeta Azul” de Xororó e Aldemir.
PLANETA ÁGUA
(Guilherme Arantes)
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão,
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara
Mãe d'Água, é misteriosa canção
Água que o sol evapora,
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva,
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão tristes,
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São lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água
Terra, Planeta Água
PLANETA AZUL
(Xororó e Aldemir)
A vida e a natureza
Sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno
E frio no verão
Os peixes morrendo nos rios,
Estão se extinguindo espécies animais
E tudo o que se planta, colhe,
O tempo retribui o mal que a gente faz
Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando
O leito dos rios secos,
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de norte a sul:
A Terra nua semelhante à Lua
O que será desse Planeta Azul?
O que será desse Planeta Azul?
O rio que desce as encostas
Já quase sem vida parece que chora,
Num triste lamento das águas
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Ao ver devastada a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde,
Regar a semente que ainda não nasceu,
Deixar em paz a Amazônia,
Preservar a vida,
Estar de bem com Deus.
2) Proponha aos alunos a observação e análise de águas de origens diferentes (rio,
manancial, lago etc.). Para tanto, utilize critérios como:
a) lixo flutuante ou acumulado nas margens.
- Nenhum lixo (boa qualidade)
. Pouco lixo ou apenas árvores, folhas, aguapés (qualidade média)
. Muito lixo (água poluída)
b) peixes
. Muitos (boa qualidade)
. Poucos, raros (qualidade média)
. Nenhum ou só guarus (água poluída)
c) material sedimentado
. Ausência, não é possível medir (boa qualidade)
. Baixa quantidade, menos de três milímetros (qualidade média)
. Alta quantidade, mais de três milímetros (água poluída)
Obs.: utilize um copo cheio de água para essa experiência.
d) cheiro
. Nenhum (boa qualidade)
. Fraco, de mofo ou capim (qualidade média)
. Fétido ou cheiro de ovo podre (água poluída)
Atenção: oriente os alunos no manuseio do material coletado e na utilização correta
de equipamentos como luvas, aventais, máscaras etc.
3) Os alunos podem pesquisar cartas e fotos de satélites que mostrem a poluição
das águas no globo terrestre e a concentração de clorofila na camada superficial das
56
águas, determinando as condições de vida dos seres marinhos. Para informações
sobre cartas e fotos de satélites.
4) Solicitar aos alunos que construam uma linha do tempo que mostre a evolução
das sociedades relacionada à tecnologia do manejo e utilização da água,
destacando aspectos como culturas agrícolas irrigadas, água encanada, esgoto,
água tratada, construção da roda d'água, construção de hidrelétricas.
5) Propor uma pesquisa sobre invenções de máquinas movidas a água e sua
importância; a partir dessa pesquisa, sugira a elaboração de desenhos, pinturas,
maquetes, protótipos relativos ao tema.
6) Dividir a classe em grupos e orientar para que cada grupo estude um ecossistema
aquático brasileiro. Sugere-se que o estudo aprofunde os seguintes aspectos:
a) características gerais e capacidade de adaptação dos seres vivos que compõem
o ecossistema;
b) cadeia alimentar dos seres vivos aquáticos;
c) ação do homem nesses ecossistemas.
7) No início do semestre, desenvolver a seguinte atividade:
a) solicitar aos alunos que tragam cópias das contas de água de suas residências,
para uma explicação sobre os campos onde estão registrados o volume de água
consumida, o período, o valor;
b) realizar um trabalho de conscientização sobre a importância da água para a
preservação da vida. Esse trabalho pode ser iniciado com a leitura de um texto ou
com a apresentação de um vídeo de “Como Evitar o Desperdício de Água”.
c) fazer um levantamento e registro de sugestões dos alunos para evitar o
desperdício de água;
d) estimular, através da confecção de cartazes e elaboração de textos, o combate ao
desperdício da água na escola e nas residências;
57
e) promover um concurso em que vencedor deve ser o aluno cuja família demonstrar
que soube economizar mais água num período determinado. No decorrer desse
período, os alunos levarão à escola as contas de água e farão comparações de
gastos e custos, para checar se a campanha surtiu o efeito desejado e para
acompanhar a evolução do concurso.
8) Solicitar um estudo sobre "sociedades sustentáveis" no aspecto referente à
preservação da água e promova as seguintes atividades:
a) debate: divida a classe em duas alas, sendo que uma defenderá a "sociedade
sustentável" e a outra fará a oposição;
b) providencie o registro das ideias favoráveis e desfavoráveis para posterior
reflexão e elaboração de um relatório final.
9) Após localizar num mapa de onde vem a água que abastece a cidade, os alunos
deverão mostrar, com desenhos, o caminho da água até chegar às casas, e a sua
saída, já como esgoto.
Para realização dessa atividade consultar o site www.sanepar.com.br.
10) Orientar os alunos a realizar, em grupo, o planejamento e construção da
maquete de uma casa colocando hidrômetro, canos, caixas d'água, torneiras,
chuveiros, vasos sanitários e ralos. Durante a construção da maquete, discuta com
os alunos o caminho da água dentro das nossas casas e enfatize a origem e o local
de tratamento dessa água.
Para realização dessa atividade consultar o site www.sanepar.com.br.
11) Promover um estudo do meio com a realização das seguintes atividades:
a) visita a uma estação de tratamento de água, em que um técnico explique aos
alunos os processos de decantação e filtração e qual o papel das algas no processo
de purificação da água;
58
b) a partir dessa visita, proponha aos alunos a elaboração de um relatório ilustrado
sobre as fases de tratamento da água;
c) peça aos alunos que expliquem quais as consequências do aumento e da
diminuição da quantidade de algas nas águas.
12) Visitar uma estação de tratamento de esgotos e chamar a atenção dos alunos
para as medidas obrigatórias de segurança e higiene adotadas (vestimentas
adequadas dos trabalhadores, calçados, máscaras, sinalizações etc.). Solicitar a um
técnico da estação que faça uma exposição oral a fim de mostrar a relação entre
consumo de água e produção de esgoto, entre quantidade de lixo e poluição da
água. Em sala de aula, promover um debate e reflexão sobre a importância de não
se jogar o lixo e o esgoto em lugares inadequados.
13) Solicitar aos alunos que façam um estudo sobre as causas de poluição das
águas (como agrotóxicos, esgotos, detritos industriais etc.) e suas consequências
para a vida na Terra.
14) Solicitar uma pesquisa sobre o que os governos estão fazendo pela preservação
de mananciais e como ONGs - organizações não governamentais - colaboram com
esse trabalho.
15) Promover uma campanha de coleta e seleção de lixo na escola:
a) divida os alunos em grupos;
b) divida a campanha em etapas (planejamento, distribuição e execução das tarefas,
registros);
c) combine uma data para a apresentação de relatório das tarefas já realizadas.
Os grupos poderão se responsabilizar:
• pela elaboração de textos, confecção de cartazes de propaganda e de
sinalização;
59
• pela obtenção de lixeiras com cores diferentes, as quais deverão ser
padronizadas para cada tipo de material reciclável;
• pelo contato com alguma associação do bairro que trabalhe com coleta
seletiva de lixo (vidros, plásticos, papéis, latas), a fim de verificar a
possibilidade de venda desse material para arrecadação de verbas para a
escola.
16. Propor aos alunos que procurem em jornais e revistas matérias sobre a situação
da água nas grandes cidades e montem dois murais: um que mostre informações
positivas sobre essa situação e outro que mostre matérias com informações
negativas.
Obs.: o professor pode orientar os alunos para uma reflexão sobre esse assunto.
17) Solicitar aos alunos a observação de uma localidade de sua cidade: sua casa, a
rua onde mora, uma área de lazer, o percurso que faz até a escola, registrando
qualquer sinal de desperdício ou poluição das águas. Na sequência, realize as
seguintes atividades:
a) estabeleça uma discussão em sala de aula e indique um aluno para registrar
todas as conclusões dos participantes;
b) defina, como trabalho individual, o que cada um pode assumir para melhorar a
situação observada;
c) estabeleça como trabalho individual o que cada um sugere para que a
comunidade resolva ou amenize os problemas constatados;
d) o professor poderá apresentar aos alunos a síntese final das sugestões.
18. Sugerir a elaboração de um jornal ecológico, no qual os alunos expressem, por
meio de pequenas reportagens, denúncias de agressões à natureza e divulgação de
campanhas de preservação e uso adequado da água potável. É importante que os
alunos, orientados por professores, tenham a liberdade de se expressar utilizando
sua própria linguagem. Seguem algumas sugestões de como fazer:
a) discussão das possíveis seções do jornal;
60
b) definição dos temas ecológicos das matérias principais;
c) visita aos locais das reportagens para uma melhor coleta de informações e para
verificar a possibilidade de obter fotos que ilustrarão a reportagem;
d) elaboração de textos individuais e coletivos, posteriores à discussão em grupo;
e) entrevistas com pessoas relacionadas com os temas escolhidos;
f) fechamento e digitação das matérias;
g) distribuição das matérias e fotos nas páginas do jornal (diagramação);
h) elaboração das legendas e manchetes do jornal;
i) distribuição nas escolas e comunidade.
11 SUGESTÕES DE FILMES E SITES SOBRE A TEMÁTICA AMBIENTAL
11.1 FILMES
A Ilha das Flores
Direção: Jorge Furtado
Sinopse: Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo.
Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado
fora, esse curtametragem escancara o processo de geração de riqueza e as
desigualdades que surgem no meio do caminho.
Documentário, BRASIL, 1989. 13 min.
Assista ao filme no site: <http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28>. Acesso
em: 12 set. 2012.
A Marcha dos Pinguins
Direção: Luc Jacquet
Sinopse: Na Antártida, toda vez que chega o mês de março, centenas de pinguins
fazem uma jornada que levará milhares de milhas de distância pelo continente a pé,
enfrentando animais ferozes, temperaturas frias, ventos congelantes, através das
águas profundas e traiçoeiras.Tudo para encontrar o amor verdadeiro.
61
Documentário narrado por Morgan Freeman, Charles Berling e Jules Sitruk.
Documentário. EUA: 2005. 84 min.
Faça download desse filme no site:
<http://www.baixarfilmesdublados.net/baixar-a-marcha-dos-pinguins-dublado/>.
Acesso em: 10 out. 2012.
Bee Movie – A História de uma abelha
Direção: Steve Hickner e Simon J. Smith
Sinopse: Barry B. Benson (voz de Jerry Seinfeld) é uma abelha que acaba de se
formar na faculdade, mas não se sente satisfeito em executar uma única função
durante toda a sua vida, na fabricação de mel. Em uma viagem fora da colmeia, ao
lado das abelhas que colhem néctar, Barry tem sua vida salva pela florista nova-
iorquina Vanessa (Renée Zellweger). Enquanto o relacionamento entre os dois
cresce, ele descobre que seres humanos colhem e vendem mel. Por isso, decide
processar toda a raça humana. No decorrer do filme discute-se o papel das abelhas
e do homem no controle do equilíbrio ecológico.
Animação. EUA: 2007. 91 min.
Saiba mais sobre esse filme no site:
<http://www.interfilmes.com/filme_16897_Bee.Movie.A.Historia.de.uma.AbelhaBee.M
ovie.html>. Acesso em: 13 out. 2012.
O Dia Depois de Amanhã
Direção: Roland Emmerich
Sinopse: Uma série de alterações climáticas modifica drasticamente o planeta, que
modificam drasticamente a vida da humanidade. Com o norte se resfriando cada vez
mais e passando por uma nova era glacial, milhões de pessoas partem rumo ao sul.
Porém, o paleoclimatologista decide ir a Nova York na esperança de que seu filho
ainda esteja vivo. O filme mostra uma das possíveis consequências que o
Aquecimento Global pode ocasionar ao Planeta Terra.
Ficção Científica. EUA: 2004. 124 min.
Mais informações no site: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-45361/>.
Acesso em 15 out. 2012.
62
O Planeta Sagrado
Direção: Jon Long
Sinopse: Uma viagem por alguns dos mais exóticos e maravilhosos lugares ainda
existentes. Com tecnologia de última geração, foram registradas imagens de lugares
inexplorados, animais peculiares e incríveis paisagens que a maioria nunca terá a
oportunidade de ver. Uma inesquecível experiência visual e espiritual, que leva cada
espectador em passeios individuais pela imaginação e pela emoção.
Documentário. EUA: 2004. 47 min.
Faça download do filme no site:
<http://www.4shared.com/video/QbkPAlQI/planeta_sagrado__documentario_.html>.
Acesso em: 16 out. 2012.
Os Sem Florestas
Direção: Tim Johnson e Karey Kirkpatrick
Sinopse: A primavera chegou, o que faz com que os animais da fl oresta despertem
da hibernação. Ao acordar eles logo têm uma surpresa: surgiu ao redor de seu
habitat natural uma grande cerca verde. Inicialmente eles temem o que há por detrás
da cerca, até que eles descobrem que foi construída uma cidade ao redor da fl
oresta em que vivem, que agora ocupa apenas um pequeno espaço. Agora eles têm
que aprender a conviver com os humanos para não serem corrompidos pelos maus
hábitos. Animação. EUA: 2006. 83 min.
Mais informações no site:
<http://www.adorocinema.com/filmes/sem-floresta/sem-floresta.asp>. Acesso em: 19
out. 2012.
Planeta Vermelho
Direção: Antony Hoffman
Sinopse: Em um futuro apocalíptico, os recursos naturais da Terra estão se
esgotando e a humanidade precisa buscar um novo lugar onde possa sobreviver.
Em busca de conhecer melhor as condições de vida de Marte, uma equipe de
astronautas é convocada para formar a tripulação de uma expedição até o planeta.
Porém, diversos problemas começam a ocorrer quando a nave chega a Marte,
63
desde uma aterrissagem ruim que danifica os equipamentos até a crescente tensão
entre os próprios integrantes da tripulação.
Ficção. EUA: 2000. 110 min.
Faça download do filme no site: <http://pt.downv.com/install-Planeta-Vermelho-
10429481.htm>. Acesso em: 20 out.2012.
Twister
Direção: Jan De Bont
Sinopse: No Oklahoma, uma tempestade que não acontece há décadas está se
prenunciando e dois grupos de cientistas rivais planejam entrar para a história
colocando sensores no tornado, para que estas informações possam ir até um
computador e, assim, seja possível prever sua chegada com maior antecedência.
Mas para colocar os sensores é necessário ficar o mais próximo possível do tornado
e torcer para que os sensores sejam sugados pela tempestade. Em uma das
equipes está uma jovem (Helen Hunt) obcecada por tal ideia, pois em 1969 ela viu o
pai ser sugado por uma tempestade, e atualmente ela planeja conseguir seu intento
ou morrer tentando. Além deste aspecto, o filme mostra que, devido à interferência
do homem no ambiente, tempestades muito agressivas estavam por acontecer, fato
inédito até o momento.
Aventura. EUA: 1996. 116 min.
Download do filme no site: <http://www.baixarfilmesdublados.net/baixar-filme-twister-
dublado/>. Acesso em: 22 out. 2012.
Uma Verdade Inconveniente
Direção: Davis Guggenheim
Sinopse: O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, apresenta uma análise
da questão do aquecimento global, mostrando os mitos e equívocos existentes em
torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma
catástrofe climática nas próximas décadas.
Documentário. EUA: 2006. 100 min.
Saiba mais sobre o filme no site: <http://www.adorocinema.com/filmes/verdade-
inconveniente/verdade-conveniente.asp>. Acesso em: 25 out. 2012.
64
Waterworld – O segredo das águas
Direção: Kevin Reynolds
Sinopse: Em meados do terceiro milênio, em razão do derretimento das calotas
polares, a Terra se tornou um lugar sem terra sólida e a população vive em barcos
ou em ilhas artificiais. Em busca do único lugar com terra firme em todo o planeta,
um misterioso aventureiro vive comercializando tudo que é possível, inclusive terra
pura. Segue um mapa tatuado nas costas de uma garota e enfrenta os mais
diversos perigos, para se chegar à Terra seca, o único local com terra firme. O filme
apresenta como seria a vida humana sem terra (continente) para viver e com água
potável escassa.
Ficção Científica. EUA: 1995. 134 min.
Saiba mais sobre o filme no site:
<http://www.interfilmes.com/filme_14769_Waterworld.O.Segredo.das.Aguas-
(Waterworld).html>. Acesso em: 28 out. 2012.
A história das coisas
Documentário de 20 minutos, mostra passo a passo, da extração e produção até a
venda, consumo e descarte, mostrando como os produtos afetam comunidades e
ecossistemas. Revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais e
é um alerta pela urgência em criarmos sociedades mais sustentáveis.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=Nk8qnGu8VQc&list=PLCC21D8A784316054&ind
ex=2&feature=plpp_video>. Acesso em: 31 out. 2012.
História da Água Engarrafada
Vídeo de oito minutos, tem como objetivo abordar a criação de uma necessidade de
consumo. Seu argumento baseia-se em pesquisas científicas que comprovaram que
a água de garrafa muitas vezes tem menor qualidade do que a filtrada; testes de
opinião pública mostram a água tratada como de "gosto mais puro" que a mineral;
água armazenada em garrafas plásticas pode custar até duas mil vezes mais que a
água de torneira.
Disponível em:
65
<http://www.youtube.com/watch?v=KeKWbkL1hF4&feature=BFa&list=PLCC21D8A7
84316054>. Acesso em: 31 out. 2012.
Happy feet
Retrata muito fielmente o modo de vida dos pinguins imperadores, que hoje estão
ameaçados de extinção. Por ser diferente dos demais, o pinguim Mano, por ser
diferente, é acusado pelos pinguins mais velhos de causar a falta de peixes e por
isso é expulso da sociedade em que nasceu. Na busca por respostas sobre o
sumiço dos peixes, é capturado pelos humanos e preso em um aquário. Através do
seu sapateado, Mano chama a atenção do público, o que leva os seus capturadores
a colocarem um radar em sua pata e o soltarem na Antártica novamente. Assim
Mano leva os humanos a sua sociedade natal e numa ação coordenada, todos os
pinguins começam a sapatear chamando a atenção do mundo para a alteração da
cadeia alimentar por causa da pesca industrial indiscriminada.
Direção: George Miller
Gênero: Animação
Duração: 100 min.
Disponível para assistir online em:
<http://www.cinepop.com.br/filmes/happyfeet2.htm>. Acesso em: 03 nov. 2012.
11.2 SITES
A Internet constitui hoje importante fonte de pesquisa em praticamente todas
as áreas, com o diferencial da pluralidade de idéias e de pensamentos, aliado à
rapidez na realização das consultas em sites nacionais e internacionais.
Aqui listamos alguns sites para pesquisa com foco no meio ambiente e
também na cidadania, com a discussão de temas diversos como direitos humanos e
comportamento, entre outros.
A pesquisa nestes sites pode enriquecer a compreensão e o entendimento,
por parte dos alunos, ao mesmo tempo em que disponibiliza para os professores
suporte adicional para trabalhar com os estudantes. Boa consulta!
66
A última arca de Noé – <http://www.aultimaarcadenoe.com.br/>. Acesso em: 03
nov. 2012.
Mistura seções de biodiversidade, agricultura sustentável e educação ambiental.
Muitas informações referentes ao Meio Ambiente e Educação Ambiental. Citamos
aqui alguns dos links: Agenda 21, Educação Ambiental, Água, Biotecnologia,
Cidadania, Clima, Crimes Ambientais, Agricultura Sustentável, Desertificação,
Ecossistemas do Brasil, Energia Elétrica, Filosofia e Meio Ambiente, Indústrias e
Meio Ambiente, Lixo, Meio Ambiente Cultural, Meio Ambiente do Trabalho, Meio
Ambiente Urbano, Município e Meio Ambiente, Poesia e Meio Ambiente, Poluição
entre outros.
Agência Nacional de Águas – ANA – <www.ana.gov.br>. Acesso em: 04 nov. 2012
Site institucional ligado ao Ministério do Meio Ambiente, que possui vários links e
levam a uma vasta pesquisa sobre diversos e variados temas que se possa imaginar
sobre água, como por exemplo: informações hidrológicas; programas
governamentais para a melhoria da utilização deste recurso; biblioteca virtual, entre
outros. Possui também o Portal de Estudos, específico para pesquisas nesta área. É
um local rico em informações.
Agenda 21 – <www.agenda21local.com.br>. Acesso em: 23 out. 2012.
Informações que podem auxiliar na construção implementação da Agenda 21
Escolar. Apresenta as etapas do processo de Agenda 21 Local.
Água Online – <www.aguaonline.com.br>. Acesso em: 31 out. 2012.
Possui sete cadernos que abordam as temáticas: Saneamento, Meio ambiente,
Empresas & Produtos, Legislação, Ponto de Vista, Eventos e Recursos Hídricos.
Todos os cadernos apresentam artigos atuais sobre as questões ambientais.
Ambiente Brasil – <www.ambientebrasil.com.br>. Acesso em: 20 out. 2012.
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Apresenta notícias diárias relativas às questões ambientais. Entre os vários links,
destaca-se o da Educação, que traz artigos, sugestão de bibliografias, dados
históricos e entidades financiadoras de projetos em Educação Ambiental.
Ambiente Global – <www.ambienteglobal.com>. Acesso em: 18 out. 2012.
Disponibiliza informações sobre desenvolvimento sustentável e os meandros da
legislação Ambiental.
Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas
Disponível em: <www.centroclima.org.br>. Acesso em: 05 set. 2012.
Centro de pesquisa para gerar e disseminar conhecimento na área Ambiental e de
Mudanças Climáticas. Apresenta uma calculadora de emissões pessoais de gases
de efeito estufa.
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
Disponível em: <www.mma.gov.br/port/conama>. Acesso em: 03 ago. 2012.
Voltado especificamente a leis, regulamentos e resoluções ambientais. Pode ser
utilizado pelo professor para proporcionar ao aluno um entendimento melhor sobre
as Leis ambientais, seus direitos e deveres como cidadão.
Instituto Akatu - <www.akatu.org.br>. Acesso em: 08 jul.2012.
Oferece várias dicas relacionadas à sustentabilidade, principalmente sobre
consumo consciente.
Ministério do Meio Ambiente – MMA –
Disponível em: < www.meioambiente.gov.br>. Acesso em: jul. 2012.
Porta informações sobre grandes temas ambientais da atualidade: Biodiversidade,
Recursos Hídricos, Mudanças Climáticas e outros.
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Sistema Ambiental Paulista – Secretaria do Meio Ambiente
Disponível em: <www.abiente.sp.gov.br/>. Acesso em: 25 jul. 2012.
Porta informações diversas sobre a questão ambiental, biblioteca, projetos etc.
TV cultura – Alô Escola – Água na Boca – Ensinar e Aprender
Disponível em:
<http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/ciencias/aguanaboca/ensinareaprender.htm
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69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio dessa pesquisa procuramos mostrar que são muitos os caminhos
possíveis para se fazer Educação Ambiental. Mas é preciso adequá-los à realidade
dos grupos com os quais trabalhamos. Muitas vezes, esses caminhos são muito
simples: uma observação no bairro ou mesmo pela escola pode ser uma ótima
atividade para desencadear um programa de Educação Ambiental. Pode parecer
pouco, mas a verdade é que já nos acostumamos com eles. Às vezes, a
comunidade ou os alunos podem estar muito incomodados com determinado
problema ambiental – o mau cheiro do lixo, por exemplo – mas ainda não
conseguem perceber completamente as causas e as possíveis soluções para o
mesmo. Por isso buscamos, no decorrer dessa pesquisa, exercitar a reflexão e
apresentar caminhos e atividades interdisciplinares que iluminem o fazer das
práticas de EA, desenvolvendo um trabalho crítico e consciente. Esperamos que
seja fonte de motivação e de mudanças sociais significativas, enquanto prática que
objetiva a formação de cidadãos críticos e conscientes de sua realidade.
Buscamos ressaltar a importância da Educação Ambiental como prática
cotidiana a fim de que aprendamos a ver e a pensar sobre como se produzem os
problemas ambientais, quais são suas causas e como podemos resolvê-los,
identificando a quem devem ser encaminhadas as soluções que independem de
uma ação imediata do grupo afetado.
Mostramos também que esse reconhecimento do ambiente pode ser
trabalhado simultaneamente com outros conteúdos curriculares. Conhecimentos de
ciências, matemática, geografia, história, português podem ser acionados para a
compreensão e a discussão sobre o entorno ambiental. Mensurar o volume de água
ou calcular a capacidade de um depósito de lixo podem ser situações para o ensino
de matemática, por exemplo. Escrever uma carta para a direção da escola,
sugerindo a separação do lixo pode ser um bom exercício de cidadania; nesse caso,
os conhecimentos de língua portuguesa são imprescindíveis. Um passeio pelo
bairro, pela escola, ou até mesmo uma boa olhada nas condições da sala de aula
também se constituem num ótimo exercício para aprender a olhar com novos olhos
aquilo que vemos diariamente, como se fosse apenas um cenário no qual se
desenrolam nossas vidas. Muito mais que uma cena estática, o nosso meio
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ambiente cotidiano está em permanente mutação; é dinâmico e fazemos parte dessa
dinâmica.
Por acreditarmos que a educação dos cidadãos seja a medida mais eficaz
para que a coletividade aja em defesa do meio que lhe propicia a vida, sugerimos
ainda outras atividades voltadas à conscientização da dinâmica ambiental e à
construção de um olhar crítico sobre nossos hábitos cotidianos. Por meio dessas
práticas, é possível criar ótimas situações educativas que levem a mudanças
atitudinais na práxis social dos educandos, e à construção coletiva de projetos de
Educação Ambiental da escola, fomentando processos concretos de formação de
sujeitos ecológicos que lutem por uma sociedade alternativa, sustentável e justa.
Finalmente, esperamos que esse Caderno, harmonizado com o eixo principal
do debate sobre interdisciplinaridade, possa auxiliar o professor na articulação entre
a fundamentação teórica e a sua prática pedagógica e sirva de sugestão aos
conteúdos e às metodologias presentes na proposta interdisciplinar, permitindo por
meio das atividades propostas, a valorização e a construção de conhecimentos
essenciais sobre a Educação Ambiental. Assim, poderemos construir um futuro no
qual possamos viver em um ambiente equilibrado, em harmonia com o meio, com os
outros seres vivos e com nossos semelhantes.
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REFERÊNCIAS
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