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we’ve got the power Especial São Paulo Fashion Week Especial N o 03 • Nov. 2014 R$ 19,90 Gisele Bündchen fotografada por Eudes de Santana veste Colcci Inverno 2015 #AMOMODAAMOBRASIL
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FFWMAG special

Apr 08, 2016

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FFWMAG magazine

Sao Paulo Fashion week´s special issue with Gisele Bündchen on the cover shot by Eudes de Santana wearing Colcci dress
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Page 1: FFWMAG special

we’ve got the powerEspecial São Paulo Fashion Week

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No 0

3 •

Nov

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14

R$

19,9

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Inverno 2015

#amomodaamobrasil

FFWMAG - N39 - Capa- GF - 07_HP.indd 1 21/11/14 11:14

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UMA EXPERIÊNCIA

ÚNICA.

ModaMIXED

OSKLENROSA CHÁ

TORY BURCHLACOSTE

ERMENEGILDO ZEGNA

Joias TIFFANY & CO.

CARLA AMORIMMAURICIO MONTEIRO

MONTECRISTOJACK VARTANIANIZABEL ESTEVES

Acessórios DOLCE&GABBANABOTTEGA VENETA

CHANELEMPORIO ARMANI

GUCCITOD'S

E MAIS 300 LOJAS.IGUATEMISP.COM.BR

BOAS FESTAS

26805-014_IGUASP_AN_REV MAG_460x300mm.indd 1 11/18/14 11:03 AMUntitled-10 4 18/11/14 21:59

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UMA EXPERIÊNCIA

ÚNICA.

ModaMIXED

OSKLENROSA CHÁ

TORY BURCHLACOSTE

ERMENEGILDO ZEGNA

Joias TIFFANY & CO.

CARLA AMORIMMAURICIO MONTEIRO

MONTECRISTOJACK VARTANIANIZABEL ESTEVES

Acessórios DOLCE&GABBANABOTTEGA VENETA

CHANELEMPORIO ARMANI

GUCCITOD'S

E MAIS 300 LOJAS.IGUATEMISP.COM.BR

BOAS FESTAS

26805-014_IGUASP_AN_REV MAG_460x300mm.indd 1 11/18/14 11:03 AMUntitled-10 5 18/11/14 21:59

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SumÁrio ESPECiAL SPFW

20Top 5FFW Models

66Detalhes mil

32All access

62Belezafeita à mão

30Santo em alta/A moda é forte

26Os criadores

14TOP 10Desfiles

FFWMAG - N39 - Sumario - FF - 03_HP.indd 8 19/11/14 17:33

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ESPECiAL SPFW

88Streetstyle

72Shooting

92Um dia com a top Renata Kuerten

98Laura e Lorena

100ConversaRonaldo Fraga

104ConversaAlberto Hiar

108ConversaJoão Braga

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publisherPaulo Borges

editor e diretor de CriaçãoAugusto [email protected]

diretor exeCutivoMauro [email protected]

editora de modaCamila [email protected]

editor de textoMarcos Guinoza

editora assistenteKátia Lessa

diretor de CastingLuiz Henrique Costa

produção exeCutivaMarcelo Nascimento

diretor de arteGabriel Finotti

designerFrederico Floeter

revisoraLuciana Sanches

FFW.com.br

editora de ConteúdoCamila Yahn

redatoraSarah Lee

repÓrteresMarcela Duarte Mariana Pontual

mídias soCiaisDaniel Ayub

Conselho editorialCamila Silva, Fabienne Musy, Graça Cabral, Luciana Braga, Marcia Matsuno

ColaboradoresAdriano Damas, Alex Batista, Bruno Cardoso, Chris von Ameln, Daniel Deak, Dindi Hojah, Eudes de Santana, Felipe Abe, Gabriel Cappelletti, George Krakowiak, Gi Macedo, Higor Bastos, Joana Cardoso, Krisna Carvalho, Mariana Pontual, Marcela Duarte, Marcelo Soubhia, Murilo Ganesh, Rafael Chacon, Rene Martins, Sarah Lee, Tathiana Yumi Kurita, Tavinho Costa

agradeCimentosDaniel Mafra, Renata Kuerten, Rene Serra, Tania Otranto e a todas as marcas, assessorias e modelos participantes do SPFW

A Lumi 05 não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios publicados nesta revista nem garante que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas.

lumi 05 marketing e propaganda ltda.Av. 9 de Julho 4.927 / 4.939 - Torre Jardim (A) - 9º andar01407 200 - São Paulo - SP Tel 55 11 3077 4877 [email protected]

-WWW.FFW.COM.BRINSTAGRAM: @FFWWWW.FACEBOOK.COM/FFW

publiCidadeRaphael [email protected] [email protected]

atendimento de publiCidadeTania Leone

operações em banCaAssessoria Edicase www.edicase.com.br

distribuição exClusiva em banCasDinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações

manuseioF&G Packing Embalagens e Serviços Ltda.

produção gráfiCaJairo da Rocha e Daniel da Rocha

pré-impressã0High Pass Pre Media

impressãoIpsis

A FFWMAG (ISSN 1809-8304) é uma publicação da Editora Lumi 05 Marketing e Propaganda Ltda.

Todos os direitos reservados.

Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusiva res-ponsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.

-Capa GISELE BüNDCHEN usa vestido COLCCI Foto EuDES DE SANTANA; styling DANIEL uEDA beleza HENRIquE MARTINS.

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v

C o l a

b o r a

d o r e s

Eudes de Santanao fotógrafo vive entre sp, londres e berlim. inspi-ração: “estar bem e em equilíbrio comigo mesmo”. Seus desejos de moda são uma felted flannel jacket

da coleção FW/14/15, do Helmut Lang, e um sneaker puma x ronnie fieg, exclusivo para a dover street Market. Para 2015, planeja fazer a primeira viagem ao Japão. SPFW #38: “O desfile do Reinaldo Lou-renço na faap. a coleção estava linda e a escolha da

locação foi muito feliz!”. @eudesdesantana

Higor Bastosfotógrafo e editor do ffW models, ele é mineiro

de Juiz de Fora. Mora em São Paulo. “Genti-leza me inspira”, diz. Seu desejo de moda são

“algumas peças da nova coleção que alexander Wang fez para a H&M”. Para 2015, quer “sucesso

profissional, saúde e muita luz”. SPFW #38: “sem sombra de dúvida, a estreia do meu querido amigo Vitorino Campos na Animale. Foi lindo!”.

@higorbastos

Felipe AbeFotógrafo, atua também como diretor de arte e faz

parte do canal põe na roda (Youtube). o que o ins-pira é transformar as pessoas por intermédio do seu trabalho. desejo de moda: “posso enumerar alguns? Alexander Wang, Prada e Givenchy. Quero tudo!”.

Para 2015, deseja “uma sociedade menos intolerante, em todos os sentidos, e muito boa sorte!”. SPFW # 38: “gostei bastante do apartamento 03 e da têca.

foi lindo. e adorei o darth vader”. @felipeabe

Tathiana Yumi Kuritaformada em moda. Cria imagens de moda por meio de fotografia, styling e figurino. “A rua e as pessoas me inspiram”, diz. Seus desejos de moda são Yohji

Yamamoto e Comme des Garçons. Para 2015, deseja luz. SPFW # 38: “há várias edições que eu não

sentava e assistia a um desfile sem ter que me preo-cupar em fotografar. O desfile do João Pimenta.

o masculino dele é incrível em modelagem, harmo-nia de cores, materiais e line-up”. @yumikurita

George Krakowiakparanaense de londrina, o stylist é formado em ciências sociais. inspiração: “adoro observar as

pessoas. sempre fotografo e guardo como referên-cia”. Ele diz que não tem desejo de moda. “Não por ter tudo, mas por achar que o novo sempre vem.” Para 2015, quer “trabalhar mais e mais”. SPFW #38: “É um grande prazer assistir ao Alexandre

herchcovitch, acho sempre um bom momento na semana de moda brasileira”. @georgekrakowiak

Tavinho Costafotógrafo, ele é catarinense de florianópolis. a

inspiração vem de viagens, livros, filmes. “Tento ver tudo que me agrada esteticamente.” das pessoas, é “obcecado por gestos e detalhes”. Diz que “ficou

louco” com a luva de boxe do alexander Wang para a H&M. Em 2015, deseja saúde para o filho, que

está a caminho, viagens para inspirar e temperança. SPFW #38: “os volumes de fernanda Yamamoto e

as proporções do João pimenta”. @tavinhocosta

Bruno Cardosoas maiores inspirações do maquiador são ídolos da música, principalmente das décadas de 1970 e 1980. desejo de moda: “a coleção resort do Ysl Homme”. Para 2015, quer continuar o trabalho que começou este ano e “uma conscientização

maior das pessoas em assuntos políticos e ambien-tais”. SPFW #38: “O desfile da estilista Giuliana

romano, adoro o trabalho dela, e os bastidores das fotos que fizemos”. @brnocardoso

Dindi Hojahmaquiador, é formado em design de produto e pós-graduado em moda. “nada me inspira mais a criar do que conhecer novos ambientes.” Diz que nunca teve desejo de moda até ver “a mochila destroyed, da Chanel”. Para 2015, deseja novas oportunidades de demonstrar seu trabalho. SPFW #38: “A beleza que a fabiana gomes criou pra animale, em que as modelos estavam incrivelmente maquiadas apesar

de não parecer”. @dindihojah

Alex Batistao que inspira este fotógrafo paulistano é “o pro-cesso de fazer as coisas”. Sobre desejos de moda, diz que gosta de bolsas e mochilas. “Ainda quero

comprar uma da South2 West8.” Para 2015, deseja “saúde para todo mundo que eu amo e mais tra-

balhos legais”. SPFW #38: “não foi diretamente na passarela, mas indiretamente. ter conhecido

pessoalmente o ronaldo fraga, de quem sou fã, e ainda ter feito o retrato dele”. @batista.alex

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Em 2015, a carreira de Gisele Bündchen e o São Paulo Fashion Week comemoram 20 anos

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moda13FFWmaG

carta

Fosse outra época, quando o mundo permanecia o mesmo por longos períodos, quase nada mudaria em 20 anos. Mas, desde que viramos de século, vivemos realidade diferente, e o mundo, hoje, muda a cada incríveis 18 meses. Assustador, não? Pois preste atenção ao que

diz o futurólogo americano Ray Kurzweil: “No século 21 não teremos cem anos de progresso, mas, sim, 20 mil”. Ou seja, vivemos uma época em que absolutamente tudo ao nosso redor se transfor-ma numa piscada de olhos.

Foi nesse ambiente complexo, de mudanças ocorrendo em velocidade supersônica, que o São Paulo Fashion Week nasceu, cresceu, tornou-se a maior semana de desfiles da América Latina e, em 2015, completa 20 anos de existência. Vinte anos que parecem 200! Vinte anos de profundas transformações sociais, culturais, políticas e comportamentais no Brasil e no mundo. Nesse perí-odo, como escreveu Erika Palomino na Folha de S.Paulo, “deixamos de ser vira-latas fashionistas e aprendemos (a elite também) a consumir com algum orgulho o que é criado pelos brasileiros”.

Viva nós, os doidos, que ousamos criar e organizar um “calendário oficial” para a moda brasilei-ra e acreditamos nela, acreditamos em sua força criativa!

As comemorações dos 20 anos do SPFW começaram nesta edição. Nas próximas duas (39ª, Verão 2016, e 40ª, Inverno 2016) seguiremos celebrando o legado de construção e transformação provocado pela semana que continua se renovando para acompanhar de perto as mudanças e se manter jovem, vibrante, relevante, sintonizada com o tempo agora. Tempo de festejar conquistas, corrigir coordenadas e avançar ao futuro.

Nesta FFWmaG, apresentamos o que de melhor aconteceu na 38ª edição do SPFW, Inverno 2015 – a edição que inicia o fim de um tempo e o começo de outro, ainda mais desafiador e, por isso mesmo, muito mais excitante. Se existe algo que me anima e me move é o desafio. E foi desafiante montar esta edição de FFWmaG a partir de um evento que gera milhares de imagens e centenas de assuntos que merecem registro. Quais os desfiles mais vistos pela audiência do FFW.com.br? Quais as modelos que mais desfilaram? Quais os acessórios mais bacanas? Quais as inspirações por trás de cada coleção? Para saber, conversamos com os designers.

Para chegar ao the best of da 38ª edição do SPFW, tivemos que rever tudo, imagem por imagem, além de fazer novas conexões, buscar ângulos inusitados (ou ainda não vistos), pensar em outros significados para o que já foi amplamente divulgado e mostrado. Mas não só isso. Pela primeira vez, temos na capa da FFWmaG a top número 1 do mundo, Gisele Bündchen, fotografada no cama-rim da Colcci minutos antes de entrar na passarela. A modelo estreou no SPFW e, em 2015, tam-bém comemora 20 anos de carreira.

Além desta histórica capa com Gisele, convocamos o fotógrafo Eudes de Santana para registrar imagens exclusivas do backstage dos desfiles – e essas imagens você só vê aqui – e trazemos entre-vistas com os estilistas Ronaldo Fraga e Alberto Hiar e com o professor de moda João Braga.

Os primeiros 20 anos de SPFW estão se encerrando. Outros 20 virão. E tenho certeza de que o melhor está por vir.

Paulo BorgesP u b l i s h e r

#amomoda amobr asil

o mELHor EStÁ Por VIr

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14FFWMAG 39 ModA

ranking

10Fotos Chris von Ameln, Gabriel Cappelletti, Marcelo Soubhia,

Murilo Ganesh, Rafael Chacon (Agência Fotosite)

Desfiles mais acessados pelos

leitores do FFW.com.br

t o p

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#1 animale 232.542 views

#2 Colcci 222.161 views

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#3 Cavalera – 216.685 views

#4 PatBo – 200.721 views

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#6 Osklen – 179.415 views

#5 Ellus – 184.061 views

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#7 Tufi Duek – 177.537 views

#8 alexandre Herchcovitch – 177.055 views

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#10 Pedro Lourenço – 161.849 views

#9 reinaldo Lourenço – 164.494 views

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ffw models

20FFWMAG ModA

A cinco modelos mais “bookadas” na temporada Inverno 2015 do SPFW e que definiram o espírito da estação

Texto e foto Higor Bastos

ToP 5

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Waleska GorczevskiFord Management, 26 desfiles

Waleska, 17, é catarinense de Florianópolis e, atualmente, a modelo brasileira a fazer mais sucesso nas passarelas internacionais. É a recordista do SPFW pela terceira vez consecutiva, totalizando 26 desfiles e alcançando destaque por abrir sete e fechar

cinco. Waleska desfilou para Acquastudio, Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Cavalera, Colcci, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Iódice, Lilly Sarti, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço,

Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sacada, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Versace para Riachuelo e Victor Dzenk.

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Luiza ScandelariWay Models, 25 desfiles

Luiza, 17, é paranaense de Campo Largo. Foi a fresh face da temporada, com um total de 25 desfiles em sua estreia. Desfilou para Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Gloria

Coelho, Iódice, Juliana Jabour, Llas, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, Versace para Riachuelo,

Victor Dzenk, Vitorino Campos e Wagner Kallieno.

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Jamily Wernke MeurerFord Management, 24 desfiles

Jamily, 18, é catarinense de Braço do Norte. Há algumas temporadas vem sendo a escolha certa dos diretores de casting e, neste Inverno 2015, desfilou para 24 marcas: Acquastudio,

Alexandre Herchcovitch, Animale, Apartamento 03, Ellus, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Gloria Coelho, Iódice, Llas, Lolitta, Osklen,

PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, TNG, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Victor Dzenk, Vitorino Campos e Wagner Kallieno.

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Jaque CantelliFord Management, 23 desfiles

Jaque, 19, é paranaense de Cascavel. Em sua primeira temporada, conquistou os diretores de casting e fez 23 desfiles: Acquastudio, Animale, Apartamento 03, Colcci, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, Giuliana Romanno, Gloria Coelho, Iódice,

Juliana Jabour, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Sacada, Triton, Tufi Duek, UMA Raquel Davidowicz, Versace para Riachuelo,

Victor Dzenk e Wagner Kallieno.

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Taila BerwigFord Management, 23 desfiles

Taila, 19, é gaúcha de Carazinho. Em sua segunda temporada, desfilou para 23 marcas e vem fortalecendo a presença nos castings nacionais. Desfilou para Animale, Apartamento

03, Cavalera, Colcci, Ellus Second Floor, Fernanda Yamamoto, GIG Couture, Giuliana Romanno, Iódice, Juliana Jabour, Lilly Sarti, Llas, Lolitta, Osklen, PatBo, Pedro Lourenço, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Têca por Helô Rocha, Triton, Tufi Duek, Victor Dzenk e

Wagner Kallieno.

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Eduardo Pombal, da Tufi Duek

26FFWMAG ModA

O frescor e a energia que se materializam na passarela a cada temporada só são possíveis porque nascem de pessoas. Tudo o que contagia existe primeiro na mente criativa de quem faz do design de moda o seu discurso. Se a reação aos lançamentos aparece na crítica especializada e nas impressões pessoais, a provocação e o conceito de cada coleção só podem ser explicados pelo criador. Minutos antes dos desfiles, enquanto cuidavam dos últimos detalhes para a apresentação de sua visão de moda, os designers do calendário falaram sobre a ideia por trás do que escolheram levar à passarela

Os criadoresTexto Marcela Duarte :: Foto Eudes de Santana

Patricia Bonaldi, da PatBo“Essa coleção foi inspirada na civilização celta e nas dançarinas irlandesas. Segue a linha da PatBo de uma aposta étnica, mas dessa vez com cores mais sóbrias e alfaiataria misturada ao streetwear.”

Veja todos os vídeos “Por Trás da Coleção” em FFW.Com.Br/ViDeos

“A inspiração foi um seriado sobre os vikings e um desenho animado, Como Treinar o Seu Dragão, que tem uma personagem, a Astrid, que está sempre com um bando de meninos.”

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27FFWMAG ModA

Estilistas

lilly sarti Vitorino Campos

Rodolfo souza, da ellus

“A coleção olha para a transição dos anos 1960 para os 1970, com forte referência do trabalho de Roberto Burle Marx.”

“A coleção fala sobre o mergulho, inspirada na cena do filme A Liberdade É Azul. As formas são super-retas e alongadas, com alguns pontos de volume com o uso de tecidos esportivos e nobres.”

“Olhamos para as gangues de rua, a influência do esporte e a estética urbana que sempre esteve no DNA da Ellus.”

Reinaldo lourenço

“A inspiração é a cidade de Florença, as obras da galeria Uffizi e o universo do Renascimento italiano. Olho para o passado, mas crio para uma mulher do presente.”

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estilistas

28FFWMAG ModA

estilistas

Helô Rocha, da Têca

Karen Fuke e igor de Barros, da Triton

Juliana Jabour

Gloria Coelho

“Uma floresta medieval com um pouco de japonismo, fluidez, shapes mais retos, sobreposições, bordados tridimensionais, estampas de colagem, bastante rico em texturas.”

“Mixamos o deserto de Star Wars, os sandtroopers, Darth Vader, C3PO com dourados, metalizados, lãs, joelheiras e ombros arredondados.”

“Resgatei o DNA da marca, que comemora dez anos. A coleção tem perfume 1970, nada literal. É um 1970 com uma pegada esportiva, que sempre foi forte no meu trabalho.”

“A inspiração é metamorfose das estruturas, uma mistura de anos 1960, 1970, 1980 e 1990 refeita de uma outra maneira.”

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29FFWMAG ModA

Estilistas

Wagner Kallieno

Oskar Metsavaht, da osklen

Carolina Gold e Pitty taliani, da Amapô

luiz Claudio silva, da Apartamento 03

“A coleção foi inspirada nas mulheres das imagens de Helmut Newton. As cores são basicamente branco e preto, e a cor mais forte é o camelo.”

“Eu me inspirei em um casal globe-trotter contemporâneo superligado à natureza e à tecnologia. A coleção reconstrói básicos essenciais para esse casal e suas viagens, como o trench coat, a camisa xadrez, o jogging de moletom, o smoking e o militar.”

“A coleção comemora os dez anos da marca; então, tem um clima de retrospectiva. Olhamos tudo o que já fizemos até hoje nos desfiles, pegamos as ideias de que mais gostamos e refizemos de um jeito novo.”

“Assisti ao filme Dersu Uzala e fiquei encantado com o personagem dele e a história da amizade, que bateu muito forte para mim.”

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Santo em alta

A moda é forte

Texto Paulo Borges

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31 modaFFWMAG

A imagem do céu carregado de nuvens cor de chumbo abriu a 38ª edição dentro e fora da passarela. No cenário da Animale, a estreia de Vitorino Campos foi saudada por raios e trovões virtuais, no mesmo momento em que se materializavam em toda a ci-

dade, trazendo uma chuva real, intensa e abençoada. Era um bom sinal. Como a dizer a todos que nem tudo está perdido, e que o fim dos tempos, ou o fim do mundo, ainda não chegou.

E se os céus conspiraram trazendo a esperada água, a qualidade das coleções nas passare-las não ficou atrás, afastando o mau humor e a ranzinzice que dominaram o mercado em um ano difícil e truncado por Copa e eleições. Não à toa falamos em mudança e movimento, em retomar o caminho do essencial, das linhas que sustentam a criação – o poder de renovação que ela nos traz e a capacidade de nos surpreender a cada edição.

Atentos ao mercado, há pelo menos dois anos trabalhamos para uma renovação na moda e provocamos um novo protagonismo. A renovação é orgânica em todos os segmen-tos e mais ainda numa área de criação como a moda. Mas o protagonismo tem que ser provocado, e fizemos isso ao colocar dez novos nomes ao lado de marcas que fazem parte da história do SPFW. Isso traz uma nova energia e uma vibração fundamentais para a evolução contínua do calendário.

Na passarela, o que se viu foram coleções cheias de inspiração e competência. Olho na criatividade e no desafio de fazer roupas que as pessoas queiram usar. Há quem diga que isso é ser “comercial” – como se isso fosse um problema! – mas o que eu percebo é que isso é ser sintonizado. Moda é desejo!

Todos os dias, quando uma pessoa escolhe uma roupa para sair de casa, ela está exercendo seu protagonismo. Alguns fazem isso conscientemente, cuidadosamente até, usando o visual para dizer alguma coisa: estado de espírito, condição social, atividade profissional. Outros montam o look de forma instintiva ou pragmática. O fato é que moda, expressão e comuni-cação estão mais ligadas do que nunca. Hoje, as pessoas não querem mais ficar de fora do processo da moda, apenas como espectadoras. As pessoas querem participar, usar imediata-mente tudo o que foi apresentado. Todo mundo quer se expressar em tempo real.

Sintonizados com os novos tempos, estilistas e empresários constroem marcas no exer-cício de unir identidade e comunicação com processo produtivo, no desafio constante de ser eficiente e sustentável. Isso tudo num ambiente pouco amigável com quem se atreve a empre-ender. É algo que merece nosso respeito e apoio.

Estamos concluindo duas décadas de muito trabalho. Trabalho de muita gente. Gente co-nhecida, mas muito mais gente anônima, que vive e vibra com essa energia criativa própria da moda. Gente que nasceu e cresceu com o SPFW. Gente que nasceu e cresceu nas redes. Moda sempre foi um empoderamento do self. Agora, na era das selfies e redes sociais, isso ganhou uma proporção inédita e fez surgir um novo protagonismo. As pessoas veem e postam. Ime-diatamente dizem do que gostam ou não gostam. Ninguém mais é neutro.

No evento, muitas tribos, muitos jovens, muitos estilos, tudo junto e misturado. Era bom de ver. “Isto é incrível! Muito fresco, muito vivo!”, me dizia Philippe Pasquet, presidente da Première Vision Paris, no primeiro dia do SPFW. A impressão de alguém que estava ali pela primeira vez só confirma o que ouvi de muitas outras pessoas. Era impossível não sentir essa energia. Uma energia que vem das pessoas. Todos queriam essa nova energia. O espaço a céu aberto na área central do evento, com mesas coletivas em volta dos food trucks, favorecido pela cenografia simples e despretensiosa do Atelier Marko Brajovic, era o cenário perfeito para aquilo que as pessoas mais querem ultimamente, que é se ver, se encontrar, comparti-lhar, trocar, experimentar.

Ao longo destes anos todos, vimos protagonistas que surgiram, outros que sumiram, em todas as áreas. Vimos estações mais fortes, estações mais mornas. Às vezes a natureza ajuda e os céus conspiram. É assim mesmo. Aqui e no mundo. Nesta edição, começamos a celebrar os 20 anos de SPFW e percebemos que os players da nossa indústria estão cada vez mais madu-ros, enquanto o público da semana de moda está cada vez mais jovem, conectado e exigente.

Movimento, mudança, vida. Moda é isso. É trabalho, é energia, é paixão. E essa é a roupa que queremos vestir todas as manhãs.

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all access

Foto Eudes de SantanaEdição Augusto Mariotti

colcci

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giuliana romanno

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animale

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animale

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apartamento 03

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gloria coelho

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triton

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vitorino campos

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ellus 2nd floor

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ellus

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tufi duek

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tufi duek

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patbo

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lilly sarti

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gig couture

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amapô

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reinaldo lourenço

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reinaldo lourenço

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lolitta

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lolitta

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pedro lourenço

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pedro lourenço

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alexandre herchcovitch

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Page 55: FFWMAG special

osklen

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fernanda yamamoto

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victor dzenk

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sacada

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cavalera

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Page 60: FFWMAG special

lino villaventura

veja as coleções completas e vídeos de todos os desfiles do SPFW inverno 2015 em FFW.com.br/deSFileS

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Page 61: FFWMAG special

iódice

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Page 62: FFWMAG special

Ilustrações Dindi Hojah

Beleza Feita

a Mao

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63

BELEZA FEITA À mÃO

Maquiagem Fabiana Gomes CabeloCabelo Ricardo Rodrigues Ricardo Rodrigues

Beleza Feita

a Mao

Gloria Coelho

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Maquiagem e cabelo Robert Estevão

64

BELEZA FEITA À mÃO

Ellus

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Maquiagem Fabiana GomesCabelo Krisna Carvalho

65

BELEZA FEITA À mÃO

Vitorino Campos

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Page 66: FFWMAG special

detalhes

Detalhes MilFoto Marcelo Soubhia, Daniel Deak,

Rafael Chacon, Rene Martins (Agência Fotosite)

Bolsas, sapatos e os delicados e surpreendentes detalhes das primorosas coleções do Inverno 2015

ellus

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Page 67: FFWMAG special

patbo

aniMale

osklen

detalhes

67FFWMAG ModA

apartaMento 03

patbo

tufi Duek

colcci sacaDa peDro lourenço

FFWMAG - N39 - Acessorios - FF - 07_HP.indd 67 18/11/14 20:32

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detalhes

68FFWMAG ModA

alexanDre herchcovitch

aMapô

lilly sarti

osklen lolitta

osklen

joão piMenta

aniMale

gloria coelho

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Page 69: FFWMAG special

giuliana roManno

gig couture

colcci

detalhes

69FFWMAG ModA

reinalDo lourenço

lilly sarti

alexanDre herchcovitch

vitorino caMposreinalDo lourenço juliana jabour

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patricia viera

detalhes

70FFWMAG ModA

ellus

fernanDa yaMaMoto

gloria coelho

vitorino caMpos

giuliana roManno

osklen

aniMale

joão piMenta

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pat pat’s

reinalDo lourenço

detalhes

71FFWMAG ModA

lolitta

llas

triton

aMapô

têca por helô rochapatbo tufi Duek

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animale

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Foto Tavinho CostaStyling George Krakowiak

Beleza Bruno Cardoso (Capa Mgt)Modelos daiane Conterato (Mega partners),

Mariane Calazan, dafne Cejas e eriCk Wienandts (Way), Mariana santana (joy), joCilio piantino,

larissa MarChiori, taila BerWig, karen MarinoviCh, jaque Cantelli (ford), agustin alerBorn (elo)

Produção de Moda andré puertas, philipe Mortosaassistentes de foto rôMulo dos santos,

pedro henrique MarquestrataMento de iMageM viCtor Wagner

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gloria coelho

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colcci

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ellus

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triton

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vitorino camPos

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Page 79: FFWMAG special

lolitta

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alexandre herchcovitch

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têca Por helô rocha

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Page 82: FFWMAG special

joão Pimenta

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Page 83: FFWMAG special

Pedro lourenço

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Page 84: FFWMAG special

reinaldo lourenço

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Page 85: FFWMAG special

tufi duek

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Page 86: FFWMAG special

osklen

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Page 87: FFWMAG special

ellus

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streetstyle

88FFWMAG ModA

Fotos Tathiana Yumi Kurita

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streetstyle

89FFWMAG ModA

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streetstyle

90FFWMAG ModA

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Page 91: FFWMAG special

streetstyle

91FFWMAG ModA

Veja mais fotos de streetstyle do SPFW em FFW.com.br/moda/StreetStyle

FFWMAG - N39 - Streetstyle - FF - 05_HP.idml 91 18/11/14 21:29

Page 92: FFWMAG special

Um dia com a top Renata Kuerten

Foto Felipe Abe

10h — Renata chega cedo para o café, numa manhã chuvosa. Ela veio de um voo de Maringá e chegou às 6 da manhã a São Paulo. Café da manhã para se preparar para a maratona no SPFW: serão cerca de cinco entradas ao vivo entrevistando os estilistas e mostrando a coleção para o FFWTV.

Acompanhamos a apresentadora do FFWTV durante a cobertura do São Paulo Fashion Week. A top esteve no backstage do evento e fez entrevistas

exclusivas com estilistas minutos antes dos desfiles

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Page 93: FFWMAG special

diário

11h — Renata dirige o próprio carro para o evento e dispensa motorista. Ela diz que adora se aventurar pela cidade.

11h30 — Esperando para entrar no evento, Renata checa a agenda e os compromissos da semana.

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Page 94: FFWMAG special

diáRio

12h30 — Para a primeira entrada, Renata tem que fazer uma maquiagem rápida com o amigo Daniel Hernandez.

12h — Antes de ir para o backstage, atende a pedidos e tira selfies na entrada!

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Page 95: FFWMAG special

RENATA KUERTEN

14h — A postos, relê a pauta e se prepara com seu diretor.

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Page 96: FFWMAG special

ASTRAL

HASTALA VISTA,

BABY

A V I D A E M C O R E S

Você já conheceas novidades Risqué? Fórmula hipoalergênica,novo pincel para aplicaçãoperfeita e uma novaembalagem para combinarcom tudo isso.

RISQUE_BICICLETA_AN_230x300MM.indd 1 11/13/14 2:13 PM

diário

19h30 — Na porta do evento, acena para nós. Tchau, tchau!

18h — Longe do SPFW há algumas temporadas, Valdemar Iódice fala sobre sua volta e inspirações para a coleção Inverno 2015.

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Page 97: FFWMAG special

ASTRAL

HASTALA VISTA,

BABY

A V I D A E M C O R E S

Você já conheceas novidades Risqué? Fórmula hipoalergênica,novo pincel para aplicaçãoperfeita e uma novaembalagem para combinarcom tudo isso.

RISQUE_BICICLETA_AN_230x300MM.indd 1 11/13/14 2:13 PMFFWMAG - N39 - Diario- FF - 06_HP.indd 97 18/11/14 21:06

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movimento hotspot

98FFWMAG ModA

Laura e Lorena

A temporada que trouxe dez estreias ao calendário da moda brasileira incluiu o desfile da marca Llas, das irmãs Laura e Lorena Andrade. A possibilidade de mostrar uma

coleção no São Paulo Fashion Week veio com a conquista do prêmio Movimento HotSpot na categoria moda, em julho de 2013. A criação da dupla foi destaque entre mais de 300 concorrentes na categoria, durante um processo eliminatório que durou 18 meses. Desde a vitória no ano passado, Laura e Lorena passaram a se dedicar ao desenvolvimento da coleção que foi apresentada na semana de moda.

“É muito legal essa oportunidade que o Movimento HotSpot dá, porque abre portas. Tivemos contato com profissionais de talento do mercado que dificilmente a gente teria. Essa troca de experiência do festival, que durou um ano, foi um aprendizado que acelerou o desenvolvimento da marca. Eles não estão só dando dinheiro, estão dando todo o apoio”, declaram as estilistas.

Tudo conspira para que a ocasião marque o início de uma trajetória de sucesso para a dupla. O desfile com estilo jovem e feminino arrancou elogios da imprensa e do mercado. “Quisemos

falar sobre o cultivo da delicadeza”, diz Lorena, ao apresentar a coleção batizada “We Patch”. Delicadas flores bordadas à mão aparecem com motivos inusitados e divertidos, numa mistura de materiais naturais e graciosos, como a gaze de linho com modelagens esportivas – a jaqueta bomber já virou modelo garantido nas coleções da grife. “Tudo tem uma ironia”, acrescenta Laura. Uma ironia divertida, quase debochada, mas aplicada delicadamente, das roupas aos tênis bordados com bananinhas, âncoras, cobras e galinhas.

Além de integrar o calendário do São Paulo Fashion Week, a dupla ganhou a oportunidade de desenvolver uma coleção cápsula para a Riachuelo, que chegou às lojas em novembro, trazendo algumas das peças que foram apresentadas no desfile.

llas.com.br

—Veja a entrevista completa, fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015

da Llas em FFW.com.br/desFILes

criadoras da marca llas, elas venceram o movimento Hotspot na categoria moda e

apresentaram sua primeira coleção no sPFW

Texto Camila Silva :: Foto Eudes de Santana

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movimento hotspot

99FFWMAG ModA

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RonaldoFraga

Foto Alex Batista

Por Kátia Lessa São Paulo, 8/11/2014

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Foto

: Eud

es d

e Sa

ntan

a

conversa

101FFWMAG ModA

Ele queria ser desenhista. Tudo mudou quando foi trabalhar em uma loja de tecidos. “A escola fundamental pra mim não foi a Saint Martins

ou a Parsons, foi a loja de tecidos, porque além de tecidos, entendi a história do outro.”

Um dia depois da apresentação na 38ª edição do São Paulo Fashion Week, o mineiro Ronaldo Fraga chega animado ao almoço que acompanhou esta conversa,

no restaurante Obá, em São Paulo. O peso nas costas do dia anterior era substituído por uma mochila de couro com um capuz, do designer conterrâneo Rogério Lima, que arrancou elogios até dos garçons.

No celular, Ronaldo mostra imagens de uma praia na Paraíba, para onde iria no dia seguinte. Ali, ele realiza mais um de seus inúmeros projetos de emprego e renda com apropriação cultural em pequenas comunidades – neste caso, produtores de couro com escama de peixe. Conhecido por ser um dos

estilistas que mais explora nosso repertório cultural, ele falou da importância e da defasagem do sistema educacional no país e se emocionou ao lembrar de quando uma das costureiras atribuiu a ele o fato de ter começado a ler Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade.

Em entrevista para FFWMAG, enquanto provava um ceviche, Ronaldo relembrou os tempos em que fez o primeiro curso de estilismo do Brasil, dividindo a sala de aula com travestis e vovozinhas; sobre como a timidez crônica o fez criar um personagem que nunca mais desapareceu e sobre a profecia de Renato Kherlakian, quando Ronaldo ainda era apenas um garoto de 17 anos: “Você vai ser um dos maiores estilistas deste país”.

Ronaldo Fraga no backstage de seu desfile no São Paulo Fashion Week Inverno 2015

FFWMAG - N39 - Conversa Ronaldo Fraga - FF - 06_HP.indd 101 19/11/14 17:45

Page 102: FFWMAG special

102FFWMAG ModA

RONALDO FRAGA

Você flerta com a moda desde criança?Meus pais morreram muito cedo. Quando

minha mãe morreu, eu tinha 7 anos, e quan-

do meu pai morreu, tinha 11. Meu pai morreu

no mesmo dia que minha mãe, só que qua-

tro anos depois. Éramos muito pobres, e meu

sonho era poder fazer curso de desenho. O

desenho veio antes da moda. Eu ficava sozi-

nho desenhando.

Quando eles morreram, vocês foram mo-rar com quem? Eu e meus irmãos ficamos sozinhos. Cuidáva-

mos uns dos outros e nossos avós davam as-

sistência. O mais velho tinha 16 anos. Durante

a infância e adolescência, vesti roupa doada.

Às vezes, chegavam roupas de adulto, então

minha avó tinha que cortar, ajustar, fazer

pence para servir. As roupas eram horríveis.

(risos) Mas hoje acho todas lindas, tenho na

memória uma camisa xadrez azul e branco e

uma calça de veludo marinho. Isso era roupa

de festa e, toda vez que tinha aniversário de

criança, era essa roupa.

Você queria ser desenhista?Eu não tinha grana para nada. Então, fazia

qualquer curso de desenho que fosse gratui-

to. Um dia, encontrei uma vizinha no ponto

de ônibus e ela estava indo fazer um curso

de desenho de moda e figurino no Senac. Foi

a primeira vez que vi um desenho de moda.

Quando ela me mostrou, eu disse: “Ah, gos-

tei disso”, e ela: “É um curso”, e logo pergun-

tei: “É caro?”. (risos) Quando descobri que

não era, fui lá fazer o teste, tinha 15 para 16

anos, era o mais novo da turma.

Muito novo mesmo.Fui fazer esse curso no Senac numa época

em que se alguém falasse que no futuro o

Brasil seria um país com o maior número de

escolas de moda do mundo iam rir da sua

cara, porque não existia nem curso superior

disso aqui.

Foi assim que você passou a querer traba-lhar com moda?Eu queria desenhar, nem tinha essa preten-

são. Eu ia fazer veterinária ou biologia. Dese-

nhar não era uma coisa para pobre, enten-

deu? Mas duas semanas depois do curso, o

Senac me ligou, oferecendo um emprego

para desenhar em uma loja de tecidos, e eu

falei assim: “Quanto tem que pagar?” (risos),

e a mulher falou: “Pagar? Mas isso é um em-

prego. Você vai receber por isso”. Eu falei:

“Gente, não acredito! O primeiro emprego

da minha vida”.

Você nunca trabalhou com outra coisa na vida?Nunca. Achei que ia ser o céu, mas quando

abria a porta da loja no centro da cidade, já

estavam umas 30 mulheres na fila com um

rolo de tecido. Alta, baixa, magra, gorda,

branca, preta, amarela, querendo roupa

para casamento, para velório, para formatu-

ra. Essa foi minha verdadeira escola.

O que mais aprendeu nessa loja?Consigo te falar qual é a composição de um

tecido pelo cheiro, porque eles rasgavam o

algodão, rasgavam a seda e a loja ficava

com aquele cheiro. Ou o barulho do empa-

pelado de seda pura, foi uma coisa que me

marcou muito. As mulheres contavam as

histórias e eu ia desenhando. Com maturi-

dade, eu te digo que, depois te ter estudado

em Londres, em Nova York, a escola funda-

mental pra mim não foi a Saint Martins nem

a Parsons, foi a loja de tecidos, porque além

de tecidos, entendi a história do outro e des-

cobri que, por trás da escola e da roupa,

existe uma conquista amorosa com seu

tempo, com seu grupo, com você mesmo e

numa época em que as pessoas viviam o ri-

tual da compra do tecido, da escolha do

modelo, da costureira e das provas. Isso me

emociona até hoje.

Como você conseguiu estudar fora do país?A Santista promoveu um concurso. No fim,

os melhores tinham que apresentar uma

coleção em uma feira de moda famosa na

época, a Fenatec. E eu nem sabia quem

era quem da moda e estavam a Costanza

Pascolato e a Regina Guerreiro. Lembro

que o Renato Kherlakian sentou na minha

frente, com aquela sobrancelhona dele, e

eu fiquei mostrando tudo e ele calado, e

eu: “Nossa, que medo desse homem”.

(risos) Quando terminei de apresentar, ele

falou assim: “Posso falar uma coisa? Você

vai ser um grande nome na moda nacio-

nal”. Nunca esqueci.

Foi nessa época que você começou a olhar mais para as coisas que você vestia?Não. Eu nunca liguei. Sempre brinquei com

essa história do vestuário, inventei um perso-

nagem. Nessa época que eu colei uma más-

cara no rosto, porque odiava ser tímido. Em

Nova York, fiquei muito sozinho e fiz desco-

bertas importantes. A primeira vez que vi a

Comme des Garçons, sentei do outro lado da

calçada e chorei até não poder mais. Foi a

primeira vez que a moda fez isso comigo.

Comecei a pesquisar e pensei: “Gente, se

eles podem, por que nós não podemos?”. E

foi aí que descobri o quanto a formação cul-

tural é determinante para a qualidade de

um designer japonês ou belga, e que a base

da construção e da narrativa de moda des-

sas duas escolas é a cultura do país.

Tem gente que reclama da sua “brasili-dade”, não? Eu nunca levantei essa bandeira. Sou da opi-

nião de que não existem verdades absolutas,

então, o caminho que eu trilhei nesse ofício é

um dos muitos que a moda oferece. Tenho

colegas que optaram pelo caminho do co-

mercial, do fast fashion, e fazem isso muito

bem-feito. Tem outros que ficam grudados

na tendência para copiar e reproduzir, que

acho um trabalho do cão, muito mais traba-

lhoso do que criar, porque você está sempre

correndo atrás da próxima tendência. Então,

olho pra outro lugar, porque foi esse lugar que

fez meus olhos brilharem. Nesse lugar, eu me

sinto útil, esse lugar me move a fazer mais

uma coleção. Acho que, independentemente

da referência cultural, da pesquisa, da linha

em que você queira se inspirar, uma coisa,

sim, é fundamental: background cultural.

Você também já recebeu críticas sobre as suas apresentações, como recebe isso?Já disseram: “Moda não é teatro, passarela

não é palco”. A Lilian Pacce falou isso de

mim uma vez. E eu acho que a moda é tea-

tro e a passarela é palco, sim! Teve uma

época também em que um escreveu que eu

confundia moda com samba-enredo. Acho

que é samba-enredo, sim! E muito do que

despertou a atenção em mim, quando

criança, sobre cultura brasileira foi por meio

de samba-enredo de escola de samba do

Rio ou de adaptação de clássico de literatu-

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Page 103: FFWMAG special

conversa

103FFWMAG ModA

ra para novela das 6. Para mim, a trilha e a

cenografia são muito importantes por um

prazer pessoal meu de transportar as pes-

soas para aquele lugar da pesquisa. E é

como uma celebração de despedida, o últi-

mo momento em que a roupa me pertence,

dali para frente ela não é mais minha.

Você considera a formação acadêmica fundamental para o profissional da moda?Nunca achei a formação tão importante

quanto agora, porque hoje o mercado não te

dá mais tempo de experimentar. Quando

comecei, você experimentava na faculdade

antes de ir para o mercado. Entrava em con-

tato com outras verdades de moda antes de

ter que construir a sua.

A escola de moda brasileira tem uma identidade?Ainda não. As escolas de moda no Brasil se-

guem o currículo europeu, que já foi sucate-

ado pelos americanos. Então, é muito anti-

go. Poderíamos ter outras cadeiras. Acho

que deveria existir um intercâmbio cultural

dentro do Brasil. Você tem uma indústria em

Santa Catarina, mas são lugares que não

tem borogodó; aí você tem Recife, por exem-

plo, que tem borogodó, mas não tem indús-

tria. Então, pega esses estudantes de Santa

Catarina e joga pra poder cair no forró lá em

cima, entendeu? E pega a turma lá de cima

e mete na indústria têxtil aqui em baixo.

Acho que isso poderia ser um dos caminhos

possíveis para uma escola de caráter exclusi-

vo. Mas o Brasil está passando por um mo-

mento de cegueira coletiva, em que a cultu-

ra é algo cada vez mais pasteurizado e

embrulhadinho para consumir em casa.

Você criticou o vestido da Gisele na aber-tura da Copa. Ele foi um reflexo dessa pasteurização?Fui muito malhado na história do vestido da

Gisele Bündchen, porque naquele momento

em que o mundo estava olhando para o Brasil,

a top do mundo entra, claro, com um vestido

escolhido a dedo pela equipe da Louis Vuitton

que é a cara do Brasil e da brasileira: curto, de

alcinha e viscolycra. Então, eu falei: “Gente,

esse lixo de vestido vai ser copiado e virar a

verdade de norte a sul do país”. Bom, eu não

sabia que Gisele era Ayrton Senna, e as pesso-

as acharam que eu estava falando da Gisele,

coisa que nunca fiz. No outro dia, foi pra home

do UOL. Eu tinha no meu Instagram quase 10

mil comentários acabando comigo. O mais

leve era assim: “Olha, seu veado, tudo que

você queria era ter o corpo e o cabelo dela.

Volta a roubar vaso do cemitério!”, me confun-

dindo com Ronaldo Ésper. (risos)

Qual é a situação do mercado de moda atual?As micro e pequenas empresas hoje, no

Brasil, são quem realmente movimentam a

economia. Elas fazem o dinheiro circular e

incentivam o consumo, e o governo brasileiro

estabelece o dialogo só com grandes empre-

sas. Estamos caminhando para um lugar

aonde ou você é grande ou você não existe.

Isso sem falar na carga tributária, 60% de

tudo o que eu vendo vai embora com os im-

postos. Esses 40% são para sobreviver, pagar

funcionário e reinvestir no negócio. Então,

tenho na minha confecção o mesmo maqui-

nário que tinha há dez anos. Como é que a

gente evolui assim?

Qual a sua turma na moda?Ai, meu Deus! Deixa eu ver… Eu não tenho

turma da moda. (risos) Talvez, eu até pudes-

se falar: “Ah, é que estou em Belo Horizonte”,

mas nem em Belo Horizonte eu tenho tur-

ma. Ah, acho que queria ser mais próximo da

Fernanda Yamamoto. Gosto também da

Kátia Barros, da Farm.

Você se vê trabalhando longe da moda?Morro de inveja de quem escreve bem. Eu

queria dedicar mais tempo à escrita e à ilus-

tração. Vou lançar um livro infantil no mês

que vem. Hoje, estou num lugar muito con-

fortável e que foi construído porque, ao lon-

go de 40 coleções e tantos projetos, venho

estabelecendo um diálogo com outras fren-

tes que não a moda. Então, não vivo da

moda, não vivo da minha confecção.

E do que você vive?Faço muitas coisas, muitos projetos no país

que eu amo. Adoro, por exemplo, estar en-

volvido com projeto de emprego e renda

com apropriação cultural. Na semana que

vem, vou passar quatro dias em uma praia

da Paraíba desenvolvendo produto com es-

cama de peixe, com um grupo de mulheres.

Vamos colocar as meninas para fazer algu-

ma coisa legal com a escama.

O que você gosta de vestir?Uso as minhas peças com defeito.

Mas não tem nenhuma marca que faça seus olhos brilharem?Não sou um consumidor de roupa, de verda-

de. Consumo livros e música.

Suas coleções sempre contam uma histó-ria. Sua equipe de produção estuda esses universos antes ou esse papel é só seu? As pessoas ficam comigo muitos anos. Tem

costureira que tem 20 anos comigo. E uma

coisa que é muito bacana é que elas ficam

ansiosas pela história da próxima coleção. Eu

reúno todo mundo, toda a equipe, e o primeiro

grupo com quem falo sobre o que será a pró-

xima coleção, evidentemente, é formado por

eles. Com isso, você gera uma cumplicidade.

Elas acompanham tudo, torcem e choram

nas apresentações. Uma das minhas costurei-

ras começou a ler Drummond e Guimarães

Rosa por causa das coleções. Tenho que esti-

mular essa pessoa a correr atrás de alguma

coisa. Então, acho que nesse lugar a moda é

um vetor poderosíssimo, e é isso que me fasci-

na nela, porque, além de um vetor econômico,

ela é um vetor cultural como poucos.

iNSTAGRAM @FRAGARONALDO

—Veja as fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015 de Ronaldo Fraga em FFW.com.bR/dESFIlES

“O caminho que eu trilhei é um dos muitos que a moda oferece. Acho que, independentemente da referência cultural, da pesquisa, da linha em que

você queira se inspirar, uma coisa, sim, é fundamental: background cultural”

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AlbertoHiar Foto Alex BatistaPor Kátia Lessa

São Paulo, 6/11/2014

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conversa

105FFWMAG ModA

Ele ajudou a construir o streetwear brasileiro e conta sua história para FFWMAG, da infância em Heliópolis, na periferia de São Paulo, até o

surgimento da icônica marca Cavalera

Empresário, político, diretor criativo e apaixonado pela família. Alberto Hiar nunca se conformou com o lugar onde estava. Inquieto e provocador, faz do novo e do

fora do comum sua rotina. Crescido na região de Heliópolis, ele viu grande parte dos amigos de infância morrer enquanto ajudava a construir o streetstyle brasileiro e fazia de uma estamparia de camisetas, que surgiu entre o Brás e o Ipiranga, uma das marcas mais desejadas por bandas de rock e pela turma descolada dos anos 1990.

Filho de uma libanesa analfabeta e de um pai feirante, ele sempre soube que teria que andar na linha para não derrapar na

ladeira que foi sua carreira até a construção da icônica Cavalera. Hoje, a marca carrega não apenas a história ligada a um estilo de vida, mas também o DNA de uma das cidades mais pulsantes do mundo, São Paulo.

Em entrevista para FFWMAG, Alberto Hiar fala sobre não ter amigos na moda, sobre como a banda Sepultura o fez entrar na política, a aversão às drogas, os tempos de igreja evangélica, o assassinato e suicídio de dois irmãos e a paixão pelo novo papel, o de avô. “Não troco nada no mundo pela minha família”, manda, em um momento mais turco do que louco.

Foto Alex Batista

Alberto Hiar no backstage da Cavalera no São Paulo Fashion Week Inverno 2015

Foto

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ALBERTO HIAR

Você cresceu na região de Heliópolis. Como foi sua infância por lá?Eu cresci brincando na rua, porque aquela re-

gião era vazia. Perto da minha casa tinha um

terreno gigante que parecia uma fazenda.

Era moleque mesmo, toda hora um quebrava

o braço e a gente ficava no hospital Heliópo-

lis, que, na época, era uma referência, espe-

rando ser atendido e via os caras entrando

baleado. Aos 15 anos, quase vi um cara mor-

rer na minha frente, isso me deixou com mui-

to medo. Mas são cenas que fazem parte da

minha história, minha mãe mora lá até hoje.

Você tem contato com seus amigos de infância? Morou lá até que idade?Morei até os 35 anos. Mesmo casado, conti-

nuei lá porque não queria deixar minha mãe

sozinha. Não tenho amigos de infância, a

maioria morreu cedo.

Morreram como?Tiro, droga, overdose, tráfico, assalto, treta

entre eles. Isso é normal. Tenho amigo que

morreu baleado em cima da minha moto em

meio a um tiroteio. Mas tinha um lado muito

bom, eu adorava fazer motocross ali por per-

to, em uma pista na Vila Carioca. Na divisa

com São Caetano, tinha um lago e a gente

tomava banho nele, era uma zoeira total.

Quantos irmãos você tem?Nove. Minha mãe teve 16 gestações. Eu per-

di um irmão com 4 anos, que eu nunca co-

nheci, que morreu no Líbano, e dois irmãos

há 15 anos. Um se suicidou e o outro foi as-

sassinado no Pari. Teve a ver com envolvi-

mento com drogas, uma coisa chata.

Você cresceu em uma casa com educação machista?Sim, o homem libanês é conservador. Tem uma

coisa do árabe que é assim: ele é o homem

mais safado do mundo, mas é o homem mais

família do mundo. Então ele protege a mulher

dele, mas ao mesmo tempo tem um mundo

dele, até naturalmente, de ter três mulheres,

quatro mulheres, mas isso é mais coisa dos

muçulmanos, não dos cristãos. Eu cresci assim,

mas sou casado há 30 anos e sou superfeliz,

sou apaixonado, minha família é tudo pra

mim. É loucura até o que eu sinto pela minha

mulher, pela minha família, pelos meus filhos.

Eu não abro mão disso por nada. Estou louco

pelo meu neto. Ele acabou de fazer um mês.

Seu último desfile fala de uma história infantil. Foi influência dele?Totalmente. Fiquei pensando que já vou ter

que começar a contar histórias para ele e co-

mecei a transitar por esse universo outra vez.

Meu neto tem meu nome, a dinastia conti-

nua: Alberto Hiar Neto, estou todo babão.

Você era crente. Por que deixou de ser?Quando perdi meus irmãos, a minha relação

com esse cara, porque Jesus pra mim é um

cara, quase um guru, que exerce um poder so-

bre a nossa vida, um grande líder religioso. E eu

achei que ele foi sacana com a minha mãe,

comigo. Meu filho quis estudar filosofia e a

gente começou a discutir religião e aí, eu falei:

“Ah, meu, esse cara não existe, esse cara é pe-

ga-trouxa”. Mesmo assim ainda acho que Je-

sus foi um grande líder. Mas não acredito que

ele fazia milagre. Quando comecei a ver essa

coisa de pastor e roubalheira, percebi que não

precisava ter uma religião pra fazer o bem.

Com o que você trabalhou antes de ter a Cavalera?Na época da Copa do Mundo, eu costurava

bandeira e vendia. Também já vendi limão e

só depois fui trabalhar no Brás.

A moda já te atraía?Na época o que me atraía era o estilo. Com 16

anos, virei empresário. Montei uma estampa-

ria e comecei a fazer estampa de surfe em

camiseta. No Brás, você aprende a negociar.

Tinha um bom olho para o que era legal, en-

tão comprava lá e vendia para uns amigos

para colocar grana na estamparia. Até que,

um dia, vi um cara vendendo uma camiseta

que parecia essas coisas meio college. Olhei e

pensei: “É isso que eu quero pra mim”. Dei uma

xavecada no cara e virei sócio. Ele fabricava e

eu vendia. E eram umas camisetas muito le-

gais, porque não existia aquilo no mercado.

Quando a sua marca passou de uma es-tamparia de camisetas no Brás para uma grife cool?Foi quando fiz uma coleção cheia de cruzes,

umas estampas loucas. Não existia marca

de streetwear por aqui, então pirei com tin-

turas e não vendi nada. Aí fiquei puto e pen-

sei: “Porra, ninguém está entendendo essa

história!”. Mesmo assim, abri uma loja que

chamava Vision com esse tipo de peça e, um

dia, o Sepultura curtiu e tudo começou.

Você conhecia o Iggor e o Max Cavalera?Conhecia o Max. Ele curtia as camisetas da Vi-

sion porque tinha visto um fotógrafo que eu

vestia com umas peças. Um dia ele pegou uma

caneta e pintou Vision em uma calça. Só que ele

usou essa calça na foto da capa de um disco, e

aí comecei a vestir os caras e a marca explodiu.

Como você recebia essa influência exter-na, as referências de moda?Com 20 anos, juntei dinheiro e fiz uma via-

gem. Fui para Nova York, Califórnia e Orlando.

E foi uma experiência incrível, porque, em Or-

lando, via gente do mundo inteiro, ali na Dis-

ney. Então, tudo aquilo serviu de referência

pra mim. Em Nova York, via as coisas de ne-

gão. Eu tinha uma calça larga igual a deles e,

um dia, um negão virou pra mim e disse: “O

que você é? Você é trouxa, cara? Seu branco

do caralho usando roupa de preto”. E eu que-

ria falar que era moda no Brasil e o cara que-

ria me socar a orelha. E na Califórnia… Bom,

pirei. Eu olhava aquele clima e pensava em

como transformar isso em roupa na volta. Aí

um tempo depois foi muito louco ver os caras

do Faith No More usando coisa minha, sabe?

De onde surgiu o apelido Turco Loco?Nos anos 1990, eu fazia um comercial na

Gazeta em que jogava as roupas pra cima e

falava que o turco (porque aqui no Brasil

todo árabe é turco) tinha ficado louco e es-

tava fazendo promoção das marcas de sur-

fe. A Vision era legal, mas ainda não dava

dinheiro, então criei a Surf Combat, que

vendia essas marcas de surfe que eram

bombadas como OP, Hang Loose etc.

Quando surgiu a Cavalera?Naquela época da Vision, o Iggor Cavalera

pirou que queria ter uma marca, então su-

geri que abríssemos uma juntos, porque

gostávamos das mesmas coisas. Sentamos

para decidir o nome, ele queria Zóio, que era

o apelido dele. Eu falei que nem a pau.

Achamos que Cavalera tinha uma sonorida-

de e ficamos sócios até ele sair.

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conversa

107FFWMAG ModA

Vocês brigaram?Toda banda tem sua Yoko Ono, né? O Iggor é

uma das pessoas mais doces do mundo.

Com ele, nunca briguei, mas ficamos um

tempo sem se falar por causa da ex-mulher

dele, a Monika. Brigamos feio, mas depois

comprei a parte dele e, quando ele se sepa-

rou, apareceu lá na fábrica e ficou tudo bem.

Mas teve uma época que eu não queria nem

ouvir falar de rock, de Sepultura, essa história

mexeu muito comigo.

Qual o tamanho da Cavalera hoje?Todo mundo acha que a Cavalera é muito

maior do que ela de fato é. Ela é uma marca

boa, mas não é grande. Estamos presentes em

600 pontos de venda e 30 lojas, entre franquias

e próprias. São 25 lojas próprias e cinco fran-

quias. Isso não é uma marca grande. Hoje uma

marca grande tem 1.500 pontos de venda.

E aonde você quer chegar? O que você imagina para a Cavalera?Pra mim, o legal da marca é não perder essa

identidade que a gente tem. E dobrar o ta-

manho. Não quero muito mais do que isso,

não. Acho que a gente tem uma marca sau-

dável, verdadeira, autêntica e única.

Você começou fazendo roupa masculina, que é uma coisa bem difícil no Brasil. O que o homem brasileiro veste hoje?Veste mal. (risos)

Tem gosto ruim ou não se preocupa com isso?Ele acha que o poder está no dinheiro, na

conta bancaria, no carro, no pagar a conta.

Na maioria das vezes, eles compram um

jeans, mas não estão preocupados com a

base do jeans, não estão preocupados com

a base da camisa. Eles não têm nenhuma

informação de moda, compram marca,

porque acham que a marca é o que dá a

eles o status de estar ou não bem-vestido.

Mas já começo a ver uma grande mudança.

O homem está acelerando tanto esse pro-

cesso que está virando quase uma mulher.

Quando você está criando para o homem, chega a ter uma censura tipo “o brasilei-ro não vai usar isso”?Muito, muito mesmo. Mas eu faço mesmo

assim. Eu me permito ter uma porcentagem

de produtos que não vou vender. Mas sei que

quero ser o primeiro a fazer. Já está tudo

calculado na verba de marketing. A gente

acaba dando para um pessoal que curte,

artistas e tal.

Você é um cara que sempre explorou São Paulo nos seus desfiles. De onde veio essa vontade?A Chanel também explorava pontos interes-

santes de Paris. Se ela explorava Paris, por

que não posso explorar São Paulo? O que eu

tenho em São Paulo? É o Rio Tietê? Então,

vou fazer um desfile no Rio Tietê. Gosto de

andar de metrô. Então, fiz desfile lá, e assim

por diante. A caixa da sala de desfile tradi-

cional estava chata pra nós na época. Eu

amo São Paulo. Amo e odeio, né. É uma ci-

dade que não foi estruturada, mas ao mes-

mo tempo é uma cidade que te propõe um

pouco de tudo.

Você foi deputado estadual e vereador, ainda pensa em se envolver com política?Isso começou quando fui fazer um show do

Sepultura e não tinha licença. Aí um cara disse:

“Procura um vereador que ele te dá uma licen-

ça”. Então procurei um cara que prefiro não

citar aqui porque é um imbecil, e ele disse:

“Show? Sepultura? Você está brincando… Vira

político e faz”. Então, eu me elegi vereador.

A lei que acabou com a consumação míni-ma é sua, não?É minha sim, e tem outra lei que é importan-

te, a lei proibindo a venda de álcool e cigarro

para menores de 18 anos. É uma lei minha

também. Quando ela vira decreto, passa a

ser lei do Executivo. Mas eu que propus e apro-

vei na Assembleia. Sempre fui uma pessoa

ferrenha contra a venda de álcool e cigarro.

Você bebe?Não. Agora, depois de velho, comecei a tomar

um vinhozinho. Ninguém acredita, mas nun-

ca fumei, nunca cheirei. Tem nego que chega

pra mim e diz: “Trouxe um presentinho pra

você” e coloca um baseado no meu bolso. Aí,

eu chego em casa e minha mulher dá risada.

Você é bom de negócios como manda seu sangue árabe?Aprendi a ser. Sou um cara mais de criação,

mas fui obrigado a ser bom nisso para não ser

enganado. Tenho um diretor financeiro e o

cara ganha bem, ele não vai trabalhar numa

empresa se ele não tiver segurança nessa em-

presa, porque você vai tirá-lo do mercado de

trabalho. E aí quando você começa a mostrar

pra ele que você não é um “pobre star” e que

você está focado, o cara fica amarradão, tra-

balha com gosto. Ele fala que minhas ideias

são loucas, mas mostro coerência no que falo.

O que deveria mudar no business da moda para ajudar o mercado?A moda não é um setor unido no Brasil. Por

que você acha que o setor automobilístico

consegue o que quer? Porque é unido. Aqui

os empresários se encaram como rivais, rola

muito egocentrismo. Não é isso o que a gen-

te quer. A gente quer conversar com o go-

verno. Essa coisa de estilista que não é em-

presário é babaca, é metido à besta. Você é

um empresário, e dentro dessa sua empre-

sa, você é o estilista. Na minha empresa, sou

o diretor criativo, mas poderia ter outro car-

go. Deveria existir um grupo de empresários

para intermediar esse diálogo.

E roupa? Onde você compra?Adoro brechó, compro em viagens porque adoro

fuçar. Também gosto de algumas marcas como

Alexander McQueen. No Brasil, uso Ricardo Al-

meida e Cavalera, adoro as coisas que eu faço.

InSTAgRAM @ALBERTOHIAR

—Veja as fotos e vídeo do desfile de Inverno 2015

da Cavalera em FFW.Com.br/dESFIlES

“Pra mim, o legal da marca é não perder essa identidade que a gente tem. E dobrar o tamanho. Não quero muito mais do que isso, não. Acho que

a gente tem uma marca saudável, verdadeira, autêntica e única”

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JoãoBraga

Foto Alex Batista

Por Kátia Lessa São Paulo, 10/11/2014

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conversa

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Enciclopédia viva da moda nacional, ele fala sobre educação de moda no país, a nova geração

de estudantes e sobre a paixão pelas camisas coloridas e artesanais que vendia no Mercado

Mundo Mix nos anos 1990

Para entrevistar o professor João Braga, 53, é preciso ser pontual. Uma vez marcada hora e local, não há mais volta. Nossa única forma de contato é o número de um telefone

fixo, pois ele não usa celular nem e-mail. Ele conta que arranca gritos de quem descobre sua opção pelo mundo off-line. “As pessoas ficam chocadas, mas não gosto de máquinas e não sou imediatista”, diz. No lugar dos artefatos tecnológicos, ele prefere livros, milhares deles, mais precisamente, 25 mil exemplares, que formam uma das mais completas bibliotecas de moda do país.

Professor da Faap e da Faculdade Santa Marcelina, ele é formado em desenho e plástica e educação artística, que cursou em Juiz de Fora, Minas Gerais, apesar de ter nascido em Paraíba do Sul, interior do Rio de Janeiro. Os cursos foram escolhidos em uma época em que a moda ainda não fazia parte das grades

universitárias no país. Na adolescência, chegou a pensar que o futuro dele estava na área de artes.

João Braga é autor de seis livros – todos escritos à mão – e de um blog para a marca Princess Joias, no qual também redige os posts à caneta e passa para uma pessoa digitar. O tema é o mesmo: moda, moda, moda.

Quando fala do assunto, o tom da voz passa a ser animadíssimo. Além disso, a fala didática e a linguagem primorosa não escondem a vocação para a sala de aula. Hoje, João Braga leciona nos cursos de moda, design e produção cultural e na pós-graduação em perfumaria. Eventualmente, ministra cursos livres na Casa do Saber e ainda consegue ensinar na pós-graduação de uma faculdade em Juiz de Fora.

João Braga em uma das sala de aula da Faculdade Santa Marcelina

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110FFWMAG ModA

JOÃO BRAGA

Como começou seu interesse por moda?Eu me interessei por moda usando moda.

Na época em que fazia faculdade existiam

duas edições anuais da revista Claudia

Moda, que era o máximo. Eu comprava os

exemplares em parceria com a minha irmã

e ficava com a edição masculina. Moda

sempre esteve ao meu redor. Minha mãe

era bordadeira, minhas duas irmãs eram

costureiras. Convivo com a moda muito

antes de cursar desenho e plástica e edu-

cação artística. No início, achava que que-

ria trabalhar com arte de alguma forma.

Tentei arquitetura no Rio e não passei, gra-

ças a Deus.

E como a moda virou profissão?Durante o período da faculdade, comecei a

pintar camisetas Hering com tinta acrilex.

Fazia pra mim, mas elas fizeram sucesso e

todo mundo queria comprar. Passou a ser

bacana circular pela faculdade com as mi-

nhas camisetas. Esse foi o primeiro flerte.

Você pensou em ser estilista?Nessa época, pensava mais em ser artista.

Lembro que, em uma disciplina de artes,

inventei um estilista com nome francês,

Des Mont. Eu direcionava tudo para o têx-

til, preferia o tecido ao papel. Talvez existis-

se uma chama acesa sobre ser estilista,

mas não me lembro claramente, isso já

tem mais de 20 anos.

O que você fazia antes de ser professor?Depois de formado, um amigo que tinha

vindo a São Paulo fazer o curso da Marie

Rucki, diretora do Studio Berçot, de Paris,

na Casa Rhodia, me indicou para uma

vaga em um ateliê de estamparia. Na épo-

ca, eles procuravam um funcionário sem

experiência para ser lapidado internamen-

te. Eu me mudei para São Paulo em feve-

reiro de 1985 e moro aqui até hoje.

A mudança valeu a pena?Trabalhei no ateliê dessa empresa síria du-

rante 12 anos. A Ragueb Chohfi era a maior

atacadista de tecido da América Latina,

então valeu muito a pena. Nós vendíamos

12 milhões de metros de tecido por mês.

Tive várias funções lá dentro e cheguei a

chefiar o ateliê. Dava palestras para com-

pradores e clientes e rodava o Brasil falan-

do de tendências de moda. Foi então que

começaram a chegar tecidos estrangeiros,

e os concorrentes que vendiam as peças

faziam mutretas com notas fiscais e ti-

nham produtos com preços inferiores. Seu

Lorenço, o dono, era um homem muito ho-

nesto e preferiu fechar.

Foi assim que você começou a dar aula?Quando saí de lá, fui dar consultoria de

moda. Tentei trabalhar em uma malharia,

mas não deu muito certo, porque eu lidava

melhor com tecidos planos. Já totalmente

contaminado pelo segmento, resolvi me ins-

crever em cursos de história da arte no Liceu

de Artes e Ofícios e no Senac. Fiz tudo que

dialogava com moda e arte. Nessa época,

só existiam cursos livres, nada de faculdade

especializada e eu já adorava estudar.

Quando começou a estruturação aca-dêmica do segmento?Há exatos 27 anos criaram o primeiro cur-

so de moda. As faculdades Santa Marceli-

na e Anhembi Morumbi brigam até hoje

para saber quem criou o curso primeiro.

Moda já era uma realidade internacional

nas universidades, mas no Brasil havia

uma incipiência. A Santa Marcelina tinha

uma disciplina chamada desenho de

moda desde 1964. Não era um curso, mas

já era uma sementinha. Passei a dar pa-

lestras no Senac, na Santa Marcelina e na

Faap. Foi assim que passei para o lado da

academia.

Nunca pensou em voltar para o lado de criação e produção?Não só pensei como voltei. Na segunda

edição do Mercado Mundo Mix, comecei a

vender camisas cheias de bordados feitos

pela minha mãe e minhas irmãs. Elas eram

muito trabalhadas, chamavam a atenção,

foi um sucesso. Fiz isso de 1994 até 1999.

Hoje não tenho mais tempo, faço as que

eu uso e todas elas são assinadas e data-

das em suas etiquetas de tecido.

Como você percebe os jovens que estu-dam moda hoje?Muita gente vem cursar moda porque gos-

ta de bater perna em shopping. Graças a

Deus não é a maioria, porque esse é um

grande erro. O que posso notar é que o jo-

vem na minha sala de aula hoje não lê

como deveria. Eles estão muito obcecados

por tecnologia e não conseguem ficar sem

segurar o celular nem durante as aulas. Eu

não uso nada disso e dentro da minha sala

é proibido tocar no celular.

Como você vive sem carro, sem celular e sem e-mail nos dias de hoje?Muito bem. Quando digo que não uso

nada disso, viro mico de circo, as pessoas

até gritam. Não gosto de máquina e não

sou imediatista. Há 14 anos não ligo minha

televisão. Não preciso ser o primeiro a sa-

ber das coisas, eu leio no jornal. Tenho uma

biblioteca inimaginável em casa com 25

mil livros, em especial, de moda, mas tam-

bém de temas como arte, joalheria, ciên-

cia, filosofia, religião e história. Em Paraíba

do Sul, minha cidade natal, coleciono

exemplares sobre jardinagem e bordado.

Com tanto acesso à informação dispo-nível atualmente, essa é uma geração mais esforçada ou mais preguiçosa?Preguiçosa. Eles gostam muito da minha

aula porque levo informações que não fa-

zem parte do repertório deles e que muitas

vezes não estão no Google. Isso um dia vai

servir para a criação de suas coleções. O

professor tem que fazer esse papel de

orientador, amigo, terapeuta, pai. Depois

eles reconhecem.

“O excesso de informação pode trazer a mesmice, mas os alunos bons e criativos são aqueles que conseguem tirar vantagem desse excesso

e filtrar as informações de forma autoral”

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conversa

111FFWMAG ModA

E é uma geração criativa? São bastante criativos. O excesso de infor-

mação pode trazer a mesmice, mas os

bons e criativos são aqueles que conse-

guem tirar vantagem desse excesso e fil-

trar as informações de forma autoral. Nin-

guém vai reinventar a moda, uma calça

será sempre uma calça e uma blusa será

sempre uma blusa. Mas é preciso pesqui-

sar, estudar. Tem aluno que faz roupa ras-

gada achando que é original e eu digo:

“Até os monarcas de 400 anos atrás já

usavam isso”. (risos) Nem todo mundo

nasce Chanel, mas a moda não é apenas

para criadores, precisamos de gestores, de

modelistas etc.

A academia se preocupa o suficiente com o lado mercadológico da moda?Nossos alunos estudam matemática fi-

nanceira, planilhas de custo etc. Mas os

alunos ainda não gostam muito. Voltam

mais velhos para fazer pós-graduação em

gestão porque vão para o mercado e per-

cebem o quanto isso é importante. Quan-

do ingressam na faculdade, só pensam em

criar, mas moda é negócio e tecnologia

têxtil, não tem jeito.

Qual a maior preocupação dos alunos dessa geração?O que está em voga hoje nas escolas é a

questão midiática. Os estudantes querem

muito aparecer porque acham que é a úni-

ca forma de se sustentar no mercado. Eu

explico que, se a qualidade for boa, a mídia

chega naturalmente, mas é uma batalha

dura. Muitos deles prestam mais atenção

na fama do que na costura.

Qual outro ponto importante que deve-ria ser mais trabalhado no mercado desde as escolas?A consciência de ecologia para a moda. A

questão das fibras, do algodão que polui

muito, a das tintas e a da água na produ-

ção do jeans. Isso é fundamental para esse

mercado e talvez não esteja sendo levado

tão a sério.

Quais as mudanças mais necessárias no ensino de moda hoje?Acho que falta explorar a área de serviços,

que hoje é uma realidade muito forte no

Brasil. Além disso, incentivar a leitura e

conscientização do mercado que os estu-

dantes vão enfrentar depois de formados.

A realidade fora dos muros da escola é

muito diferente do que eles aprendem co-

nosco. Acho também que deveríamos ter

menos alunos por sala porque nas aulas

práticas é preciso poder dar atenção qua-

se individual.

O número de escolas no Brasil cresceu muito rápido. Há qualidade no ensino?O Brasil é o país com o maior número de

cursos superiores de moda no mundo. Se-

gundo a Folha de S.Paulo, em um texto re-

cente, são 47. As escolas de São Paulo, do

Rio de Janeiro e de Belo Horizonte estão

mais conectadas, mas eu seria leviano em

dizer que as outras são ruins. Acho que de-

veria haver mais parceria com a iniciativa

privada. Os empregadores cobram coisas

dos novos profissionais que eles só vão

aprender no chão de fábrica. Santa Cata-

rina é o segundo Estado que mais tem es-

colas de moda e as parcerias com a indús-

tria têm dado ótimos resultados.

E por parte do governo?Deveria haver um diálogo maior entre o

Ministério da Educação e o da Cultura. A

moda dialoga com ambos e deveria ser

vista com mais atenção. Temos o segundo

setor que mais emprega no país. O Minis-

tério da Cultura tem que entender que

moda é expressão cultural. O couro, as fi-

bras naturais, os bordados são parte da

identidade nacional.

Os alunos copiam o que vem de fora?O aluno preguiçoso sim. Nós brasileiros,

em geral, temos um ranço da corte portu-

guesa que nos faz valorizar mais o que

vem de fora do que o que produzimos in-

ternamente. No nosso DNA cultural existe

esse hábito de achar que o que vem de

fora é melhor. Quando o presidente Collor

abriu as importações, tivemos inúmeros

problemas na indústria, mas valorizou a

nossa identidade de moda porque os esti-

listas passaram a valorizar a brasilidade.

Isso fez bem até para as nossas modelos.

O verde e amarelo deixou de ser cafona.

Um dos primeiros estilistas a trabalhar re-

ferências da Amazônia, por exemplo, foi

Tufi Duek, mas quem fez isso pela primeira

vez mesmo foi Zuzu Angel. Ela sofreu mui-

to porque na época elegante era valorizar

o que vinha de Paris. Hoje a Osklen faz isso

de uma forma bacana, vende o lifestyle

carioca e o mundo adora.

Qual o tamanho do seu guarda-roupa?Nem sei te responder, ele é bem grande.

Tenho mais de 300 camisas feitas por mim

que tenho dó de jogar fora, de dar ou ven-

der. No meu quarto são cinco portas, mas

tenho muitas araras, e roupas que ficam

no interior também.

Qual a sua marca favorita?Sinto saudade da carioca Mr. Wonderful.

Essa marca caía como uma luva no meu

corpo. Atualmente, tenho comprado muito

na Ellus, gosto do corte. Respeito muito o

trabalho de Alexandre Herchcovitch, que

faz uma moda urbana com identidade na-

cional, o André Lima, que explora a sensu-

alidade da mulher brasileira, o Lino Villa-

ventura, que se reinventa a cada seis

meses, o Ronaldo Fraga e a Osklen. No Ce-

ará, tem uma marca que eu adoro, a Ethos,

que faz um trabalho de bordado incrível.

Mas gosto mesmo é das minhas camisas.

“Temos um ranço da corte portuguesa que nos faz valorizar mais o que vem de fora do que o que produzimos internamente. No nosso DNA cultural existe esse hábito de achar que o que vem de fora é melhor”

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FFWMaG saúde112

A edição de novembro de 2014 do São Paulo Fashion Week não teve apenas lançamento de tendências da moda, mas também levantou a bandeira da conscientização do câncer

de mama. Trata-se da parceria feita entre o portal Mulher Conscien-te, da farmacêutica Roche, e as grifes Ronaldo Fraga e Amapô na produção de dois modelos exclusivos de lenços para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

“Quando diagnosticado e tratado em estágio inicial, o câncer de mama tem chances de cura muito elevadas, que podem chegar a quase 100%”, afirma Luciana Preger, gerente do grupo médico de oncologia da Roche.

Durante o SPFW, para engajar os convidados dos desfiles da Amapô e de Ronaldo Fraga, foram distribuídos os lenços e as in-formações sobre a ação #mulherconsciente para compartilha-mento da hashtag nas redes sociais, como forma de estimular as informações sobre o câncer de mama.

A iniciativa quer reforçar que estar na moda também é estar saudável e se sentir bem, mesmo nas fases mais difíceis da vida. “A adoção de um estilo de vida saudável, as consultas com o gi-necologista e a mamografia anual a partir dos 40 anos são armas fundamentais tanto na prevenção do câncer de mama quanto no diagnóstico precoce”, orienta a doutora Luciana.

O evento foi uma oportunidade para quebrar o estigma de que o diagnóstico do câncer de mama é uma sentença de morte e reforçar que as mulheres devem priorizar a autoestima, mesmo durante o tratamento. Isso porque, segundo estimativa do Institu-to Nacional de Câncer (Inca), 57 mil mulheres serão diagnosticas com câncer de mama em 2014.

Campanha Mulher Consciente faz parceria com as grifes Ronaldo Fraga e Amapô pela conscientização do câncer de mama

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publieditoRiAl

Estampa criada pela Amapô para a campanha Mulher Consciente

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Inspiração e formação

transformamHá 45 anos, o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do

Estado de São Paulo, é referência no ensino profissional público de qualidade, coordenando uma ampla rede de cursos técnicos

(Etecs) e de nível superior (Fatecs), implantados em mais de uma centena de municípios paulistas

Texto Marcos Guinoza :: Foto Alex Batista

A missão do Centro Paula Souza é promover uma educação profissional pública de excelência, formando cidadãos para o mercado de trabalho. Essa missão não teve início

hoje, já está em curso há 45 anos, e segue se reinventando, avan-çando, inspirando novas ideias, capacitando pessoas, aperfeiçoan-do-se cada vez mais em uma busca permanente para se adequar às

necessidades de uma sociedade em constante transformação. A instituição surgiu em 1969, na gestão do governador Roberto

Costa de Abreu Sodré, e começou a operar no ano seguinte, com o nome de Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Pau-lo (Ceet). Posteriormente, foi rebatizada, recebendo o nome de Centro Paula Souza, em homenagem ao engenheiro e professor

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Antonio Francisco de Paula Souza (1843-1917), educador que, já em sua época, defendia a escola como meio de formação profissio-nal e não somente como local para discussões acadêmicas.

Criado para organizar os primeiros cursos superiores de tecnolo-gia, o Centro Paula Souza, no início, oferecia apenas três cursos: um na área de construção civil e dois na área de mecânica. Ao longo dos anos, a instituição foi se expandindo, conquistou prestígio em razão da qualidade do trabalho de estímulo ao desenvolvimento humano e tecnológico e, atualmente, administra 218 Etecs (Escolas Técnicas Estaduais), distribuídas por 161 municípios paulistas, que, além do ensino médio, oferecem 135 cursos, entre técnico e técnico integra-do ao médio. O centro também coordena as Fatecs (Faculdades de Tecnologia) do Estado de São Paulo. São 63 unidades, em 57 cida-des, onde são ministrados 71 cursos gratuitos – 70 na modalidade presencial e um na modalidade educação a distância.

As Etecs atendem a mais de 212 mil estudantes do ensino médio, técnico integrado ao médio e ensino técnico para os setores indus-trial, agropecuário e de serviços. Nas Fatecs, o número de alunos ma-triculados nos cursos de graduação tecnológica ultrapassa os 70 mil.

Os disputados cursos das Etecs não se restringem a áreas mais ligadas à mecânica ou eletrônica. Na verdade, englobam um gran-de e diversificado número de competências profissionais. Da arte dramática à agroecologia; de calçados à automação industrial; do cuidado de idosos a edificações; do marketing à eletroeletrônica; da produção de áudio e vídeo à mineração; de serviços de restau-rante e bar à zootecnia.

A elaboração dos currículos e cursos das Etecs é realizada a partir da parceria entre o Centro Paula Souza, o poder público e a iniciativa privada. A ideia é de que os cursos atendam ao perfil socioeconômico de cada região onde são implantados a fim de for-talecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs), formados por grupos de empresas das regiões. Em cidades localizadas no centro e no oeste paulista, por exemplo, com forte presença da cana-de-açúcar, as Etecs oferecem o curso técnico de Açúcar e Álcool. Outro curso, o de Serviços Jurídicos, nasceu da colaboração entre especialistas do Centro Paula Souza e do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atuaram em conjunto para elaborar a proposta curricular do curso, oferecido em 47 unidades. Há também o curso de Finanças, im-

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plantado com a colaboração da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e voltado à formação de profissionais para trabalhar em bancos e outras instituições do sistema financeiro.

Essas parcerias adequam a grade curricular dos cursos às ne-cessidades do mercado de trabalho, com resultados gratificantes nos índices de empregabilidade dos estudantes. Segundo o Siste-ma de Avaliação Institucional (SAI), metodologia de autoavaliação desenvolvida pelo Centro Paula Souza, 79% dos técnicos formados pelas Etecs estão empregados em até um ano depois da conclu-são do curso. Outro dado que comprova a excelência desses cursos é o desempenho das Etecs no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dados de 2012 divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), e que vêm se repetindo anualmente, mostram que, no Bra-sil, entre as 50 melhores escolas públicas, 12 são Etecs. No Esta-do de São Paulo, esse número pula para 44, com destaque para as Etecs São Paulo e Getúlio Vargas, ambas na capital paulista, Presidente Vargas, em Mogi das Cruzes, e Parque da Juventude, também na capital, que aparecem, respectivamente, na primeira, quinta, sexta e sétima colocações.

As Fatecs seguem a mesma lógica das Etecs. Os cursos e currí-culos são elaborados a partir da parceria entre o Centro Paula Sou-za, o poder público e a iniciativa privada, e também visam atender ao perfil socioeconômico de cada região onde são implantados com o objetivo de fortalecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs). A Fatec Diadema, por exemplo, oferece o primeiro curso público de graduação tecnológica de cosméticos do país. A elaboração do cur-rículo teve a participação de indústrias da região, que reúne mais de cem fabricantes do segmento de artigos de beleza. Os cursos das Fatecs têm amplo conteúdo prático e de aplicabilidade do conhe-cimento; a duração é de seis semestres e a carga horária total é de 2.400 horas.

De acordo com o Sistema de Avaliação Institucional (SAI), 92% dos tecnólogos formados pelas Fatecs estão empregados em até um ano depois da conclusão do curso. Em 2012, as Fatecs mais uma vez se sobressaíram no Exame Nacional de Desempenho de Estudan-tes (Enade). Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), os cursos de graduação tecnológica de Logística, Gestão Empresarial e Gestão Comercial estão entre os dez melhores do país. Em relação ao conceito – que varia de 1 a 5 – 92% das unidades da Fatec que foram avaliadas pelo Enade obtiveram nota 4 ou 5.

O Centro Paula Souza também foi credenciado pelo Ministé-rio da Educação para oferecer cursos superiores na modalidade educação a distância, além de firmar parceria com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Essas duas ações pos-sibilitaram a criação do curso superior de Tecnologia em Gestão Empresarial em regime semipresencial, que, no segundo semestre de 2014, foi oferecido em 20 Fatecs e, a partir de 2015, estará em outras 15 unidades espalhadas por diversas cidades paulistas.

Ampliar o número de cursos na modalidade ensino a distância está entre as metas do Centro Paula Souza para o futuro próximo, além da expansão do curso técnico integrado ao médio e de um maior investimento em inovação.

NOVA SEDEUma das mais interessantes intervenções arquitetônicas recentes na região central da capital paulista tem a ver com o Centro Paula Souza. Depois de mais de 40 anos ocupando um edifício projeta-do pelo arquiteto Ramos de Azevedo para a Escola Politécnica da USP, no Bom Retiro, a instituição, em junho de 2013, foi transferi-da para o bairro de Santa Ifigênia.

Com projeto dos arquitetos Taddei Neto e Francisco Spadoni, os prédios ocupam uma área de 6.680 m², em um quadrilátero for-mado pelas ruas Timbiras, Andradas, Aurora e General Couto de Magalhães, entre as estações Luz e República, do Metrô. São dois prédios independentes – em um deles funciona a sede do Centro Paula Souza e, no outro, a Etec Santa Ifigênia, com cursos orienta-dos para os setores gastronômico e hoteleiro.

O novo local foi escolhido com o intuito de contribuir com os planos de revitalização da região central de São Paulo, e as cons-truções seguem princípios da moderna arquitetura brasileira, com uso de metal e vidro, estrutura de concreto armado, lajes nervu-radas e pilares aparentes. São contemporâneas e pujantes como o próprio Centro Paula Souza, que busca alcançar e manter o grau de excelência nos processos de ensino por meio da utilização de recursos tecnológicos avançados e do estímulo à prática inovadora.

centropaulasouza.sp.gov.br

centro paula souza em números

etecs (escolas técnicas estaduais)

218 unidades161 municípios paulistas135 cursos técnicos gratuitos212 mil estudantes

Fatecs (Faculdades de tecnologia)

63 unidades 57 municípios71 cursos gratuitos

(70 na modalidade presencial e um na modalidade educação a distância)

70 mil estudantes

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ampliar mantendo a qualidadeDiretora-superintendente do centro paula souza desde 2004, laura laganá fala sobre as metas e os desafios de coordenar um dos mais bem avaliados programas de formação profissional do país

Com mais de 30 anos de experiência na área da educação, Laura Laganá é formada em Matemática e cursou Especialização em Planejamento e Gestão da Educação

Profissional na Unicamp. Começou a atuar no Centro Paula Souza em 1982, como professora de matemática. Em seguida, foi diretora de unidade, coordenadora de ensino técnico e chefe de gabinete. Em 2004, foi nomeada diretora-superintendente do Centro Paula Souza.

A atuação de Laura à frente da instituição pode ser dividida em três fases. Na primeira gestão (2004-2008), comandou uma grande expansão do número de unidades, vagas e cursos da instituição. Na segunda (2008-2012), teve como principal meta as parcerias com prefeituras, setor privado e com a Secretaria Estadual da Educação. Na terceira, iniciada em 2012, o objetivo é a expansão do curso técnico integrado ao médio e da educação a distância e o investimento em inovação, com a criação da agência Inova Paula

Souza, para promover políticas de inovação e coordenar ações dirigidas ao desenvolvimento de parcerias com as empresas, o setor público e as instituições de ciência e tecnologia. A ideia é criar oportunidades para que pesquisas aplicadas contribuam para o desenvolvimento social e econômico do Estado.

Filha de professora, Laura nunca teve dúvida sobre a vocação para o magistério. No Centro Paula Souza, ela atuou em todos os setores. “Isso me ajuda muito na superintendência. Quando converso com um diretor, professor ou coordenador, sei quais são as dificuldades deles.” Sobre a diferença entre lecionar e coordenar, ela explica: “O que encanta em ser professor é que você acompanha de perto a transformação dos alunos. Como gestora da instituição, acompanho a evolução do sistema como um todo, o que também é fascinante”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com Laura Laganá.

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IMpacto Da tecnologIa no aprenDIzaDoIncorporar tecnologia às práticas didáticas é imprescindível e esta-mos atrasados. O Brasil já devia estar investindo nisso há muito mais tempo. O setor privado investe mais rapidamente do que o setor público. Negar a importância da utilização da tecnologia é ignorar a expectativa dos nossos jovens, que hoje exigem uma mu-dança de metodologia. O celular está nas mãos deles o tempo todo, o computador, as redes sociais. Nós temos que incorporar tudo isso para que o aluno possa aprender por meio desses recursos.

o papel Do proFessorEm escolas como as nossas, que são escolas técnicas, faculdades de tecnologia, a incorporação da tecnologia acontece mais natu-ralmente. Nas nossas escolas temos, no mínimo, três ou quatro laboratórios de informática. Isso é o mínimo, porque tem escolas com 15 ou 20. Mas acho que, dentro do sistema público, ainda so-mos uma ilha. O sistema público como um todo ainda está muito defasado. Mas não adianta só colocar computador nas escolas. Temos que pensar em sistemas de ensino que utilizem as tecnolo-gias de TI (tecnologias da informação) e o professor tem papel fundamental nisso. Ele deixa de ser o expositor de conteúdos para ser um orientador de estudos, de pesquisas, de metodologias, fa-zendo com que o aluno tenha uma aula mais atraente e movimen-tada. Não cabe mais uma aula apenas expositiva. No nosso caso, temos a facilidade de ter empresas como Microsoft, Google e Ado-be próximas de nós. Ter essa aproximação com a tecnologia nos auxilia muito.

ForMaÇÃo proFIssIonalComo não há vagas em faculdades públicas para toda a popula-ção, a escola técnica passa a ser uma forma de viabilizar o acesso ao ensino superior privado. O aluno que faz uma Etec pode traba-lhar e pagar a faculdade. Além de abrir possibilidade de prossegui-mento nos estudos, a formação profissional agrega muito valor à formação desse aluno, e não só na questão do conhecimento técni-co. Você agrega valor que chamamos de competências atitudinais. O aluno que passou por uma Etec é mais responsável, mais envolvi-do, mais maduro. Todos eles fazem um trabalho de conclusão de curso em que essas competências são trabalhadas, tendo que inte-ragir com os colegas, pesquisar, respeitar a posição do outro, resol-ver problemas. Os alunos das escolas técnicas hoje são mais valori-zados tanto no mundo acadêmico quanto no mundo empresarial.

eXpansÃo Do sIsteMaQuando assumi o Centro Paula Souza, meu primeiro desafio foi ampliar a oportunidade dos jovens do Estado de São Paulo de estar em um sistema que profissionaliza com qualidade. Era uma expan-são que já tinha começado na gestão anterior e foi se intensifican-do por dois motivos. Primeiro, em razão da necessidade do setor produtivo, que demanda profissionais qualificados para o cresci-mento. Segundo, porque a população foi acreditando cada vez mais no Paula Souza. Estar numa Etec ou numa Fatec virou uma oportunidade muito importante para os alunos e suas famílias. O governo estadual fez do Centro Paula Souza uma de suas principais metas na expansão da educação profissional, e nós iniciamos um planejamento para levar as escolas para um número maior de mu-nicípios. Fomos estabelecendo parcerias com as prefeituras, que nos ajudam muito, viabilizando instalações, por exemplo. Não tem prefeito que não queira ter uma Etec ou Fatec em seu município.

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MÉtoDo na gestÃoO maior orgulho para mim e para todo mundo que trabalha no Centro Paula Souza é a avaliação que a população faz dos nossos cursos, como um sistema com educação de qualidade. A outra questão que me orgulha muito foi ter implantado escolas em mu-nicípios com populações que, de fato, precisavam da profissionali-zação para o progresso profissional e pessoal. Implantamos, por exemplo, uma escola num quilombo no Vale do Ribeira. Isso foi um desafio enorme, porque nem água chegava lá. Também implanta-mos escolas técnicas em Heliópolis e Paraisópolis, as duas maiores favelas de São Paulo. Ou seja, fizemos uma grande ampliação, mas sem que o Paula Souza perdesse a qualidade do ensino. Este é o maior desafio: ampliar mantendo a qualidade. Para conseguir isso, a instituição tem que ser muito bem organizada, com princí-pios e método. Se você não tiver método na sua gestão, não tiver pessoas capacitadas, empenhadas e envolvidas à frente de setores fundamentais, não chega a lugar nenhum. Hoje nós temos equipes muito competentes lá na ponta garantindo o mesmo padrão. Te-mos muito cuidado na seleção dos nossos dirigentes e isso é um dos segredos da qualidade do nosso sistema.

os DesaFIosQuando você trabalha com realidades diferentes, pessoas diferen-tes, cada um com o seu perfil, a padronização é sempre um desafio grande. O curso de mecânica de Ilha Solteira, por exemplo, tem que ser o mesmo que o de Ribeirão Preto. Claro que os nossos dire-tores têm liberdade para criar, mas precisam obedecer a parâme-tros curriculares que a instituição definiu. O sistema vai crescendo e você tem que pensar nessa padronização. Outro desafio, que é muito o segredo do nosso sucesso, é fazer com que as pessoas que atuem no sistema se orgulhem de fazer parte dele. Uma escola que é bem avaliada vira referência e, quando vira referência, os professores se orgulham de participar, e isso vai contagiando. Além de envolvidos, os professores são muito entusiasmados. E também temos alunos que acreditam no nosso ensino.

as parcerIasO que mais acontece são empresas e instituições nos procurarem propondo algum curso. A partir daí, elaboramos uma proposta curricular em conjunto, que esteja de acordo com os nossos parâ-metros e, depois, escolhemos uma das escolas para implantar o curso. Há cursos que acabam sendo replicados em outras escolas; outros, pela própria natureza, limitam-se a uma determinada uni-dade. Em Marília, por exemplo, que tem vocação para a indústria de alimentos, criamos o primeiro curso de Tecnologia em Alimen-tos. É bom atuar em parceria porque você pode fazer um plano curricular bem atualizado, de acordo com aquilo que o mercado está necessitando, e o mercado passa a conhecer a ação da esco-la, o que gera uma empregabilidade maior. Sempre que a gente faz as parcerias, a gente pensa no atendimento daquela necessidade no mercado, mas também na oportunidade de uma inserção efe-tiva, que não seja um curso descolado da realidade.

Metas para o Futuro prÓXIMoAmpliar o que a gente chama de curso técnico integrado ao médio. Queremos dar uma formação mais completa para os alunos do período diurno, que não trabalham. São três anos de curso, em período integral. Também queremos ampliar o ensino a distância. Acredito que o Brasil está atrasado no ensino a distância, e essa vai ser uma metodologia muito utilizada. Hoje as pessoas se qualifi-cam a vida toda e, muitas vezes, não têm tempo de frequentar os bancos escolares todos os dias. Tem também a questão da inova-ção. Criamos uma agência de inovação que está mapeando as competências dos nossos professores e fazendo essa aproximação com setores produtivos importantes e vitais para o desenvolvimen-to econômico do país, como as áreas de TI, automação e gás e petróleo. Vamos ampliar a nossa formação nessas áreas.

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cursos— etecs – 135 cursos

O Centro Paula Souza mantém 135 cursos técnicos voltados para os setores industrial, agropecuá-rio e de serviços.

01 Açúcar e Álcool02 Administração03 Agenciamento de Viagem04 Agente Comunitário de

Saúde05 Agricultura06 Agrimensura07 Agroecologia08 Agroindústria09 Agronegócio10 Agropecuária11 Alimentos12 Arte Dramática13 Automação Industrial14 Avicultura15 Biblioteca16 Bioquímica17 Biotecnologia18 Cafeicultura 19 Calçados 20 Canto21 Celulose e Papel22 Comércio 23 Comunicação Visual 24 Contabilidade25 Cozinha26 Cuidados de Idosos 27 Curtimento 28 Dança29 Desenho de Construção Civil 30 Design de Interiores31 Design de Móveis 32 Edificações33 Eletroeletrônica34 Eletromecânica35 Eletrônica36 Eletrotécnica 37 Enfermagem38 Eventos39 Fabricação de Instrumentos

Musicais40 Farmácia41 Finanças42 Florestas 43 Gestão de Políticas Públicas44 Guia de Turismo45 Hidrologia 46 Hospedagem 47 Informática48 Informática para Internet 49 Instrumentação50 Instrumento Musical 51 Lazer 52 Legislativo53 Logística54 Manutenção Automotiva 55 Manutenção de Aeronaves 56 Manutenção e Suporte em

Informática 57 Marketing 58 Mecânica59 Mecanização Agrícola60 Mecatrônica61 Meio Ambiente62 Metalurgia (Produção de

Peças Metálicas)63 Metalurgia (Siderurgia)64 Mineração65 Modelagem do Vestuário66 Móveis67 Multimídia68 Museologia69 Nutrição e Dietética70 Organização Esportiva

71 Orientação Comunitária72 Órteses e Próteses73 Paisagismo74 Portos75 Processos Fotográficos 76 Produção de Áudio e Vídeo 77 Produção de

Cana-de-Açúcar78 Programação de Jogos

Digitais 79 Projetos Mecânicos80 Prótese Dentária81 Química82 Recursos Humanos 83 Redes de Computadores84 Regência85 Saneamento 86 Saúde Bucal87 Secretariado88 Segurança do Trabalho89 Seguros90 Serviços de Restaurante e

Bar91 Serviços Jurídicos 92 Telecomunicações93 Têxtil 94 Transações Imobiliárias 95 Transporte Metroferroviário96 Transporte Rodoviário97 Turismo Receptivo98 Vestuário99 Zootecnia

cursos tÉcnIcos IntegraDos ao ensIno MÉDIo

São compostos de três séries anuais articuladas. Ao completá-

-las, os alunos recebem o diplo-ma de técnico, possibilitando que eles exerçam a habilitação pro-fissional e prossigam os estudos no nível da educação superior.

100 Administração101 Agropecuária102 Agropecuária (Modalidade

Alternância)103 Alimentos104 Automação Industrial105 Comunicação Visual 106 Contabilidade 107 Design de Interiores108 Edificações109 Eletrônica110 Eletrotécnica111 Eventos112 Florestas 113 Hospedagem 114 Informática115 Informática para Internet 116 Logística 117 Marketing 118 Mecânica 119 Mecatrônica120 Meio Ambiente121 Modelagem do Vestuário 122 Nutrição e Dietética123 Química124 Segurança do Trabalho125 Serviços Jurídicos126 Secretariado

cursos tÉcnIcos IntegraDos ao ensIno MÉDIo na MoDalIDaDe De jovens e aDultos (eja)

O objetivo é oferecer a jovens e adultos trabalhadores oportuni-dades de escolarização que aliem educação básica em nível médio e educação profissional, desen-volvendo competências e habili-dades que propiciem a formação

integral do aluno como cidadão e profissional de qualidade.

127 Administração128 Calçados129 Contabilidade130 Edificações

cursos tÉcnIcos MoDalIDaDe seMIpresencIal – telecurso tec

Oferecido por meio do Telecur-so TEC, programa de educação profissional a distância desen-volvido pelo Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Os alunos têm aulas presenciais aos sábados ou durante a semana, complementadas por mediação pedagógica em ambiente virtual de aprendizagem.

131 Administração132 Comércio133 Secretariado

cursos tÉcnIcos MoDalIDaDe eDucaÇÃo a DIstâncIa

Os cursos semipresenciais aliam a metodologia de aprendizagem a distância com encontros pre-senciais para aulas em laborató-rios e avaliações, além de ofere-cer oportunidade de certificação em cada etapa estudada.

134 Eletrônica135 Informática

para saber mais sobre os cursos, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/cursos/etec/

— Fatecs – 71 cursos

O Centro Paula Souza mantém 71 cursos de graduação tecnológica, com carga horária de 2.400 horas e três anos de duração.

01 Agroindústria02 Agronegócio03 Alimentos04 Análise e Desenvolvimento

de Sistemas 05 Automação de Escritórios e

Secretariado06 Automação Industrial07 Automação e Manufatura

Digital08 Banco de Dados09 Biocombustíveis10 Comércio Exterior 11 Construção Civil

Modalidade Edifícios12 Construção Civil - Movimen-

to de Terra e Pavimentação13 Construção de Edifícios14 Construção Naval15 Controle de Obras16 Cosméticos17 Eletrônica Automotiva18 Eletrônica Industrial19 Eventos20 Fabricação Mecânica21 Gestão Ambiental22 Gestão Comercial23 Gestão Empresarial24 Gestão Financeira

25 Gestão de Negócios e Inovação 

26 Gestão Portuária27 Gestão da Produção

Industrial 28 Gestão de Recursos

Humanos29 Gestão de Serviços30 Gestão da Tecnologia da

Informação31 Gestão de Turismo32 Geoprocessamento33 Hidráulica e Saneamen-

to Ambiental34 Informática para Negó-

cios35 Instalações Elétricas36 Jogos Digitais37 Logística38 Logística Aeroportuária39 Manutenção de Aerona-

ves40 Manutenção Industrial41 Marketing42 Materiais (Poliméricos,

Cerâmicos ou Metálicos)43 Materiais, Processos e

Componentes Eletrôni-cos (Processos Eletrôni-cos)

44 Mecânica - Modalidade Processos de Produção

45 Mecânica - Modalidade Projetos

46 Mecânica Automobilísti-ca

47 Mecânica de Precisão48 Mecânica: Processos de

Soldagem49 Mecanização em Agri-

cultura de Precisão50 Mecatrônica Industrial51 Meio Ambiente e Recur-

sos Hídricos52 Polímeros53 Processos Metalúrgicos54 Processos Químicos55 Produção Fonográfica56 Produção Industrial57 Produção Têxtil58 Projetos de Estruturas

Aeronáuticas59 Projetos Mecânicos60 Radiologia61 Redes de Computadores 62 Refrigeração, Ventilação

e Ar-condicionado  63 Secretariado64 Segurança da Informa-

ção65 Silvicultura66 Sistemas Navais67 Sistemas Biomédicos68 Sistemas para Internet69 Soldagem70 Transporte Terrestre 

MoDalIDaDe eDucaÇÃo a DIstâncIa

O programa foi desenvolvido em parceria com a Univer-sidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Semi-presencial, o curso tem 2.400 horas, o equivalente a seis semestres.

71 Gestão Empresarial—

para saber mais sobre os cursos, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/cursos/fatec/

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agora é modao centro paula souza oferece quatro cursos técnicos ligados à área de moda – Modelagem do vestuário, Modelagem do

vestuário Integrado ao ensino Médio, têxtil e vestuário – e um no ensino superior, de produção têxtil

A 38ª edição do São Paulo Fashion Week (Inverno 2015) expôs projetos feitos por alunos do curso técnico de Modelagem do Vestuário oferecido pelo Centro Paula

Souza em três Etecs da capital paulista: José Rocha Mendes, na Vila Prudente; Carlos de Campos, no Brás; e Tiquatira, na Zona Leste. Os projetos foram realizados tendo como inspiração a moda inclusiva e a sustentabilidade.

No curso de Modelagem do Vestuário da Etec, com duração de um ano e meio, os jovens aprendem “a representar graficamente peças de vestuário planificadas, criar e adaptar modelos das principais peças do vestuário, atendendo às necessidades dos diversos públicos, utilizando técnicas de modelagem básica e moulage masculino e feminino”. Eles também aprendem a “utilizar ferramentas da computação gráfica para moda, elaborando fichas

técnicas, desenho técnico de vestuário e modelagem digitalizada”, além de “relacionar a produção visual de arte e do design de moda em contextos histórico, social, político, estético e econômico, associados a diversos países”.

Além do curso de Modelagem do Vestuário, o Centro Paula Souza tem outros três cursos técnicos ligados à área de moda: Modelagem do Vestuário Integrado ao Ensino Médio, Têxtil e Vestuário. Em 2014, 869 estudantes fizeram um desses cursos e, em 2015, 400 novas vagas serão abertas. Um ou mais desses cursos também são ministrados fora da capital paulista, nas cidades de Americana, Cerquilho, Ibitinga, Nova Odessa e Peruíbe. No ensino superior, a Fatec de Americana, município a 126 quilômetros de São Paulo, oferece o curso de Produção Têxtil, que teve 347 matriculados em 2014.

Exposição Inspiração e Formação Transformam no lounge do São Paulo Fashion Week

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TATIANE LIMA MOTA CORREIAETEC JOSÉ ROCHA MENDES

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EXPERIÊNCIAS TRANSFORMADORAS

Entre os alunos formados no curso de Modelagem do Vestuário que tiveram a oportunidade de expor seus projetos no São Paulo Fashion Week está Tatiane Lima Mota Correia, 28, que estudou na Etec José Rocha Mendes, na Vila Prudente. Ela apresentou um vestido com retalhos de jeans inspirado no pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi. Tatiane conta que seus principais interesses na área de moda são a modelagem e a costura. Sobre a relevância de fazer um curso técnico, avalia que é importante para ajudar as pessoas a encontrar um rumo profissional. “Mesmo que a pessoa ainda não saiba que área vai seguir, é bom para ela ter um direcionamento. É uma oportunidade. Na Etec, eu aprendi coisas que realmente não conhecia, como pesquisar tendências, criar looks, organizar desfiles.”

FoTo ADRIANO DAMASSTyLiNg gI MACEDObELEzA kRISNA CARvAlhOModELo DAIANE CONTERATO (MEgA PARTNERS)

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VâNIA VIEIRA PEREIRAETEC CARLOS DE CAMPOS

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Apaixonada por moda desde criança, Vânia Vieira Pereira, 40, estudou na Etec Carlos de Campos, no Brás. Em seu trabalho de conclusão de curso, elaborou a coleção O Interior de Gaudí, inspirada no arquiteto catalão Antoni Gaudí. Vânia conta que sempre desejou estu-dar moda. “Desde que eu era adolescente e morava em São José do Rio Preto, queria fazer um curso de moda. Como era difícil pra mim fazer uma faculdade, pesquisei sobre cursos de moda e descobri a Etec, que, além de gratuita, é muito conceituada.” Vânia segue com o sonho de se tornar estilista e, sentindo-se mais preparada depois de estudar na Etec, diz que vai fazer faculdade de moda. Era a sua primeira vez no SPFW. “Estou muito feliz. É tudo aquilo que eu sonhava. Estou me sentindo importante. Eu respiro moda e amo isso aqui.”

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CILMAR SILVAETEC TIQUATIRA

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Cilmar Silva, 40, prefere ser chamado de Danillo Vianna (nome artístico). Vindo de uma família de costureiras e bordadeiras, ele começou a se interessar por moda ainda na infân-cia. “Com 5 anos, eu via minha vó franzindo renda e achava aquilo bonito.” Adolescente, o sonho dele era fazer um curso técnico. “E o Centro Paula Souza era um glamour”, diz. Na época, não conseguiu realizar o sonho. Acabou cursando o segundo grau regular, formou-se em Tecnologia em Design de Moda e só depois fez o curso de Modelagem do Vestuário na Etec Tiquatira. “Eu me sinto mais profissional e mais seguro depois de ter feito o curso técnico. A Etec me deu respaldo. É uma instituição que cuida do aluno, acredita nele. Estar dentro de uma Etec é como fazer parte de uma elite.” Para ele, as escolas da rede Paula Souza, desde a concepção arquitetônica, são feitas pensando nas pessoas, para integrar as pessoas. “As Etecs contribuem muito para sua transformação.” Danillo é professor na área de moda e trabalha como figurinista freelance para teatro e no Carnaval. “Eu tinha o sonho de ser estilista e hoje quero ser carnavalesco.”

Para saber mais sobre o curso de Modelagem do Vestuário, acesse: centropaulasouza.sp.gov.br/cursos/etec/MoDelageM-De-vestuarIo.asp

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Nas redes sociais, 42.519 foi o número de citações públicas sobre o São Paulo Fashion Week nos cinco dias de semana de moda. Antes da internet, a moda dos desfiles, dos grandes designers e dos famosos chegava às revistas seis meses depois de ser desfilada, quase ao mesmo tempo que as coleções desembarcavam nas lojas. A web transformou radicalmente essa forma de consumir e desejar moda. Da inspiração ao desenho, passan-do pela cadeia de produção até o desfile, temos acesso imediato ao registro desse processo. A #fashion já foi usada 150 milhões de vezes desde que nasceu o Instagram e, em 2013, esteve no top 5 das mais populares, en-quanto no português a #moda já apareceu mais de 8,5 milhões de vezes. O Instagram se tornou indissociável das semanas de moda, dos eventos, da comunicação e do marketing das marcas, do cotidiano dos designers, dos preparativos das modelos, dos anseios dos bloggers. Graças a ele, fomos todos convidados para a festa.

até a próxima

Foto: Eudes de Santana/ Texto: Joana Cardoso

A modelo Waleska Gorczevski no backstage de Reinaldo Lourenço, no SPFW

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