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ANTONIO MENEGHETTI FACULDADE - AMF CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Fábio Wollenhaupt Cardoso ERGONOMIA DENTRO DAS FÁRBRICAS DE SOFTWARE: A BUSCA POR UM IDEAL Restinga Sêca/RS 2016
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Fábio Wollenhaupt Cardoso

Nov 15, 2021

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Page 1: Fábio Wollenhaupt Cardoso

ANTONIO MENEGHETTI FACULDADE - AMF

CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Fábio Wollenhaupt Cardoso

ERGONOMIA DENTRO DAS FÁRBRICAS DE SOFTWARE:

A BUSCA POR UM IDEAL

Restinga Sêca/RS

2016

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Fábio Wollenhaupt Cardoso

ERGONOMIA DENTRO DAS FÁRBRICAS DE SOFTWARE: A BUSCA

POR UM IDEAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação

em Sistema de Informação, Faculdade Antonio

Meneghetti-AMF, apresentado como requisito

parcial para obtenção do grau de bacharel em

Sistemas de Informação.

Orientador: Prof. Me. Jonas Tadeu Reichert

Restinga Sêca/RS

2016

Page 3: Fábio Wollenhaupt Cardoso

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família por todo suporte e apoio que tive e que me permitiu concluir

essa importante etapa da minha vida.

A Antonio Meneghetti Faculdade, professores e todas as pessoas que fazem parte da

equipe de profissionais e que proporcionaram um ambiente de desenvolvimento profissional e

pessoal.

Ao professor e orientador Jonas, pela ajuda no desenvolvimento desse trabalho e pelo

conhecimento transmitido nesse percurso.

E a todos que de alguma forma contribuíram pra minha formação e que ajudaram a

alcançar esse objetivo.

Page 4: Fábio Wollenhaupt Cardoso

“O modo como você reúne, administra e usa a informação

determina se vencerá ou perderá”.

Bill Gates

Page 5: Fábio Wollenhaupt Cardoso

RESUMO

Empresas de desenvolvimento de software têm adotado a estrutura de fábrica de software buscando

aumentar sua produtividade e reduzir custo. Dentro deste escopo, a ergonomia entra com o objetivo de

proporcionar mais conforto, segurança e eficiência nas atividades que o colaborador terá que exercer. Este

trabalho tem como objetivo identificar pontos fortes e pontos que podem ser melhorados dentro de

empresas de desenvolvimento de software com o escopo de fábrica de software pela visão do colaborador.

Para atingir esse objetivo, foi utilizando um questionário aberto, onde as respostas passaram por uma

análise indutiva com o intuito de identificar os determinados pontos.

Palavras-chave: Ergonomia; Fábrica de Software; Colaboradores.

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ABSTRACT

Software development companies have adopted the software factory structure seeking to increase their

productivity and reduce cost, within this scope the ergonomics enters with the objective of providing more

comfort, safety and efficiency in the activities that the employee will have to exercise. This work aims to

identify strengths and points that can be improved within software development companies with the scope

of software factory by the view of the collaborator. In order to reach this goal, an open questionnaire was

used, where the answers were subjected to an inductive analysis in order to identify the specific points.

Keywords: Ergonomics; Software factory; Contributors.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Ergonomia, domínios e áreas. ....................................................................................................................... 15 Figura 2. Ergonomia Física: erros. ............................................................................................................................... 16 Figura 3. Exemplos de ambientes de trabalho diferenciados. ....................................................................................... 20 Figura 4. Posições Físicas Certas no Computador ........................................................................................................ 23 Figura 5. Sete erros no escritório .................................................................................................................................. 25

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Riscos Ergonômicos .................................................................................................................................... 22 Quadro 2. Fatores do Processo Cognitivo e Perceptivo Humano ................................................................................. 26 Quadro 3. Resultados do questionário, questão 01. ...................................................................................................... 28 Quadro 4. Resultados do questionário, questão 02. ...................................................................................................... 29 Quadro 5. Termos chave e quantas vezes foram citados. ............................................................................................. 31

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia

DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho

LER – Lesão por esforço repetitivo

IEA – Associação Internacional de Ergonomia

NR 17 – Norma Regulamentadora 17

TI – Tecnologia da Informação

SSST – Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho

SINDPD/SP - Sindicato dos Empregados em Empresa de Processamento de Dados no Estado de

São Paulo

DRT/SP - Delegacia Regional do Trabalho, em São Paulo

Page 10: Fábio Wollenhaupt Cardoso

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 1.1 PROBLEMAS DA PESQUISA .................................................................................... 11

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 12 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 12 1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 13

2 ABORDAGEM TEÓRICA ........................................................................................ 14 2.1 ERGONOMIA .................................................................................................................... 14 2.1.1 Ergonomia Física ............................................................................................................. 15

2.1.2 Ergonomia Cognitiva ....................................................................................................... 17 2.1.3 Ergonomia Organizacional .............................................................................................. 18

2.2 NORMA REGULAMENTADORA 17 .............................................................................. 18 2.3 FÁBRICA DE SOFTWARE .............................................................................................. 20

2.4. ERGONOMIA NA TI ...................................................................................................... 22

3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 27

4 RESULTADOS DA PESQUISA ................................................................................ 28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 33 6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 34

7. APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO .......................................................................... 36

8. ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO .......... 37

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1 INTRODUÇÃO

Em um ambiente de fábrica de software é exigido o máximo de rendimento de cada

colaborador. Para isso, é de interesse da empresa minimizar as distrações durante a jornada de

trabalho e complicações que o profissional possa vir a ter devido a movimentos repetitivos e má

postura em frente ao computador.

De acordo com (PRATES, 2007), uma forma de aumentar a produtividade dos

colaboradores é proporcionar um ambiente de trabalho e tecnologias ideais para as funções

desempenhadas na empresa, resultando em colaboradores satisfeitos e saudáveis. Esse ambiente

deve levar em consideração fatores físicos, químicos, cognitivos e organizacionais.

Em agosto de 2000, a IEA - Associação Internacional de Ergonomia adotou a

definição oficial apresentada a seguir. A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é

uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os

seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,

princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o

desempenho global do sistema. (ABERGO, [20-?])

Porém, nem sempre a empresa consegue proporcionar esse ambiente devido, muitas

vezes, a não levar em consideração o que é proposto no projeto inicial da fábrica, como: posição

solar do ambiente, altos índices de ruídos, entre outros. Com isso, quem acaba sofrendo as

consequências disso é o colaborador.

Visando aprofundar esse conhecimento e ajudar empresas a melhorar o ambiente para o

colaborador, torna-se interessante a criação de um material informativo a partir do estudo feito

para esse trabalho e pesquisa que será realizada em fábricas de softwares.

1.1 PROBLEMAS DA PESQUISA

O investimento em fatores humanos é convertido em uma relação de beneficio mutuo

entre empresa e colaborador, pois segundo Bernardo (2012), traz uma melhor qualidade de vida

do colaborador, resultando em um aprimoramento no desenvolvimento, conforto e satisfação.

Este investimento também aumenta a produtividade do colaborador, além de trazer uma redução

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dos custos das empresas com funcionários afastados, devido a diminuição de índices de

retrabalho e doenças ocupacionais.

Segundo (MERLO, 2001), Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são um conjunto de doenças que afetam

músculos, nervos e ligamentos trazendo complicações em regiões como o pescoço, escapula,

membros superiores e são uma causa frequente de afastamento de colaboradores do ambiente de

trabalho temporária ou permanentemente.

Levando isso em consideração, a ergonomia torna-se um ponto importante dentro de

qualquer empresa e deve estar em constante evolução. A pergunta que surge diante disso é: as

fábricas de software tomam os devidos cuidados com a Ergonomia? Desses cuidados, quais seus

pontos fortes e quais pontos podem ser melhorados?

1.2 OBJETIVOS

A fim de resolver o problema apresentado anteriormente, este trabalho apresenta os

seguintes objetivos:

1.2.1 Objetivo geral

Buscar informações sobre o contexto atual da ergonomia dentro das fábricas de

softwares a partir da visão do colaborador.

1.2.2 Objetivos específicos

Pesquisar sobre ergonomia e como ela atua.

Estudar o conceito de fábrica de software e porque vem sendo utilizado.

Verificar como a ergonomia pode influenciar o dia a dia dos colaboradores de fábricas

de software.

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1.3 JUSTIFICATIVA

A escolha do tema Ergonomia, como assunto principal deste trabalho, partiu de um

interesse pessoal sobre o cuidado com a saúde e que se estendeu para o ambiente profissional.

Esse interesse foi ampliado por experiências profissionais anteriores, onde o autor presenciou

situações em que não houve planejamento por parte da empresa e que resultou em colaboradores

insatisfeitos com as atividades desempenhadas.

Após o tema ser apresentado em uma disciplina durante a faculdade e a descoberta da

importância que a ergonomia tem no dia a dia nos trabalhadores, foi idealizado um trabalho onde

o autor pudesse entender melhor o contexto atual da ergonomia dentro de fábricas de software da

região.

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2 ABORDAGEM TEÓRICA

Nas próximas seções será apresentada a base teórica que dará fundamentos a essa

pesquisa, iniciando com uma introdução aos conceitos e à história da ergonomia no item 2.1. Na

sequencia as subseções 2.1.1, 2.1.2 e 2.1.3 irão abordar os domínios da ergonomia, sendo eles

ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional, respectivamente. Na seção

2.2 uma apresentação da Norma Regulamentadora 17, norma que visa assegurar condições

básicas de trabalho aos brasileiros. Na seção 2.3 será apresentado o conceito de fábrica de

software e o porquê desse modelo ter sido adotado por diversas empresas ultimamente. O item

2.4 será uma revisão de como a ergonomia afeta o dia-a-dia do profissional de TI.

2.1 ERGONOMIA

A ergonomia é “o estudo da adaptação do trabalho ao homem” (LIDA, Itiro 1997, p. 1).

Abrangendo de forma ampla a concepção de trabalho, a ergonomia busca adaptar ferramentas,

processos e ambiente de modo a trazer benefícios (conforto físico e psíquico) e diminuir riscos

(lesões, dores e doenças) aos colaboradores.

A palavra ergonomia vem do neologismo montado dos termos gregos: Ergo que

significa trabalho e Nomos lei ou regra. Esse termo foi proposto como o nome da nova disciplina

em 16 de fevereiro de 1950, no segundo encontro de um grupo de cientistas e pesquisadores que

buscavam formalizar essa nova aplicação interdisciplinar da ciência. A primeira reunião foi feita

na Inglaterra em 12 de julho de 1949, data tida como nascimento “oficial” da ergonomia.

Sendo uma disciplina ainda jovem e somente se expandido para o mundo industrializado

após a fundação da Ergonomic Research Society no inicio da década de 50, a ergonomia vem se

afirmando como uma ferramenta eficiente para seus objetivos que são segurança, satisfação e

bem estar dos colaboradores na sua interação com sistemas produtivos e tendo como resultado

implícito o aumento do desempenho dos colaboradores.

Lida (1997) ratifica a última afirmação quando diz que a ergonomia tem eficiência como

resultado indireto. A utilização da ergonomia visando apenas melhorar o desempenho dos

colaboradores pode trazer sacrifício e sofrimento, sendo isso inaceitável a partir da visão da

ergonomia.

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Segundo a IEA (2000), a ergonomia é uma disciplina que se estende sobre todas as

atividades humanas e dentro da disciplina existem domínios de especialização sendo eles a

ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional. Na Figura 01podemos

observar a divisão dos domínios da ergonomia e suas áreas de atuação.

Figura 1. Ergonomia, domínios e áreas.

Fonte: https://goo.gl/sDOxQE

2.1.1 Ergonomia Física

Por ergonomia física a IEA entende como uma área da ergonomia que se preocupa com

características como a anatomia humana, fisiologia e biomecânica, sendo elas relacionadas com a

atividade física. Tópicos relevantes incluem postura no trabalho, manuseio de materiais,

movimentos repetitivos, layout do ambiente de trabalho segurança e saúde.

Na Figura 02 somos apresentados a um trabalhador que exemplifica problemas

relacionados à ergonomia física em três diferentes situações. Na primeira o trabalhador está

carregando um objeto, na segunda utilizando o computador e no terceiro cenário utilizando uma

bancada para trabalhos manuais.

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Figura 2. Ergonomia Física: erros.

Fonte: https://goo.gl/1OG4nf

A primeira cena em que o trabalhador está carregando um objeto, esse objeto está sendo

carregado de forma inadequada e o peso está acima do ideal suportado pelo corpo humano

resultando em problemas na coluna. No segundo cenário, o computador utilizado está em um

posto de trabalho que não foi projetado de forma correta devido à altura de o assento ser a mesma

da mesa, a postura ante ao computador traz sérios riscos ao pescoço, punho e coluna do usuário.

Na terceira cena, a bancada que é dividida com um colega de trabalho não está respeitando a

altura do trabalhador utilizado como exemplo, como não possui um degrau para elevar o

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colaborador à altura adequada e não é individual, permitindo ser regulada sem afetar outras

pessoas, faz com que o trabalhador tenha que ficar na ponta dos pés e com os braços acima da

altura dos ombros para poder exercer suas atividades. Prosseguir por muito tempo nessa postura

resultaria em problemas na área dos pés, tornozelo, clavícula, ombros e pescoço.

2.1.2 Ergonomia Cognitiva

A definição apresentada pelo IEA de ergonomia cognitiva é com processos mentais como

percepção, memória, raciocínio e resposta motora, como afetam interações entre humanos e

outros elementos do sistema. Tópicos relevantes incluem carga de trabalho mental, tomada de

decisão, desempenho, interação homem-computador, confiabilidade humana estresse no trabalho

e treinamentos.

Segundo o Dicionário Online de Português, a palavra “Cognitiva” significa “Que se refere

aos mecanismos mentais pelos quais um indivíduo se vale ao utilizar sua percepção, memória,

razão.”. Entretanto, segundo (Bitencourt, 2010) a ergonomia cognitiva não busca compreender a

natureza da cognição humana ou como ela funciona em si, mas sim como os processos de

trabalho afetam e são afetados pela cognição humana.

Exemplos da aplicação da ergonomia cognitiva:

Projetar a interface de um software para ser “fácil de usar”;

Desenhar sinais de modo que a maioria das pessoas compreenda e aja da maneira

desejada;

Projetar a cabine do avião de forma que minimize as chances de erros catastróficos;

A configuração de equipamentos e móveis em uma sala de operações de um hospital

visando maximizar a performance da equipe e minimizar erros de percepção, atenção

julgamento;

A criação de um ambiente do escritório para minimizar distrações e maximizar a

produtividade e performance;

A disposição das salas de aula para maximizar a troca de informações, criação e aquisição

de conhecimento.

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2.1.3 Ergonomia Organizacional

De acordo com Correia e Silveira (2011), ergonomia organizacional também é conhecida

como macroergonomia, isso é devido a sua área de atuação, abrangendo o gerenciamento de

recursos humanos, a cultura organizacional da empresa, formas e meios de comunicação, gestão

de qualidade, etc.

Exemplos de atuação da ergonomia organizacional dentro de empresas:

Ética – Quais atitudes não são consideradas adequadas dentro do escopo de trabalho

dentro da empresa;

Motivação – Quais motivos a empresa tem que impulsionam ou deixam de impulsionar

seu colaborador a continuar se desenvolvendo;

Jornada de trabalho – Como a empresa distribui a carga de trabalho entre seus

colaboradores de modo a não sobrecarregá-lo;

Controle de Qualidade – De que forma a empresa define e trata as exigências e padrões de

desempenho produtivo, juntamente com os sistemas para controle e avaliação.

2.2 NORMA REGULAMENTADORA 17

Diferente de outros países, os padrões ergonômicos que as empresas devem seguir são

ditados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social através da Norma Regulamentadora 17

(N.R. 17). Segundo Bernardo (2012), o Ministério do Trabalho e Previdência Social determina os

parâmetros que permitem as empresas propiciar condições de trabalho adaptadas às

características psicofisiológicas do colaborador e às atividades desenvolvidas na empresa

proporcionando conforto, segurança e desempenho eficiente aos colaboradores.

Conforme o Ministério do Trabalho (2002), o fato que iniciou o processo de criação da

N.R.17 ocorreu em 1986, onde diretores da área de saúde do Sindicato dos Empregados em

Empresa de Processamento de Dados no Estado de São Paulo – SINDPD/SP entraram em contato

com a Delegacia Regional do Trabalho, em São Paulo – DRT/SP buscando recursos para prevenir

o elevado número de tenossinovite ocupacional entre digitadores. A partir disso, seguiu-se uma

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cadeia de eventos até que em 23 de novembro de 1990 a Norma Regulamentadora 17 foi

publicada pelo Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho, SSST.

Sua ultima atualização data de 26 de junho de 2007, no entanto, devido as suas normas

possuírem um caráter abstrato, permite que sejam utilizadas em qualquer tipo de empresa, normas

cobrem situações comuns de risco em ambientes de trabalho.

Essa Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação

das condições de trabalho às características psicolfisiológicas dos trabalhadores, de

modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. (N.R.

17, Portaria SIT n.º 3.214, 2007)

Sendo de grande importância para o trabalhador brasileiro, a N.R. 17 garante que os

mesmos não sejam expostos a riscos e situações que tragam desconforto durante a jornada de

trabalho como, esforços repetitivos, levantamento de cargas excessivas e monotonia, situações

que tem potencial de diminuir a produtividade do colaborar ou incapacitá-lo de continuar na

função garantindo, segurança ao trabalhador brasileiro.

A N.R .17 determina aspectos específicos referentes às condições e ambiente de trabalho,

entretanto isso não limita a personalização do ambiente. Empresas podem customizar seu

ambiente de trabalho de forma que reflita a sua identidade, traga um diferencial para o

colaborador e se encaixe no escopo das atividades desenvolvidas naquele ambiente. Segundo

Chiavenato (2010), empresas bem-sucedidas transformam o ambiente de trabalho em um local

agradável, tendo em vista que um ambiente diferenciado do “modelo padrão” facilita o

relacionamento interpessoal e aumenta a produtividade, além de reduzir acidentes, doenças,

abstenções e rotatividade pessoal.

Na Figura 3 temos o exemplo de 04 empresas que fugiram do modelo clássico de

escritório para um modelo onde representasse suas características, trouxesse um ambiente de

trabalho agradável e proporcionasse melhor integração entre os colaboradores.

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Figura 3. Exemplos de ambientes de trabalho diferenciados.

Fonte: https://goo.gl/l5URWo; https://goo.gl/GuDq8H; https://goo.gl/GX03L7; https://goo.gl/qBUXZn.

2.3 FÁBRICA DE SOFTWARE

Fábrica de software é um modelo utilizado por empresas de desenvolvimento de software

e que tem como concepção inicial utilizar conceitos de engenharia de produção no processo de

desenvolvimento de softwares visando diminuir custos e aumentar a produtividade.

“Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a

manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens,

materiais, tecnologia, informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar

os resultados obtidos destes sistemas para a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a

conhecimentos especializados da matemática, física, ciências humanas e sociais,

conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia.”

(ABEPRO, 1998)

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Nomura (2006) afirma que a denominação de “Fábrica de Software” está sendo adotada

por empresas com foco em abranger uma grande quantidade e variedade de demandas atendendo

as necessidades particulares de cada cliente.

O conceito de fábrica de software é “um processo estruturado, controlado e melhorado

de forma contínua, considerando abordagens de engenharia industrial, orientado para o

atendimento a múltiplas demandas de natureza e escopo distintas, visando à geração de

produtos de software, conforme os requerimentos documentados dos usuários e/ou

clientes, da forma mais produtiva e econômica possível.” (FERNANDES, 2005, p. 4).

Com o fim de expandir o conceito apresentando por Fernandes e entender melhor cada

termo chave, foi adaptado de Castor (2006).

Processo Estruturado – procedimentos coerentes e formalizados dentro de um

processo organizado e especifico.

Processo Controlado – procedimentos e processos controlados de forma

automatizada, este controle faz parte do processo da fábrica e é evidenciado.

Processo melhorado continuamente – processos continuamente melhorados e

aprimorados de forma a garantir a produtividade.

Engenharia Industrial – possivelmente o conceito mais importante, inclui a

utilização de técnicas e conceitos originários da indústria de manufatura e linhas

de produção.

Múltiplas demandas – a capacidade de gerir demandas de diferentes escopos de

forma simultânea.

Demandas de natureza e escopo diferente – Diferente de uma linha de produção de

massa, uma fábrica de software trabalha com demandas distintas entre si, o que

limita o nível de automação da empresa.

Produtos de software – Produto final da fábrica de software.

Requerimentos documentados dos usuários e/ou clientes – é o objeto de entrada da

fábrica de software, resultado de atividades de levantamento e documentação de

requisitos.

Forma produtiva e econômica – principal objetivo que motiva o surgimento de

fábrica de software, sendo ele ganho de produtividade e economia.

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Segundo Castor (2006) existe dois consensos em relação a uma fábrica de software. O

primeiro é em relação ao objetivo de uma fábrica de software, sendo esse a produção de software

com alta qualidade, baixo custo e alta produtividade. O outro ponto é a utilização de preceitos de

engenharia associados à manufatura para agregar valor na abordagem de desenvolvimento de

softwares.

2.4. ERGONOMIA NA TI

De acordo com Lida (1997), um trabalhador que utiliza o computador como meio de

produção, quando submetido a condições ergonômicas inadequadas, pode desencadear

consequências bastante incômodas. Isso se dá devido ao tempo que o colaborador permanece

quase estático em frente ao computador, ao foco fixo na tela do monitor, à posição das mãos e o

movimento ao utilizar o teclado e o mouse.

Visando evitar riscos ergonômicos à saúde do colaborador as empresas devem utilizar

equipamentos, ferramentas e processos projetados para proporcionar o maior grau de conforto e

segurança ao colaborador na realização de suas atividades.

Quadro 1. Riscos Ergonômicos

Fonte: https://goo.gl/uvjFBK

A empresa não é a única responsável pelo bem estar do colaborador, mas também deve

haver um cuidado por parte do mesmo. Conforme é apresentado no item 17.4.1 da N.R. 17, é

dever da empresa prover equipamentos adequados para as atividades que serão exercidas, porém,

também é dever do colaborador utiliza-los de forma correta.

Page 23: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar

adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho

a ser executado (N.R. 17, Portaria SIT n.º 3.214, 2007).

Na Figura 04 temos alguns exemplos de posições corretas ao utilizar o computador. As

mãos devem ser posicionadas de forma paralela sobre o teclado, o monitor deve possuir ajuste de

altura e ser regulado de forma que o usuário não precise inclinar a cabeça para cima ou para

baixo de forma que produza desgaste no pescoço e coluna e todo o material utilizado durante o

trabalho deve estar disposto de forma acessível ao usuário evitando torções para ser utilizado.

Figura 4. Posições Físicas Certas no Computador

Fonte: https://goo.gl/aSdNXb.

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Segundo Lida (1997), para projetar o sistema de trabalho a ergonomia estuda vários

aspectos da conduta do homem no trabalho, sendo eles o homem (características físicas,

psicológicas e sociais, influência de sexo, motivação e idade), máquina (todos os utensílios que

ajudam o homem no seu trabalho, envolvendo equipamentos, ferramentas móveis e instalações),

ambiente (envolve as características do ambiente que circundam o homem durante sua jornada de

trabalho, tais como temperatura, ruídos, luz e outros fatores), informação (comunicação, a

transmissão, processamento e tomadas de decisão), organização (análise dos itens citados

anteriormente juntamente com horários, turnos de trabalho e formações de equipe) e

consequências do trabalho (pontos de controle como inspeção, estudo de erros e acidentes e

estudos sobre gastos energéticos, esgotamento e estresse).

Na figura 05 podemos observar alguns exemplos de erros que podem vir a acontecer se o

ambiente de trabalho não for planejado levando em considerações os pontos anteriores. Esses

exemplos são de aspectos relacionados às máquinas (itens 1, 2, 6 e 7), ambiente (itens 3 e 4) e

organizacional (item 5).

Page 25: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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Figura 5. Sete erros no escritório

Fonte: https://goo.gl/Z1oH6b.

Entre os exemplos relacionados com máquinas, podemos ressaltar problemas que afetam a

postura frente ao posto de trabalho e interação com as ferramentas produtivas, essa me postura

afeta o sistema osteomuscular e pode vir a causar problemas a médio e longo prazo. No ambiente,

os problemas são fatores que causam diminuição da produtividade e causam desconforto durante

a jornada de trabalho. O ambiente, conforme dita a N.R. 17 (2007), deve seguir condições

delimitadas de níveis de ruído, temperatura, luminosidade, velocidade e umidade do ar, para

providenciar conforto em tarefas que exijam solicitação intelectual.

A ergonomia na área de Tecnologia da Informação (TI) não se limita apenas aos aspectos

relacionados à ergonomia física como é comumente lembrado. Maia, Francisco e Scanderlari

(2007) afirmam que a interação entre homem e os sistemas produtivos de TI envolve o uso de

habilidades perceptivas e cognitivas do colaborador. Na Quadro 02 podemos ver como

Shneiderman (2004) classifica essas habilidades.

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Quadro 2. Fatores do Processo Cognitivo e Perceptivo Humano

Fonte: (SHNEIDERMAN, 2004).

Essas habilidades são utilizadas a todo o momento durante a jornada de trabalho e as

atividades devem ser adequadas às condições oferecidas pela empresa e as capacidades do

colaborador de cumpri-las. Quando o colaborador é submetido a exigências de trabalho que não

são equivalentes as capacidades, recursos ou necessidades para desempenha-las, ocasiona uma

situação de estresse, onde as respostas físicas e emocionais começam a prejudicar o desempenho

do colaborador. “A definição do estresse no trabalho corresponde ao desalinhamento entre as

condições do trabalho e os trabalhadores individuais” (MAIA, FRANCISCO, SCANDELARI,

2007).

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3 METODOLOGIA

Neste trabalho, foi feita uma pesquisa exploratória. Segundo Santos (2010) “o objetivo de

uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido e

explorado.”, onde o foco da presente pesquisa é o estudo sobre Ergonomia e Fábrica de Software.

Junto à pesquisa foi utilizado um questionário aberto como instrumento de coleta de

dados, sendo formado por um breve texto explicativo, para que os pesquisados adquiram um

conhecimento mínimo sobre Ergonomia Física, Ergonomia Cognitiva e Ergonomia

Organizacional, e por 03 questões elaboradas para identificar a visão dos colaboradores de

fábricas de software.

O questionário aberto foi escolhido como instrumento de pesquisa devido sua economia

de custo e viagens permitindo disseminar a pesquisa em um número maior de empresas, torná-la

mais objetiva, economizar tempo do colaborador que contribuiu com ela e dando mais liberdade

as respostas devido a ser anônima.

É uma técnica de custo razoável, apresenta as mesmas questões para todas as pessoas,

garante o anonimato e pode conter questões para atender a finalidades especificas de

uma pesquisa. Aplicada criteriosamente, está técnica apresenta elevada confiabilidade.

(BARBOSA, 2008, p.1)

O questionário foi aplicado aos colaboradores de fábricas de software de Santa Maria e

Região. Após ser feito o contato com a gestão das empresas, o questionário foi enviado via e-mail

para ser analisando pelas pessoas responsáveis e mediante autorização da coleta de informações,

repassado a seus colaboradores.

A partir dos dados coletados nas empresas, será possível fazer um estudo indutivo, onde

as informações coletadas serão agrupadas com base nos domínios da ergonomia em que se

encaixam de forma que se possam apresentar gráficos e quadros para facilitar o entendimento das

respostas.

A presente proposta de pesquisa pretende realizar um levantamento de modelos de

fábricas de softwares e como a ergonomia contribui para a manutenção da qualidade de vida dos

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seus colaboradores. Após o levantamento será construído um material informativo sobre os

quesitos necessários para um ambiente de fábrica de software em termos de ergonomia.

4 RESULTADOS DA PESQUISA

A fim de identificar a visão dos colaboradores sobre a ergonomia dentro da empresa em

que atuam e obter insumos para a analise de dados foi utilizado o questionário apresentado no

Apêndice A desse trabalho.

A questão 01, “Cite um exemplo de ergonomia (Física, Cognitiva, Organizacional) que

você perceba dentro da empresa onde atua que considera um ponto forte:” tinha por objetivo

verificar o entendimento sobre quais domínios da ergonomia são mais perceptivos aos

colaboradores. O Quadro 03 apresenta os resultados da coleta de dados dessa questão e ao lado de

cada resposta o domínio da ergonomia a que se encaixa, sendo os domínios: ergonomia física,

cognitiva e organizacional.

Quadro 3. Resultados do questionário, questão 01.

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

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A partir dos dados do Quadro 2 pode-se perceber que dentre dos domínios ergonômicos,

o que mais se apresentou nas respostas da questão 01 foi à ergonomia física, aparecendo em 10

das 15 repostas. Isso pode ser devido aos colaboradores possuírem uma tendência a perceber mais

características físicas ao seu redor ou a empresas não explorarem a fundo aspectos cognitivos e

organizacionais, tendo como ponto predominante cadeiras e mesas adequadas na visão do

colaborador como ponto forte das empresas. Isso pode ser constatado pela resposta do P1, P5, P7,

P8, P9 P11, P12.

Quanto à questão 02 “Você percebe algum ponto da ergonomia que possa ser melhorado

dentro da empresa onde atua? Caso sim cite uma sugestão para isso:”, as repostas também foram

classificadas conforme se encaixam nos domínios da ergonomia. Os resultados obtidos na coleta

de dados dessa questão são visualizados no Quadro 04.

Quadro 4. Resultados do questionário, questão 02.

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

Page 30: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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Dessas respostas pode-se inferir que, mesmo tendo características da ergonomia física

como ponto forte citado na questão 01, ainda há outros pontos que ser melhorados, essa

conclusão é devida ao número de pesquisados que trouxeram novas peculiaridades sobre o

aspecto físico do ambiente do trabalhador como suporte e regulagem da altura do monitor e

apoios para os pés.

Ainda quanto à questão 02 os pesquisados trazem exemplos de ergonomia organizacional

(melhoria de processos e comunicação), mostrando que apesar de mais da metade das respostas

serem ligadas a um aspecto físico, o aspecto organizacional também tem importância na visão do

colaborador, aparecendo em quatro respostas. A palavra “produtividade” aparece como destaque

em duas respostas.

A questão 03, “Como você avalia a empresa em que atua no quesito Investimento/

Preocupação/ Inovação em Ergonomia:”, os resultados foram agrupados em um gráfico pizza

com o percentual de cada resposta e é apresentado no Gráfico 01. Resultados do questionário,

questão 03.

Gráfico 1. Resultados do questionário, questão 03.

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

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Observando o Gráfico 01 nota-se um percentual maior de avaliações nas notas 03 e 05,

mostrando que uma maior parcela dos pesquisados não se mostram satisfeitos com o quesito

investimento/ preocupação/ inovação ergonomia dentro da empresa em que trabalham. Essa

insatisfação pode ser devida à falta de investimento da empresa ou de meios de transmitir a

informações sobre esses investimentos aos colaboradores.

Outra constatação que se pode tirar do Gráfico 01 é o número de pesquisados que

utilizou as notas mais extremas (1, 2, 9, 10) para avaliar a empresa, evidenciando que há uma

discrepância em relação à opinião dos pesquisados e ainda que uma maioria das respostas se

concentre nas notas centrais, existem colaboradores de empresas com alto e baixo grau de

satisfação com o investimento em ergonomia por parte da empresa.

Após a apresentação das respostas do questionário de forma direta, foram separados os

termos chave das respostas das questões 01 e 02. Esses termos chave serão apresentados na

Quadro 05, juntamente com o numero de vezes que foram citadas em cada questão.

Quadro 5. Termos chave e quantas vezes foram citados.

Fonte: Dados da Pesquisa (2016).

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Observando as respostas das questões 01 e 02, foi possível identificar termos chaves que

podem ser utilizados para resumir as respostas dos colaboradores, visualizar e entender melhor os

pontos fortes e pontos para serem melhorados dentro de fábricas de software.

Dentre os termos chave que foram retirados, temos “cadeiras” e “mesa” como os mais

citados nas respostas da primeira questão, esses termos também apareceram correlacionados em

algumas respostas, o que nos evidencia um investimento por parte das empresas em aspectos

físicos da ergonomia, entretanto, esse investimento ainda não se mostra satisfatório visto que, as

respostas dos pesquisados na questão 02 também apresentaram um numero significativo de

termos relacionados a ergonomia física, entre eles “Cadeiras”, “Suportes/ Apoios”, “Mesas”,

“Regulagem” e “Monitores”, sendo esse ultimo, normalmente relacionado a “Regulagem” e

“Suportes/ Apoios”.

O termo “produtividade” apareceu três vezes nas respostas da questão 02, sendo duas

vezes utilizado de forma correta e em uma vez foi de forma incorreta, na resposta P12, o

pesquisado utiliza a produtividade como razão da melhoria citada, entretanto como foi visto na

revisão bibliográfica, a ergonomia tem a produtividade como um resultado e não um fim.

Page 33: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho abordamos o assunto ergonomia e o importante papel que ela possui

na vida do trabalhador. Foi apresentado também o conceito de fábrica de software e como a

ergonomia afeta trabalhadores de TI.

O objetivo deste trabalho foi identificar a visão dos colaboradores de fábrica de software

sobre a ergonomia dentro da empresa em que atuam. A opinião dos colaboradores foi coletada

através de um questionário e as respostas foram classificadas para estudo.

Por meio da análise das respostas somos levados a acreditar que as empresas de TI com o

modelo de fábrica de software devem buscar aumentar seus investimentos em ergonomia.

Dessa forma é relevante as empresas utilizar de recursos para identificar esses pontos a

serem melhorados.

Com relação aos objetivos da pesquisa, os mesmos foram concluídos parcialmente devido

ao baixo número de colaboradores que responderam a pesquisa, fazendo com que não fosse

atingido o total potencial do trabalho.

Como contribuições futuras pode-se expandir a aplicação do questionário a um numero

maior de empresas e a partir de uma base mais sólida criar um material informativo sobre

ergonomia para auxiliar os colegas de profissão.

Este trabalho foi de grande importância para o desenvolvimento do autor. Isso se deu

devido à oportunidade de se aprofundar no tema ergonomia e fábrica de software, o que permitiu

compreender melhor a influencia da ergonomia na vida do trabalhador. Também ajudou a

ampliar sua formação cientifica acadêmica, que até o presente momento não trazia interesse e não

era muito explorada pelo autor.

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6 REFERÊNCIAS

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CORREIA, M. S., SILVEIRA C. S. A Ergonomia Cognitiva Operacional e Organizacional e

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Page 35: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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MAIA, I. M. ; FRANCISCO, A C; SCANDELARI, L. Efeitos Cognitivos no Trabalho com

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PRATES, G. Reflexão sobre o uso da ergonomia aliado à tecnologia: Propulsores do

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VIDAL, M. C. INTRODUÇÃO À ERGONOMIA. 1998. Disponível em:

<https://goo.gl/guBiKP>. Acessado em 10 de Nov. de 2016.

Page 36: Fábio Wollenhaupt Cardoso

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7. APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Fábrica de software: a busca por um ideal.

Ergonomia é a disciplina que estuda a adaptação dos objetos de trabalho ao homem.

Ergonomia Física: Está relacionada com as atividades físicas e suas características

(manuseio de materiais, postura no trabalho, movimentos repetitivos e etc.).

Ergonomia Cognitiva: Entende-se por ergonomia cognitiva todos os aspectos relacionados

aos processos mentais (raciocínio, memória, percepções e etc.).

Ergonomia Organizacional: Tem como escopo aperfeiçoar os fatores sócio técnicos

(processos, políticas e estruturas organizacionais).

Com base nas informações apresentadas anteriormente responda as seguintes questões:

1. Cite um exemplo de ergonomia (Física, Cognitiva, Organizacional) que você perceba

dentro da empresa onde atua que considera um ponto forte:

_____________________________________________________________________

2. Você percebe algum ponto da ergonomia que possa ser melhorado dentro da empresa

onde atua? Caso sim,cite uma sugestão para isso:

_____________________________________________________________________

3. Como você avalia a empresa em que atua no quesito Investimento/ Preocupação/

Inovação em Ergonomia:

1 - 2 – 3 – 4 – 5- 6 – 7 - 8 - 9 - 10

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8. ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Termo de compromisso do pesquisador para o uso de dados e

preservação do material com informações sobre os sujeitos em

arquivo (prontuários e material biológico).

Título do projeto:

Pesquisador responsável:

Demais pesquisadores:

Instituição de origem do pesquisador:

Área de Conhecimento:

Curso:

Telefone para contato:

Local da Coleta de Informações:

Registro no CEP1 SH / AMF: Projeto nº

O(s) pesquisador(es) do projeto acima identificado(s) assume(m) o compromisso de:

I. Preservar o sigilo e a privacidade dos sujeitos cujos dados (informações e/ou materiais

coletados) serão estudados;

II. Assegurar que as informações e/ou materiais coletados serão utilizados, única e

exclusivamente, para a execução do projeto em questão;

III. Assegurar que os resultados da pesquisa somente serão divulgados de forma

anônima, não sendo usadas iniciais ou quaisquer outras indicações que possam

identificar o sujeito da pesquisa.

O(s) pesquisador(es) declara(m) ter conhecimento de que as informações pertinentes às

técnicas do projeto de pesquisa somente podem ser acessados por aqueles que assinaram o Termo

de Confidencialidade, excetuando-se os casos em que a quebra de confidencialidade é inerente à

atividade ou que a informação e/ou documentação já for de domínio público.

Restinga Seca, RS, ........ de ............................... de 20..... .

____________________________

Assinatura Pesquisador

Nome: ..................................................

RG: ......................................................

1 CEP – Comitê de Pesquisa (Quando as pesquisas envolvem seres humanos).