28 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E 3 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO Pelos dados do último censo demográfico do IBGE, 870.028 pessoas viviam na Cidade de São Luís no ano 2000, com estimativa de 978.824 habitantes para 2005. A população residente, considerada pelo IBGE, constituiu-se de moradores que tinham seus domicílos como residência habitual e que, na data de referência do censo, estavam presentes ou ausentes por período inferior a 12 meses (Tabelas 3.1 e 3.2). Se a taxa média de crescimento anual do período de 2000 a 2005 fosse mantida (2,45% ao ano) a população de São Luís seria de 1.002.808 habitantes em julho de 2006, o que representaria mais de 80% da população de toda a Ilha. Quase a totalidade da população de São Luís (96%) vive na área urbana e é representada na sua grande maioria por jovens de 10 a 19 anos e adultos da faixa etária de 20 a 29 anos (Fig. 3.1). Com relação ao sexo, o número de mulheres é superior ao de homens em 14%, o que equivale a 57.228 mulheres (Fig. 3.2). 19.23% 23.94% 20.69% 15.055% 9.86% 5.51% 5.69% 0 a 9 anos 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 anos ou + Figura 3.1 – Distribuição da população por faixa etária. FONTE: IBGE/Censo 2000. População Residente por Sexo e Idade 25953 45806 98177 110000 82660 84655 98309 81908 59155 40059 21991 20323 71838 29194 60 ou mais 50 a 59 40 a 49 30 a 39 20 a 29 10 a 19 0 A 9 Mulheres Homens Figura 3.2 – População residente por grupo de idade e sexo. FONTE: IBGE/Censo 2000 População Residencial Data dos Recenseamentos Total Urbana Rural São Luís 1970 265.486 205.413 60.073 1980 449.432 247.288 202.144 1991 696.371 246.213 450.158 2000 870.028 837.584 32.444 São José de Ribamar 1970 23.636 14.050 9.586 1980 32.320 18.765 13.555 1991 70.571 26.044 44.527 2000 107.384 27.245 80.139 Paço do Lumiar 1970 13.487 524 12.963 1980 17.209 588 16.621 1991 53.195 1.147 52.048 2000 76.188 1.188 75.000 Raposa 2000 17.088 11.370 5.718 Tabela 3.1 – População dos Municípios da Ilha de São Luís. FONTE: IBGE/Censo 2000. Tabela 3.2 – População Estimada da Região Metropolitana 1 Danielle Nogueira Magalhães, Arquiteta e Urbanista. A população ludovicense se distribui pelo território de forma desigual, em bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais, com características e padrões distintos de ocupação. Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Olho D’Água, Bequimão, Vila Palmeira, Cohatrac, Coroadinho,Tirirical, Cidade Operária e Santa Clara são só alguns exemplos entre os bairros com maior quantidade de habitantes que compõem a Capital do Estado. Como áreas menos povoadas destacam-se os bairros Ponta D’Areia, Renascença e Centro, este último devido a um processo de esvaziamento populacional característico de Centros Históricos. Uma intensa urbanização, verificada principalmente a partir da década de 70, acelerou a ocupação espacial da cidade, dificultando o controle Municipal sobre o ordenamento do território. Esse fato estimulou o adensamento populacional ao longo de áreas concentradoras de trabalho e áreas periféricas, em função do baixo custo dos terrenos. A valorização dos terrenos próximos à região das praias, e das áreas bem servidas de equipamentos urbanos, justifica o crescimento horizontal da cidade para além do limite do Município de São Luís e a existência de baixas densidades populacionais nas áreas privilegiadas, pois a segregação espacial está nitidamente ligada ao poder aquisitivo da população (Mapa “População Residente por Setor Censitário”). A ocupação do “Conjunto Ambiental de São Luís” é caracterizada, portanto, por um duplo processo de assentamento populacional. De um lado espontâneo, sem planejamento físico territorial e sem seguir as normas estabelecidas pela legislação urbanística vigente; e por outro, induzido pela implantação de infra-estrutura urbana. 3.1 Densidade Demográfica Através do cálculo da área dos setores censitários do IBGE foi possível identificar a densidade demográfica de São Luís por partes reduzidas do território e aproximar os dados disponíveis à realidade. Dessa forma, entre os bairros mais populosos destacam-se: Madre Deus, Camboa, parque Amazonas, Pindorama, Anjo da Guarda, Jaracaty e novamente Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Cohatrac, Coroadinho e Cidade Operária (estes já citados como bairros que possuem grande quantidade de habitantes). É necessário esclarecer que os dados disponíveis referem-se ao período do ano 2000 e que nos últimos 5 anos verificou-se um adensamento populacional expressivo no Bairro da Cidade Olímpica. Com relação ao bairro do Turú, observa-se uma ocupação populacional em ascensão, principalmente devido à presença de condomínios (horizontais e verticais) de padrão popular. O bairro apresenta densidade relativamente baixa, com espaços vazios disponíveis ao adensamento. Os dez povoados e os dez bairros urbanos mais populosos, segundo a Fundação Nacional de Saúde em 1996, estão listados na Tabela 3.3. População estimada 2005 em 01/07/2005 São Luís 978.824 São José de Ribamar 130.448 Paço do Lumiar 97.689 Raposa 20.698 Alcântara 22.359 Total Região Metropolitana 1.250.018
20
Embed
Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
28 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
3 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO
Pelos dados do último censo demográfico do IBGE, 870.028
pessoas viviam na Cidade de São Luís no ano 2000, com estimativa
de 978.824 habitantes para 2005. A população residente, considerada
pelo IBGE, constituiu-se de moradores que tinham seus domicílos
como residência habitual e que, na data de referência do censo,
estavam presentes ou ausentes por período inferior a 12 meses
(Tabelas 3.1 e 3.2).
Se a taxa média de crescimento anual do período de 2000 a
2005 fosse mantida (2,45% ao ano) a população de São Luís seria de
1.002.808 habitantes em julho de 2006, o que representaria mais de
80% da população de toda a Ilha.
Quase a totalidade da população de São Luís (96%) vive na
área urbana e é representada na sua grande maioria por jovens de 10
a 19 anos e adultos da faixa etária de 20 a 29 anos (Fig. 3.1).
Com relação ao sexo, o número de mulheres é superior ao de homens
em 14%, o que equivale a 57.228 mulheres (Fig. 3.2).
19.23%
23.94%
20.69%
15.055%
9.86%
5.51%
5.69%
Faixa Etária da
População
0 a 9 anos
10 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 anos ou +
Figura 3.1 – Distribuição da população por faixa etária. FONTE:
IBGE/Censo 2000.
População Residente por Sexo e Idade
25953
45806
98177
110000
82660
84655
98309
81908
59155
40059
21991
20323
71838
29194
60 ou mais
50 a 59
40 a 49
30 a 39
20 a 29
10 a 19
0 A 9
Mulheres
Homens
Figura 3.2 – População residente por grupo de idade e sexo.
FONTE: IBGE/Censo 2000
População ResidencialData dos
Recenseamentos
Total Urbana Rural
São Luís
1970 265.486 205.413 60.073
1980 449.432 247.288 202.144
1991 696.371 246.213 450.158
2000 870.028 837.584 32.444
São José de Ribamar
1970 23.636 14.050 9.586
1980 32.320 18.765 13.555
1991 70.571 26.044 44.527
2000 107.384 27.245 80.139
Paço do Lumiar
1970 13.487 524 12.963
1980 17.209 588 16.621
1991 53.195 1.147 52.048
2000 76.188 1.188 75.000
Raposa
2000 17.088 11.370 5.718
Tabela 3.1 – População dos Municípios da Ilha de São Luís. FONTE:
IBGE/Censo 2000.
Tabela 3.2 – População Estimada da Região Metropolitana
1
Danielle Nogueira Magalhães, Arquiteta e Urbanista.
A população ludovicense se distribui pelo território de forma
desigual, em bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais, com
características e padrões distintos de ocupação.
Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Olho D’Água, Bequimão,
Vila Palmeira, Cohatrac, Coroadinho,Tirirical, Cidade Operária e Santa
Clara são só alguns exemplos entre os bairros com maior quantidade
de habitantes que compõem a Capital do Estado.
Como áreas menos povoadas destacam-se os bairros Ponta
D’Areia, Renascença e Centro, este último devido a um processo de
esvaziamento populacional característico de Centros Históricos.
Uma intensa urbanização, verificada principalmente a partir da
década de 70, acelerou a ocupação espacial da cidade, dificultando o
controle Municipal sobre o ordenamento do território. Esse fato estimulou
o adensamento populacional ao longo de áreas concentradoras de
trabalho e áreas periféricas, em função do baixo custo dos terrenos.
A valorização dos terrenos próximos à região das praias, e das
áreas bem servidas de equipamentos urbanos, justifica o crescimento
horizontal da cidade para além do limite do Município de São Luís e a
existência de baixas densidades populacionais nas áreas privilegiadas,
pois a segregação espacial está nitidamente ligada ao poder aquisitivo
da população (Mapa “População Residente por Setor Censitário”).
A ocupação do “Conjunto Ambiental de São Luís” é caracterizada,
portanto, por um duplo processo de assentamento populacional. De
um lado espontâneo, sem planejamento físico territorial e sem seguir
as normas estabelecidas pela legislação urbanística vigente; e por
outro, induzido pela implantação de infra-estrutura urbana.
3.1 Densidade Demográfica
Através do cálculo da área dos setores censitários do IBGE foi
possível identificar a densidade demográfica de São Luís por partes
reduzidas do território e aproximar os dados disponíveis à realidade.
Dessa forma, entre os bairros mais populosos destacam-se:
Madre Deus, Camboa, parque Amazonas, Pindorama, Anjo da Guarda,
Jaracaty e novamente Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Cohatrac,
Coroadinho e Cidade Operária (estes já citados como bairros que
possuem grande quantidade de habitantes).
É necessário esclarecer que os dados disponíveis referem-se
ao período do ano 2000 e que nos últimos 5 anos verificou-se um
adensamento populacional expressivo no Bairro da Cidade Olímpica.
Com relação ao bairro do Turú, observa-se uma ocupação
populacional em ascensão, principalmente devido à presença de
condomínios (horizontais e verticais) de padrão popular. O bairro
apresenta densidade relativamente baixa, com espaços vazios
disponíveis ao adensamento.
Os dez povoados e os dez bairros urbanos mais populosos,
segundo a Fundação Nacional de Saúde em 1996, estão listados
na Tabela 3.3.
População estimada 2005 em 01/07/2005
São Luís 978.824
São José de Ribamar 130.448
Paço do Lumiar 97.689
Raposa 20.698
Alcântara 22.359
Total Região Metropolitana 1.250.018
30 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
BAIRROS HABITANTES
1- Anjo da Guarda 28.865
2- São Francisco 24.976
3- Vila Embratel 24.077
4- Coroadinho 19.738
5- Fátima 18.587
6- Bequimão 18.442
7- Liberdade 16.305
8- Divinéia 15.257
9- Cohab-Anil 13.939
10- Vila Mauro Fecuri 13.551
POVOADOS HABITANTES
1- Vila Sarney 5.417
2- Vila Esperança 5.417
3- Santa Clara 4.408
4- Estiva 3.947
5- Vila Maranhão 3.837
6- Nova República 3.626
7- Pedrinhas 3.307
8- Tibiri 3.139
9- Tibirizinho 3.029
10- Quebra Pote 2.632
Tabela 3.3 – Bairros e povoados mais populosos. FONTE: Fundação Nacional de Saúde (1996).
Os índices baixos de adensamento populacional são justificados em parte pela presença rarefeita de
edificações verticais na cidade, característica de cidades de porte médio em vias de desenvolvimento. As
áreas mais adensadas estão localizadas no entorno do Centro e no corredor Centro-Anil, onde o processo de
urbanização já está consolidado (Fig. 3.3)
Na Região de Praias, onde foram implantados conjuntos habitacionais de padrão mais elevado, a
densidade apresenta índices mais baixos, evidencia-se nesta área a ocorrência de especulação imobiliária,
em função da valorização do local e da presença de vazios urbanos.
Destaca-se ainda que entre as áreas de densidades mais baixas estão incluídas a Zona de Segurança
do Aeroporto e as áreas onde a presença da vegetação é significativa: Zonas de Reserva Florestal, Áreas de
Proteção Ambiental e áreas verdes de um modo geral.
A Zona Rural como um todo apresenta índices baixos de densidade populacional e presença significativa
de cobertura vegetal (Mapa “Densidade Demográfica”).
3.2 Crescimento Populacional
As características agrofundiárias do Estado do Maranhão representam um aspecto fundamental na
dinâmica populacional da Cidade de São Luís, sendo responsável pelo intenso incremento demográfico ante-
rior aos grandes projetos industriais instalados na Capital.
O movimento migratório interno e contínuo consolidou o Município de São Luís como eixo polarizador,
apresentando taxas de crescimento significativamente mais elevadas em relação ao Estado como um todo.
As décadas de 70 e 80 do século 20 demonstraram a presença de um fluxo populacional contínuo e
ascendente, desde a década de 60, que coincidiu com o avanço espacial da urbanização de São Luís. Além
disso, constituíram indicadores seguros das tendências de um movimento populacional mais recente,
principalmente se forem analisados em conjunto com o crescimento industrial estabelecido na década de 80
e os atrativos que foram criados com a implantação dos grandes projetos mínero-industriais na capital
maranhense.
Em relação à procedência dos migrantes evidenciou-se (ainda em 1970) que a maioria (cerca de
82,4%) naquela década foi proveniente de zonas urbanas. Este dado isolado escondeu um caráter “escalonado”
da migração rural/urbana: o percurso deste movimento passou por uma série de cidades menores até a
fixação naquelas maiores e mais estruturadas, que permitiram alternativas mais variadas de vinculação
econômica e de sobrevivência para a população migrante, como foi o caso de São Luís, no contexto
do Maranhão.
O período de 1990 a 2000 também registrou a influência de São Luís como pólo de concentração
populacional ascendente, o avanço do processo de urbanização e a redução do espaço rural (Tabela 3.3).
Figura 3.3 – Densidades demográficas por regionalização de setores censitários. FONTE: IBGE (Censos 1991/2000).
População Total
ano
Maranhão São Luís
Incremento
Populacional da
capital (%)
Participação
no Estado
(%)
Taxa média
de cresc.
Anual (%)
1960 2 492 139 158 292 32,15 6,35 -
1970 2 992 678 263 595 66,52 8,81 5,31
1980 3 996 444 460 320 74,63 11,52 5,41
1990 4 930 253 695 119 51,00 14,10 6,00
2000 5 651 475 867 690 24,83 15,35 2,53
2005 6 013 828 978 824 12,81 16,27 2,45
Tabela 3.3 – Participação da população de São Luís no Estado. FONTE: Censos do IBGE.
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
POR REGIONALIZAÇÃO DOS SETORES CENSITÁRIOS IBGE
15,17
123,56
23,34
2,44
35,03
48,79
12,56
7,97
89,82
264,93
126,19
144,5
102,02
56,25
55,93
19,63
141,02
82,22
88,53
129,89
100,96
86,14
102,69
99,23
87,19
48,4
55,72
18,52
109,03
48,53
45,38
42,98
111,92
95,85
18,9
4,24
37,66
141,99
29,06
6,84
40,8
22,67
18,32
73,85
262,25
121,28
132,09
78,69
63,62
86,36
72,48
135,22
74,26
88,88
128,69
99,62
94,82
114,36
112,25
39,92
25,13
93,71
60,31
101,46
71,78
66,41
38,57
121,29
31,64
60,31
1,46
18,9
PO
NT
A D
'A
RE
IA
OL
HO
D
'Á
GU
A
RE
NA
SC
EN
ÇA
VIN
HA
IS
TU
RU
CE
NT
RO
MO
NT
E C
AS
TE
LO
BE
QU
IM
ÃO
VIL
A M
AU
RO
F
EC
UR
Y
BA
IR
RO
D
E F
ÁT
IM
A
BA
RR
ET
O
SA
NT
A C
RU
Z
CO
HA
TR
AC
VIL
A E
MB
RA
TE
L
SÁ
V
IA
NA
FIL
IP
IN
HO
SA
NT
O A
NT
OÔ
NIO
CO
RO
AD
IN
HO
CID
. O
LÍM
PIC
A E
OP
ER
ÁR
IA
REGIONAIS
DE
NS
ID
AD
E
DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE 2000
DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE 1991
LEGENDA
32 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
A população de São Luís apresentou um crescimento de, aproximadamente, 326,8% nesse período,
e a população rural, que em 1970, representava 22,6% do total passou para 3,7% em 2000 (ZONEAMENTO
COSTEIRO DO ESTADO DO MARANHÃO, 2003). A população urbana que, em 1991, era de 246.244 habitantes,
sofreu um aumento de 209,52%, e passou para 762.172 habitantes em 1996, já no período de 1996 a 2000
o crescimento urbano foi de apenas 9,9%.
Essa diminuição da população rural, e conseqüente aumento da população urbana, devem-se ao fato
da Prefeitura Municipal de São Luís ter atualizado o limite entre a Zona Urbana e a Zona Rural com a implantação
do Plano Diretor de 1992, quando algumas áreas que eram rurais passaram a ser consideradas urbanas.
Além de concentrar a maioria da população do Estado, São Luís possui uma taxa de crescimento
superior às verificadas para o conjunto dos municípios. Os índices de crescimento populacional são
significativamente menores no restante do Estado do Maranhão, onde verificou-se um crescimento na população
total de 14,63% entre 1991 e 2000, e de 6,41% entre 2000 e 2005. Em São Luís, no intervalo de 1991 a 2000
a população cresceu 24,83% e entre 2000 e 2005 12,81% (Fig. 3.4).CRESCIMENTO POPULACIONAL
158.292
265.595
460.320
696.371
20052004
2003200220012000
1991198019701960
19501940192019101900Séc.
XIX
Séc.
XVIII
Séc..
XVII
978.824
959.124
923.526
906.567
870.028
867.690
119.785
85.583
52.92953.484
29.475
26.315801
13.145
PERÍODO
HA
BIT
AN
TE
S
Figura 3.4 – Crescimento Populacional. FONTE: IPLAM/IBGE.
3.3 Diversificação dos Setores Econômicos
A partir dos anos 50, quando ocorreu um novo padrão de desenvolvimento industrial no país (desde o
centro-sul), foi reafirmada a vocação agrária do Estado, favorecida pela existência de mais de 15.000.000 ha
de terras virgens e devolutas.
Esta circunstância atraiu um significativo contingente migratório da região nordeste, que realizou o
avanço da fronteira agrícola com o estabelecimento de pequenas unidades de produção familiar, em particu-
lar a produção de cereais e babaçu. As grandes obras viárias interestaduais intensificaram este processo, ao
mesmo tempo em que realizaram a necessária integração regional do mercado.
No final dos anos 50 a valorização imobiliária ao longo das rodovias determinou o aparecimento de
grandes propriedades, o deslocamento de parcelas significativas dos ocupantes originais e a subordinação
econômica da pequena propriedade. A baixa capacidade de retenção populacional no contexto de expansão
da fronteira agrícola fundamentou o êxodo rural, cujos reflexos podem ser observados no crescimento da
urbanização desordenada de São Luís a partir da década de 60.
São Luís foi um dos pólos importantes de destino final do deslocamento escalonado da migração rural-
urbana, ao reunir fatores de atração relacionados com a relativa concentração industrial e, como sede
administrativa do Estado, pela expectativa de emprego no quadro do funcionalismo público. Apesar da existência
destes fatores favoráveis à atração populacional, o ritmo com que se processou o crescimento urbano indicou
que os fatores de expulsão rural foram decisivos neste processo (Mapa “Pessoas Residentes com Rendimento”).
O setor industrial desenvolveu-se predominantemente em torno da produção de bens não duráveis, com
significativa interdependência do setor primário, beneficiamento de arroz, óleos de babaçu e amêndoas e outros
produtos alimentícios. Um novo revigoramento econômico teve início a partir de 1975, com o estímulo do setor
da construção civil, operando em paralelo ao crescimento dos ramos de produtos minerais não metálicos.
A característica de um crescimento urbano acelerado ao lado de uma industrialização dependente determinou
a ampliação da expressividade econômica do Setor Terciário, com um forte destaque das atividades informais.
Somaram-se a esta situação as tendências declinantes do Setor Primário, quer pela expansão territorial da
urbanização, quer pelo processo de concentração fundiária e baixa exploração de áreas aproveitáveis.
Em relação ao Setor Primário observou-se uma redução de sua expansão territorial, onde foi determinante
a urbanização de São Luís, o que afetou sua expressão econômica, já estruturalmente reduzida. Manteve,
contudo, significativo potencial social sob o prisma da vinculação da população, quer através da atividade
pesqueira, quer através do crescimento da pequena propriedade.
A atividade pesqueira possuía uma exploração artesanal, constituindo basicamente uma atividade de
subsistência. Na década de 80 esta atividade foi prejudicada pela baixa capitalização dos produtores (devido
a um expressivo número de intermediários) e pela falta de infra-estrutura.
A falta de apoio logístico foi resolvida, em parte, com a construção do Mercado do Peixe pelo Governo
do Estado, no Aterro do Bacanga (década de 90), porém o problema com os atravessadores persiste. Atualmente
o Portinho (onde foi implantado o Mercado de Peixe), comercializa cerca de 10 toneladas de pescado por dia.
O Setor Terciário é o que concentra a maior vinculação econômica da população através da expansão
das atividades de comércio e serviços e do mercado de trabalho informal. A elevação dos rendimentos
médios mensais é influenciada pela combinação entre trabalho formal e informal. Verifica-se também o
aumento da renda familiar pela intensificação do trabalho e não pela elevação do rendimento individual (um
número maior de membros colaboram para o aumento da renda familiar).
Neste contexto de acentuado crescimento urbano e de predominância das atividades do terciário, o
setor secundário manteve, historicamente, as características de uma industrialização incipiente, baseada nos
ramos “tradicionais”, com uma participação restrita na formação do PIB setorial e na geração efetiva de
empregos (Fig. 3.5).
Figura 3.5 – Contribuição dos setores econômicos no PIB Municipal. FONTE: IBGE (Censo 2000)
34 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
O valor estimado do Produto Interno Bruto (PIB) do município
de São Luís no ano de 2002, foi de R$ 4,542 bilhões, ou 39,78% do
PIB do Estado. O PIB per capita de São Luís, a preços de mercado, foi
estimado em R$ 4.938,04, ou 2,6 vezes o PIB per capita do Maranhão.
O Município de São Luís constitui um dos pólos de
desenvolvimento industrial do Estado em ascensão, principalmente
devido a uma política econômica de canalização de investimentos
para a região, aproveitando as potencialidades energéticas de Tucuruí
e as reservas minerais da Serra de Carajás no Pará.
Desde o final da década de 70, a capital maranhense assumiu
uma nova vocação econômica a partir da implantação de grandes
projetos envolvendo a exploração mineral, que se expressaram na
construção da Estrada de Ferro Carajás e no Terminal da Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD) em São Luís. Ao longo da década de 80 do
século 20 foram efetivadas também propostas de constituição de pólos
de produção siderúrgica e de ferro-liga ao longo do corredor desta
estrada, em adição à implantação da Fábrica ALUMAR (Consórcio
Billiton-Alcoa) e ao projeto Usimar. Estas propostas foram reforçadas
com um protocolo assinado na década de 90 pelo Governo do Estado
para a instalação de outra usina siderúrgica (DUFERCO).
Porém, a especialização desta “vocação econômico-industrial”
esteve voltada, prioritariamente, para o mercado externo, contribuindo
parcialmente para o desenvolvimento econômico local.
A industrialização de São Luís em 1980, em termos locais,
contribuiu com 19,2% para a formação do PIB da Ilha, o que
representou seis vezes mais que a geração do Setor Primário, porém,
apenas 1/4 do valor produzido no Setor Terciário. Em 2002, a
contribuição do Setor Industrial de São Luís no PIB da Ilha cresceu
para 33,3%, o Setor Agropecuário contribuiu com apenas 0,13% e o
Setor de Serviços prevaleceu como maior contribuinte representando
um percentual de 49,5% do PIB total da Ilha.
3.4 Emprego
O processo de urbanização acelerado da cidade, a
industrialização dependente e a proeminência do setor terciário
determinaram a tendência da vinculação, atratividade e incorporação
efetiva da população em empregos dos diferentes setores.
Os índices da PEA (População Economicamente Ativa) e da PO
(População Ocupada) constituem os indicadores privilegiados dessa
articulação. De acordo com o censo de 2000, a População
Economicamente Ativa (PEA) de São Luís, corresponde a 476 775
pessoas, 2,17 vezes maior que a PEA de 1991, que era de 219 119
pessoas. Do total da População Economicamente Ativa de São Luís,
21,9% é de desocupados.
O Setor Terciário continuou a ser responsável pela absorção da
maior parcela da população ocupada de São Luís, representando um
percentual de 60,8% de toda a PEA, seguido pelo setor secundário e
o primário em ordem de influência econômica.
Estudos realizados sobre a situação de emprego no contexto
da Ilha até a década de 80 assinalaram uma prevalência acentuada
do setor terciário como absorvedor de força de trabalho. Do ponto de
vista setorial apontou um declínio do emprego agrícola e uma oscilação
do emprego industrial. A grande expansão do emprego ocorreu no
terciário: em 1960 respondia por 67,8% de todos os empregos,
percentual que se elevou para 74,31% em 1980 e teve uma queda
progressiva, passando para 67,18% em 1991 e 60,8% em 2000.
3.5 Renda
A renda é analisada aqui como um fator econômico, porque
permite perceber o raio de influência dos efeitos multiplicadores da
economia como um todo, que incide não apenas sobre o mercado de
consumo em São Luís e nos municípios vizinhos, como também qualifica
as condições de vida da população.
A renda per capita média da população local passou de R$189,45
em 1991 para R$252,13 em 2000, tendo aumentado 33,09%. No
mesmo período, a porcentagem de pessoas com renda domiciliar per
capita menor que R$75,50 (metade do salário mínimo vigente em
agosto de 2000), decresceu de 43,8% (1991) para 39,9% (2000). No
entanto, o índice Gini, que mensura a desigualdade social, aumentou
de 0,61 para 0,65 em 2000 (Mapa “Rendimento Nominal Mensal”).
Rendimento Nominal Mensal
35.41%
26.68%
9.96%
10.67%
9.81%
4.82%
2.62%
habitantes
Até 1
Mais de 1 a 2
Mais de 2 a 3
Mais de 3 a 5
Mais de 5 a 10
Mais de 10 a 20
Mais de 20
Figura 3.6 – Nível salarial da população com rendimento. FONTE:
IBGE (Censo 2000)
Figura 3.7 – Feira da Cidade.
Do total das pessoas que receberam rendimentos, a maioria
estava na faixa de até 1 salário mínimo, equivalente a uma
percentagem de 35,41%. Acima deste nível observou-se uma parcela
populacional decrescente que se traduziu em índices reduzidos para
os rendimentos maiores: 20,63% das pessoas recebem entre 2 a 5
salários mínimos, 14,63% entre 5 a 20 salários mínimos, e apenas
2,62% acima de 20 salários mínimos (Figura 3.6).
Apesar da Cidade de São Luís possuir estruturas urbanas
consolidadas, uma concentração industrial influente e ser a sede do
Governo do Estado, na prática, todo esse potencial não se reverteu
em condições mais propícias para a elevação dos rendimentos
individuais da população.
36 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
3.6 Educação
Através do mapeamento dos dados do IBGE foi possível identificar áreas da cidade com menor e maior
número de pessoas alfabetizadas e o nível de escolaridade da população.
Foram consideradas alfabetizadas as pessoas capazes de ler e escrever um bilhete simples e analfabetas
aquelas que não sabiam escrever ou apenas assinavam o próprio nome. Para identificar as pessoas alfabetizadas
ou não o universo pesquisado foi a população residente acima de 5 anos de idade.
Em São Luís, a taxa de analfabetismo caiu de 3,64% no período de 1991 a 2000 e a freqüência à escola
aumentou em 9,57%. No mesmo período a Taxa de freqüência ao ensino médio cresceu 36,09%, quase quatro
vezes o valor acrescido à taxa de freqüência do fundamental e do nível superior (Tablea 3.4).
1991
Taxa de
alfabetização
(%)
Taxa bruta de
freqüência à
escola (%)
Taxa bruta de
freqüência ao
fundamental
(%)
Taxa bruta de
freqüência ao
ensino médio
(%)
Taxa bruta de
freqüência ao
superior (%)
89,05 75,38 120,9 57,15 8,34
2000
Taxa de
alfabetização
(%)
Taxa bruta de
freqüência à
escola (%)
Taxa bruta de
freqüência ao
fundamental
(%)
Taxa bruta de
freqüência ao
ensino médio
(%)
Taxa bruta de
freqüência ao
superior (%)
92,69 84,95 130,29 93,24 17,92
Tabela 3.4 – Taxa de alfabetização e de freqüência a escola 1991/2000. FONTE: Atlas de Desenvolv. Humano no Brasil, 2000
Albabetização/Zona Urbana
43.85%
56.14%
3.37%
96.62%
3.36%
96.63%
5.34%
94.65%
7.82%
92.17%
13.69%
86.30%
24.69%
75.30%
Alfabetizada
Não alfabetizada
60 ou mais
50 a 59
40 a 49
30 a 39
20 a 29
10 a 19
5 a 9
Alfabetização/Zona Rural
64.14%
35.85%
7.66%
92.33%
11.13%
88.86%
19.01%
80.98%
31.27%
68.72%
2.37%
2.47%
61.97%
38.02%
Alfabetizada
Não alfabetizada 60 ou mais
50 a 59
40 a 49
30 a 39
20 a 29
10 a 19
5 a 9
Com relação ao nível de escolaridade foram consideradas as pessoas com 10 anos ou mais de idade
responsáveis pelos domicílios particulares permanentes. Uma classificação em anos de estudo foi estabelecida
com o objetivo de compatibilizar os sistemas de ensino anteriores e atual. Neste caso o universo pesquisado
abrangeu todas as pessoas com 10 anos ou mais de idade.
O primeiro ao oitavo ano de estudo correspondem ao ensino fundamental, 1ª a 8ª série do primeiro
grau e inclui ainda 1ª a 5ª série do ensino médio primeiro ciclo. O período de nove a onze anos de estudo
equivale a 1ª, 2ª e 3ª série do segundo grau, ou do ensino médio segundo ciclo. De doze a dezesseis anos de
estudo estão os 5 anos do nível superior. Dezessete anos de estudo ou mais significa que a pessoa concluiu
o nível superior, fez mestrado ou doutorado (Mapa “Nivel de Escolaridade”).
Figura 3.8 - Alfabetização na Zona Urbana. FONTE: IBGE/Censo 2000
Figura 3.9 – Alfabetização na Zona Rural. FONTE: IBGE/Censo 2000
O nível de escolaridade predominante em São Luís é o fundamental (1ª a 8ª série) e a população com
nível superior representa 3,36% do total de habitantes (Figs. 3.8 e 3.9). Dos 870.028 habitantes
registrados pelo Censo de 2000, 4,25% (37.000) nunca freqüentou escola ou não completou a 1ª série do
primeiro grau.
38 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E
ALUNOS QUANTIDADE
Creche 920
Educação Especial 426
Educação Infantil 11.124
Ensino Fundamental 74.219
Educação de Jovens e Adultos 10.495
TOTAL 97.184
Tabela 3.6 – Alunos matriculados na Rede de Ensino Municipal. FONTE: SEMED/2006.A Secretaria Municipal de Educação, para a realização de suas ações, dividiu a cidade em áreas geográficas
onde estão distribuídas as 162 escolas, 76 unidades de educação infantil e 86 do ensino fundamental do
município. São sete núcleos de atendimento da rede escolar, seis deles fazem parte da área urbana (Centro/
São Francisco, Itaqui–Bacanga, Anil, Coroadinho, Turu/Bequimão e Cidade Operária) e um núcleo abrange
toda a área rural (Mapa “Pessoas Residentes Alfabetizadas - 5 anos de idade ou mais”).
16.32%
28.83%
32.77%
9.95%
0.48%
11.61%
Nivel de Escolaridade do Responsável pelo Domicílio
Antigo prim ário
Ensino Fundam ental
Ensino Médio
Ensino superior
Mestrado ou
doutorado
Sem instrução e com
até 1 ano de es tudo
Figura 3.10 – Nível de escolaridade. FONTE: IBGE/Censo 2000
Instrução das pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade