FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL Edwiges Saraiva Lessa A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM. “ um facilitador no desenvolvimento do aluno” COTIA 2014
FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO
SUL
Edwiges Saraiva Lessa
A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.
“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”
COTIA
2014
Edwiges Saraiva Lessa
A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.
“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”
Monografia apresentada à FAPSS, comoparte dos requisitos para aConclusão de Curso de Pós Graduaçãoem ARTE NA EDUCAÇÂO.
COTIA
2014
Catalogação na Fonte FAPSS.
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM.
Lessa , Edwiges Saraiva
A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.
“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”
48 laudas
Monografia ( Pós Graduação) –
ARTE NA EDUCAÇÂO,
Faculdade Paulista de Serviço Social de São Caetano do Sul - FAPSS.
Cotia,
2014.
A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.
“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”
Monografia apresentada à FAPSS, comoparte dos requisitos para aConclusão de Curso de Pós Graduaçãoem ARTE NA EDUCAÇÂO.
APROVADA EM ____/____/_______.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
PROFESSOR ORIENTADOR.
____________________________________________________
PROFESSOR BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTO.
A Deus meu Pai e Protetor pela
proteção e carinho, a todos os
funcionários do IDEC, aos
professores da FAPSS e em
especial ao professor DOJU por
toda dedicação e ensinamentos
proporcionados.
DEDICATÓRIA.
Dedico este trabalho monográfico
a Deus, minha família querida e em
especial a minha filha Gabriela.
EPÍGRAFE
O Professor não ensina, mas
arranja modos de a própria
criança descobrir. Cria
situações – problemas.
Jean Piaget
RESUMO
Sabemos que para tornar o processo de ensino-
aprendizagem mais atrativo e significativo, é preciso buscar
constante atualização e inovação nas práticas pedagógicas, uma
vez que tais práticas contribuem e influenciam na busca da
construção de um educando completo, que será conceituado e
julgado nos seus aspectos intelectuais, morais e estéticos.
Sendo assim, esta pesquisa tem por objetivo ressaltar os
subsídios das artes visuais na evolução da aprendizagem
infantil, em especial do educando regularmente matriculado nas
séries iniciais da Educação Básica, investigando se as artes
visuais podem contribuir para um ensino que priorize a
expressão e a autonomia do aluno. Em relação à metodologia de
pesquisa, o trabalho consiste em uma averiguação bibliográfica
qualitativa que tende a refletir sobre o papel das artes
visuais nas séries iniciais da educação básica a partir de
teóricos que ressaltem a temática abordada. Como resultado
desse estudo, espera-se pontuar as contribuições e
possibilidades que o trabalho com artes disponibiliza ao
educador e ao educando, uma vez que tal disciplina estabelece
subsídios que despertam os sentimentos, a imaginação e a
criação do ser humano.
Palavras-chave: Arte, Educação; Artes visuais; Ensino-
aprendizagem.
ABSTRACT
We know that to make the process more attractive and
meaningful teaching and learning , we must look for constant
updating and innovation in teaching practices , as such
practices contribute to and influence the pursuit of building
a full student , which will be regarded and judged on its
intellectual, moral and aesthetic aspects . Thus , this
research aims to highlight the benefits of visual arts in the
evolution of early learning , in particular the student
regularly enrolled in the initial series of Basic Education ,
investigating whether the visual arts can contribute to
education that emphasizes the expression and autonomy student.
Regarding research methodology , the work consists of a
qualitative investigation that literature tends to reflect on
the role of visual arts in the early grades of primary
education from theoretical that underscore the theme. As a
result of this study , it is expected scoring contributions
and possibilities that working with arts available to the
educator and the learner , since this discipline provides
subsidies that arouse the feelings , the imagination and the
creation of human beings .
Keywords: Arts Education ; Visual arts ; Teaching andlearning.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 10
CAPITULO I1.CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM...........11
CAPITULO II2.A HISTÓRIA DA ARTE NO PROCESSO EDUCACIONAL...............................14
CAPITULO III3.CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ARTE-EDUCAÇÃO.....................................17
CAPITULO IV4.A LEGISLAÇÃO QUE NORTEIA O ENSINO DA ARTE...................................19
CAPITULO V5.AS ARTES VISUAIS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM..........................21
CAPITULO VI6.METODOLOGIA DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS............................276.1 Análises dos dados.....................................................................................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................32REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................33ANEXOS..................................................................................................................36
INTRODUÇÃO
Com base em referenciais bibliográficos que abordam os
subsídios das Artes visuais no processo de ensino-aprendizagem
do educando, será proporcionada nesta pesquisa uma reflexão
sobre a importância do ensino de Artes na Educação básica, de
que maneira o ensino das Artes visuais vem sendo oferecido nas
séries iniciais de escolarização e quais são as principais
dificuldades enfrentadas pelos docentes em relação aos
conteúdos selecionados para o trabalho com as artes visuais na
rotina escolar.
Acredita-se que ao trazer esta proposta para a rotina
escolar nos anos iniciais, estaremos cooperando para a
evolução e aprimoramento das práticas docentes em sala de
aula, pois a análise e avaliação à cerca do desenvolvimento
expressivo dos educandos em relação á arte visual, bem como o
desenho, seu envolvimento com o meio educacional e suas
relações com o mundo das artes, ainda é pouco compreendido por
parte dos professores que ressaltam a falta de formação
específica para a eficiência na seleção dos conteúdos
relevantes á temática.
Quanto á metodologia de pesquisa optou-se por revisão
bibliográfica e análise dos dados que serão obtidos através de
entrevista direcionada ao docente, visando ampliar os
conhecimentos acerca do assunto e possibilitar informações que
norteiem a equipe escolar. Faz-se necessário salientar que
este estudo espera contribuir para a formação do profissional
da educação básica e auxiliar o docente com especialização
específica, visando enriquecer a prática pedagógica de modo a
favorecer a aprendizagem do educando, tornando o processo de
ensino significativo, gratificante e prazeroso.
CAPITULO I
1. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
De acordo com Assunção (2004),
“[...] a aprendizagem deve ser vista como um
processo de mudança de comportamento obtido
por meio da experiência construída por fatores
emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais
[...]”.
14
Desta forma nem todas as pessoas aprendem as mesmas
coisas da mesma maneira e com a mesma profundidade, cada
indivíduo aprende coisas novas atribuindo-lhes significados ou
valores diferentes de acordo com sua história pessoal e a
história de seu grupo social, pois a aprendizagem está
vinculada aos estímulos que se recebe do meio onde se vive.
Sendo assim, a aprendizagem pode se dar de várias maneiras e a
informação pode chegar até o aprendiz por meio das ondas
sonoras (aprendizagem auditiva), a partir do tato
(aprendizagem sinestésica) e através dos olhos (aprendizagem
visual).
Segundo Beauclair (2008):
“[...] a curiosidade pelo entendimento do processo
de aprendizagem despertou a curiosidade de várias
correntes teóricas que procuram esclarecimentos
relacionados à natureza do ato de aprender [...]”.
Dentre elas destacamos: inatismo - corrente fundamentada
na filosofia racionalista e idealista; empirismo – cita-se que
é através da razão, da verdade e dos princípios racionais que
a aprendizagem ocorre e que é por meio da experiência que ela
se solidifica; construtivismo - objetiva investigar a forma de
como ocorre a estruturação do conhecimento e como este se
efetiva por meio da ação do sujeito sobre o meio;
intercionismo - acredita na ação mútua, tanto do sujeito
quanto do ambiente, em que o conhecimento acontece de forma
dialética, a partir das interações com o meio onde se vive.
15
De acordo com Fonseca (2008):
“[...] o processo de aprendizagem ou estágios de
desenvolvimento das operações intelectuais da
criança é gradativo, em que as estruturas formam-
se passo -a- passo por meio de degraus de equilíbrio
[...]”
As estruturas intelectuais da criança incidem segundo
integrações múltiplas, obedecendo à ordem de sucessão das
aquisições, em que uma experiência anterior se junta à
seguinte proporcionando um equilíbrio final. Leontiev (2004)
declara que, ao compreender que as funções mentais têm origem
social, constata-se o quão importante é para o educando uma
aprendizagem de forma coletiva, pois para esses alunos com
diferentes níveis de apropriação de conhecimento e uma
diversidade de experiências, é preciso viabilizar a ampliação
das capacidades individuais e coletivas do grupo através de
atividades dinâmicas e coletivas.
Para Fernández (1998), as reflexões sobre o estado atual
do processo ensino- aprendizagem nos permite identificar um
movimento de ideias de diferentes correntes teóricas sobre a
profundidade do binômio ensino e aprendizagem. Entre os
fatores que estão provocando esse movimento podemos apontar as
contribuições da Psicologia atual em relação à aprendizagem,
que nos leva a repensar nossa prática educativa, buscando uma
conceitualização do processo ensino-aprendizagem. Já as
contribuições da teoria construtivista de Piaget, sobre a
construção do conhecimento e os mecanismos de influência16
educativa têm chamado a atenção para os processos individuais,
que têm lugar em um contexto interpessoal e que procuram
analisar como os alunos aprendem, estabelecendo uma estreita
relação com os processos de ensino em que estão conectados.
Sabemos que os mecanismos de influência educativa têm um
lugar no processo de ensino-aprendizagem, como um processo
onde não se centra atenção em um dos aspectos que o
compreendem, mas em todos os envolvidos. Se analisarmos a
situação atual da prática educativa em nossas escolas
identificaremos problemas como: a grande ênfase dada a
memorização, pouca preocupação com o desenvolvimento de
habilidades para reflexão crítica e autocrítica dos
conhecimentos que aprende; as ações ainda são centradas nos
professores que determinam o quê e como deve ser aprendido e a
separação entre educação e instrução. A solução para tais
problemas está no aprofundamento de como os educandos aprendem
e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.
Sendo assim, a eficácia do processo de ensino-
aprendizagem está na resposta em que este dá à apropriação dos
conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico do
estudante, à formação de sentimentos, qualidades e valores,
que alcancem os objetivos gerais e específicos propostos em
cada nível de ensino de diferentes instituições,conduzindo a
uma posição transformadora, que promova as ações coletivas, a
solidariedade e o viver em comunidade. Já a concepção de que o
processo de ensino-aprendizagem é uma unidade dialética entre
17
a instrução e a educação está associada à ideia de que igual
característica existe entre ensinar e aprender.
Esta relação nos remete a uma concepção de que o
processo de ensino-aprendizagem tem uma estrutura e um
funcionamento sistêmico, isto é, está composto por elementos
estreitamente inter-relacionados, pois todo ato educativo
obedece determinados fins e propósitos de desenvolvimento
social e econômico e em consequência responde a determinados
interesses sociais, que sustentam-se em uma filosofia da
educação que adere a concepções epistemológicas específicas, e
leva em conta os interesses institucionais , depende, em
grande parte, das características, interesses e possibilidades
dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades
escolares e demais fatores do processo.
Faz-se necessário salientar que o processo ensino-
aprendizagem deve ser compreendido como uma política cultural,
isto é, como um empreendimento pedagógico que considera com
seriedade as relações de raça, classe, gênero e poder na
produção e legitimação do significado e experiência.
Tradicionalmente este processo tem reproduzido as relações
capitalistas de produção e ideologias legitimadoras dominantes
ao ignorarem importantes questões referentes às relações entre
conhecimento x poder e cultura x política, sendo que o produto
do processo ensino-aprendizagem é o conhecimento. Partindo
desse princípio, concebe-se que o conhecimento é uma
construção social, assim torna-se necessário examinar a
18
constelação de interesses econômicos, políticos e sociais que
as diferentes formas de conhecer podem refletir.
Para que o processo ensino-aprendizagem possa gerar
possibilidades de emancipação é necessário que os professores
compreendam a razão de ser dos problemas que enfrentam e
assuma um papel de sujeito na organização desse processo. As
influências sociopolítico econômicas, exercem sua ação
inclusive nos pequenos atos que ocorrem na sala de aula, ainda
que não sejam conscientes. Ao selecionar algum destes
componentes para aprofundar deve-se levar em conta a unidade,
os vínculos e outros componentes que interferem diretamente
no processo de ensino-aprendizagem do educando.
19
CAPITULO II
2. A HISTÓRIA DA ARTE NO PROCESSO EDUCACIONAL
BRASILEIRO
No Brasil, a história da arte, desde a Pré-História,
mostrou seu fascínio pela cultura europeia o que fez reunir um
amplo conjunto de pinturas, desenhos e gravuras com influência
externa. Esta influência estrangeira teve início com a
colonização do Brasil por Portugal e se intensificou com a
chegada da família Real Portuguesa e a consequente criação da
Academia Imperial de Belas Artes, bem como com a presença de
artistas de outros países em terras brasileiras. Mesmo sob
influência externa, os artistas nacionais conseguiram
estabelecer expressões tipicamente brasileiras, transformando
o que vinha de fora em obras com as características do Brasil.
A respeito da história da arte, Gombrich (1985) cita que
desconhecemos como a arte começou, tanto quanto desconhecemos
como se iniciou a linguagem, pois:
“[...] se aceitarmos o significado de arte em função
de atividades como edificação de templos e casas,
20
pinturas e esculturas..., nenhum povo existe no
mundo sem arte [...]”.
O autor ressalta ainda que a arte é parte de cada ser
humano, e este já traz consigo desde o nascimento a arte que
poderá ser desenvolvida, ou não, contudo todo povo desenvolve
a sua arte que é característica própria dele.
Segundo os parâmetros legais, o ensino de arte na
educação começou a ser ministrado a partir de 1996, com a Lei
9394 (LDB), anterior a isso, era obrigatório nas escolas desde
1971, porém com a nomenclatura de Educação Artística. Tal
disciplina era vista como passatempo ou recurso utilizado para
ensinar outras matérias, porém com a valorização do conteúdo
de artes, a mesma passou a ser entendida como de fundamental
importância, pois, por si só, coopera para o desenvolvimento
do educando tanto quanto qualquer outra disciplina. Martins
(1998) pontua que “[...] para nos apropriarmos de uma linguagem,
compreendermos e (re) significá-la é preciso que aprendamos a operar com seus
códigos [...]”. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam
que:
[...] A Arte tem uma função importante acumprir, ela situa o fazer artístico comofato e necessidade de humanizar o homemhistórico, brasileiro, que conhece suascaracterísticas tanto particulares, tal comose mostram na criação de uma artebrasileira, quanto universais, tal como serevelam no ponto de encontro entre o fazerartístico dos alunos e o fazer artístico dosartistas de todos os tempos, que sempre
21
inauguram formas de tornar presente oinexplicável.[...] (PCN, 2003)
Faz-se necessário salientar que é através das aulas de
Artes que a criança conhece, aprende e participa de diferentes
manifestações artísticas e linguagens diversificadas, sendo
que no momento em que ela se expressa de alguma forma, está
representando suas emoções, desejos e experiências. A
disciplina ainda propicia a criança experiência e momentos que
a fazem refletir e se tornar um individuo critico e criativo,
desenvolver valores, experimentar sentimentos e emoções,
tornando-se assim, um ser questionador com relação ao mundo
que vive e com os outros em geral, porém, para que o ensino de
Artes seja significativo, é preciso desenvolver todas as
habilidades na criança desde cedo, pois é nessa fase que
ocorrem as descobertas, criam-se situações, etc.
Compreendemos também que a Arte necessita integrar-se ao
meio histórico, artístico e cultural da criança,
possibilitando ao educando o desenvolvimento da sua
criatividade, do seu senso ético e estético como forma de
expressão e comunicação através de diferentes manifestações.
Já na rotina escolar, a arte é uma importante ferramenta
educativa, pois procura, através das tendências individuais,
amadurecer a formação do gosto, estimular a inteligência e
contribuir para a formação da personalidade do indivíduo, sem
ter como preocupação única e mais importante a formação de
artistas. No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e
aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a
22
imaginação, a observação e o raciocínio. No processo de
criação, ele pesquisa a própria emoção, liberta-se da tensão,
ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e
forma hábitos de trabalho.
Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o
desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que o contato
sistematizado com o universo artístico e suas diferentes
linguagens: arte cênica, cinema, desenho, escultura, pintura,
literatura, teatro, dança, música, etc. ocorra a partir deste
ambiente. Além da expansão dos espaços culturais é importante
que, em cada um deles, haja de forma permanente um espaço
reservado para as crianças provido de material visual,
ferramentas de interatividade, oficinas de pintura,
artesanato, música, etc. De acordo com os PCNs do Ensino
Fundamental, o ensino de Arte deve organizar-se de modo que os
alunos sejam capazes de: experimentar e explorar as
possibilidades de cada expressão artística; compreender e
utilizar a arte como expressão, mantendo uma atitude de busca
pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação,
a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao
realizar e fruir das produções artísticas.
Em relação á seleção dos conteúdos específicos de Artes,
faz-se necessário ressaltar que tais conteúdos e temas devem
estar relacionados ao interesse e à vivência do aluno em
relação a questões sociais, de aprendizagem e ligados aos
sentimentos humanos que, articulados aos conceitos e demais
23
conteúdos da área, humanizam as ações de aprender. Já a
valorização da capacidade lúdica, da flexibilidade, do
espírito de investigação e de crítica como aspectos
importantes da experiência artística, é de fundamental
importância para a apreciação do ensino de Arte, bem como a
sensibilidade para reconhecer e criticar manifestações
artísticas manipuladoras, que ferem o reconhecimento da
diversidade cultural e a autonomia e ética humana, assim como
a atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação
da própria cultura.
CAPITULO III
3. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ARTE-EDUCAÇÃO
Sabemos que a Arte-educação tem como objetivo a formação
de profissionais dedicados a esta área de conhecimento, e no
âmbito da escola regular busca oferecer aos indivíduos
condições para que compreenda o que ocorre no plano da
24
expressão e no plano do significado ao interagir com as artes,
permitindo sua inserção social de maneira mais ampla. De
acordo com Buoro:[...] Com a utilização da arte no cotidiano escolar,o aluno poderá aprender de forma lúdica, tornando oambiente escolar mais agradável, sendo que o educandoterá a possibilidade de contribuir afetiva ecognitivamente para o desenvolvimento da expressão dacriança. A criança, através da arte, representa seusdesejos, expressa seus sentimentos e coloca emevidência sua personalidade. Nesse contexto, oeducador pode conhecer melhor o educando e, atémesmo, identificar suas dificuldades. No cotidianoescolar, a arte deve ser vista como criaçãoindividual, não havendo julgamento de certo ouerrado, o que interfere em muitos momentos naexpressão da criança, tornando-as inseguras ao soltarsua imaginação e criar [...] (BUORO, 2003).
Sans (2001) destaca que a arte-educação é um alicerce
para desenvolver a criatividade, pois a criança, como um ser
em profunda aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de
observação que contribui com a evolução natural da
criatividade.
Buoro (2003) salienta que com a utilização da arte no
cotidiano escolar, o aluno poderá aprender de forma lúdica,
tornando o ambiente escolar mais agradável, sendo que o
educando terá a possibilidade de contribuir afetiva e
cognitivamente para o desenvolvimento da expressão da criança.
A criança, através da arte, representa seus desejos, expressa
seus sentimentos e coloca em evidência sua personalidade.
Nesse contexto, o educador pode conhecer melhor o educando e,
25
até mesmo, identificar suas dificuldades. No cotidiano
escolar, a arte deve ser vista como criação individual, não
havendo julgamento de certo ou errado, o que interfere em
muitos momentos na expressão da criança, tornando-as inseguras
ao soltar sua imaginação e criar.
Já para Sans (2001), ao desenhar a criança descobre suas
próprias normas, numa íntima relação do ver, do saber e do
fazer. Entretanto ainda encontra-se nas escolas materiais
mimeografados ou xerocados, dando uma limitação ao desenho da
criança, outro grande foco é quando a criança também é
limitada na pintura, usando só algumas cores no seu desenho.
No entanto, mesmo que a arte auxilie na liberdade da criança,
ela exige alguns limites importantes, espaço adequado. A
criança tendo seu espaço reservado e respeitado pelo adulto
também saberá respeitar o nosso espaço.
Assim a arte ajudando a desenvolver seu cognitivo também
ajuda a auxiliar no seu limite, sem interferir no ato
expressivo da mesma. Se a criança quando se expressa devolve
ao exterior a mesma estimulação que recebe, mesmo que ela
represente o desenho de uma forma não mimética, cabe ao
educador deixar livre suas emoções sem influenciar nos
sentimentos, emoções e ideias das mesmas. E sim, fazer com que
cada vez mais ela se apaixone e desenvolva sua criatividade
pela arte.
Sabemos que com a prática de atividades de
arte-educação, rompemos a barreira da imaginação e passamos26
para a vida, ou seja, a educação associada à arte possibilita
ao indivíduo descobrir, de forma prazerosa, aspectos que lhe
tornarão mais crítico, mais consciente e principalmente mais
participativo. Todas as manifestações artísticas são
excelentes meios pelos quais crianças e adolescentes
desenvolvem sua criatividade e livre expressão, já as
atividades expressivas estimulam a espontaneidade, a
observação e a percepção e, ainda, enriquecem o mundo das
descobertas.
Segundo Reverbel (1989), entre criatividade e arte
existe uma relação profunda, mas que ainda mais profunda é a
relação da criatividade com a vida, pois a arte desempenha um
papel extremamente vital na educação das crianças, isto é,
quando a criança desenha, faz uma escultura ou dramatiza uma
situação, transmite com isso uma parte de si mesma: mostra-nos
como sente como pensa e como vê. Lowenfeld (1984) influenciado
pelas teorias freudianas, enfatiza que a importância da arte
na educação consiste em garantir uma aprendizagem que
acompanhe o desenvolvimento natural do indivíduo, não só nos
seus aspectos intelectuais, mas também sociais, emocionais,
perceptivos, físicos e psicológicos, desenvolvendo a
sensibilidade e a conscientização de todos os sentidos (ver,
sentir, ouvir, cheirar, provar), realizando assim uma
interação do sujeito com o seu meio e formas construtivas de
auto expressão e auto identificação dos sentimentos, emoções e
pensamentos dos indivíduos a partir de suas próprias
experiências pessoais, para que eles, bem ajustados, vivam27
4. A LEGISLAÇÃO QUE NORTEIA O ENSINO DE ARTES
Sabemos que a Arte tem um papel fundamental no processo
de ensino-aprendizagem do educando, pois envolve os aspectos
cognitivos, sensíveis e culturais do aprendente. Tal fato pode
ser constatado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n° 9394, promulgada em 20 de dezembro de 1996, que
estabelece a obrigatoriedade da arte na educação básica. A
introdução da Educação Artística no currículo escolar foi um
avanço, principalmente pelo aspecto de sustentação legal para
essa prática e por considerar que houve um entendimento em
relação à arte na formação dos indivíduos.
No entanto, muitos professores não estavam habilitados e
preparados para o domínio de várias linguagens, que deveriam
ser incluídas no conjunto das atividades artísticas e nos
primeiros anos de implantação, os professores de Educação
Artística foram capacitados em cursos de curta duração e
tinham como única alternativa seguir documentos oficiais
(guias curriculares) que apresentavam listagens de atividades
e livros didáticos em geral, que não explicitavam fundamentos,
orientações teórico-metodológicas, ou mesmo bibliografias
específicas.
Já as faculdades que formavam para Educação Artística,
criadas na época especialmente para cobrir o mercado aberto
pela lei, não estavam instrumentadas para a formação mais
sólida do professor, oferecendo cursos técnicos, sem bases29
conceituais. Nessa situação, os professores tentavam assimilar
uma lista de objetivos inatingíveis, com atividades múltiplas,
envolvendo exercícios musicais, plásticos, corporais, sem
conhecê-los bem e que eram justificados e divididos apenas
pelas faixas etárias.
A partir dos anos 80 constitui-se o movimento de
organização de professores de arte, inicialmente com a
finalidade de conscientizar e integrar os profissionais,
resultando na mobilização de grupos de educadores, tanto da
educação formal como não formal. Esse movimento denominado
arte-educação permitiu que se ampliassem as discussões sobre o
compromisso, a valorização e o aprimoramento do professor, e
se multiplicassem no país as novas ideias, tais como mudanças
de concepções de atuação com arte, que foram difundidas por
meio de encontros e eventos promovidos por universidades,
associações de arte-educadores, entidades públicas e
particulares.
Em relação ao ensino de arte na Educação Infantil, de
acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Infantil (RCNEI) 1998, o ensino da Arte, em especial as Artes
Visuais devem envolver: desenho, pintura, colagem, gravura,
escultura, fotografia, desenho no computador, vídeo, cinema,
televisão e outros. Ainda, de acordo com os RCNEI, (1998) as
instituições de educação infantil necessitam favorecer um
ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas
e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e
30
vencer desafios, pois, quanto mais rico e desafiador for esse
ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de
conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do meio em que
vivem.
CAPITULO V
5. AS ARTES VISUAIS NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
31
Sabemos que toda arte é individual e coletiva, e a arte
visual estuda e relata tudo aquilo que analisado, percebido ou
sedutor perante os olhos de maneira criativa. A Arte Visual e
o design atuam ao representar visualmente uma forma, cor ou
representação, estando presente no teatro, na música, no
cinema , na fotografia e demais expressões. Nos tempos atuais,
além de atuar no segmento artístico, também exercem papel
fundamental na representação visual comercial, de empresas e
instituições públicas.
A educação em artes visuais tem a capacidade de
trabalhar as percepções do aluno e essa característica é
fundamental para o processo de ensino aprendizagem do mesmo,
sendo assim, é necessário que tanto a escola, como o professor
estejam em processo de formação multidisciplinar ao trabalhar
a arte/educação como meio de ação educacional. Na escola, o
ensino de arte constitui-se em um espaço e tempo curriculares
em que os professores e alunos se dedicam à busca e aquisição
de novos saberes, especificamente, artísticos e estéticos.
Segundo Fusari e Feraz (1999), as vivências em arte visuais,
praticadas pelos alunos são consideradas pontos de referências
para o desenvolvimento de novas habilidades e saberes básicos,
significativos e ampliadores de suas sensibilidades e
cognições a respeito dessas modalidades em artes.
A metodologia educativa em artes visuais inclui desde a
escolha do professor quanto os assuntos a serem abordados em
sala de aula, que devem ser contextualizados. Referem-se
32
também a determinação de métodos educativos, ou seja, de
trajetórias pedagógicas com procedimentos técnicos e
preposições de atividades para os alunos fazerem, apreciarem e
analisarem os conteúdos em artes visuais. O processo de
aprendizagem busca garantir a educação para todos os cidadãos,
independente de raça, gênero, e classe social, envolvendo a
totalidade do sistema educacional e mobilizando toda a
sociedade e a educação em artes visuais, por sua vez, pode
contribuir para desenvolver competências de forma colaborativa
e compartilhada.
De acordo com Gardner (1997), o ensino da arte
possibilita aos alunos interagir com materiais, instrumentos e
procedimentos variados, desenvolvendo competências com o
manuseio de ferramentas, materiais, técnicas, a organização e
produção artística, bem como as relações pessoais e
interpessoais na criação artística. Tal ensino também
possibilita criar uma relação de autoconfiança com a
construção artística pessoal, respeitando a própria produção e
a dos outros, compreendendo e identificando a arte como fato
histórico, contextualizando-a nas diversas culturas;
Sendo assim, a aprendizagem em artes visuais na escola
pode ampliar as possibilidades de uma educação que atenda
melhor a uma maior diversidade de alunos e conforme Furtado
(2002):
“[...] os objetivos educacionais em arte a serem
alcançados referem-se ao aperfeiçoamento de
33
saberes, bem como o fazer e o pensar artístico e
estético sobre a história dos aprendizes [...]”.
Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem
formas de perceber, compreender e se comportar diante do
mundo, próprias de cada faixa etária, isto é, existe uma
assimilação progressiva do meio ambiente que implica uma
acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo
exterior, desta forma, podemos perceber que o aluno pode
possuir condições diferentes a sua aprendizagem, não
dependendo com isso da sua idade.
Faz-se necessário ressaltar que os cursos escolares de
arte não são os únicos lugares disponíveis para os alunos
aprenderem os saberes em arte, já que outras instituições
sociais e culturais (família, centros culturais, museus,
teatros, igrejas, meios de comunicação etc.) participam também
das produções e apreciações artísticas que os alunos conhecem
e praticam. Mas é na escola que oferecemos a oportunidade para
que as crianças possam efetivamente vivenciar o processo
artístico e sua história em disciplinas especialmente
destinadas para esses estudos. O ensino de artes visuais no
ensino fundamental é focado em despertar no aluno suas
habilidades acreditando-se que a aprendizagem e a prática em
artes visuais possibilitam condições de superação e
desenvolvimento no seu potencial de aprendizagem em geral.
Segundo Barbosa (1999), quando se expõe os alunos às
obras de artes, estas desafiam seu poder de observação e
34
conhecimento que os habilita para esforços criativos
posteriores. O mundo orientado visualmente torna-se um
elemento ativo na sala de aula por meio da percepção, da
analise, da imaginação e da expressão, da produção ou do fazer
arte na classe. A educação em artes visuais, pelo que se
percebe, trabalha as diferentes formas de desenvolvimento dos
educandos, dando-lhes acesso à educação igualitária.
Ainda, de acordo com o RCNEI (1998) as Artes Visuais
devem ser aceitas como uma linguagem que tem estrutura e
característica próprias cuja aprendizagem acontece por meio
dos seguintes aspectos: fazer artístico-centrado na
exploração, expressão e comunicação de produção de trabalhos
de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o
desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;
apreciação/percepção do sentido que o objeto propõe,
articulando-o tanto aos elementos da linguagem visual quanto
aos materiais e suportes utilizados, visando desenvolver, por
meio da observação e da fruição, a capacidade de construção de
sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de
arte e de seus produtores; reflexão considerada tanto no fazer
artístico como na apreciação. Segundo Barbosa (1991)
“[...] A arte deve ser uma fonte de alegriae prazer para a criança quando se permiteque organizem seus pensamentos e sentimentospresentes em suas atividades criadoras, umavez que a arte tem influência importantesobre o desenvolvimento da personalidadeinfantil e por isso a atividade artísticadeve ser estimulada por meio dos sentidos da
35
imaginação e de atividades lúdicas queampliem as possibilidades cognitivas,afetivas, sociais e criadoras da criança[...] (BARBOSA, 1991).
A presença das Artes Visuais na educação infantil, ao
longo da história, tem demonstrado um descompasso entre os
caminhos apontados pela produção teórica e a prática
pedagógica existente. Em muitas propostas as práticas de Artes
Visuais são entendidas apenas como meros passatempos em que
atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou
massinha são destituídos de significados. Outra prática
corrente considera que o trabalho deve ter uma conotação
decorativa, servindo para ilustrar temas de datas
comemorativas, enfeitar as paredes com motivos considerados
infantis, elaborar convites, cartazes e pequenos presentes
para os pais etc. Nessa situação, é comum que os adultos façam
grande parte do trabalho, uma vez que não consideram que a
criança tem competência para elaborar um produto adequado. As
Artes Visuais têm sido, também, bastante utilizadas como
reforço para a aprendizagem dos mais variados conteúdos. São
comuns as práticas de colorir imagens feitas pelos adultos em
folhas mimeografadas, como exercícios de coordenação motora
para fixação e memorização de letras e números.
De acordo com o RCNEI as Artes Visuais expressam,
comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos,
pensamentos e realidade por meio da organização de linhas,
formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além
36
de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na
escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos,
bordados, entalhes etc. O movimento, o equilíbrio, o ritmo, a
harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a
semelhança são atributos da criação artística. A integração
entre os aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e
cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação
social, conferem caráter significativo às Artes Visuais.
Faz-se necessário ressaltar que o professor é um
mediador da aprendizagem, isto é, um incentivador, e, num
ambiente de cooperação com outras interações positivas, a ação
individual deste será mais eficaz. Sabemos que as novas
maneiras de relação social e os novos hábitos culturais passam
a exigir mudanças na forma de ensinar as crianças e os jovens,
pois eles estão crescendo inseridos num mundo de realidade
virtual e educados num mundo indiferente às transformações
culturais. Segundo Pinheiro:
“[...] A atitude mediadora exige de nós o estardisponível e atento ao outro, seja como observadorou como ouvinte, percebendo conceitos e pré-conceitos, as preferências e o que causaestranhamento. Ludicamente podemos chegar aténossos alunos por vias mais ousadas, menos“escolares”, mais repletas de vida que a artereflete.[...]” (apud, MARTINS,2005,p.121).
Já a falta de profissionais e recursos na área de
trabalho com artes é uma das problemáticas que diretamente
afeta a eficácia da educação como um processo contínuo de
aprendizagem, por isso, é necessário ao professor que trabalha37
nessa modalidade viver em educação continuada, buscando
renovar as habilidades e atitudes a fim de melhorar o ensino.
Para o professor de artes que atua na educação especial torna-
se ainda mais importante reconstruir a aprendizagem,
compreendendo a necessidade de aprender. Não basta apenas o
professor ter habilidades e competências na área, é necessário
que o mesmo seja comprometido integralmente a essa modalidade
de educação. Um novo paradigma sobre formação de professores e
suas implicações sobre a profissão docente tem emergido em
diferentes países nos últimos anos como fruto de pesquisas.
Faz-se necessário ressaltar que a formação de
professores reflexivos compreende um projeto humano
emancipatório. Pimenta (1991) destaca que os professores têm
papel significativo na construção da identidade artística dos
alunos e devem respeitar seus modos de aprendizagem,
otimizando o tempo didático com orientações e conteúdos
adequados, que dizem respeito tanto aos saberes universais
como aqueles que interessam aos alunos por ser parte de seu
dia-a-dia. É o professor quem promove o fazer artístico, a
leitura dos objetos estéticos e o refletir sobre arte afim de
que o aluno se construa como sujeito que adquire conhecimentos
e independência. Sendo assim, cabe ao professor de arte no
ensino de conceitos e princípios, criar múltiplas
oportunidades de interação para os estudantes com esses
conteúdos, variando as formas de apresentá-los, utilizando
meios discursivos, narrativas, imagens, meios elétricos,
textos, enfim, o professor pode recorrer a todos os portadores38
de informação sobre conceitos princípios que deseja ensinar e
saber que o aluno quem transforma tais informações em
conhecimento, por intermédio de interação sucessiva.
Para Barbosa, (2008), a prática da arte/educação com
base numa visão ampla e inclusiva de mundo considera várias
formas de arte, desafiando limites convencionais e expirando
uma valorização artística mais ampla e a possibilidade de
maior participação social. Portanto a arte oportuniza a alunos
e educadores compreender melhor a dinâmica da vida a sua
volta. O professor em artes deve realizar atividades que
promovam uma discussão estética acerca da inclusão natural de
todos os alunos, incluindo a realização de atividades em que
todos experimentem a troca de saberes decorrentes das
diferenças interpessoais e as necessidades educacionais
específicas dos alunos. Também se acredita serem importantes a
valorização da solidariedade e das relações humanas entre
alunos os alunos, criando-se um espaço onde todos possam
contribuir, ajustando pedagogicamente as famílias e a escola
no acompanhamento dos mesmos.
Wallon (2007) propõe que o papel do professor é de
educar e o aluno deve ser visto como um ser em processo de
formação para a vida. Nesse caso o professorado precisa saber
não somente sobre a dinâmica das emoções, mas que estas podem
ser controladas pela razão, através da reflexão associada com
atitudes pedagógicas de diálogo, compreensão e construção de
regras de convivência coletiva.
39
Um dos grandes desafios do docente no ensino especial é
trabalhar a educação nas classes especiais chamadas Salas de
Recursos Multifuncionais. Busca-se integrar os alunos com
necessidades especiais aos demais, de forma que são
matriculados tanto no ensino regular como no especial em
horários alternados.
O ensino de artes visuais aos alunos da Sala de Recursos
pode trabalhar com diversas técnicas, onde dentre elas,
podemos citar: pintura, desenho, colagem,escultura, métodos de
impressão, como também leitura de história em figuras visuais.
Observa-se que os alunos participam das aulas como momento de
lazer e descontração, sentindo-se livres para usar a
criatividade e percepção.
Sendo assim, cabe ao profissional docente facilitar e
inovar para atingir a meta a que se propõe, que é a de ensinar
para uma clientela diversificada, consciente de que é preciso
encontrar caminhos que também apresentem diversidade. Para
desenvolver o conteúdo de Artes de maneira significativa, é
preciso trabalhar adequando os conteúdos ao contexto,
percebendo as diferentes realidades e situações presentes no
cotidiano de cada criança.
Estudar, ler, descobrir métodos, pesquisar sobre a vida
e obra dos artistas, decodificar signos, identificar
movimentos e períodos, interagir, conhecer o seu aluno e
entender como ele aprende, são objetivos de todo educador que
visa uma educação de qualidade.40
Sabemos que a Pesquisa científica é um conjunto de
procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que
tem por objetivo encontrar soluções para os problemas
propostos mediante o emprego de métodos científicos. Já a
metodologia científica é um conjunto de abordagens, técnicas e
processos utilizados pela ciência para formular e resolver
problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma
maneira sistemática.
Podemos destacar como tipo de pesquisa: Pesquisa
teórica; pesquisa metodológica; Pesquisa empírica; Pesquisa
prática; Pesquisa exploratória; Pesquisa descritiva; Pesquisa
explicativa; Pesquisa de campo; Pesquisa bibliográfica;
Pesquisa de laboratório; Pesquisa quantitativa e Pesquisa
qualitativa. Faz-se necessário ressaltar que é na pesquisa que
utilizamos diferentes instrumentos para se chegar a uma
resposta mais precisa. O instrumento apropriado deve ser
definido pelo pesquisador para se atingir os resultados
ideais, sendo que o mais importante do que definir o tipo de
pesquisa, que está sendo realizada, é definir que
instrumentais de pesquisa serão utilizados para que as fontes
possam oferecer um material de qualidade para ser trabalhado.
42
5.1 Análises dos dados coletados
No intuito de aperfeiçoar meus conhecimentos a cerca do
tema, optou-se por uma pesquisa realizada junto ao grupo de
professores polivalentes que ministram aulas numa escola
municipal de ensino fundamental – ciclo I do município de
Cotia.
Tendo como objetivo investigar a prática pedagógica
relacionada ao ensino de artes, foi necessária a aplicação de
questionário para que os mesmos respondessem sobre as
facilidades e dificuldades encontradas na seleção do conteúdo
desta disciplina, bem como as estratégias utilizadas no ensino
das artes visuais e sua aplicabilidade no processo de ensino-
aprendizagem.
Iniciei a entrevista consultando a formação acadêmica do
grupo docente e, de acordo com a equipe:
43
Gráfico1 – Formação da equipe docenteentrevistada.
Podemos observar que a equipe docente possui
formação acadêmica satisfatória e 70% da equipe confidenciou
que, mesmo com a formação de nível superior, ainda sentem a
necessidade de uma pós-graduação em área específica para
enriquecer a prática docente.
Em relação á pós-graduação, novamente a
especialização em Artes tem pouco destaque nesta equipe
entrevistada.
44
Gráfico 2 – Formação acadêmica em Pós-graduação
Após breve fundamentação teórica, pontuou-se
junto aos docentes a importância do ensino de Arte nas séries
iniciais do Ensino Fundamental e de acordo com o parecer dos
professores, tal disciplina tem suma importância por que:
Gráfico 3 – Importância do ensino de Arte na Educação Básica
45
Com relação às praticas de ensino de arte no cotidiano
escolar, questionei que estratégias os docentes criam para
driblar as diversas dificuldades, tanto de materiais como de
recursos humanos, para tornar o ambiente escolar acolhedor.
Observa-se que são inúmeras as estratégias utilizadas e
de acordo com o grupo, há uma preocupação significativa em
relacionar as demais disciplinas com o ensino de arte.
Gráfico 4 – estratégias utilizadas para o ensino de Arte
Em relação ao processo de ensino-aprendizagem dos
educandos das séries iniciais, alguns docentes ressaltaram
utilizar a arte visual como estratégia na assimilação das
letras e palavras e, uma vez que a imagem se faz constante no
cotidiano escolar, é fundamental que o professor considere a
arte visual como subsídio para o processo de alfabetização,
sendo assim, verifiquei a presença da arte visual na rotina
escolar.
46
Gráfico 5 – a utilização da leitura de imagem no processo dealfabetização
Compreendemos que ao ter contato com as artes visuais,
os alunos têm oportunidade de expressar-se, compartilhar
opiniões e levantar hipóteses sobre o processo de
aprendizagem. Já sobre a utilização do lúdico no ensino das
linguagens artísticas, os professores afirmam que utilizam tal
estratégia para reforçar a aprendizagem infantil, além de
aprimorar a assimilação dos conteúdos propostos.
47
Gráfico 6 – A utilização do lúdico associado á leitura deimagem
Analisando o gráfico é possível verificar que a equipe
tem pleno conhecimento da importância do lúdico associado ao
ensino de Artes no cotidiano escolar, pois buscam referenciais
que garantam a qualidade do ensino e demonstram que se
preocupam com a seleção de conteúdos que: despertem a
curiosidade e a imaginação dos educandos através da
criatividade e espontaneidade infantil.
Após a verificação dos pareceres dos docentes
observados, podemos concluir que o ensino de arte passou a ser
mais utilizada e valorizada no processo de ensino-aprendizagem
do educando, porém ainda há necessidade de uma formação
adequada e que contemple as múltiplas linguagens artísticas.
Já a contribuição da Arte no processo de desenvolvimento
infantil fica evidenciado durante todo o período de
aprendizagem.
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos referenciais bibliográficos destacados
nesta pesquisa, verificou-se que por meio da arte adquirimos
novas habilidades, fazemos novas descobertas, expressamos
49
nossas frustrações e angústias, adquirimos autoconfiança,
aprendemos a valorizar o nosso potencial e trocamos
experiências.
Já a educação através da arte auxilia no desenvolvimento
criativo e estético, à medida que adquirimos gosto pela arte
nos tornamos seres mais críticos e reflexivos e nesse sentido
as artes visuais na educação básica são essenciais para que as
crianças vivenciem suas experiências e desenvolvam o
conhecimento em diferentes produções artísticas, pois o
contato com o as linguagens artísticas possibilita novos
saberes e exige que o educador inove suas metodologias e
compreenda que as atividades desenvolvidas nas aulas de arte
não devem ser vistas como um passatempo sem significação para
a criança.
Considera-se fundamental que o professor compreenda como
se dá o processo de criação nas crianças e suas fases de
desenvolvimento criador, para que possa propiciar a
oportunidade à criança de crescer por meio de suas
experiências artística.
Diante desta perspectiva, a arte na Educação Básica
apresenta-se como uma linguagem que tem estrutura e
características próprias que possibilita à criança, no50
processo de criação, reformular suas ideias e construir novos
conhecimentos em situações onde a imaginação, a ação, a
sensibilidade, a percepção, o pensamento e a cognição são
reativados.
Finalizamos destacando que as produções infantis devem
ser valorizadas e não comparadas, porque cada criança
estabelece um contato com a arte nas mais variadas formas,
portanto para obter uma sociedade escolar que valorize as
produções artísticas em geral será necessário termos um novo
olhar para com o ensino de artes.
51
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criador: um guia para a liberação da criatividade em sala de
aula. Petrópolis: Vozes, 1990.
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4ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
54
ANEXOS
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
CAPÍTULO II
Da Educação Básica
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores.
Art. 26º. Os currículos do ensino fundamental e médio devem
ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada
sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
56
diversificada, exigida pelas características regionais e
locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da
realidade social e política, especialmente do Brasil.
§ 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos
níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos.
Art. 27º. Os conteúdos curriculares da educação básica
observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos
direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à
ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em
cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
desportivas não formais.
Brasília,20 de dezembro de 1996, 185º da Independência e 108º
da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
57
Considerações acerca do Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil
A criança e as Artes Visuais
O Trabalho com as Artes Visuais na Educação
Infantil é muito importante, no que se refere ao respeito das
peculiaridades e esquemas do conhecimento próprio a cada faixa
etária e nível de desenvolvimento. Isso significa, que o
pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a
58
intuição e a cognição devem ser trabalhadas de forma
integrada, favorecendo o desenvolvimento das capacidades
criativas das crianças.
No processo de aprendizagem em artes visuais a
criança traça um percurso de criação e construção individual.
E no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que
parte significativa do conhecimento em artes visuais acontece.
No decorrer deste processo, o prazer é o domínio do próprio
fazer artístico, da simbolização e da leitura de imagem. Os
símbolos apresentam o mundo sócio-cultural. E através da
pintura, moldagem, construção tridimensional, colagens etc. O
desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças
significativas que no início, dizem respeito à passagem dos
rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais
ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem
é possível graças as interações da criança com o ato de
desenhar e com desenhos de outras pessoas.
Na garatuja a criança tem como hipótese que o
desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície. No
decorrer do tempo, as garatujas que refletiam sobre tudo o
prolongamento dos movimentos rítmicos de ir e vir transformam-
se em formas definidas que apresentam maior ordenação e podem
estar se referindo os objetos naturais, objetos imaginários,
ou mesmo a outros desenhos.
Enquanto desenham ou criam objetos também brincam de “faz-de-
conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades59
imaginativas. Ela cria e recria individualmente formas
expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e
sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras
simbólicas de outras crianças e adultos.
Objetivos de 0 a 3 anos
A instituição deve organizar sua prática em torno da
aprendizagem em arte, garantindo oportunidades para que as
crianças sejam capazes de:
Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando
diferentes objetos e materiais, explorando suas
características, propriedades e possibilidades de manuseio e
entrando em contato com formas diversas de expressões
artísticas;
Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre
diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de
expressão e comunicação.
Objetivos de 4 a 6 anos
Para esta fase, os objetivos estabelecidos deveram garantir
oportunidades para que as crianças sejam capazes de:
Interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras
crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais,
nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato,
ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;
60
Produzir trabalhos de artes, utilizando a linguagem do
desenho, da pintura, da moldagem, da colagem, da construção,
desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de
produção e criação.
Os conteúdos são organizados em dois blocos que visam oferecer
visibilidade as especificidades da aprendizagem em artes.
Primeiro bloco: “o fazer artístico”
Crianças de 0 a 3 anos
Exploração e manipulação de materiais como lápis e pincéis de
meios como tinta, água, areia e de variados suportes gráficos,
como jornal, papelão, madeiras etc.
Exploração e conhecimento de diferentes movimentos gestuais,
visando a produção de marcas gráficas.
Cuidado com o próprio corpo e dos colegas no contato com os
suportes e materiais de artes.
Cuidado com os materiais e com os trabalhos e objetos
produzidos individualmente ou em grupo.
Crianças de 4 a 6 anos
Criação de desenhos, pinturas, colagens, moldagens a partir da
utilização dos elementos da linguagem das artes visuais:
ponto, linha, forma, cor, volume, espaço, textura e exploração
utilização de alguns procedimentos necessários para desenhar,
pintar, e modelar.
61
Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas
pelos diversos materiais, instrumentos e suportes, necessários
para o fazer artístico.
Exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais na
realização de seus projetos artísticos.
Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da
sala.
Respeito e cuidado com os objetos, produzir individualmente e
em grupo.
Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças
e da produção de arte em geral.
Segundo bloco: “Apreciação em Artes Visuais”
Crianças de 0 a 3 anos
Observação e identificação de imagens diversas.
Crianças de 4 a 6 anos
Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como
desenhos, pinturas, esculturas, construções, fotografias,
colagens, ilustrações, cinema etc.
Apreciação das suas produções e das doa outros, por meio da
observação e leitura de alguns dos elementos na linguagem
plástica.
Observação dos elementos constituintes da linguagem visual:
ponto, linha, forma, cor, volume, contrastes, luz, texturas.62
Leitura de obras de arte a partir da observação, narração,
descrição e interpretação de imagens e objetos.
Apreciação das Artes Visuais e estabelecimento de correlação
com as experiências pessoais.
Didática
Crianças de 0 a 3 anos
Nesta fase o que tem valor é a utilização de instrumentos,
materiais e suportes diversos, como lápis, pincéis, tintas,
papéis, cola, etc; para a prática da arte, a partir do momento
em que as crianças tenham condições motoras para o manuseio.
As atividades devem ser bem dimensionadas e delimitadas no
tempo.
Quanto à apreciação de imagens, deve-se proporcionar o maior
número de materiais variados possível e que tenham significado
para a criança.
Crianças de 4 a 6 anos
Para que as crianças nesta faixa etária possam criar suas
produções, o professor deve oferecer oportunidades diversas
para que elas se familiarizem com alguns procedimentos ligados
aos materiais utilizados, os diversos tipos de suporte e par
que possam pensar sobre os resultados obtidos.Sendo assim o
trabalho deve ser organizado de forma a oferecer para as
crianças a possibilidade de contato, uso e exploração de
materiais.
63
Nesta fase ao trabalhar com leitura de imagens é importante
elaborar perguntas que instiguem a observação, a descoberta e
o interesse da criança.
Organização
Organização do Tempo
Deve-se respeitar as crianças em relação ao seu ritmo e
interesse pelo trabalho, tempo de concentração, o prazer na
realização, o professor deve ficar atento para redimensionar
as atividades, em relação ao tempo ou própria atividade.
Pode ser apontadas três possibilidades de organização:
atividades permanentes, as sequenciais e os projetos.
Organização do Espaço
A organização da sala, a quantidade e a qualidade dos
materiais presentes e sua disposição no espaço são
determinantes paro o fazer artístico.
Avaliação
A avaliação tem que buscar entender o processo individual de
cada criança, afastando julgamentos como feio ou bonito, certo
ou errado, que assim sendo utilizados não auxiliam no processo
educacional, os educandos devem ser observados constantemente
e as observações registradas.
64
Em Artes Visuais a avaliação deve ser feita através de
processos que tem como caráter de análise e reflexão sobre as
produções das crianças, ou seja, a avaliação para criança deve
especificar suas conquistas e as etapas do seu processo
criativo.
Crianças de 0 a 3 anos
A avaliação é feita pela exploração de diferentes materiais e
também de possibilidade de expressar-se por meio deste.
Crianças de 4 a 6 anos
Utilizam os desenhos, a pintura, a modelagem e outras formas
de expressão plástica para representar, expressa-se e
comunicar-se.
65