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FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL Edwiges Saraiva Lessa A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM. “ um facilitador no desenvolvimento do aluno” COTIA 2014
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FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Feb 20, 2023

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Page 1: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO

SUL

Edwiges Saraiva Lessa

A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.

“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”

COTIA

2014

Page 2: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Edwiges Saraiva Lessa

A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.

“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”

Monografia apresentada à FAPSS, comoparte dos requisitos para aConclusão de Curso de Pós Graduaçãoem ARTE NA EDUCAÇÂO.

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COTIA

2014

Catalogação na Fonte FAPSS.

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM.

Lessa , Edwiges Saraiva

A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.

“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”

48 laudas

Monografia ( Pós Graduação) –

ARTE NA EDUCAÇÂO,

Faculdade Paulista de Serviço Social de São Caetano do Sul - FAPSS.

Cotia,

2014.

Page 4: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

A ARTE E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.

“ um facilitador no desenvolvimento do aluno”

Monografia apresentada à FAPSS, comoparte dos requisitos para aConclusão de Curso de Pós Graduaçãoem ARTE NA EDUCAÇÂO.

APROVADA EM ____/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

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_________________________________________________

PROFESSOR ORIENTADOR.

____________________________________________________

PROFESSOR BANCA EXAMINADORA

AGRADECIMENTO.

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A Deus meu Pai e Protetor pela

proteção e carinho, a todos os

funcionários do IDEC, aos

professores da FAPSS e em

especial ao professor DOJU por

toda dedicação e ensinamentos

proporcionados.

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DEDICATÓRIA.

Dedico este trabalho monográfico

a Deus, minha família querida e em

especial a minha filha Gabriela.

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EPÍGRAFE

O Professor não ensina, mas

arranja modos de a própria

criança descobrir. Cria

situações – problemas.

Jean Piaget

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RESUMO

Sabemos que para tornar o processo de ensino-

aprendizagem mais atrativo e significativo, é preciso buscar

constante atualização e inovação nas práticas pedagógicas, uma

vez que tais práticas contribuem e influenciam na busca da

construção de um educando completo, que será conceituado e

julgado nos seus aspectos intelectuais, morais e estéticos.

Sendo assim, esta pesquisa tem por objetivo ressaltar os

subsídios das artes visuais na evolução da aprendizagem

infantil, em especial do educando regularmente matriculado nas

séries iniciais da Educação Básica, investigando se as artes

visuais podem contribuir para um ensino que priorize a

expressão e a autonomia do aluno. Em relação à metodologia de

pesquisa, o trabalho consiste em uma averiguação bibliográfica

qualitativa que tende a refletir sobre o papel das artes

visuais nas séries iniciais da educação básica a partir de

teóricos que ressaltem a temática abordada. Como resultado

desse estudo, espera-se pontuar as contribuições e

possibilidades que o trabalho com artes disponibiliza ao

educador e ao educando, uma vez que tal disciplina estabelece

subsídios que despertam os sentimentos, a imaginação e a

criação do ser humano.

Page 10: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Palavras-chave: Arte, Educação; Artes visuais; Ensino-

aprendizagem.

ABSTRACT

   

 We know that to make the process more attractive and

meaningful teaching and learning , we must look for constant

updating and innovation in teaching practices , as such

practices contribute to and influence the pursuit of building

a full student , which will be regarded and judged on its

intellectual, moral and aesthetic aspects . Thus , this

research aims to highlight the benefits of visual arts in the

evolution of early learning , in particular the student

regularly enrolled in the initial series of Basic Education ,

investigating whether the visual arts can contribute to

education that emphasizes the expression and autonomy student.

Regarding research methodology , the work consists of a

qualitative investigation that literature tends to reflect on

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the role of visual arts in the early grades of primary

education from theoretical that underscore the theme. As a

result of this study , it is expected scoring contributions

and possibilities that working with arts available to the

educator and the learner , since this discipline provides

subsidies that arouse the feelings , the imagination and the

creation of human beings .

 

Keywords: Arts Education ; Visual arts ; Teaching andlearning.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 10

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CAPITULO I1.CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM...........11

CAPITULO II2.A HISTÓRIA DA ARTE NO PROCESSO EDUCACIONAL...............................14

CAPITULO III3.CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ARTE-EDUCAÇÃO.....................................17

CAPITULO IV4.A LEGISLAÇÃO QUE NORTEIA O ENSINO DA ARTE...................................19

CAPITULO V5.AS ARTES VISUAIS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM..........................21

CAPITULO VI6.METODOLOGIA DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS............................276.1 Análises dos dados.....................................................................................27

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................32REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................33ANEXOS..................................................................................................................36

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INTRODUÇÃO

Com base em referenciais bibliográficos que abordam os

subsídios das Artes visuais no processo de ensino-aprendizagem

do educando, será proporcionada nesta pesquisa uma reflexão

sobre a importância do ensino de Artes na Educação básica, de

que maneira o ensino das Artes visuais vem sendo oferecido nas

séries iniciais de escolarização e quais são as principais

dificuldades enfrentadas pelos docentes em relação aos

conteúdos selecionados para o trabalho com as artes visuais na

rotina escolar.

Acredita-se que ao trazer esta proposta para a rotina

escolar nos anos iniciais, estaremos cooperando para a

evolução e aprimoramento das práticas docentes em sala de

aula, pois a análise e avaliação à cerca do desenvolvimento

expressivo dos educandos em relação á arte visual, bem como o

desenho, seu envolvimento com o meio educacional e suas

relações com o mundo das artes, ainda é pouco compreendido por

parte dos professores que ressaltam a falta de formação

específica para a eficiência na seleção dos conteúdos

relevantes á temática.

Quanto á metodologia de pesquisa optou-se por revisão

bibliográfica e análise dos dados que serão obtidos através de

entrevista direcionada ao docente, visando ampliar os

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conhecimentos acerca do assunto e possibilitar informações que

norteiem a equipe escolar. Faz-se necessário salientar que

este estudo espera contribuir para a formação do profissional

da educação básica e auxiliar o docente com especialização

específica, visando enriquecer a prática pedagógica de modo a

favorecer a aprendizagem do educando, tornando o processo de

ensino significativo, gratificante e prazeroso.

CAPITULO I

1. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

De acordo com Assunção (2004),

“[...] a aprendizagem deve ser vista como um

processo de mudança de comportamento obtido

por meio da experiência construída por fatores

emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais

[...]”.

14

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Desta forma nem todas as pessoas aprendem as mesmas

coisas da mesma maneira e com a mesma profundidade, cada

indivíduo aprende coisas novas atribuindo-lhes significados ou

valores diferentes de acordo com sua história pessoal e a

história de seu grupo social, pois a aprendizagem está

vinculada aos estímulos que se recebe do meio onde se vive.

Sendo assim, a aprendizagem pode se dar de várias maneiras e a

informação pode chegar até o aprendiz por meio das ondas

sonoras (aprendizagem auditiva), a partir do tato

(aprendizagem sinestésica) e através dos olhos (aprendizagem

visual).

Segundo Beauclair (2008):

“[...] a curiosidade pelo entendimento do processo

de aprendizagem despertou a curiosidade de várias

correntes teóricas que procuram esclarecimentos

relacionados à natureza do ato de aprender [...]”.

Dentre elas destacamos: inatismo - corrente fundamentada

na filosofia racionalista e idealista; empirismo – cita-se que

é através da razão, da verdade e dos princípios racionais que

a aprendizagem ocorre e que é por meio da experiência que ela

se solidifica; construtivismo - objetiva investigar a forma de

como ocorre a estruturação do conhecimento e como este se

efetiva por meio da ação do sujeito sobre o meio;

intercionismo - acredita na ação mútua, tanto do sujeito

quanto do ambiente, em que o conhecimento acontece de forma

dialética, a partir das interações com o meio onde se vive.

15

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De acordo com Fonseca (2008):

“[...] o processo de aprendizagem ou estágios de

desenvolvimento das operações intelectuais da

criança é gradativo, em que as estruturas formam-

se passo -a- passo por meio de degraus de equilíbrio

[...]”

As estruturas intelectuais da criança incidem segundo

integrações múltiplas, obedecendo à ordem de sucessão das

aquisições, em que uma experiência anterior se junta à

seguinte proporcionando um equilíbrio final. Leontiev (2004)

declara que, ao compreender que as funções mentais têm origem

social, constata-se o quão importante é para o educando uma

aprendizagem de forma coletiva, pois para esses alunos com

diferentes níveis de apropriação de conhecimento e uma

diversidade de experiências, é preciso viabilizar a ampliação

das capacidades individuais e coletivas do grupo através de

atividades dinâmicas e coletivas.

Para Fernández (1998), as reflexões sobre o estado atual

do processo ensino- aprendizagem nos permite identificar um

movimento de ideias de diferentes correntes teóricas sobre a

profundidade do binômio ensino e aprendizagem. Entre os

fatores que estão provocando esse movimento podemos apontar as

contribuições da Psicologia atual em relação à aprendizagem,

que nos leva a repensar nossa prática educativa, buscando uma

conceitualização do processo ensino-aprendizagem. Já as

contribuições da teoria construtivista de Piaget, sobre a

construção do conhecimento e os mecanismos de influência16

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educativa têm chamado a atenção para os processos individuais,

que têm lugar em um contexto interpessoal e que procuram

analisar como os alunos aprendem, estabelecendo uma estreita

relação com os processos de ensino em que estão conectados.

Sabemos que os mecanismos de influência educativa têm um

lugar no processo de ensino-aprendizagem, como um processo

onde não se centra atenção em um dos aspectos que o

compreendem, mas em todos os envolvidos. Se analisarmos a

situação atual da prática educativa em nossas escolas

identificaremos problemas como: a grande ênfase dada a

memorização, pouca preocupação com o desenvolvimento de

habilidades para reflexão crítica e autocrítica dos

conhecimentos que aprende; as ações ainda são centradas nos

professores que determinam o quê e como deve ser aprendido e a

separação entre educação e instrução. A solução para tais

problemas está no aprofundamento de como os educandos aprendem

e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.

Sendo assim, a eficácia do processo de ensino-

aprendizagem está na resposta em que este dá à apropriação dos

conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico do

estudante, à formação de sentimentos, qualidades e valores,

que alcancem os objetivos gerais e específicos propostos em

cada nível de ensino de diferentes instituições,conduzindo a

uma posição transformadora, que promova as ações coletivas, a

solidariedade e o viver em comunidade. Já a concepção de que o

processo de ensino-aprendizagem é uma unidade dialética entre

17

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a instrução e a educação está associada à ideia de que igual

característica existe entre ensinar e aprender.

Esta relação nos remete a uma concepção de que o

processo de ensino-aprendizagem tem uma estrutura e um

funcionamento sistêmico, isto é, está composto por elementos

estreitamente inter-relacionados, pois todo ato educativo

obedece determinados fins e propósitos de desenvolvimento

social e econômico e em consequência responde a determinados

interesses sociais, que sustentam-se em uma filosofia da

educação que adere a concepções epistemológicas específicas, e

leva em conta os interesses institucionais , depende, em

grande parte, das características, interesses e possibilidades

dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades

escolares e demais fatores do processo.

Faz-se necessário salientar que o processo ensino-

aprendizagem deve ser compreendido como uma política cultural,

isto é, como um empreendimento pedagógico que considera com

seriedade as relações de raça, classe, gênero e poder na

produção e legitimação do significado e experiência.

Tradicionalmente este processo tem reproduzido as relações

capitalistas de produção e ideologias legitimadoras dominantes

ao ignorarem importantes questões referentes às relações entre

conhecimento x poder e cultura x política, sendo que o produto

do processo ensino-aprendizagem é o conhecimento. Partindo

desse princípio, concebe-se que o conhecimento é uma

construção social, assim torna-se necessário examinar a

18

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constelação de interesses econômicos, políticos e sociais que

as diferentes formas de conhecer podem refletir.

Para que o processo ensino-aprendizagem possa gerar

possibilidades de emancipação é necessário que os professores

compreendam a razão de ser dos problemas que enfrentam e

assuma um papel de sujeito na organização desse processo. As

influências sociopolítico econômicas, exercem sua ação

inclusive nos pequenos atos que ocorrem na sala de aula, ainda

que não sejam conscientes. Ao selecionar algum destes

componentes para aprofundar deve-se levar em conta a unidade,

os vínculos e outros componentes que interferem diretamente

no processo de ensino-aprendizagem do educando.

19

Page 20: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

CAPITULO II

2. A HISTÓRIA DA ARTE NO PROCESSO EDUCACIONAL

BRASILEIRO

No Brasil, a história da arte, desde a Pré-História,

mostrou seu fascínio pela cultura europeia o que fez reunir um

amplo conjunto de pinturas, desenhos e gravuras com influência

externa. Esta influência estrangeira teve início com a

colonização do Brasil por Portugal e se intensificou com a

chegada da família Real Portuguesa e a consequente criação da

Academia Imperial de Belas Artes, bem como com a presença de

artistas de outros países em terras brasileiras. Mesmo sob

influência externa, os artistas nacionais conseguiram

estabelecer expressões tipicamente brasileiras, transformando

o que vinha de fora em obras com as características do Brasil.

A respeito da história da arte, Gombrich (1985) cita que

desconhecemos como a arte começou, tanto quanto desconhecemos

como se iniciou a linguagem, pois:

“[...] se aceitarmos o significado de arte em função

de atividades como edificação de templos e casas,

20

Page 21: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

pinturas e esculturas..., nenhum povo existe no

mundo sem arte [...]”.

O autor ressalta ainda que a arte é parte de cada ser

humano, e este já traz consigo desde o nascimento a arte que

poderá ser desenvolvida, ou não, contudo todo povo desenvolve

a sua arte que é característica própria dele.

Segundo os parâmetros legais, o ensino de arte na

educação começou a ser ministrado a partir de 1996, com a Lei

9394 (LDB), anterior a isso, era obrigatório nas escolas desde

1971, porém com a nomenclatura de Educação Artística. Tal

disciplina era vista como passatempo ou recurso utilizado para

ensinar outras matérias, porém com a valorização do conteúdo

de artes, a mesma passou a ser entendida como de fundamental

importância, pois, por si só, coopera para o desenvolvimento

do educando tanto quanto qualquer outra disciplina. Martins

(1998) pontua que “[...] para nos apropriarmos de uma linguagem,

compreendermos e (re) significá-la é preciso que aprendamos a operar com seus

códigos [...]”. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam

que:

[...] A Arte tem uma função importante acumprir, ela situa o fazer artístico comofato e necessidade de humanizar o homemhistórico, brasileiro, que conhece suascaracterísticas tanto particulares, tal comose mostram na criação de uma artebrasileira, quanto universais, tal como serevelam no ponto de encontro entre o fazerartístico dos alunos e o fazer artístico dosartistas de todos os tempos, que sempre

21

Page 22: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

inauguram formas de tornar presente oinexplicável.[...] (PCN, 2003)

Faz-se necessário salientar que é através das aulas de

Artes que a criança conhece, aprende e participa de diferentes

manifestações artísticas e linguagens diversificadas, sendo

que no momento em que ela se expressa de alguma forma, está

representando suas emoções, desejos e experiências. A

disciplina ainda propicia a criança experiência e momentos que

a fazem refletir e se tornar um individuo critico e criativo,

desenvolver valores, experimentar sentimentos e emoções,

tornando-se assim, um ser questionador com relação ao mundo

que vive e com os outros em geral, porém, para que o ensino de

Artes seja significativo, é preciso desenvolver todas as

habilidades na criança desde cedo, pois é nessa fase que

ocorrem as descobertas, criam-se situações, etc.

Compreendemos também que a Arte necessita integrar-se ao

meio histórico, artístico e cultural da criança,

possibilitando ao educando o desenvolvimento da sua

criatividade, do seu senso ético e estético como forma de

expressão e comunicação através de diferentes manifestações.

Já na rotina escolar, a arte é uma importante ferramenta

educativa, pois procura, através das tendências individuais,

amadurecer a formação do gosto, estimular a inteligência e

contribuir para a formação da personalidade do indivíduo, sem

ter como preocupação única e mais importante a formação de

artistas. No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e

aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a

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Page 23: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

imaginação, a observação e o raciocínio. No processo de

criação, ele pesquisa a própria emoção, liberta-se da tensão,

ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e

forma hábitos de trabalho.

Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o

desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que o contato

sistematizado com o universo artístico e suas diferentes

linguagens: arte cênica, cinema, desenho, escultura, pintura,

literatura, teatro, dança, música, etc. ocorra a partir deste

ambiente. Além da expansão dos espaços culturais é importante

que, em cada um deles, haja de forma permanente um espaço

reservado para as crianças provido de material visual,

ferramentas de interatividade, oficinas de pintura,

artesanato, música, etc. De acordo com os PCNs do Ensino

Fundamental, o ensino de Arte deve organizar-se de modo que os

alunos sejam capazes de: experimentar e explorar as

possibilidades de cada expressão artística; compreender e

utilizar a arte como expressão, mantendo uma atitude de busca

pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação,

a emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao

realizar e fruir das produções artísticas.

Em relação á seleção dos conteúdos específicos de Artes,

faz-se necessário ressaltar que tais conteúdos e temas devem

estar relacionados ao interesse e à vivência do aluno em

relação a questões sociais, de aprendizagem e ligados aos

sentimentos humanos que, articulados aos conceitos e demais

23

Page 24: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

conteúdos da área, humanizam as ações de aprender. Já a

valorização da capacidade lúdica, da flexibilidade, do

espírito de investigação e de crítica como aspectos

importantes da experiência artística, é de fundamental

importância para a apreciação do ensino de Arte, bem como a

sensibilidade para reconhecer e criticar manifestações

artísticas manipuladoras, que ferem o reconhecimento da

diversidade cultural e a autonomia e ética humana, assim como

a atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação

da própria cultura.

CAPITULO III

3. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ARTE-EDUCAÇÃO

Sabemos que a Arte-educação tem como objetivo a formação

de profissionais dedicados a esta área de conhecimento, e no

âmbito da escola regular busca oferecer aos indivíduos

condições para que compreenda o que ocorre no plano da

24

Page 25: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

expressão e no plano do significado ao interagir com as artes,

permitindo sua inserção social de maneira mais ampla. De

acordo com Buoro:[...] Com a utilização da arte no cotidiano escolar,o aluno poderá aprender de forma lúdica, tornando oambiente escolar mais agradável, sendo que o educandoterá a possibilidade de contribuir afetiva ecognitivamente para o desenvolvimento da expressão dacriança. A criança, através da arte, representa seusdesejos, expressa seus sentimentos e coloca emevidência sua personalidade. Nesse contexto, oeducador pode conhecer melhor o educando e, atémesmo, identificar suas dificuldades. No cotidianoescolar, a arte deve ser vista como criaçãoindividual, não havendo julgamento de certo ouerrado, o que interfere em muitos momentos naexpressão da criança, tornando-as inseguras ao soltarsua imaginação e criar [...] (BUORO, 2003).

Sans (2001) destaca que a arte-educação é um alicerce

para desenvolver a criatividade, pois a criança, como um ser

em profunda aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de

observação que contribui com a evolução natural da

criatividade.

Buoro (2003) salienta que com a utilização da arte no

cotidiano escolar, o aluno poderá aprender de forma lúdica,

tornando o ambiente escolar mais agradável, sendo que o

educando terá a possibilidade de contribuir afetiva e

cognitivamente para o desenvolvimento da expressão da criança.

A criança, através da arte, representa seus desejos, expressa

seus sentimentos e coloca em evidência sua personalidade.

Nesse contexto, o educador pode conhecer melhor o educando e,

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Page 26: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

até mesmo, identificar suas dificuldades. No cotidiano

escolar, a arte deve ser vista como criação individual, não

havendo julgamento de certo ou errado, o que interfere em

muitos momentos na expressão da criança, tornando-as inseguras

ao soltar sua imaginação e criar.

Já para Sans (2001), ao desenhar a criança descobre suas

próprias normas, numa íntima relação do ver, do saber e do

fazer. Entretanto ainda encontra-se nas escolas materiais

mimeografados ou xerocados, dando uma limitação ao desenho da

criança, outro grande foco é quando a criança também é

limitada na pintura, usando só algumas cores no seu desenho.

No entanto, mesmo que a arte auxilie na liberdade da criança,

ela exige alguns limites importantes, espaço adequado. A

criança tendo seu espaço reservado e respeitado pelo adulto

também saberá respeitar o nosso espaço.

Assim a arte ajudando a desenvolver seu cognitivo também

ajuda a auxiliar no seu limite, sem interferir no ato

expressivo da mesma. Se a criança quando se expressa devolve

ao exterior a mesma estimulação que recebe, mesmo que ela

represente o desenho de uma forma não mimética, cabe ao

educador deixar livre suas emoções sem influenciar nos

sentimentos, emoções e ideias das mesmas. E sim, fazer com que

cada vez mais ela se apaixone e desenvolva sua criatividade

pela arte.

Sabemos que com a prática de atividades de

arte-educação, rompemos a barreira da imaginação e passamos26

Page 27: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

para a vida, ou seja, a educação associada à arte possibilita

ao indivíduo descobrir, de forma prazerosa, aspectos que lhe

tornarão mais crítico, mais consciente e principalmente mais

participativo. Todas as manifestações artísticas são

excelentes meios pelos quais crianças e adolescentes

desenvolvem sua criatividade e livre expressão, já as

atividades expressivas estimulam a espontaneidade, a

observação e a percepção e, ainda, enriquecem o mundo das

descobertas.

Segundo Reverbel (1989), entre criatividade e arte

existe uma relação profunda, mas que ainda mais profunda é a

relação da criatividade com a vida, pois a arte desempenha um

papel extremamente vital na educação das crianças, isto é,

quando a criança desenha, faz uma escultura ou dramatiza uma

situação, transmite com isso uma parte de si mesma: mostra-nos

como sente como pensa e como vê. Lowenfeld (1984) influenciado

pelas teorias freudianas, enfatiza que a importância da arte

na educação consiste em garantir uma aprendizagem que

acompanhe o desenvolvimento natural do indivíduo, não só nos

seus aspectos intelectuais, mas também sociais, emocionais,

perceptivos, físicos e psicológicos, desenvolvendo a

sensibilidade e a conscientização de todos os sentidos (ver,

sentir, ouvir, cheirar, provar), realizando assim uma

interação do sujeito com o seu meio e formas construtivas de

auto expressão e auto identificação dos sentimentos, emoções e

pensamentos dos indivíduos a partir de suas próprias

experiências pessoais, para que eles, bem ajustados, vivam27

Page 28: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

cooperativamente e contribuam de forma criadora para a

sociedade.

CAPITULO IV

28

Page 29: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

4. A LEGISLAÇÃO QUE NORTEIA O ENSINO DE ARTES

Sabemos que a Arte tem um papel fundamental no processo

de ensino-aprendizagem do educando, pois envolve os aspectos

cognitivos, sensíveis e culturais do aprendente. Tal fato pode

ser constatado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional n° 9394, promulgada em 20 de dezembro de 1996, que

estabelece a obrigatoriedade da arte na educação básica. A

introdução da Educação Artística no currículo escolar foi um

avanço, principalmente pelo aspecto de sustentação legal para

essa prática e por considerar que houve um entendimento em

relação à arte na formação dos indivíduos.

No entanto, muitos professores não estavam habilitados e

preparados para o domínio de várias linguagens, que deveriam

ser incluídas no conjunto das atividades artísticas e nos

primeiros anos de implantação, os professores de Educação

Artística foram capacitados em cursos de curta duração e

tinham como única alternativa seguir documentos oficiais

(guias curriculares) que apresentavam listagens de atividades

e livros didáticos em geral, que não explicitavam fundamentos,

orientações teórico-metodológicas, ou mesmo bibliografias

específicas.

Já as faculdades que formavam para Educação Artística,

criadas na época especialmente para cobrir o mercado aberto

pela lei, não estavam instrumentadas para a formação mais

sólida do professor, oferecendo cursos técnicos, sem bases29

Page 30: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

conceituais. Nessa situação, os professores tentavam assimilar

uma lista de objetivos inatingíveis, com atividades múltiplas,

envolvendo exercícios musicais, plásticos, corporais, sem

conhecê-los bem e que eram justificados e divididos apenas

pelas faixas etárias.

A partir dos anos 80 constitui-se o movimento de

organização de professores de arte, inicialmente com a

finalidade de conscientizar e integrar os profissionais,

resultando na mobilização de grupos de educadores, tanto da

educação formal como não formal. Esse movimento denominado

arte-educação permitiu que se ampliassem as discussões sobre o

compromisso, a valorização e o aprimoramento do professor, e

se multiplicassem no país as novas ideias, tais como mudanças

de concepções de atuação com arte, que foram difundidas por

meio de encontros e eventos promovidos por universidades,

associações de arte-educadores, entidades públicas e

particulares.

Em relação ao ensino de arte na Educação Infantil, de

acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação

Infantil (RCNEI) 1998, o ensino da Arte, em especial as Artes

Visuais devem envolver: desenho, pintura, colagem, gravura,

escultura, fotografia, desenho no computador, vídeo, cinema,

televisão e outros. Ainda, de acordo com os RCNEI, (1998) as

instituições de educação infantil necessitam favorecer um

ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas

e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e

30

Page 31: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

vencer desafios, pois, quanto mais rico e desafiador for esse

ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de

conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do meio em que

vivem.

CAPITULO V

5. AS ARTES VISUAIS NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM

31

Page 32: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Sabemos que toda arte é individual e coletiva, e a arte

visual estuda e relata tudo aquilo que analisado, percebido ou

sedutor perante os olhos de maneira criativa. A Arte Visual e

o design atuam ao representar visualmente uma forma, cor ou

representação, estando presente no teatro, na música, no

cinema , na fotografia e demais expressões. Nos tempos atuais,

além de atuar no segmento artístico, também exercem papel

fundamental na representação visual comercial, de empresas e

instituições públicas.

A educação em artes visuais tem a capacidade de

trabalhar as percepções do aluno e essa característica é

fundamental para o processo de ensino aprendizagem do mesmo,

sendo assim, é necessário que tanto a escola, como o professor

estejam em processo de formação multidisciplinar ao trabalhar

a arte/educação como meio de ação educacional. Na escola, o

ensino de arte constitui-se em um espaço e tempo curriculares

em que os professores e alunos se dedicam à busca e aquisição

de novos saberes, especificamente, artísticos e estéticos.

Segundo Fusari e Feraz (1999), as vivências em arte visuais,

praticadas pelos alunos são consideradas pontos de referências

para o desenvolvimento de novas habilidades e saberes básicos,

significativos e ampliadores de suas sensibilidades e

cognições a respeito dessas modalidades em artes.

A metodologia educativa em artes visuais inclui desde a

escolha do professor quanto os assuntos a serem abordados em

sala de aula, que devem ser contextualizados. Referem-se

32

Page 33: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

também a determinação de métodos educativos, ou seja, de

trajetórias pedagógicas com procedimentos técnicos e

preposições de atividades para os alunos fazerem, apreciarem e

analisarem os conteúdos em artes visuais. O processo de

aprendizagem busca garantir a educação para todos os cidadãos,

independente de raça, gênero, e classe social, envolvendo a

totalidade do sistema educacional e mobilizando toda a

sociedade e a educação em artes visuais, por sua vez, pode

contribuir para desenvolver competências de forma colaborativa

e compartilhada.

De acordo com Gardner (1997), o ensino da arte

possibilita aos alunos interagir com materiais, instrumentos e

procedimentos variados, desenvolvendo competências com o

manuseio de ferramentas, materiais, técnicas, a organização e

produção artística, bem como as relações pessoais e

interpessoais na criação artística. Tal ensino também

possibilita criar uma relação de autoconfiança com a

construção artística pessoal, respeitando a própria produção e

a dos outros, compreendendo e identificando a arte como fato

histórico, contextualizando-a nas diversas culturas;

Sendo assim, a aprendizagem em artes visuais na escola

pode ampliar as possibilidades de uma educação que atenda

melhor a uma maior diversidade de alunos e conforme Furtado

(2002):

“[...] os objetivos educacionais em arte a serem

alcançados referem-se ao aperfeiçoamento de

33

Page 34: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

saberes, bem como o fazer e o pensar artístico e

estético sobre a história dos aprendizes [...]”.

Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem

formas de perceber, compreender e se comportar diante do

mundo, próprias de cada faixa etária, isto é, existe uma

assimilação progressiva do meio ambiente que implica uma

acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo

exterior, desta forma, podemos perceber que o aluno pode

possuir condições diferentes a sua aprendizagem, não

dependendo com isso da sua idade.

Faz-se necessário ressaltar que os cursos escolares de

arte não são os únicos lugares disponíveis para os alunos

aprenderem os saberes em arte, já que outras instituições

sociais e culturais (família, centros culturais, museus,

teatros, igrejas, meios de comunicação etc.) participam também

das produções e apreciações artísticas que os alunos conhecem

e praticam. Mas é na escola que oferecemos a oportunidade para

que as crianças possam efetivamente vivenciar o processo

artístico e sua história em disciplinas especialmente

destinadas para esses estudos. O ensino de artes visuais no

ensino fundamental é focado em despertar no aluno suas

habilidades acreditando-se que a aprendizagem e a prática em

artes visuais possibilitam condições de superação e

desenvolvimento no seu potencial de aprendizagem em geral.

Segundo Barbosa (1999), quando se expõe os alunos às

obras de artes, estas desafiam seu poder de observação e

34

Page 35: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

conhecimento que os habilita para esforços criativos

posteriores. O mundo orientado visualmente torna-se um

elemento ativo na sala de aula por meio da percepção, da

analise, da imaginação e da expressão, da produção ou do fazer

arte na classe. A educação em artes visuais, pelo que se

percebe, trabalha as diferentes formas de desenvolvimento dos

educandos, dando-lhes acesso à educação igualitária.

Ainda, de acordo com o RCNEI (1998) as Artes Visuais

devem ser aceitas como uma linguagem que tem estrutura e

característica próprias cuja aprendizagem acontece por meio

dos seguintes aspectos: fazer artístico-centrado na

exploração, expressão e comunicação de produção de trabalhos

de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o

desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;

apreciação/percepção do sentido que o objeto propõe,

articulando-o tanto aos elementos da linguagem visual quanto

aos materiais e suportes utilizados, visando desenvolver, por

meio da observação e da fruição, a capacidade de construção de

sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de

arte e de seus produtores; reflexão considerada tanto no fazer

artístico como na apreciação. Segundo Barbosa (1991)

“[...] A arte deve ser uma fonte de alegriae prazer para a criança quando se permiteque organizem seus pensamentos e sentimentospresentes em suas atividades criadoras, umavez que a arte tem influência importantesobre o desenvolvimento da personalidadeinfantil e por isso a atividade artísticadeve ser estimulada por meio dos sentidos da

35

Page 36: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

imaginação e de atividades lúdicas queampliem as possibilidades cognitivas,afetivas, sociais e criadoras da criança[...] (BARBOSA, 1991).

A presença das Artes Visuais na educação infantil, ao

longo da história, tem demonstrado um descompasso entre os

caminhos apontados pela produção teórica e a prática

pedagógica existente. Em muitas propostas as práticas de Artes

Visuais são entendidas apenas como meros passatempos em que

atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou

massinha são destituídos de significados. Outra prática

corrente considera que o trabalho deve ter uma conotação

decorativa, servindo para ilustrar temas de datas

comemorativas, enfeitar as paredes com motivos considerados

infantis, elaborar convites, cartazes e pequenos presentes

para os pais etc. Nessa situação, é comum que os adultos façam

grande parte do trabalho, uma vez que não consideram que a

criança tem competência para elaborar um produto adequado. As

Artes Visuais têm sido, também, bastante utilizadas como

reforço para a aprendizagem dos mais variados conteúdos. São

comuns as práticas de colorir imagens feitas pelos adultos em

folhas mimeografadas, como exercícios de coordenação motora

para fixação e memorização de letras e números.

De acordo com o RCNEI as Artes Visuais expressam,

comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos,

pensamentos e realidade por meio da organização de linhas,

formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além

36

Page 37: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na

escultura, na gravura, na arquitetura, nos brinquedos,

bordados, entalhes etc. O movimento, o equilíbrio, o ritmo, a

harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a

semelhança são atributos da criação artística. A integração

entre os aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e

cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação

social, conferem caráter significativo às Artes Visuais.

Faz-se necessário ressaltar que o professor é um

mediador da aprendizagem, isto é, um incentivador, e, num

ambiente de cooperação com outras interações positivas, a ação

individual deste será mais eficaz. Sabemos que as novas

maneiras de relação social e os novos hábitos culturais passam

a exigir mudanças na forma de ensinar as crianças e os jovens,

pois eles estão crescendo inseridos num mundo de realidade

virtual e educados num mundo indiferente às transformações

culturais. Segundo Pinheiro:

“[...] A atitude mediadora exige de nós o estardisponível e atento ao outro, seja como observadorou como ouvinte, percebendo conceitos e pré-conceitos, as preferências e o que causaestranhamento. Ludicamente podemos chegar aténossos alunos por vias mais ousadas, menos“escolares”, mais repletas de vida que a artereflete.[...]” (apud, MARTINS,2005,p.121).

Já a falta de profissionais e recursos na área de

trabalho com artes é uma das problemáticas que diretamente

afeta a eficácia da educação como um processo contínuo de

aprendizagem, por isso, é necessário ao professor que trabalha37

Page 38: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

nessa modalidade viver em educação continuada, buscando

renovar as habilidades e atitudes a fim de melhorar o ensino.

Para o professor de artes que atua na educação especial torna-

se ainda mais importante reconstruir a aprendizagem,

compreendendo a necessidade de aprender. Não basta apenas o

professor ter habilidades e competências na área, é necessário

que o mesmo seja comprometido integralmente a essa modalidade

de educação. Um novo paradigma sobre formação de professores e

suas implicações sobre a profissão docente tem emergido em

diferentes países nos últimos anos como fruto de pesquisas.

Faz-se necessário ressaltar que a formação de

professores reflexivos compreende um projeto humano

emancipatório. Pimenta (1991) destaca que os professores têm

papel significativo na construção da identidade artística dos

alunos e devem respeitar seus modos de aprendizagem,

otimizando o tempo didático com orientações e conteúdos

adequados, que dizem respeito tanto aos saberes universais

como aqueles que interessam aos alunos por ser parte de seu

dia-a-dia. É o professor quem promove o fazer artístico, a

leitura dos objetos estéticos e o refletir sobre arte afim de

que o aluno se construa como sujeito que adquire conhecimentos

e independência. Sendo assim, cabe ao professor de arte no

ensino de conceitos e princípios, criar múltiplas

oportunidades de interação para os estudantes com esses

conteúdos, variando as formas de apresentá-los, utilizando

meios discursivos, narrativas, imagens, meios elétricos,

textos, enfim, o professor pode recorrer a todos os portadores38

Page 39: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

de informação sobre conceitos princípios que deseja ensinar e

saber que o aluno quem transforma tais informações em

conhecimento, por intermédio de interação sucessiva.

Para Barbosa, (2008), a prática da arte/educação com

base numa visão ampla e inclusiva de mundo considera várias

formas de arte, desafiando limites convencionais e expirando

uma valorização artística mais ampla e a possibilidade de

maior participação social. Portanto a arte oportuniza a alunos

e educadores compreender melhor a dinâmica da vida a sua

volta. O professor em artes deve realizar atividades que

promovam uma discussão estética acerca da inclusão natural de

todos os alunos, incluindo a realização de atividades em que

todos experimentem a troca de saberes decorrentes das

diferenças interpessoais e as necessidades educacionais

específicas dos alunos. Também se acredita serem importantes a

valorização da solidariedade e das relações humanas entre

alunos os alunos, criando-se um espaço onde todos possam

contribuir, ajustando pedagogicamente as famílias e a escola

no acompanhamento dos mesmos.

Wallon (2007) propõe que o papel do professor é de

educar e o aluno deve ser visto como um ser em processo de

formação para a vida. Nesse caso o professorado precisa saber

não somente sobre a dinâmica das emoções, mas que estas podem

ser controladas pela razão, através da reflexão associada com

atitudes pedagógicas de diálogo, compreensão e construção de

regras de convivência coletiva.

39

Page 40: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Um dos grandes desafios do docente no ensino especial é

trabalhar a educação nas classes especiais chamadas Salas de

Recursos Multifuncionais. Busca-se integrar os alunos com

necessidades especiais aos demais, de forma que são

matriculados tanto no ensino regular como no especial em

horários alternados.

O ensino de artes visuais aos alunos da Sala de Recursos

pode trabalhar com diversas técnicas, onde dentre elas,

podemos citar: pintura, desenho, colagem,escultura, métodos de

impressão, como também leitura de história em figuras visuais.

Observa-se que os alunos participam das aulas como momento de

lazer e descontração, sentindo-se livres para usar a

criatividade e percepção.

Sendo assim, cabe ao profissional docente facilitar e

inovar para atingir a meta a que se propõe, que é a de ensinar

para uma clientela diversificada, consciente de que é preciso

encontrar caminhos que também apresentem diversidade. Para

desenvolver o conteúdo de Artes de maneira significativa, é

preciso trabalhar adequando os conteúdos ao contexto,

percebendo as diferentes realidades e situações presentes no

cotidiano de cada criança.

Estudar, ler, descobrir métodos, pesquisar sobre a vida

e obra dos artistas, decodificar signos, identificar

movimentos e períodos, interagir, conhecer o seu aluno e

entender como ele aprende, são objetivos de todo educador que

visa uma educação de qualidade.40

Page 41: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

CAPITULO VI

5. METODOLOGIA DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS

41

Page 42: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Sabemos que a Pesquisa científica é um conjunto de

procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que

tem por objetivo encontrar soluções para os problemas

propostos mediante o emprego de métodos científicos. Já a

metodologia científica é um conjunto de abordagens, técnicas e

processos utilizados pela ciência para formular e resolver

problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma

maneira sistemática.

Podemos destacar como tipo de pesquisa: Pesquisa

teórica; pesquisa metodológica; Pesquisa empírica; Pesquisa

prática; Pesquisa exploratória; Pesquisa descritiva; Pesquisa

explicativa; Pesquisa de campo; Pesquisa bibliográfica;

Pesquisa de laboratório; Pesquisa quantitativa e Pesquisa

qualitativa. Faz-se necessário ressaltar que é na pesquisa que

utilizamos diferentes instrumentos para se chegar a uma

resposta mais precisa. O instrumento apropriado deve ser

definido pelo pesquisador para se atingir os resultados

ideais, sendo que o mais importante do que definir o tipo de

pesquisa, que está sendo realizada, é definir que

instrumentais de pesquisa serão utilizados para que as fontes

possam oferecer um material de qualidade para ser trabalhado.

42

Page 43: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

5.1 Análises dos dados coletados

No intuito de aperfeiçoar meus conhecimentos a cerca do

tema, optou-se por uma pesquisa realizada junto ao grupo de

professores polivalentes que ministram aulas numa escola

municipal de ensino fundamental – ciclo I do município de

Cotia.

Tendo como objetivo investigar a prática pedagógica

relacionada ao ensino de artes, foi necessária a aplicação de

questionário para que os mesmos respondessem sobre as

facilidades e dificuldades encontradas na seleção do conteúdo

desta disciplina, bem como as estratégias utilizadas no ensino

das artes visuais e sua aplicabilidade no processo de ensino-

aprendizagem.

Iniciei a entrevista consultando a formação acadêmica do

grupo docente e, de acordo com a equipe:

43

Page 44: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Gráfico1 – Formação da equipe docenteentrevistada.

Podemos observar que a equipe docente possui

formação acadêmica satisfatória e 70% da equipe confidenciou

que, mesmo com a formação de nível superior, ainda sentem a

necessidade de uma pós-graduação em área específica para

enriquecer a prática docente.

Em relação á pós-graduação, novamente a

especialização em Artes tem pouco destaque nesta equipe

entrevistada.

44

Page 45: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Gráfico 2 – Formação acadêmica em Pós-graduação

Após breve fundamentação teórica, pontuou-se

junto aos docentes a importância do ensino de Arte nas séries

iniciais do Ensino Fundamental e de acordo com o parecer dos

professores, tal disciplina tem suma importância por que:

Gráfico 3 – Importância do ensino de Arte na Educação Básica

45

Page 46: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Com relação às praticas de ensino de arte no cotidiano

escolar, questionei que estratégias os docentes criam para

driblar as diversas dificuldades, tanto de materiais como de

recursos humanos, para tornar o ambiente escolar acolhedor.

Observa-se que são inúmeras as estratégias utilizadas e

de acordo com o grupo, há uma preocupação significativa em

relacionar as demais disciplinas com o ensino de arte.

Gráfico 4 – estratégias utilizadas para o ensino de Arte

Em relação ao processo de ensino-aprendizagem dos

educandos das séries iniciais, alguns docentes ressaltaram

utilizar a arte visual como estratégia na assimilação das

letras e palavras e, uma vez que a imagem se faz constante no

cotidiano escolar, é fundamental que o professor considere a

arte visual como subsídio para o processo de alfabetização,

sendo assim, verifiquei a presença da arte visual na rotina

escolar.

46

Page 47: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Gráfico 5 – a utilização da leitura de imagem no processo dealfabetização

Compreendemos que ao ter contato com as artes visuais,

os alunos têm oportunidade de expressar-se, compartilhar

opiniões e levantar hipóteses sobre o processo de

aprendizagem. Já sobre a utilização do lúdico no ensino das

linguagens artísticas, os professores afirmam que utilizam tal

estratégia para reforçar a aprendizagem infantil, além de

aprimorar a assimilação dos conteúdos propostos.

47

Page 48: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Gráfico 6 – A utilização do lúdico associado á leitura deimagem

Analisando o gráfico é possível verificar que a equipe

tem pleno conhecimento da importância do lúdico associado ao

ensino de Artes no cotidiano escolar, pois buscam referenciais

que garantam a qualidade do ensino e demonstram que se

preocupam com a seleção de conteúdos que: despertem a

curiosidade e a imaginação dos educandos através da

criatividade e espontaneidade infantil.

Após a verificação dos pareceres dos docentes

observados, podemos concluir que o ensino de arte passou a ser

mais utilizada e valorizada no processo de ensino-aprendizagem

do educando, porém ainda há necessidade de uma formação

adequada e que contemple as múltiplas linguagens artísticas.

Já a contribuição da Arte no processo de desenvolvimento

infantil fica evidenciado durante todo o período de

aprendizagem.

48

Page 49: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos referenciais bibliográficos destacados

nesta pesquisa, verificou-se que por meio da arte adquirimos

novas habilidades, fazemos novas descobertas, expressamos

49

Page 50: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

nossas frustrações e angústias, adquirimos autoconfiança,

aprendemos a valorizar o nosso potencial e trocamos

experiências.

Já a educação através da arte auxilia no desenvolvimento

criativo e estético, à medida que adquirimos gosto pela arte

nos tornamos seres mais críticos e reflexivos e nesse sentido

as artes visuais na educação básica são essenciais para que as

crianças vivenciem suas experiências e desenvolvam o

conhecimento em diferentes produções artísticas, pois o

contato com o as linguagens artísticas possibilita novos

saberes e exige que o educador inove suas metodologias e

compreenda que as atividades desenvolvidas nas aulas de arte

não devem ser vistas como um passatempo sem significação para

a criança.

Considera-se fundamental que o professor compreenda como

se dá o processo de criação nas crianças e suas fases de

desenvolvimento criador, para que possa propiciar a

oportunidade à criança de crescer por meio de suas

experiências artística.

Diante desta perspectiva, a arte na Educação Básica

apresenta-se como uma linguagem que tem estrutura e

características próprias que possibilita à criança, no50

Page 51: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

processo de criação, reformular suas ideias e construir novos

conhecimentos em situações onde a imaginação, a ação, a

sensibilidade, a percepção, o pensamento e a cognição são

reativados.

Finalizamos destacando que as produções infantis devem

ser valorizadas e não comparadas, porque cada criança

estabelece um contato com a arte nas mais variadas formas,

portanto para obter uma sociedade escolar que valorize as

produções artísticas em geral será necessário termos um novo

olhar para com o ensino de artes.

51

Page 52: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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55

Page 56: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

ANEXOS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO II

Da Educação Básica

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o

educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores.

Art. 26º. Os currículos do ensino fundamental e médio devem

ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada

sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte

56

Page 57: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

diversificada, exigida pelas características regionais e

locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

§ 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger,

obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da

matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da

realidade social e política, especialmente do Brasil.

§ 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos

níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos

alunos.

Art. 27º. Os conteúdos curriculares da educação básica

observarão, ainda, as seguintes diretrizes:

I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos

direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à

ordem democrática;

II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em

cada estabelecimento;

III - orientação para o trabalho;

IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas

desportivas não formais.

Brasília,20 de dezembro de 1996, 185º da Independência e 108º

da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza

57

Page 58: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Considerações acerca do Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil

A criança e as Artes Visuais

O Trabalho com as Artes Visuais na Educação

Infantil é muito importante, no que se refere ao respeito das

peculiaridades e esquemas do conhecimento próprio a cada faixa

etária e nível de desenvolvimento. Isso significa, que o

pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a

58

Page 59: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

intuição e a cognição devem ser trabalhadas de forma

integrada, favorecendo o desenvolvimento das capacidades

criativas das crianças.

No processo de aprendizagem em artes visuais a

criança traça um percurso de criação e construção individual.

E no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que

parte significativa do conhecimento em artes visuais acontece.

No decorrer deste processo, o prazer é o domínio do próprio

fazer artístico, da simbolização e da leitura de imagem. Os

símbolos apresentam o mundo sócio-cultural. E através da

pintura, moldagem, construção tridimensional, colagens etc. O

desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças

significativas que no início, dizem respeito à passagem dos

rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais

ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem

é possível graças as interações da criança com o ato de

desenhar e com desenhos de outras pessoas.

Na garatuja a criança tem como hipótese que o

desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície. No

decorrer do tempo, as garatujas que refletiam sobre tudo o

prolongamento dos movimentos rítmicos de ir e vir transformam-

se em formas definidas que apresentam maior ordenação e podem

estar se referindo os objetos naturais, objetos imaginários,

ou mesmo a outros desenhos.

Enquanto desenham ou criam objetos também brincam de “faz-de-

conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades59

Page 60: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

imaginativas. Ela cria e recria individualmente formas

expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e

sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras

simbólicas de outras crianças e adultos.

Objetivos de 0 a 3 anos

A instituição deve organizar sua prática em torno da

aprendizagem em arte, garantindo oportunidades para que as

crianças sejam capazes de:

Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando

diferentes objetos e materiais, explorando suas

características, propriedades e possibilidades de manuseio e

entrando em contato com formas diversas de expressões

artísticas;

Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre

diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de

expressão e comunicação.

Objetivos de 4 a 6 anos

Para esta fase, os objetivos estabelecidos deveram garantir

oportunidades para que as crianças sejam capazes de:

Interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras

crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais,

nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato,

ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;

60

Page 61: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Produzir trabalhos de artes, utilizando a linguagem do

desenho, da pintura, da moldagem, da colagem, da construção,

desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de

produção e criação.

Os conteúdos são organizados em dois blocos que visam oferecer

visibilidade as especificidades da aprendizagem em artes.

Primeiro bloco: “o fazer artístico”

Crianças de 0 a 3 anos

Exploração e manipulação de materiais como lápis e pincéis de

meios como tinta, água, areia e de variados suportes gráficos,

como jornal, papelão, madeiras etc.

Exploração e conhecimento de diferentes movimentos gestuais,

visando a produção de marcas gráficas.

Cuidado com o próprio corpo e dos colegas no contato com os

suportes e materiais de artes.

Cuidado com os materiais e com os trabalhos e objetos

produzidos individualmente ou em grupo.

Crianças de 4 a 6 anos

Criação de desenhos, pinturas, colagens, moldagens a partir da

utilização dos elementos da linguagem das artes visuais:

ponto, linha, forma, cor, volume, espaço, textura e exploração

utilização de alguns procedimentos necessários para desenhar,

pintar, e modelar.

61

Page 62: FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL DE SÃO CAETANO DO SUL

Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas

pelos diversos materiais, instrumentos e suportes, necessários

para o fazer artístico.

Exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais na

realização de seus projetos artísticos.

Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da

sala.

Respeito e cuidado com os objetos, produzir individualmente e

em grupo.

Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças

e da produção de arte em geral.

Segundo bloco: “Apreciação em Artes Visuais”

Crianças de 0 a 3 anos

Observação e identificação de imagens diversas.

Crianças de 4 a 6 anos

Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como

desenhos, pinturas, esculturas, construções, fotografias,

colagens, ilustrações, cinema etc.

Apreciação das suas produções e das doa outros, por meio da

observação e leitura de alguns dos elementos na linguagem

plástica.

Observação dos elementos constituintes da linguagem visual:

ponto, linha, forma, cor, volume, contrastes, luz, texturas.62

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Leitura de obras de arte a partir da observação, narração,

descrição e interpretação de imagens e objetos.

Apreciação das Artes Visuais e estabelecimento de correlação

com as experiências pessoais.

Didática

Crianças de 0 a 3 anos

Nesta fase o que tem valor é a utilização de instrumentos,

materiais e suportes diversos, como lápis, pincéis, tintas,

papéis, cola, etc; para a prática da arte, a partir do momento

em que as crianças tenham condições motoras para o manuseio.

As atividades devem ser bem dimensionadas e delimitadas no

tempo.

Quanto à apreciação de imagens, deve-se proporcionar o maior

número de materiais variados possível e que tenham significado

para a criança.

Crianças de 4 a 6 anos

Para que as crianças nesta faixa etária possam criar suas

produções, o professor deve oferecer oportunidades diversas

para que elas se familiarizem com alguns procedimentos ligados

aos materiais utilizados, os diversos tipos de suporte e par

que possam pensar sobre os resultados obtidos.Sendo assim o

trabalho deve ser organizado de forma a oferecer para as

crianças a possibilidade de contato, uso e exploração de

materiais.

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Nesta fase ao trabalhar com leitura de imagens é importante

elaborar perguntas que instiguem a observação, a descoberta e

o interesse da criança.

Organização

Organização do Tempo

Deve-se respeitar as crianças em relação ao seu ritmo e

interesse pelo trabalho, tempo de concentração, o prazer na

realização, o professor deve ficar atento para redimensionar

as atividades, em relação ao tempo ou própria atividade.

Pode ser apontadas três possibilidades de organização:

atividades permanentes, as sequenciais e os projetos.

Organização do Espaço

A organização da sala, a quantidade e a qualidade dos

materiais presentes e sua disposição no espaço são

determinantes paro o fazer artístico.

Avaliação

A avaliação tem que buscar entender o processo individual de

cada criança, afastando julgamentos como feio ou bonito, certo

ou errado, que assim sendo utilizados não auxiliam no processo

educacional, os educandos devem ser observados constantemente

e as observações registradas.

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Em Artes Visuais a avaliação deve ser feita através de

processos que tem como caráter de análise e reflexão sobre as

produções das crianças, ou seja, a avaliação para criança deve

especificar suas conquistas e as etapas do seu processo

criativo.

Crianças de 0 a 3 anos

A avaliação é feita pela exploração de diferentes materiais e

também de possibilidade de expressar-se por meio deste.

Crianças de 4 a 6 anos

Utilizam os desenhos, a pintura, a modelagem e outras formas

de expressão plástica para representar, expressa-se e

comunicar-se.

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