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EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

May 16, 2023

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Jair Junior
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Page 1: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS
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AGRADECIMENTOS Ao Museu de Arte Sacra de São Paulo por acolher o projeto de oficinas, às queridas Fátima e Renata pelo apoio e suporte constantes, e a todos vocês pela presença. MUITO OBRIGADO!

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A OFICINA

ABORDA

CONTEÚDOS

TEÓRICOS

E

PRÁTICOS:

• A devoção no ambiente

privado

• O Museu do Oratório

• Tipos de Oratório:

modelagens e exemplos de

decoração

• As origens e tipos de

temperas

• A pintura de um oratório

• Bibliografia

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ORATÓRIOS BARROCOS

Esse oratório foi um dos 40

exemplares desses objetos de

devoção, oriundos de Minas

Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio

de Janeiro e São Paulo, da

coleção de Cristiane e Ary

Casagrande; e expostos na

mostra: “Oratórios Barrocos – Arte

e Devoção na Coleção

Casagrande”, com curadoria do

Prof. Percival Tirapeli,

pesquisador e professor da

Unesp, realizada no Museu de

Arte Sacra de São Paulo em

agosto de 2011.

Por definição, oratório refere-se

ao nicho ou armário, que

contém imagens de santos.

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UM LOCAL PARA ORAÇÃO Oratórios são objetos ou locais destinados a expressão da a fé e a devoção da humanidade desde os tempos mais remotos e refletem a passagem do universo grandioso e divino, restrito aos grandes templos, para o espaço íntimo do cotidiano doméstico.

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Culto doméstico na Antiguidade Podemos fazer um comparativo na Antiguidade Clássica, com os Lares (deuses que cuidavam das casas) e os Penates (da palavra penus = despensa, relacionados ao armazenamento da comida) que compunham uma espécie de oratório doméstico com as três figuras, chamado de Lararium que nas casas em Pompéia ficava na cozinha ou na sala, e que no final do Império Romano (sec.V) se colocava atrás da porta de entrada com uma vela ou lamparina queimando diante das imagens. (BULFINCH, 2006)

A adoração a essas divindades domésticas perdurou apesar da proibição pelo imperador Teodósio I (347d.C. – 395d.C.) ao decretar o cristianismo como religião oficial do império em 27 de fevereiro de 380 d.C.

Lararium da casa dos Vettii em Pompéia, cidade

fundada por volta dos séculos VI e VII a.C. e

destruída pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.

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Os ritos perduram com outro significado

Pode-se fazer algumas associações aos costumes dos povos etruscos e romanos na Antiguidade que perduraram até os dias de hoje:

• Os romanos pediam a benção dos deuses antes das refeições, é um costume mantido até hoje em outras religiões;

• Quando uma família romana viajava, transportava consigo os seus penates, assim como os viajantes da época colonial carregavam seus oratórios de algibeira;

• Acender velas e lamparinas nos oratórios é ainda um costume comum;

• No Dicionário Houaiss a palavra “lar” está associada ao local na cozinha, onde se acende o fogo: a lareira.

Page 8: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

O uso do “nicho” para imagens • O nicho é uma reentrância ou vão em parede ou muro onde se

colocam estátuas ou imagens. Abaixo o nicho com imagem de Santo Antônio na fachada da Igreja de Santo Antônio da Mouraria em Salvador (BA)

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• Nicho do Santo Antônio em uma casa de Loriga (Portugal),

construída em 1907 (fonte: www.loriga.de)

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• Outro exemplo é o nicho

de Santo Antônio que

encontra-se embutido

numa casa da Av. Rocha

Páris, em Viana do

Castelo (Portugal); e

que fazia parte de um

fontanário que se

encontrava junto ao

antigo Convento de

Santo Antônio.

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Nossa Senhora da Lapa - Portugal

O Santuário de Nossa Senhora da Lapa situa-se na freguesia de Quintela,

Sernancelhe em Portugal, onde está a imagem original da Nossa Senhora da Lapa.

(Foto: Silvana Borges, 2012)

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A primitiva capela foi construída em 1498. A atual igreja foi construída no século XVII pelos jesuítas. O Santuário guarda na capela-mor o rochedo (lapa) milagroso com a imagem da Senhora da Lapa.

(Fotos: Silvana Borges, 2012)

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À direita o nicho incrustrado na pedra onde a pastora Joana encontrou a imagem de Nossa Senhora da Lapa (Portugal). Este santuário era o principal destino das peregrinações em Portugal antes da aparição de Fátima, equiparada a sua importância na península Ibérica à Catedral de Santiago de Compostela.

(Fotos: Silvana Borges, 2012)

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Os oratórios eram inicialmente destinados à moradia do rei. As famílias mais ricas também passaram a ter seus altares particulares e à medida que o culto aos santos se propagava, este hábito se popularizou e chegou às colônias portuguesas através dos colonizadores.

Oratório do Quarto D. Quixote, Palácio de Queluz - Portugal – Construído entre 1759 e 1774, contém pinturas com cenas da vida de D. Quixote de La Mancha. Usado inicialmente como sala de café e posteriormente como quarto de dormir, aqui nasceram os filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, entre eles D. Pedro I do Brasil.

O PALÁCIO

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DEVOÇÃO

PARTICULAR O oratório católico destinado à devoção particular originou-se na Idade Média e até os dias de hoje ainda é utilizado nas casas como local de oração.

Poderia ser limitado a um nicho simples, ou um armário com um pequeno altar no interior, como podemos ver na foto à direita.

Vemos aqui recriado o quarto de uma casa senhorial do sec XVII que tem um armário-oratório, que é presidido por uma pintura do século XVII da escola de Carlo Maratta representando a Sagrada Família; com lustres e tapeçarias do mesmo século, procedendo de Ushak, Anatólia (Turquia).

Fonte: Museu Nacional de Artes Decorativas - Madrid

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Papel disseminador da fé cristã • As descobertas marítimas dos

“novos continentes” se conecta ao movimento da Contra-Reforma. O Concílio de Trento (1545) proclamava o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo em uma necessária e urgente propagação da fé católica.

• “Conjugados os interesses do reino e do céu, a conversão do gentio e a expansão do território, munem-se os descobridores/conquistadores de instrumentos próprios para o convencimento tácito e a proteção pessoal: a imagem, representação do sagrado, do transcendental acometimento de difusão e implantação da fé.” (Gutierrez, 1994)

Palácio Nacional de Mafra,

Basílica e Convento – Oratório

na Sala de Dom João V.

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• Registros encontrados dão conta que as primeiras caravelas que aqui aportaram em 1500, traziam um oratório com a imagem de Nossa Senhora da Esperança. A partir daí a tradição se difundiu no recém descoberto Brasil. Os bandeirantes que saiam da Vila de São Paulo de Piratininga não dispensavam a companhia de um oratório a quem oravam em busca de segurança, ouro e índios.

• Ao lado oratórios dos séculos XVIII e XIX, peças pertencentes à exposição no Palácio Boa Vista em Campos do Jordão.

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AS ERMIDAS

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ERMIDA

• Ermida trata-se de uma pequena igreja ou capela, normalmente localizada fora das povoações ou em lugares isolados, onde eram instalados oratórios de grandes dimensões, as vezes muito ornamentados e de pintura rica, outras vezes adaptados ao conhecimento e recursos de seus executores

• Ao lado a Ermida de Nossa Senhora da Piedade, Serra da Lousã, região das aldeias históricas de xisto em Portugal

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Sítio Santo Antonio - São Roque – séc.XVII

Mario de Andrade (1893-1945) foi o primeiro responsável pela condução dos trabalhos na então 4ª Região do Iphan, que compreendia os estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Adquiriu com o propósito de restaurá-lo e deixá-lo como herança ao SPHAN para ser utilizado como refúgio de artistas, o Sítio Santo Antônio e sua Capela, construídos no século XVII, em São Roque/SP, pelo bandeirante Fernão Pais de Barros. O Sitio foi tombado em 1941, Mario o doou para o Iphan em 1944 e seu desejo foi em parte realizado: hoje o sítio encontra-se restaurado e aberto à visitação pública. Fonte: IPHAN

(Foto: Silvana Borges, 2012)

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A capela foi construída por Fernão Paes de Barros em 1681, e é considerada, juntamente com a Casa Grande como a mais antiga edificação construída em taipa de pilão de todo o Estado de São Paulo. Em janeiro de 2015, em uma operação conjunta entre o Iphan e a Polícia Federal, foi resgatada a imagem da Nossa Senhora do Rosário, furtada há 35 anos da Capela do Sítio Santo Antônio.

NICHO

ORATÓRIO DE

EMBUTIR

(Fotos: Silvana Borges, 2012)

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Pedra d’ara

• O altar na verdade não é apenas uma mesa, mas também, e sobretudo, uma pedra. O altar, no sentido rigoroso, aquilo a que se chama ‘altar fixo’, é uma pedra natural única que repousa numa base também de pedra ou, pelo menos, quatro pés ou pernas de pedra. Nos ‘altares’ de madeira, só merece o nome de altar a pedra embutida no centro dessa mesa, que é, propriamente dito, um ‘altar móvel’ (HANI apud RUSSO, 2010, p.47)

(Foto: Silvana Borges, 2012)

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Casa Fazenda Quissamã (RJ) – 1826

A inventividade está presente nas adaptações

feitas à sua forma primitiva de capela reduzida,

de resguardo e esconderijo dos santos, de

altar móvel, percorrendo estradas ou picadas

difíceis e ermas. Ficaria à espera de um

sacerdote, que diante do oratório celebrasse

missas, realizasse casamentos e batizasse

inocentes. (Gutierrez, 1994)

LATERAL DA

CAPELA

(Fotos: Silvana Borges, 2012)

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Fazenda Machadinha (RJ) - 1867

Capela de Nossa Senhora do Patrocínio (1833), os descendentes de antigos

escravos ainda habitam a parte que restou das senzalas

CAPELA

INTERIOR DA CAPELA

SENZALA

RUINAS DA SEDE

(Fotos: Silvana Borges, 2012)

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ALGIBEIRA • O início do século XVIII,

especialmente com a afluência das “bandeiras” em demanda do ouro, na ‘ânsia temporal de riqueza’ [...] viu generalizar-se e cristalizar-se o símbolo material identificador da fé cristã, o oratório, nicho portador e portátil da devoção transplantada para regiões inóspitas, mas abençoadas pelo patrocínio divino. (Gutierrez, 1994)

• Assim os viajantes também passam a carregar oratórios diminutos em suas “algibeiras” como amuletos de proteção no território ainda desconhecido a ser desbravado pelo interior do Brasil.

Algibeira do árabe “al-jibairâ”, que significa

pequeno saco de couro com vários bolsos,

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Oratórios – objetos de fé

• Esses objetos de fé “ocuparam as íngremes voltas das montanhas, tornearam rios, produziram vilas, cidades, aglomeraram comunidades em torno da espiritualidade triunfante. Os criadores, os artesãos ou simplesmente escravos que os elaboraram não assinaram esses trabalhos menores em que o interesse era menos estético do que simplesmente religioso.” (Gutierrez, 1994)

• O costume floresceu no Brasil, onde os oratórios se espalharam nas fazendas, senzalas e residências como local de culto privado ou público, as vezes como pequeno armário para a guarda dos santos devocionais da família, carregados nas algibeiras dos bandeirantes ou instalados em locais apropriados: as ermidas. Também cumprindo o papel de delimitar a função social feminina, de resignação e submissão à vontade de Deus e de seu senhor.

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O MUSEU DO ORATÓRIO

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O Museu do Oratório foi inaugurado em Ouro Preto em outubro de 1998 ocupando um casarão do século XVIII, pertencente à Ordem Terceira do Carmo, no qual morou Aleijadinho durante o período em que trabalhou na Igreja do Carmo, de 1738 a 1814, hoje abriga o acervo com cerca de 160 oratórios e 300 imagens do século XVII ao século XX da Coleção Angela Gutierrez. É o único museu do mundo dedicado a esse tema.

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O Museu do Oratório é administrado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, uma homenagem ao pai da colecionadora Angela Gutierrez, responsável pela criação do Museu. A coleção de oratórios já saiu várias vezes do Brasil. Pela primeira vez foi apresentada em Portugal, em 1994. Daí em diante levou parte de seu acervo à França, Itália, Chile, Venezuela, Inglaterra, Estados Unidos, Quito e Equador.

Page 30: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

“A palavra oratório significa, em sentido lato um lugar, relativamente

pequeno, dedicado à oração e ao culto de Deus. Neste sentido

qualquer pessoa pode ter em casa um oratório, destinando para ele um

local apropriado, resguardando em seu interior: quadros, estátuas, altar

sem ara, etc., individualmente ou com toda a família. Para isto não é

necessário obter nenhuma permissão especial das autoridades

eclesiásticas” (Ferreres apud RUSSO, 2010, p.37)

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A utilização dos oratórios envolve peculiarmente o organismo familiar, tendo como cenário o ambiente doméstico, onde os exercícios destinados às orações tomam como base algum marco ou referência de natureza espacial. Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala , e também Luiz Mott, em texto já citado, explicitam, nesse sentido, sobre a importância dos espaços reservados pelas famílias, para a prática dos exercícios religiosos e, em especial, para a guarda e a expressão do sentimento de devoção aos santos de predileção dos donos da casa. (RUSSO, 2006)

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Salientam-se suas apropriações e usos, como de objeto de culto, destinado às orações, ao de oratório em funcionamento como altar - equipado com pedra d´ara, cálice, castiçais e demais objeto de uso litúrgico; função possível desde que precedida de autorizações especiais – de “indultos”, na terminologia do direito canônico; mediante a promulgação de um breve apostólico obtido através de gestões onde, como relata Carlos Lemos, em Casa Paulista , preponderavam as influências familiares, o poder político e a força dos “cabedais” perante o bispo e o cabido da região. (RUSSO, 2006)

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Visita virtual ao Museu do Oratório

É possível uma visita virtual por todo o museu:

• http://www.eravirtual.org/mo_br/

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• Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios têm sua origem nos primórdios da Idade Média. Esses utensílios religiosos chegaram à Colônia pelas mãos do colonizador português e se espalharam pelas fazendas, senzalas e residências, tornando-se parte do cotidiano brasileiro.

• Inicialmente, a capela concebida para o rei – na época acreditava-se que ele possuía dons divinos – era o local adequado para se fazer orações. Ao longo do tempo, essas capelas evoluíram para o uso particular e passaram a ser frequentadas por associações leigas.

• Inspirando-se nos costumes da realeza, as famílias mais abastadas também passaram a possuir seus próprios altares. Esse costume acabou por se estender até o povo. Revela-se, a partir de então, o desejo de posse de relíquias ou outros objetos de piedade que conferiam aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do sagrado.

• A partir daí, as imagens pintadas, esculpidas ou xilogravadas de santos protetores proliferaram-se. Muitas vezes, foram guardadas em pequenos altares, buscando-se conferir um ambiente propício para orações e celebrações. (Fonte: Museu do Oratório)

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TIPOS DE ORATÓRIO:

MODELAGENS E EXEMPLOS

DE DECORAÇÃO

Suas características tipológicas são amplas, relacionadas ao

local de uso, tamanho e formato: laicos ou religiosos,

domésticos ou conventuais, fixos ou móveis, de ermida,

salão, alcova, bala, viagem ou algibeira, lapinha e convento.

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ORATÓRIO DE SALÃO

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ORATÓRIO

DE SALÃO Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Vidro (Aplanaigem)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 55,0 x 35,0 x 10,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Oratório em estilo D. José I, caracterizado por recortes sinuosos, volutas e concheados elegantes. Apresenta pintura em estilo rococó, com trato delicado, finamente elaborado, possuindo querubins de rosto arredondado e olhos esbugalhados, que remetem à fatura de Manuel da Costa Athayde (atribuição). Imagens de alta qualidade técnica, destacando a erudição do conjunto escultórico. Ornamentação pictórica composta por querubins, nuvens, guirlandas de flores e buquês. Ornamentação da talha composta por concheados, volutas, recortes sinuosos, palmetas e penacho.

Page 38: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia,

Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 38,0 x

20,0 x 7,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura erudita.

Apresenta estilo D. José I,

caracterizado por

concheados, volutas e

palmetas. Possui pintura de

boa qualidade, em

tendência barroca, inspirada

em gravuras maneiristas.

Destaque à cruz com

incrustações em

madrepérola, com presença

de Cristo Barroco de feições

dramáticas e perizônio

esvoaçante.

Page 39: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XVIII

Dimensões (cm): 74,0 x 46,0 x 26,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Segue modelo dos armários da época, apresentando cimalha. Base composta por mesa com gaveta com pés simulados. Pintura ingênua, porém delicada e cuidadosa. Presença de marmorizado e simulação pictórica de nichos. Apresentação imagética dos santos em sua iconografia tradicional.

Page 40: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira (Recorte, Policromia)

Origem: Norte de Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 69,5 x 42,0 x 25,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta policromia ingênua, caracterizando a fatura. Segue a tipologia dos móveis coloniais mineiros, com linhas mais retas apesar de apresentar alguma sinuosidade no frontão e almofadas. Ornamentação da talha composta por almofadas. Ornamentação pictórica composta por motivos florais, ziguezague e losangos.

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ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira

(Recorte, Policromia)

Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do

século XIX e início do

XX

Dimensões (cm): 55,0 x

48,5 x 21,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório

de fatura popular.

Apresenta linhas

simples de tendência

classicizante. Pintura

ingênua, porém

graciosa.

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ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe,

Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do

século XVIII e início do

XIX

Dimensões (cm): 80,0 x

40,0 x 19,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório de

fatura popular. Pintura de

composição ingênua,

porém esmerada.

Decoração de inspiração

rococó.

Page 43: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Latão (Fundição) Madeira (Recorte) Vidro (Aplainagem) Papel (Impresso)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do século XIX e início do XX

Dimensões (cm): 94,0 x 59,0 x 98,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular, simulando pequeno templo. Observa-se além das colagens, decoração em rendilhado, recortes e elementos geométricos. Interessante exemplar de artesanato popular de inspiração remanescente do barroco. Ornamentação composta por círculos, retângulos, losangos, rendilhados, bandeirolas, cruz e santinhos impressos.

Page 44: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Rio de Janeiro

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 102,0 x 60,0 x 25,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. No aspecto pesado da caixa, segue os modelos Barrocos de inspiração D. João V. Contudo, em relação a decoração, aponta para o estilo Rococó. Talha expressiva e delicada, mas sem grande erudição. Ornamentação da talha composta por rocalhas, volutas, palmetas, florões, acantos e moldura meia-cana.

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ORATÓRIO DE ALCOVA Alcova do árabe, al-qubbah, significa "o cofre“. No

Brasil refere-se a um dormitório situado no interior de

uma residência.

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ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Folhas de Flandres (Laminagem / Martelagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 53,5 x 27,0 x 11,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Execução simplificada, apresentando elementos decorativos de inspiração barroca com interpretação ao gosto popular. Linhas e entalhe simplificados. Elemento simbólico pintado dentro do frontão, confirmando a datação por tratar-se de devoção difundida no Brasil a partir de meados do século XIX.

Page 47: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Torneamento) Folha de Flandres (Laminagem / Martelagem) Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 47,0 x 22,0 x 14,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Execução elaborada, contendo talha delicada, com recortes sinuosos e pilastras torneadas. Apresenta forma singular, chanfrada, simulando pequeno templo, contendo arremate superior em pináculo de inspiração gótica. Elementos de inspiração barroca como volutas e pilastras, denotando ecletismo da peça. Ornamentação da talha composta por elemento codiforme, volutas, colunas torneadas, agulha (pináculo de secção circular, comprido e delgado), ondas de vitrúvio (série de volutas que formam um padrão ondulado estilizado).

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ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)<br/> Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais / Diamantina

Período: Entre final do século XVIII e início do século XIX

Dimensões (cm): 25,0 x 26,5 x 9,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório apresentando cena tradicional da natividade. Presença de motivos de inspiração barroca e rococó em interpretação popular. Representação do Menino Jesus, Nossa Senhora, São José, Rei Mago Gaspar, Rei Mago Baltazar, Rei Mago Melquior e Pastor. Imaginária contendo feições com talhe delicado, panejamento movimentado em curvas sinuosas, cabeleiras elaboradas, corpos sobre torção denunciando datação entre fins do século XVIII ou início do século XIX. Observa-se policromia em tonalidades fortes e variadas, denotando estamparia típica da região de Diamantina/MG. Ornamentação composta por volutas, motivos fitomorfos e elemento codiforme.

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ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 32,0 x 23,0 x 5,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta forma de medalhão, sendo ornado por rocalhas vazadas com detalhes assimétricos, tipicamente em estilo rococó. Ornamentação da talha composta por rocalhas vazadas e volutas. Pintura bastante simples em elementos fitomorfos.

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ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Recorte, Policromia, Douramento) Gesso (Modelagem, Policromia, Douramento) Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 34,0 x 21,0 x 13,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta elementos decorativos tipicamente populares, em interpretação livre da tradição barroco-rococó. Coração contendo pequena representação do Menino Jesus.

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ORATÓRIO

DE ALCOVA

Material: Madeira (Torneamento, Policromia, Douramento) Ovo de Ema (Recorte, Douramento) Calcita (Entalhe, Policromia e Douramento) Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Final do século XVIII

Dimensões (cm): 23,0 x 9,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apesar da erudição da peça, apresenta traços do imaginário popular, possibilitando assim o uso de material inusitado, tal como o ovo de ema, que compõe a caixa e camarim. Peanha em forma de taça confirmando a datação, assim como as imagens de calcita com forte teor barroco.

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ORATÓRIO DE ALGIBEIRA

Page 53: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ALGIBEIRA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Douramento) Material Têxtil (Colagem, Policromia) Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XVIII

Dimensões (cm): 16,5 x 9,0 x 5,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta decoração fitomorfa em estilo nacional português, primeira fase do barroco luso-brasileiro. Ornamentação composta por conchas, volutas, elementos fitomorfos e rosinhas de Malabar (típica pintura mineira de imaginária rococó, com a parte central em tons mais escuros dando ideia de profundidade).

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ORATÓRIO

DE ALGIBEIRA

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre final do

século XIX e início do XX

Dimensões (cm): 14,0 x

6,5 x 2,5

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório de

fatura popular, em

confecção rústica,

apresentando pequenas

dimensões. Caixa rígida

com escultura de Cristo

estilizada.

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ORATÓRIO

DE ALGIBEIRA

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia,

Prateamento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 11,5 x

13,2 x 5,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Caixa simplificada, em

pequenas dimensões, com

policromia ingênua e

pouco detalhamento.

Representação escultórica

do Divino Espírito Santo.

Page 56: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ALGIBEIRA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Torneamento, Policromia) Material Têxtil (Corte, Colagem) Acetato

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira metade do século XIX

Dimensões (cm): 18,0 x 8,0 x 4,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Imagem em miniatura com talhe delicado, representando Nossa Senhora da Apresentação. Manto com recortes esvoaçantes de inspiração rococó. Eixo vertical que divide simetricamente as massas.

Page 57: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ALGIBEIRA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 13,5 x 9,0 x 4,2

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Caixa simples, em miniatura, terminada em arco-abatido. Escultura de fatura popular, representando Nossa Senhora do Bom Parto. Imagem em miniatura, com talha delicada, possuindo manto com recortes esvoaçantes de inspiração rococó. Eixo vertical que divide simetricamente as massas, confirmando, assim, a datação. Contém base atributiva e coroa figurativa.

Page 58: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO LAPINHA LAPA:

- grande pedra ou laje que, ressaltando de um rochedo, forma abrigo.

- cavidade em rochedo; gruta.

Page 59: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

LAPINHA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento, Prateamento) Vidro (Aplainagem) Calcita (Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 65,0 x 25,0 x 10,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó, com representações pictóricas de concheados, característicos ao estilo. Talha rasa e delicada. Imagens de fatura delicada, com poucas partes policromadas e douradas, ao gosto da época. Ornamentação da talha composta por volutas, palmeta e frisos dourados.

Page 60: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

LAPINHA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Vidro (Aplainagem) Calcita (Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 56,0 x 24,0 x 13,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó, com talha rasa e delicada. Frisos dourados. Imagens de fatura delicada, com poucas partes policromadas e douradas, ao gosto da época. Ornamentação da talha composta por volutas, palmeta e frisos dourados. Ornamentação pictórica composta por rosinhas de Malabar.

Page 61: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

LAPINHA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Vidro (Aplainagem) Calcita (Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 64,0 x 29,0 x 11,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó, com representações pictóricas de concheados, característicos ao estilo, contendo talha rasa e delicada. Imagens de fatura delicada, com poucas partes policromadas e douradas, ao gosto da época. Ornamentação da talha composta por volutas, palmeta e frisos dourados. Ornamentação pictórica composta por rosinhas de Malabar.

Page 62: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

LAPINHA Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Vidro (Aplainagem) Calcita (Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: São João del Rey / Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XVIII

Dimensões (cm): 46,0 x 35,0 x 19,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó, com talha rasa e delicada característica ao estilo. Pintura delicada com padrões em rosinhas de Malabar. Destaque para as colunas estriadas. Ornamentação da talha composta por volutas, concheados e frisos. Esculturas de São Joaquim e Santa Rita de Cássia possuindo padrão estético diferenciado em relação as demais imagens.

Page 63: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

LAPINHA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento) Vidro (Aplainagem) Calcita (Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 25,0 x 25,0 x 10,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: "Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó com talha rasa. Ornamentação da talha composta por concheado e moldura em ""S"" e ""C"" suavizados. Versão simplificada dos oratórios lapinhas, apresentando apenas um nicho com a cena da natividade, na qual apenas Jesus Cristo é representado. Resquícios de policromia com as tradicionais rosinhas de Malabar. Escultura de fatura simplificada, apresentando torção corporal, mas com talha dura e sem movimentação."

Page 64: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS AFRO-

BRASILEIROS

Page 65: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO

BRASILEIRO Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Vale do Jequitinhonha / Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XIX

Dimensões (cm): 141,0 x 69,0 x 53,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular, em inspiração afro-brasileira. Apresenta pintura popular caracteristicamente ingênua. Típico oratório encontrado na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, destacando-se como uma peça inerente ao imaginário da época. Ornamentação composta por colunas torsas e rendilhado tipo lambrequim. Presença de cruz florenciada de metal anexada ao oratório.

Page 66: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO-

BRASILEIRO

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 45,0 x 46,0 x 6,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: "Oratório de fatura popular, composto por caixa em baixo relevo para dependurar. Apresenta confecção popular com elementos arquitetônicos externos nas portas. Destaque para a interessante imagem de José de Arimateia, que exibe a mesma postura de uma ""Pietá"" ao segurar uma figura feminina. Inclusão da representação de São Francisco sobre a estrutura do oratório. "

Page 67: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO-

BRASILEIRO

Material: Ferro

(Martelagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 50,0 x

32,0 x 15,8 Aberto: 58,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório

popular de fatura rústica

em inspiração afro-

brasileira. Apresenta

caixa simplificada,

porém com forma

suavizada devido ao

abaulamento da

cobertura.

Page 68: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO-

BRASILEIRO

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe,

Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 83,0 x

54,0 x 29,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório

de fatura popular, em

inspiração afro-

brasileira.

Ornamentação em

volutas, ondas em

debrum ornamental,

estrelas, zigue-zague e

porta almofadada.

Page 69: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO-

BRASILEIRO

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira metade do

século XIX

Dimensões (cm): 75,0 x 35,0

x 27,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular,

em inspiração afro-brasileira.

Apresenta indícios de fatura

popular com forma arquétipa

de elementos fitomorfos e

volutas. Formato em padrão

arquitetônico das igrejas

coloniais mineiras.

Ornamentos em elementos

fitomorfos, volutas, torres,

árvores e cruzes.

Page 70: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

AFRO-

BRASILEIRO

Material: Madeira (Recorte, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 70,0 x 40,0 x 21,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular, em inspiração afro-brasileira. Apresenta portas lisas com colagens, denotando singeleza, evidenciando o uso popular. Ornamentação pictórica composta por rosinhas de Malabar.

Page 71: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO DE ERMIDA

Page 72: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Norte de Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 162,0 x 91,5 x 35,0 Aberto: 166,00

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta caixa pesada, com ornamentação em estilo rococó. Buquê do frontão semelhante aos modelos usuais das iluminuras mineiras do período. Ornamentação composta por volutas, chave de arco, losangos, rosinhas de Malabar.

Page 73: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Nordeste do Brasil

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 146,0 x 85,0 x 46,0 Aberto: 147,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Talha ingênua apresentando losangos nas almofadas da porta, motivo encontrado em outros oratórios da região nordeste. Ornamentação da talha composta por losangos, triângulos, volutas e rendilhado. Pintura interna composta por vasos de flores, repetindo modelo ornamental muito frequente nos oratórios populares com porta em duas folhas. Ornamentação pictórica composta por vasos de flores e estrelas estilizadas.

Page 74: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia,

Douramento)

Origem: Pernambuco

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 137,0 x

69,5 x 35

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Apresenta linhas simples ao

modo de armários populares.

Pintura bastante estilizada,

especialmente no que se

refere às simulações de

marmorizado, indicando a

datação. Decoração popular

de inspiração rococó, cuja

simetria confirma a época de

execução. Ornamentação

pictórica contendo rosas,

flor-de-lis, losangos, óvulos e

padronagem marmorizada.

Page 75: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira metade do século XIX

Dimensões (cm): 138,0 x 80,0 x 35,0 Aberto:

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta decoração pictórica de inspiração rococó, com padronagem interna delicada, em rosinhas de Malabar. Imaginário popular na talha, que exibe certa dureza, com decoração atípica devido às carrancas na porta. Ornamentação da talha composta por máscaras negróides, elementos fitomorfos, rocalhas e volutas. Referência ao Divino Espírito Santo no forro.

Page 76: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira metade do século XIX

Autoria: Ignorado

Dimensões (cm): 150,0 x 61,5 x 40,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: "Oratório de fatura erudita. Apresenta inspiração rococó, caracterizada pelos rendilhados vazados, cartela e composição alongada. Internamente, possui pintura ingênua com presença de Santo Antônio e São Francisco de Assis, além da típica padronagem em rosinhas de Malabar, raminhos e rocalhas assimétricas. "

Page 77: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 301,0 x 143,0 x 50,0 Aberto: 210,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Ornamentação da talha composta por volutas e almofadas. Ornamentação pictórica composta por rocalhas.

Page 78: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe)

Origem: Nordeste do Brasil

Período: Século XVII

Dimensões (cm): 142,0 x 96,0 x 40,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Aparência pesada, sem movimento na decoração, com elementos simetricamente dispostos. Apresenta frontispício de conotação maneirista, possuindo motivos barrocos compostos por ondas e acantos. Ornamentação em ondas que formam um debrum ornamental com e sem imbricações (padrão decorativo que lembra a sobreposição regular de telhas), acantos, florete, flores pictóricas e elemento conchóide.

Page 79: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS BALA

Page 80: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira (Recorte,

Policromia, Torneamento)

Papel (Colagem)

Origem: Nordeste do Brasil

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 40,0 x

24,0 Ø Aberto: 51,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Apresenta pintura ingênua.

Destaque para a colagem

da cercadura grega

(moldura composta de

linhas retas artisticamente

entrelaçadas), que denota o

imaginário adaptativo

popular. Ornamentação

pictórica composta vaso,

elementos florais e estrelas.

Page 81: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia,

Douramento)

Origem: Nordeste do Brasil

Período: Segunda metade

do século XVIII

Dimensões (cm): 23,50 x

6,5 Ø Aberto: 20,5

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Apresenta contornos

sinuosos e pintura popular,

porém bastante esmerada.

Representações de Nossa

Senhora da Conceição,

São José e São Joaquim.

Imagens delicadas, com

vestes movimentadas.

Policromia esmerada, com

simplificações nos florões.

Page 82: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira

(Recorte, Policromia)

Origem: Nordeste do

Brasil

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 24,0 x

10,0 Ø Aberto: 25,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório

de fatura popular.

Apresenta confecção

rudimentar com pintura

caracteristicamente

popular.

Page 83: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia,

Douramento)

Origem: Nordeste do Brasil

Período: Entre final do

século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 34,0 x

20,0 Ø Aberto: 39,5

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Apresenta pintura com

florão caracteristicamente

popular, ainda que de

confecção criativa.

Ornamentação composta

por florão e relevo em

projeções curvas na parte

externa e estrelas

estilizadas na área interna.

Page 84: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira (Entalhe, Torneamento, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XVIII

Dimensões (cm): 21,0 X 8,3 Ø

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório em miniatura. Ornamentação pictórica chinoiserie, possuindo representações de pássaros e elementos fitomorfos. Esculturas em miniatura de composição popular, contendo entalhamento grosseiro e panejamento teso. Representação escultórica de Santo Antônio.

Page 85: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Latão

(Fundição, Recorte) -

Chumbo (Fundição)

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira

metade do século XX

Dimensões (cm): 6,0 x

1,5

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório de

fatura popular, possuindo

inusitada confecção em

bala de cartucheira.

Representação de Cristo

Crucificado.

Page 86: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Latão

(Fundição, Recorte)

Origem: Minas Gerais

Período: Primeira

metade do século XIX

Dimensões (cm): 6,5 X

1,5 Ø

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório

de fatura popular, em

formato bala.

Apropriação de bala de

cartucheira enquanto

material primário.

Representação de

Nossa Senhora

Aparecida.

Page 87: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO BALA

DE SALÃO

(ESMOLEIRO)

Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia)

Origem: Bahia

Período: Entre final do

século XIX e início do XX

Dimensões (cm): 90,0 x

36,0 x 34,0 Aberto: 76,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Ornamentação pictórica

composta por padrão

marmorizado, estrelas e

flores. Pintura de cunho

popular, indicando origem

baiana. Segue a tipologia

bala, porém mantendo a

função de esmoleiro,

verificável pela presença

de gaveta-cofre.

Page 88: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS DE ESMOLER

Page 89: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ESMOLER

Material: Ferro

(Martelagem), Madeira

(Recorte), Couro (Recorte)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 21,0 x 13

x 11,0 Aberto: 24,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Esmoleiro de fatura

popular. Abertura de nicho

em semicírculo com

espécie de rendilhado de

inspiração barroca e

interpretação popular.

Ornamentação composta

por rendilhado em

projeções curvas,

formando um debrum

ornamental.

Page 90: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ESMOLER

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 28,0 x 13,5 x 3,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Esmoleiro de fatura popular. Esmoler dos mercedários, Execução simplificada contendo elementos fitomorfos de inspiração barroca. Pilastras simplificadas denotando influência classicizante. Representação de Nossa Senhora das Mercês.

Page 91: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ESMOLER

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe,

Policromia, Douramento)

Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade

do século XVIII.

Dimensões (cm): 20,0 x

10,5 x 3,0 Aberto: 20,5

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Esmoleiro

de fatura popular.

Confecção ingênua,

porém com boa execução.

Apresenta caixa tipo

relicário. Pintura com

rocalhas e imagens ao

gosto barroco.

Page 92: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE ESMOLER

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 26,0 x 14,0 x 8,5

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura popular. Apresenta interpretação simplificada de decoração barroca, possuindo elementos fitomorfos. Inspiração nas portadas manuelinas e nos retábulos em estilo nacional-português. Ornamentação da talha composta por elementos fitomorfos e chave de arco. Ornamentação pictórica composta por padronagem floral.

Page 93: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS DE VIAGEM Altar Portátil

Page 94: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO DE

VIAGEM / ALTAR

PORTÁTIL Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)Vidro (Aplainagem)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade do século XVIII.

Dimensões (cm): 44,0 x 29,0 x 7,0 Aberto: 47,0 x 29,0 x 44,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de inspiração rococó, no qual se verifica o forte imaginário popular do século XVIII. Altar característico da Península Ibérica, com adaptação colonial. Apresenta forma de falso livro, que se transforma em oratório para as horas de oração. Pintura bem elaborada, dando delicadeza à composição singular da peça. Ornamentação pictórica composta por rosinhas de Malabar e motivos florais.

Page 95: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO DE

VIAGEM / ALTAR

PORTÁTIL Material: Madeira (Recorte, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 27,0 x 100,0 x 33,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Altar portátil apresentando medalhões pictóricos simetricamente dispostos, com ornatos em estilo rococó. Sugere repintura apresentando motivos barroco/rococó. A concepção da arca que se transforma em altar destaca o imaginário da época. Ornamentação composta por volutas, rocalhas, medalhões e rosinhas de Malabar (típica da pintura mineira de imaginária rococó, com a parte central em tons mais escuros dando ideia de profundidade). Altar dedicado ao Cristo da Cana Verde. Prataria: Âmbula, Galheteiro, Santos Óleos

Page 96: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS TÍPICOS CONCHA – ARTE CONVENTUAL - PINGENTE

Page 97: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

CONCHA Material: Madeira (Entalhe, Policromia, Douramento) Conchas (Recorte, Colagem) Vidro (Soprado) Tecido (Bordado) Gesso (Moldagem)

Origem: Rio de Janeiro

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Autoria: Francisco Xavier dos Santos

Dimensões (cm): 77,0 x 41,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais:Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó inspirado na decoração de fontes e grutas. Guirlandas de flores ornamentando o camarim. Escultura religiosa com traços delicados e panejamento movimentado, possuindo policromia vistosa, estrutura elegante e torções leves. Ornamentação composta por guirlandas de flores. Imagem de São Camilo de Lelis

Page 98: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

CONCHA Material: Madeira (Entalhe, Policromia, Douramento) Concha (Recorte, Colagem) Vidro (Soprado) Tecido (Bordado) Gesso (Moldagem)

Origem: Rio de Janeiro

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Autoria: Francisco Xavier dos Santos

Dimensões (cm): 52,0 x 28,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Apresenta estilo rococó, na qual é observada laboriosa decoração, composta por pequenas conchas, que criam grandes guirlandas, buquês e volutas. Escultura religiosa com traços delicados, panejamento com movimentação suave, estrutura elegante e torções leves. Ornamentação composta por guirlandas de flores.

Page 99: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO DE

ARTE

CONVENTUAL

Material: Papelão (Recorte,

Colagem), Papel

(Impressão, Recorte,

Colagem), Isopor (Recorte),

Vidro (Aplainagem)

Origem: Bahia

Período: Século XX

Dimensões (cm): 41,5 x

33,5 x 8,0

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório com influência

portuguesa, apresentando

delicado trabalho de

colagens ao gosto Kitsch,

executado por freiras em

conventos. Imagem de

Nossa Senhora das Dores.

Page 100: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO DE

ARTE

CONVENTUAL Material: Papelão (Colagem), Papel (Recorte, Colagem, Impressão), Vidro (Aplainagem)

Origem: Bahia

Período: Século XX

Dimensões (cm): 18,6 x 8,5 x 4,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Caixilhos decorados através de recortes, colagens e montagens, denotando tradição decorativa portuguesa. Cumprem o papel de registros de santo, tendo sempre ao centro do simulacro de altar uma gravura popularmente chamada de santinho. Esses oratórios apresentam materiais diversos em sua composição: papelão, papel fantasia, laminados, flores secas, tecido e algodão. O uso de pedras fantasias ou lantejoulas conferem a tais peças um teor mais Kitsch. Representação imagética de Santo Antônio.

Page 101: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

PINGENTE

Material: Ouro (Fundição,

Filigrana)

Origem: Diamantina /

Minas Gerais

Período: Entre final do

século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 4,5 x 2,0

x 0,8

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Obra de ourivesaria

formada por fios de ouro,

delicadamente

entrelaçados e soldados.

Pingente constituindo

pequeno nicho. Destacam-

se os corações tipicamente

de tradição diamantinense.

Page 102: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIOS DO MUSEU

DE ARTE SACRA DE SP

Page 103: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Oratório

Autoria desconhecida

Material: madeira

policromada

Data: Século XVIII

Origem: Minas Gerais

Dimensões:

178x100x55cm –

fechado

178x151,5x55cm –

aberto

(Fotos: Silvana Borges, 2015)

Page 104: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Oratório

Autoria desconhecida

Material: Madeira de

Jacarandá, vidro e

imagens em marfim.

Data: Século XVIII

Origem: Porto - Portugal

Dimensões:

170x103x58cm

(Fotos: Silvana Borges, 2015)

Page 105: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Oratório em

Caixa de

Bacalhau

Autoria: Dito Pituba (

Benedito Amaro de

Oliveira – Santa

Isabel(SP) 1848-1923)

Material: madeira

policromada

Data: Século XIX

Origem: São Paulo

Dimensão:

125x98x32cm (aberto)

125x68x32cm (fechado)

Este oratório foi

confeccionado a partir

do aproveitamento de

uma caixa de bacalhau.

(Fotos: Silvana Borges, 2015)

Page 106: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ETAPAS NA PINTURA

BARROCA

Page 107: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

A talha e a pintura

• A decoração de um oratório, finalizada a talha da madeira, poderia receber camadas de policromia.

• As etapas de elaboração poderiam seguir duas linhas:

- a linha de confecção como mobiliário, com elementos escultóricos elaborados, fechos, dobradiças, acabamentos em metal e polimento da superfície da madeira, como no caso das peças confeccionadas em jacarandá;

- ou seguir as mesmas etapas de preparo da imaginária, com aplicação da base de preparação, uso do bolo de armênia para aplicação de folhas metálicas no douramento, as camadas de tinta que algumas vezes fingiam os marmorizados.

Page 108: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Base de preparação

• A base de preparação “tem a função de isolamento, uniformização da superfície, nivelando as irregularidades da madeira e também possui efeito ótico” (COELHO, 2014, P.148).

• Feita a partir da adição de carbonato de cálcio à cola proteica como aglutinante, era aplicada em várias camadas para nivelamento da superfície. Porém antes era aplicada a encolagem, com a cola pura diluída para selamento da superfície.

Page 109: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Bolo de Armênia

• “É preparado com argila

(como carga) e cola

proteica (como aglutinante)

e vai servir de base para

receber a folha metálica”

(COELHO, 2014, p.148)

• A argila é muito fina,

qualquer imperfeição

prejudicará a douração,

é também aplicada em

camadas até o

acabamento desejado.

Page 110: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Folhas Metálicas

• A folha metálica (de ouro ou

prata) é aplicada sobre a

superfície preparada com o

bol de armenia, com uso da

água de dourador (cola

proteica diluída). Os materiais

utilizados pelo dourador são:

a folha de ouro, o coxim e a

faca (para corte da folha), o

pincel ou pelenesa (para o

transporte do coxim), e o

brunidor com pedra de ágata

(para o polimento).

(COELHO, 2014)

Page 111: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Policromia • As pinturas eram realizadas com óleo ou

tempera, entre os pigmentos mais utilizados em Minas Gerais (COELHO, 2014), por exemplo, estavam:

- o branco de chumbo (carbonato básico de chumbo)

- vermelhão (sulfeto de mercúrio).

Além desses nas pinturas percebemos visualmente a predominância das cores terrosas (do amarelo-ocre ao marrom-avermelhado, e terras-verdes), que poderiam ser produzidas a partir de argilas, e ainda os verdes e azuis mais comuns provenientes da azurita e malaquita, pela oxidação dos minérios de cobre.

Nessa época já existiam os pigmentos sintetizados, como o azul da prússia, descoberto em 1704.

Page 112: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ELEMENTOS NA PINTURA E

DECORAÇÃO DE UM ORATÓRIO Rosinhas de Malabar – Rocalhas – Folhas de Acanto – Motivos Geométricos – Adamascados – Douramento - Estêncil, Escaiola, Marmorizados, Decoupage e Marrouflage

Page 113: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Rosinhas de Malabar • Em 1498 Vasco da

Gama chegou ao Malabar na Costa Ocidental da India, essa região tornou-se possessão portuguesa de 1505 até 1663. Esses elementos decorativos são típicos do rococó, mas além do fato da presença portuguesa na Índia, não se pode estabelecer uma origem precisa para esse tipo de designação.

Malabar Melastome. Fonte: http://www.flowersofindia.net/

Page 114: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO Material: Madeira (Recorte,

Entalhe, Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Segunda metade do

século XVIII

Dimensões (cm): 60,0 x 29,0 x

16,5

Características Estilísticas,

Formais e Ornamentais:

Oratório de fatura popular.

Apresenta confecção delicada,

com detalhes populares que

imitam o requinte de oratórios

eruditos como se vê no

rendilhado dourado do perfil do

camarim. Policromia com

rosinhas de Malabar, similar as

encontradas nos oratórios e

armários da região de Sabará.

Ornamentação pictórica

composta por flores e rosinhas

de Malabar. Ornamentação da

talha composta por frisos,

molduras e recortes sinuosos.

Page 115: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Rocalhas As rocalhas são elementos decorativos característicos do Período Rococó, a designação rococó deriva do nome dado a uma pérola irregular.

A rocalha, do francês “rocaille” é uma decoração assimétrica que imita os contornos irregulares das pedras e conchas, inspirada em elementos marinhos, que exercem influência tardia em decorações de interiores de igrejas nos elementos arquitetônicos, estuque, pinturas, esculturas, relevos, móveis e objetos (espelhos, castiçais, cerâmicas, etc.). Esses ornamentos eram comumente copilados de estampas e gravuras.

Page 116: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Douramento)

Origem: Rio de Janeiro

Período: Segunda metade do Século XVIII

Dimensões (cm): 103,0 x 64,5 x 24,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Segue os modelos barrocos de inspiração D. João V, já em transição para o gosto rococó. Destaca-se a talha expressiva e bem evoluída, em rocalhas elegantes de fatura erudita. Tal peça não apresenta policromia, que pode ter sido completamente removida através de restauro. Ornamentação composta por rocalhas, volutas, frisos, palmeta, florões e acantos.

Page 117: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Folhas de Acanto A folha de acanto tem origem na Grécia. O capital coríntio criado por Calímaco é descrito por Vitrúvio no Livro 4 (Da Arquitetura). O acanto (Acanthus mollis) é uma planta espinhosa decorativa não apenas por suas flores mas também pelas folhas compridas, brilhantes e recortadas. Utilizadas como motivos arquitetônicos, em construções de templos e monumentos sacros, passou a ser associada à pureza e à honestidade. Os oratórios como “altares diminutos” absorveram a decoração da arquitetura religiosa, predominantemente o estilo barroco e rococó. DETALHE DE CAPITEL CORÍNTIO, OBRA DO ENTALHADOR RUSSO

TEMPLO DE ZEUS, ATENAS ALEXANDER GRABOVETSKI

FOLHA DE ACANTO FLOR DE ACANTO

Page 118: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe,

Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 45,0 x

26,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório de

fatura erudita. Apresenta

entalhe de inspiração

barroca, com elemento

fitomorfo e dossel estilo

D. João V, confirmando a

datação do século XVIII.

Ornamentação da talha

composta por volutas,

acantos, dossel,

cortinado e bolacha.

Page 119: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Motivos Geométricos Os motivos geométricos estão presentes desde da Antiguidade nas artes decorativas, exercendo influências até os dias de hoje. Importante mencionar o arquiteto inglês Owen Jones (1809-1874), autor da Gramática do Ornamento (1856),que estudou a decoração islâmica no Alhambra (Granada), desenvolvendo teorias sobre plano padrão, geometria e policromia. Gramática do ornamento (Owen Jones)

prancha XXXV da edição de 1868 –

MOTIVOS GEOMÉTRICOS ÁRABES

Page 120: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

DE SALÃO

Material: Madeira

(Recorte, Entalhe,

Policromia)

Origem: Minas Gerais

Período: Século XIX

Dimensões (cm): 60,0 x

38,0 x 22,0

Características

Estilísticas, Formais e

Ornamentais: Oratório de

fatura popular. Apresenta

pintura popular de

inspiração rococó.

Ornamentação pictórica

composta por rosinhas de

Malabar, motivos florais,

gotas e losangos.

Page 121: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

OS TECIDOS O tecido adamascado foi assim batizado em homenagem a Damasco, cidade da Síria, descoberta na época das Cruzadas. Com cor única eram tecidos 100% seda que sob o efeito da luz se destacavam desenhos florais estilizados no cruzamento da trama com os fios do urdume. Atualmente utilizam-se algodão e fibras sintéticas.

Já os motivos em “arabesco” (do italiano à moda árabe) foram descobertos pelo Ocidente através primeiramente da tapeçaria que encantava o mundo e é até hoje uma especialidade dos países muçulmanos.

Os chineses também produziam tecidos de seda ornamentada, trazida do Oriente para a Europa no século XII pelo aventureiro Marco Polo.

Page 122: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

ERMIDA

Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Rio de Janeiro

Período: Século XVIII

Dimensões (cm): 210,0 x 125,0 x 35,0

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório originário do Rio de Janeiro, datável do século XVIII. Talha bastante erudita, com alta qualidade, característica do período D. João V em transição para D. José. Pintura de delicada confecção, com tendência Rococó, devido ao fundo claro com detalhes dourados. Ornamentação composta por rocalhas, acantos, palmetas e elementos fitomorfos.

Page 123: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Douramento A chamada talha dourada é uma técnica escultórica em que madeira é esculpida, recebe uma camada de gesso e cola animal para nivelar os veios da madeira, essa base de preparo para execução do ouro brunido recebe uma camada de argila fina com cola animal (bolo de armênia) que posteriormente recebe a aplicação das folhas de ouro (douração à água), para então a película de ouro (23K) receber o polimento com brunidores (pedra de ágata), as vezes realizando um jogo de reflexos com partes sem polimento (ouro fosco). Esta técnica, principalmente associada à arquitetura, teve grande aplicação na península Ibérica e respectivas colônias no período estilístico do Barroco. Reconstrução e Douramento de uma Porta de Sacrário

da Igreja Paroquial de Colmeias, Leiria (Portugal).

Fonte: Ateliê Jgrestauro (Joana Gândara)

Page 124: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

ORATÓRIO

BALA Material: Madeira (Recorte, Entalhe, Policromia, Douramento)

Origem: Minas Gerais

Período: Entre o final do século XVIII e início do XIX

Dimensões (cm): 80,0 x 35

Características Estilísticas, Formais e Ornamentais: Oratório de fatura erudita. Oratório de salão, em formato bala, caracteristicamente rococó. Atribuído ao entalhador Francisco Vieira Servas, devido a presença de arbaleta, elemento decorativo característico de suas obras. Ornamentação da talha composta por conchas, acantos, gabletes, tarja, dossel, arbaleta e colunas estriadas. Ornamentação pictórica composta por marmorizado, rosinhas de Malabar e rocalhas.

Page 125: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

AS ORIGENS E TIPOS DE

TEMPERAS

Page 126: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

TÊMPERAS = EMULSÕES

• A designação tempera é atribuída a todos os processos de pintar cujo aglutinante seja solúvel em água, com exceção da aquarela.

• O termo têmpera vem da palavra ¨temperare” (latim), que significa juntar ou misturar. Misturam-se pigmentos a aglutinantes e estes passam a designar cada tipo de têmpera que constituem, as mais conhecidas são as temperas de: ovo (gema), cola animal e leite (caseína).

• A tempera é composta por uma emulsão de dois líquidos imiscíveis em que um deles (a fase dispersa oleosa) encontra-se na forma de finos glóbulos espalhados em outro líquido, que no caso das têmperas, é a própria água.

Page 127: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

• A gema de ovo trata-se de uma emulsão compatível com as mais variadas misturas de ingredientes nos receituários antigos, podendo se acrescentar óleos secativos ou essenciais, resinas na forma de alguns vernizes. Pode-se pintar com o ovo inteiro, só a gema ou só a clara.

Têmpera “rica”, com a gema pura:

• 01 gema de ovo

• 01 % fungicida

- separar a gema da clara, retirando a película que envolve a gema. Juntar o fungicida (que pode ser o vinagre)

- juntar aos pigmentos para formar a tinta e utilizar água como diluente.

As pinceladas são finas, transparentes e opacas.

• Na adição de óleos = teremos a têmpera “gorda”. Atualmente alguns fabricantes vendem a tempera a ovo pronta em tubo com alguns aditivos.

Têmpera a ovo

Page 128: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Encolagem – cola animal (ou de coelho)

Muito utilizada na arte sacra para a policromia e decoração com a douração

Preparo da cola de coelho: em 100 gramas de cola adiciono 1 litro de água destilada.

Deixar de molho de um dia para o outro e derreter em banho-maria, não deixe que a cola ferva, adiciona-se 1% de fungicida (vinagre) ou óleo de cravo(eugenol).

Conservar na geladeira. Aquecer em banho-maria para o uso.

Page 129: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Fórmula de Angélica Schianta:

- 1 copo (200ml) de cola de coelho (equivale a 100gr)

- hidratar a cola com 1 copo e meio de água por 12 horas (300ml de água)

- levar ao fogareiro elétrico em banho-maria para derreter

- tirar do calor acrescentar 1 copo (200ml) de água e mais um copo (200ml) de álcool absoluto (ele empelota um pouco a cola mas depois ela dissolve de novo)

- 3 gotas de essência de cravo (Eugenol).

- No preparo da tempera adiciona-se aos pigmentos.

Sempre esterilize o recipiente.

Essa mistura pode ser conservada fora da geladeira!

Page 130: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Caseína A caseína (do latim "caseus", queijo) é uma proteína do leite que perde a sua solubilidade com o tempo e exposição e torna-se resistente à água. Uma vez que o filme de tinta seca é inflexível e quebradiço, não é adequado para ser aplicado em pesados impastos em suportes flexíveis tais como a tela. Tem acabamento fosco.

TEMPERA À CASEINA

• Caseína em pó (10gr)

• Água destilada (100ml)

• amônia (carbonato de amônio)ou água da cal (hidróxido de cálcio) (2g) esperar a efervescência (dissolução dos grumos)

A tinta tem pouca durabilidade após o preparo, deve-se guardar na geladeira, podendo durar alguns dias.

Page 131: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

A emulsão acrílica

• A tinta acrílica também é uma

emulsão e compatível com outras

emulsões como a caseína, que

transfere suas qualidades de

secagem e transparência como

medium, tornando a tinta acrílica

menos viscosa, mais fluída e

transparente. O mesmo acontece se

usarmos o CMC como medium.

• O Acrylic Binder 2207 (LUKAS) é

um aglutinante acrílico que pode ser

usado para fazer tinta acrílica com

pigmentos naturais.

Page 132: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Preparo das cores • Preparar os pigmentos de

cada cor separadamente e

NUNCA MISTURAR OS

PIGMENTOS EM PÓ!

• Nas temperas é preciso

hidratar o pigmento seco

antes de adicionar o

aglutinante, pois cada

pigmento tem um índice de

absorção diferente.

• No caso da tempera com cola

animal a mistura tem maior

fluidez se aquecida (a água

também evapora, portanto às

vezes há necessidade de

repor o líquido da cola)

Page 133: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

Alguns Conselhos • Utilize a colher medida para fazer a tinta, para início colocando uma

medida rasa de pigmento, uma de água deionizada e uma de aglutinante, os pigmentos tem absorção diferente, alguns necessitam de mais aglutinante, pense que a tinta deve resultar em uma consistência cremosa.

• Você pode adicionar água a mistura de cores para ter uma tinta mais fluída, e ela ficará também mais transparente.

• Melhor sobrepor camadas finas, do que fazer uma camada espessa de pintura, as temperas ao secarem formam uma película pouco elástica e por isso tendem a craquelar em camadas grossas.

• Use o pincel nylon para misturar a tinta, e tenha sempre os pincéis limpos ao trocar de cor.

• Use a bandeja para misturar cores, não misture os pigmentos secos, muitas cores podem ser feitas misturando as tintas prontas entre si.

• Os passos aqui descritos são algumas das infinitas opções na pintura sacra, existem outros processos de pintura e decoração e ainda os planejamentos mais elaborados como o pastilho, esgrafito e a punção, e outros tipos de têmpera e pigmentos

• Cada um de nós desenvolve suas particularidades em seu processo de criação, somando a sua experiência o que observa e aprende.

Page 134: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

O que iremos utilizar? Cada participante receberá um oratório de

madeira com base de preparação acrílica

para executar sua pintura.

Orientações a serem dadas:

- aplicação de folha de ouro sobre um

elemento central do frontão do oratório,

com mordente acrílico.

- pintura com tempera caseína, com

manufatura das tintas. Pigmentos

utilizados: Amarelo sincomin, Vermelho de

veneza, óxido de ferro verde, azul

ultramar sintético e branco de titânio

Preparar os pigmentos separadamente,

Sempre manter os pincéis limpos.

O modelo impresso serve apenas para

orientação. A expressão é SUA.

A pintura é LIVRE !

BOM TRABALHO!

Camarim do Altar do Senhor dos Passos,

Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso – Caeté. IEPHA/MG.

Page 135: EXPRESSÕES NA ARTE SACRA - ORATÓRIOS

BIBLIOGRAFIA: • BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. São Paulo: Martin Claret, 2006.

• COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte, Imaginária Religiosa em Minas Gerais. SP, Edusp, 2005.

• COELHO, Beatriz . Estudo da Escultura devocional em madeira. Fino Traço, Belo Horizonte, 2014

• COUTINHO, Maria Inês Lopes (org.). Museu de Arte Sacra de São Paulo, São Paulo, 2014.

• GUTIERREZ, Angela (org.). Objetos da Fé – Oratórios Brasileiros. Coleção Angela Gutierrez, catálogo de exposição. Editora Gráfica Formato, MG, 1994

• MASSEY, Robert. Formulas for painters. Watson-Guptill Publications,1967

• MAYER, Ralph. Manual do Artista. Ed.Martins Fontes, SP, 2006

• MOTTA, Edson & SALGADO, Maria Luiza Guimarães. Iniciação à Pintura. Ed.Nova Fronteira, RJ, 1976.

• RUSSO, Silveli Maria de Toledo. Espaço Doméstico Devoção e Arte – aconstrução histórica do acervo de oratórios brasileiro séculos XVIII e XIX. Tese de Doutorado. vol I. FAUUSP, SP, 2010

• RUSSO, Silveli Maria de Toledo. O Oratório como Documento do Exercício religioso Doméstico no Brasil Colônia. Atas do IV Congresso Internacional do Barroco Íbero Americano. Pg. 300-310. Ouro Preto, 2006.

• SOMBRA, Fausto. Luís Saia e Lúcio Costa. A parceria no Sítio Santo Antônio. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 161.03, Vitruvius, out. 2013

• THOMPSON, Daniel V. The practice of tempera painting, Material and methods. Ed. Dover, 1962.

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• http://museudooratorio.org.br/

• http://www.ppow.com.br/portal/2011/08/22/oratorios-barrocos/

• http://www.historias.interativas.nom.br/incorporais/bbarroco/bbarroco.htm