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expediente - Assembleia Legislativa do Ceará

Jan 18, 2023

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Khang Minh
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Mesa diretora da asseMBLeia LegisLativa doestado do ceará

ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º vice-presidente

DANNIEL OLIVEIRA 2º vice-presidente

SÉRGIO AGUIAR 1º secretário

MANOEL DUCA 2º secretário

JOÃO JAIME 3º secretário

JOAQUIM NORONHA 4º secretário

universidade do ParLaMento cearense - uniPace

PROFESSOR TEODORO Presidente

LINDOMAR SOARES Diretora de Gestão e Ensino

SILVANA FIGUEIREDO Diretora Técnica

eQuiPe de eLaBoraÇão e coordenaÇão doProJeto aLcance

LINDOMAR SOARES

SILVANA FIGUEIREDO

FÁBIO FROTA

EXPEDIENTE

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Linguagens e Códigos

EQUIPE PEDAGÓGICA:

Índice

Língua Portuguêsa cláudio márcio | steller de paula e vicente júniorMateMática: fábio frota | ângelo victor e raul britociências HuManas: artur bruno | cícero robson e mariano júniorciências da natureza: benardete | felipe menezes e rodrigo marquesrevisão: adelaide oliveiradesigner gráfico: adriano costa

Matemática

Ciências Humanas

Ciências da Natureza

Literatura ...........................................................................................................................Linguística ..........................................................................................................................Redação .............................................................................................................................

Função do 2º grau ..............................................................................................................Função do 1º grau ..............................................................................................................Razões Triângulo Retângulo ...............................................................................................

Geopolítica ........................................................................................................................Sociologia ..........................................................................................................................História do Brasil ................................................................................................................

Química .............................................................................................................................Física ..................................................................................................................................Biologia ..............................................................................................................................

Gráfica INESP - (85) 3277.3005

08 a 2223 a 2930 a 32

34 a 3839 a 4243 a 46

48 a 5859 a 6768 a 83

85 a 8788 a 9596 a 100

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LINGUAGENS E CÓDIGOS

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LITERATURA

RomantismoCONTEXTO HISTÓRICO Várias transformações nos planos ideoló-gico, político e social vêm ocorrendo ao longo do século XVIII na Europa:

• o Iluminismo impulsiona os valores burgue-ses e a força popular, que anseia por um governo democrático e igualitário. A liber-dade e a conquista dos direitos do homem também são ideais iluministas difundidos à época.

• inicialmente, há uma grande euforia e, ao mesmo tempo, um descontentamento após a Revolução Industrial – novos inventos, criação de centros fabris, novas relações trabalhistas, organização de sindicatos, re-voltas sociais.

• há uma mudança na ordem social e na polí-tica, com a Revolução Francesa, que colo-ca no poder a burguesia e destitui a nobre-za – o Antigo Regime.

Com o crescimento do sistema capitalista na Europa, é disseminado o pensamento individu-alista e competitivo, e o sentimento de fazer parte do coletivo dá lugar à luta individual. Isso ocorre porque o homem deste período faz parte de um todo e não possui uma importância sozinho. Por esta feita, busca-se conectar ao universo desta-cando-se dos demais. A vinda da Família Real para o Brasil (1908) possibilitou um marcante avanço cultural. Já a Proclamação da Independência (1822) e as revoluções (como a Sabinada, por exemplo), mostram claramente o desejo de liberdade que vai invadir o mundo da época. Esse período histórico, de transforma-ções, de lutas e de rupturas, foi marcado por as-pectos variados e contraditórios sobre o mundo, inspirando a arte, formando o pensamento do movimento literário que atravessou o século – o Romantismo.

Delacroix: A Liberdade guiando o povo, 1830. Museu do Louvre

Assim, o Romantismo aproxima-se de seu público – o burguês – e, por meio de publicações nos folhetins, confere aos textos os seguintes as-pectos:

Exaltação da imaginação e dos sentimentos Acreditar na capacidade individual para determinar a forma e o conteúdo de uma criação artística, libertando-se assim, das formas já con-sagradas, abrindo espaço para a individualidade.

Fuga do presente e da realidade (Evasão) O autor romântico coloca-se contra os ide-ais racionais e as manifestações coletivas, prega-dos pelo pensamento iluminista. Assim, seu sen-timento de desajustamento social é verdadeiro e nasce o confronto entre os valores que defende, centrados no subjetivismo e na emoção. Neste contexto, a morte passa a ser como possibilidade de fuga do real e, por isso, é idealizada. Ela se manifesta como opção de alívio para os males do mundoouparaoencontrodefinitivodosaman-tes, separados pelos obstáculos da realidade. Por isso também, o mundo dos sonhos passa a ser espaço de fuga onde projeta suas utopias. Há o gosto pela noite, pelo mistério, pela solidão.

Nacionalismo A transformação política aboliu o Antigo Regime estabelecendo a soberania da nação so-bre ela mesma. O indivíduo deixa de ser súdito e torna-se cidadão de uma pátria.

Burguesia X Nobreza Há a valorização do esforço, do trabalho, o sacrifício e esforço valem mais, em contraponto à vida nobre, que vive do que recebe de herança. Temas medievais A Idade Média é vista pelo Romantismo como uma época que valoriza os feitos heroi-cos.Assim,operfildosheróisromânticoséda-quele que precisa agir, sofrer, superar obstáculos de toda a natureza para se qualificarem comoexemplares, tal qual o cavaleiro medieval, que possui as características do herói clássico. Contrapondo a arte da imitação, advinda do Classicismo, o Romantismo enaltece a inspi-ração, a manifestação natural dos sentimentos, sem racionalismos. Não há preocupação com a forma, a estrutura dos textos impressos.

O Romantismo no Brasil O Romantismo inicia no Brasil num mo-

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LITERATURA

mento histórico conturbado para a metrópole por-tuguesa, com a invasão de Napoleão e a vinda da Coroa para terras brasileiras. Esse fato acaba por gerar uma profunda alteração no cotidiano da colônia, contribuindo para a Independência da nação. Desenvolvimento do comércio, da indús-tria, da agricultura, da educação; criação da ti-pografia,movimentaçãoeditorialeda imprensa,toda essa agitaçãomodificou a vida cultural dacolônia, gerando um público leitor, dando condi-ções para a formação de uma literatura mais sóli-da que o que fora produzida até então. Toda essa movimentação no Brasil, todos os fatos políticos e todas as ideias europeias de-terminaram a principal preocupação dos intelectu-ais deste século: a formação da nação brasileira e adefiniçãodesímbolosnacionais. Foram estes artistas e pesquisadores que apontaram o índio e a natureza exuberante como elementos mais representativos da identidade brasileira, símbolos ideais para a nação que co-meçava a ganhar forma.

A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO RO-MÂNTICO NO BRASIL Jovens intelectuais, muitos educados ou vivendo na Europa, entusiasmados com a inde-pendência política, abraçaram a missão de escre-ver para brasileiros e estrangeiros a face do novo país independente. A Revista Niterói foi lançada em 1836 e se-ria a publicação que daria início ao Romantismo brasileiro. No primeiro número, Gonçalves de Ma-galhães escreveu o “Discurso sobre a história da literatura no Brasil”, em que procurava demons-trar como a literatura estava limitada aos temas, formas e valores portugueses. Segundo o autor, a vinda do rei provava que havia real necessidade de os brasileiros reconhecerem o país como na-ção.Eraomomentodetrabalharparadefinirostraços de nacionalidade.

A 1ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA-SILEIRA: INDIANISTA OU NACIONALISTA “CADA POVO TEM SUA LITERATURA PRÓPRIA, COMO CADA HOMEM SEU CARÁ-TER PARTICULAR, CADA ÁRVORE SEU FRU-TO ESPECÍFICO”. Com essas palavras, Gonçalves de Maga-lhães mostrou o espírito que marcou a 1ª geração romântica: a vontade de semear as ideias libertá-rias, de repercutir o sentimento de amor à pátria, longedasinfluênciasculturaisdePortugal.

Vamos a um resumo dos ideias da 1ª ge-ração romântica:

• Afirmaçãodaidentidadenacional• Resgate do índio e da natureza como íco-

nes da nacionalidade.• Versos que não exploram a liberdade for-

mal. São marcados pelo controle da métrica e pela escolha das rimas. A sonoridade, a cadência dos versos fazem-nos se apro-ximar das batidas de tambores indígenas. Outro recurso é a caracterização da nature-za, usada para expressar, muitas vezes, os sentimentos do eu lírico, promovendo uma identificaçãoentreosdoissímbolosnacio-nalistas.

Canção do Exílio (Gonçalves Dias)Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossasvárzeastêmmaisflores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar — sozinho, à noite —Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu’inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Para reafirmar o pensamento nacionalis-ta, essa 1ª geração romântica elege o índio e a natureza como símbolos brasileiros, que perme-ariam a literatura. Com base no pensamento de Rousseau sobre o “bom selvagem”, os autores, chamados indianistas, transferem a imagem do homem livre e de valores, encontrada no cava-lheiro medieval, para o índio brasileiro, atribuindo

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uma visão idealizada para o habitante brasileiro, aproximando-o ao público, pois a visão do herói valoroso agradava a todos os leitores. Nesse contexto, as publicações ocorriam em jornais e revistas da época, o que foi funda-mental para a formação de um grupo de leitura –fielaosromancesqueseriamproduzidoseospoemas lidos não só mais em saraus, mas tam-bém na imprensa. A linguagem buscava ser simples, mas havia certa preocupação formal por parte dos pri-meiros poetas românticos. Isso porque havia uma intenção de aproximar o ritmo do poema ao som dos tambores indígenas – o que gerava um efeito interessante para o leitor. Destacam-se como autores dessa ge-ração: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias. Sobre Gonçalves Dias, é importante des-tacar a edição de Canção do Exílio, um dos po-emas mais parodiados e citados na Literatura nacional. Um outro poema é “I-Juca Pirama”, no qualficaclaraacriaçãoidealizadadoíndio.

A 2ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA-SILEIRA: ULTRARROMANTISMO OU “MAL--DO-SÉCULO” Chamada de ultrarromântica, a geração do “mal-do-século” redefinia o projeto literáriobrasileiro com a idealização absoluta e com os in-teresses por duas ideias essencialmente românti-cas: AMOR e MORTE. Tratava-se de uma geração de poetas atormentados, que frequentemente morriam jo-vens, marcando a literatura pela expressão exa-cerbada de um subjetivismo pessimista, pelo de-sejo de evasão da realidade, pela atração pelo mistério e, ainda, pela consciência de inadapta-ção do artista à sociedade em que viviam. A solidão, o culto a uma natureza mórbi-da e soturna e, acima de tudo, a idealização da mulher virginal e etérea, eram as formas poéticas encontradas para traduzir em imagens os senti-mentos arrebatados que vivenciavam. A GERAÇÃO BYRONIANA Havia o exagero sentimental. Inspirados pelos autores Lord Byron e Mary Shelley, os re-presentantes dessa geração liam uma poesia que exaltava os sentimentos arrebatados ao mesmo tempo que apresentava o poeta isolado da socie-dade, incompreendido por defender valores mo-rais éticos contrários aos interesses econômicos da burguesia.

Os jovens dessa geração mostravam-se mais voltados para os interesses do coração. In-corporavam a postura do herói que defendia valo-res incorruptíveis, como liberdade, amor e direito à liberdade. Jovens estudantes e poetas viviam, em sua maioria, em repúblicas; muitos em SP, onde cursavam a Faculdade de Direito, no Convento de São Francisco, em São Paulo. Essavidaisoladadefiniaaproduçãocul-tural, marcada pela característica cosmopolita. A circulação dos textos ocorria no espaço em que viviam: nos salões, nas reuniões de elite, dois tipos de poetas surgiam, os declamadores e os repentistas (improvisadores).

ASPECTOS CARACTERÍSTICOS • Locus horrendus: o cenário ultrarromân-

tico é tempestuoso, sombrio. As forças in-controláveis da natureza simbolizam os sentimentos violentos que acolhem o sofri-mento individual do poeta.

• O “mal do século” e a sedução da morte: a ideia de morrer, para ultrarromântico, tem um sentido positivo, porque garante o tér-mino da agonia de viver. É no contexto das desilusões e da maneira pessimista de en-carar a própria existência que a morte surge como solução.

• Subjetividade: em detrimento do isolamen-to do homem romântico, que se sente des-locado do contexto social, há o forte culto do “eu”, recolhendo-se a uma subjetividade que vive a angústia, o sofrimento e a dor existencial.

• Idealização amorosa: o amor é colocado entre a sensualidade e a idealização. O ob-jeto do sentimento amoroso é fantasiado e como não há a consumação dele, há a in-tensificaçãodosofrimento.

• Evasão: o poeta desta geração refugia-se no campo das idealizações, por isso os te-

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mas da infância, da morte tornam-se inte-ressantes e constantes nos textos ultrarro-mânticos, por se tratarem de ser o tempo da fuga do eu-lírico.

• Linguagem: a liberdade formal continua sendo característica forte da produção po-ética. Palavras como “amor”, “morte”, “fe-bre”, “ilusão”, “saudade”, “sonho”, “noite”, “palidez”, “pesadelo”, “desespero”, são re-correntes no vocabulário dessa poesia que marcam os temas depressivos e, alguns casos, irracionais. O trabalho intencional e a musicalidade nas palavras ganham des-taque neste momento. Saraus, musicais, óperas, criam a atmosfera perfeita para essa poesia contaminada de amor, loucura, paixão e sonho.

Veja no poema a seguir:

OS AUTORES

Os principais poetas do Romantismo da segunda geração foram Álvares de Azevedo, Ca-simiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.

Caiu no ENEM (2010)Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,Nos lábios meus o alento desfalece,Surda agonia o coração fenece,E devora meu ser mortal desgosto! Do leito embalde no macio encostoTento o sono reter!... já esmoreceO corpo exausto que o repouso esquece...Eis o estado em que a mágoa me tem posto! O adeus, o teu adeus, minha saudade,Fazem que insano do viver me priveE tenha os olhos meus na escuridade. Dá-me a esperança com que o ser mantive!Volve ao amante os olhos por piedade,Olhos por quem viveu quem já não vive!AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,

2000.

O núcleo temático do soneto citado é tí-pico da segunda geração romântica, porém con-figuraumlirismoqueoprojetaparaalémdessemomentoespecífico.Ofundamentodesselirismoé:

a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.

b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.

c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.

d) o desejo de morrer como alívio para a desi-lusão amorosa.

e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

A 3ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA-SILEIRA: O CONDOREIRISMOCONTEXTO HISTÓRICO E O CONDOREIRIS-MO A partir de 1840, o país foi governado pelo imperador D Pedro II. Os dez primeiros anos de seu reinado fo-ram marcados por lutas e revoltas por todo país; muito foi necessário para conter as batalhas e su-focar os gritos de República e abolição de parte da população. Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, escravos eram trazidos de África e, em número, passaram a superar a população portu-guesa. Após a Independência, a expansão da cul-tura do café fez aumentar a importação de escra-

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vos.Mesmocomaproibiçãodotráficonegreiro,em 1831, a sociedade manteve, em grande parte, o regime escravagista. No entanto, uma voz elevava-se para de-fenderofimdaescravidãonopaís:osabolicio-nistasclamavamporliberdadeeissoinfluencioufortemente a literatura. O Condoreirismo é o momento da litera-tura romântica em que os poetas passaram a se preocupar com questões sociais, abolicionistas e republicanas. Foi uma poesia mais engajada e que propunha uma boa dose de espírito libertário, por isso o símbolo do Condor para a geração. Essa geração também pode ser chamada deHugoana,devidoàinfluênciaestéticadoescri-tor francês Victor Hugo ou Social. Fique de olho!

Umfilmequemostraa situaçãodedes-contentamento e revolta sob pressão dos aboli-cionistas é “Amistad”. Vale conferir pela reconstrução histórica realizada, além de ser uma história bem elabora-da e emocionante.

A LINGUAGEM Os condoreiros participavam dos debates sociais, seus interesses pelas questões políticas os levam a escrever uma literatura mais engaja-da,maispanfletária,maisconscientedosaconte-cimentos sociais do país. Os poetas buscavam atingir um maior pú-blico, daí o nascimento do poeta-orador. Muitas vezes, nos intervalos de saraus, óperas, bailes, esses poetas subiam ao palco para declamarem seus poemas, e, muitas vezes, tinham de impro-visar seus textos. Por ser declamado, o texto apresentava grande uso de exclamações, vocativos (após-trofes), hipérboles como recursos que auxilia-vam na oratória. Os principais autores deste momento são Castro Alves e Sousândrade.

O POEMA LÍRICO A lírica amorosa possui uma diferença bem grande em relação à segunda geração ro-mântica. É marcada por uma sensualidade explí-cita, na qual as virgens inacessíveis são substi-tuídas por mulheres reais, lascivas, sedutoras. É uma mulher que perde os traços de perfeição ina-tingível. Percebe-se um amadurecimento da poe-sia brasileira, embora ainda inspirada na literatura estrangeira. As características principais da 3a gera-ção romântica são: Poesia de cunho social, engajada; Teor de cunho libertário; Temática abolicionista; Uso de hipérboles; Visão carnal do amor; Sensualismo; Grandiloquência (intenção de um público

maior); Figuras: metáforas, hipérboles, vocativos.

AUTORES Sousândrade A preocupação deste poeta condizia com toda a situação da América, não somente com o Brasil. Por ter tido uma vivência nos Estados Uni-dos, Sousândrade enalteceu a beleza e a força, de forma geral, dos povos do Novo Continente.

O GuesaCanto PrimeiroEia, imaginação divina!Os AndesVulcânicos elevam cumes calvos,Circundados de gelos, mudos, alvos,Nuvensflutuando—queespetac’losgrandes!

Lá, onde o ponto do condor negreja,Cintilando no espaço como brilhosD’olhos,ecaiaprumosobreosfilhosDo lhama descuidado; onde lampeja

Da tempestade o raio; onde deserto,O azul sertão, formoso e deslumbrante,Arde do sol o incêndio, deliranteCoração vivo em céu profundo aberto! Castro Alves Certamente, o maior representante da po-esia desta geração. O surgimento de Castro Alves no cenário literário brasileiro ocorre num momen-to especial do contexto social. É o crescimento da cultura urbana, debates políticos que encantam e

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atraem o jovem estudante da Faculdade de Direi-to. Sua poesia é marcada pela humanidade, pelo pensamento, pela defesa daqueles que não tinham voz. No contexto social, Castro Alves abordou a questão da abolição, desvelando ao mundo o sofrimento dos povos escravizados. Em tom lau-datório, abordou em seus textos uma visão sobre a nacionalidade bem diferente da que era tratada na 1ª geração: há o registro da denúncia de uma naçãoquecorrompia-seemfunçãodotráficone-greiro.

AméricaAcorda a pátria e vê que é pesadelo O sonho da ignomínia que ela sonha! À Tépida sombra das matas gigantes, Da América ardente nos pampas do Sul, Ao canto dos ventos nas palmas brilhantes, À luz transparente de um céu todo azul,

Afilhadasmatas—caboclamorena— Se inclina indolente sonhando talvez! A fronte nos Andes reclina serena. E o Atlântico humilde se estende a seus pés.

As brisas dos cerros ainda lhe ondulam Nas plumas vermelhas do arco de avós, Lembrando o passado seus seios pululam, Se a onça ligeira boliu nos cipós.(...)

Na lírica amorosa, o poeta mostra a sensualida-de das mulheres reais, sedutoras, revelando que o Romantismo encaminhava-se para uma gran-de transformação.

A PROSA ROMÂNTICAA VIDA DA ARISTOCRACIA NOS FOLHETINS O século XVIII marcou a capital do Império com uma nova forma de leitura: dentro dos jornais de grande circulação, as histórias os folhetins. Eram textos em prosa, escritos ao pé da página, divididos em capítulos, que contavam his-tóriasmarcadaspelomelodramaefinaistrágicosou felizes, e que, por isso, faziam o gosto entre os jovens. Falavam de amores idealizados, a vida e os costumes burgueses. Uma característica dessa época, é que mais da metade dos habitantes do país era com-posta por analfabetos. Por isso, os leitores dos fo-lhetinserammembrosdaelite,profissionaislibe-rais, funcionários públicos, estudantes e militares.

Vejanafiguraabaixoojornalemqueerapublica-do, ao rodapé, o folhetim “Memória de um Sar-gento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almei-da.

Fonte: Arquivo Nacional

O FOLHETIM E O ROMANCE A palavra “romance” remete às tradições populares e folclóricas, de histórias contadas no latim vulgar repletas de elementos mágicos, ma-ravilhosos. É justamente no século XVIII que a pa-lavra ganha o aspecto como é conhecido até os dias de hoje: um gênero textual em prosa, que contém mais de um núcleo narrativo, relaciona-dos a um núcleo central. Pode-se dizer que esta estrutura “ama-dureceu” a partir das publicações dos folhetins, criandoumpúblicoleitorfielaoperfildestaformade contar histórias.

(Almeida Junior, “Leitura”)

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A LINGUAGEM EM PROSA ROMÂNTICA As narrativas românticas perduraram por cerca de 40 anos no Brasil. No início, buscou res-ponder aos anseios de uma sociedade que ten-tavadefinir sua identidadecultural –em funçãoda Independênciadopaís,afinal,oqueeraserbrasileiro? – e, com o passar do tempo, ganhou volume, corpo e assumiu a responsabilidade de responder a este questionamento (muito mais que a poesia, diga-se). Assim, pode-se dizer que o projeto da pro-sa romântica divide-se em três “categorias”:

• ROMANCE INDIANISTA / HISTÓRICO: As narrativas aludem aos fatos que mar-caram a descoberta do Brasil. O índio e a nature-za são os emblemas que constituem a identidade culturaldopaís.Destaca-sequeafiguradoíndioé comparada ao do cavaleiro medieval, cujas ati-tudes heroicas incitam um ufanismo no leitor. A natureza, por sua vez, apresenta-se exuberante, imponente, única.

• ROMANCE REGIONAL Traz os personagens que fazem parte dos cenários rurais do país, revelando um Bra-sil diferente aos brasileiros: os pampas gaúchos, osertãonordestino,ageografiadiferentedeumterritório desconhecido pelo público leitor.

• ROMANCE URBANO: Representa o cotidiano dos centros e ca-pital do Brasil, construindo a identidade cultural do país por meio de histórias cujos personagens, enredos e cenários compunham a alegoria do brasileiro daquela época. CAIU NO ENEM!O sertão e o sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nes-ses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quan-do lavra o incêndio que algum tropeiro, por aca-so ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum es-torvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora

passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguin-do os velozes passos. Por toda a parte melanco-lia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Con-siderando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribui-ções do Romantismo para construção da identi-dade da nação é a:

a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marca-da pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.

b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante lo-cal, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.

c) construção, em linguagem simples, realis-ta e documental, sem fantasia ou exalta-ção, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.

d)expansãodos limitesgeográficosda terra,que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os luga-res mais distantes do Brasil aos brasileiros.

e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formu-lando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.

Realismo O Realismo surge no século XIX em re-ação ao Romantismo e se desenvolve com base na observação da realidade, na razão e na ciên-cia.SurgidonaFrança,suainfluênciaseestendea numerosos países europeus, aparece no mo-mento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalis-mo progressivamente mais dominador. Em relação ao Romantismo, trata-se da reação contra suas idealizações da paixão amo-rosa, bem como um crescente respeito pelo fato empiricamente provado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico. É a tran-sição do Romantismo para o Realismo, uma mu-dança do belo e ideal para o real e objetivo. A SOCIEDADE Os escritores realistas desejavam retra-

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tar o homem e a sociedade da forma como ela é. Era preciso mostrar o cotidiano massacrante, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humano, a impotência do homem comum diante dos po-derosos. Por isso, possui um forte poder de críti-ca, porém sem subjetividade. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Por exemplo: se um autor deseja criticar a postura da Igreja católica, escreverá histórias que envolvam a Igreja Católica de forma a inserir ne-las o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse em descrever,analisar e em criticar a realidade. A visão realista procuraserobjetiva,fiel,semdistorções.Emlu-gar de fugir à realidade, procuram apontar falhas como forma de estimular a mudança das institui-ções e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. O REALISMO E GUSTAVE FLAUBERT Na Europa, o Realismo teve início com a publicação do romance Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Madame Bova-ry resultou num escândalo ao ser publicado em 1857. Quando o livro foi lançado, houve na Fran-ça um grande interesse pelo romance, por ter le-vado seu autor a julgamento. Levado aos tribunais, Flaubert utilizou a famosa frase “Emma Bovary c’est moi” (Emma Bovary sou eu) para se defender das acusações de ofensa à moral e à religião, num processo con-tra o autor e também contra Laurent Pichat, dire-tor da revista Revue de Paris, em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes. A Sexta Corte Correcio-nal do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos crí-ticos puritanos da época, que não o perdoaram pelo tratamento cru dado pelo escritor francês, no romance, ao tema do adultério, pela crítica ao cle-ro e à burguesia: “Gostava do mar apenas pelas suas tem-pestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de ti-rar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribu-ísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração - tendo um temperamento mais sen-timental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens.” (trecho)

AS CORRENTES FILOSÓFICAS Os autores do Realismo são adeptos do determinismo, pelo qual a obra de arte seria de-terminada por três fatores: o meio; o momento e a raça (esta dizendo respeito à hereditariedade). O avanço das ciências, no século XIX, tem grandeinfluência,principalmentesobreosnatura-listas(daífalar-seemcientificismonasobrasdes-se período). Ideologicamente, os autores desse período são antimonárquicos (defendem o ideal republicano); negam a burguesia (a partir da cé-lula-mãe da sociedade, daí a presença constan-te dos triângulos amorosos - o pai traído, a mãe adúltera e o amante, este sempre um “amigo da casa”); são anticlericais (destacam-se os padres corruptos e beatas hipócritas).Autoreprodução: os agentes devem ser ca-pazes de produzir cópias de si próprios e essas cópias devem ter igualmente a capacidade de se reproduzirem;Hereditariedade: As cópias devem herdar as ca-racterísticas dos originais;Variação: Ocasionalmente, as cópias têm que ser imperfeitas (diversidade no interior da popu-lação);Seleção: As características herdadas devem condicionar a capacidade dos agentes para se reproduzirem; Em qualquer sistema onde ocorram essas características deverá ocorrer evolução.

O REALISMO NO BRASIL O Romance realista é uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens. Faz uma análise da sociedade “por cima”, visto que seus personagens são capitalistas, per-tencentes à classe dominante. Esse tipo de ro-mance é documental, sendo retrato de uma épo-ca. Foi realizado no Brasil por Machado de Assis, em obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e “Dom Casmurro”.

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Características da obra machadiana • Personagens

São geralmente burgueses – classe dominante; Procura desmascarar o “jogo” das relações so-ciais; Enfatiza o contraste entre aparência x es-sência; Mostra-nos de maneira impiedosa e ajuda a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a inveja, o prazer carnal.• Processo Narrativo:

Há pouca ação, poucos fatos; Os personagens são esféricos e apresentam complexidade psico-lógica; Apresenta digressões à ordem cronológica interrompida; Conversa, dialoga com o leitor, faz reflexão,aguçaoleitor.

• Pessimismo:Hipocrisia social; Imperfeição da humanidade; Mostra que as causas nobres sempre ocultam in-teresses impuros.

• Linguagem:Frasescurtas,incisivas;Humorereflexãoatravésde frases irônicas, sugestivas; Apresenta metalin-guagem à explica a própria linguagem; Faz inter-textualidade com obras consagradas; Perfeição gramatical.

• PerfilFeminino:Mulheres racionais a fortes, dominadores, sen-suais, “dissimuladas”, ambíguas, astuciosas e principalmente adúlteras (comprovar a vulnera-bilidade do amor).

REALISMO x ROMANTISMO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - (ENEM - 2009) - No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes den-tro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por for-mação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos ro-mances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escri-

tor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturassetoriaisdiversas,refletindoascarac-terísticas locais.Com relação à valorização, no romance regiona-lista brasileiro, do homem e da paisagem de de-terminadas regiões nacionais, sabe-se que:

a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colo-cando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.

b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relaçõesconflituosasentreasraças.

c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e as-sume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.

d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo.

e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancis-tas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.

QUESTÃO 02 - (ENEM - 2009) (Prova Anula-da) - Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escra-vos, que não a deixam sossegar um só momento! Comonão devia viver aflito e atribulado aquelecoração! Dentro de casa contava ela quatro inimi-gos,cadaqualmaisporfiadoemroubar-lheapazda alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedado, Rosa. Fácil Ihe fora repelir as im-portunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...

GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).

ApersonagemIsaura,comoafirmaotítulodoro-mance, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofrimentos por que passa a protagonista:

a) assemelham-se aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da

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abordagem do tema da escravidão pelo au-tor do romance.

b) demonstram que, historicamente, os pro-blemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais de ordem senti-mental do que física.

c) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que re-vela o caráter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance.

d) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da so-ciedade.

e) revelam a condição degradante das mulhe-res escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eramimportunadasetorturadasfisicamen-te pelos seus senhores.

QUESTÃO 03 - (ENEM - 2010) (2ª Aplicação) - Texto ISeeutenhodemorrernaflordosanos, Meu Deus! não seja já;Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá!

Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro Respirando esse ar;Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Os gozos do meu lar!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Lá na quadra infantil;Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, O céu de meu Brasil!

Seeutenhodemorrernaflordosanos, Meu Deus! Não seja já!Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá!

ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.

Texto IIA ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através da po-esia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).

MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo:

Cultrix, 1971 (fragmento).

De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se:

a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país sufoca o eu lírico.

b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu lírico vivera a infância.

c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e te-mática voltada para o nacionalismo.

d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções formais, seja pelos temas.

e) no sentimentalismo, por meio do qual se re-força a alegria presente em oposição à in-fância, marcada pela tristeza.

QUESTÃO 04 - (ENEM - 2001) - No trecho abai-xo, o narrador, ao descrever a personagem, criti-ca sutilmente um outro estilo de época: o roman-tismo. “Naquele tempo contava apenas uns quin-ze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a pri-mazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobre-doura a realidade e fecha os olhos às sardas e es-pinhas; mas também não digo que lhe maculas-se o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passaaoutroindivíduo,paraosfinssecretosdacriação.”

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de

Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alter-nativa:

a) ...o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...

b) ...era talvez a mais atrevi-da criatura da nossa raça ... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,...

d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...

e) ...o indivíduo passa a outro indivíduo, para osfinssecretosdacriação.

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QUESTÃO 05 - (ENEM - 2010) - Capítulo III - Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamen-te mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de cora-ção; não gostava de bronze, mas o amigo Pa-lha disse-lhe que era matéria de preço, e assim seexplicaestepar de figurasqueestaaqui nasala:umMefistófeleseumFausto.Tivesse,po-rém, de escolher, escolheria a bandeja - primor deargentaria,execuçãofinaeacabada.Ocria-do esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que esta-va acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Pa-lha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na co-zinha, onde reinava um francês, Jean; foi degra-dado a outros serviços.

ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro:

Nova Aguilar, 1993 (fragmento).

Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apre-sentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside:

a)noconflitoentreopassadopobreeopre-sente rico, que simboliza o triunfo da apa-rência sobre a essência.

b) no sentimento de nostalgia do passado de-vido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes.

c)na referênciaaFaustoeMefistófeles,querepresentam o desejo de eternização de Rubião.

d) na admiração dos metais por parte de Ru-bião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo tra-balho.

e) na resistência de Rubião aos criados estran-geiros, que reproduz o sentimento de xeno-fobia.

QUESTÃO 06 - (ENEM - 2013) - Capítulo LIV - A pêndula - Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos,

o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim:

– Outra de menos...– Outra de menos...– Outra de menos...– Outra de menos...

O mais singular é que, se o relógio para-va, eu dava-lhe corda, para que ele não deixas-se de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem;orelógioédefinitivoeperpétuo.Oder-radeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gas-to, há-de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. Naquela noite não pa-deci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá den-tro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro:

Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contex-to, a metáfora do relógio desconstrói certos para-digmas românticos, porque:

a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros.

b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhe-ceainutilidadedetentaracompanharoflu-xo do tempo.

c) na contagem das horas, o narrador metafori-za o desejo de triunfar e acumular riquezas.

d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento ide-alista de Brás Cubas.

e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

QUESTÃO 07 - (ENEM - 2012) - “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desa-fetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas na-tivistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múl-tiplas facetas desse personagem do século XIX,

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parte de seu acervo inédito será digitalizada.História Viva, n. 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que:

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.

b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.

c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Impe-rial.

d) a digitalização dos textos de José de Alen-car terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade na-cional.

e) o grande romancista José de Alencar é im-portante porque se destacou por sua temá-tica indianista.

QUESTÃO 08 - (ENEM - 2012) (2ª APLICAÇÃO) TEXTO IA canção do africanoLá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Osolhosnofilhocrava, Que tem no colo a embalar... E à meia-voz lá responde Aocanto,eofilhinhoesconde, Talvez p’ra não o escutar! “Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem.”

ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (frag).

TEXTO IINo caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acon-tecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico.

MELO NETO, J. C. Obra completa. R. J.: Nova Aguilar, 2003 (frag).

O fragmento do poema de Castro Alves exem-plificaaafirmaçãodeJoãoCabraldeMeloNeto

porque:a) inova na abordagem de aspecto social, mas

mantém a visão lírica da terra pátria.b) mantém o canto saudosista da terra pátria,

mas renova o tema amoroso.c) canta a paisagem local, no entanto, defende

ideais do liberalismo.d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda

que tematize a injustiça social.e) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima

um fundo ideológico retórico.

QUESTÃO 09 - (ENEM - 2011) (2ª APLICAÇÃO)O nascimento da crônica - Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasa-ca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosfé-ricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provin-cial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio

de Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento).

Um dos traços fundamentais da vasta obra literá-ria de Machado de Assis reside na preocupação com a expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever um escritor ciente das caracte-rísticas da crônica, como:

a) texto breve, diálogo com o leitor e registro pessoal de fatos do cotidiano.

b) síntese de um assunto, linguagem denotati-va, exposição sucinta.

c) linguagemliterária,narrativacurtaeconfli-tos internos.

d) textoficcionalcurto, linguagemsubjetivaecriação de tensões.

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e) priorização da informação, linguagem im-pessoal e resumo de um fato.

QUESTÃO 10 - (ENEM - 2014) (2ª APLICAÇÃO)SonetoOh! Páginas da vida que eu amava,Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...Ardei, lembranças doces do passado!Quero rir-me de tudo que eu amava!

E que doido que eu fui! como eu pensavaEm mãe, amor de irmã! em sossegadoAdormecer na vida acalentadoPelos lábios que eu tímido beijava!

Embora — é meu destino. Em treva densaDentrodopeitoaexistênciafindaPressinto a morte na fatal doença!

Amimasolidãodanoiteinfinda!Possa dormir o trovador sem crença.Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!

AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na literatu-ra brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poe-ma, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-secomo(a):

a) amor materno, que surge como possibilida-de de salvação para o eu lírico.

b) saudosismo da infância, indicado pela men-çãoàsfigurasdamãeedairmã.

c) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas

com aparência melancólica.d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, in-

dicado peloseu desejo de dormir.e) fixaçãodoeu líricopela ideiadamorte, o

que o leva a sentir um tormento constante.

QUESTÃO 11 - (SIMULADO - ENEM)Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias.IIEm fundos vasos d’alvacenta argila Ferve o cauim;Enchem-se as copas, o prazer começa, Reina o festim.

O prisioneiro, cuja morte anseiam, Sentado está,

O prisioneiro, que outro sol no ocaso Jamais verá!

A dura corda, que lhe enlaça o colo, Mostra-lheofimDa vida escura, que será mais breve Do que o festim!

Contudo os olhos d’ignóbil pranto Secos estão;Mudos os lábios não descerram queixas Do coração.

Mas um martírio, que encobrir não pode, Em rugas fazA mentirosa placidez do rosto Na fronte audaz!

DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Tim-

biras. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.

Durante o Romantismo, foram simultaneamente escritos poemas com características líricas e épi-cas. Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pi-rama constitui uma mistura de gêneros por:

a) descrever o ambiente de sacrifício e as ca-racterísticas físicas do prisioneiro.

b) contar o que se passa no coração dos Tim-biras e no coração do prisioneiro.

c) apresentar a preparação do sacrifício do pri-sioneiro e o seu estado de espírito.

d) mostrar a vontade dos Timbiras em matar seu prisioneiro, descrevendo as suas con-dições físicas.

e) evitar descrever o estado de ânimo dos Tim-biras e se abster de apresentar o do prisio-neiro.

QUESTÃO 12 - (SIMULADO - ENEM) - O Ro-mantismo, no Brasil, nasceu com o projeto de se criar uma literatura nacional, diversa da portugue-sa e, principalmente, da que fora cultivada nos três primeiros séculos da colonização. Dentro desse discurso de autonomia lite-rária e identidade nacional, assinale a alternativa correta sobre a prosa e a poesia romântica brasi-leira.

a) O fervor religioso, traço característico da formação do caráter brasileiro, marca pre-dominantemente a poesia de Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Machado de Assis.

b) Os poetas vão buscar na antiguidade clássi-ca o modelo de literatura ideal para compor a nova literatura pátria.

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c) Sendo uma literatura que busca construir uma identidade nacional (no caso, a bra-sileira), podemos constatar na prosa — ro-mances e contos —, particularmente nos personagens principais, ora heróis de ori-gens africanas, ora de origens portuguesas.

d) É na prosa de José de Alencar, tanto pela natureza quanto pela extensão dos temas abordados, que vamos encontrar o projeto romântico mais bem acabado de autonomia literária.

e) Em mais de uma dezena de romances publi-cados entre os anos de 1860 e 1870, José de Alencar tem sua prosa marcada e per-passada, emquase totalidade, pela figurado Bom Selvagem como personagem prin-cipal.

QUESTÃO 13 - (SIMULADO – ENEM) - Lembrança de morrer[...]De meu pai... de meus únicos amigos,Poucos, – bem poucos – e que não zombavamQuando, em noites de febre endoidecido,Minhas pálidas crenças duvidavam.[...]Descansem o meu leito solitárioNaflorestadoshomensesquecida,À sombra de uma cruz, e escrevam nela:– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

CANDIDO, Antônio. Melhores poemas de Álvares de Azevedo. 5. ed. São Paulo: Global, 2002. p. 45-46.

Osignificadodo título “Lembrançademorrer”ea própria construção textual revelam o caráter di-ferenciador da poesia ultrarromântica de Álvares de Azevedo, que se expressa nesses versos pela:

a) idealização amorosa.b)tensãoreflexivo-crítica.c) veia humorístico-satânica.d) manifestação erótico-sensual.e) celebração do amor demoníaco.

QUESTÃO 14 - (SIMULADO - ENEM) - TEXTO “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeiras. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a more-na virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava

apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”

(ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione, 1994, p. 10)

Após a independência, século XIX, a nova nação “precisava ajustar-se aos padrões de modernida-de da época. […] Havia a necessidade de auto--afirmaçãodaPátriaqueseformava.”

(NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998. p. 125.)

Notexto,temosumadasformassignificativasdonacionalismo, sintetizado pelo:

a) realismo naturalistab) sentimentalismo realistac) romantismo indianistad) bucolismo neoclassicistae) nativismo modernista

QUESTÃO 15 - (SIMULADO - ENEM)O NAVIO NEGREIRONegras mulheres, suspendendo às tetasMagras crianças, cujas bocas pretasRega o sangue das mães:Outras moças, mas nuas e espantadas,No turbilhão de espectros arrastadas,Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...E da ronda fantástica a serpenteFaz doudas espirais ...Se o velho arqueja, se no chão resvala,Ouvem-se gritos... o chicote estala.E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,A multidão faminta cambaleia,E chora e dança ali!Um de raiva delira, outro enlouquece,Outro, que martírios embrutece,Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,Eapósfitandoocéuquesedesdobra,Tão puro sobre o mar,Diz do fumo entre os densos nevoeiros:“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!Fazei-os mais dançar!...” Castro Alves

Uma característica marcante dos poetas da últi-ma fase do Romantismo, á qual pertence Castro Alves, especialmente presente nesse poema é:

a) o uso de versos brancos e livresb) o escapismo como temática e propostac) a citação dos poetas barrocos e árcadesd) o tom declamatório e engajado

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e) a exaltação da pátria somente enaltecendo as qualidades

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10C C B A A D D E A B

11 12 13 14 15C D B B D

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LINGUÍSTICA

VARIEDADE LINGUÍSTICA Nessa aula, vamos falar um “poquim” um sobre um BUCADO de coisa. Falaremos sobre Variedade linguística, sobre língua culta e colo-quialidade e sobre para que estudamos gramáti-ca.

Todo professor de português já deve ter ouvido a seguinte frase: “Eu não sei português! Eu sou péssimo em português!”.

Ora,éclaroquevocêsabeportuguês,afi-nal você o utiliza para se comunicar. Se você está lendo esse texto, sabe português muito bem!

Observe a imagem abaixo:

Deu para entender o texto da praca? Você diria, então, que quem escreveu não sabe portu-guês?

O que precisamos entender é que, mesmo aqui no Brasil, não há apenas um português. A língua pode variar de acordo com o tem-po,oespaçogeográfico,aclassesocialepodevariar de uma situação comunicativa para outra. Não existe “Uma Língua Portuguesa”, existem vá-rias “línguas portuguesas”. Como diz o professor Evanildo Bechara, Professor Emérito da Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro, “é preciso ser poliglota na própria língua”. Veja o que disse o professor Marcos Bag-no, considerado um dos maiores linguistas do Brasil, quando entrevistado pelo jornal Diário do Pará, sobre o assunto: Diário do Pará: Observamos que no Bra-sil há formas muito diferentes de se falar, com diversos sotaques e gírias. Entretanto existe a máxima transmitida por muitos educadores de que no Brasil só há uma forma certa de escre-ver e falar. Como o senhor avalia essa questão? Marcos Bagno: É um problema grave achar que no Brasil só se fala português quan-do na verdade nós sabemos que existem quase duzentas línguas faladas no nosso território, das quais cento e cinquenta ou mais línguas indíge-nas, fora as línguas trazidas pelos imigrantes. Além disso, o próprio português brasileiro, como qualquer língua do mundo, apresenta variação. O problema é que somos frutos de um proces-so colonial. Então impomos aos índios e escra-vos negros uma língua única, como língua prin-cipal. Esse mito do monolinguismo tem muito a ver com a tentativa de criar também um mito de unidade nacional, de um território só, um povo só, uma língua só, quando deveria ser ao contrário. A multiplicidade deveria ser valorizada como são valorizadas as outras riquezas culturais que nós temos. Cada povo, cada região tem a sua manei-ra de falar e isso deveria ser considerado uma ri-queza do nosso patrimônio, e não um problema a ser resolvido.

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Acontece que uma dessas variedades é mais va-lorizada que as outras. Disso, dessa “hierarquia” entre as variedades (estabelecida por algumas pessoas, arbitrariamente) nasce o tal do precon-ceito linguístico. O carioca acha que seu falar é melhor que o do paulista, o paulista acha que seu falar é melhor que o do carioca e todos julgam que falam melhor que os nordestinos. Os mais idosos julgam que falam melhor que os mais jo-vens, os moradores das capitais acham que falam melhor que os do interior e os falantes das clas-ses sociais mais altas julgam que falam melhor que os falantes das classes mais baixas. Mas não existe uma Variedade melhor que a outra! Veja o que dizem Yonne Leite e Dinah Callou, no livro Como Falam os Brasileiros: “É que através da lin-guagem uma Sociedade se comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si própria e do mundoqueacerca.Énalinguagemqueserefle-temaidentificaçãoeadiferenciaçãodecadaco-munidade e também a inserção do indivíduo em diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, holandês ou alemão, americano ou inglês e, mais ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também oferece pistas que permitem também dizer que se o locu-tor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem o curso primário ou universitário ou se é ile-trado. E, por ser um parâmetro que permite clas-sificaroindivíduodeacordocomsuanaturalidadee nacionalidade, sua condição econômica e social ou seu grau de instrução, é frequentemente usa-da para discriminar e estigmatizar o falante. ” De uma perspectiva estritamente lin-guística,nãosejustificamjulgamentosdeva-lor, uma vez que a faculdade da linguagem é inata e comum a toda a espécie humana. As-

sim, para o linguista, todo homem é igual não só perante a lei, mas também frente a sua capacida-de linguística”. O ENEM, seguindo o pensamen-tos de linguistas como Marcos Bagno, valoriza a nossa diversidade linguística: valoriza a gíria, o jargão, os regionalismo, a norma culta, as línguas indígenas, a linguagem da internet, etc, pois en-tende que é a diversidade que faz tão rico o nos-so patrimônio cultural e linguístico. A língua é o principal reflexoda identidadecultualdeumpovo. A forma como o povo usa a língua no seu dia a dia não pode ser desprezada, pelo contrá-rio, deve ser preservada, pois faz parte da nossa identidade. Mas, professor, se não há uma varie-dade melhor que a outra, se eu sei já sei me co-municar em “português”, para que estudar gramá-tica? – Você pode estar se perguntando. Diante de tantas variedades, é importante que haja um registroformalunificado!Eamaioriadenós,emalgum momento, seremos exigidos a nos expres-sar através da norma culta, aquela que segue as regras gramaticais. Numa entrevista de emprego, numa prova de concurso, numa redação para o vestibular, ao escrever para um jornal, ao prepa-rar seu currículo, ao fazer um trabalho na faculda-de … Em todas essas situações o uso da norma culta nos será exigido. É o tal do contexto discur-sivo. Dependendo do contexto, iremos usar uma variante coloquial ou uma culta. É bom conhecer ambas, não é? Por isso estudamos gramática. Conhecer as regras gramaticais não nos faz me-lhor que aqueles que não as conhecem, mas nos faz mais bem preparados.

Steller de Paula

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESH20 - Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional. TextoInterior do Ceará, década de 1970. A populariza-ção da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhe-cido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson entra em ação. Ele é o proprietário de um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento. Essa é a tra-made “CineHólliudy” (2013),filmeem“cearen-cês” que tem 10ª maior bilheteira com apenas 9 cópias – uma média de 2.500 pessoas por cópia na estreia. Devido ao amplo e diferente vocabu-lário, o longa traz legendas em português e é ins-pirado no curta-metragem “Cine Holliúdy – O As-

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tista Contra o Caba do Mal”, que venceu o Edital no Ministério da Cultura de Curtas-Metragens em 2004. O curta foi visto em 80 festivais de 20 paí-ses e ganhou 42 prêmios.

Fonte: http://cinesplendor.com.br/legenda-para-cearences/

QUESTÃO 01 - HAB 20 - OfilmeCineHólliudy,filmefaladoemcearencês,desdeadatadeseulançamento, passou a ser uma peça importante para o patrimônio cultural do Brasil porque

a) mostra a importância do domínio da norma culta, uma vez que a linguagem sertaneja é imprópria para o uso cotidiano.

b) relativiza a necessidade do domínio da nor-maculta,poisrefletecomoanormacultaédesnecessária em algumas regiões do país.

c) chama a atenção para a problemática do analfabetismo no país, mostrando como isso afeta o desenvolvimento de algumas regiões do Nordeste.

d) mostra que determinados registros linguís-ticos, marcados pela oralidade, são mais adequados ao cinema que o registro culto.

e) valoriza a fala popular brasileira como patri-mônio linguístico e forma legítima de identi-dade nacional.

QUESTÃO 02 - HAB 20 - A existência de Dicio-nários de termos regionais, manifesta sua impor-tância:

a) na necessidade de preservar a produção cultural de uma nação, através do seu patri-mônio linguístico.

b) no processo de criação neológica de pala-vras da língua portuguesa que acabam por serem incorporadas por outras regiões.

c) na constatação da incorreção da língua por-tuguesa que é falada por pessoas do inte-rior do Brasil.

d) padronização de palavras que variam regio-nalmente,mas possuemmesmo significa-do.

e) na constatação da diversidade linguística existente no território nacional, destacando a superioridade de uma variante sobre ou-

tras.

QUESTÃO 03 - HAB 20 - (Enem 2011) - Entre ideia e tecnologia. O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do queéserbrasileiro.Senadanosdefinecomcla-reza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, Ano II, nº 6, 2006.

O texto propõe uma reflexão acerca da línguaportuguesa, ressaltando para o leitor a:

a) inauguração do museu e o grande investi-mento em cultura no país.

b) importância da língua para a construção da identidade nacional.

c) afetividade tão comum ao brasileiro, retrata-da através da língua.

d) relação entre o idioma e as políticas públi-cas na área de cultura.

e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

QUESTÃO 04 - HAB 26 - (Insper 2014) - De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na piada transcrita no Texto I:

a) seriam de difícil compreensão para qualquer brasileiro.

b) demonstram variações geográficas e so-ciais do idioma.

c) são imprecisos, pois são usados apenas em comunidades carentes.

d)dificultamacomunicaçãoapenasentrebra-sileiros e estrangeiros.

e) indicam que o português é falado do mesmo modo em qualquer lugar.

QUESTÃO 05 - HAB 25 (Insper 2014) - A frase inicial da piada apresentada no Texto I, atribuída aumfictíciomédicoestrangeiroque teria vindotrabalhar no Brasil, permite inferir que esse pro-fissional:

a) só pode ter vindo ou de Cuba ou de outro país da América Latina.

b) é falante nativo da língua portuguesa, em-bora não brasileiro.

c) certamente é brasileiro, mas formou-se fora do Brasil.

d) só pode ter vindo de um país de origem ger-mânica.

e) é falante ou tem conhecimentos da língua espanhola.

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QUESTÃO 06 - HAB 26 (Enem) - O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inade-quada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a op-ção que representa também uma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto:

a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu ao aci-dente comenta com o outro que vai passan-do.

b) “E aí, ô meu! Como vai essa força? “ - um jovem que fala para um amigo.

c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” - alguém comenta em uma reunião de trabalho.

d) “Venho manifestar meu interesse em candi-datar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.

e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacio-nal.

QUESTÃO 07 - HAB 26 (Enem) - O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expec-tativa do público. São elas:

a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no iníciodaentrevista,easaudaçãofinaldiri-gida à sua mãe.

b) a linguagem muito formal do jogador, ina-dequada à situação da entrevista, e um jo-gador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.

c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.

d) o desconhecimento, por parte do entrevis-tador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.

e) o fato de os jogadores de futebol serem víti-mas de estereotipação e o jogador entrevis-tado não corresponder ao estereótipo.

QUESTÃO 08 - HAB 27 (Enem) - A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua cul-ta, formal, por:

a) pegá-los na mentira.

b) pegá-los desprevenidos. c)pegá-losemflagrante.d) pegá-los rapidamente. e) pegá-los momentaneamente.

QUESTÃO 09 - HAB 26 (Enem 2012) - Cabelu-dinho - Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de pa-lhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disi-limina esse, Cabeludinho. Eu não disilimei nin-guém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia a nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engaveta-da. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

Notexto,oautordesenvolveumareflexãosobrediferentes possibilidades de uso da língua e so-bre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “desi-liminaesse”e“eunãoseialer”.Comessarefle-xão, o autor destaca:

a) os desvios linguísticos cometidos pelos per-sonagens do texto.

b) a importância de certos fenômenos grama-ticais para o conhecimento da língua portu-guesa.

c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.

d)orelatofieldeepisódiosvividosporCabelu-dinho durante as suas férias.

e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.

QUESTÃO 10 - HAB 26 (Enem 2012) - Sou fe-liz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns

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anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as re-gras da gramática, que eu não respeitava, e sobre agrafiacorretadosvocábulos,queeuignorava.Fi-losofrerpelousoerradoquefizdeumapalavranum desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibu-lar, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um Xerox da página 827 do di-cionário,aquelaquetem,notopo,afotografiadeuma “varroa” (sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E con-fesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mi-neiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da pá-gina do dicionário com a “varroa” no topo. Por-que para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento)

De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um Xerox da página 827 do dicionário” sinalizando umerrodegrafia,oautorreconhece:

a) A supremacia das formas da língua em rela-ção ao seu conteúdo.

b) A necessidade da norma padrão em situa-ções formais de comunicação escrita.

c) A obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação efeti-va.

d) A importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade cultural de um povo.

e) A necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos infor-mais privados.

QUESTÃO 11 - HAB 26 (Enem 2011) - Há cer-tos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do ní-vel de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade,

revelam tendências existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser blo-queadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concordância das pas-sivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar - juízo de valor.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRAN-DÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo:

Contexto, 2007 (fragmento).

Considerandoareflexãotrazidanotextoarespei-todamultiplicidadedodiscurso,verifica-seque:

a) estudantes que não conhecem as diferen-ças entre língua escrita e língua falada em-pregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito.

b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a normaidealizada e a efetivamente praticada, mes-mo por falantes mais escolarizados.

c) moradores de diversas regiões do país que enfrentamdificuldadesaoseexpressarnaescrita revelam a constante modificaçãodas regras de emprego de pronomes e os casos especiais de concordância.

d) pessoas que se julgam no direito de contra-riar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão.

e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, con-trariando as regras gramaticais.

QUESTÃO 12 - HAB 26 (Enem 2011) - Motiva-das ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem--se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, con-tudo,anularainterseçãodeusosconfiguramumanorma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do

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português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas Iocais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidam em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRAN-DÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo:

Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao conside-rar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a:

a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.

b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.

c) existência de usos da língua que caracteri-zam urna norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.

d) inexistência de normas cultas locais e po-pulares ou vernáculas em um determinado país.

e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

QUESTÃO 13 - HAB 25 (Enem 2ª aplicação 2010)

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estima-ção) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque:

a) Calvin, na sua última fala, emprega um re-gistro formal e adequado para a expressão de uma criança.

b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte.

c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadri-nhos.

d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um regis-tro linguístico informal.

e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utiliza-do por este último.

QUESTÃO 14 - HAB 27 (Enem 2011)

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequa-do, pois:

a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.

b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.

c) gera inadequação na concordância com o verbo.

d) gera ambiguidade na leitura do texto. e) apresenta dupla marcação de sujeito.

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QUESTÃO 15 - HAB 23 - Para que um aluno te-nha sucesso na prova do ENEM, três coisas são fundamentais: ser um bom leitor, fazer uma boa redação e fazer o maior número possível de ques-tões em Matemática. A partir da leitura das tiri-nhas, percebe-se que:

a) Não é recomendável estudar em período chuvoso,comoficaprovadonaprimeirati-rinha.

b) Para ser aprovado no vestibular, não é ne-cessário estudar; estudar só atrapalha.

c) Estudar em demasia não traz consequên-cias negativas e apresentar alto nível de stress em véspera de prova aumenta o grau de atenção do aluno.

d) Em véspera de prova é melhor estudar Li-teratura, uma matéria que, além de mais agradável, é mais importante para a cons-trução de uma postura crítica por parte do aluno, a Matemática e Física.

e) Os estudantes de estão apresentando pro-blemas nos estudos por não serem alunos do PROJETO ALCANCE, pois estes, bem preparados, têm aprovação garantida.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10E A B B E E B B E B

11 12 13 14 15B C D B E

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REDAÇÃO

Afirmarecomprovar

Competência 3

C3 Argumentação - Utilizar argumen-tos consistentes para defender seu ponto de vista. Criar uma argumentação boa consiste em utilizar de forma coerente fatos, informações, opiniões, exemplos pertinentes ao tema, e que possam reforçar a tese lançada. Há uma relação pertinente, ou seja, verdadeira entre o que é dito dentro do texto (os argumentos) e o mundo lá fora. Vale ainda como boa observação, para o ENEM e qualquer outro vestibular (ITA, UECE, UVA etc) que não se deve usar fragmentos ex-traídos dos textos motivadores, pois as linhas escritas assim não serão consideradas.

Argumentos mais usados em redações: ENEM, ITA, UECE e UVA.

1. Históricos – Recebem esta denominação os eventos, acontecimentos ou fatos considerados verídicos e pertinentes em re-lação ao tema proposto, e que servem de reforço ao ponto de vista defendido. Não precisa ser necessariamente um fato histó-rico.

A chegada da família real ao Brasil, no lon-gínquo ano de 1808, alterou drástica e intrigan-temente a sociedade carioca. Desenvolveram-se de forma positiva o gosto pelo teatro e pelo ro-mance de folhetim. A imprensa teve um enorme incentivo e foram fundados inúmeros periódicos que transformariam negativamente o cotidiano das pessoas em matéria de jornal. Naquele tem-po, então, a mídia já era sensacionalista.

2. Estatísticos – Recebem esta denominação os dados, as cifras ou valores, as estatís-ticas relacionadas ao tema e que podem servir como reforço ao ponto de vista de-fendido.

De 1980 a 2010, foram assassinadas cer-ca de 91 mil mulheres no Brasil, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que repre-senta um aumento de 217,6% – mais que tripli-cando – nos quantitativos de mulheres vítimas de assassinato. A Lei Maria da Penha tem surtido

efeito, mas é preciso mais empenho da sociedade e dos órgãos competentes para que tais números não continuem crescendo.

3. Autoridade – Chamamos de “argumento de autoridade” as citações diretas ou indiretas que compreendem fala ou ideias de pesso-as que são um tipo de autoridade no tema tratado e que reforçam o ponto de vista de-fendido.

Quando William Shakespeare disse: “Não há nada de novo sob o sol”, referia-se à falta de criatividade, de genialidade, na arte e, logicamen-te, na literatura de sua época. No entanto, alar-gando o alcance dessa assertiva, com algumas ressalvas, é claro, podemos dizer o mesmo da Música Popular Brasileira, principalmente quando observamos a produção artística dos novos can-tores e grupos que surgem com suas composi-ções monossilábicas atestando também o vazio de seus conteúdos.

4. Exemplificação – Chamamos de “argu-mentoexemplificativo”asituação,açãoouexemplo que se aplica à realidade do tema discutido servindo de reforço ao ponto de vista defendido.

A presença do artista Vick Muniz, no hall da Rio + 20, seguramente não aconteceu por coincidência. Também não foi por acaso que ele reuniu milhares de garrafas plásticas, de líqui-dos consumidos durante o evento, e começou ali mesmo a trabalhar com elas. Como um dos mais renomados artistas brasileiros hoje, ele apenas quis nos mostrar que é possível: sujar juntos, re-colher o lixo juntos e fazer, juntos, algo novo, um objeto reciclado ou mesmo uma obra de arte.

5. Comparação – Denominamos “argumento comparativo” toda vez que situações ou re-alidades são comparadas ou confrontadas como reforço ao ponto de vista defendido.

Em vários estados norte-americanos o abortoépontopacífico,ouseja,legalizadoere-chaçado como um tema tabu. No Brasil, por sua vez, além dos entraves religiosos comuns a um dos países mais católicos do mundo, ainda temos a morosidade dos legisladores e a falta de empe-nho de órgãos importantes com o MP ( Ministério Público), a OAB (Ordem dos Advogados do Bra-sil) e o CNM (Conselho Nacional de Medicina), um paradoxo do direito democrático.

6. Consensual – Recebem esta denominação

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REDAÇÃO

(argumento consensual) todas as informa-ções, situações e opiniões que representam verdade sabida e comum, ou seja, o senso comum, o que todo mundo sabe ou diz so-bre aquele tema e que, por isso, diminuem o GI (grau de informatividade) do texto. É o tipo de argumento que mais acontece em redações de vestibular, mas que deve ser evitado, principalmente pelo candidato que deseja a nota 1.000.

O Brasil é um lugar em que a corrupção tem-se mostrado de forma crescente. A venda de sentenças pelo Judiciário, a aliança de membros do Legislativo com o crime organizado, o desvio de verbas por representantes do poder executivo e o julgamento do “mensalão”, nos últimos dias, por exemplo, são provas do predomínio da cor-rupção em nossa terra. Tais fatos deixam a popu-lação mais apreensiva quanto ao futuro do nosso país.

7. Presença – Chamamos de argumento de presença toda vez que recorremos a uma alegoria, mito, lenda, fábula ou pequena narrativa, ligada ao tema proposto, que pos-sa reforçar o nosso ponto de vista.

Quando Narciso, em sua ânsia por um amor que lhe confirmasse a perfeição estética,olhou-se em um lago e tragicamente apaixonou--se pela própria imagem, vindo a perecer, fundou--seomitopagãodabelezasuperficial.Abuscaexagerada por cirurgias estéticas, na atualidade, é a prova cabal de que tal mito ainda prevalece, embora realçado em sua negatividade.

Dicas para criar uma boa argumentação

1. Iniciar o texto já com um argumento;2. Estabelecer relação com outras áreas do

conhecimento (História, Filosofia, Arte,Literatura, Ciência etc.); isso aumenta o Grau de Informatividade (GI);

3. A criação de um TF (tópico frasal) que di-recione cada parágrafo; isso melhora a Progressão textual (PT);

4. Períodos curtos, que fazem com que o bom parágrafo tenha, no mínimo, dois pontosfinaisdentrodele,umquedelimitao TF e outro que encerra o parágrafo;

5. O Desenvolvimento dividido em dois ou mais parágrafos;

6. Articular os argumentos com a Tese e com a Solução.

Fonte: Guia do participante 2014

PROPOSTA ENEMRedação A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos cons-truídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Liberdade de Ex-pressão apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, or-ganize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Por Emerson Santiago

Recebe o nome de liberdade de expres-são a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se manifestar, buscar e receber ideias e infor-mações de todos os tipos, com ou sem a inter-venção de terceiros, por meio de linguagens oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de comu-nicação. O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela constituição de uma de-mocracia, impedindo os ramos legislativo e exe-cutivo do governo de impor a censura. Um debate livre e aberto sobre as ques-tões nacionais fundamentais gera considerações positivas sobre a melhor estratégia a ser adotada na solução dos problemas daquela comunidade. Por isso, é fundamental a existência da democra-cia e de uma sociedade civil educada e bem infor-mada cujo acesso à informação permita que esta participe da vida pública, fortalecendo as institui-çõespúblicascomsuainfluência.Éaíqueentraa liberdade de expressão, pois esta proporciona à coletividade uma gama variada de ideias, dados e opiniões livres de censura, que podem ser avalia-dos, e possivelmente, abraçados. Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir, aberta, pública e repetidamente; de for-ma oral ou escrita. É importante salientar que sempre que esta garantia sofrer determinada restrição, esta deve ser caracterizada em parâmetros claros, es-tritoseinseridosdentrodeumaconjunturadefini-da. A restrição legítima é bem diferente de abuso de poder e ilegalidade. Além disso, a liberdade de expressão não é um direito absoluto, o que signi-ficaqueamanifestaçãopodedescambarparaacalúnia, difamação ou injúria, o que pode originar um processo ou resposta em reação à declaração feita. A constituição brasileira assegura aos ci-

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LINGUÍSTICA

dadãos um amplo acesso à informação a partir de diferentes e variadas fontes, dentro de um am-biente democrático, que garanta as liberdades de expressão e de imprensa. Apesar de um bom re-pertório jurídico, acumulado desde a instauração da Nova República, em 1984, a legislação ainda nãorespondeaosdesafiospolíticosesociaisim-postos e pela nova realidade social brasileira e, tampouco, atende à inquestionável revolução tec-nológica pela qual passou e passa o setor. O país temaindadeavançaremrelaçãoàdiversificaçãode suas fontes de informação, ampliando-as a ca-nais governamentais e comunitários. Muitos movimentos organizados para de-fender seus próprios direitos ainda são reprimidos, como aconteceu recentemente com a marcha da maconha, ou mesmo nas manifestações pela re-dução da tarifa do ônibus. Na atual conjuntura, a liberdade de expressão não se constitui em um direito pleno que pode ser exercido por todos. Há ainda outro problema em relação ao campo da mídia, (internet, TV, etc.), no qual o país ainda enfrenta defasagem em seu marco regulatório.

Bibliografia:LiberdadedeExpressão.Disponívelem:<http://www.

embaixada-americana.org.br/democracia/speech.htm >.

Texto 2

In. www.google.com.br/search?q=liberdade+de+expressão+charge&biw

Texto 3

Doze mortos em atentado contra jornal satíri-co Charlie Hebdo em Parispor DN.pt07 janeiro 2015 Comentar Três homens armados com armas auto-máticas entraram na sede do jornal em Paris. A AFP avança que 12 pessoas morreram, das quais dois políciaIs e dez jornalistas.

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MATEMÁTICA

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FUNÇÃO DO 2º GRAU

Definição Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c,ondea,becsãonúmerosreaisea≠0. Vejamos alguns exemplos de função quadrá-ticas:

1. f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 12. f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -13. f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 54. f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 05. f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico Ográficodeumafunçãopolinomialdo2ºgrau, y = ax2+bx+c,coma≠0,éumacurvachamada parábola.Exemplo:Vamosconstruirográficodafunçãoy=x2 + x: Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em se-guida, ligamos os pontos assim obtidos.

x y

-3 6

-2 2

-1 0

0 0

1 2

2 6

Observação: Ao construir o gráfico de uma funçãoquadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:

• se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;

• se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2+bx+c,a≠0,osnúmeros reais x tais que f(x) = 0. Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o radicando ∆ = b² - 4⋅a⋅c,chamado discriminante, a saber:

• quando ∆ é positivo, há duas raízes reais e distintas;

• quando ∆ é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais);

• quando ∆ é negativo, não há raiz real.

Coordenadas do vértice da parábola Quando a > 0, a parábola tem concavida-de voltada para cima e um ponto de mínimo V; quandoa<0,aparábolatemconcavidadevolta-da para baixo e um ponto de máximo V. Em qualquer caso, as coordenadas de V

são .Vejaosgráficos:

Imagem O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx+c,a≠0,éoconjuntodosvaloresqueypodeassumir. Há duas possibilidades:1ª - quando a > 0,

a > 0

2ªquandoa<0,

a < 0

Construção da Parábola É possível construir o gráfico de uma

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FUNÇÃO DO 2º GRAU

função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x, y), mas seguindo apenas o roteiro de observação seguinte:

1. Ovalordocoeficienteadefineaconcavida-de da parábola;

2. Oszerosdefinemospontosemqueapará-bola intercepta o eixo dos x;

3. O vértice V indica o ponto de mínimo(sea>0),oumáximo(sea<0);

4. A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;

5. Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo dos y.

Sinal Consideramos uma função quadrá-tica y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para os quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivos. Conforme o sinal do discriminante ∆ = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:1º CASO- ∆ > 0 Nesse caso a função quadrática admite doiszerosreaisdistintos(x1≠x2).aparábolain-tercepta o eixo Ox em dois pontos e o sinal da funçãoéoindicadonosgráficosabaixo:

quando a > 0y > 0 ⇔(x<x1 ou x

> x2) y<0⇔x1<x<x2

quando a < 0y > 0 ⇔x1<x<x2

y<0⇔(x<x1 ou x > x2)

2º CASO - ∆ = 0

quando a > 0

quando a < 0

3ºCASO - ∆<0

quando a > 0

quando a < 0

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEMQUESTÃO 01 - (Enem 2009) - Um posto de com-bustível vende 10.000 litros de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário percebeu que, para cada centavo de desconto que concedia por litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. Por exemplo, no dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, foram vendidos 10.200 litros.Considerando x o valor, em centavos, do desconto dado no preço de cada litro, e V o valor, em R$, arrecadado por dia com a venda do álcool, então a expressão que relaciona V e x é:

a) V = 10.000 + 50x – x2

b) V = 10.000 + 50x + x2. c) V = 15.000 – 50x – x2. d) V = 15.000 + 50x – x2. e) V = 15.000 – 50x + x2.

QUESTÃO 02 - Um estudo das condições ambien-tais na região central de uma grande cidade indi-

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cou que a taxa média diária (C) de monóxido de carbono presente no ar é de C = 0,5p + 1 parte por milhão, para uma quantidade de (p) milhares de habitantes. Estima-se que, daqui a t anos, a popu-lação nessa região será de p = 2t² - t + 110 milha-res de habitantes. Nesse contexto, a taxa média diária de monóxido de carbono atingirá o valor de 61 partes por milhão em:

a) 2 anos. b) 2 anos e 6 meses. c) 3 anos. d) 3 anos e 6 meses. e) 4 anos.

QUESTÃO 03 - Uma empresa observou que a quantidade Q, em toneladas, de carne que ela ex-porta em uma semana é dada por Q(x) = ax2 + bx + c, sendo a, b e c constantes, e x o preço do pro-duto, em reais, por quilograma, praticado na refe-ridasemana,sendo3≤x≤8.Sabe-sequeparaopreço de R$ 3,00, a quantidade é de 7,5 toneladas, que para R$ 4,00, a quantidade é máxima e que para R$ 8,00, a quantidade é zero.Combasenessasinformações,pode-seafirmar:

I) A quantidade Q(x) diminui à medida que o preço x aumenta.

II) Para o preço de R$ 5,00, a quantidade é de 7,5 toneladas.

III) A constante baéiguala−8.

IV)Existeumúnicopreçox,3≤x≤8,talqueQ(x) = 3,5.

V)Paracadapreçox,3≤x≤8, tem-seQ(x)=−x2 + 8x.

Assim temos:a) Somente uma corretab) Somente duas corretasc) Somente três corretasd) Todas são corretase) Todas são incorretas.

QUESTÃO 04 - Em uma partida de futebol, um jo-gador, estando na lateral do campo, cruzou a bola para um companheiro de equipe o qual se encon-trava na lateral oposta, a uma distância de 64 m. A bola passou 1,20 m acima da cabeça de um jo-gador, com 1,80 m de altura, da equipe adversária, o qual, nesse instante, estava a 4 m de distância do jogador que realizou o cruzamento, conforme figuraabaixo.

Nessa situação, a bola descreveu uma trajetória em forma de arco de parábola até tocar o gramado, quando foi dominada pelo companheiro de equipe.Combasenessas informações,écorretoafirmarque, durante o cruzamento, a bola atinge, no máxi-mo, uma altura de:

a) 12,8 m b) 12 m c) 11,2 m d) 10,4 m e) 9,6 m

QUESTÃO 05 - Uma empresa que elabora mate-rialparapanfletagem(santinhos)temumlucro,emreais, que é dado pela lei L(x) = - x2 + 10x - 16, onde x é a quantidade vendida em milhares de uni-dades. Assim, a quantidade em milhares de unida-des que deverá vender, para que tenha lucro, é:

a) de 2 a 8 b) de 3 a 9 c) de 1 a 8 d) de 1 a 9 e) de 3 a 10

QUESTÃO 06 - Em um terreno, na forma de um triângulo retângulo, será construído um jardim re-tangular,conformefiguraabaixo.

Sabendo-se que os dois menores lados do terreno medem 9 m e 4 m, as di-mensões do jardim

para que ele tenha a maior área possível, serão, respectivamente,

a) 2,0 m e 4,5 m. b) 3,0 m e 4,0 m. c) 3,5 m e 5,0 m. d) 2,5 m e 7,0 m.

QUESTÃO 07 - Uma pessoa ingere uma certa substância que se concentra em seu cérebro. O gráficoaseguirmostraessaconcentraçãoemfun-ção do tempo t.

Admitindo que a concentração y seja dada por uma fun-ção quadrática y=at2 +bt+c,écorretoafir-mar que: a) a > 0 e b2 - 4ac > 0. b) a > 0 e b2 - 4ac <0.

c)a<0eb2-4ac>0.d)a<0eb2-4ac<0.e)a≠0eb2 - 4ac = 0.

FUNÇÃO DO 2º GRAU

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QUESTÃO 08 - Uma fábrica tem 2.000 unidades de certo produto em estoque e pode confeccionar mais 100 unidades deste produto por dia. A fábri-ca recebeu uma encomenda, de tantas unidades do produto quantas possa confeccionar, para ser entregue em qualquer data, a partir de hoje. Se o produto for entregue hoje, o lucro da fábrica será de R$ 6,00 por unidade vendida; para cada dia que se passe, a partir de hoje, o lucro diminuirá de R$ 0,20 por unidade vendida.O lucro máximo, em reais, que a fábrica pode ob-ter com a venda da encomenda é:

a) 9500 reais b) 10500 reaisc) 11500 reais d) 12500 reais e)1300 reais

QUESTÃO 09 - Uma calha será construída a par-tir de folhas metálicas em formato retangular, cada uma medindo 1 m por 40 cm. Fazendo-se duas do-bras de largura x, paralelas ao lado maior de uma dessas folhas, obtém-se três faces de um bloco retangular,comomostraafiguradadireita.

a) Obtenha uma expressão para o volume des-se bloco retangular em termos de x.

b) Para qual valor de x o volume desse bloco retangular será máximo?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Um corpo A desloca-se em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado de modo que a sua posi-ção, em relação a uma origem previamente deter-

minada, é dada pela função horária2

A7t t

S 2 .4 4

= + − Um corpo

B desloca-se em Movimento Retilíneo e Uniforme, na mesma direção do movimento de A, de forma que a sua posição, em relação à mesma origem, é

dada pela função horária Bt

S 2 .2

= + A e B inicia-ram seus movi-

mentos no mesmo instante. Em ambas as funções, t está em segundos e S, em metros. Depois de cer-to tempo, os corpos chocam-se frontalmente.

QUESTÃO 10 - O maior afastamento, em metros, entre os corpos A e B é:

a) 25/4 b) 25/8 c) 25/16 d) 81/8 e) 81/16

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - A empresa WQTU Cosmético ven-

de um determinado produto x, cujo custo de fabri-cação de cada unidade é dado por 3x2 + 232, e o seu valor de venda é expresso pela função 180x −116.Aempresavendeu10unidadesdoprodutox, contudo a mesma deseja saber quantas unida-des precisa vender para obter um lucro máximo. A quantidade máxima de unidades a serem vendidas pela empresa WQTU para a obtenção do maior lu-cro é:

a) 10 b) 30 c) 58 d) 116 e) 232

QUESTÃO 02 - Um pesticida foi ministrado a uma população de insetos para testar sua eficiência.Ao proceder ao controle da variação em função do tempo, em semanas, concluiu-se que o tamanho da população é dado por: f(t) = - 10t2 + 20t + 100.

a) Determine o intervalo de tempo em que a po-pulação de insetos ainda cresce.

b) Na ação do pesticida, existe algum momento em que a população de insetos é igual à po-pulação inicial? Quando?

c) Entre quais semanas a população de insetos seria exterminada?

QUESTÃO 03 - Uma empresa de turismo fretou um avião com 200 lugares para uma semana de férias, devendo cada participante pagar R$500,00 pelo transporte aéreo, acrescidos de R$10,00 para cada lugar do avião que ficasse vago. Nessascondições, o número de passagens vendidas que torna máxima a quantia arrecadada por essa em-presa é igual a:

a) 100 b) 125 c) 150 d) 180

QUESTÃO 04 - O óxido de potássio, K2O, é um nu-triente usado para melhorar a produção em lavou-ras de cana-de-açúcar. Em determinada região, fo-ram testadas três dosagens diferentes do nutriente e, neste caso, a relação entre a produção de cana e a dosagem do nutriente se deu conforme mostra a tabela a seguir.

Dose do nutriente(kg/hectare)

Produção decana-de-açúcar

(toneladas/hectare)

0 42

70 56

140 61

Considerando que a produção de cana-de-açúcar por hectare em função da dose de nutriente pode ser descrita por uma função do tipo y(x) = ax² + bx + c, determine a quantidade aproximada de nutriente por hectare que maximiza a produção de cana-de-açúcar por hectare.

a)139 b)141c) 144 d) 152 e)160

FUNÇÃO DO 2º GRAU

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QUESTÃO 05 - O lucro diário L é a receita gerada R menos o custo de produção C. Suponha que, em certa fábrica, a receita gerada e o custo de produção sejam dados, em reais, pelas funções R(x) = 60x - x2 e C(x) = 10(x+40), sendo x o número de itens produ-zidos no dia. Sabendo que a fábrica tem capacidade de produzir até 50 itens por dia, considere as seguin-tesafirmativas:I. O número mínimo de itens x que devem ser produ-zidos por dia, para que a fábrica não tenha prejuízo, é 10.II. A função lucro L(x) é crescente no intervalo [0, 25].III. Para que a fábrica tenha o maior lucro possível, deve produzir 30 itens por dia.IV. Se a fábrica produzir 50 itens num único dia, terá prejuízo.Assinale a alternativa correta.

a)SomenteasafirmativasIIeIVsãoverdadeiras.b)SomenteasafirmativasI,IIIeIVsãoverdadei-

ras. c)SomenteasafirmativasI,IIeIVsãoverdadei-

ras. d)SomenteasafirmativasIeIIsãoverdadeiras.e)SomenteasafirmativasIIeIIIsãoverdadeiras.

QUESTÃO 06 - Um jogador de futebol, ao bater uma falta com barreira, chuta a bola de forma a encobri-la. A trajetória percorrida pela bola descreve uma parábola para chegar ao gol.

Sabendo-se que a bola es-tava parada no local da falta no momento do chute, isto

é, com tempo e altura iguais a zero. Sabendo-se ain-da, que no primeiro segundo após o chute, a bola atingiu uma altura de 6 metros e, cinco segundos após o chute, ela atingiu altura de 10 metros. Pode-seafirmarqueapósochuteabolaatingiuaalturamáxima no tempo igual a:

a) 3 segundos b) 3,5 segundos c) 4 segundos d) 4,5 segundos e) 5 segundos

QUESTÃO 07 - Uma bola de beisebol é lançada de um ponto 0 e, em seguida, toca o solo nos pontos A e B, conforme representado no sistema de eixos ortogonais:

Durante sua trajetória, a bola descreve duas parábolas com vértices C e D.

A equação de uma dessas parábolas é 2x 2x

y .75 5−

= +

Se a abscissa de D é 35 m, a distância do ponto 0 ao ponto B, em metros, é igual a:

a) 38 b) 40 c) 45 d) 50

QUESTÃO 08 - O gráfico da função y = f(x) = -

21 1x x

200 5 +

,representadonafiguraaseguir,

descreve a trajetória de um projétil, lançado a partir da origem.

Sabendo-se que x e y são dados em quilômetros, a altura máxima H e o alcance A do projétil são, respec-tivamente,

a) 2 km e 40 km. b) 40 km e 2 km. c) 2 km e 10 km. d) 10 km e 2 km. e) 2 km e 20 km.

QUESTÃO 09 - Um carrinho se move sobre um arco de parábola de uma montanha-russa, de modo que sua altura em relação ao solo, em metros, é dada em função do tempo t, medido em segundos, pela equa-ção h(t) = 2t2 - 8t + 11. Então o menor valor de h, em metros, é igual a:

a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6

QUESTÃO 10 - 1050 (Uel 2006) - Para um certo pro-duto comercializado, a função receita e a função custo estão representadas a seguir em um mesmo sistema de eixos, onde q indica a quantidade desse produto.

Com base nessas informações e considerando que a função lucro pode ser obtida por L(q) = R(q) - C(q), assinale a alternativa que indica essa função lucro. a) L(q) = - 2q2 + 800q - 35000 b) L(q) = - 2q2 + 1000q + 35000 c) L(q) = - 2q2 + 1200q - 35000

d) L(q) = 200q + 35000 e) L(q) = 200q - 35000

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

D B C A A A C D * *

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10B * B C C B B A B A

FUNÇÃO DO 2º GRAU

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FUNÇÃO DO 1º GRAU

ASSUNTO: RELAÇÃO DE LINEARIDADE, PROPORCIONALIDADE, FUNÇÃO AFIM, PRO-GRESSÃO ARITMÉTICA, ESTUDO DA RETA.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - No verão, é comum ouvirmos o can-tar de grilos em regiões arborizadas. O número de trinados dos grilos varia conforme a temperatura do ambiente, isto é, quanto mais alta a tempera-tura, mais os grilos cantam (trinam) em determi-nado intervalo de tempo.

Temperatura (T) em graus Celsius

Número (n) de trinados a cada minuto

12 7

23 18

30 25

Na tabela acima, é possível estabelecer uma re-lação entre o número de trinados dos grilos por minuto e a temperatura em graus Celsius. Com base nisso, pergunta-se: qual seria o número de trinados de grilo escutados no intervalo de tempo padrão quando a temperatura chegar a 40°C?

a) 28 b) 31c) 33 d) 35 e) 38

QUESTÃO 02 -Para tentar identificara relaçãoentre a idade das pessoas (em anos) e as suas correspondentes frequências cardíacas máximas (embatimentosporminuto),umgrupodefisiolo-gistas analisou diversas pessoas distribuídas em diferentes faixas etárias e observou os seguintes padrões:

Idade (em anos) 15 23 47

Frequência cardíaca máxima (em bati mentos/min)

185 177 153

Considerando que a relação entre a frequência cardíaca máxima e a idade mantenha um mes-mo padrão de linearidade, a frequência cardíaca máxima esperada para um indivíduo com 35 anos é de:

a) 167 b) 165 c) 163 d) 161 e) 160

QUESTÃO 03 - Todos os anos, milhões de bebês morrem no mundo por conta de causas diversas. Trata-se de um número escandaloso, mas que vem caindo ano a ano. Para se manter uma es-trutura de redução da mortalidade infantil, faz-se necessária a utilização de variados meios, recur-sos, políticas e programas – dirigidos não só às crianças, mas às suas famílias e comunidades.

Considerandoográficoacima,amortalidade in-fantil em 2015, em milhões, será igual a:

a) 9 b) 8, 6c) 8 d) 7,8 e) 7

QUESTÃO 04 - No Brasil, uma das principais fontesdefinanciamentodaatividadeestataléareceita advinda da tributação dos rendimentos das pessoas físicas na forma de Imposto sobre rendas e proventos de qualquer natureza (IRPF – Imposto de Renda de Pessoa Física). Aliás, no cálculo do valor devido a título de IRPF, os contribuintes que demonstram ter adquirido mais rendimentos, ou seja, que demonstram maior capacidade contributiva (maior riqueza), são jus-tamente aqueles que devem pagar progressiva-mente mais imposto, em alíquotas (percentuais) cada vez maiores.

Nesse sentido, supondo que o gráfico abaixoindique o imposto a pagar I (em reais) sobre a renda mensal líquida R (em reais), com R ≤2900, uma pessoa que teve renda mensal líqui-da de R$2.200,00 deverá pagar imposto de renda (IRPF) no valor de:

a) R$125,71 b) R$138,75c) R$144,80 d) R$145,25e) R$146,20

QUESTÃO 05 - Em determinado concurso públi-co, foram registradas 3582 inscrições. Entretanto, dos candidatos inscritos, apenas 2000 compare-

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FUNÇÃO DO 1º GRAU

ceramnadatamarcadaao local predefinido noEdital para a realização das provas objetivas de 1ª etapa. No edital desse concurso, havia ainda a previsão expressa de que os candidatos deve-riam chegar com 1h de antecedência ao local de prova (horário de abertura dos portões) e não se-riam tolerados quaisquer atrasos.

O número de candi-datos (y) que aden-traram o local de prova, em função do horário de entra-da (t), é represen-tado por pontos do gráfico, sendo t =

0 o instante em que os portões de acesso foram abertos e t = 60, o instante em que esses por-tõesforamfechados.Assim,pode-seafirmarqueo tempo decorrido para a entrada dos últimos 500 candidatos foi igual a:

a) 22 minutos b) 20 minutosc) 12 minutos d) 11 minutos e 40 segundose) 8 minutos e 20 segundos

QUESTÃO 06 - (ENEM) - O excesso de peso pode prejudicar o desempenho de um atleta pro-fissionalemcorridasde longadistânciacomoamaratona (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou uma prova de 10 km. Para saber uma apro-ximação do intervalo de tempo a mais perdido para completar uma corrida devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados apresenta-dosnatabelaenográficoabaixo:

Usando essas informações, um atleta de ossa-tura grande, pesando 63 kg e com altura igual a 1,59m, que tenha corrido uma meia maratona, pode estimar que, em condições de peso ideal, teria melhorado seu tempo na prova em:

a) 0,32 minuto. b) 0,67 minuto.c) 1,60 minuto. d) 2,68 minutos.e) 3,35 minutos.

QUESTÃO 07 - O valor de uma moto nova é de R$ 9.000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$ 4.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo, segundo uma linha reta, o valor dessa moto com um ano de uso é igual a:

a) R$ 8.250,00 b) R$ 8.000,00c) R$ 7.750,00 d) R$ 7.500,00e) R$ 7.000,00

QUESTÃO 08 - Devido a uma forte estiagem, o nível de água de um reservatório municipal vem baixando 5 milhões de galões de água por mês. Se o reservatório possui hoje (janeiro de 2011) um volume total de 500 milhões de galões de água e a Comissão de Inspeção do reservatório estabe-leceu uma política de racionamento que deve ser implantada tão logo o nível de água atinja a marca de 420 milhões de galões de água, em que mês começará o racionamento?

a) 01/2012 b) 04/2012c) 05/2012 d) 06/2012 e) 07/2012

QUESTÃO 09 - Em determinada cidade, desde 1990, há apenas dois jornais A e B circulando dia-riamente.Nosgráficosaseguir,temos,emmilha-res de exemplares, o número de jornais vendidos durante os 4 primeiros anos dessa concorrência.

Combasenisso,pode-seafirmarque:a) a circulação do jornal A cresceu 10% a cada

ano;b) a participação percentual do jornal B no mer-

cado foi constante ao longo desses anos;c) graças ao incremento de vendas, o jornal A

vendeu mais exemplares ao longo desses

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FUNÇÃO DO 1º GRAU

anos;d) supondo um crescimento de 2% ao ano na

população desta cidade, há um percentual maior de pessoas comprando jornais, nesta cidade,aofimdesteperíodo;

e) mantendo-se esses mesmos padrões de comportamento de venda em toda a déca-da, espera-se que, em 1998, a participação do Jornal B no mercado tenha caído a um patamar inferior a 30%.

QUESTÃO 10 - Partindo da comparação entre os dados do ano anterior e do ano atual, uma empre-sa resolveu fazer uma estimativa de crescimento de seu lucro nos próximos 7 anos e representou no gráfico abaixo esta projeção de aumento nolucro (em milhões de reais) em função do ano de atividade da empresa. Considerando que, a partir do 4º ano da projeção, a empresa experimenta-rá a mesma expectativa de crescimento que vem experimentando desde o ano passado e que se manterá nos próximos 2 anos, a expectativa de crescimento do lucro da empresa, em milhões de reais, no 6º ano da projeção é aproximadamente igual a:

–1 2 4 7

2

a) 3,85b) 3,75c) 3,33d) 2,66e) 1,33

QUESTÃO 11 - (ENEM) - O número mensal de passagens de uma determinada empresa aérea aumentou no ano passado nas seguintes condi-ções: em janeiro foram vendidas 33.000 passa-gens; em fevereiro, 34.500; em março, 36.000. Esse padrão de crescimento se mantém para os meses subsequentes. Quantas passagens foram vendidas por essa empresa em julho do ano pas-sado?

a) 38.000 b) 40.500c) 41.000 d) 42.000 e) 48.000

QUESTÃO 12 - (ENEM) - Uma professora reali-zou uma atividade com seus alunos utilizando ca-nudosde refrigeranteparamontarfiguras,ondecada lado foi representado por um canudo. A quantidadedecanudos(C)decadafiguradepen-de da quantidade de quadrados (Q) que formam cadafigura.Aestruturadeformaçãodasfigurasestá representada a seguir:

Que expressão fornece a quantidade de canudos em função da quantidade de quadrados de cada figura?

a) C = 4Q. b) C = 3Q + 1.c) C = 4Q – 1 d) C = Q + 3.e) C = 4Q – 2.

QUESTÃO 13 - (ENEM) - As projeções para a produção de arroz no período de 2012-2021, em uma determinada região produtora, apontam para uma perspectiva de crescimento constante da produção anual. O quadro apresenta a quanti-dade de arroz, em toneladas, que será produzida nos primeiros anos desse período, de acordo com essa projeção.

Ano Projeto da Produção (t)2012 50,25

2013 51,50

2014 52,75

2015 54,00A quantidade total de arroz, em toneladas, que deverá ser produzida no período de 2012 a 2021 será de:

a) 497,25. b) 500,85.c) 502,87. d) 558,75. e) 563,25.

QUESTÃO 14 - Ao ser inaugurada, uma represa possuía 8 mil m3 de água. A quantidade de água darepresavemdiminuindoanualmente.Ográficomostra que, após 8 anos da inauguração, a quan-tidade de água na represa caiu para 5 mil m3.tidade de água na represa caiu para 5 mil m

Se for mantida essa relação de linearidade entre o tempo e a quantidade de água em m3, determi-ne em quanto tempo, após a inauguração, a re-presa terá 3 mil m3.

a) 16 anos b) 13 anos e 4 meses

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FUNÇÃO DO 1º GRAU

c) 12 anos e 10 meses d) 10 anos e 8 mesese) 5 anos e 4 meses

QUESTÃO 15 - (ENEM) - Um bairro de uma cida-de foi planejado em uma região plana, com ruas paralelas e perpendiculares, delimitando quadras de mesmo tamanho. No plano de coordenadas cartesianas seguinte, esse bairro localiza-se no segundo quadrante, e as distâncias nos eixos são dadas em quilômetros.

A reta de equação y = x + 4 representa o plane-jamento do percurso da linha do metrô subterrâ-neo que atravessará o bairro e outras regiões da cidade. No ponto P = (-5, 5), localiza-se um hos-pital público. A comunidade solicitou ao comitê de planejamento que fosse prevista uma estação do metrô de modo que sua distância ao hospital, medida em linha reta, não fosse maior que 5 km. Atendendo ao pedido da comunidade, o comitê argumentou corretamente que isso seria auto-maticamente satisfeito, pois já estava prevista a construção de uma estação no ponto:

a) (-5, 0) b) (-3, 1)c) (-2, 1) d) (0, 4)e) (2, 6)

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10D B C B A E C C E C

11 12 13 14 15D B D B B

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TRIÂNGULO RETÂNGULO

Considere o triângulo retângulo ABC, com ângulo reto no vértice A, e os ângulos agudos a e b. Note que a + b = 90o (são ditos complementares) e que a é a hipotenusa, b e c são os catetos.

Baseadonafiguraacima,definimosasrazõestri-gonométricas: seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo num triângulo retângulo, como sen-do:

Como a + b = 90o, então:

sen a = cos b cos a = sen b tg a = cotg b

Lembrete !!!cotg x = 1/tg x ou cotg x = cos x/sen xsec x = 1/cos x cossec x = 1/sen x

RELAÇÕES MÉTRICASConsidere um triângulo retângulo ABC, de cate-tos AC = b, AB = c e hipotenusa BC = a. Traçamos a altura AH = h, relativa à hipotenusa. O ponto H divide a hipotenusa nos segmentos BH e CH, de medidas m e n, respectivamente; esses segmen-tos são chamados de projeções dos catetos sobre a hipotenusa.

Teorema de Pitágoras:

DICAS !!!

ð Os números Pitagóricos à 3, 4 e 5

↓ x2

↓ ÷ 10

ð O triângulo Retângulo Isósceles

ð A diagonal de um quadrado à 2d =

ð A altura de um triângulo equilátero à 23

h

=

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TRIÂNGULO RETÂNGULO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - Uma estação de tratamento de água (ETA) localiza-se a 600m de uma estrada reta. Uma estação de rádio localiza-se nessa mesma estrada, a 1000m da ETA. Pretende-se construirumrestaurante,naestrada,quefiqueàmesma distância das duas estações. A distância do restaurante a cada uma das estações deverá ser de:

a) 575m b) 600mc) 625m d) 700m e) 750m

QUESTÃO 02 - No retângulo ABCD de lados AB = 4 e BC = 3, o segmento DM é perpendicular à diagonal AC. O segmento AM mede:

a) 3/2b) 12/5c) 5/2d) 9/5e) 2

QUESTÃO 03 - Nafiguratemostrêscircunferên-cias tangentes, duas a duas, cujos centros A, B e C são vértices de um triângulo retângulo em C e as duas circunferências maiores possuem raios com a mesma medida R. A linha l é tangente a duas circunferências e secante à terceira e P é o ponto de interseção da reta l com o segmento AB. A medida do segmento AP é:a) R 2

b) R 3

c) ( 3 - 1)R

d) (3 - 2)R

e) R

QUESTÃO 04 - Nafiguraabaixo,aretapassandopor P e Q é tangente às duas circunferências em P e Q. Se a distância entre os centros das circun-ferências é igual a 18 cm e os seus raios medem 4 cm e 5 cm, respectivamente, então o numero real que representa a distância, em cm, entre P e Q é:

a) 13 3 b) 12 3

c) 11 3

d) 10 3 e) 9 3

QUESTÃO 05 - Nafigura,ABCDEFéumhexágo-no regular de lado 1 dm, e Q é o centro da circun-ferência inscrita a ele.

O perímetro do polígono AQCEF, em dm, é igual a:

a) 4 2+ b) 4 3+

c) 6 d) 4 5+ e) 2(2 2)+

QUESTÃO 06 - Um observador, estando a x me-tros da base de uma torre, vê o topo sob um ân-gulo de 60º. Afastando-se 100 m em linha reta, passa a vê-lo sob um ângulo de 30º. A altura da torre corresponde, em metros, a:

a) 40. b) 40 3 .

c) 50 2 . d) 50 3 . e) 50.

QUESTÃO 07 - Um poste na posição vertical, colocado em um plano horizontal, encontra-se a 3 metros de um edifício. Nesse instante, o Sol projeta a sobra do poste na parede. Essa som-bra tem 17 metros. Se a altura do poste é de 20 metros, então a inclinação dos raios solares, em relação ao plano horizontal, é de:

a) 15º. b) 22º30’.c) 30º. d) 45º. e) 60º.

QUESTÃO 08 - Um engenheiro analisa um projeto no qual quatro rodovias (r, s, t, u) se cruzam, con-formeafiguraaseguir.Eleprecisacalcularadis-tância do ponto P (cruzamento das rodovias s e u)

até a rodovia t. Sabe-se que AB = BC = AC = 4km

e CP = 6km.

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TRIÂNGULO RETÂNGULO

O engenheiro conclui, corretamente, que a distân-cia procurada em km corresponde a:

a) 3 3 . b) 4 3 .

c) 4 2 . d) 2 3 . e) 3 2 .

QUESTÃO 09 - Um recipiente, no formato de he-misfério, contém um líquido que tem profundidade máxima de 5 cm. Sabendo que a medida do diâme-tro do recipiente é de 20 cm, qual o maior ângulo, em relação à horizontal, em que ele pode ser inclinado até que o líquido alcance a borda, antes de começar a derramar?

a) 75ºb) 60ºc) 45ºd) 30º e) 15º

QUESTÃO 10 - Abílio (A) e Gioconda (G) estão sobre uma superfície plana de uma mesma praia e, em um dado instante, veem, sob respectivos ângulos de 30º e 45º, um pássaro (P) voando, conforme é representado a seguir.

Considerando desprezível as medidas das al-turas de Abílio e Gioconda e sabendo que, naquele instante, a distância entre A e G era de 240m, a quantos metros de altura o pássaro distava da superfície da praia?

a) ( )60 3 + 1 m b) ( )120 3 + 1 m

c) ( )180 3 + 1 m d) ( )120 3 1 m−

e) ( )180 3 1 m−

QUESTÃO 11 - Dois pontos A e B, estão situa-dos na margem de um rio e distantes 40 m um do outro. Um ponto C, na outra margem do rio, está

situado de tal modo que o ângulo ˆCAB mede 75º

e o ângulo ˆACB mede 75º. A largura do rio, em metros, corresponde a:

a) 15. b) 20.c) 25. d) 30. e) 35.

QUESTÃO 12 - A extremidade A de uma planta aquática encontra-se 10 cm acima da superfície daáguadeumlago(figura1).Quandoabrisaafaz balançar, essa extremidade toca a superfície

da água no ponto B, situado a 10 3 cm do local em que sua projeção ortogonal C, sobre a água, encontrava-se inicialmente (figura 2).Considere

OA, OB e BC segmentos de retas e o arco �AB uma trajetória do movimento planta.

Pode-seafirmarqueaprofundidadedo lagonoponto O em que se encontra a raiz da planta, em centímetros, é:

a) 9. b) 9 2.

c) 10. d) 10 2. e) 11.

QUESTÃO 13 - Afiguraabaixomostraqueduascircunferências que se tangenciam interiormente. A circunferência maior tem centro em O. A menor

tem raio r = 5 cm e é tangente a OA e OB.

Sabendo-se que o ângulo �AOB mede 60º, a medi-da do raio da circunferência maior corresponde a:

a) 10 cm. b) 13 cm.c) 15 cm. d) 18 cm. e) 20 cm.

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TRIÂNGULO RETÂNGULO

QUESTÃO 14 - Dois irmãos herdaram um terreno em forma de um paralelogramo ABCD, conforme ilustrado. Como pretendem dividi-lo ao meio, re-

solveram passar uma cerca AC de comprimento y. O valor de y, em metros, corresponde a:

a) 10

.3

b) 10 2 .

c) 5 3 . d) 5 2 . e) 5

.3

QUESTÃO 15 - Milena pretende calcular o com-

primento da sombra AB de uma torre. Sabendo

que sen a=0,6,pode-se,então,afirmarque AB mede, em metros, aproximadamente,

a) 13,33. b) 7,5.c) 12,5. d) 16,66. e) 11,33.

Teorema de Pitágoras: a2 = b2 + c2

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

11 12 13 14 15

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CIÊNCIAS HUMANAS

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GEOPOLÍTICA

GEOPOLÍTICA ANTES DA I GUERRA MUNDIAL Havia um período de multipolaridade no fimdoséculoXIXeiníciodoséculoXX.AEuro-pa vivia a Belle Époque entre 1880 e 1914. O desenvolvimento cultural e social no continente acelerava à medida que as metrópoles europeias exploravam as colônias africanas e asiáticas. Os nacionalismos ganhavam mais força em determinadas regiões, em especial na Itália, na Alemanha e em regiões ocupadas por eslavos. Com a unificaçãodaAlemanha,em1871, e a unificaçãoda Itália,em1870, a Europa passa por transformação e tensionamentos que aumen-tavam. Inglaterra e França monopolizavam os mercados de exportação de produtos industria-lizados e faziam uma exploração predatória das colôniasespalhadaspelomundosobajustifica-tiva de que, sendo mais desenvolvidos, tinham direito a explorar matérias primas de países não desenvolvidos. Sob a mesma prerrogativa, Ale-manha e Itália acirravam cada vez mais a disputa por colônias. O pangermanismo e o pan-esla-vismo eram verdadeiros barris de pólvora. As po-tências iniciaram uma corrida armamentista. Outro elemento chave para entender o contexto geopolítico do período era o revanchis-mo presente entre França e Alemanha, que per-durou após o fim da guerra franco-prussiana (1871). Derrotados, os franceses cederam territó-rios como Alsácia e Lorena para os alemães

100 ANOS DA I GUERRA MUNDIAL Há um século o mundo vivenciava o co-meçodeumdosseusmaioresconflitos,aI Guer-ra Mundial (1914-1918). Com o início da guerra, foi encerrado o período conhecido como Belle Époque, iniciado em 1871. Esse ciclo foi marca-do pelo forte sentimento nacionalista dos países europeus. Foi também o ápice do neocolonialis-mo. Incontáveis são os motivos que podem ser elencadosparailustraroiníciodoconflito.Entreeles,estãounificaçãodaAlemanhaem1871eosurgimento domovimento político que ficou co-nhecido como “Pan Germanismo”. A ideia era unir os povos germânicos que estavam espalha-dos entre países como Prússia, Polônia e Im-pério Austro–Húngaro. Outros impérios também queriam expandir suas fronteiras e seus domínios sobre as colônias. No dia 20 de Maio de 1882, a Tríplice Aliança, se consolidou sob a garantia de apoio mútuo econômico e militar entre as nações inte-

grantes (Império Alemão, Império Áustro-Hún-garo e o Reino da Itália). Em contra partida, o Reino Unido, França e Império Russo, em uma aliança militar consolidada em acordos bilaterais, conhecida como Tríplice Entente. O estopim para o início da I Guerra Mun-dial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono da Áustria–Hun-gria), em 28 de junho de 1914 em Sarajevo, na Bósnia, por um estudante sérvio. Um mês após o episódio, o Império Austro–Húngaro invadiu a Sérvia. A Alemanha avançou sobre Bélgica, Fran-ça e Luxemburgo. Uma das principais características do conflitofoia aplicação da ciência e da indústria nos campos de luta. As batalhas entre os países aconteceram baseadas em novos avanços tecno-lógicos,comosubmarinos(desafiandoasobera-nia marítima inglesa nos oceanos), tanques, ga-ses tóxicos, granadas, artilharia de longo alcance, aviões e os imponentes e frágeis zepelins. A I Guerra Mundial deixou cerca de 15 milhõesdemortos.Oconflto–queterminouem11 de novembro de 1918 – forçou a migração de milhõesdepessoase redefiniuas fronteirasnaEuropa. Foi também um marco de uma revolução no comportamento industrial e econômico. Os Estados Unidos tornaram–se a grande potência mundial. Um dos pontos mais importantes ligados aofimdaIGrandeGuerramundialfoiaassina-tura do “Tratado de Versalhes” (1919), que es-tabelecia o fimdaguerra.AAlemanha foi res-ponsabilizadapelaeclosãodoconflito,devendoassim reparar as nações que lutaram contra ela, além de ceder territórios que foram anexados du-ranteoprocessodeunificação.ATrípliceEntentedefiniuumvaloroficialde269bilhões de marcos (moeda alemã). A quantia, que já era considerada exor-bitante para o período, tornou-se impossível de ser paga. A Alemanha foi obrigada a eliminar boa parte de sua marinha. Foi proibida a instalação de determinados tipos de indústria na Alemanha para que o país não produzisse veículos blinda-dos e foi estabelecido um teto para o número de soldados do exército (100 mil, no máximo). O “Tratado de Versalhes” afundou a Ale-manha em uma severa crise econômica e, poste-riormente, social. Ganharam forças grupos como o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, comumente conhecido como partido nazista.

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GEOPOLÍTICA

PERÍODO ENTRE GUERRAS ComofimdaIGuerraMundialeaderro-ta da Tríplice Aliança, a Europa começou a se reorganizar. A Alemanha sofria severas sanções porserapontadacomocausadoradoconflito.Foiimplementada em território alemão a República de Weimar (localizada na Turíngia, Weimar foi a cidade onde a Constituição da nascente república foi celebrada em 11 de agosto de 1919), sistema parlamentarista que substituiu o império. A república democrática ficou responsá-vel por governar um país afundado em uma crise gerada por condições impostas pelos vencedores doconflito. Impedidadedesenvolver indústriaede possuir navios, a Alemanha perdeu territórios e ainda tinha uma dívida de US$ 20 bilhões (va-lores atuais) a ser paga aos países vencedores da I Guerra Mundial. Um valor impagável para aquela época. A República de Weimar se mostrou inca-paz de governar a Alemanha, o que gerou um saudosismo do período imperial carregado de au-toritarismo e nacionalismo exacerbados. Tal con-texto permitiu o crescimento de ideias e discursos nacionalistas extremos, entre eles o de Adolf Hi-tler. Alguns historiadores acusam que houve apenas uma grande guerra mundial com um in-tervalo.Épreferívelafirmarqueamaiorpartedosmotivos que levaram à II Guerra Mundial foi o revanchismo da I Guerra Mundial.

45 ANOS DO FIM DA II GUERRA MUNDIAL Com a declaração de guerra do Reino Unido e da França frente a invasão nazista so-bre a Polônia em setembro de 1939, a segunda guerra começou. A guerra foi protagonizada pela Alema-nha nazista que, coberta de um sentimento de revanchismo, iniciou sua expansão sobre a Euro-pa. Alemanha, Itália e Japão se uniram em uma aliança militar conhecida como Eixo. Tal aliança surgiu do temor do avanço soviético, em 1936 com a assinatura do Pacto Anticomintern, que foi assinado entre Alemanha e Japão e porterior-mente recebeu a adesão da Itália, formando o eixo Roma-Berlim-Tóquio. Com o objetivo de fazer frente ao Eixo, o Reino Unido, junto da França, posteriormente, EUA e URSS, foram os principais personagens da coalisão formada de países Aliados. Hitler, com uma estratégia de guerra agressiva, rapidamente, cerca de 9 meses após a invasão polonesa, marchou sobre Luxemburgo,

Holanda, Bélgica e França. Tal sucesso se deu graças a chamada blitzkrieg, uma estratégia agressiva que prezava pela rápida neutralização do inimigo e sua dominação graças a uma pode-rosa infantaria blindada. Hitler, buscou expandir seu território para o leste violando o pacto de não agressão (pac-to Molotov-Ribbentrop) assinado com a URSS. A Operação Barbarossa, em 1942, tomou territó-rios soviéticos, contudo, dado a invasão, a URSS tomou parte na guerra integrando as forças alia-das. A derrota na Batalha de Stalingrado em fe-vereirode1943, se configurou comoaprimeiraderrota da investida nazista sobre a Europa. O Terceiro Reich recebeu outra contun-dente derrota no dia 6 de junho de 1944 (dia D), quando 100 mil soldados apoiados por um contin-gente de 6 mil navios e 5 mil aviões desembar-caram na costa da Normandia, França, abrindo espaço para uma investida militar vinda do oeste rumo a Berlim. Com o crescimento das forças Aliadas frente ao Eixo, a derrota nazista se tornava cada vez mais concreta. No início de 1945, as forças soviéticas chegaram em Berlim. No dia 30 de abril, o palácio do Terceiro Reich, Reichstag, atu-almente o Parlamento Alemão, foi sitiado e cap-turado por forças aliadas, simbolizando a derrota militar nazista.

BIPOLARIDADE OmundoassistiuaofimdaSegundaGuer-ra, com a vitória dos aliados, o surgimento de um novo período de tensão. De um lado, os Estados Unidos-oprincipalvencedordoconflito-liderama formação da Otan (aliança militar formada em 1949 entre Estados Unidos, Canadá e países eu-ropeus vencedores da II Guerra Mundial). Do ou-tro, as nações socialistas do leste europeu lidera-das pela União Soviética, que formaram o Pacto de Varsóvia (aliança militar criada em 1955). Os dois blocos, soviético e capitalista, pro-tagonizaram a bipolaridade no mundo. Eles co-meçaramaestendersuasinfluênciaspeloglobo.Mesmosemconflitosdiretos(daíonomeGuerraFria), que poderiam levar a uma guerra nuclear, começaramaemergirconflitosindiretosentreospaíses dos dois blocos, como Vietnam, Coreia, Cuba, ditaduras na América Latina, Oriente Médio, entre outros, todos visando o aumento da influênciadasduassuperpotências. O Ocidente recebia injeções massivas de capital norte-americano para sua reconstrução (Plano Marshall, 1947). O Oriente se desenvol-

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GEOPOLÍTICA

via a passos lentos (Plano Molotov). Com a que-da do Muro de Berlim em 1989, que separava a AlemanhaOcidentaldaOriental,eofimdaUniãoSoviética em 1991, as tensões diminuíram consi-deravelmente. ComofimdosocialismonaEuropaaca-bou a bipolaridade. Alguns países do leste euro-peu, mesmo com a queda da União Soviética, aindaestãosobainfluênciadepolíticasedaeco-nomia russas.

GLOBALIZAÇÃO A interdependência entre nações no plano econômico e a revolução tecnológica na área das telecomunicações possibilitam, após a queda do muro de Berlim e a queda dos regimes socialis-tas, que o mundo passasse por uma reorganiza-ção geopolítica e econômica. Graças a uma maior interrelação entre as nações,transaçõesemovimentaçõesfinanceirasao redor do globo se tornaram mais frequentes, assim como o surgimento de multinacionais e transferência de unidades fabris para regiões de menor custo de mão-de-obra e matéria prima. A globalização, como um processo, rece-be várias críticas por segmentos da sociedade que defendem outra orientação de mercado e po-lítica. Segundo os opositores, a globalização é um processo, que, ao contrário do que se prega, não promoveria uma mútua cooperação entre nações, mas sim uma exploração de nações mais pobres por nações mais ricas e desenvolvidas. Indústrias e grandes empresas manipulariam políticas públi-cas de países que recebem unidades de produ-ção. Cada vez mais a política de mercado global cresce. Entretanto, a concentração de riqueza em um seleto grupo de países continua.

UNIÃO EUROPEIA Originada sobre quatro princípios básicos (livre trânsito de capital, pessoas, serviços e mer-cadorias), a Comunidade Econômica Europeia nasce em 1957 (Tratado de Roma) no contex-to da Guerra Fria. Com o tratado de Maastricht (Holanda), em 1992, o maior bloco econômico do mundo é rebatizado como União Europeia. O antigo bloco que possuía apenas seis países, passou a ser composto por 12 nações com a inclusão de Portugal, Dinamarca, Espanha, Grécia, Irlanda, Reino Unido. Em 1995, o núme-ro subiu para 15 com Áustria, Finlândia e Suécia. Em 2004 ingressam mais dez países, Chipre, Es-lováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Li-tuânia, Malta, Polônia e República Tcheca. O blo-

co torna a crescer quando ingressam Romênia e Bulgária, em 2007, e Croácia em 2013, somando 28 nações. O Euro é a moeda que circula em 15 paí-ses do bloco. Para ingresso no bloco e adoção da moeda, os países tiveram de adequar suas eco-nomias comodéficit públiconãoultrapassando3% do PIB e a dívida pública não podendo chegar a 60% do PIB. O fato de parte dos países não seguir tais recomendações, em 2008, gerou uma crisequepromoveuacriaçãodeumpactofiscalque passou a valer em 2013 para regular de for-ma disciplinada a economia de 25 dos 28 Estados (Reino Unido e República Tcheca não aceitaram o pacto, e a Croácia entrou no grupo posterior ao pacto). Foi criado ainda o fundo de resgate de 700 bilhões de euros que compõe o Mecanismo Europeu de Estabilidade. A partir de 2008, a União Europeia viven-ciaumperíododecrisefinanceiraqueterminaporpromover fuga de investidores e falta de crédito. A crise começou em países com economia mais fragilizada: Portugal, Irlanda, Grécia, Itália e Es-panha (PIIGS). Com o passar do tempo, a crise tanto se agravou como se espalhou e afeta eco-nomias fortes como a alemã. Como ações de pro-teção, os governos promovem medidas de auste-ridadefiscalqueacabamporgerardesempregoelimita o crescimento. Ainda como consequência da crise, o livre trânsito de pessoas que foi proposto pela Con-venção de Schengen (Luxemburgo) representa uma preocupação para algumas autoridades do bloco devido à migração de pessoas que saem dos países mais frágeis economicamente.

G8 Grupo formado pelos sete países capi-talistas mais desenvolvidos e a Rússia: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Ca-nadá e Japão. Representantes dessas nações se reúnemperiodicamenteparadefinirtratados,me-didas econômicas e posicionamentos políticos. Em junho de 2013, o G8 se reuniu na Ir-landa do Norte para discutir assuntos envolven-do a crise na Síria, ações globais contra fraude e evasãofiscal.Houvedebatebilateralprotagoniza-do entre o presidente americano Barack Obama e o presidente russo Vladimir Putin. O primeiro de-fendeu uma intervenção militar. O seu interlocutor ressaltou que não existia a necessidade de uma incursão bélica no território sírio. Líderes do G7 decidiram, em março de 2014, que não participariam de reunião do G8 (G7

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GEOPOLÍTICA

mais Rússia) enquanto os russos não mudarem sua posição mediante a situação na Ucrânia. O governo de Vladimir Putin considerou a decisão contraproducente para a Rússia e para outros pa-íses.

G20 Criado em 1999 com o propósito de com-bater as sucessivas crises dos anos 1990 e pro-mover a integração de novas nações que aos poucos ganhavam um maior papel no plano geo-político. É um fórum informal de países industriali-zados e de economias emergentes, uma espécie de extensão do G8. O grupo defende uma enge-nhariafinanceirainternacionalquegereoportuni-dades de desenvolvimento e crescimento mútuos para as nações integrantes. O G20 consegue somar por volta de 80% do comércio mundial e 90% do produto bruto do planeta. Possui dois terços da população do glo-bo. Os países que compõem a cúpula do G20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Ar-gentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. A União Europeia também participa do grupo.

BRICS O tabuleiro da geopolítica possui atual-mente novas peças. Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são compostos por países que há décadas eram sinônimos de atra-sos e de subdesenvolvimento. A China avançou economicamente e hoje é considerada como um dos países de grande importância dentro do qua-dro internacional. A Rússia, mesmo sofrendo um forte declínio nas décadas de 1980 e 1990, co-meçou a se reerguer somente no início do século XXI, mas nunca deixou de representar um contra-peso ao poder norte-americano. Há grupos que defendem que o mundo hoje vive uma hegemonia dos Estados Unidos. Não existiria divisão de poder ou de influência,mas sim abalos do poder estadunidense em cer-tas regiões do globo. Crises diplomáticas e episó-dios como a possível invasão americana em ter-ritório sírio - que foi rejeitada por Rússia e China -mostramqueexistempaíses influentescontrá-rios ao poderio americano. Outro episódio que retrata bem a dispu-taporzonasdeinfluênciaéacrisenaUcrânia,que busca se distanciar do passado soviético e se aproximar da União Europeia.

Em Julho de 2014, chefes de Estado dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram em Brasília com líderes da América do Sulparatentarampliarainfluênciadoblocoentrepaíses emergentes. O encontro, dividido em dois momentos, Brasília e Fortaleza, serviu para que os líderes debatessem sobre a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). É a busca por uma iden-tidade comum, além da necessidade de um forta-lecimento na colaboração entre países membros do grupo. Também foi criado um fundo para em-prestarrecursosaospaísesemdificuldadefinan-ceira, sendo uma alternativa ao FMI.

CRISE ECONÔMICA E DESEMPREGO NA EU-ROPA Em 2008, o mundo assistiu à grave crise da economia norte-americana. O setor imobiliário se aqueceu com a compra de casas a preços al-tos graças ao crédito concedido à população. O aumento das taxas de juros foi inevitável. Com a retração da economia, a busca pelos imóveis di-minuiu. As casas perdiam seu valor de comércio da mesma forma que os juros dos empréstimos imobiliários subiam. A bolha estourou quando a inadimplência atingiu altos índices. Empresas, que também estavam reféns de empréstimos bancários, passaram a cortar gastos e demitir fun-cionários, o que contribuiu para que os america-nos parassem de pagar altas parcelas das casas que já estavam com seus valores defasados. A Casa Branca ainda saiu em socorro das instituições bancárias. O maior exemplo foi a que-bra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de crédito dos Estados Unidos. A situação promoveu a estagnação da economia. A crise não se limitou ao gigante americano. Devido à integração das economias, outros países sofreram impactos da recessão econômica. Os Estados Unidos passaram a receber ajuda monetária de países como China e Inglater-ra. Os bancos que receberam a injeção de capital passaram a oferecer menores juros e mais crédi-tos. Com o aumento dos gastos públicos, o cres-cimento das importações em relação às exporta-ções e os altos gastos em campanhas militares, a economiaamericanaficouaindamaisdebilitada. O Brasil também sofreu com a recessão da economia dos Estados Unidos. Com a queda das exportações e a redução do crédito interna-cional, os mercados compradores de produtos brasileiros passaram a adotar medidas protecio-nistas para evitar que a crise se proliferasse.

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GEOPOLÍTICA

A crise econômica que se arrasta pela União Europeia é uma das consequências da re-cessão americana que eclodiu em 2008. Ela se agrava com a derrocada da economia grega, em 2010. A Grécia estava tão endividada que não conseguia mais contrair empréstimos. Bancos internacionais firmaram ajuda financeira bilioná-ria para o país sob a condição de que o mesmo ajustasse seu orçamento para que pudesse esta-bilizar a economia do bloco. A Grécia foi o primeiro país a apresentar problemas econômicos que passaram a abalar a zona do euro. Outros vieram em seguida: Portu-gal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Essas na-ções em crise foram batizadas de “Piigs”. Elas apresentavamdéficitseconômicosquedesesta-bilizam o resto da economia do bloco. ”Pig” significa porco em inglês. Não poracaso o nome foi utilizado como referência para sugerir que a economia de tais nações estão “su-jas”. A então recessão da zona do euro propõe umdesafioàEuropa:equilibrarasdívidaseaindamanter o crescimento. As medidas de austerida-de, principal ferramenta de controle para os paí-ses endividados, promovem um maior índice de desemprego.

UCRÂNIA A crise na Ucrânia traz temores políticos quenãoaconteciamdesdeofimdaUniãoSovié-tica (1991) e o colapso do bloco socialista. ARússiamantémsuainfluênciapolíticaeeconômica nas áreas dos antigos países socialis-tas. Em novembro de 2013, o governo ucraniano desistiu de assinar o acordo de Associação e Li-vre Comércio com os países europeus por pres-são da Rússia. O episódio impediu a Ucrânia de ingressar no poderoso bloco econômico. Uma série de protestos se espalhou por Kiev (capital ucraniana). A Rússia ofereceu ao governo ucraniano umpacote de ajuda financeira que consistia naredução do preço do gás fornecido à Ucrânia em 30%dovalor,alémdeajudafinanceiracomadí-vida externa do país. Oanode2014começoucomaintensifica-ção das manifestações na capital ucraniana, Kiev. Isso se deu graças ao pacote aprovado pelo par-lamento, proposto pelo presidente Viktor Yanuko-vich, que restringe manifestações no país e cria penas de até 15 anos para os manifestantes. Em resposta, cerca de 200 mil pessoas tomaram as ruasdacapitalentrandoemviolentoconflitocon-

tra a polícia. Somente no dia da votação dessa lei oconflitoresultouemcincomortes. Como tentativa de diminuir os levantes po-pulares, o primeiro-ministro Azarov deixa seu car-go. O governo concede cargos importantes aos líderes oposicionistas, mas a proposta não é acei-ta. Por pressão popular, a lei contra os protestos é derrubada no parlamento e os manifestantes são anistiados. A violência tomou conta de Kiev. Os con-frontos com a polícia somaram centenas de feri-dos.Osprimeirosmortosemconflitos foramre-gistrados no dia 22 de janeiro de 2014, quando veículos blindados foram utilizados no confronto. Em 18 de fevereiro, os protestos deixaram 26 mortos. Nos dois dias seguintes, foram mais 75 mortes, com relato de uso de armas de fogo. A oposição passou a cobrar a antecipação das eleições e limitou os poderes de Yanukovi-ch. Em 22 de fevereiro, Yanukovich foi destituído pelo parlamento. Oslekksander Tuchinov assu-miu como presidente interino. As novas eleições foram marcadas para maio de 2014. Com a ten-tativa de aproximação da Ucrânia com a União Europeia, outra questão emergiu: o separatismo da região da Crimeia. O território, historicamente, busca estreitar relações com a Rússia e até mes-mo sua integração ao país. Em plebiscito realizado em março de 2014, a Crimeia decidiu – com aprovação de 96,8% dos eleitores – pela anexação à Rússia. Os america-nos e a União Europeia questionam a consulta e resolveram adotar medidas de retaliação aos rus-sos. No dia 25 de maio, Petro Poroshenko – conhecido como “Rei do Chocolate”, por ser mag-nata de indústrias do setor – venceu a ex-premiê Yulia Tymoshenko com 54% dos votos.” O governo Ucraniano nega a separação da região. O leste do país foi tomado por milícias separatistas exigindo o desmembramento da re-gião.O impasse resultounoconflitoque já temmeses de duração e toma maiores proporções com o apoio do governo russo aos separatistas. A Rússiapassaafinanciarcomarmamentosetrei-namento os milicianos. O conflito ganhoumaior notoriedade em17 de julho de 2014 quando um Boeing 777 foi abatido no espaço aéreo ucraniano vitimando 298 passageiros que decolaram da Holanda rumo a Malásia. As investigações continuam sobre a au-toria do ataque, sendo que somente em novem-bro a perícia holandesa (responsável pela inves-tigação) terminou de coletar todo o material do

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acidente. O Avião foi interceptado por um equipa-mento militar chamado BUK de fabricação soviên-tica (década de 70).

NACIONALISMO E SEPARATISMO O movimento separatista na Crimeia não é um fato isolado no mundo. Na Europa, por exemplo, há diversos focos de tensão, visto que o continente tem uma formação de populacional diversificada.Hágrupos étnicos convivendo emum mesmo território. Nem sempre a convivência épacífica. Em 200 anos, o mapa geopolítico europeu foi se remodelando. Países se fundiram com ou-tros países por elos de ligação em comum, como a língua, a etnia, a formação social ou mesmo semelhanças econômicas. É necessário lembrar que algumas nações surgiram a partir de movi-mentos separatistas. Uma escalada de sentimentos nacionalis-tas locais promoveu um aumento de tendências pró-separatismo. A Escócia, por exemplo, reali-zou em 2014 um referendo sobre sua indepen-dência do Reino Unido que decidiu por permane-cer como membro do estado britânico. NaEspanha,existemdoisconflitoshistó-ricos. O território Basco (norte) busca sua inde-pendênciadesdeofimdoséculoXIX.Movimen-tos nacionalistas ganharam mais força a partir de 1959, como exemplo o ETA, grupo posto na cate-goria “terrorista” no governo de Francisco Franco (1939-1975). Com a constituição espanhola de 1978, a região ganhou uma certa autonomia. Em 2012, com a vitória do Partido Nacionalista Bas-co, os representantes regionais unem forças para pressionar a realização de referendos para viabi-lizar a separação da Espanha. Ainda na Espanha, a Catalunha (localiza-da ao sul do país) também sustenta o desejo se-paratista. Líderes regionais buscam a realização de referendos para consultar a população sobre a independência da região. A região dos Flandres também busca o desligamento da Bélgica. A próspera região no norte da Bélgica, que fala majoritariamente holan-dês, alega estar subsidiando economicamente a região sul do país, a Valônia. Na Itália, existem três movimentos sepa-ratistas nas regiões de Lombardia, Veneto e Ti-rol do Sul. A Lombardia, a mais populosa, nutre o sonho separatista, assim como Veneto (onde se situa a cidade de Veneza). Pesquisas de opi-nião atestam o desejo dos habitantes. Tirol do Sul busca desmembramento da Itália e união com a

Áustria, sobretudo por semelhanças referentes aos laços culturais e sociais. A maior parte da po-pulação fala alemão naquele território.

MULTIPOLARIDADE OU UNIPOLARIDADE ? Com o fim da guerra fria e a queda daUnião Soviética, ao mundo assistiu o crescimen-to da chamada globalização. Contudo, a mesma sempre foi severamente criticada, pois ao obser-var o processo de globalização, ele mais se con-figuracomoumprocessodeamericanizaçãodoglobo. Comopassardotempo,ficavamaisclaroque o mundo passava por uma hegemonia esta-dunidense. Os EUA expandiam sua cultura e sua economia. Mas em 2008, com o colapso de sua economia, graças a crise imobiliária, os EUA pas-saram por um período de recessão. A crise se propagou por todo o globo e teve fortes impactos na Europa. Contudo, o im-pacto da crise foram menos drásticos em outros países. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) conseguiram controlar melhor sua eco-nomia frente a crise, apresentando bons índices decrescimento,desafiandoopodernorteameri-cano sobre a economia. Gruposafirmamquecomasatuaistaxasde crescimento, a China irá superar a economia dos EUA em 10 anos. Atualmente economistas apontam que o mundo vive hoje um período de multipolarização, onde podemos ver várias zonas de influência,dominadas por vários blocos econômicos e políti-cos.Tambémexistemeconomistasqueafirmamque na realidade o mundo vive um intervalo da hegemonia estadunidense (unipolaridade) e que o próprio EUA trabalharão arduamente para recu-perar seu poder sobre a economia mundial.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - Em discurso proferido em 17 de março de 1939, o primeiro-ministro inglês à épo-ca, Neville Chamberlain, sustentou sua posição política: Não necessito defender minhas visitas à Alemanha no outono passado, que alternativa existia? Nada do que pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslováquia da des-truição. Mas eu também tinha outro propósito ao ir até munique. Era o de prosseguir com a política por vezes chamada de “apaziguamento europeu”, e Hitler repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, região de população alemã na Tche-coslováquia, eram a sua última ambição territorial

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na Europa, e que não queria incluir na Alemanha outros povos que não os alemães. Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler em 1938, mencionado no texto acima, foi rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que:

a) Hitler ambicionava o controle de mais ter-ritórios na Europa, além da região dos Su-detos.

b) a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia poderia ter salvado a Tchecoslová-quia.

c) o rompimento desse compromisso inspirou a política de “apaziguamento europeu”.

d) a política de Chamberlain de apaziguar o lí-der alemão era contrária à posição assumi-da pelas potências aliadas.

e) a forma que Chamberlain escolheu para li-dar com o problema dos Sudetos deu ori-gem à destruição da Tchecoslováquia.

QUESTÃO 02 - A Idade Média é um extenso periodo da História do Ocidente cuja memória é construida e reconstruida segundo as circuns-tancias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse periodo vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é:

a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Ger-manico.

b) o retorno dos valores cristaos medievais, presentes nos documentos do Concilio Va-ticano II.

c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primei-ros cristãos.

d) o fortalecimento politico de Napoleão Bo-naparte,quesejustificavanaamplitudedepoderes que tivera Carlos Magno.

e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produ-çõescinematográficasdeHollywood.

QUESTÃO 03 - Os 45 anos que vão do lança-mentodasbombasatômicasatéofimdaUniãoSoviética não foram um período homogêneo úni-co na história do mundo. [...] Dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste pe-ríodo foi reunida sob um padrão único pela situ-ação internacional peculiar que o dominou até a queda da União Soviética.

HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos. São Paulo: Companhia

das Letras, 1996.

O período citado no texto e conhecido por Guerra Friapodeserdefinidocomoaquelemomentohis-tórico em que houve:

a) corrida armamentista entre as potências im-perialistas europeias ocasionando a Primei-ra Guerra Mundial.

b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.

c) choque ideológico entre a Alemanha Na-zista/União Soviética Stalinista, durante os anos 1930.

d) disputa pela supremacia da economia mun-dial entre o Ocidente e as potências orien-tais, como a China e o Japão.

e) constante confronto das duas superpotên-cias que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

QUESTÃO 04 - Em novembro desse ano de 2009 a “queda” do muro de Berlim completa vinte anos. Durante décadas o muro representou, de maneira explícita, a realidade da Guerra Fria. A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humani-dade mergulhou no que se pode encarar, razo-avelmente, como uma Terceira Guerra Mundial. A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Sobre esse período o historiador EricHobsbawm,nasuarenomadaobraAeradosextremos,afirmaque“osgovernosdasduassu-perpotências aceitaram a distribuição global de forçasnofimdaSegundaGuerraMundial(...).AURSS controlava uma parte do globo (...). Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha he-gemonia imperial das antigas potências coloniais. Na Europa, linhas de demarcação foram traçadas (...).Haviaindefinições,sobretudoacercadaAle-manha e da Áustria, as quais foram solucionadas pela divisão da Alemanha segundo as linhas das forças de ocupação orientais e ocidentais e a reti-rada de todos os ex-beligerantes da Áustria”. Épossivelafirmarque,naEuropa,comofimdaSegunda Guerra Mundial,

a) Roosevelt, Churchill e Stalin assinaram acordos internacionais, restringindo a pro-dução de armas nucleares a determinados países.

b) Soviéticos e americanos alteraram frontei-ras geográficas, demarcando seus blocosdeinfluência,semconsiderarparticularida-

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GEOPOLÍTICA

des nacionais. c) Os líderes das grandes nações dividram a

Alemanha nazista e a Itália facista, desres-peitando o principio da autonomia dos po-vos.

d) Americanso e soviéticos repartiram a Ale-manha para evitar a propagação de regi-mes autoritários, almejando garantir a de-mocracia no planeta.

QUESTÃO 05 - Há dez anos o economista in-glês Jim 0’Neill cunhou o acrônimo Bric para se referir a quatro países de economias em desen-volvimento: Brasil, Rússia, índia e China. Em 2010, a África do Sul foi admitida no grupo, adi-cionando- se um “s” ao acrônimo, que passou a serBrics.Oselementosquepermitemidentificarestes países como pertencentes ao mesmo gru-po estão relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) Estes países dispõem de poder militar, po-lítico e econômico, além de abundância de recursos naturais que lhes fornecem poten-cial de crescimento.

b) Estes países podem contribuir para a ges-tão da ordem internacional, tanto em termos regionais quanto globais.

c) Estes países demonstram um grau de coe-sãointernasuficienteparagarantiracapa-cidade afetiva da ação estatal.

d)Estespaísestêmpodersufiucienteparaal-terar a realidade política e econômica glo-bal, na medida em que se integrarem a um sistema de alianças com os EUA.

e) Estes países podem exercer, em razão do potencial de crescimento que apresentam, umpapelmaisinfluenteemâmbitomundial.

QUESTÃO 06 - Durante um encontro realizado em abril deste ano, os representantes dos países membros do Bric anunciaram a intenção de im-plementar transações comerciais em moeda lo-cal.Issosignificaque:

a) Os países membros pretendem criar uma moeda própria única para realizar suas transações comerciais.

b) Assim como foi criado o euro na Europa, os países integrantes do Bric pretendem criar uma moeda própria para todos os emergen-tes.

c) Brasil, Rússia, Índia e China querem efetuar suas transações comerciais sem a interme-diação do dólar ou do euro.

d) Um novo mercado comum se inicía com a

criação de uma organização formada pelas maiores economias do mundo.

e) Os integrantes do grupo - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - vão negociar internacionalmente, tomando como base apenas suas próprias moedas

QUESTÃO 07 -AofinaldaSegundaGuerraMun-dial, a ruptura do acordo que unira os aliados vi-toriosos gerou um ordenamento político interna-cional baseado na bipolaridade. Nesse contexto, crises políticas e tensões sociais desencadearam um processo de construção do socialismo em di-versos países. Assinale a opção que apresenta umaafirmativacorretasobreaconstruçãodoso-cialismo no mundo do pós-guerra:

a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comunis-ta implantado pelo Marechal Tito submeteu--se à hegemonia política e econômica so-viética, o que acarretou sua expulsão do movimento dos países não alinhados.

b) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo reformista, baseado na descentralização e liberalização do sistema frente ao modelo stalinista, retomado na política de Brejnev, foi interrompido pela repressão russa, en-cerrando a “Primavera de Praga”.

c) Na China (1949), a revolução comunista derrubou o regime imperial e expulsou os invasores japoneses da Manchúria, reunin-do os nacionalistas, os “senhores da guer-ra” e os comunistas maoístas em um gover-no de coalizão que instituiu uma república popular no país.

d) Na Coréia (1950-53), a intervenção militar norte-americana impediu o avanço das for-ças revolucionárias comunistas que ocupa-vamonortedopaís, reunificandoasduasCoréias sob a tutela do Conselho de Segu-rança da ONU.

e) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucioná-rios castristas foi favorecida pela promulga-ção da Emenda Platt no Senado americano, que regularizou o envio de armamentos aos guerrilheiros contrários à ditadura de Ful-gêncio Batista

QUESTÃO 08 - Sobre a geopolítica na conjuntu-ra imediatamente pós Segunda Guerra, pode-se afirmarque:

a) as áreas que não se envolveram, direta-mente, no conflito conseguiram alcançarum amplo desenvolvimento econômico ba-seado em uma política de exportação.

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GEOPOLÍTICA

b) as diversas formas de dominação colonial e de exploração que caracterizavam, histo-ricamente, as relações entre o centro e a periferia foram mantidas.

c) os países aliados estabeleceram uma políti-ca de arrasamento dos países vencidos in-viabilizando o crescimento mundial durante décadas.

d) os países vencidos se agruparam forman-do o bloco dos não-alinhados viabilizando, assim, sua recuperação uma vez que não foram levados em consideração pelos ven-cedores.

QUESTÃO 09 - Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única européia. Leia a notícia destacada a seguir.O nascimento do Euro, a moeda única a ser ado-tada por onze países europeus a partir de 1 de janeiro, é possivelmente a mais importante reali-zação deste continente nos últimos dez anos que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reu-nificaçãodasAlemanha,àlibertaçãodospaísesdaCortinadeFerroeaofimdaUniãoSoviética.Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade européia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itá-lia, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do ame-ricano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a con-dição de moeda hegemônica.

(Gazeta Mercantil, 30/12/1998)

A matéria refere-se ‘à “ desmontagem das estru-turas do passado” que pode ser entendida como:

a)ofimdaGuerraFria,períododeinquietaçãomundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos.

b) a inserção de alguns países do Leste Euro-peu em organismos supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no mundo.

c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à polarização ideológi-ca da antiga URSS.

d) a confrontação dos modelos socialista e ca-pitalistaparadeteroprocessodeunificaçãodas duas Alemanhas.

e) a prosperidade as economias capitalistas e socialistas, com o consequente fim daGuerra Fria entre EUA e a URSS

QUESTÃO 10 - A formação de blocos de países é uma característica marcante da ordem global contemporânea. A União Europeia (UE) é, pro-vavelmente, o melhor exemplo de superação de históricas divergências para o êxito do projeto in-tegracionista. No que se refere à UE e aos seus mais recentes problemas, assinale a opção cor-reta.

a) Ao liderarem o processo de criação da UE, Alemanha e França reafirmaram os laçosda histórica aliança que os une, fato deci-sivo para assegurar o isolamento do Reino Unido no contexto continental.

b) A atual crise a envolver a UE é essencial-mentefinanceira,colocandoemsérioriscoa estabilidade do euro, moeda única adota-da por todos os países integrantes do bloco.

c) Com o objetivo de superar a atual crise e depois de difíceis negociações, os países da UE decidiram que as respectivas Consti-tuições nacionais deverão incluir a obrigato-riedade de orçamentos equilibrados.

d) A exclusão da zona do euro de países com economia em crise, como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, foi uma saída radical entendida como necessária para salvar o projeto integracionista europeu.

e) Demonstrando absoluta maturidade políti-ca e compreensão acerca da gravidade da situação, a opinião pública dos países em crise econômica, a exemplo da grega e da portuguesa, apoiou as medidas de austeri-dade propostas.

QUESTÃO 11 - Assinale com V as proposições Verdadeiras e com F as Falsas, em relação à União Europeia.

1. ( ) Este bloco econômico que passou a exis-tir em 1992, e hoje conta com 25 países, teve sua origem com a criação da Comuni-dade Europeia do Carvão e do Aço, da qual faziam parte, inicialmente, 6 países.

2. ( )Apósaratificaçãodeumaconstituiçãopara a União Europeia, o Euro se tornou a moedaoficialdetodooblocoeconômico.

3. ( ) A recusa da Turquia em ingressar na União Europeia frustra a pretensão deste bloco em se aproximar do Oriente Médio e ter uma maior representação de muçulma-nos em sua população.

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GEOPOLÍTICA

4. ( ) O veto do ingresso dos países do Leste Europeu à União Europeia deve-se ao fato de tais nações terem sido repúblicas socia-listas.

A sequência correta das assertivas é:a) F V V V b) V V V Vc) F F F F d) V F F F e) F F V V

QUESTÃO 12 - OsconflitosnaUcrâniaqueocu-pam os noticiários recentemente são o resultado de uma divisão interna histórica no país acirrada pelo abandono de um acordo de associação à União Europeia (UE) e de manutenção das tradi-cionais relações com a Rússia. A desistência do governo em se aliar à UE levou milhares de pes-soas às ruas. As manifestações foram reprimidas pelo Estado com violência, e o número de mortos aumentaacadadia.SobreoconflitonaUcrâniaécorretoafirmarque:

I. conforme o Memorando de Budapeste, de 1994, os EUA, o Reino Unido e a Rússia comprometeram-se a garantir a indepen-dência e as atuais fronteiras da Ucrânia. Em troca, a Ucrânia concordou em assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, desmantelando seu arsenal nu-clear herdado da União Soviética.

II. A Rússia anexou a Crimeia, que fazia parte da Ucrâ-nia, após referendo popular rea-lizado em 16/03/14 com cerca de 95% da população votando pela anexa-ção à Rús-sia e a consequente separação da Ucrânia. União Europeia e EUA manifestaram-se contrários ao referendo e não reconhecem sua legalidade.

III.A Ucrânia situa-se numa posição estratégi-ca na fronteira entre a Europa e a Rússia, entre o Ocidente e a Ásia, estabelecendo laços econômicos com a Rússia e a UE.

IV.Estabeleceu-se na Ucrânia como legado do fimdaGuerraFriaumadivisão.Deumladoé representada pelos manifestantes que pe-dem o estreitamento das relações do país com a UE, e outro é representado pela po-pulação com vínculos fortes com a Rússia, tanto étnica como culturalmente.

Assinale a alternativa correta:a) I, II e III b) III e IV c) I, II, III e IV d) II e III.

QUESTÃO 13 - Em 2014, a Primeira Guerra Mun-dial, conflito bélico entre 1914-1918, completa100anosdesuadeflagração.Elaficouconheci-da como a Guerra mais devastadora, até então,

existente na Europa. O Brasil, mediante política dealiança,nãoficoualheioaesseconflito.Sobreisso,analiseasafirmativasaseguir:

I. Quando a Primeira Guerra Mundial começou em1914,aInglaterrafiguravacomooprin-cipal parceiro comercial do Brasil.

II. O Brasil não participou da guerra, manten-do-seneutroatéotérminodoconflito.

III. Em abril de 1917, o governo brasileiro rom-pe relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha, e o afundamento do navio mer-cante Paraná constituiu-se como o episódio decisório para esse rompimento.

IV. O presidente Venceslau Brás revogou a neutralidade do Brasil em 1917, posicionan-do-se ao lado dos Estados Unidos, o que corroborou a política diplomática de solida-riedade continental.

V. Em razão de o ministro das Relações Ex-teriores Lauro Müller ser pró-Alemanha, o Brasil se associou com as potências aliadas (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Oto-mano e Bulgária) desde 1914.

Estão CORRETAS a) II, IV e V. b) I, IV e V. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) I, II e V.

QUESTÃO 14 - Em 1918, encerrava-se a Primei-ra Guerra Mundial, que se caracterizou pelo con-fronto armado direto entre as principais potências europeias. A respeito do término dessa guerra, considere as seguintes afirmações. I. Além daadoção do regime republicano, a Alemanha foi forçada a pagar indenizações pelos danos causa-dos aos países vencedores. II. Apesar das perdas econômicasedemográficas,aguerranãoabaloua hegemonia da Europa que manteve seu poderio intacto. III. A Áustria e a Hungria como estados independentes surgiram do colapso do Império Habsburgo. Quais estão corretas?

a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas l e Il. d) Apenas l e lll. e) I, II e III.

QUESTÃO 15 - Com o final da Guerra Fria, omundo vislumbrou o estabelecimento de uma nova Ordem Mundial, o que provocou muitas dis-cussões e debates. Sobre essa questão, julgue as alternativas:

I.ComofimdaBipolaridade,omundotornou-se multipolar, devido ao crescimento de algumas superpotências e de blocos eco-nômicos que atualmente rivalizam com os Estados Unidos, a exemplo da União Eu-

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GEOPOLÍTICA

ropeia, do Japão e, mais recentemente, da China;

II. Após a Guerra Fria, o mundo tornou-se uni-polar, pois, para muitos analistas, não há mais nenhuma potência capaz de fazer frente aos Estados Unidos.

III. Com o fim da União Soviética, o mundopassou a ser chamado de unimultipolar, uma vez que apenas os Estados Unidos se consolidaram como potência militar, mas no campo tecnológico e econômico, Japão, China e União Europeia também exercem papel de destaque no cenário mundial.

Sobreasafirmaçõesacima,assinale:a)ApenasaafirmativaIéverdadeira.b)ApenasaafirmativaIIéverdadeira.c)ApenasaafirmativaIIIéverdadeira.d) Todas estão incorretas.e) Todas estão corretas.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10A A E B D C B B A C

11 12 13 14 15C C C D C

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SOCIOLOGIA

Assunto: CULTURA A palavra cultura faz parte do vocabulário popular cotidiano e por causa desse uso corrente ganhouinúmerossignificados.Épossívelfalardecultura como sinônimo de conhecimento, quando seafirmaquefulano“nãotemcultura”;oucomoo equivalente de erudição quando, por exemplo, alguma obra tem um valor cultural consagrado; associada também às atividades agrícolas, como a “cultura do arroz” ou a “cultura do milho”; ou até mesmo como informação descartável, quando o termo “cultura inútil” é empregado. Analisando do ponto de vista etimológico, a palavra cultura deriva do latim colo, que segundo Alfredo Bosi, expressa o sentido de ocupar uma terra e cultivá-la através de atividades agrícolas: “eu moro, eu ocupo a terra e, por extensão, eu trabalho, eu cultivo o campo”. (BOSI, 2002, p. 11) Associada inicialmente a esse aspecto concreto de utilização da terra e prepará-la para produzir bons frutos, com o tempo a palavra sofreu uma derivação e ganhou outra dimensão: a ideia de cultura do espírito, referindo-se às pessoas que setornavamrefinadasemvirtudedaaquisiçãodoconhecimento letrado e pelos hábitos ditos mais civilizados. No entanto, o conceito mais comum e tam-bém mais geral atribuído à palavra cultura refere--se àquilo que

(...) diz respeito a tudo aquilo que ca-racteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade. Podemos falar assim na cultura francesa ou na cultura xavante. Do mesmo modo fa-lamos na cultura camponesa ou então na cultura dos antigos astecas. (SAN-TOS, 1997, p. 24)

Dessa maneira, a cultura se refere a todo tipo de realização humana, fruto da sua capa-cidade de criação e transformação do meio na-tural, na busca incessante pela sobrevivência e aprimoramento dos aspectos que envolvem sua vida. Existe a cultura material, que se refere a artefatos de guerra, objetos, utensílios, roupas, carros, prédios ou qualquer objeto físico palpável que seja oriundo da criatividade humana. A cultu-ra imaterial está vinculada a hábitos, costumes, crenças, valores, comportamento e relações so-ciais, que não necessariamente estejam visíveis. Ou seja, são os aspectos abstratos da existência das pessoas e que também representam constru-ções sociais. Apartirdeumaanálisemaisespecífica,o

antropólogo brasileiro Roberto DaMatta criou um conceito que prima pela simplicidade e pela capa-cidade explicativa. Preocupado com a definiçãodo que é o Brasil e qual sua identidade cultural, eleafirmaque“a palavra cultura exprime precisa-mente um estilo, um modo e um jeito, repito, de fazer as coisas.” (DaMatta, 2001, p. 17) É importante ressaltar que não existem culturas superiores ou inferiores, apenas culturas diferentes. E quando se busca avaliar qualquer costume, hábito ou tradição de um povo distinto a partir do seu próprio esquema de valores, esse comportamento é caracterizado como etnocen-trismo. Ou seja, utiliza-se a sua cultura como o padrão para avaliar todas as outras formas de existência humana, o que caracteriza um erro analítico que, não raras vezes, está associado ao preconceito cultural. O desenvolvimento e a disseminação dos meios de comunicação de massa permiti-ram que houvesse uma maior interação entre as culturas, além de facilitar o acesso a hábitos, costumes, valores e comportamentos distintos. Diante desse cenário e como forma de combater o etnocentrismo, incentiva-se mais a prática do multiculturalismo e do relativismo cultural. Por multiculturalismo entende-se a postura de com-preender e respeitar as práticas culturais distintas do indivíduo que convive com povos diferentes, promovendo o respeito e o entendimento. O rela-tivismorefletenaausênciadejuízosdevalorouideias preconcebidas quando se procede a aná-lise da cultura de outros povos, partindo da ideia de que cada cultura tem suas particularidades. Outro ponto a ser analisado é que as cul-turas são dinâmicas e estão num constante pro-cesso de transformação e remodelamento. Mui-tas vezes os contatos com povos distintos geram múltiplas influências culturais, de parte a parte.Isso se dá mesmo naqueles casos em que uma sociedade economicamente mais poderosa es-tendeumainfluênciaparaoplanodacultura.Porexemplo,écomumafirmarqueatualmenteoBra-silsofreumagrandeinfluênciadaculturanorte-a-mericana, de tal forma que as culturas locais es-tão se descaracterizando pela presença maciça dos meios de comunicação como a TV, o cinema e a internet. No entanto, os estudos antropológicos afirmam que, apesar da globalização e sua in-fluencia marcante no sentido de homogeneizarhábitos, estilos de vida e padrões de consumo, as culturas locais passam por um processo de re-modelamento, não significando necessariamen-

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te que elas desapareçam. Segundo o sociólogo mexicano Nestor García Canclini, esse processo, comandado por aspectos econômicos, ocorre da seguinte maneira:

(...) a estratégia hegemônica da glo-balização costuma atentar somente à parte desses processos que é redu-tível ao mercado, ou seja, àquilo que cabe em suas políticas clientelares. Quando se leva em conta o diferen-te,pede-sequeelesedesidentifiqueou se descaracterize, não necessaria-mente que desapareça. (CANCLINI, 2003, p. 46)

O funk, por exemplo, é um estilo musical que surgiu nas periferias das grandes cidades, retratando a vida e a visão de mundo das clas-ses populares. Apesar de um começo em que era muito forte o preconceito das outras classes so-ciais, pois era taxada de “música de favelado”, e por isso supostamente representaria uma cultura de menor valor. O recente sucesso desse ritmo se deve por diversos fatores vem passando por inú-meras mudanças e os novos cantores souberam combinarinfluênciasdopopnacionaleinternacio-nal. A discussão antropológica sobre os estu-dos culturais teve grande impulso na Europa, a partir do século XVIII, com o desenvolvimento das ciências e a necessidade concreta de conhecer os povos nativos das terras em processo de con-quista. A estratégia era “conhecer para dominar”. Muitas missões exploratórias eram enviadas, contendo pesquisadores responsáveis por esta-belecer os primeiros contatos (aparentemente pa-cíficos)comastribosnativas. A colonização europeia era legitimada por aspectos culturais, pois autoridades e intelectuais da época defendiam a “missão” da Europa em “ci-vilizar” os povos atrasados, levando para eles o conhecimento, a ciência, o desenvolvimento e a cultura dos povos mais desenvolvidos. Contradi-toriamente, os estudos que hoje defendem o rela-tivismo cultural e o entendimento entre as diferen-tes culturas foram no seu início um instrumento ideológico de dominação dos povos europeus, de tecnologia mais avançada, sobre os povos e as “raças” consideradas inferiores, seja no plano tec-nológico, cultural, intelectual ou econômico.

A CULTURA BRASILEIRA As palavras-chave que comumente estão associadas ao Brasil e sua identidade cultural são: futebol, carnaval, samba, cordialidade e mis-

cigenação racial. Entretanto, a cultura brasileira não se re-sume a esses elementos acima mencionados. Ela écomplexa,dinâmica,pluralediversificada.Estáem constante processo de transformação e ca-minha passo a passo com as transformações so-ciais, políticas e econômicas, sem que seja mero reflexodelas. No atual contexto, em que o país alcança status de emergente, pois está entre maiores eco-nomias do planeta, o Brasil desperta a atenção de outros países, que querem conhecer melhor quem são os brasileiros e como vivem. Dessa forma, torna-se fundamental uma compreensão sociológica sobre os aspectos culturais que nos identificam. Diante da criação de uma cultura globali-zada, os marcos de referência da cultura nacional aparentementeficammeioconfusos.ComobemafirmouIanni:

“o mundo se torna grande e peque-no, homogêneo e plural, articulado e multiplicado. Simultaneamente à glo-balização, dispersam-se os pontos de referência, dando a impressão de que se deslocam, flutuam, perdem.Mesmo os centros decisórios mun-diaismaisfortesnemsempreseafir-mam absolutos, inquestionáveis. (...) A verdade é que declina o Estado-nação, mesmo o metropolitano. (...) Globalizam-se perspectivas e dilemas sociais, políticos, econômicos e cultu-rais.” (Ianni; 2003; p. 91)

Seráqueas influênciasdaculturaexter-nassignificaramadescaracterizaçãodasnossasreferências nacionais ou até mesmo um possível desaparecimento de algumas culturas locais? Ou a cultura é dinâmica a ponto de absorver essas in-fluências,criandoumaculturacomumpénolocale com outro pé no global?

A IDENTIDADE DO BRASILEIRO Geralmente três fatores costumam ser le-vados em consideração para o fato de o Brasil ter mantido a sua unidade territorial e política: a língua portuguesa, a religião católica e a união de interesses de uma elite econômica escravocrata. Embora elementos constituintes de uma identida-de cultural, eles não formam aquilo que podemos chamar de unidade. Existem controvérsias teó-ricas quanto à formação do brasileiro. Euclides da Cunha, no seu livro clássico sobre a guerra de Canudos, Os Sertões, sentencia: “Não temos

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unidade de raça. Não a teremos, talvez, nunca”. (CUNHA; 1995; p. 62) Vale lembrar que no iní-cio do século 20, o conceito de raça dominava osdebatesintelectuais,poiscientificamenteesseconceito era válido diferenciar os tipos humanos e atribuir suas características fundamentais. Já o contemporâneo antropólogo Darcy Ribeiro faz uma análise diferente. Para ele o Bra-sil constitui uma nova nação, com unidade e iden-tidade étnica. “[O Brasil] surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e sin-gularizadapelaredefiniçãodetraçosculturaisdelas oriundos.” (RIBEIRO; 1998; p. 19) As opiniões divergentes versam aquele que é considerado o primeiro aspecto da nossa identidade: o brasileiro como fruto da miscige-nação entre as chamadas três matrizes étnicas: a portuguesa, a negra e a índia. Só que Darcy Ribeiro vai mais além ao destacar um dos grandes patrimônios brasileiros: a sua diversidade cultural, resultado da intensa miscigenação social presen-te na sociedade brasileira.

O FUTEBOL No início do século XX, a ideologia de um país culturalmente inferior, atrasado social e eco-nomicamente disseminou-se em outros aspectos da cultura brasileira. O futebol era um exemplo dessa realidade. Esporte trazido por imigrantes efilhosde imigrantes inglesesnofinaldosécu-lo XIX, atualmente é um dos elementos de maior identificação do brasileiro, convertendo-se numdos nossos maiores “produtos de exportação”. Os primeiros praticantes do esporte no país eram, em sua maioria, pessoas de classe média alta, como engenheiros, advogados, mé-dicos, comerciantes. Os clubes sociais eram os locais preferidos para exercitar o “esporte bretão”. Mesmo assim, muitos trabalhadores da periferia das grandes cidades o praticavam nos campos de várzea. Nos anos 1930 e 1940 o futebol ganhou popularidade, com a construção de estádios, com a realização da Copa do Mundo e com o incentivo governamental, que viu no esporte uma forma de atrair a simpatia e o apoio político dos trabalhado-res. A economia brasileira crescia, industriali-zava-see,noaspectosocial,verificava-seocres-cimento das cidades e da infraestrutura urbana. No futebol, o país ainda não conseguira ganhar uma Copa do Mundo. Até então, nunca chegara

a ser protagonista de tal evento. A esses insu-cessos, muitos chamavam de “complexo de vira--lata”, já que supostamente não estava destinado ou habilitado a exercer o papel de destaque no cenário internacional. O título mundial de 1958, conquistado por um time de jogadores mestiços, dentre eles Pelé, evidenciou o equívoco da “pureza racial” no fute-bol, trouxe orgulho para os brasileiros ao elevar sua autoestima e colocou o país em destaque no esporte mais popular do mundo.

O CARNAVAL A maior festa popular brasileira efetiva-mente não é uma invenção originalmente nossa. Mas ela se tornou um símbolo nacional pelo fato de aqui ter adquirido características próprias da chamada “brasilidade”, pois foi reinventado à ma-neira do que estabelece o movimento antropo-fágico. Mesmo adquirindo várias particularidades ao longo do país, pode-se dizer que o carnaval brasileiro é único. É um dos complexos culturais brasileiros mais conhecidos no exterior. Pode-se dizer que é uma das coisas que “fazemos bem e que ninguém no mundo faz igual”. Entretanto, há duas visões divergentes acerca do carnaval: a visão negativa de que o país para e não se produz nada, afinal “o anoefetivamente só começa após o carnaval”. Ex-pressão cultural da preguiça e indolência do bra-sileiro, que em parte explicariam o seu subdesen-volvimento, associado ao desregramento do seu comportamento moral. A visão positiva de que é a única festa popular e democrática de caráter uni-versal, em que não importa a cor ou classe social, já que se torna num momento singular de união dos brasileiros. Deixando de lado as interpretações base-adas no senso comum, a análise sociológica faz várias ponderações acerca do carnaval. É bem verdade que em algum aspecto não deixa de ter pontos semelhantes com a visão popular. Para o antropólogo Roberto Da Matta, no livro Carna-vais, malandros e herois – para uma sociologia do dilema brasileiro, o carnaval é expressão cultural de uma sociedade em que

“um povo tão achatado junto a um sis-tema de relações pessoais, tão pre-ocupado com personalidade e com sentimentos; uma multidão tão sem face e sem voz, junto a uma elite tão rouca de gritar por suas prerrogativas e direitos” (DA MATTA; 1983; p. 14)

Ou seja, é um produto de um país que tem

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como principal marca sua desigualdade, com re-lações autoritárias (dominação social) e hierárqui-cas (desigualdade social e má distribuição de ren-da). No entanto, o autor não cai no lugar-comum de associar o carnaval com o circo para aqueles que precisam de pão. Diferente de outros mundo afora, no Bra-sil, o carnaval constitui-se num ritual em que ocor-re um processo chamado de inversão:

“a festa enfatiza uma dissolução do sistema de papeis e posições sociais, já que os inverte no seu decorrer, ha-vendo, contudo, uma retomada des-ses papeis e sistema de posições nofinal do rito, quandosemergulhanovamente no mundo do quotidiano”. (DA MATTA; 1983; p. 54)

O que verdadeiramente acontece no car-naval é a suspensão temporária das hierarquias sociais e preconceitos raciais, que permitem ao trabalhador subalterno, por exemplo, sentir-se respeitado e admirado por ter samba no pé. Ocorre também a mistura entre o comportamen-to que é típico do ambiente privado, simbolizado pela casa, e o ambiente público, simbolizado pela rua. Por isso durante as festividades alguns são caracterizados como “despudorados”, já que tais excessos são consentidos por se tratar de “carna-val”. O carnaval é o momento único em que as diferenças sociais são deixadas de lado em uma sociedade tão desigual; no qual a liberdade de comportamento é exercida num país com várias imposições morais e onde o negro, tão discrimi-nado cotidianamente, pode ser aclamado como o protagonista da festa. É um engano pensar que tais fatos representam simplesmente uma maneira de manter o povo sob controle. Nem mesmo atestar a suposta cordialidade do brasileiro, que prefe-riria uma boa festa a uma boa luta. Na verdade, constitui-se numa forma criativa do brasileiro de conviver com tantas dificuldades, e temporaria-mente vivenciar uma sociedade sem tantas bar-reiras e preconceitos.

BibliografiaBOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. 4ª Edição. São Paulo. Companhia das Letras, 2003.CANCLINI, Néstor García. A Globalização Ima-ginada. São Paulo: Editora Iluminuras, 2003.CUNHA, Euclides. Os sertões. São Paulo: Círculo do livro, 1995.

Da Matta, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 2001._______________. Carnavais, Malandros e He-rois. Para uma sociologia do dilema brasileiro. 4ª edição. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1983.IANNI, Octávio.RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Com-panhia das letras, 1998.SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. Cole-ção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasi-liense, 1997.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - (Unisc 2013) - “As considerações sobre cultura nos levam a uma importante con-clusão: a existência de uma imensa diversidade cultural – tanto nos níveis regionais e nacionais como na sociedade global – implica a existência de diferenças, mas não de desigualdades. Em ou-tras palavras, a Antropologia nos ensina hoje que sociedades e grupos sociais cujos valores, práti-cas e conhecimentos não são iguais aos nossos não são primitivos ou inferiores: são diferentes. As diferenças só passam a ser sinônimo de desi-gualdade quando estão inseridas em relações de dominação e exploração.”

(SANTOS, Rafael José. Antropologia para quem não vai ser antro-pólogo. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2005. p. 32-33)

Considerando a ideia de diversidade cultural apresentada no texto acima, avalie as seguintes afirmativas:

I. A diversidade cultural existe porque as dife-rentes sociedades encontram-se em está-gios diferentes de evolução social.

II. O estudo e reconhecimento da diversidade culturalnãopermiteaclassificaçãodeso-ciedades em primitivas e evoluídas.

III. As diferenças biológicas entre os seres hu-manos determinam as diferenças de hábi-tos e costumes culturais.

IV. As diferenças culturais são transformadas em desigualdades culturais quando duas ou mais culturas são colocadas em contato por relações de força.

Assinale a alternativa correta. a)SomenteaafirmativaIestácorreta.b)SomenteasafirmativasIIeIIIestãocorre-tas. c)SomenteasafirmativasIeIVestãocorretas.d)Todasasafirmativasestãocorretas.e)SomenteasafirmativasIIeIVestãocorre-tas.

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QUESTÃO 02 - (Unesp 2012) - Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importan-te é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segun-do os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternida-de promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colo-nização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos con-siderar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira decamuflarsuabarbáriesobessesideais.

(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

No texto citado, o pensador contemporâneo Ed-gard Morin desenvolve:

a)reflexõeselogiosasacercadasconsequên-cias do etnocentrismo ocidental sobre ou-tras culturas.

b) um ponto de vista idealista sobre a expan-são dos ideais da Revolução Francesa na história.

c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores cultu-rais.

d)umareflexãocríticaacercadocontatoen-tre a cultura ocidental e outras culturas na história.

e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

QUESTÃO 03 - (Unesp 2014) - Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, é assim que deveríamos nos re-ferir a elas: a cultura esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou a raça judaica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas não era um relativista que acreditava que todas as cul-turas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tábula rasa. Ele considerava a ci-vilização europeia superior às culturas tribais, in-sistindo apenas em que todos os povos eram ca-pazes de atingi-la. Não negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver diferenças entre as pessoas de um mesmo grupo étnico. O que importava para ele era a ideia de que todos os grupos étnicos são dotados das

mesmas capacidades mentais básicas.(Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natu-

reza humana, 2004. Adaptado.)

Considerandoo texto,écorretoafirmarque,deacordo com o antropólogo Franz Boas,

a) os critérios para comparação entre as cultu-ras são inteiramente relativos.

b) a vida em estado de natureza é superior à vida civilizada.

c) as diferenças culturais podem ser avaliadas por critérios universalistas.

d) as diferenças entre as culturas são biologi-camente condicionadas.

e) o progresso cultural é uma ilusão etnocên-trica europeia.

QUESTÃO 04 - (Enem 2012) - Na regulamenta-ção de matérias culturalmente delicadas, como, porexemplo,alinguagemoficial,oscurrículosdaeducação pública, o status das Igrejas e das co-munidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhan-tes ao matrimônio, a aceitação de normas de se-gurança ou a delimitação das esferas pública e privada—emtudoissoreflete-seamiúdeapenaso autoentendimento ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos paratodos,podeeclodirumconflitoculturalmo-vido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São

Paulo: Loyola, 2002.

A reivindicação dos direitos culturais das mino-rias, como exposto por Habermas, encontra am-paro nas democracias contemporâneas, na medi-da em que se alcança:

a) a secessão, pela qual a minoria discrimina-da obteria a igualdade de direitos na condi-ção da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional.

b)areunificaçãodasociedadequeseencon-tra fragmentada em grupos de diferentes comunidadesétnicas,confissõesreligiosase formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional.

c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoen-tendimento se submeterem ao debate pú-blico, cientes de que estarão vinculados à

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coerção do melhor argumento. d) a autonomia dos indivíduos que, ao chega-

rem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional.

e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para com-por a arena política a ser compartilhada.

QUESTÃO 05 - (Enem 2ª aplicação 2010) - A hibridez descreve a cultura de pessoas que man-têm suas conexões com a terra de seus antepas-sados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de ou-tras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.

CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando:

a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros.

b) civilizações se fecham a ponto de retoma-rem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados.

c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros.

d) elementos culturais autênticos são desca-racterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem.

e) intercâmbios entre diferentes povos e cam-pos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.

QUESTÃO 06 - (Unesp 2013) - Hoje, a melhor ciência informa que as etnias são variações cos-méticas do núcleo genético humano, incapazes sozinhas de determinar a superioridade de um indivíduo ou grupo sobre outros. Segundo o mé-dico Sérgio Pena, não somos todos iguais, somos igualmente diferentes. É uma beleza, do ponto de vista da antropologia genética, esperar que, um dia, ela ajude a desvendar o enigma clássico da condiçãohumanaqueéaeternadesconfiançadooutro, do diferente, do estrangeiro. O DNA nada sabe desse sentimento. No seu coração genético, a espécie humana é tão mais forte e sadia quanto mais variações apresenta.

(Fábio Altman. Unidos pelo futebol … e pelo DNA. Veja, 09.06.2010. Adaptado.)

Esta reportagem aborda o tema das diferenças entre as etnias humanas sob um ponto de vis-ta contrastante em relação a outras abordagens vigentes ao longo da história. Em termos éticos, trata-se de uma abordagem promissora, pois:

a) opõe-se às teorias antropológicas que cri-ticaram o etnocentrismo ocidental em seu papeldejustificaçãoideológicadocolonia-lismo.

b) apresenta argumentos científicos quepro-vam o caráter prejudicial da miscigenação para o progresso da humanidade.

c)forneceumafundamentaçãocientíficaparajustificarestereótiposracistaspresentesnopensamento cotidiano e no senso comum.

d) permite um questionamento radical dos ide-ais universalistas inspiradores de políticas de preservação dos direitos humanos.

e) estabelece uma ruptura com teorias euge-nistasquedefenderamapurificaçãoracialcomo meio de aperfeiçoamento da huma-nidade.

QUESTÃO 07 - É um grande erro comparar culturas diferentes. Por exemplo, há indígenas que caçam, pescam, coletam e para isso precisam de uma grande área, enquanto nós podemos escolher nossos produtos industrializados e com conservantes nas prateleiras de qualquer supermercado.

SAKAMOTO, Leonardo. Se os índios estão com fome e não têm terras, que comam brioches!. Blog do Sakamoto. 25 jul. 2012.

Disponível em: <http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/07/25/...brioches/>. Acesso em 26 jul. 2012.

O trecho acima apresenta uma recomendação metodológica acerca da análise cultural. A partir dele e de seus conhecimentos sobre diversidade cultural, assinale a alternativa correta.

a) As culturas devem ser analisadas em uma perspectiva comparada, a partir de uma análise estatística.

b) As culturas devem ser estudadas e conheci-dasapartirdesuaespecificidade.Ométo-doetnográficobuscafazerexatamenteisso.

c) As culturas devem ser estudadas a partir de seusistemapolítico.Ométodomaiseficazé o da pesquisa de opinião.

d) As culturas devem ser estudadas a partir da sua saúde. O melhor método é o de entre-vistas.

e) As culturas são analisadas a partir de sua produção artística. Para tanto, deve-se utili-zarométododeanálisebibliográfica.

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QUESTÃO 08 - (Enem PPL 2013) - O Baile Char-me, uma das mais conhecidas manifestações culturaisdopovocarioca, ficacadastradocomobem cultural de natureza imaterial da cidade. O decreto considera o Baile Charme uma genuína invenção carioca, e destaca a riqueza de sua ori-gem na musicalidade africana, que abriga ritmos como o soul, o funk e o rythim’n blues, da fonte norte-americana, e o choro, o samba e a bossa--nova, criações nascidas no Rio. O Baile Char-me é cultuado, principalmente na Zona Norte da cidade, seja em clubes, agremiações recreativas e espaços públicos como a área do Viaduto de Madureira.Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).

Segundo o texto, o cadastramento do Baile Char-me como bem imaterial da cidade do Rio de Ja-neiro ocorreu porque essa manifestação cultural:

a) possui um grande apelo de público. b) simboliza uma região de relevância social. c) contém uma pluralidade de gêneros musi-

cais. d) reflete um gosto fonográfico de camadas

pobres. e) representa uma diversidade de costumes

populares. QUESTÃO 09 - (Enem 2013) - A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movi-mento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendêlo historicamente.

MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas

Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas:

a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.

b) perderam a relação com o seu passado his-tórico.

c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.

d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.

e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

QUESTÃO 10 - (ENEM 2013) - Nofinal do sé-culo XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas

alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um preten-sioso objetivo em relação à comemoração car-navalesca em si mesma: com seus desfiles decarros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que con-sistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém pa-recia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistirperfeitamentecomosdesfiles.PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres

nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de

história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adap-tado).

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as:

a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.

b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.

c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.

d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.

e) perseguições policiais tinham caráter xenó-fobo por repudiarem tradições estrangeiras.

QUESTÃO 11 - (Enem PPL 2012) - AofinaldoAno da França no Brasil, aconteceu na Bahia um encontro único entre a bossa nova brasileira e a música francesa,noshowdocantorecomposi-tor baiano radicado na França, Paulo Costa. O showsechama “ToulouseemBossa”porcontada versão da música “Toulouse”, de Claude Nou-garo, que é uma espécie de hino deles, tal como é para nós “Garota de Ipanema”, explica Paulo Costa. Nougaro é famoso na França e conhecido por suas versões de músicas brasileiras, como “O Que Será que Será” e “Berimbau”.

Disponível em http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010. Adaptado.

O que representam encontros como o ocorrido na Bahia em 2009 para o patrimônio cultural das so-ciedades brasileira e francesa?

a)Ocasiãoparaidentificarqualdasduascultu-

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ras é mais cosmopolita e deve ser difundida entre os demais países.

b) Oportunidade de se apreciar a riqueza da di-versidade cultural e a possibilidade de fazer dialogar culturas diferentes.

c) Mostra das diferenças entre as duas cultu-ras e o desconhecimento dos brasileiros em relação à cultura francesa.

d) Demonstração da heterogeneidade das composições e da distância cultural entre os dois países.

e) Tentativa de se evidenciar a semelhança lin-guística do francês e do português, com o intuito de unir as diferentes sociedades.

QUESTÃO 12 - (Enem PPL 2012) - O Ofício das Baianas de Acarajé constitui um bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos Saberes em 2005, que consiste em uma prática tradicio-nal de produção e venda, em tabuleiro, das cha-madas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.

Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2009 (adaptado).

O texto contém a descrição de um bem cultural que foi reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Pa-trimônio Histórico Artístico Nacional) como patri-mônio imaterial, pois representa:

a) uma técnica culinária com valor comercial e atratividade turística.

b) um símbolo da vitalidade dessas mulheres e de suas comunidades.

c) uma manifestação artística antiga e de abrangência nacional.

d) um modo de fazer e viver ligado a uma iden-tidade étnica e regional.

e) uma fusão de ritos das diferentes heranças e tradições religiosas do país.

QUESTÃO 13 - (Enem 2013) - Seguiam-se vin-te criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava oEmbaixadordoReidoCongomagnificamenteornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza. Coroação do Rei do Congo em San-to Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR, R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado). Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroa-

ção do Rei do Congo evidencia um processo de:a)ressignificaçãocultural.b) exclusão social. c) imposição religiosa. d) acomodação política. e) supressão simbólica.

QUESTÃO 14 - (ENEM 2013) - No dia 1.º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da UNESCO de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Pa-trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan expli-cou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, con-tradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da UNESCO serão alvo de ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural. Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adap-

tado).

O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da:

a) presença do corpo artístico local. b) imagem internacional da metrópole. c) herança de prédios da ex-capital do país. d) diversidade de culturas presente na cidade. e) relação sociedade-natureza de caráter sin-

gular.

QUESTÃO 15 - (Enem 2002) - Em 1958, a se-leção brasileira foi campeã mundial pela primei-ra vez. O texto foi extraído da crônica “A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodri-gues, publicada naquele ano pelo jornal Última Hora. “Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já con-templaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasi-leiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasi-leiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não

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SOCIOLOGIA

existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e cho-rar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos.”Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamen-to dos jogadores dentro do campo:

a) foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da copa do mundo.

b) mostrou que os brasileiros tinham as mes-mas qualidades que admiravam nos euro-peus, principalmente nos ingleses.

c) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos euro-peus, o que os impediu de revidar as agres-sões sofridas.

d) mostrou que o choro poderia aliviar o senti-mento de que os europeus eram superiores aos brasileiros.

e) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não respeitavam os limites da es-portividade.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10E D C C E E B E C D

11 12 13 14 15B D A E B

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HISTÓRIA DO BRASIL

O SEGUNDO IMPÉRIO – 1840 - 1889

01 - CONTEXTO HISTÓRICO:a) O governo mais longo da história do Brasil-

1840/1889- A duríssima repressão às revoltas regenciais,

o fortalecimento do poder central (unitaris-mo) e a riqueza do café garantiram a esta-bilidade política do segundo reinado.

- A consolidação do poder político de D.Pedro II deve ser vista como um resultado direto do regresso conservador, que se estabele-ceu no Estado brasileiro entre 1837 e 1850.

02 - A EXPANSÃO CAFEEIRA:-O café chegouaoBrasil no final do século

XVIII, já em 1820 se espalhara pelas fazen-das do Vale do Paraíba no estado do Rio de Janeiro.

- Brasil maior produtor e exportador mundial de café ainda na primeira metade do século XIX.

- Principais mercados consumidores mundiais: Inglaterra e EUA.

- Fortalecimento político dos cafeicultores do sudeste em detrimento dos senhores de en-genho do nordeste, com consequente cen-tralização do poder.

03 - O PARLAMENTARISMO ÀS AVESSAS:- Consolidação do regresso conservador como

resultado direto da aliança entre latifundi-ários e grandes comerciantes, que defen-diam uma ideia de sociedade baseada no latifúndio, no trabalho escravo e na quase total ausência de direitos de cidadania para a maioria dos brasileiros.

- O Brasil virou uma monarquia parlamentar em 1847.

- O poder do imperador foi reforçado, isso foi possível devido ao direito do imperador in-dicar o primeiro-ministro através do poder moderador, ou seja, não era o parlamento que escolhia o primeiro-ministro.

- Partidos Liberal e Conservador: não havia di-ferenças programáticas entre eles, pois am-bos eram compostos pela elite econômica do Brasil, ou seja, grandes fazendeiros, tra-ficantesdeescravos,advogadosegrandescomerciantes.

- Os valores políticos e sociais eram todos conservadores ou saquaremas, como eram chamados na época.

04 - REVOLUÇÃO PRAIEIRA 1848:4.1 - Seguindo a tendência européia de revoltas liberais contra o poder demasiadamente centrali-zado dos reis e imperadores, Recife sediou a últi-ma revolta liberal do Segundo Reinado.4.2 - Motivos e propostas gerais: protestava con-tra o excessivo poder do Rio de Janeiro; exigiam a ampliação dos direitos de cidadania; queriam que o governo criasse oficinas a fim de gerarempregos para a população pobre; queriam que somente os brasileiros tivessem licença para tra-balharem como comerciantes.4.3-Novamenteoconflitodeinteressesentreosmembros pobres e os ricos do movimento provo-cou sua divisão e facilitou sua repressão por parte do governo central.

05 - A ERA MAUÁ:5.1 - A cidade do Rio de Janeiro era o símbolo má-ximo da prosperidade vivida no Segundo Império em decorrência do aparelhamento dos serviços públicos e do uso de novas tecnologias. (Exem-plos: iluminação pública a gás; bondes puxados a burros; limpeza urbana; fábricas; bancos; estra-das de ferro; etc.)5.2 - Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá foi o símbolo nacional desse período no que diz respeito a sucesso empresarial, é consi-derado o primeiro grande empresário capitalista brasileiro.5.3 - Atividades plurais: estaleiros; construtoras; bancos; fábricas; etc.5.4 - Condições favoráveis para o surto industrial ocorrido no Brasil do século XIX: disponibilidade de capital para novos investimentos, esses ca-pitais tinham três origens distintas, primeiro da riqueza dos cafeicultores, segundo dos ex-trafi-cantes de escravos que foram proibidos de con-tinuar com suas atividades a partir de 1850, com aLeiEusébiodeQueirósqueproibiuotráficodeescravosdeformadefinitivaparaoBrasil,eporúltimo, e em menor escala, o dinheiro trazido por imigrantes que vieram “fazer a América” no Brasil. Além disso, o aumento das tarifas alfandegárias pela Tarifa Alves Branco com o claro objetivo de arrecadarem mais impostos para o governo, aca-bou por encarecer demasiadamente os produtos importados, criando indiretamente uma reserva de mercado para a tímida indústria nacional.5.5 - Motivos para a falência do Visconde de Mauá: redução das tarifas alfandegárias a partir de 1860, a concorrência com os produtos ingle-ses e as sabotagens.

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HISTÓRIA DO BRASIL

06 - POLÍTICA EXTERNA:6.1 - A Questão Christie: inabilidade e arrogância do embaixador britânico no Brasil levaram os dois países a romperem suas relações diplomáticas.6.2 - Constantes intervenções do Brasil na região do Prata devido a disputa pela hegemonia política na América do Sul entre Brasil e Argentina.

7 - A GUERRA DO PARAGUAI:7.1 - O Paraguai antes da guerra: passou por grandes investimentos na indústria, na educação, nas estradas de ferro e armou um grande exército e uma grande marinha e fez uma pequena refor-ma agrária.7.2 - Motivos:

a) - as tradicionais disputas entre Brasil e Ar-gentina ameaçavam a autonomia dos paí-ses vizinhos a essas duas potências, sobre-tudo do Uruguai e do Paraguai.

b) - Solano López, presidente do Paraguai queria transformar seu país na terceira po-tência sul-americana.

c) - Solano López esperava contar com o apoio dos federalistas argentinos e do Partido Blanco, do Uruguai.

7.3 - Ações militares:a) - O Paraguai atacou o Mato Grosso e de-

pois tentou avançar sobre Argentina e o Rio Grande do Sul sobre o pretexto de impedir que o Brasil dominasse o Uruguai.

b) - Formação da Tríplice Aliança: Brasil, Ar-gentina e Uruguai.

c) - Inicialmente o exército paraguaio levou vantagem sobre as tropas inimigas.

d) - A marinha brasileira mudou os rumos da guerra.

e) - vitória brasileira e massacre do povo pa-raguaio.

7.4 - Consequências:a) - Devastação econômica, política e social do

Paraguai.b) -Ogovernobrasileiro ficoudevendomais

dinheiro aos banqueiros ingleses.c) - Parte do exército brasileiro voltou da guer-

ra defendendo ideias republicanas e aboli-cionistas.

EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADOQUESTÃO 01 - (Enem 2014) - Respeitar a di-versidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela

assembleia provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conse-lhos da experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte.

BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).

O discurso do autor, no período do Segundo Rei-nado no Brasil, tinha como meta a implantação do:

a) regime monárquico representativo. b) sistema educacional democrático. c) modelo territorial federalista. d) padrão político autoritário. e) poder oligárquico regional.

QUESTÃO 02 - (Enem 2014)

De volta do Paraguai Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue em defesa da pátria e li-bertado um povo da escravidão, o voluntário volta ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco horrível de realidade!...

AGOSTINI. “A vida fluminense”, ano 3, n. 128, 11 jun. 1870. In: LEMOS, R. (Org). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de

Janeiro: Letras & Expressões, 2001 (adaptado).

Nacharge,identifica-seumacontradiçãonoretor-no de parte dos “Voluntários da Pátria” que luta-ram na Guerra do Paraguai (1864-1870), eviden-ciada na:

a) negação da cidadania aos familiares cati-vos.

b) concessão de alforrias aos militares escra-vos.

c) perseguição dos escravistas aos soldados negros.

d) punição dos feitores aos recrutados compul-soriamente.

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HISTÓRIA DO BRASIL

e) suspensão das indenizações aos proprietá-rios prejudicados.

QUESTÃO 03 - (Enem 2013)

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representa-ções políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente:

a) Habilidade militar - riqueza pessoal. b) Liderança popular - estabilidade política. c) Instabilidade econômica - herança europeia. d) Isolamento político - centralização do poder. e) Nacionalismo exacerbado - inovação admi-

nistrativa. QUESTÃO 04 - (Enem 2013) - Ninguém desco-nhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhado-res. E como até há pouco supriam-se os fazendei-ros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar

alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?

Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da

vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em cur-so no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de:

a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.

b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.

c) definir uma política de subsídio governa-mental para o fomento da imigração.

d)regulamentarotráficointerprovincialdecati-vos para a sobrevivência das fazendas.

e)financiarafixaçãode famíliascamponesaspara estímulo da agricultura de subsistên-cia.

QUESTÃO 05 - (Enem 2013) - A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atenta-dos locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma re-volução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto políticosobrecomodeveriaocorrerofimdaes-cravidão no Brasil, no qual:

a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.

b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.

c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das inde-

nizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos ca-

tivos. QUESTÃO 06 - (Enem 2010) - Negro, filho deescravaefidalgoportuguês,obaianoLuizGamafez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, ad-vogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e

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HISTÓRIA DO BRASIL

transformou-se, em pouco tempo, em proeminen-te advogado da causa abolicionista.AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Historia. Ano 1,

n.o 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historica-mente.AbiografiadeLuizGamaexemplificaa:

a) impossibilidade de ascensão social do ne-gro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.

b)extremadificuldadedeprojeçãodosintelec-tuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.

c) rigidez de uma sociedade, assentada na es-cravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social.

d) possibilidade de ascensão social, viabiliza-da pelo apoio das elites dominantes, a um mestiçofilhodepaiportuguês.

e) troca de favores entre um representante ne-gro e a elite agrária escravista que outorga-ra o direito advocatício ao mesmo.

QUESTÃO 07 - (Enem 2010) - Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nos-sos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argenti-nos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.

CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status o na América Meridional, impe-dindo a ascensão do seu único Estado econo-micamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão.

(DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova historia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes de-monstraqueambasestãorefletindosobre:

a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra.

b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra.

c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha.

d)adificuldadedeelaborarexplicaçõescon-vincentes sobre os motivos dessa Guerra.

e) o nível de crueldade das ações do exército brasileiroeargentinoduranteoconflito.

QUESTÃO 08 - (Enem 2008) - O abolicionista Jo-aquim Nabuco fez um resumo dos fatores que le-varam à abolição da escravatura com as seguintes palavras: “Cinco ações ou concursos diferentes cooperaramparao resultadofinal:1º)oespíritodaqueles que criavam a opinião pela ideia, pela palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos “meetings” [reuniões pú-blicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpi-to, dos tribunais; 2º) a ação coercitiva dos que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão, arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3º) a ação complemen-tar dos próprios proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suas ‘fábricas’; 4º) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo; 5º) a ação da família imperial.”

Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com adaptações).

Nessetexto,JoaquimNabucoafirmaqueaabo-lição da escravatura foi o resultado de uma luta:

a) de ideias, associada a ações contra a or-ganização escravista, com o auxílio de pro-prietários que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.

b) de classes, associada a ações contra a or-ganização escravista, que foi seguida pela ajuda de proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de estadistas e, posteriormente, ações republicanas.

c) partidária, associada a ações contra a or-ganização escravista, com o auxílio de pro-prietários que mudavam seu foco de investi-mento e da ação da família imperial.

d) política, associada a ações contra a orga-nização escravista, sabotada por proprie-tários que buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana con-tra a realeza.

e) religiosa, associada a ações contra a organi-zação escravista, que fora apoiada por pro-prietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.

QUESTÃO 09 - (Enem 2007) - Após a Indepen-dência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do tra-balho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais

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HISTÓRIA DO BRASIL

para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essen-cialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instru-mentos de produção que os mais toscos e bara-tos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cul-tas e “naturalmente” dominantes do povaréu pri-mitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de ener-gia, transportes e comunicações.

Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de

transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

Levando-seemconsideraçãoasafirmaçõesan-teriores, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é corretoafirmarqueopaís:

a) se industrializou rapidamente devido ao de-senvolvimento alcançado no período colo-nial.

b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.

c) se tornou dependente da economia euro-peia por realizar tardiamente sua industriali-zação em relação a outros países.

d) se tornou dependente do capital estrangei-ro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestrutura de serviços ur-banos.

e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vá-rios setores produtivos.

QUESTÃO 10 - (Enem 2007)

Considerando a linha do tempo acima e o proces-so de abolição da escravatura no Brasil, assinale

a opção correta. a) O processo abolicionista foi rápido porque

recebeu a adesão de todas as correntes po-líticas do país.

b) O primeiro passo para a abolição da escra-vatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro.

c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.

d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.

e)Aoabolirotráficonegreiro,aLeiEusébiodeQueirós bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.

QUESTÃO 11 - (Enem 2004) - Constituição de 1824:“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilí-brio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”Frei Caneca:“O Poder Moderador da nova invenção maquia-vélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câ-mara dos Deputados, que é a representante do povo,ficandosemprenogozodeseusdireitosoSenado, que é o representante dos apaniguados do imperador.”(Voto sobre o juramento do projeto de Constitui-ção)Para Frei Caneca, o Poder Moderador definidopela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era:

a) adequado ao funcionamento de uma monar-quia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.

b)eficazeresponsávelpelaliberdadedospo-vos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legis-lativo.

c) arbritário, porque permitia ao Imperador dis-solver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.

d) neutro e fraco, especialmente nos momen-tos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.

e) capaz de responder às exigências políticas

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HISTÓRIA DO BRASIL

danação,poissupriaasdeficiênciasdare-presentação política.

QUESTÃO 12 - (Enem 2000) - O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo.“Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a república. João repicou por ela, repicaria pelo Im-pério, se o Império retornasse.”

(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiroJoão:

a) por ser escravo tocava os sinos, às escon-didas, quando ocorriam fatos ligados à Abo-lição.

b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.

c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.

d) tocava os sinos quando ocorriam fatos mar-cantes porque era costume fazê-lo.

e) tocou os sinos pelo retorno do Império, co-memorando a volta da Princesa Isabel.

QUESTÃO 13 - (Enem 1999) - Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, forman-do ruas, contornando praças. As chaminés princi-piavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multi-cores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu de-sabado; cruzavam-se na rua os libertinos retar-dios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto:

a) a convivência entre elementos de uma eco-nomia agrária e os de uma economia indus-trial indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX.

b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito.

c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado

no século XIX, ela continuou a ser uma ati-vidade pouco desenvolvida no Brasil.

d) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais.

e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrializa-ção existente na época.

GABARITO - EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10C A B C C B D A C D

11 12 13C D A

A PRIMEIRA REPÚBLICA OU REPÚBLICA VE-LHA 1889 - 193001- CONTEXTO HISTÓRICO:1.1 - O Estado imperial brasileiro tinha duas fun-ções principais: administrar o país e manter a “or-dem”,ouseja,evitarrevoltaspopularesafimdegarantir a manutenção do latifúndio e da escravi-dão.1.2 - Transformações econômicas: transição do trabalho escravo para o trabalho livre, os cafei-cultores paulistas estavam insatisfeitos com o go-verno imperial, pois este não representava seus interesses políticos, econômicos e sociais.1.3 - O sistema republicano passou a ser sinô-nimo de modernidade, o pensamento positivista em muito cooperou pra essa realidade, pois na Escola Militar do Rio de Janeiro, muitos professo-reseramadeptosdafilosofiadeAugusteComte,eacabavaminfluenciandoseusalunos.

02 - MUDANÇAS NA ECONOMIA:2.1 - O Oeste Paulista assumiu a liderança na produção e exportação de café, ultrapassando o Vale do Paraíba (RJ).2.2 - Aumento dos investimentos ingleses no Bra-sil.

03 - O OESTE PAULISTA:3.1 - O desenvolvimento econômico do oeste paulista embasou a lenta construção do capitalis-mo brasileiro.3.2 - Os cafeicultores tornaram-se investidores de vários setores que simbolizavam o desenvol-vimento e a modernidade naquela época, como, indústrias, ferrovias, ações de empresas etc.3.3 - O Porto de Santos tornou-se o mais impor-

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HISTÓRIA DO BRASIL

tante do Brasil, superando o do Rio de Janeiro.3.4 - O unitarismo do império prejudicava os ne-gócios dos cafeicultores paulistas, sobretudo na questão da cobrança de impostos, onde São Pau-lo, era a província que mais pagava imposto e ao mesmo tempo, o que menos tinha retorno.3.5 - São Paulo tinha uma representatividade na Assembléia Geral do Império, bem distante da sua importância econômica para o país.3.6 - A fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) e o apoio dos paulistas ao federalismo e a república.3.7 - Tardio apoio à abolição da escravatura.3.8 - Havia dois grupos políticos republicanos:

a) - evolucionistas: defendiam que a transi-ção do império para a república deveria ser calma, sem agitações populares, e todo o processo comandado pelas classes supe-riores.

b) - revolucionários: queriam que a república chegasse através de uma revolução popu-lar.Defendia os direitos, a cidadania, a liber-dade e a igualdade.

c) - Revolta do Vintém: direito de cidadania vs. liberalismo político.

04 - A QUESTÃO MILITAR:4.1 - Série de desentendimentos entre o impera-dor e o exército brasileiro.4.2 - Após a Guerra do Paraguai o imperador não compareceu as festividades organizadas pelo exército.4.3 - O governo imperial condenou a homenagem feita pelos militares ao jangadeiro Francisco do Nascimento, por este ter liderado uma greve dos jangadeiros cearenses contra o transporte de es-cravos.4.4 - os militares foram proibidos de expressar suas opiniões pelos jornais.4.5 - Influenciados pelo positivismo osmilitaresaderiram à causa republicana.4.6 - Deodoro da Fonseca rompeu com o impera-dor e negou-se a punir militares que haviam feito criticas abertas ao governo imperial.

05 - A QUESTÃO RELIGIOSA:5.1 - O controle imperial sobre a Igreja Católica através do beneplácito, previsto pela constituição de 1824, levou a um choque entre o imperador e a Igreja.5.2 - O papa Pio IX condenou a maçonaria e proi-biu a participação de católicos nessa fraternidade, exigindo que fossem expulsos todos os maçons da Igreja católica.

5.3 - D. Pedro II, anulou a validade da lei no Bra-sil, porém dois bispos, o de Olinda e o de Belém, obedeceram ao papa, e acabaram presos a man-do do imperador, tal fato provocou a neutralidade da Igreja Católica nas questões políticas que le-varam a queda do império.

06 - A QUESTÃO ABOLICIONISTA:6.1 - Isolado politicamente pelo exército e pela Igreja, sem apoio popular, restava ao imperador apenas a tradicional aliança com os cafeicultores do Vale do Paraíba (RJ e SP).6.2 - Com a abolição perdeu o último apoio que lhe restava. A QUEDA:7.1 - No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, apoiado pelos cafeicultores paulistas, o exército e as camadas média urba-nas do Rio de Janeiro, depôs o governo imperial e proclamou a república dos Estados Unidos do Brasil.

EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO QUESTÃO 01 - (Enem 2013) - Ninguém desco-nhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhado-res. E como até há pouco supriam-se os fazendei-ros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?

Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da

vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em cur-so no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de:

a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.

b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.

c) definir uma política de subsídio governa-mental para o fomento da imigração.

d)regulamentarotráficointerprovincialdecati-vos para a sobrevivência das fazendas.

e)financiarafixaçãode famíliascamponesaspara estímulo da agricultura de subsistên-cia.

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HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 02 - (Enem 2013) - A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atenta-dos locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma re-volução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto políticosobrecomodeveriaocorrerofimdaes-cravidão no Brasil, no qual:

a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.

b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.

c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das inde-

nizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos ca-

tivos. QUESTÃO 03 - (Enem 1999) - Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, forman-do ruas, contornando praças. As chaminés princi-piavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multi-cores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu de-sabado; cruzavam-se na rua os libertinos retar-dios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto:

a) a convivência entre elementos de uma eco-nomia agrária e os de uma economia indus-trial indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX.

b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito.

c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma ati-vidade pouco desenvolvida no Brasil.

d) apesar da industrialização, muitos operários

levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais.

e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrializa-ção existente na época.

QUESTÃO 04 - (Uerj 2014)

A restituição da passagem:As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à la-voura do estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particula-res ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens.

Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908

A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham comoobjetivoestimular,nofinaldoséculoXIXeinício do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto. Essa diretriz paulista era parte in-tegrante da política nacional da época que visava à garantia da:

a) oferta de mão de obra para a cafeicultura b) ampliação dos núcleos urbanos no interior c) continuidade do processo de reforma agrá-

ria d) expansão dos limites territoriais da federa-

ção

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HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 05 - (Unifor 2014) - O café foi introdu-zido no Brasil no início do século XVIII para con-sumo doméstico. Com o avanço da Revolução In-dustrial, na Europa e depois nos Estados Unidos, a agricultura do café expandiu-se rapidamente e na terceira década do século XIX este produto já era exportado em larga escala. Sobre o assunto assinale a alternativa correta.

a) Os primeiros cafezais para exportação con-centraram-se no Vale do Rio Paraíba no es-tado do Rio de Janeiro e no oeste de São Paulo.

b) O trabalho assalariado foi a principal forma de uso da mão de obra nesta etapa inicial.

c) Na medida em que as boas terras do vale do Paraíba foram esgotando-se o plantio do café deslocou-se para o Espírito Santo e Bahia.

d) Na segunda metade do século XIX o café já era o principal produto de exportação com largo crescimento em São Paulo.

e) Os governos dos estados produtores opta-ram por não proteger a agricultura do café, para manter os princípios da não interven-ção.

QUESTÃO 06 - (Cefet MG 2014) - No dia 01 de janeiro de 1880, uma massa popular concentrou--se nos arredores do Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro, protestando contra a entrada em vigor de uma taxa de 20 réis, um vintém, sobre o serviço de bondes puxados a burro. O vintém era moeda de cobre, a de menor valor da época. O de-legado que comandava as tropas da polícia pediu reforços ao Exército, mas, antes que a ajuda che-gasse, ordenou à polícia que dispersasse a mul-tidão a cacetadas. A um grito de “Fora o vintém!”, os manifestantes começaram a espancar condu-tores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar trilho. Com a chegada do Exército, alguns mais exaltados passaram a arrancar paralelepípedos e atirá-los contra os soldados. Um deles atingiu ocomandantedatropa.Ooficialdescontrolou-see ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são imprecisas. Falou-se em 15 a 20 feridos e em três a dez mortos. A mul-tidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios nos três dias seguintes, o motim do vintém havia terminado. A cobrança da taxa passou a ser qua-se aleatória. As próprias companhias de bondes pediam ao governo que a revogasse. Desmora-lizado, o ministério caiu a 28 de março. O novo ministério revogou o desastrado tributo.CARVALHO, José Murilo de. A guerra do vintém. Disponível em: <http://www.

revistadehistoria.com.br> Acesso em: 31 jul. 2013 (Adaptado).

A eclosão da chamada Guerra do Vintém, descri-ta no texto acima, está relacionada com a(o):

a) descaso dos cidadãos cariocas com a con-servação das vias públicas.

b) aversão da população contra o monopólio português do comércio varejista.

c) hostilidade do povo com o recrutamento for-çado para as tropas nacionais.

d) desilusão dos moradores com a atuação das forças armadas brasileiras.

e) descontentamento de segmentos sociais com a carestia do transporte urbano.

QUESTÃO 07 - (Uepb 2014) - O café é uma bebi-da mundialmente conhecida. No Brasil, as primei-ras sementes chegaram no século XVIII e foram introduzidas no Pará por Francisco Melo Palheta. Assinale a alternativa correta:

a) Produtores e investidores do café no Oeste Paulista passaram a ter maior sintonia com as tendências capitalistas, o que inicialmen-te era apresentado pela base produtiva es-cravista foi sendo substituído pelo trabalho livre.

b) Os fazendeiros do Vale do Paraíba tinham uma visão empresarial moderna, e utiliza-vam da própria lucratividade do café para investir em outras atividades econômicas.

c) A atividade cafeicultora em expansão no Oeste Paulista não incentivou o crescimen-to urbano na segunda metade do século XIX porque o Brasil tinha uma população efetivamente rural.

d) O sistema de parcerias implementado pelo senador Vergueiro resolveu a questão da mão de obra da produção cafeeira, prospe-rando até o século XX.

e) O sucesso da economia cafeeira no sécu-lo XIX se deve ao fato de este produto ter atendido exclusivamente o mercado inter-no.

QUESTÃO 08 - (Fgv 2014) - Somente a partir de 1850 vai se observar um maior dinamismo no de-senvolvimento econômico do país em geral e de suas manufaturas, em particular. O crescimento do número de empresas industriais se faria com relativa rapidez. Mas o que provocaria essas mudanças?

(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12)

Écorretoresponderàindagaçãoafirmandoque:a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas

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HISTÓRIA DO BRASIL

restritivas às importações, como a proibição da entrada de mercadorias similares às já produzidas no país, e também criou a pri-meira política industrial brasileira.

b)houvea importantecontribuiçãodofimdotráficodeescravosparaoBrasil,quepos-sibilitou a disponibilidade de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, espe-cialmente do café.

c) a nacionalização do subsolo brasileiro, pre-sente na Constituição imperial, impulsionou os investimentos privados na exploração mineral, conjuntamente com os incentivos governamentais na criação de estaleiros.

d) ocorreu uma rápida modernização dos gran-des engenhos de açúcar do Nordeste em funçãodos financiamentos inglesese, em1851, fundou-se um banco estatal de de-senvolvimento.

e) acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados de 1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e estes, em con-trapartida, proporcionavam transferência de tecnologia industrial.

QUESTÃO 09 - (G1 - cftmg 2014) - Analise a charge publicada em 1887.

Nela, o artista retrata o imperador Dom Pedro II como um governante omisso:

a) diante dos graves problemas da nação pu-blicados pelos jornais.

b) acerca das notícias sobre as pressões ingle-saspelofimdotráfico.

c) frente à onda de manifestações feministas divulgadas pela imprensa.

d) diante das manchetes diárias sobre a des-truição das matas nacionais.

QUESTÃO 10 - (Fgvrj 2013) - A história da cons-trução do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo com-prometidas com uma determinada política nacio-nal, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo políticoquesematerializanaimensadificuldadede empreender reformas sociais profundas.Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São

Paulo: Globo, 2005, p. 11-12.

De acordo com o ponto de vista apresentado no texto:

a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últi-mas décadas com a redemocratização do país.

b) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das eli-tes regionais brasileiras.

c) as profundas reformas sociais só foram pos-síveis graças às transformações políticas ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil.

d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites regionais e a exclusão social de outros setores.

e) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na história política brasileira.

A REPÚBLICA VELHA 01 - CONTEXTO HISTÓRICO:1.1 - República: um novo regime com velhos cos-tumes e velhos políticos.1.2 - E o povo?1.3 - Grupos políticos e modelos: positivistas, libe-rais, republicanos radicais, militares, fazendeiros paulistas e camadas médias urbanas.

02 - A REPÚBLICA DA ESPADA:2.1 - Governo de Deodoro da Fonseca:

a) Medidas imediatas (página 38)b) A constituição de 1891: tripartição dos pode-

res; voto aberto para todos os homens alfa-betizados, excetuando-se padres, soldados e mendigos; federalismo; separação entre

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HISTÓRIA DO BRASIL

Igreja e Estado.c) Encilhamento: plano econômico; estimu-

lar à indústria, emissão de papel moeda; fraudes;inflação.

d) Autoritarismo presidencial provoca choques com o Congresso, a imprensa, cafeicultores paulistas, marinha e parte do exército.

e) Crise, pressão e renúncia.2.2 - Governo de Floriano Peixoto:

a) Questionamentos quanto a sua permanên-cia na presidência sem novas eleições.

b) Boas estratégias: aliou-se ao PRP no Con-gresso; apoio dos funcionários públicos e das camadas médias populares; uso da for-ça contra seus adversários e a imprensa.

c) Enfrentou e venceu dois levantes milita-res: Revolta da Armada(RJ) e a Revolta Federalista(RS)

03 - A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA:3.1 - Os grandes latifundiários assumiram o con-trole da república a partir do governo de Prudente de Morais, cafeicultor paulista e civil.3.2 - Cada Estado tinha uma ou umas poucas fa-mílias ricas e poderosas que controlavam a políti-ca e a economia local.3.3 - Dicionário da “república velha”:

a) Clientelismo eleitoral: eram as relações ba-seadas na troca de favores em todos os âm-bitos da política, desde o eleitor que vende seu voto até o presidente que corrompe e é corrompido pelos governadores na manipu-lação das verbas e cargos públicos.

b) Coronelismo: controle político-econômico local que os grandes proprietários de terras exerciam sob uma cidade ou determinada região. O voto de cabresto e o curral eleito-ral estão ligados a esse fenômeno político.

c) Voto de cabresto: nome dado ao voto resul-tantedacoaçãofinanceiraoufísicadoelei-tor por parte das lideranças políticas locais.

d) Curral eleitoral: conjunto de eleitores sob o controle de um coronel.

e) Política dos governadores: nome dado à prática política de apoio mútuo e incondi-cional entre os governadores e o presidente da república, através do qual o clientelis-mo eleitoral era posto em prática de forma aberta e incondicional, com a negociação de cargos e verbas públicas.

f) Política do café com leite: aliança entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, cujo objetivo era a manutenção de suas elites no controle do cargo de presidente da repúbli-

ca,afimdegarantirapermanentepolíticade valorização do café, o principal produto produzidos em ambos os estados.

3.4 - Constante política de valorização do café:a) compra de estoques e do excedente - Exem-

plo: Convênio de Taubaté b) desvalorização da moeda nacional

04 - O APOGEU DA BORRACHA NA AMAZÔNIA:4.1 - O látex da seringueira é a matéria-prima para borracha, misturado ao enxofre.4.2 - Matéria-prima para indústria mundial.4.3 - Riqueza, poder e desperdício.4.4 - Os ingleses levaram seringueiras para Ásia e passaram a concorrer com o Brasil no mercado mundial, provocando uma queda no preço inter-nacional da borracha.

05 - SURTO INDUSTRIAL:5.1 - Nenhum incentivo do governo devido ao trauma do Encilhamento.5.2 - Investidores: cafeicultores paulistas e imi-grantes.5.3 - Primeiras áreas industriais:

a) São Paulo: a riqueza do caféb) Rio de Janeiro: maior e mais rica cidade do

país.5.4 - Pequenas fábricas de bens de consumo não-durávies e semi-duráveis

a) mão de obra predominantemente de imi-grantes.

06 - O IMPERIALISMO NA REPÚBLICA VELHA:6.1 - Atuação maciça no setor de serviços: ban-cos, bondes, iluminação pública, comércio, etc.6.2 - Predomínio do capital inglês até a primeira guerra mundial; aumento da presença norte-ame-ricana, que ultrapassou os investimentos ingleses após a década de 20 do século XX.

REBELIÕES NA REPÚBLICA VELHA 01 - CONTEXTO HISTÓRICO:1.1 - Poder absoluto dos latifundiários no coman-do da república.1.2 - Miséria absoluta do trabalhador brasileiro1.3 - A situação no campo:

a) Concentração e “grilagem” de terras.b) Superexploração e miséria dos campone-

ses: “meia” e “cambão”c) Movimentos messiânicos e o catolicismo

sertanejo.1.4 - A situação na cidade:

a) Tentativa de construção da “modernidade”

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HISTÓRIA DO BRASIL

burguesa, espelhada na Inglaterra, França e EUA.

b) Desemprego; baixos salários; ausência total de direitos trabalhistas; vida miserável (cor-tiços).

c) Início do movimento operário.

02 - O CANGAÇO:2.1 - Banditismo social: indivíduos que diante da miséria da vida e do abandono pleno do Estado, optaram pela vida do crime.2.2 - Típico dos sertões nordestinos2.3 - Diferença entre cangaceiro e jagunço.

03 - JUAZEIRO DO NORTE E O PADRE CÍCERO:3.1-Ajudafundamentalamilharesdeflageladosdas secas dos sertões nordestinos.3.2 - Aliança política com os oligarcas da família Accioly.3.3 - O “coronel de batinas” fazia parte do sistema clientelista.

04 - CANUDOS:4.1 - Fundação: arraial de camponeses; Antônio Conselheiro (profeta popular). 4.2 - Características: trabalho e propriedade co-munitários.4.3 - Motivações para o ataque a Canudos:

a) os coronéis: não gostavam da autonomia dos sertanejos.

b) a Igreja Católica: condenava os pregadores independentes.

c) o governo federal: os discursos contra a re-pública feitos por Antônio Conselheiro.

4.3 - A heroica resistência dos camponeses: táti-cas de guerrilha.4.4 - A destruição e o “exemplo”.

05 - CONTESTADO:5.1 - Fundação: messianismo; “monge” José Ma-ria; igualdade; acesso a terra. 5.2 - Motivações para o ataque:

a) Empresas estrangeiras que exploravam madeira e ferrovias invadiram as terras dos camponeses,gerandoconflitosnaregião.

b) Igreja Católica: condenava os pregadores independentes

c) Os coronéis: não gostavam da autonomia dos sertanejos.

d) O governo federal defendeu os interesses das empresas estrangeiras que trabalha-vam para ele.

5.3 - O massacre.

06 - REVOLTA DA VACINA:6.1 - Contexto: “modernização” da cidade do Rio de Janeiro através de um amplo projeto de reur-banização e higienização da cidade, sobretudo na região central e do porto.6.2 - Alargamento de ruas, construção de praças e derrubada de cortiços.6.3 - Os pobres sobem os morros.6.4 - Epidemias: febre amarela, varíola e peste bubônica.6.5-OswaldoCruzeavacinaçãoobrigatória.6.6 - A resistência do povo e a imposição estatal pela violência.

07 - SITUAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA:7.1 - Surgimento do proletariado brasileiro7.2 - Exploração e miséria.7.3 - A resistência dos trabalhadores: greves; sin-dicatos;jornais;panfletos.7.4 - “A questão social é um caso de policia “Wa-shington Luís, presidente do Brasil (1926-1930):

a) Fazer greve era considerado crime comum.b) Lei Adolfo Gordo

7.5 - O anarquismo no Brasil:a) Os anarquistas (libertários) organizaram os

primeiros sindicatos e greves do Brasil.b) Objetivavam acabar com o Estado e a pro-

priedade privada.c) Produziam uma cultura operária critica: tea-

tros, jornais e escolas próprios.d) Apesar da repressão do governo, muitos

patrões cediam às pressões operárias, au-mentando salários e reduzindo a carga ho-rária de trabalho.

7.6 - Os comunistas do Brasil:a) Por que os comunistas consideravam-se

melhores representantes dos trabalhadores do que os anarquistas?

b) Fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB)

c) Doutrina marxista-leninista: revolução do proletariado, após o amadurecimento do capitalismo brasileiro.

7.7 - O governo e os patrões, aos poucos, passa-ram a aceitar a existência, e a negociação com os sindicatos.

a) os sindicatos amarelos e à assistência social.

08 - O TENENTISMO:8.1-Jovensoficiaisquequeriamporfimaodomí-nio das oligarquias estaduais.8.2 - Detestavam: as oligarquias, a política do Ca-fé-com-Leite, o atraso econômico, o coronelismo, etc.

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HISTÓRIA DO BRASIL

8.3 - Queriam: nacionalismo vago; democracia ou ditadura; direitos trabalhistas.8.4 - O presidente Artur Bernardes e a Marcha dos Dezoito do Forte (1922)8.5 - As revoltas de 1924: SP e RS8.6 - A Coluna Prestes

09 - REVOLTA DA CHIBATA:9.1 -Motivos:Maus tratos físicos(chibatas);difi-culdades de ascensão na carreira militar; péssi-mas condições de trabalho.9.2 - Ações militares: marinheiros tomaram de as-salto navios de guerra e ameaçaram bombarde-ar a cidade do Rio de Janeiro, caso não fossem atendidos em suas reivindicações.9.3 - Desfecho: acordo, rendição, cumprimento da palavra e traição.

10 - O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA:10.1 - CONTEXTO HISTÓRICO:

a) A crise econômica mundial que eclodiu com a quebra da bolsa de Nova York em 1929, eraoreflexomaisvisíveldasuperproduçãode mercadorias do capitalismo liberal típico das grandes potências logo após a Primeira Guerra Mundial.

b) No Brasil a crise atingiu em cheio a lavou-ra do café que tinha nos EUA, Inglaterra e França seus grandes compradores, que agora estavam falidos e por isso não com-pravam mais o nosso café, levando cente-nas de cafeicultores à falência.

10.2 - AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1929/1930:

a) Com a indicação de Júlio Prestes como o candidato a presidência por São Paulo, o presidente Washington Luís rompeu com a tradicional aliança do “café com leite”.

b) Os políticos mineiros seguindo a orienta-ção do oligarca Antônio Carlos, passaram a apoiar a candidatura dissidente Getúlio Var-gas, que também era um oligarca.

c) A disputa eleitoral mais uma vez foi marcada por fraudes e falcatruas de ambos os lados, e a vitória foi de Júlio Prestes.

10.3 - A REVOLUÇÃO DE 1930:a) Com a eleição de mais um paulista para o

comando do país a população pobre das cidades e do campo aumentaram seus pro-testos de tal maneira que o oligarca minei-roAntônioCarlostemiaqueopovofizesseuma revolução e tomasse o poder.

b) O medo de alguns oligarcas diante das ma-nifestações populares e a tradição golpista

dos militares tenentistas que apoiaram Ge-túlio Vargas, cooperou para o inicio do gol-pe de Estado impetrado por Vargas e seus aliados em 1930.

c) O assassinato de João Pessoa precipitou a “revolução de 1930”, apesar de não ter tido nenhuma ligação com as questões políticas da época.

EXERCÍCIOS REPÚBLICA VELHAQUESTÃO 01 - (Enem 2014) - O problema cen-tral a ser resolvido pelo Novo Regime era a or-ganização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficientede estabilidade. O próprio presidente Campos Sa-les resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”. CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não

foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).

Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de:

a) governar com a adesão popular. b) atrair o apoio das oligarquias regionais. c) conferir maior autonomia às prefeituras. d) democratizar o poder do governo central. e)ampliarainfluênciadacapitalnocenáriona-

cional.

QUESTÃO 02 - (Enem 2013) - Nos estados, en-tretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo pe-rigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se chamou “a política dos governado-res”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é o sol do nosso sistema.

PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.

A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro du-rante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a):

a)podermilitar,enquantofiadordaordemeco-nômica.

b) presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis.

c) domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa.

d) intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais.

e) isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais.

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HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 03 - (Enem 2013) - No final do sé-culo XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um preten-sioso objetivo em relação à comemoração car-navalesca em si mesma: com seus desfiles decarros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que con-sistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém pa-recia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistirperfeitamentecomosdesfiles.PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Gran-

des Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura.

Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as:

a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.

b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.

c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.

d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.

e) perseguições policiais tinham caráter xenó-fobo por repudiarem tradições estrangeiras.

QUESTÃO 04 - (Enem 2011) - Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligar-quias paulista e mineira dominaram a cena polí-tica nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discus-sõeseumgrandedesacertofinal.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alter-nância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos.Profundas di-vergências políticas colocavam-nos em confronto

por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior.

TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

Para a caracterização do processo político duran-te a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No en-tanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:

a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candi-datos à presidência, sem necessidade de alianças.

b) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.

c) As disputas políticas do período contradi-ziam a suposta estabilidade da aliança en-tre mineiros e paulistas.

d) A centralização do poder no executivo fede-ral impedia a formação de uma aliança du-radoura entre as oligarquias.

e)Adiversificaçãodaproduçãoeapreocupa-ção comomercado internounificavamosinteresses das oligarquias.

QUESTÃO 05 - (Enem 2011) - Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limi-taaverfiguras,otrabalhadorrural,anãoseremcasos esporádicos, tem o patrão na conta de ben-feitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.

LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nes-se período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social:

a) igualitária, com um nível satisfatório de dis-tribuição da renda.

b) estagnada, com uma relativa harmonia en-tre as classes.

c) tradicional, com a manutenção da escravi-dão nos engenhos como forma produtiva típica.

d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.

e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

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82

HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 06 - (Enem 2011)

A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Va-cina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela:

a) a insatisfação da população com os bene-fícios de uma modernização urbana autori-tária.

b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradica-ção das epidemias.

c) a garantia do processo democrático instau-rado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população.

d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.

e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de pri-vilegiar a elite.

QUESTÃO 07 - (Enem 2010) - As secas e o apelo econômicodaborracha—produtoquenofinaldoséculo XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Bra-sil para o Acre. Entretanto, até o início do sécu-lo XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma entida-de internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflitosó terminouem1903, comaassinaturado Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil com-prou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado)

Compreendendo o contexto em que ocorreram os

fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do ter-ritório nacional brasileiro:

a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.

b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.

c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.

d) em função da presença de inúmeros imi-grantes estrangeiros na região.

e) pela indenização que os emigrantes brasi-leiros pagaram à Bolívia.

QUESTÃO 08 - (Enem 2010) - As ruínas do povo-ado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além designificativasparaaidentidadecultural,dessaregião, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revol-tosos. Essas ruínas foram reconhecidas como pa-trimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de:

a) objetos arqueológicos e paisagísticos. b)acervosmuseológicosebibliográficos.c)núcleosurbanoseetnográficosd) práticas e representações de uma socieda-

de. e) expressões e técnicas de uma sociedade

extinta.

QUESTÃO 09 - (Enem 2010) - A serraria cons-truía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às matas eram des-truídos por este deslocamento.

MACHADO P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp. 2004

(adaptado).

No início do século XX, uma série de empreen-dimentos capitalistas chegou à região do meio--oeste de Santa Catarina – ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais ge-rados por esse processo estão na origem da cha-mada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se:

a) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo de êxodo rural.

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83

HISTÓRIA DO BRASIL

b) o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessi-dade de mão de obra.

c) a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalha-dores rurais da região.

d) a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos agentes.

e)ocrescimentodosconflitosentreosoperá-rios empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional.

QUESTÃO 10 - (Enem 2010) - I – Para conso-lidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico religioso, como mártir, integrador, por-tador da imagem do povo inteiro.

CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no

Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

I - Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multi-dão! É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.

ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no Brasil. São Paulo: Com-

panhia das Letras, 1990.

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisavaconstituirumafiguraheroicacapazdecongregar diferenças e sustentar simbolicamente onovo regime.OptandopelafiguradeTiraden-tes,deixoudeladofigurascomoFreiCanecaouBentoGonçalves.Atransformaçãodoinconfiden-te em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da Repú-blica estava relacionado:

a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência,evidenciadonas ideiasenaatuação de Tiradentes.

b)àidentificaçãodaConjuraçãoMineiracomoo movimento precursor do positivismo bra-sileiro.

c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes popu-lares, que precisava de legitimação.

d) à semelhança física entre Tiradentes e Je-sus, que proporcionaria, a um povo católico comoobrasileiro,umafácilidentificação.

e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.

QUESTÃO 11 - (Enem 2010) - O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia:Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em corre-rias, com armas ou instrumentos capazes de pro-duzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens.Pena: Prisão de dois a seis meses.

SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adapta-

do).

O artigo do primeiro Código Penal Republica-no naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava:

a) a manutenção de parte da legislação do Im-pério com vistas ao controle da criminalida-de urbana.

b) a defesa do retorno do cativeiro e escravi-dão pelos primeiros governos do período republicano.

c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização.

d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam cer-tos grupos ao passado de escravidão.

e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada.

GABARITO - EXERCÍCIOS REPÚBLICA VELHA

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10B C D C E A C A C C

11D

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10D D B A D D A A D B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10B D C C B C B B C B

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8484

CIÊNCIAS DA NATUREZA

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85

QUÍMICA

QUÍMICA DOS COMBUSTÍVEIS

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - (Fuvest 2013) - O craqueamen-to catalítico é um processo utilizado na indústria petroquímica para converter algumas frações do petróleo que são mais pesadas (isto é, constituí-das por compostos de massa molar elevada) em frações mais leves, como a gasolina e o GLP, por exemplo. Nesse processo, algumas ligações quí-micas nas moléculas de grande massa molecular são rompidas, sendo geradas moléculas meno-res. A respeito desse processo, foram feitas as seguintesafirmações:

I. O craqueamento é importante economica-mente, pois converte frações mais pesadas de petróleo em compostos de grande de-manda.

II. O craqueamento libera grande quantidade de energia, proveniente da ruptura de liga-ções químicas nas moléculas de grande massa molecular.

III. A presença de catalisador permite que as transformações químicas envolvidas no craqueamento ocorram mais rapidamente.

Estácorretooqueseafirmaem:a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

QUESTÃO 02 - (Unioeste 2012) - A respeito das propriedades físicas e químicas dos combustíveis (gasolina e álcool), e da interação destes com a água,sãofeitasasseguintesafirmações:

I. A gasolina é composta principalmente por hi-drocarbonetos saturados contendo de 5 a 12 carbonos na cadeia;

II. O álcool é miscível na água devido às intera-ções por ligações de hidrogênio existentes entre ambos compostos;

III. A densidade da água é menor do que a den-sidade da gasolina;

IV. O álcool, denominado etanol pela IUPAC, não é um combustível renovável;

V. A gasolina, derivada do petróleo, é um com-bustível fóssil assim como o carvão mineral.

Sãocorretasasafirmativas:a) I, II e III. b) III, IV e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) I, II e V.

QUESTÃO 03 - (Pucsp 2012) - A queima de combustíveis fósseis é uma das principais fontes de poluentes causadores da chuva ácida. Tanto o carvão mineral quanto os derivados de petró-

leo de maior peso molecular (como o óleo diesel) apresentam teores relativamente elevados de X, gerando o Y durante a combustão. A reação entre o oxigênio atmosférico e Y pode formar o gás Z, outro poluente atmosférico. A reação entre Z e a água produz o A, responsável pelo abaixamen-to do pH da chuva. Os símbolos e fórmulas que substituem X, Y, Z e A apropriadamente são, res-pectivamente, 2:

a) C, CO, CO2 e H2CO3.b) C, CO2, CO e H2CO3. c) S, SO2, SO3 e H2SO4. d) N, NO, NO2 e H2NO3. e) S, SO3, SO2 e H2SO3.

QUESTÃO 04 - (Pucrs 2012) - A sociedade mo-derna emprega enormes quantidades de com-bustíveis como fonte de energia, o que tem dado origem a diversos problemas ambientais, entre eles a chuva ácida. Além disso, o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é motivo de preocupação, pois esse gás tem sido reiteradamente apontado como um dos responsá-veis pelo aquecimento global. Em relação a esse tema,écorretoafirmarque:

a) o hidrogênio é um combustível fóssil encon-trado junto com o petróleo e o gás natural, e seu uso acarreta aumento do teor de dióxi-do de carbono atmosférico.

b) a queima de carvão, mineral ou vegetal, está associada a emissões de dióxido de carbono, mas somente o carvão mineral pode conter altos teores de enxofre e con-tribuir para a chuva ácida.

c) o metanol produzido a partir da nafta é um álcool, e sua queima não implica aumento de dióxido de carbono na atmosfera.

d) o etanol derivado da cana-de-açúcar é um biocombustível, e por esse motivo sua quei-ma não causa emissões de dióxido de car-bono.

e) o gás natural, também conhecido como gás de cozinha, é um combustível fóssil e, ape-sar de não ser poluente, sua queima emite dióxido de carbono.

QUESTÃO 05 - (Unesp 2010) - A queima de combustíveis fósseis é uma fonte de dióxido de enxofre atmosférico, assim como as erupções vulcânicas, como a que ocorreu recentemente na Islândia. Considere ainda o equilíbrio químico, re-presentado pela equação, que ocorre na água de uma piscina, na qual se utiliza hipoclorito em seu tratamento:

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86

QUÍMICA

Cℓ2(g)+2OH– (aq)→CℓO– (aq)+Cℓ– (aq) + H2O (l) Analiseasseguintesafirmações:

I. A queima dos combustíveis carvão mineral, petróleo e álcool de cana-de-açúcar é res-ponsável pela maioria das emissões de SO2 no planeta.

II. Acredita-se que a presença na estratosfera departículasmuitofinas formadasapartirdo SO2 contribua para o resfriamento da Terra, por bloquear parte da radiação solar.

III. A alteração do pH da chuva pode resultar na formação de um gás sufocante em piscinas localizadas em regiões altamente poluídas pelas emissões de SO2.

Sãocorretasasafirmações:a) I e II, apenas. b) I e III, apenas.c) I, II e III. d) II e III, apenas.e) III, apenas.

QUESTÃO 06 - (Udesc 2009) - Quando os de-rivados de petróleo e o carvão mineral são utili-zados como combustíveis, a queima do enxofre produz dióxido de enxofre. As reações de dióxido de enxofre na atmosfera podem originar a chuva ácida. Sobre a chuva ácida, escolha a alternativa INCORRETA.

a) O trióxido de enxofre reage com a água pre-sente na atmosfera produzindo o ácido sul-fúrico, que é um ácido forte.

b) SO2 reage com o oxigênio e se transforma lentamente em trióxido de enxofre. Essa reação é acelerada pela presença de poeira na atmosfera.

c) A chuva ácida é responsável pela corrosão do mármore, do ferro e de outros materiais utilizados em monumentos e construções.

d) Tanto o dióxido quanto o trióxido de enxofre são óxidos básicos.

e) Na atmosfera, o SO2 reage com o oxigênio e se transforma lentamente em trióxido de enxofre (SO3).

QUESTÃO 07 - (Uece 2008) - Carvão limpo é a expressão utilizada para designar as técnicas de geração de eletricidade por usinas térmicas a car-vão em que a emissão de CO2 (que não é tóxico, mas contribui para aumentar o efeito estufa) é eli-minada ou muito reduzida. São usinas ambiental-mente corretas, que jogam o gás carbônico para depósitos naturais no subsolo. Sobre o tema, as-sinale o correto.

a) O carvão é uma mistura muito complexa de compostos, contendo hidrocarbonetos, po-

rém não contendo anéis aromáticos.b) O naftaleno, C10H8, é obtido pela destila-

ção de carvão.c) Na produção do gás carbônico: 2C(s) +

O2(g) → 2CO(g), seguida por 2CO(g) + O2(g) → 2CO2(g), a velocidade de reação é dada por v = k[CO2]2.

d)NareaçãodaproduçãodeCO2especifica-da na alternativa C, se forem usadas 5 to-neladas de carvão (C(s), serão produzidas 5 toneladas de gás carbônico.

QUESTÃO 08 - (Unesp 2008) - A queima dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo), assim como dos combustíveis renováveis (etanol, por exemplo), produz CO2 que é lançado na atmos-fera, contribuindo para o efeito estufa e possível aquecimento global. Por qual motivo o uso do eta-nol é preferível ao da gasolina?

a) O etanol é solúvel em água.b) O CO2 produzido na queima dos combus-

tíveis fósseis é mais tóxico do que aquele produzido pela queima do etanol.

c) O CO2 produzido na queima da gasolina contém mais isótopos de carbono-14 do que aquele produzido pela queima do eta-nol.

d) O CO2 produzido na queima do etanol foi absorvido recentemente da atmosfera.

e) O carbono do etanol é proveniente das águas subterrâneas.

QUESTÃO 09 - (Enem 2008) - A China compro-meteu-se a indenizar a Rússia pelo derramamen-to de benzeno de uma indústria petroquímica chi-nesa no rio Songhua, um afluente do rioAmur,que faz parte da fronteira entre os dois países. O presidente da Agência Federal de Recursos da Água da Rússia garantiu que o benzeno não che-gará aos dutos de água potável, mas pediu à po-pulação que fervesse a água corrente e evitasse apescanorioAmureseusafluentes.Asautorida-des locais estão armazenando centenas de tone-ladas de carvão, já que o mineral é considerado eficaz absorvente de benzeno. Levando-se emconta as medidas adotadas para a minimização dos danos ao ambiente e à população, é correto afirmarque:

a) o carvão mineral, ao ser colocado na água, reage com o benzeno, eliminando-o.

b) o benzeno é mais volátil que a água e, por isso, é necessário que esta seja fervida.

c) a orientação para se evitar a pesca deve-se à necessidade de preservação dos peixes.

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87

QUÍMICA

d) o benzeno não contaminaria os dutos de água potável, porque seria decantado natu-ralmente no fundo do rio.

e) a poluição causada pelo derramamento de benzenodaindústriachinesaficariarestritaao rio Songhua.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: O Carvão foi uma das primeiras fontes de energia e, em pleno século XXI, ainda é muito empregado, haja vista a possibilidade de instalação, no Pará, de uma termoelétrica alimentada por carvão mi-neral. Sua composição média varia muito, porém os valores mais comuns são: 4% de umidade, 5% de matéria volátil, 81% de carbono e materiais mi-nerais diversos que levam, após a combustão, à formação de, aproximadamente, 10% de cinzas. Estas cinzas ou “pó do carvão” são muito leves e, para que não levantem poeira, devem ser ar-mazenadas em ambiente com umidade controla-da. As cinzas são constituídas de uma série de elementos, normalmente expressos na forma de óxidos: SiO2,Aℓ2O3, TiO2, Fe2O3, CaO, MgO, K2O, Na2O, P2O5, Mn3O4, BaO. Além desses, outro óxi-do importante é o SO3, produzido e liberado na forma gasosa durante o processo de combustão.

QUESTÃO 10 - (Ufpa 2008) - Entre os óxidos produzidos na combustão do carvão que são mencionados no texto, o responsável pela forma-ção da chuva ácida é o:

a) Mn3O4 b) SO3 c)Aℓ2O3 d) BaO e) Na2O

QUESTÃO 11 - (Ufpa 2008) - Um dos parâmetros utilizados para avaliar a qualidade de um carvão é o “índice de alcalinidade” de suas cinzas. A al-ternativa que apresenta dois dos óxidos respon-sáveis por esta propriedade é a:

a) Fe2O3 e BaO. b) Mn3O4 e CaO. c) K2O e TiO2. d) K2O e Na2O. e) P2O5 e MgO.

QUESTÃO 12 - (Ufpa 2008) - Considerando a presença de P2O5 na cinza armazenada, sua rea-ção com a umidade do ambiente pode ser classi-ficadacomo:

a) oxi-redução. b) neutralização. c) simples troca. d) dupla troca. e) síntese.

QUESTÃO 13 - (Enem 2004) - Há estudos que apontam razões econômicas e ambientais para que o gás natural possa vir a tornar-se, ao longo

deste século, a principal fonte de energia em lu-gardopetróleo.Justifica-seessaprevisão,entreoutros motivos, porque o gás natural:

a) além de muito abundante na natureza é um combustível renovável.

b) tem novas jazidas sendo exploradas e é me-nos poluente que o petróleo.

c) vem sendo produzido com sucesso a partir do carvão mineral.

d) pode ser renovado em escala de tempo mui-to inferior à do petróleo.

e) não produz CO2 em sua queima, impedindo o efeito estufa.

QUESTÃO 14 - (Enem 2004) - As previsões de que, em poucas décadas, a produção mundial de petróleo possa vir a cair tem gerado preocupação, dado seu caráter estratégico. Por essa razão, em especialnosetordetransportes,intensificou-seabusca por alternativas para a substituição do pe-tróleo por combustíveis renováveis. Nesse senti-do, além da utilização de álcool, vem se propon-do, no Brasil, ainda que de forma experimental,

a) iso - propil - pentano. b) n - propil - pentano. c) 2,4,4 - trimetil - pentano. d) 2,2,4 - trimetil - pentano. e) trimetil - isopentano.

QUESTÃO 15 - (Cesgranrio 1995) - A qualidade de uma gasolina pode ser expressa pelo seu ín-dice de octanagem. Uma gasolina de octanagem 80significaqueelasecomporta,nomotor,comouma mistura contendo 80% de isooctano e 20% de heptano. Observe a estrutura do isooctano: De acordo com a nomenclatura IUPAC, esse hi-drocarboneto é:

a) a mistura de percentuais de gasolina cada vez maiores no álcool.

b) a extração de óleos de madeira para sua conversão em gás natural.

c) o desenvolvimento de tecnologias para a produção de biodiesel.

d) a utilização de veículos com motores movi-dos a gás do carvão mineral.

e) a substituição da gasolina e do diesel pelo gás natural.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

C E C B D D B D B B

11 12 13 14 15

D E B C D

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FÍSICA

CINEMÁTICA01 - Referencial Para ser possível descrever o movimento de um corpo, também é necessário saber dizer onde ele está, ou seja, precisamos conhecer sua posição, que sempre terá que ser dada em rela-ção a um sistema de referencia, dito Referencial! Referencial é um corpo, ou conjunto de corpos(sistema),emrelaçãoaoqualsãodefini-das as posições de outros corpos.

02 - Instantes e intervalos de Tempo O instante é determinado por uma quanti-dade, que simbolizaremos por t. Essa quantidade representa quantas unidades de tempo já se pas-saram desde um “começo” escolhido de maneira arbitrária(geralmentedefinidocomt0 – tempo ini-cial). Exemplo:

Imagine em uma partida de fute-bol onde o craque Felipe Mene-zes surpreende o time adversário fazendo o primeiro gol do meio de campo aos 5 minutos de parti-da, e aos 46 minutos do primeiro tempo faz outro belíssimo gol de

umacobrançadefalta.Significaqueapós5minu-tos ou 5x60 = 300 segundos ( t1 = 300 s) após a partida ter iniciado fez o primeiro gol e 46 minutos ou 46x60 = 2760 segundos (t2 = 2760 s) após a partida ter iniciado fez o segundo gol. Podemos nos perguntar quanto tempo se passou do primei-ro gol para o segundo gol.

Solução: Para resolvermos essa questão preci-samos introduzir um conceito importantíssi-mo de intervalo de tempo que é representado por. O cálculo é feito subtraindo-se t1(ocorrido primeiro) de t2 (ocorrido depois)

Logo:

03 - Movimento e Repouso Dizemos que um sistema está em movi-mento quando ele muda de posição com o passar do tempo; caso contrário encontra-se em repou-so. Veja o exemplo a seguir: Observe a imagem ao lado, um navio é seguido por um avião que trafega com altitude

constante sempre na mesma vertical que passa pelo barco.

É muito fácil retirar duas conclusões:Primeira: O barco em relação ao avião não muda de posição com relação ao tempo, haja vista que em todo os instantes o avião se encontra na mes-ma posição acima do barco, então concluí-

mos que eles estão em repouso um em relação ao outroSegundo: Se você estivesse na margem desse rio observando esse impressionante fato veria tanto o avião quanto o barco mudando de posição em relação a você com o passar do tempo logo eles estariam, ao mesmo tempo, em movimento em relação a você, mas em repouso um em rela-ção ao outro.

04 - Variação de Espaço e Distância Percorrida Observe,nafigura,umrapazquesedes-loca do instante t1 , em que o espaço vale s1, até o instante t2, em que o espaço vale s2. A variação de espaço entre t1 e t2 é dada por :

05 - Velocidade Média Talvez um dos conceitos mais conhecidos da física, a velocidade média é uma medida da “mudança” do espaço em relação ao tempo em que esse espaço gasta para mudar. Matematica-mente podemos falar que:

Unidade: O sistema Internacional (SI), sistema de medidaoficial,nosdizqueespaçooficialmenteémedidoemmetros(m)eotempo,oficialmente,émedido em segundos (s), portanto velocidade é medidaoficialmenteem:

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89

FÍSICA

06 - Conceito de Aceleração Semelhante ao conceito de velocidade (que é uma taxa de mudança do espaço pelo tem-po que foi gasto), a aceleração é uma taxa que mede a mudança da velocidade no tempo que foi gasto para a velocidade mudar.

Unidade:Aaceleraçãoéoficialmenteumamedidade velocidade (m/s) dividido por tempo (s) então:

07 - Principais características de um Movimen-to Uniforme (MU) Um movimento é denominado uniforme quando ocorre com uma velocidade escalar que nãosemodificacomopassardotempo.Deoutraforma para variações de tempos iguais teremos variações de espaços iguais!Entãopodemosafirmarque:

Ex. O profinho Felipe Menezes sai de casa as 6:40 da manhã para ao colégio ensinar seus que-ridos alunos que o aguardam ansiosamente, sa-bendo que a aula inicia as 7:20 da manhã e que o professor é pontual, qual a distancia da casa do professor a escola sabendo que ele se desloca a 20m/sSolução:

Função Horária A função horária do espaço de um movi-mento nada mais faz do que nos informar a exata posição da largada (do início) que o sistema esta-rá.

Por ser uma função do segundo grau po-demos colocar no nosso querido eixo x (abscissa) e y (ordenada):

08 - Principais características de um Movimen-to Uniformemente Variável (MUV) O movimento uniformemente variado é aquele em que a aceleração escalar é constante e diferente de zero. Consequentemente, a veloci-dade sofre variações iguais em intervalos de tem-pos iguais.

Principais Equações

GráficodoEspaçoemfunçãodoTempo

GráficodaVelocidadeemFunçãodoTempo

09 - Princípios da Dinâmica: Força e Equilíbrio Quando se fala em dinâmica de corpos, a imagem que vem à cabeça é a clássica e mito-lógicadeIsaacNewton,lendoseulivrosobuma

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90

FÍSICA

macieira. Repentinamente, uma maçã cai sobre a sua cabeça. Segundo consta, este foi o primei-ro passo para o entendimento da gravidade, que atraía a maçã. Com o entendimento da gravidade, vieram o entendimento de Força, e as três Leis de Newton.Nacinemática, estuda-seomovimentosem compreender sua causa. Na dinâmica, estu-damos a relação entre a força e movimento.

O conceito de força é algo intuitivo, mas para compreendê-lo, pode-se basear em efeitos causados por ela, como:

Força Resultante É a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo. Dadas várias forças aplicadas a um corpo qualquer:

A força resultante será igual a soma vetorial de todas as forças aplicadas:

10 - Leis de Newton As leisdeNewtonconstituemos trêspi-lares fundamentais do que chamamos Mecânica Clássica, que justamente por isso também é co-nhecidaporMecânicaNewtoniana.

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia Quando estamos dentro de um carro, e este

contorna uma curva, nosso corpo tende a permanecer com a mesma velocidade ve-torial a que estava submetido antes da cur-va, isto dá a impressão que se está sendo “jogado” para o lado contrário à curva. Isso porque a velocidade vetorial é tangente a trajetória.

Um carro em movimento e este freia repen-tinamente (Em uma colisão com um obstá-culo, por exemplo), Todos são atirados para frente, pois o corpo tende a continuar em movimento.

estes e vários outros efeitos semelhantes são ex-plicados pelo princípio da inércia, cujo enunciado é: “Um corpo em repouso tende a perma-necer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento.” Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia, se alguém, ou alguma coi-sa aplicar nele uma força resultante diferente se zero ! 2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas não produzem aceleração igual. A2ªleideNewtondizqueaForçaésem-pre diretamente proporcional ao produto da ace-leração de um corpo pela sua massa, ou seja:

F é a resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N); m é a massa do corpo a qual as forças atuam (em kg); a é a aceleração adquirida (em m/s²).

Unidade de Força Nosistemainternacional,éoN(Newton),que equivale a kg m/s² (quilograma metro por se-gundo ao quadrado).Exemplo: Quando uma força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?

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FÍSICA

Solução:F = ma12 = 2a

a = 6m/s²3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação Quando uma pessoa empurra um caixa com um força F, podemos dizer que esta é uma forçadeação.masconformea3ªleideNewton,sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de reação. Esta é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é: “As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação.”

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - (ENEM 2012) - Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a em-presaaté o local da entrega.Ela verifica queotrajeto apresenta dois trechos de distâncias dife-rentes e velocidades máximas permitidas diferen-tes. No primeiro trecho, a velocidade máxima per-mitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimen-to vale 60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h. Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na velocidade máxima per-mitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega?

a) 0,7 b) 1,4c) 1,5 d) 2,0 e) 3,0

QUESTÃO 02 - (ENEM 2011) - Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é neces-sário minimizar o tempo entre estações. Para isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas esta-ções: a locomotiva parte do repouso com acele-ração constante por um terço do tempo de per-curso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constantenotrechofinal,atéparar.Qualéográficodeposição(eixovertical)emfun-ção do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?

QUESTÃO 03 - Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte ex-periência: Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo que o zero da ré-gua esteja situado na extremidade inferior. A pes-soa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la.Sem aviso prévio, a pessoa que estiver seguran-do a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve

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FÍSICA

procurar segurá-la o mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre durante a queda. O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação.

Distância percorrida pela régua durante a queda (metro)

Tempo de reação (segundo)

0,3 0,24

0,15 0,17

0,1 0,14

A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a:

a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido.

b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade.

c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado.

d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado.

e) velocidade da régua é constante, o que pro-voca uma passagem linear de tempo.

QUESTÃO 04 - (ENEM 2012) - Os carrinhos de brinquedo podem ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a corda, em que uma mola em seu interior é comprimida quando a criança puxa o car-rinho para trás. Ao ser solto, o carrinho entra em mo-vimento enquanto a mola volta à sua forma inicial. O processo de conversão de energia que ocorre nocarrinhodescritotambéméverificadoem:

a) um dínamo. b) um freio de automóvel. c) um motor a combustão. d) uma usina hidroelétrica. e) uma atiradeira (estilingue).

QUESTÃO 05 - (ENEM) - Em uma prova de 100m rasos, o desempenho típico de um corredor pa-drãoérepresentadopelográficoaseguir:

Baseadonográfico,emque intervalode tempo

a VELOCIDADE do corredor é aproximadamente constante?

a) Entre 0 e 1 segundo.b) Entre 1 e 5 segundos. c) Entre 5 e 8 segundos.d) Entre 8 e 11 segundos. e) Entre 12 e 15 segundos.

QUESTÃO 06 - Um motorista costuma percorrer um trajeto rodoviário com 600 quilômetros, dirigin-do sempre a uma velocidade média de 100 km/h, estando ele de acordo com a sinalização de trân-sito ao longo de toda a rodovia. Ao saber que trafegar nesta velocidade pode causar maior desgaste ao veículo e não gerar o melhor desem-penho de combustível, este motorista passou a reduzir em 20% a velocidade média do veículo. Consequentemente, o tempo gasto para percor-rer o mesmo trajeto aumentou em:

a) 40% b) 20% c) 4% d) 25% e) 1,5%

QUESTÃO 07 - (ENEM 2011) - Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsi-to, os quais funcionam para impedir o travamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado, liberando as rodas quando estão no limiar do deslizamento. Quando as rodas travam, a força de frenagem é governada pelo atrito ciné-tico. As representações esquemáticas da força de atrito fat entre os pneus e a pista, em função da pressão p aplicada no pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS, respectivamente, são:

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FÍSICA

QUESTÃO 08 - (ENEM 2013) - Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instan-te TA), ocorre a diminuição de sua velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraque-das, ele passa a ter velocidade de queda cons-tante, que possibilita sua aterrissagem em segu-rança.Quegráficorepresentaa forçaresultantesobre o paraquedista, durante o seu movimento de queda?

QUESTÃO 09 - (Enem 2009) - O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astro-nautas a bordo e uma câmera nova, que iria subs-tituirumaoutradanificadaporumcurto-circuitonotelescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproxima-ram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlan-tis e se dirigiram ao telescópio. Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: - Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmarqueafraseditapeloastronauta:

a) se justifica porque o tamanho do telescó-pio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de ação da aceleração da gravidade.

b)sejustificaaoverificarqueainérciadoteles-cópio é grande comparada à dele próprio, e que o peso do telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua mas-sa era pequena.

c)nãosejustifica,porqueaavaliaçãodamas-sa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não se aplicam asatélitesartificiais.

d)nãosejustifica,porqueaforça-pesoéafor-ça exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o telescópio e é a responsável

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FÍSICA

por manter o próprio telescópio em órbita. e) nãose justifica, poisaaçãoda força-pe-

so implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

QUESTÃO 10 - (Enem 2009) - O Brasil pode se transformar no primeiro país das Américas a en-trar no seleto grupo das nações que dispõem de trens-bala. O Ministério dos Transportes prevê o lançamento do edital de licitação internacional para a construção da ferrovia de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403 quilôme-tros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Esta-ção da Luz, no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 14 jul. 2009.

Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfrentado na escolha do trajeto que será per-corrido pelo trem é o dimensionamento das cur-vas. Considerando-se que uma aceleração lateral confortável para os passageiros e segura para o trem seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravidade (considerada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem se mantenha constante em todo o percurso, sabendo que a aceleração lateral é dado por 0,1 g, onde V é a velocidade constante do trem e R é o raio de curvatura , seria correto prever que as curvas existentes no trajeto deve-riam ter raio de curvatura mínimo de, aproxima-damente:

a) 80 m. b) 430 m. c) 800 m. d) 1.600 m. e) 6.400 m.

QUESTÃO 11 - (Enem 2008) - Ográficoaseguirmodela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associa-ção entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando são percorridos 10 km?

a) carroça - semana b) carro - dia

c) caminhada - hora d) bicicleta - minutoe) avião - segundo

QUESTÃO 12 - (Projeto Medicina) - O garoto Leonardo cavalgava em grande velocidade quan-do o cavalo se assustou com uma cobra e para instantaneamente. O pobre do garoto, todavia, continua e voa por cima do cavalo e cai no chão. O motivo pelo qual Leonardo “voa por cima do ca-valo” é melhor explicado por qual lei ?

a) Conservação da quantidade de movimentob) Segunda lei da termodinâmicac) Lei de Snell d)PrimeiraleideNewton–Inérciae)TerceiraleideNewton–Açãoereação

QUESTÃO 13 - (Projeto Medicina) - A figuramostra uma moeda apoiada sobre um cartão que está tampando a boca de um copo. Quando se puxa o cartão bruscamente, a moeda ainda cai dentro do copo. Esse fato está diretamente rela-cionado com qual lei física?

a) Postulado de Carnot b) Princípio da Reversibilidade dos raios c)PrimeiraleideNewton–Inérciad)SegundaleideNewton:FR=m.ae) Terceira lei da Termodinâmica

QUESTÃO 14 - (Projeto Medicina) - Um cava-lo inteligente, que se acha conhecedor das leis deNewton,pensaassim:“seeupuxaracarroça(ação), então a carroça vai me puxar (reação). A minha “ação” sobre a carroça é para frente e a “reação” da carroça sobre mim é para trás. Como as duas forças estão na mesma direção (hori-zontal) e devem ter a mesma intensidade, logo se anulam! Em outras palavras, eu jamais conse-guirei mover a carroça. Portanto, não adianta me dar chicotadas, que eu não vou tentar arrastá-la, pois sei que isso é impossível.” Só que todos nós já vimos cavalos puxando carroças, de diversas massas, e tanto cavalo quanto carroça saem do lugar. Temos aqui, então, uma prova de que a Ter-ceiraLeideNewtonestáerrada?Afinal,comoocavalo consegue se mover ?

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FÍSICA

a)AsleisdeNewtonnãoexplicamomovimen-to das carroças puxadas por cavalos;

b) Embora as duas forças possuam intensida-des iguais e sentidos opostos, elas atuam em corpos diferentes;

c) O cavalo consegue puxar a carroça desde que sua massa seja maior do que a dela;

d) Na verdade, as duas forças estão no mes-mo sentido, e por isto elas se somam, per-mitindo o movimento do sistema.

e) Ao tentar se mover, o cavalo empurra o chão paratrás(←Fat)erecebedochãoumafor-çadeatrito(→Fat)parafrente.Recebetam-bémuma forçaF← feitapelacarroçaquetenta impedir que ele se mova para frente. Assim, sobre o cavalo agem duas forças horizontais:oFat→eaforçaF←.SeFat→formaiordoque←F,eleconseguirásairdolugar.

QUESTÃO 15 - (Projeto Medicina) - Considere-mos um bloco de massa m = 2 kg inicialmente em repouso sobre uma superfície plana horizontal sem atrito. A partir de determinado instante, duas forças F1 = 40 N e F2 = 30 N passam a atuar so-bre o bloco conforme o esquema abaixo. A inten-sidade da aceleração adquirida pelo bloco vale:

a) 1 m/s2 b) 2 m/s2c) 3 m/s2 d) 4 m/s2 e) 5 m/s2

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

C D D E C D A B D E

11 12 13 14 15

C D C B E

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BIOLOGIA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESQUESTÃO 01 - Podemos estimar as quantidades adequadas de cada tipo de alimento que deve-mos ingerir, observando a pirâmide alimentar, em que a quantidade requerida de cada categoria de alimento é proporcional ao seu volume.

Aanálise da figura nos permite afirmar correta-mente que:

a) ingestão de alimentos plásticos (estruturais) está representada pela base da pirâmide alimentar.

b) os nutrientes reguladores são os que devem ser ingeridos em maior quantidade.

c) a ingestão de alimentos plásticos deve ser igual a de alimentos energéticos.

d) os lipídios são obtidos, exclusivamente, dos alimentos encontrados no topo da pirâmide alimentar.

e) maior parte das calorias da dieta deve vir dos pães, massas, arroz e outros cereais.

QUESTÃO 02 - Na doença miastenia grave, o corpo humano produz anticorpos contra suas próprias moléculas de receptores de acetilcolina. Esses anticorpos ligam-se e bloqueiam os recep-tores de acetilcolina da membrana plasmática das células musculares. À medida que a doença progride, a maioria dos músculos enfraquece, e o doentepodeapresentardificuldadesparaengolire respirar. Esses anticorpos:

a) atuam como a acetilcolina, provocando per-manente contração, fadiga e fraqueza mus-cular;

b) impedem que a contração muscular seja es-timulada pela acetilcolina;

c) promovem a destruição dos receptores da sinapse elétrica, bloqueando a via aferente;

d) ligam-se aos receptores de acetilcolina, ini-bindo a enzima acetilcolinesterase e, con-seqüentemente, a transmissão dos impul-sos nervosos;

e) ligam-se aos receptores de acetilcolina, blo-

queando a ação do sistema nervoso simpá-tico

QUESTÃO 03 - Um indivíduo sobrevivente de um naufrágio, sem suprimento de água potável, poderia sobreviver por mais tempo caso evitasse alimentar-se, exclusivamente, de peixes.Assinaleaopçãoquejustificaaafirmativaacima:

a) O aumento da excreção renal de ácido úrico, proveniente do catabolismo protéico, acar-retaria perda de água pelo seu organismo.

b) A elevada concentração de sal no peixe in-duziria à desidratação por aumento de ex-creção de cloreto de sódio e água.

c) O aumento do catabolismo protéico acelera-ria o consumo de água metabólica.

d) O aumento da excreção renal de uréia, pro-veniente do catabolismo protéico, acarreta-ria maior perda de água pelo seu organis-mo.

e) A carne de peixe contém, normalmente, concentrações elevadas de ácido úrico que, ao ser excretado, provocaria desidratação.

QUESTÃO 04 - Poucas descobertas científicasdeste século despertaram tanto interesse e con-trovérsia quanto a da pílula anticoncepcional.Pesquisas realizadas nas décadas de 1940 e 1950 permitiram sua elaboração, a partir da evi-dência de que determinados hormônios esterói-des eram capazes de bloquear a ovulação em ratas e macacas.Essa pílula contém certos hormônios:

a)hipofisáriosque inibemaproduçãonormalde hormônios ovarianos.

b)hipofisáriosqueestimulamaproduçãonor-mal de hormônios ovarianos.

c) ovarianos que inibem a produção normal de certoshormônioshipofisários.

d) ovarianos que estimulam a produção normal decertoshormônioshipofisários.

e)hipofisárioseovarianosquealteramociclomenstrual.

QUESTÃO 05 - O uso, por atletas, de câmaras e tendas que reproduzem as condições de treina-mento em cidades e regiões de altitude é um dos temas polêmicos que vem sendo debatido pelos representantes da área médica do Comitê Execu-tivo do Comitê Olímpico Internacional (COI).O principal fator alterado nesses ambientes ar-tificiais e o efeito produzido no organismo dosatletas que melhora o seu rendimento físico são, respectivamente:

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BIOLOGIA

a) aumento da pressão parcial do oxigênio res-pirado e aumento do oxigênio dissolvido no plasma sanguíneo.

b) rarefação do ar respirado e aumento do nú-mero de glóbulos brancos.

c) menos oxigênio no ar respirado e aumento do número de glóbulos vermelhos.

d) aumento da pressão atmosférica e aumento da concentração de oxigênio no sangue.

e) redução da pressão atmosférica e aumento do oxigênio dissolvido no plasma sangüí-neo.

QUESTÃO 06 - Muitas academias de ginástica estimulam seus alunos a passar horas “malhando pesado”, o que pode acarretar fadiga muscular e dores. Esses sintomas devem-se:

a)aorompimentodasfibrasmusculares,oqueimpedeodeslizamentodasmiofibrilas.

b) a estimulações repetidas e involuntárias que produzem uma contração muscular unifor-me mantida.

c) à queda na concentração plasmática de íons cálcio, impedindo a interação entre a miosina e a actina.

d) à exaustão da substância neurotransmisso-ra acetilcolina na placa motora.

e) à diminuição da concentração do ATP e con-seqüenteacúmulodeácidoláticonasfibrasmusculares, devido à glicólise anaeróbia.

QUESTÃO 07 -Ahipófiseproduzesecretaumasérie de hormônios que têm ação em órgãos dis-tintos, sendo, portanto, considerada a mais impor-tante glândula do sistema endócrino humano.Sobreoshormônioshipofisários,écorretoafirmarque:

a)oFSH,produzidonahipófiseanterior,faci-lita o crescimento dos folículos ovarianos e aumenta a motilidade das trompas uterinas durante a fecundação.

b) a vasopressina, secretada pelo lobo poste-riordahipófise,éresponsávelpelareabsor-ção de água nos túbulos renais.

c) o hormônio adenocorticotrópico (ACTH) é umesteróide secretado pela adeno-hipófi-se e exerce efeito inibitório sobre o córtex adrenal.

d) o comportamento maternal e a recomposi-ção do endométrio, após o parto, ocorrem sobainfluênciadohormônioprolactina.

e) o hormônio luteinizante atua sobre o ovário e determina aumento nos níveis do hormônio folículo estimulante (FSH) após a ovulação.

QUESTÃO 08 -Ográficoapresentaresultadosdeuma pesquisa sobre o consumo de drogas, reali-zada com 943 jovens estudantes de um grande município do Estado de São Paulo.

Dentre as drogas relacionadas, há uma que tem sido detectada em alguns atletas que participam de competições esportivas e utilizada por jovens ou adolescentes que cultuam o chamado “corpo sarado”. Trata-se:

a) do ecstasy, pois melhora o desempenho nas práticas esportivas, embora provoque ansiedade.

b) do anabolizante que, na forma de esterói-des, aumenta a massa muscular, sem pro-vocar sérios problemas ou danos à saúde.

c) do anabolizante que, na forma de esterói-des, aumenta a massa muscular mas pode causar esterilidade, impotência e doenças cardíacas.

d) do ecstasy, pois aumenta a massa muscu-lar, embora provoque depressão.

e) da cocaína, pois acelera a circulação e, con-seqüentemente, as contrações musculares, embora provoque sérios efeitos colaterais.

QUESTÃO 09 - Certo medicamento inibe o fun-cionamento da enzima responsável pela degrada-ção de uma substância I, que estimula a produção de insulina. Se uma pessoa ingerir dose diária desse medicamento, adequada a seu organismo, deverá apresentar:

a) aumento dos níveis de glicose no sangue, uma vez que sua atividade pancreática au-mentará.

b) redução dos níveis de glicose no sangue, uma vez que a atividade da substância I di-minuirá.

c) aumento dos níveis de glicose no sangue, pois a produção de insulina será estimula-da.

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BIOLOGIA

d) redução dos níveis de glicose no sangue, pois a produção de insulina será estimula-da.

e) maior degradação de glicogênio no fígado, o que implicará redução dos níveis de glicose no sangue.

QUESTÃO 10 - Se uma pessoa leva um susto, seusvasossangüíneossecontraem(ficabranca)e seu coração acelera os batimentos (dispara). Isto acontece porque:

a) as glândulas supra-renais liberam no san-gue uma grande quantidade de adrenalina

b) o pâncreas libera no sangue uma grande quantidade de insulina

c) o pâncreas libera no duodeno uma grande quantidade de suco pancreático

d) as glândulas sudoríparas se contraem re-pentinamente

e) a hipófise libera no sangue uma grandequantidade de hormônio gonadotrópico

QUESTÃO 11 - O cálcio desempenha papel im-portanteemváriosprocessosfisiológicosdoho-mem. Por isso, é indispensável a manutenção dos níveis plasmáticos de cálcio em estreitos li-mites, o que ocorre com a participação de alguns hormônios.Acercadoexpostoacima,pode-seafirmar:

a) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a libera-ção de calcitonina pelas células parafolicu-lares da tireóidea.

b) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a libera-ção do paratormônio pelas paratireóideas.

c) A elevação da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a libera-ção de triiodotironina e tiroxina pela tireói-dea.

d) A elevação da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a libe-ração de aldosterona pelo córtex das adre-nais.

e) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a libe-ração de adrenalina pela medula das adre-nais.

QUESTÃO 12 - Algumas reações fragmentam moléculas orgânicas complexas e ricas em ener-gia, originando moléculas mais simples e pobres em energia como dióxido de carbono, água e amônia. O conjunto dessas reações caracteriza:

a) o anabolismo como o processo básico.b) o catabolismo como o processo básico.c) o catabolismo como síntese de moléculas

variadas.d) a homeostase como o processo de frag-

mentação de moléculas.e) a homeostase como o processo de síntese

de moléculas simples.

QUESTÃO 13 - “Ceará joga fora opção alimentar”Segundo pesquisas da UFC, a cada ano 800 to-neladas de carne de cabeça de lagosta não são aproveitadas sendo lançadas ao mar. “0 estudo sobre hidrólise enzimática de desperdício de la-gosta”, título do pesquisador Gustavo Vieira, ob-jetiva o uso de material de baixo custo para enri-quecer a alimentação de populações carentes. O processo consiste na degradação de moléculas orgânicas complexas em simples por meio de um catalisadorenaposteriorliofilização.Opóresul-tante é de alto teor nutritivo, com baixa umidade e resiste, em bom estado de conservação, por lon-gos períodos. (Jornal do Brasil - 27/08/04)

Com base nos processos descritos no artigo ante-rior, assinale a opção correta.

a) As moléculas orgânicas simples obtidas são glicerídios que são utilizados pelo organis-mo com função reguladora.

b) As moléculas orgânicas complexas empre-gadas são proteínas que, ao serem digeri-das em aminoácidos são utilizadas pelo or-ganismo com função estrutural.

c) O catalisador do processo é uma enzima capaz de degradar proteínas em monossa-carídeos essenciais à liberação de energia para as atividades orgânicas.

d) A hidrólise enzimática de moléculas orgâni-cas complexas é realizada por catalisador inorgânico em presença de água.

e) O alto teor nutritivo do produto é devido ao fato de as moléculas orgânicas simples ob-tidas serem sais minerais indispensáveis ao desenvolvimento orgânico.

QUESTÃO 14 - O metabolismo celular depende de uma série de reações químicas controladas por enzimas, isto é, proteínas que atuam como catalisadores e que podem sofrer mutações ge-néticassendomodificadasoueliminadas.Assinale a alternativa correta, levando em conta os ácidos nucléicos, a ocorrência de mutações e as consequentes mudanças do ciclo de vida da célula.

a) O DNA é constituído por códons, que de-

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BIOLOGIA

terminam a sequência de bases do RNA mensageiro, necessária à formação dos an-ticódons, responsáveis pela produção das proteínas.

b) No caso de uma mutação acarretar a trans-formação de um códon em outro relaciona-do ao mesmo aminoácido, não haverá al-teração na molécula protéica formada, nem no metabolismo celular.

c) A mutação altera a sequência de aminoá-cidos do DNA, acarretando alterações na sequência de bases do RNA mensageiro e, consequentemente, na produção das prote-ínas.

d) As mutações atuam diretamente sobre as proteínas, provocando a desnaturação des-sas moléculas e, consequentemente, a ina-tivação delas.

e) Quando algumas proteínas são alteradas por mutações, suas funções no metabolis-mo celular passam a ser realizadas pelos aminoácidos.

QUESTÃO 15 - OSTEOPOROSE AFETA 25% DAS MULHERES NA MENOPAUSA.

(“Folha de São Paulo”, 17-09-13)

Para prevenção da osteoporose recomendam-se, entre outras medidas, caminhadas e sol. Esse tra-tamento preventivo leva o organismo a produzir:

a) estrogênios, que reduzem a atividade oste-oclástica dos ossos.

b) estrogênios, que são necessários para uma maior absorção de cálcio e de fosfato nos ossos.

c) vitamina A, que é o radical prostético de en-zimas que atuam na absorção de cálcio e fósforo.

d) vitamina C, necessária nos processos de cicatrização das fraturas, por aumentar a atividade osteoblástica dos ossos.

e) vitamina D, que aumenta a absorção do cál-cio pelo intestino.

QUESTÃO 16 - Em relação às enzimas, podemos afirmarque:

a) não podem ser reutilizadas, pois reagem com o substrato, tornando-se parte do pro-duto.

b)sãocatalisadoreseficientesporseassocia-remdeformainespecíficaaqualquersubs-trato.

c) seu poder catalítico resulta da capacidade de aumentar a energia de ativação das re-

ações.d) atuam em qualquer temperatura, pois sua

ação catalítica independe de sua estrutura espacial.

e) sendo proteínas, por mudança de pH, po-dem perder seu poder catalítico ao se des-naturarem.

QUESTÃO 17 - Qual das seguintes situações pode levar o organismo de uma criança a tornar--se imune a um determinado agente patogênico, por muitos anos, até mesmo pelo resto de sua vida?

a) Passagem de anticorpos contra o agente, da mãe para o feto, durante a gestação.

b) Passagem de anticorpos contra o agente, da mãe para a criança, durante a amamen-tação.

c) Inoculação, no organismo da criança, de moléculas orgânicas constituintes do agen-te.

d) Inoculação, no organismo da criança, de an-ticorposespecíficoscontraoagente.

e) Inoculação, no organismo da criança, de soro sanguíneo obtido de um animal imuni-zado contra o agente.

QUESTÃO 18 - Quando o corpo humano é inva-dido por elementos estranhos, o sistema imuno-lógico reage. No entanto, muitas vezes o ataque é tão rápido que pode levar a pessoa à morte. A vacinação permite ao organismo preparar sua defesa com antecedência. Mas, se existe suspei-ta de mal já instalado, é recomendável o uso do soro, que combate de imediato os elementos es-tranhos, enquanto o sistema imunológico se mo-biliza para entrar em ação. Considerando essas informações, o soro específico deve ser usadoquando:

a) um idoso deseja se proteger contra gripe.b) uma criança for picada por cobra peçonhen-

ta.c) um bebê deve ser imunizado contra polio-

mielite.d) uma cidade quer prevenir uma epidemia de

sarampo.e) uma pessoa vai viajar para região onde

existe febre amarela.

QUESTÃO 19 - As gorduras, para serem utiliza-das no metabolismo energético, sofrem as trans-formações indicadas no esquema a seguir:

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BIOLOGIA

A acetil-coenzima A, por sua vez:a) sofre as reações da glicólise, convertendo-

-se em piruvato que se acumula nos mús-culos.

b) sofre as reações do ciclo de Krebs e da ca-deia respiratória, convertendo-se em gás carbônico e água.

c) transforma-se em ácido lático, que se acu-mula nos músculos, causando a fadiga muscular.

d)transforma-seemglicogênio,queficaarma-zenado nos músculos e no fígado.

e) é transportada até os lisossomos onde é hi-drolisada.

QUESTÃO 20 - Na embalagem de um antibióti-co, encontra-se uma bula que, entre outras infor-mações, explica a ação do remédio do seguinte modo:O medicamento atua por inibição da síntese pro-téica bacteriana.Essaafirmaçãopermiteconcluirqueoantibiótico

a) impede a fotossíntese realizada pelas bac-térias causadoras da doença e, assim, elas não se alimentam e morrem.

b) altera as informações genéticas das bacté-rias causadoras da doença, o que impede manutenção e reprodução desses organis-mos.

c) dissolve as membranas das bactérias res-ponsáveis pela doença, o que dificulta otransporte de nutrientes e provoca a morte delas.

d) elimina os vírus causadores da doença, pois não conseguem obter as proteínas que se-riam produzidas pelas bactérias que para-sitam.

e) interrompe a produção de proteína das bac-térias causadoras da doença, o que impede sua multiplicação pelo bloqueio de funções vitais

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

E B D C C E B C D A

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

B B B B E E C B B E

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101

FOLHA DE REDAÇÃO

TÍTULO (OPCIONAL)

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________

Competências INSTRUÇÕES

RESERVADO AO CORRETOR

CORRETOR

1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com

canetaesferográficade tintapreta, fabricadaemmaterial transpa-rente.

3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de preenchimento do participante.

4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo. Lembre-se:parêntesesnãopodemserusadosparatalfinalidade.

5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-samente as margens.

6. Não será permitido utilizar material de consulta.7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-

ticipantes.

•Atenção:Aredaçãoserácorrigidaapartirde8linhas.

I

II

III

IV

V

Total

Média (Nota Final)

Níveis

Nome

Data:_____/_____/_____

Pontos

01

02

03040506070809101112131415161718192021222324252627282930

1 2 3 4 5

1 2 3 4 5

1 2 3 4 5

1 2 3 4 5

1 2 3 4 5

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102102

GRADE CORREÇÃONível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0

COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)

IDemonstrar domínio da norma

padrão da língua escrita.

0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.1. Demonstradomínioinsuficientedanormapadrão,apresentandogravesefrequentesdesviosgramati-

cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha

de registro e de convenções da escrita.3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-

venções da escrita.4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-

crita.5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios

gramaticais e de convenções da escrita.

IICompreender a proposta de

redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento

para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais

do texto dissertativo-argumentativo.

0. Foge ao tema proposto.1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-

mentativo.2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-

tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-

quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual

dissertativo-argumentativo.5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio

do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.

IIISelecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,

opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados

ao tema.2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-

ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação em defesa de seu ponto de vista.

3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.

4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.

5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-tadeformaconsistente,configurandoautoria,emdefesadeseupontodevista.

IVDemonstrar conhecimento dos mecanismos linguístico

necessários para a construção da argumentação.

0. Apresentainformaçõesdesconexas,quenãoseconfiguramcomotexto.1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.

VElaborar proposta de solução para o problema abordado,

respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

0. Não elabora proposta de intervenção.1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a

discussão desenvolvida no texto.3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida

no texto.4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no

texto.5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-

volvida em seu texto, com detalhamento.

Aspectos considerados na avaliação de cada competência

Comp. I

a) Adequação ao Registro• Grau de formalidade.• Variedade linguística adequada

ao tipo de texto e à situação de interlocução.

b) Norma Gramatical• Sintaxe de concordância, regência

e colocação.• Pontuação.• Flexão.

c) Convenções da Escrita• Escritadaspalavras(ortografia,

acentuação).• Maiúsculas / minúsculas.

Comp. II

a) Tema• Compreensão da proposta.• Desenvolvimento do tema a partir

de um projeto de texto.

b) Estrutura• Encadeamento das partes do

texto• Progressão temática.

Comp. IIIa) Coerância Textual• Organização do texto quanto à

sua lógica interna e externa.b) Argumentatividade

c) Indícios de Autoria• Presença de marcas pessoais

manifestas no desenvolvimen-to temático e na organização textual.

Comp. IV

a) Coesão Lexical• Adequação no uso de recursos

lexicais, tais como: sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração etc.

b) Coesão Gramatical• Adequação no emprego de co-

nectivos, tempos verbais, pontua-ção, sequência temporal, relações anafóricas, conectores intervoca-bulares, interparágrafos etc.

Comp. V Cidadania ativa com proposta solidária, compartilhada e inovadora.

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