Exegese Salmo 96 terça-feira, fevereiro 19, 2013 Jailson Santos No comments INTRODUÇÃO A Soberania de Deus é um dos principais pontos da teologia reformada. Esta verdade é encontrada em varias partes da Bíblia. Nos salmos encontramos uma seção inteira dedicada a este tema (salmos 93 – 100). Estes salmos conhecidos como “salmos de realeza” ou “salmos da soberania de Deus”, trata-se de hinos cujo motivo central é a proclamação de Deus como SENHOR único do universo e da história. Neles, a realeza do SENHOR é manifesta de maneira progressiva: Primeiro ele reina sobre o seu povo e depois seu Reino se projeta para consumação final onde Ele é reconhecido por todas as nações. O presente trabalho visa estudar a realeza de Yahweh presente no salmo 96. Tentar-se-á, a partir, do método histórico-gramatical extrair o sentido original proposto pelo autor para os seus leitores e ouvintes originais. Para isto, o texto será estudado em sua língua original, a fim de obter uma tradução literal do mesmo, tentando respeitar
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Exegese Salmo 96
terça-feira, fevereiro 19, 2013 Jailson Santos No comments
INTRODUÇÃO
A Soberania de Deus é um dos principais pontos da teologia reformada. Esta
verdade é encontrada em varias partes da Bíblia. Nos salmos encontramos uma seção
inteira dedicada a este tema (salmos 93 – 100). Estes salmos conhecidos como “salmos
de realeza” ou “salmos da soberania de Deus”, trata-se de hinos cujo motivo central é a
proclamação de Deus como SENHOR único do universo e da história. Neles, a realeza
do SENHOR é manifesta de maneira progressiva: Primeiro ele reina sobre o seu povo e
depois seu Reino se projeta para consumação final onde Ele é reconhecido por todas as
nações.
O presente trabalho visa estudar a realeza de Yahweh presente no salmo 96.
Tentar-se-á, a partir, do método histórico-gramatical extrair o sentido original proposto
pelo autor para os seus leitores e ouvintes originais. Para isto, o texto será estudado em
sua língua original, a fim de obter uma tradução literal do mesmo, tentando respeitar ao
máximo o sentido das palavras e sua análise lexicográfica. Em seguida, será feita uma
comparação desta tradução com pelo menos mais três versões, para compreender o
presente texto em uma linguagem mais comum a todos os leitores desta análise, já que o
objetivo final deste trabalho é a pregação e no ensino da Palavra de Deus para todas as
épocas.
Daremos também atenção aos principais aspectos gramaticais, com o fim de
delimitar corretamente as cláusulas presente nesta poesia, identificando os verbos, a
pessoa, o gênero, o número e os sujeitos dos mesmos, que nos ajudará a estruturar o
texto dentro de suas divisões naturais. Será considerado também o estudo do gênero
Em 96 temos no verso um, temos ainda, a seguinte nota: b-b > 1 Cr. 16, 23; e no
verso dois a-a > 1 Cr. 16, 23. Seus significados são: No verso um é omitido em 1
Crônicas 16: 23 a seguinte parte: “Cantai ao SENHOR um cântico novo”. E no verso
dois é omitido em 1º Crônicas 16: 23 a seguinte parte: “cantai ao Senhor bendizei o seu
nome”.[2] Ambas as omissões apontam para o a tese que defendemos neste trabalho,
que este é um salmo anônimo e provavelmente pós-exílico, onde um escriba usou como
base 1 Cr. 16: 23-33 para fazer a versão que temos aqui.
No verso 9 temos a seguinte nota: 9 a �� (��) ἐν αὐλῇ = tr:d>h;B. Seu
significado, é que na LXX e na Síríco/ Peshita a expressão ἐν αὐλῇ (“no átrio”) é uma
retroversão de tr:d>h;B (“na beleza” ou “no esplendor”).[3] É provável que LXX foi o
influenciada por uma 1 Cr. 16:27. A tradução desse termo tem sido fonte de grande
debate ao longo da história. Tradicionalmente tr:d>h é retirado ,r:d>hה
“ornamento”, “enfeite”/ “esplendor” (ARA: “beleza da santidade”). A leitura “beleza
da santidade” ou “esplendor sagrado”, foi interpretada pelos mais velhos comentaristas
de fala inglesa, em um sentido espiritual, a beleza de obras santas e disposição por parte
do adorador. A leitura da LXX ἐν αὐλῇ ἁγίᾳ αὐτοῦ (“no átrio de sua santidade”) é
uma leitura seguida de Calvino e, é também refletida em alguns comentários mais
antigos como por exemplo o de Jerônimo.[4]
A interpretação como “traje santo” também é bem estabelecida, aparecendo
como uma leitura marginal na nova versão. Uma linha mais recente da interpretação tem
seu ponto de partida da hdrt palavra ugarítico (texto Keret CTA 14.3.155), traduzida
como “visão” “aparição “sonho”, com a suposição de que algum tipo de aparição
teofânica de uma divindade está envolvida, ou em pelo forte sentimento da presença de
uma divindade. Se refere-se ao Senhor e não para os fiéis, é melhor tomá-lo בהדרת
como “esplendor”. A idéia é a de estar vestido com roupas brilhantes (cf. passagens tais
como Jó 40:10, Sl 104:1, Pv. 31:25), ou simplesmente a dignidade real de um rei e sua
corte (cf. Pv. 14: 28; cf Howard, Estrutura, 88-89).[5] Todavia, o conceito de teofania é
refletido no salmo, mas não deve ser levado tão rigidamente em palavras específicas.[6]
(veja na comparação de versões a nossa tradução e a justificativa para a mesma).
1.3.1. Convergências e divergências entre as traduções.
A comparação entre as versões e a nossa própria tradução revela que há poucas
diferenças entre elas. Aqui citaremos as mais importantes que convergem ou divergem
das versões mais tradicionais.
No verso 4 mantemos a palavra “mui” como na ARA, pois, destaca a ideia de
intensidade do louvor.
No verso 5 a NVI não contempla o segundo yKiÛ (porque). Preferimos assim
como a ARA e PJFA mantê-lo e assim seguir o texto original.
No verso 6 traduzimos “diante dele” (ARA, NVI e PJFA) ao invés da forma
mais literal “ante sua face” que enfatizaria mais a ideia da presença de Yahweh, pois é
uma tradução que expressa a mesma ideia e é mais comum.
Nos versos 7 e 8 preferimos a tradução “Dai” como na NVI, que ‘tributai” como
na ARA e PJFA, porque a raiz verbal primitiva traz essa ideia[8] e ela expressa melhor
a ideia de dar a Deus o que lhe é devido.
No verso 9 preferimos a tradução “curvem-se”, ao invés de adorai (ARA, PJFA,
NVI), pois exprime melhor a ideia original e evita confusão com a ideia contemporânea
de “adoração”.
Traduzimos no verso 9 a expressão vdh;B como “em seu esplendor
sagrado”, pois tem sido a tradução de muitos comentaristas antigos. Além disso, essa
tradução traz a idéia de alguém que estar vestido com roupas brilhantes (cf. passagens
tais como Jó 40:10, Sl 104:1, Pv 31:25), ou simplesmente a dignidade real de um rei e
sua corte (cf. Pv. 14: 28). O que tem tudo haver com os salmos de realeza.[9] Além
disso, “seus átrios” no verso 8c sugere que o elemento correspondente em 9ª vdh;B. hw"hyl;â Wwæx]T;v.hi (“Curvem-se diante Senhor em seu esplendor sagrado”)
deve referir-se ao Senhor e não para os fiéis.[10]
No verso 10, apesar do verbo “julgar” estar no qual imperfeito preferimos a
tradução no futuro como NVI e PJFA e não no presente como a ARA, pois, a ideia
aponta para uma realidade escatológica e em outras partes do salmo o julgamento traz
uma ideia é futura.
Traduzimos “diante de SENHOR” (parte do verso treze em ARA, NVI e PJFA),
como parte do verso 12, pois entendemos que no yKiÛ (porque) é que começa uma
nova ideia.
Finalmente, no verso 13, não omitimos o segundo yKiÛ (porque), como faz as
demais versões, apenas para manter o aspecto original do texto e assim preservarmos a
traduzido por “bendizei” (Wkår]B'), traz a ideia de falar bem do nome de Yahweh, o
qual é excelente e glorioso. Ele encontra-se no piel (uso mais comum deste verbo
bendizer) e muitas vezes é traduzido como “abençoar”. Normalmente, no AT a bênção
era transmitida de uma pessoa que estava numa posição maior para uma na posição
inferior. Tal tratamento tornou-se um meio formal de expressar agradecimento e louvor
a uma pessoa por ter compartilhado um benefício de sua vida. É bastante comum que o
SENHOR seja tratado dessa forma. A bênção no AT está diretamente ligada à natureza
bondosa de Deus, que neste salmo é expressa por meio de sua salvação.
Em quarto lugar, o salmista expõe que este louvor é um cântico “evangelístico”.
Esta ideia esta presente nos dois imperativos dos versos 2c e 3ª. O primeiro verbo que
expressa essa ideia é “proclamai” (WrïF.B). Este verbo tem a ideia de “trazer
notícias”, e no Antigo Testamento está intimamente ligado a “boas notícias”.[39] Esta
era uma palavra usada para se referir a “notícia” trazida por um aurato da vitória de uma
guerra. Por exemplo, em Isaías 41:25-29, um mensageiro (WrïF.B) vai trazer a notícia a
Jerusalém que o Senhor fez para nascer “um do norte” (Ciro), que irá fazer a vontade do
Senhor para a salvação de Israel.[40]
A boa notícia a ser dada é a da obra salvadora do Senhor. Uma vez que o Senhor
é o grande rei, juiz e divino guerreiro, ele é aquele que por meio de sua aliança, pro-
videncia socorro legal e proteção para o seu povo quando esse estiver passando por
aflição (cf. SI 76.9). Assim, salvação tinha dois aspectos para o ouvinte da época. Num
aspecto negativo, significava o livramento dos perigos físicos e da morte.
Positivamente, participação nas vantagens de ser um hebreu e possuir tudo que a Lei
provia. O salmista termina a frase dizendo que esta boa notícia deveria ser espalhada
“dia após dia”, isto é, algo frequentemente e não só em tempos apontados para as
festas solenes. Em outras palavras, as vozes nunca deveriam se calar.[41]
O salmista diz também que a glória de Yahweh deveria ser anunciada. Em sua
forma básica verbal, “anunciar”, significa “enumerar ou contar” (Gn. 15. 5). Em alguns
casos, o verbo (WråP.s) no troco intensivo (piel), como presente aqui, significa
“mostrar” ou “narrar”, porém com um elemento novo, a experiência que o próprio
narrador viveu em relação ao que esta narrando. Essa era uma palavra comumente usada
para se refere às histórias, contadas ou narradas, pelos pais israelitas aos seus filhos
sobre os grandes feitos do SENHOR no decorrer da história.
O que deveria ser narrado a todos os povos são a glória e as maravilhas de
Yahweh. A palavra “glória” (Ad+AbK. - kâbôd) significa o esplendor do Senhor
manifesto de maneira visível e perceptível. Esta “glória” é ativa, não apenas um
conceito estático. Ela estar intimamente ligado com a presença de Yahweh, seu poder e
sua ação no mundo. Além disso, Israel e todas as nações deveriam anunciar as
“maravilhas” feitas por Yahweh no decorrer da história. A palavra “maravilhas”
(wyt'(Aal.p.nI) no troco verbal que se encontra traz a ideia de algo que estar “além da
capacidade de alguém”, algo “difícil de fazer”. Em outras palavras coisas grandiosas
que somente Deus poderia fazer e que é tão extraordinário que muitas vezes foge a
compreensão humana.[42] Em suma, podemos ver que esta mensagem “evangelística”
visava despertar a alegria e a fé no Senhor, como as nações passaram a entender ao
longo da história que ele reina sobre todo o mundo.[43]
Uma das questões que precisam ser respondidas nesta seção é a quem esta
convoção é direcionada, isto é, a Israel, a todas as nações ou a ambos. Esta é uma
questão sem concenso entre os comentaristas. Os elementos exegéticos e históricos à luz
da analogia das Escrituras e da fé, dão base para mais de uma interpretação.
Exegeticamente o sujeito dos imperativos dos versos 1 – 3 é a segunda pessoa
masculino plural e de forma indireta apontam para todas as terras. Dessa maneira a
convocação é para todas as terras.[44]
Por outro lado, precisamos entender que este salmo no primeiro momento era
lido no templo e assim direcionado aos judeus da época da escrita, e logo, era uma
convocação para que Israel saisse do seu arraial para a nações. Por essa razão, para não
lermos este salmo, apenas a luz do Novo Testamento, e dizermos que ele é direcinado,
no primeiro, todos os cristãos, inclusive gentios e assim perdermos elementos
importantes do contexto da época; nem lermos apenas dentro do contexto da época e
perdermos a sua mensagem para todas as épocas, entendemos, assim como muitos
comentaristas (Calvino[45], Keil, C.F. and F. Delitzsch[46]) que os imperativos deste
salmo formam uma enfática convocação para Israel (num primeiro momento) e todas as
terras[47] (num segundo momento) louvarem ao SENHOR com o novo cântico e
anunciar sua glória entre as nações (1-3).
O verso 4 começa com a conjunção “porque” (yK) e aponta para as razões do
louvor. Este será o assunto que trataremos a seguir.
2.3.1.2. As razões do louvor (V. 4 – 6).
A segunda parte da primeira seção, versos 4-6, define as razões ou motivos para
louvar ao Senhor. Esta é a forma típica, também, dos hinos de louvor e celebração e, é
uma das partes centrais destes tipos de salmos.[48] O uso de yKiî nos versos 4 e 5
fornece uma dupla ênfase sobre o estado elevado do SENHOR, que é maior (lAdÜg"¬ - gâdol) que todos os outros deuses (~yhi(l{a - 'ĕlôhı̂ym) e mais digno de reverência
(ar"îAn - yârê' – “temível” - ARA) do que qualquer um deles. O segundo yKiî V. 5,
amplia e intensifica das declarações no v 4: “todos os deuses dos povos são meros
ídolos” (~yli_ylia - 'ĕlı ̂ylı ̂ym). Além disso, ambos os porques marcam as razões (ou
até mesmo o conteúdo) do louvor exigido tanto nos versos anteriores como nos
posteriores. Em outras palavras, tanto o louvor ao nome de Yahweh, como o
reconhecimento de sua glória e a proclamaçãodo seu Reino estão ligadas ao fato de
Yahweh ser o único Deus e os ídolos serem inúteis e de nenhum valor.
No quarto verso, o salmista coloca algumas razões pelas quais, todas as terras
devem louvar a Deus. A primeira, é que ele é grande (lAdÜg"¬ - gâdol). Este adjetivo
traz a ideia de grande em importância e força.[49] Em segundo lugar, Ele é mui digno
de ser louvado, e por isso, deve ser imensamente louvado. Finalmente, Ele é tão grande
e poderoso, que todas as nações devem ficar espantadas e admiradas, com a sua
grandeza e força. Este temor, por sua vez, é mais do que simplesmente medo, contrário
é uma atitude com a qual uma pessoa reconhece o poder e o status da pessoa que é
venerada e dando-lhe o devido respeito.[50]
O verso cinco é chave, e nele o salmista convence as nações pagãs de que seus
deuses não passam de inutilidade, já que o sentido do termo hebraico ~yli_ylia/[51]('ĕlı̂ylı ̂ym - ídolos) é aplicado aqui aos deuses em tom de desdém, ou de algo que é sem
valor. Neste versículo as palavras yheäl{a/-lK' (todos os deuses) e ~yli_ylia/ ('ĕlı̂ylı ̂ym - ídolos) formam um recurso poético chamado de “paronomasia”, que é “a
repetição de palavras semelhantes no som, mas não necessariamente em sentido”.
[52] Popularmente, usamos o termo “trocadilho” para nos referir a esse recurso.
Bullinger lembra, que quando esse recurso é usado, a nossa atenção é chamada para essa
ênfase pela semelhança de som, com isso, os olhos e os ouvidos são imediatamente
atraídos pela semelhança do som ou aparência e, portanto, nossa atenção é atraída por
uma declaração solene ou importante.[53]
O salmista usa esse recurso ao relacionar as palavras ~yhi(l{a ('ĕlôhı̂ym -
deuses) e ~yli_ylia/ ('ĕlı̂ylim - ídolos) e monta uma frase com palavras parecidas no
som e na grafia, mas com significados diferentes e gritantes. Assim, como supra dito
~yli_ylia ('ĕlı ̂ylı ̂ym - ídolos), significa algo que nada vale; “como se de lia, not (sic)
a letra l fosse duplicada para denotar extrema nulidade”.[54] Como a Deidade, real e
verdadeiramente, não será encontrada em nenhum outro senão no Criador do mundo.
[55] Em outras palavras os idolos ~yli_ylia ('ĕlı̂ylim - ídolos) podem até se
assemelhar a Deus no nome mais nunca na essência e magnificência, pois “o SENHOR
fez os céus”. Ele é Deus e o único criador.
O verso seis conclui o pensamento mostrando que “a glória e a majestade estão
diante dele e a força e a formosura no seu santuário” (ARA). A palavra traduzida
como “glória” (dAh - hôd), é frequentemente traduzida como “esplendor”. Ela é usada
para se refere à beleza de um sumo sacerdote em Êxodo 28:2, 40, e a grandeza de um rei
em Ester 1: 4, [56]. Seu uso aqui, porém, estar intimamente ligado, a segunda opção e, é
uma alusão ao poder e posição superior como aplicada aos reis. O salmista quer mostrar
que os deuses não são nada, mas Yahweh tem atributos rei em um grau elevado.
Em nosso salmo, todos estes atributos, estão intimamente ligados à presença de
Yahweh. Eles estão tanto “diante de sua face” (wyn"+p'l. – la panayv), isto é, sua
presença; no seu “santuário” (Av*D"q.mi. - miqda ̂sh), ou seja, lugar santo onde
Deus habita. Isso significa que é na presença de Deus ou em sua morada santa, que se
encontra a fonte de todos estes atributos. [57] A ideia é que onde quer que Deus se
manifeste, há exposições de glória e majestade, e força e a formosura, as quais deveriam
ser reconhecidas por toda terra.[58] Após convocar todas as nações para louvar o nome
de Yahweh e dar das as razões para isso, o salmista inicia uma nova seção com uma
nova convocação, para que todas as nações reconheçam sua glória, como veremos a
seguir.
2.3.1.3. O Senhor é Aquele a quem todos devem dar glória e força,
reverentemente temer e oferecer ofertas diante de sua face. V. 7-9.
Esta seção como a anterior é marcada por outra série de imperativos. Nos versos
7-9 (7 - 10a na ARA) temos mais oito imperativos,[59] onde os três primeiros são
repetidos (assim como no verso 1,2, com propósito de enfatizar a ideia) e os outros
juntos expressam ideias parecidas, isto é, reconhecer sua glória e adorar seu nome
versos 8,9 (assim como nos versos 2,3 louvor o seu nome e proclamação sua salvação),
como segue na figura 1.
Em todos esses imperativos temos o reconhecimento inerente que Deus merece
ser adorado. Além disso, como já tido antes, as verdades expressadas por esses verbos,
nesta seção, estão intimamente ligadas aos versos 4 e 5, que é o pano de fundo de todo o
salmo: Yahweh é o unico Deus e os ídolos (~yli_ylia - 'ĕlı ̂ylı ̂ym) são inúteis e de
nenhum valor.
O verbo “dai” (Wbïh' - yâhab – tributai ARA), em seu radical primitivo traz a
ideia de “dar” algo (normalmente importante), tanto de maneira literal como figurada, e
ele é usada tanto para se referir a Deus, como aos homens. Quando usado para Deus,
não quer dizer que alguém estar dando-lhe algo que ele já não tenha, mas atribuindo-lhe
algo que ele já tem, e assim, apenas dar-lhe o que é devido.[60] Por essa razão, ele
expressa a ideia de reconhecimento reverente. Sendo assim, as nações deveriam
reconhecer a sua glória e a sua força propocinalmente a sua margestade.[61]
Assim como no verso um, a convocação em forma de imperativos, é direcionada
a toda a terra, aqui chamada de “famílias dos povos” (~yMi_[; tAxåP.v.mi). A
palavra “famílias” aqui usada tem o sentido mais forte do que que normalmente é
atribuida a ela. Não se trata apenas de pessoas que estão juntas na mesma casa, mas de
pessoas que estão unidas por laços fortes ou num círculo de parentes de fortes laços
sanguíneos.[62] A ideia é que os gentios de toda terra, não mais seriam como meros
“agregados” unidos sem qualquer unidade de laços comuns, mas como pessoas unidas
por laços fortes, ligadas pelo sangue e afeição.[63]
Através da luz do Novo Testamento, enxergamos aqui que não seriam apenas os
descendentes (sanguíneos) de Abraão que iriam adorar a Yahweh, mas todos os que
foram abençoados na descendência dele, por meio seu descendente maior, a saber:
Jesus Cristo. Nele todas as famílias se tornaram uma única família, ligadas por um laço
sanguíneo em comum, isto é, seu próprio sangue.
O salmista no verso sete usa ainda, um paralelismo de escada ou climático, que
acontece quando o autor completa a ideia da primeira linha com outra na segunda linha.
[64] Sendo assim, o autor chama atenção dos seus ouvintes e leitores para o que deveria
ser atribuído a Yahweh, isto é: “glória” e “força”. A palavra, glória usada aqui difere da
usada no verso anterior. Ela está ligada a “honra” dada a Deus através do
reconhecimento e confissão de que Deus é Deus (Cf. Sl. 29: 1). Além disso, este termo
aponta para a soberania de Deus sobre a terra e, especificamente, para manifestação da
sua “glória” no decorrer da história (Is. 40: 5).[65]
No verso oito, o salmista convida as nações para atribuir a Yahweh a glória
devida a seu nome. O nome proclamado no verso 3 aqui deve ser reconhecido. Este
nome está intimamente ligado a sua pessoa e obra. O salmista, ainda em tom de
convocação diz a todos as famílias: “trazei” (Wa)f – literalmente levantar) uma
“oferenda” (hx'ªn>mi - minchâh) e “entrai” (Waboï - bô') nos seus “átrios”
(wyt'(Arc.x). A palavra aqui traduzida por “oferendas” é o que é comumente usada
para designar ofertas “sem derramamento de sangue” e normalmente relacionadas a atos
de gratidão e reconhecimento. O salmista completa a ideia do verso dizendo o lugar no
qual esse reconhecimento deveria ser dado. Por isso ele convoca a todas as nações
dizendo Waboï (entrai ARA) aos seus “átrios” (wyt'(Arc.x). O salmista, neste caso,
faz uma referência ao Templo, o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. O
Templo é tido como o centro religioso da nação de Israel. Entrar nos átrios ou nos pátios
do Templo, era, simbolicamente, entrar na presença deste Deus, visto que a Arca da
aliança estava no Templo e era símbolo da sua presença.
No verso nove, a convocação esta ligada a adoração. A palavra “adorar”
(Wwæx]T;v.hi) tem a ideia de “curvar-se”.[66] A palavra “adorar” expressa, também,
temor e reverência máxima. No Salmo 29:1-2 a convocação é feita também aos seres
celestiais, aqui diferentimente ela se alarga para toda terra. A ideia é que todas as nações
deveriam prostrar-se diante de Yahweh e reconhecer sua grandeza e que tudo o que lhes
pertencia eram dele e vinham dele.[67] Essa adoração deveria ser feita no “esplendor da
sua santidade” (vdh;B.), isto é, no lugar onde Deus se manifestava de forma gloriosa.
“Seus átrios” no verso 8c sugere que o elemento correspondente em 9a vdh;B. hw"hyl;â Wwæx]T;v.hi (“Curvem-se diante Senhor em seu esplendor sagrado”)
deve referir-se ao Senhor e não para os fiéis.[68] Se no verso anterior os gentios são
convidados para virem aos átrios, aqui eles são convidados a adorar a Yahweh vdh;B (no seu esplendor sagrado).
Para Calvino, aqui há também, uma referência ao fato de que “os gentios seriam
erguidos para uma nova honra ao se associarem ao mesmo corpo com o povo eleito de
Deus. Ao tempo em que este Salmo foi escrito, geralmente se julgava escassamente
crível que as nações pagãs fossem admitidas no templo em companhia da santa semente
de Abraão”.[69]
Finalmente, O salmista convoca toda terra a “tremer” (Wlyxiî) diante do
Senhor. Esta palavra originalmente expressa “a mais profunda admiração”. Calvino
destaca que “esta expressão tem o propósito de gerar em nós uma profunda reverência
pelo templo, para que os homens se aproximem dele com humilde temor, em vez de
precipitar-se na presença de Deus sem uma reverente ponderação”.[70]
Nestes versos há uma alusão aos reis das nações ao redor de Israel; os quais
ficavam, sentados de forma majestosa, com todas as marcas de honra real e dignidade
sobre eles, e recebiam de indivíduos atribuições de glória, levando presentes em suas
mãos, e curvando-se para o chão, antes deles. Com esse paralelo em mente o salmista
mostra que estes atos de reconhecimento deveriam ser direcionados de forma consciente
ao único Rei que é digno dessa adoração.
A seção termina com o último imperativo da série: “Dizei” (WrÜm.ai.). Este
verbo no troco verbal que se encontra aqui (Hitpael) traz a ideia forte de “agir
orgulhosamente”.[71] Poderia ser traduzido por “dizer orgulhosamente”.[72] Além
disso, traz a ideia de uma comunicação direta da verdade.[73] O autor volta a questão já
colocada no verso 3, onde ele convoca Israel e as nações dizendo: “proclamai”
(WrïF.B.) sua salvação e “anunciai” (WråP.s.) a sua glória. Obseve, também, que no
v. 3 ele diz que Israel e todas as nações deveriam anunciar a suas maravilhas, isto é, o
que Deus já fizera no passado. Agora ele manda anunciar (“Dizei” - WrÜm.ai.)o seu
jugamento futuro. Assim fiéis são incentivados a olhar para trás e lembrar-se das
grandes realizações do Senhor na história e para frente na esperança do seu Reino eterno
que acontecerá em toda sua plenitude.
A propagação aqui deveria ser feita “entre as nações”. O termo (~yI“AG - gôyim) no AT se refere aos povos “pagãos” ou “gentios” que ainda não faziam parte da
aliança de Yahweh. Todavia, mesmo diante disso não se deve concluir que estes povos
estivessem irremediavelmente perdidas, sem Yahweh e sem esperança. Pelo contrário,
através do povo (“am”) da aliança, as bênçãos de Yahweh deveriam ser reveladas para
as nações (“gôyim”) e a elas concedidas. Sendo assim, expressão, “entre as nações”,
significa que o Reino de Deus deveria ser proclamado fora do arraial de Israel, para que
se cumprisse a promessa de Yahweh a seu servo Abrão: “de ti farei uma grande
‘nação’” (“gôi”, singular de “gôyim”). Gn. 12.2.
Após estas palavras, o poeta chega há um dos pontos mais altos do salmo que é a
apresentação, em forma de uma afirmação enfática, de Yahweh como o Rei (já no
presente) de toda a terra. Este é o assunto da última seção como veremos nesta última
parte.
2.3.1.4. O Senhor é quem reina sobre o mundo e todas as criaturas 10 – 13 (10b – 13 ARA).
A expressão %l'ªm' hw"Üh«y> (Yahweh mâlak - “Yahweh Reina”), estar
presente em quase todos os salmos de realeza ou de soberania e, como já dito, aponta
para o motivo central dos mesmo, a saber, proclamar que Deus é Senhor Único do
universo e da História.[74] Sabe-se que diferente do português a ênfase verbal da
língua hebraica está na qualidade de ação e não no aspecto temporal. Originalmente o
verbo se encontra no “perfeito”, o qual traz a ideia de uma ação completa, e aqui traz a
possibilidade de ser traduzido no presente, apontando para o fato que ele já Reina.
Além disso, que “Yahweh Reina” é tanto uma mensagem consolo para Israel,
como de juízo para as nações, como veremos a frente. De modo geral podemos dizer
que esta seção contém, três grandes afirmações ligadas ao fato de que %l'ªm' hw"Üh«y> (Yahweh mâlak - “Yahweh Reina”): 1) Senhor já exerce o poder da
realeza divina e isso é deve ser consolo e esperança para o seu povo; 2) o mundo criado
é inabalável porque é Ele que o criou e o sustenta. 3) o Senhor vai “julgar” a terra e este
julgamento “acertará as coisas”, punindo os maus e ajudando os justo(cf. Dt 32:36, Sl
135:14, Jó 35:14; Dn. 7:22 com Is 3:13-14; Sl. 50:4).[75] Analisaremos cada uma de
forma separada.
1) Senhor estar exercendo o poder da realeza divina.
%l'ªm' hw"Üh«y aponta para uma esperança que o povo tinha de que a vida
social se realizaria de modo humano quando Deus se manifestasse interiramnete no
meio dos homens, levando a sociedade à realização da justiça e a vivencia do direito.
[76] Em outras palavras, quando ele soberanamente exercesse o seu reinado sobre toda a
terra.
Além disso, o fato que “Yahweh Reina” responde a questão levantada por Etã
no final do livro III. O salmista mostra que embora a Deus permita que as nações se
voltem contra o seu ungido (Sl. 2:1-3), em resposta a questão de Etã Salmo 89. 49 - 51
[1] Cf. FRANCISCO, Edson de Faria, Manual da Bíblia hebraica: introdução ao texto massorético, São Paulo-SP: Edições Vida Nova, 2003.[2]Ibid.[3] Ibid.[4] Cf. Ringgren, H. “Behold Your King Comes.” VT 24 (1974) 207–11.[5] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm 96. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[6] Ibid [7] Quando as justificativas para as nuançais de tradução veja breve descrição no tópico a seguir – outras versões.[8] Cf. STRONG. Dicionário Bíblico Strong-Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível na bíblia E-sword.[9] Segundo Fee “o assunto principal é tratar a soberania universal do SENHOR”. Cf. FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês?: Um guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1991. p. 184[10] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm 96. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[11] Cf. KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the lord’s reign based on the text of the psalm: A Thesis Project Submitted to Liberty Baptist Theological Seminary in partial fulfillment of the requirements for the degree doctor of ministry. Disponível: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010[12] A palavra “maravilhas” no troco verbal que se encontra traz a ideia de algo que estar “além da capacidade de alguém”, “ser difícil de fazer”. Em outras palavras coisas grandiosas que somente Deus poderia fazer e que é tão extraordinário que muitas vezes foge a compreensão humana. Cf. STRONG. Dicionário Bíblico Strong-Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível na bíblia E-sword[13] Idem [14] Porém com a ideia de não verbal cf.: Op cit 1
[15] Idem[16] Cf. KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the lord’s reign based on the text of the psalm: A Thesis Project Submitted to Liberty Baptist Theological Seminary in partial fulfillment of the requirements for the degree doctor of ministry. Disponível: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010[17] Ibid[18] O nome próprio hw"÷hy> (SENHOR) aparece mais de 6.800 vezes (sozinho ou em conjunção com outro “nome”) no texto hebraico do Antigo Testamento. A palavra hw"÷hy> é usada no Pentateuco para descrever o Deus familiar, o “Deus de Abraão, de Isaque e Jacó”, protetor da linhagem do “descendente” de Abraão. É o Deus Libertador do povo de Israel da escravidão no Egito e quem o faz conquistar a terra de
Canaã. Para tal, revela-se a Moisés, a quem entrega os seus Dez Mandamentos no monte Sinai. Este nome sempre foi conhecido e respeita pelos judeus. A importância teológica do nome hw"÷hy> decorre do fato de seu nome ser identificado como um nome pessoal de um ser divino. Além disso, a Escritura fala de hw"÷hy> como um “nome glorioso e temível” ou simplesmente o “nome” que denota a proximidade de Deus, a sua preocupação para o homem caído e a sua revelação de sua aliança redentora. Por fim, hw"÷hy> é especialmente utilizada nas referências ao Deus de Israel, o Deus do “pacto”. Cf. Antiguidades Judaicas, Vol. II, p. 276; Cf. Também: LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998. p. 345 – 348. - Cf. Finalmente: GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação. Volume I. Trad. Denise Meister São Paulo: Cultura Cristã, 2002. P. 283[19] Nos versos 10-13, apesar de termos uma variação entre 3ª pessoa masculino singular e 2ª pessoal masculino plural, os temas principais estão na 3ª.
[20] Sitz im Leben é uma expressão alemã utilizada na exegese de textos bíblicos. Traduz-se comumente por “contexto vital”. De uma forma simples, o Sitz im Leben descreve em que ocasião uma determinada passagem da Bíblia foi escrita.[21] LIVINGSTON, G. H. In: ENCICLOPÉDIA da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. 5 v.[22] LASOR, William Sanford; BUSH, Frederic W.; HUBBARD, David A. Introdução ao antigo testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999. xix, 851 [23] Compare cp. SI 24.3 com 2 Sm. 6.6-10[24] Cf. LIVINGSTON, G. H. In: ENCICLOPÉDIA da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. 5 v.[25] As cito aqui quase em sua integra.[26] Cf. SI 24. l[27] Cf. 95.6,7[28] Consideravelmente, o trabalho de Gunkel e Mowinckel tem um ponto fraco que é restringir a uma classificação específica, “Salmos de entronização de Yahweh”. De fato, os poetas representam vários conteúdos por meio de seus linguagem dentro dos Salmos. O conteúdo incluir não só a entronização de Yahweh, mas também as obras maravilhosas do Senhor, tais como a criação, a majestade, a justiça, e a justiça do Senhor. Se restringirmos os Salmos apenas como “Salmos entronização” nós poderíamos perder o conteúdo do imenso poder do Senhor. Ver: Acessado em: 30/09/2010[29] FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês?: Um guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1991. p. 184[30] Cf. CALIXTO, José Kleber Fernandes. Livros Poéticos. Apostila elaborada para acompanhamento, leitura e debates nas aulas de Livros Poéticos. Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) – Patrocínio – MG. 2° semestre de 2003. P. 30[31] Grande parte das ideias do presente contexto é fruto das anotações de aulas de exegese de salmos, ministradas pelo Prof. Rev. Dario Cardoso, bem como do seu
material escrito em: CARDOSO, D. A. . Expressão Revista Aluno - Hinos e Poesias: estudos bíblicos em Salmos e Cânticos dos Cânticos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010 (Revista de Escola Dominical).[32] Este tem sido um ponto passivo para a maioria dos estudiosos contemporâneo.[33] Op cit 31[34] Op cit 31[35] Idem[36] BOSMA, Carl J. Discernindo as Vozes nos Salmos: Uma discussão de Dois Problemas na Interpretação do Saltério. In: FIDES REFORMATA, julho-dezembro, 2004, Vol. IX, Nº 2. p.10[37] Idem[38] Cf. KELLEY, Page H. Hebraico Bíblico: uma gramática introdutória. 3. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2002.[39] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm 96. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[40] Cf. BRUEGGEMANN, W. Israel’s Praise. Minneapolis: Augsburg, 1984.p. 32.[41] Ibid[42] Cf. STRONG. Dicionário Bíblico Strong-Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível na bíblia E-sword[43] Ibid[44] É digno de nota que Gill ao comentar este salmo, o analisa do primeiro ao ultimo verso a luz de Cristo. Por essa razão ele despreza muitos dos aspectos importantes para o contexto da época da escrita. Isso faz o seu comentário, neste salmo, mais um estudo teológico e sistemático do que exegético e analítico. Veja: GILL, John. Exposition of the Old and New Testaments: Complete and Unabridged. Baptist Standard Bearer, 2006.
[45] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521.[46] Keil, C.F. and F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament in Ten Volumes. Psalms (Wm. B. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, MI, reprinted 1976).[47] É digno de nota que o que esse salmo propoe (anunciar entre as nações a boas novas do céu), só é possivel em Cristo, e de modo especial após o derramamento do Espírito Santo. (Cf. Mateus 28. 18 – 20; Atos 1.8; 2. 37 – 41).
[48] Como já dissemos há uma semelhança muito grande quanto a estrutura dos cânticos de louvor e os hinos de realeza ou soberania. Para uma análise mais detalhada desta questão veja: FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês?: Um guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1991. p. 184[49] LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998. P. 248.
[50] VINE, W. E. Vine's expository dictionary of Old & New Testament words. Nashville: T. nelson publishers, 1997. Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[51] Por exemplo, uma falsa visão ou profecia sobre a qual não se pode pôr nenhuma dependência, chama-se “elil”, (“algo de nenhum valor”) [Jr 14.14], e um pastor que abandona seu rebanho e, em vez de visitá-lo, curá-lo e nutri-lo, o devora e o dilacera, é chamado em Zacarias 11.15, 16 um pastor “haelil”, (“de nenhum préstimo”). Neste sentido a palavra é usada para os falsos deuses dos pagãos. Em vez de serem ~yhi(l{a, (elohim, deuses), são ~yli_ylia ('ĕlı̂ylı ̂ym, mero nada). Por conseguinte, Paulo, em l Coríntios 8.4, fala de um ídolo como sendo “nada no mundo”. CF. CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. p. 517. Nota 6.[52] BULLINGER, E.W. Figures of Speech used in The Bible. Disponível em: <http://bible.zoxt.net/bil/bil.htm> Acessado em: 05/10/2010.Ver também: Cf. KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the lord’s reign based on the text of the psalm: A Thesis Project Submitted to Liberty Baptist Theological Seminary in partial fulfillment of the requirements for the degree doctor of ministry. Disponível: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010[53] Ibid[54] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 517, nota 6.[55] Ibid[56] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[57] Op cit 14[58] Cf. BARNES, Albert, Notes on the Bible (Baker Books, Grand Rapids, MI, reprinted from the 1847 edition). Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[59] Entendemos que esta seção, para fins exegéticos, vai até verso 10ª (ARA). Na presente exegese 9c como analisada na delimitação de cláusulas.[60] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3: salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 520.[61] LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998. p. 601.[62] Ibid, p. 1601.[63] Cf. BARNES, Albert, Notes on the Bible (Baker Books, Grand Rapids, MI, reprinted from the 1847 edition). Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[64] Os objetivos desse tipo de paralelismo são triplos: 1º Despertar a atenção do ouvinte para o que será dito em seguida (segunda linha) 2º Uma vez que a atenção e curiosidade estão despertadas pela natureza incompleta da primeira linha, o ouvinte se sente compelido a saber o resultado. 3º Com isso enfatizar o que é dito na segunda linha. Cf. KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the lord’s reign based on the text of the psalm. Disponível em: <http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1305&context=doctoral> acessado em: 02/10/2010
Cf. também CALIXTO, José Kleber Fernandes. Livros Poéticos. Apostila elaborada para acompanhamento, leitura e debates nas aulas de Livros Poéticos. Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) – Patrocínio – MG. 2° semestre de 2003. P. 30[65] VINE, W. E. Vine's expository dictionary of Old & New Testament words. Nashville: T. nelson publishers, 1997. Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[66] Idem[67] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521.[68] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm 96. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[69] Idem.[70] Idem.[71] LAIRD HARRIS, R. et al. Dicionário internacional de teologia do antigo testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998. p. 90.[72] BROW, DRIVER AND BRIGGS. A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament. Oxford: Claredon Press, 1974. Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[73] VINE, W. E. Vine's expository dictionary of Old & New Testament words. Nashville: T. nelson publishers, 1997. Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[74] FEE, Gordon D.; STUART, Douglas. Entendes o que lês?: Um guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da hermenêutica. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1991. p. 184[75] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[76] Cf. CALIXTO, José Kleber Fernandes. Livros Poéticos. Apostila elaborada para acompanhamento, leitura e debates nas aulas de Livros Poéticos. Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) – Patrocínio – MG. 2° semestre de 2003. P. 30[77] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 521[78] VINE, W. E. Vine's expository dictionary of Old & New Testament words. Nashville: T. nelson publishers, 1997. Disponível na Bíblia eletrônica e-sword.[79] CALVINO, João. O livro dos Salmos: volume 3 : salmos de 69-106. São Paulo: Parakletos, 2002. P. 523[80] Ver: KIM, Woon Han. A study on the sermonic application for the lord’s reign based on the text of the psalm. Disponível em: acessado em: 02/10/2010[81] Cf. Beasley-Murray, G. R. Vol. 36: Word Biblical Commentary: Psalm. Word Biblical Commentary. Dallas: Word, Incorporated. 2002[82] GILL, John. Exposition of the Old and New Testaments: Complete and Unabridged. Baptist Standard Bearer, 2006.[83] Como é o caso de Delitzsch, Gunkel, Kraus dentre outros.[84] Cf. Idem apud RINGGREN, H. “Behold Your King Comes.” VT 24 (1974) 207–11.[85] HORTON, Michael S. O cristão e a cultura. 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. 206 p.
[86] Cf. STOTT, John R. W. Missões Transculturais: Uma Perspectiva Bíblica, de Ralph D. Winter e S.C. Hawthorne. (organizadores). Ed. Mundo Cristão. São Paulo, SP: 1996.