UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA ORTODONTIA ESTUDO RADIOGRÁFICO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO ÓSSEA DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS E MÃO E PUNHO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN GLAUBER FABRE CARINHENA São Bernardo do Campo 2006
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ORTODONTIA
ESTUDO RADIOGRÁFICO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS
DE AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO ÓSSEA DAS VÉRTEBRAS
CERVICAIS E MÃO E PUNHO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE
DOWN
GLAUBER FABRE CARINHENA
São Bernardo do Campo
2006
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
ORTODONTIA
ESTUDO RADIOGRÁFICO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS
DE AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO ÓSSEA DAS VÉRTEBRAS
CERVICAIS E MÃO E PUNHO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE
DOWN
GLAUBER FABRE CARINHENA
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
da Universidade Metodista de São Paulo, como parte
dos requisitos para obtenção do Título de Mestre
pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Área de Concentração: Ortodontia
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Kazuo Sannomiya
São Bernardo do Campo
2006
DEDICATÓRIA
À DEUS, obrigado por me fazer diante de muitos um privilegiado. Por
me dar tantas provas de amor e presença diária em minha vida. Só posso
continuar a estender esta dedicação às pessoas que amo porque, mais uma
vez, as ganhei de presente. Obrigado Senhor, meu Pai.
Aos meus pais Adevanir Marcelino Carinhena e Maria de Lourdes Fabre
Carinhena, pelos exemplos de vida, caráter, humildade e simplicidade, e
pela pronta ajuda, pelo amor e amizade. Para sempre meu respeito e amor.
A cada dia espero poder realizar todo meu sonho, que é de lhes dar paz e
tranqüilidade. Amo vocês.
Aos meus irmãos Marcelo Fabre Carinhena e Caio Fabre Carinhena,
que mesmo distantes estão sempre dentro de mim, me inspirando, cativando
sempre o amor, a lealdade e a simples razão de poder parar, olhar para traz
e entender que tudo vale a pena, que esta vitória seja de vocês e que
contem sempre comigo. Amo vocês.
II
DEDICATÓRIA
À minha querida avó Izede Travagin Fabre, mostrando a mim a maior
faculdade que possa existir, a vida. Sua paz, carinho, oração, que sempre
me fazem retornar aos momentos infantis, onde tudo é possível mesmo tendo
tão pouco.
Ao meu avô Paschoal Fabre (in memorian), que nos deixou, como
parte de uma vida, grandes exemplos e estímulos, mesmo falando pouco,
sempre preciso e direto...me dizia: “sempre mantenha seus olhos vivos, meu
neto, sempre brilhando...” ele não sabia (ou sim) o quanto me fortalecia em
minha caminhada.
Andréia o bem maior que alguém pode querer, tenho contigo. Amor,
lealdade e cumplicidade. Este passo só foi possível porque você me
completou em cada etapa. Os melhores momentos dedico a você, por ser
fonte de inspiração e realização. Os mais difíceis simplesmente foram
vencidos pela força de duas pessoas em uma. Te amo.
Goldenberg pela contribuição que deram ao meu crescimento pessoal, acadêmico e
profissional durante o curso.
Ao Prof. Dr. Danilo Furquim Siqueira da Universidade Metodista de São
Paulo, Faculdade de Odontologia, Pós Graduação em Ortodontia pela amizade,
apoio, dedicação e indispensável ajuda na elaboração desta pesquisa. Obrigado.
A Profa. Dra. Mônica Costa Armond da Universidade Vale do Rio Verde de
Três Corações-MG que se mostrou digna, participativa e sempre pronta a ajudar de
forma direta e indispensável nesta pesquisa. Um exemplo a ser seguido em sua
importante função acadêmica de orientação. Obrigado.
VI
AGRADECIMENTOS
À Profa. Silvana Bommarito pela sua disponibilidade e atenção. Pelo
profissionalismo e brilhantismo que desempenhou seu papel em uma fase
fundamental da apresentação deste trabalho.
Às amigas Liana Fattori, Olívia Morihisia e Renata Feres. Pelos momentos
de ajuda indispensável, pela companhia sempre alegre e positiva com que se
desenhou durante o curso. A prova que uma lição de vida não passa em branco em
nossa vida é a construção de monumento chamado “amigo”. Conseguimos os elos
da amizade sincera que nada quer em troca e em cada sorriso, gesto, fica a
saudade e a lição. Contem sempre comigo em cada busca individual e assim sendo
cada vitória alcançada, seja o mérito que vocês, com certeza, merecem.Um brinde a
nossa amizade.
VII
AGRADECIMENTOS
Aos colegas de turma: Aline, André, Christina, Geraldo, Gervásio, Junior,
Liana, Marcio, Mônica, Olivia, Paulo, Renata e Tatiane pelos momentos de
convívios os quais foram fundamentais para a finalização desta etapa.
Aos funcionários da Universidade Metodista de São Paulo: Ana, Célia,
Edílson, Marilena e Paula, cuja convivência só me favoreceram, serei a vocês,
meus amigos, sempre grato por todo apoio e carinho recebido.
Aos meus queridos parentes: tios, tias e primos, sempre presentes prontos a
abraçar o sobrinho ausente, e depositar sempre um carinho e respeito especial.
Aos meus queridos, Eric e Simone pelo estímulo e apoio em minha vida.
Pela amizade, carinho, por estarem sempre pertos, por fazer de mim alguém
especial, por me deixar fazer parte da vida de vocês de forma tão direta. Obrigado.
VIII
AGRADECIMENTOS
À Miriam, minha querida amiga e companheira de trabalho, pela dedicação
que transcende em muito as exigências de seu papel e responsabilidade.
À Cibele e Joseane, duas amigas, duas pessoas merecedoras do melhor, da
sinceridade, que fazem da nossa equipe cada dia mais unida e pronta a dar mais
uma passo.
À Tânia, pela imensa competência; pela dedicação, força de vontade,
estímulos, parceria, carinho, sabedoria e prontidão. Uma grata surpresa de vida.
A todos amigos que em minha vida acumulei, a todos, sem discrição, pela
amizade sincera e verdadeira que não se abalou com a distância, nem com o tempo.
IX
AGRADECIMENTOS
Aos meus alunos, amigos, os quais são a verdadeira fonte de inspiração e
dedicação, todo meu respeito e responsabilidade em cada troca científica e em
nossas experiências de vida.
Aos pacientes, como gostaria de abraçar cada um de vocês, e agradecê-los
pelo incentivo e compreensão em minhas ausências, a vocês garanto minha ética e
lealdade.
X
SUMÁRIO
Resumo XVIII
Lista de ilustrações XIII
Lista de tabelas XVI
Lista de abreviaturas XVII
1 INTRODUÇÃO 01
2 REVISÃO DA LITERATURA 05
2.1 Aspectos relativos a Síndrome de Down 06
2.2 Maturação óssea avaliada por meio de radiografia de mão e punho, e a
curva de surto crescimento puberal 10
2.3 Maturação óssea avaliada por meio do IMVC, visualizada em
telerradiografia em norma lateral 19
2.4 Estudo comparativo da avaliação da maturação óssea por meio do IMVC
e radiografia de mão e punho 27
3. PROPOSIÇÃO 31
4. MATERIAL e MÉTODOS 33
4.1 Amostra 34
4.2 Procedimento radiográfico 34
4.3 Material para obtenção das radiografias 35
4.4 Obtenção das radiografias de mão e punho, e telerradiografia em norma
lateral 36
4.5 Análise das radiografias 37
XI
4.6 Metodologia 38
4.7 Adaptação para visualização do IMVC e MVC na curva de surto de
crescimento puberal 47
4.7.1 Adaptação para visualização do IMVC pelo método de Hassel e
Farman (1995) 47
4.7.2 Adaptação para a visualização do IMVC pelo método de
Baccetti et al. (2002) 63
4.8 Teste intra-examinador 69
4.9 Análise estatística 69
5. RESULTADOS 71
6. DISCUSSÃO 80
7. CONCLUSÃO 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92
ABSTRACT 101 ANEXO 102
XII
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Posicionamento do indivíduo para obtenção da telerradiografia em norma Lateral 37
Figura 2 - Estágios epifisários. A. Epífise menor que a diáfise (forma de disco). B. Epífise = Diáfise (mesma largura). C. Capeamento epifisário. D. Início da união epifisária. E. União total epifisária. F. Senilidade (sem linha de união) 39
Figura 3 – Curva do Surto de Crescimento Puberal (SCP) 40 Figura 4 – Representação gráfica dos indivíduos distribuídos na curva do SCP 46 Figura 5 - Indicadores de maturação óssea das vértebras cervicais utilizando C3 48 Figura 6 – INICIAÇÃO. Bordas inferiores da C2, C3 e C4 planas ou achatadas e as
bordas superiores de C3 e C4 afuniladas de posterior para anterior. Expectativa de grande quantidade de crescimento puberal 49
Figura 7 - ACELERAÇÃO. Início de desenvolvimento de concavidades nas bordas inferiores de C2 e C3; borda inferior de C4 plana ou achatada; C3 e C4 com formato tendendo a retangulares. Expectativa de crescimento puberal significante (65% a 85%) 50
Figura 8 - TRANSIÇÃO. Presença de concavidades distintas nas bordas inferiores da C2 e C3; início do desenvolvimento de uma concavidade da borda inferior da C4; C3 e C4 apresentam-se retangulares em seu formato. Expectativa de crescimento puberal significante (25% a 65%) 51
Figura 9 - DESACELERAÇÃO. Presença de concavidades distintas nas bordas Inferiores da C2, C3 e C4. Formato da C3 e C4 aproximando-se de um quadrado. Expectativa reduzida de crescimento puberal significante (10% a 25%) 52
Figura 10 - MATURAÇÃO. Presença de concavidades acentuadas nas bordas Inferiores de C2, C3 e C4; formato quadrado das vértebras C3 e C4. Expectativa de quantidade insignificante de crescimento puberal (5% a 10%) 53
XIII
Figura 11 - FINALIZAÇÃO. Presença de concavidades profundas nas bordas
Inferiores de C2, C3 e C4; altura das vértebras C3 e C4 ultrapassando sua largura; crescimento puberal completo nesta fase 54
Figura 12 - Locais de indicadores de maturação esquelética 56 Figura 13 - Fases do processo de maturação das estruturas da mão e punho 57 Figura 14 – Os 11 indicadores de maturação esquelética de Fishman 57 Figura 15 - ESTAGIO 1 (INICIAÇÃO). Esta correspondida a combinação de SMI 1 e 2.
Com expectativa de 80% a 100% de crescimento esperado. CVMI 1: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 58
Figura 16 - ESTÁGIO 2 (ACELERAÇÃO). Esta correspondida a combinação de SMI 3 e 4. Com 65% a 85% de crescimento esperado CVMI 2: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 58
Figura 17 - ESTÁGIO 3 (TRANSIÇÃO). Esta correspondida a combinação de SMI 5 e 6.Com 25% a 65% de crescimento esperado. Este momento é equivalente ao pico de crescimento. CVMI 3: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 59
Figura 18 - ESTÁGIO 4 (DESACELERAÇÃO). Esta correspondida a combinação de SMI 7 e 8. Com expectativa de crescimento de 10% a 25% remanescente. CVMI 4: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 59
Figura 19 - ESTÁGIO 5 (MATURAÇÃO). Esta correspondida a combinação de SMI 9
e 10.Com expectativa de crescimento remanescente de apenas 5% a 10%. CVMI 5: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 60
Figura 20 - ESTÁGIO 6 (FINALIZAÇÀO). Este correspondido a SMI 11. O crescimento é completo. CVMI 7: A – Radiografia de mão-punho. B – Telerradiografia em norma lateral 60
Figura 21 - Esquema da localização dos estágios de Hassel e Farman (1995) na curva de SCP 63
XIV
Figura 22 - Os cinco estágios do método de Baccetti et al. et al., (2002). São notadas diferentes combinações das características morfológicas nos corpos vertebrais da C2, C3 e C4 65
Figura 23 – Transposição dos estágios de Baccetti et al. (2002) para a curva do SCP
de Martins e Sakima (1977) 67
Figura 24 – Transposição dos métodos na curva do SCP 68
XV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Planilha de classificação da amostra por Martins e Sakima (1977) 45 Tabela 2 - Correlação entre os métodos de Hassel e Farman (1995), e Fishman
(1972) 61 Tabela 3 – Planilha do estágio de MVCs da amostra, de acordo com Hassel e Farman
(1995), e Fishman (1972) 62 Tabela 4 – Planilha dos MVCs da amostra de acordo com Baccetti et al. (2002) 66 Tabela 5 - Estudo do erro do método por meio da análise de concordância na
avaliação da maturação óssea pelo método de Hassel e Farman (1995) 73
Tabela 6 - Estudo do erro do método por meio da análise de concordância na avaliação da maturação óssea pelo método de Baccetti et al. (2002) 74
Tabela 7 - Estudo do erro do método por meio da análise de concordância na avaliação da maturação óssea pelo método de Martins e Sakima (1977) 75
Tabela 8 - Análise de concordância entre os métodos Hassel e Farman (1995) e Baccetti et al. (2002) na avaliação da maturação óssea 76
Tabela 9 - Análise de concordância entre os métodos Hassel e Farman (1995) e Martins e Sakima (1977) na avaliação da maturação óssea 77
Tabela 10 - Análise de concordância entre os métodos Baccetti et al. (2002) e
Martins e Sakima (1977) na avaliação da maturação óssea 78
Tabela 11 - Análise de Concordância entre os métodos Hassel e Farman (1995), Baccetti et al. (2002) e Martins e Sakima (1977), conjuntamente, na avaliação da maturação óssea 79
XVI
LISTA DE ABREVIATURAS
APAE – Associação de Pais e Amigos do Excepcional
IME – Indicativo de Maturação Esquelética
EMVC – Estágio de Maturação da Vértebra Cervical
MVC - Maturação da Vértebra Cervical
PVCP – Pico de Velocidade de Crescimento Puberal
SCP – Surto de Crescimento Puberal
SD – Síndrome de Down
XVII
RESUMO
CARINHENA, GLAUBER F. Estudo radiográfico comparativo entre os métodos de
avaliação da Maturação óssea das Vértebras Cervicais e Mão e Punho
em indivíduos com Síndrome de Down
Este estudo foi realizado com o propósito de testar a reprodutibilidade, a
confiabilidade e a concordância existente entre os métodos de Martins e Sakima
(1977) para a radiografia de mão e punho, e Hassel e Farman (1995) e Baccetti et al.
(2002) para as vértebras cervicais, quando comparados 2 a 2, e entre todos,
conjuntamente. A amostra constou de 72 radiografias, sendo 36 telerradiografias em
norma lateral da cabeça e 36 radiografias de mão e punho do lado esquerdo, de 36
indivíduos com Síndrome de Down (SD), sendo 13 do sexo feminino e 23 do
masculino na faixa etária entre oito anos e seis meses até 18 anos e sete meses,
com média de 13 anos e dez meses. De acordo com os resultados obtidos
concluímos que, os índices de maturação avaliados por meio das vértebras cervicais
e os centros de ossificação observados nas radiografias de mão e punho foram
estatisticamente significativos, obtendo um excelente grau de concordância entre
eles, considerados reprodutíveis e confiáveis. Quando comparados onjuntamente,
todos os métodos se mostraram estatisticamente significantes com grau de
concordância de razoável a boa, sendo considerados confiáveis na aplicação clínica.
Descritores: 1. Síndrome de Down. 2. Vértebras cervicais. 3. Determinação da
idade pelo esqueleto. 4. Ossos sesamóides.
XVIII
________________________IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
2
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Os estágios de maturação óssea estão diretamente associados com
quantidades específicas de crescimento. O desenvolvimento da maturação pode
estar normal, porém, não existe nenhum modelo a ser atribuído na cronologia usual.
Todo indivíduo possui um padrão seqüencial único de eventos, e generalizar
descrições das fases de maturação associando-as a curva de crescimento
esquelético que representam a população geral pode ser um equívoco (FISHMAN,
1987).
A utilização da idade cronológica para estimar o início e término do
crescimento facial, não é considerada unanimidade entre os autores como
parâmetro confiável no crescimento puberal de um indivíduo. Os métodos utilizados
como referência fidedigna para identificar os estágios de maturação durante o surto
de crescimento e desenvolvimento puberal são os utilizados na radiografia de mão e