Estudo de caso de avaliação qualitativa das melhorias ergonômicas implantadas no posto de trabalho de inserção de molas nas placas do controle remoto Edislândia Inácio de Sousa 1 [email protected]Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ergonomia – Faculdade Ávila Resumo Este trabalho tem como finalidade demonstrar a ligação entre o trabalho que exige esforço repetitivo e doenças relacionadas aos membros superiores. Os distúrbios Osteomusculares Ocupacionais relacionados ao Trabalho – DORT, que se tornaram conhecidos no Brasil como lesões por esforço repetitivo (LER), podem ocorrer por sobrecarga da musculatura através de movimentos contínuos, posturais inadequadas, compressão mecânica, excesso de força usada durante a realização das atividades, bem como, formas usadas inadequadas de organização do trabalho (SANTOS e FIALHO, 1997). Sinteticamente, será mostrado de que maneira as condições de trabalho podem afetar o desenvolvimento das atividades, a aplicação deste estudo está baseada em uma sistemática que busca conduzir e orientar modificações para melhorar as condições de trabalho sobre os postos críticos evidenciados. Esta intervenção é conhecida como Análise Ergonômica do Trabalho (AET), ao qual permite identificar e avaliar a ação das principais condicionantes que podem afetar o trabalho e mostrando de que maneira as condições de trabalho podem afetar o desenvolvimento das atividades. Palavras-chave: Posto de Trabalho Crítico; Análise Ergonômica do Trabalho; Melhorias Implantadas no Posto. Introdução A indústria vem diminuindo a qualidade de vida e prejudicando a saúde dos que utilizam as mãos como única ferramenta de trabalho, devido às sobrecargas causadas pela grande concorrência no mercado, jornada de trabalho cada vez mais intensa, exigências de produtividade, fatores financeiros, entre outros fatores que levam as pessoas a desgastes físicos e psicológicos, buscando estruturar informações para identificar o cenário dos métodos de avaliação de risco ergonômico auxiliando quanto as proposta mais adequadas à sua necessidade. A legislação brasileira, na norma regulamentadora de número 17 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 1978), embora afirme que visa estabelecer parâmetro para a adaptação das condições de trabalho as característica psicofisiológicas dos trabalhadores e que para avaliar esta adaptação cabe as organizações realizarem análise ergonômica do trabalho, não deixa claro ou não sugere metodologias para estas avaliações de riscos ergonômicos. No manual de aplicação da norma regulamentadora de número 17 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2002), Também não define ou orienta quanto aos métodos a serem utilizados para avaliação dos riscos ergonômicos das atividades ocupacionais. Existem muitos métodos de análise de riscos ergonômicos encontrados na literatura disponível, delineados para determinar e qualificar a 1 Pós Graduando em Ergonomia 2 Orientador: Graduado em Fisioterapia, Especialista em Metodologia de Ensino Superior, Mestrando em Aspectos Bioéticos e Jurídicos da Saúde.
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Estudo de caso de avaliação qualitativa das melhorias ergonômicas
implantadas no posto de trabalho de inserção de molas nas placas do
para as organizações decorrentes das LER/DORT (lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), atingem diversas áreas, tanto no que à redução
da produtividade, ao aumento dos custos, aumento no absenteísmo médico, com
comprometimento da capacidade das áreas operacionais, menor qualidade de vida do
trabalhador. Wisner (1991) comenta que há uma multiplicidade de metodologias disponíveis
aos ergonomistas. Para o autor, a escolha de cada abordagem depende das características
presentes em cada situação a ser analisada, da natureza do problema proposto, bem como dos
prazos e recursos utilizáveis e da situação prática industrial. O autor lamenta a existência de
profissionais da área que preconizam algumas abordagens específicas, pois para ele, as
diferentes da área que preconizam algumas abordagens específicas, pois para ele, as diferentes
metodologias devem ser complementares, de forma a enriquecer o trabalho do ergonomista.
Como todas as ferramentas ergonômicas o Strain Index (Moore e Garg) não deve ser utilizado
como ferramenta de diagnóstico e sim de auxílio no diagnóstico. Um relatório bem detalhado
de uma atividade de trabalho analisada deve conter explanações sobre os dados observados,
características de trabalho que levam a ocorrência de tal achado e particularidades de cada
posto de trabalho. Se bem utilizada, o critério de Moore e Garg permite uma quantificação do
risco em membros superiores por sobrecarga funcional, permite simulações de melhoria no
posto de trabalho e adequação do posto de trabalho perante órgãos fiscalizadores. Além das
posturas inadequadas assumidas pelas condições do ambiente e/ ou posto de trabalho
contribuir para incidência de afecções posturais. Sabe-se que quanto mais força, maior será a
probabilidade do trabalhador desenvolver uma lesão por trauma cumulativo. O esforço
também tem certo impacto na produtividade devido o desgaste físico proporcionado no
desenvolvimento da atividade, posturas incorretas dos membros superiores ocasionam desde o
impacto de estruturas duras contra estruturas moles, caso do ombro, fadiga por contração
muscular estática, como no pescoço, e até mesmo compressão de nervos, como no caso do
punho, posturas freqüente adotado por membros superiores como ex: FLEXÃO, EXTENSÃO
do punho e desvio lateral da mão, acontece uma compressão do túnel do carpo, especialmente
importantes são as formas de compressão mecânica da base das mãos, local onde passa o
nervo media.Para a empresa em eletroeletrônico, têm certos custos onerosos para implantação
de um programa eficaz para adequar as medidas ergonômicas dentro dos limites aceitáveis
pela NR – 17. Onde se mostrou interessada em adotar medidas corretivas para favorecer as
condições de saúde e a integridade física de seus trabalhadores.
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