UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA NORTON PAULO FERREIRA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS COEFICIENTES DE PERFORMANCE DOS CICLOS FRIGORÍFICOS CONVENCIONAL E DE CASCATA AMÔNIA/AMÔNIA DO PROCESSO DE LIOFILIZAÇÃO DE CAFÉ TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CORNÉLIO PROCÓPIO 2016
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DA MECÂNICA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
NORTON PAULO FERREIRA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS COEFICIENTES DE
PERFORMANCE DOS CICLOS FRIGORÍFICOS CONVENCIONAL E
DE CASCATA AMÔNIA/AMÔNIA DO PROCESSO DE
LIOFILIZAÇÃO DE CAFÉ
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CORNÉLIO PROCÓPIO
2016
NORTON PAULO FERREIRA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS COEFICIENTES DE
PERFORMANCE DOS CICLOS FRIGORÍFICOS CONVENCIONAL E
DE CASCATA AMÔNIA/AMÔNIA DO PROCESSO DE
LIOFILIZAÇÃO DE CAFÉ
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2 do curso superior de Engenharia Mecânica do Departamento Acadêmico da Mecânica – DAMEC, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Orientador: Prof. Dr. Henrique Cotait Razuk
CORNÉLIO PROCÓPIO
2016
Universidade Tecnológica Federal do ParanáCampus Cornélio Procópio
Departamento Acadêmico de MecânicaCurso de Engenharia Mecânica
FOLHA DE APROVAÇÃO
Norton Paulo Ferreira
Estudo Comparativo Entre os Coeficientes de Performance dos Ciclos Frigoríficos Convencional e deCascata Amônia/Amônia do Processo de Liofilização de Café
Trabalho de conclusão de curso apresentado às 13:00hs do dia
01/06/2016 como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheiro Mecânico no programa de Graduação em Engenharia
Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O
candidato foi arguido pela Banca Avaliadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca
Avaliadora considerou o trabalho aprovado.
______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Henrique Cotait Razuk - Presidente (Orientador)
______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Rubens Gallo - (Membro)
______________________________________________
Prof(a). Dr(a). Marcos Antonio de Souza Lourenço - (Membro)
A folha de aprovação assinada encontra-se na coordenação do curso.
AGRADECIMENTOS
Desde já peço desculpas àqueles cujos nomes não forem citados nesse texto
de agradecimentos, pois em tão poucas linhas seria impossível enunciar todos os que
fizeram parte dessa fase tão importante, mas tenham a certeza de minha gratidão.
Agradeço primeiramente à Deus por Suas bênçãos e pela oportunidade que
me é concedida com a conclusão desse trabalho, agradeço à minha mãe, Patricia, por
sua dedicação, atenção e carinho e pelo apoio que tem me dado ao longo de todos
esses anos. Agradeço à minha vó por “não ter me deixado desistir” e à toda a minha
família pela ajuda que têm me concedido, agradeço à minha namorada, Amanda, por
ter estado ao meu lado nesses últimos anos me apoiando nos momentos de
dificuldade.
Agradeço também a todos os meus amigos, àqueles que estão comigo desde
sempre e que nem mesmo a distância pode nos afastar e também àqueles, cuja
jornada iniciamos juntos ao entrarmos na universidade, devo minha gratidão pela
parceria.
Agradeço à Universidade Tecnológica Federal do Paraná e aos professores
que me serviram de exemplo ao longo desses anos de curso.
Reverencio o professor Dr. Henrique Cotait Razuk por sua dedicação, pelos
momentos de aprendizado e pela orientação desse trabalho.
Por fim, agradeço aos responsáveis, Ericsson Bernardino, Jaime Luiz
Busquim e Paulo Cézar Felício por esta oportunidade e à Cia Iguaçu de Café Solúvel
por ter aberto suas portas para realização deste trabalho em suas instalações.
RESUMO
FERREIRA, Norton P. Estudo comparativo entre os coeficientes de performance dos ciclos frigoríficos convencional e de cascata amônia/amônia do processo de liofilização de café. 2016. 91f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso Superior de Engenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cornélio Procópio, 2016.
A refrigeração industrial vem sendo amplamente utilizada pelas indústrias alimentícias nos processos produtivos que envolvem remoção de líquidos, como a criodessecação (liofilização), que é a desidratação de alimentos com o objetivo de conservá-los e preservar suas propriedades por meio da remoção da água por sublimação. O processo de liofilização é amplamente empregado na indústria de café solúvel, onde o objetivo principal é um produzir um café instantâneo, rápido e prático e que conserve por completo seu sabor e aroma. O presente trabalho teve por objetivo um estudo de otimização e análise prática do layout industrial de refrigeração de um sistema de compressão de vapor em cascata empregado na empresa Cia Iguaçu de Café Solúvel, através da comparação do coeficiente de performance (COP) do sistema em questão com o COP de um sistema idealizado convencional e uma posterior análise exergética, buscando identificar os pontos de destruição da capacidade de realização de trabalho do sistema. Desta forma, foram identificados os pontos passíveis de otimização e foi constatado que a instalação frigorífica em questão se encontra defasada em relação à um sistema convencional, porém, em conformidade com as especificações da empresa. Palavras-chave: Refrigeração industrial. Liofilização de café. Compressão de vapor em cascata. Coeficiente de Performance (COP). Análise exergética.
ABSTRACT FERREIRA, Norton P. Comparison study between the coefficients of performance of refrigeration cycles conventional and in cascade ammonia/ammonia of coffee lyophilization process. 2016. 91f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso Superior de Engenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cornélio Procópio, 2016. The industrial refrigeration has been widely used by the food industry in the productive process that involves liquid removal, like freeze-dry (lyophilization) that is dehydration of food with the objective to preserve properties and conserve the food through water removal by sublimation. The lyophilization process is widely employed on soluble coffee industry, where the main objective is produce an instant coffee, quick and practical and that preserves completely you taste and aroma. The present work aimed a study of optimization and practice analysis of industrial layout of refrigeration by a vapor system compression in cascade employed in the Cia Iguaçu de Café Solúvel company, through a comparison the coefficient of performance (COP), of the system in the question, with COP an conventional system idealized and an posterior exergy analysis, searching identify the points of destruction capability to achievement work system. In this way, were identified the points capable to be optimized and was verified that freezer installation in the question is lagged in relation to a conventional system, however, in conformity with the company specifications. Keywords: Industrial refrigeration. Coffee lyophilization. Vapor compression in cascade. Coefficient of Performance (COP). Exergy analysis.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - DIAGRAMA DE TEMPERATURA E ENTROPIA (T – S).............. 18 FIGURA 2 - DIAGRAMA DE PRESSÃO E ENTALPIA (P – H)........................ 18 FIGURA 3 - CICLO DE REFRIGERAÇÃO DE CARNOT................................. 20 FIGURA 4 - DIAGRAMA T-S PARA O CICLO DE REFRIGERAÇÃO DE
CARNOT....................................................................................... 20 FIGURA 5 - DIAGRAMA P-H PARA O CICLO DE REFRIGERAÇÃO DE
CARNOT....................................................................................... 21 FIGURA 6 - ENERGIAS QUE ENTRAM E ENERGIAS QUE SAEM DO
CICLO DE REFRIGERAÇÃO DE CARNOT................................. 22 FIGURA 7 - A) DIAGRAMA T-S COM PONTO 1 POSICIONADO SOBRE A
LINHA DE SATURAÇÃO E PONTO 2 POSICIONADO NA REGIÃO DE VAPOR SATURADO. B) DIAGRAMA P-H COM PONTO 1 POSICIONADO SOBRE A LINHA DE SATURAÇÃO E PONTO 2 POSICIONADO NA REGIÃO DE VAPOR SATURADO.................................................................................. 23
FIGURA 8 - A) DIAGRAMA T-S COM SUPERAQUECIMENTO. B) DIAGRAMA P-H COM SUPERAQUECIMENTO.......................... 24
FIGURA 9 - A) DIAGRAMA T-S DO PROCESSO 3-4 REALIZADO POR UM DISPOSITIVO DE EXPANSÃO. B) DIAGRAMA P-H PARA O PROCESSO 3-4 REALIZADO POR UM DISPOSITIVO DE EXPANSÃO TORNA-SE ISOENTÁLPICO................................... 25
FIGURA 10 - A) DIAGRAMA T-S COM SUPERAQUECIMENTO E SUB-RESFRIAMENTO.B) DIAGRAMA P-H COM SUPERAQUECIMENTO E SUB-RESFRIAMENTO..................... 26
FIGURA 11 - A) DIAGRAMAS T-S E P-H DO CICLO IDEAL DE CARNOT. B) DIAGRAMAS T-S E P-H DO CICLO PADRÃO DE COMPRESSÃO DE VAPOR. C) DIAGRAMAS T-S E P-H DO CICLO PADRÃO DE COMPRESSÃO DE VAPOR COM AFASTAMENTOS (SUPERAQUECIMENTO E SUB-RESFRIAMENTO)........................................................................ 26
FIGURA 12 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO COMPRESSOR...... 28 FIGURA 13 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO CONDENSADOR.... 29 FIGURA 14 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO DISPOSITIVO DE
EXPANSÃO.................................................................................. 30 FIGURA 15 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO EVAPORADOR....... 31 FIGURA 16 - SISTEMA MULTIPRESSÃO COM DUPLO ESTÁGIO DE
COMPRESSÃO E RESFRIADOR INTERMEDIÁRIO................... 33 FIGURA 17 - A) DIAGRAMA T-S CICLO MULTIPRESSÃO COM DUPLO
ESTÁGIO DE COMPRESSÃO E RESFRIADOR INTERMEDIÁRIO. B) DIAGRAMA P-H CICLO MULTIPRESSÃO COM DUPLO ESTÁGIO DE COMPRESSÃO E RESFRIADOR INTERMEDIÁRIO............................................. 34
FIGURA 18 - SISTEMA MULTIPRESSÃO COM DUPLO ESTÁGIO DE COMPRESSÃO, RESFRIADOR INTERMEDIÁRIO E DUAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO........................................ 35
FIGURA 19 - A) DIAGRAMA T-S CICLO MULTIPRESSÃO COM DUPLO ESTÁGIO DE COMPRESSÃO E DUAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO. B) DIAGRAMA P-H CICLO MULTIPRESSÃO COM DUPLO ESTÁGIO DE COMPRESSÃO E DUAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO........................................
36 FIGURA 20 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO RESFRIADOR
INTERMEDIÁRIO......................................................................... 37 FIGURA 21 - VOLUME DE CONTROLE EM TORNO DO CICLO..................... 38 FIGURA 22 - OPERAÇÃO SIMPLIFICADA DE UM CICLO FRIGORÍFICO
IDEAL DE COMPRESSÃO DE VAPOR EM CASCATA............... 40 FIGURA 23 - SISTEMA EM CASCATA COM INTERCAMBIADORES DE
CALOR EM AMBOS OS CICLOS INDEPENDENTES E DUAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO........................................ 41
FIGURA 24 - A) DIAGRAMA T-S SISTEMA EM CASCATA. B) DIAGRAMA P-H SISTEMA EM CASCATA.......................................................... 41
FIGURA 25 - INTERFACE INICIAL COOLPACK............................................... 44 FIGURA 26 - EXEMPLO TROCADOR DE CALOR DE SUPERFÍCIE
RASPADA..................................................................................... 49 FIGURA 27 - FLUXOGRAMA DO SISTEMA CONSIDERADO PARA
ESTUDO....................................................................................... 51 FIGURA 28 - FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO SISTEMA CASCATA
AMÔNIA/AMÔNIA......................................................................... 53 FIGURA 29 - FERRAMENTA REFRIGERATION UTILLITIES........................... 55 FIGURA 30 - DIAGRAMA T-S PARA O CICLO DE BAIXA COM
AFASTAMENTO ENTRE AS LINHAS DE PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO E EVAPORAÇÃO............................................ 57
FIGURA 31 - DIAGRAMA P-H PARA O CICLO DE BAIXA COM AFASTAMENTO ENTRE AS LINHAS DE PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO E EVAPORAÇÃO............................................ 57
FIGURA 32 - FLUXOGRAMA SISTEMA MULTIPRESSÃO IDEALIZADO........ 61
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - RELAÇÃO DAS TEMPERATURAS E PRESSÕES COLETADAS........................................................................... 54
TABELA 2 - RELAÇÃO DAS ENTALPIAS E ENTROPIAS CALCULADAS......................................................................... 56
TABELA 3 - VARIAÇÕES ENTÁLPICAS NOS COMPONENTES DO CICLO...................................................................................... 58
TABELA 5 - RELAÇÃO DAS ENTALPIAS E ENTROPIAS CALCULADAS PARA O SISTEMA MULTIPRESSÃO IDEALIZADO............... 62
TABELA 6 - VARIAÇÕES ENTÁLPICAS NOS COMPONENTES DO CICLO MULTIPRESSÃO IDEALIZADO.................................. 62
TABELA 7 - CARGAS TÉRMICAS ABSOLUTAS TROCADAS, TRABALHOS ENTREGUES E VAZÕES MÁSSICAS DO SISTEMA MULTIPRESSÃO IDEALIZADO.............................. 63
TABELA 8 - EXERGIAS ESPECÍFICAS DE FLUXO E EXERGIAS ABSOLUTAS DE FLUXO NAS ENTRADAS E SAÍDAS DE CADA COMPONENTE DO SISTEMA CASCATA AMÔNIA/AMÔNIA.................................................................... 64
TABELA 9 - TRANSFERÊNCIAS DE EXERGIA ASSOCIADAS AO CALOR, TRANSFERÊNCIAS DE EXERGIA ASSOCIADAS AO TRABALHO E EXERGIAS DESTRUÍDAS........................ 65
1.1. REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL E O PROCESSO DE LIOFILIZAÇÃO
Stoecker e Jabardo (2002) definem a refrigeração industrial como sendo o
processo de refrigeração caracterizado por fornecer temperaturas que variam na faixa de
-70°C até 15°C. Tal processo é amplamente utilizado da indústria da construção, da
manufatura, química e de processos. Para este trabalho, destacam-se as aplicações da
refrigeração industrial no condicionamento de ar e na conservação e processamento de
alimentos e bebidas.
O condicionamento de ar nas indústrias, diferente do condicionamento de ar
doméstico que visa o conforto de pessoas, tem por finalidade satisfazer as condições de
temperatura necessárias aos processos produtivos (STOECKER; JABARDO, 2002).
No âmbito alimentício, a refrigeração industrial está presente, por exemplo, em
grandes redes de supermercados na conservação de alimentos congelados e não
congelados, bem como nos processos produtivos que envolvem remoção de líquidos,
como os processos de concentração, criodessecação (ou liofilização) entre tantos outros
utilizados no processamento de alimentos e bebidas.
A liofilização (ou criodessecação) é o processo de desidratação de alimentos (em
grande parte perecíveis) que visa preservar suas propriedades e conservar o alimento
por meio da remoção da água por sublimação. O processo é também utilizado na
indústria farmacêutica para conservação de princípios ativos, bactérias entre outros
(EMPRESA AGROINDUSTRIAL DE DESIDRATAÇÃO DE FRUTAS LTDA, 2014).
O processo de liofilização é amplamente empregado na indústria de café solúvel,
onde o objetivo principal é um produzir um café instantâneo, rápido e prático e que
conserve por completo seu sabor e aroma.
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A Cia Iguaçu de Café Solúvel é hoje uma das maiores exportadoras de café do
Brasil e vice-líder no Brasil no segmento de café solúvel. Sua unidade de Cornélio
Procópio será alvo de estudo deste trabalho.
Em 22 de junho de 1967, em Cornélio Procópio, no Paraná, a Café Iguaçu foi fundada por grupos de cafeicultores dessa região, liderados pelas famílias Miyamoto, Höffig e Ferreira de Castro. Logo em 1972, a Marubeni Corporation, trading company com sede no Japão, passou a ter participação na empresa, o que contribuiu para consolidar a posição da Café Iguaçu também no mercado internacional. Em 1977, a Café Iguaçu já estava entre as 100 maiores empresas exportadoras do Brasil, com participação de 12,2% do total das exportações de café solúvel. No ano de 2002 a Café Iguaçu fez o seu primeiro investimento industrial em país estrangeiro, através de sua controlada Panfoods Co. Ltd., de Londres, Inglaterra, construindo uma unidade para torrefação de café e embalagem de café solúvel na Romênia, a Panfoods Romênia SRL onde ela comercializava o seu produto com a marca – “AMIGO”, se tornando líder neste mercado. Esta unidade hoje já não existe mais. Em 15 de setembro de 2010, foi inaugurado o segundo túnel de liofilização na fábrica em Cornélio Procópio, PR, o que possibilitou a ampliação da capacidade de produção de café solúvel liofilizado. Hoje a Café Iguaçu está entre as três maiores empresas exportadoras de café do Brasil, vice-líder no Brasil no segmento de café solúvel. (HISTÓRIA DA CAFÉ IGUAÇU).
1.2. MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO
Em visita técnica realizada à empresa, então citada, foi constatada a utilização de
um ciclo frigorífico em cascata (amônia/amônia), responsável por atender a um sistema
de ar condicionado à base de Glicol e dois trocadores de calor para congelamento de
creme de extrato de café. Tendo em vista o desenvolvimento tecnológico realizado nas
últimas décadas no âmbito da refrigeração industrial e sabendo que o projeto do ciclo
frigorífico em questão já está a algumas décadas em operação e ainda, que a análise do
coeficiente de performance de um ciclo frigorífico, bem como o conhecimento dos fatores
que podem otimizá-lo, têm importante relevância para empresa, do ponto de vista
econômico, o presente trabalho busca avaliar o desempenho deste ciclo frigorífico e
determinar se o mesmo é passível de alterações que venham a atualizar e melhorar seu
desempenho.
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1.3. OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivo geral complementar o entendimento e
reforçar os preceitos, teoremas e postulados expostos pelas disciplinas das áreas
térmica, termodinâmica e de fluidos, apresentadas ao longo do curso, através do estudo
e análise prática do layout industrial de refrigeração de um sistema de compressão a
vapor em cascata, empregado na empresa Cia Iguaçu de Café Solúvel, unidade Cornélio
Procópio, estabelecendo critérios para a análise do coeficiente de performance do ciclo
frigorífico em cascata amônia/amônia do processo de liofilização de café, bem como um
estudo de redução de custos e otimização da eficiência de refrigeração.
Como objetivos específicos, este trabalho procura estabelecer uma parceria
acadêmico empresarial de forma a atender às solicitações e necessidades especificadas
pela empresa, através do levantamento de dados pertinentes ao ciclo frigorífico que será
objeto de estudo deste trabalho, bem como possíveis propostas de redução de custos,
através da otimização da instalação frigorífica.
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO
Neste primeiro capítulo foi apresentado um breve conceito e aplicações da
refrigeração industrial e do processo de liofilização, bem como os fatores motivadores e
os objetivos deste trabalho. Já no Capítulo 2 são expostos os conceitos teóricos que
serão utilizados como base para compreensão e desenvolvimento das análises propostas
por este trabalho. Em seguida, no Capítulo 3, são descritos os materiais e métodos
empregados para realização das mesmas.
No Capítulo 4 são apresentados os resultados encontrados através das análises
realizadas, as discussões e questionamentos levantados ao longo do desenvolvimento
deste trabalho. Por fim, no Capítulo 5, são apresentadas as conclusões, possíveis
propostas de melhoria e considerações finais deste trabalho.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. CONSIDERAÇÕES TERMODINÂMICAS
Ao se trabalhar com sistemas, alguns parâmetros devem ser previamente
estabelecidos. Segundo Wylen, Sonntag e Borgnakke (1995), a primeira lei da
termodinâmica enuncia os princípios da conservação da massa e da energia, aplicados
à termodinâmica, fundamentada na impossibilidade de se criar ou destruir energia, sendo
esta passível apenas de ser transformada, armazenada e/ou transferida.
“Um sistema termodinâmico é definido como uma quantidade de matéria de massa
e identidade fixas” (WYLEN; SONNTAG; BORGNAKKE, 1995, p. 14). Ou seja, não existe
entrada nem saída de massa do sistema. Da teoria da relatividade expressa pela equação
E = mc² (sendo “c” uma constante relativa à velocidade da luz no vácuo), a energia é
diretamente proporcional à massa e, uma variação de energia, implicaria em uma relativa
variação de massa. Porém, tal variação de massa pode ser desprezada, pois sua ordem
de grandeza é pequena demais para introduzir erros significativos em problemas
termodinâmicos. Desta forma, o princípio da conservação da energia pode ser
considerado independente do princípio da conservação da massa (WYLEN; SONNTAG;
BORGNAKKE, 1995, p. 92). Assim, para um volume de controle ao redor de um sistema
termodinâmico é possível dizer que a somatória das massas que entram no volume de
controle é igual à somatória das massas que saem do mesmo:
𝛴𝑚𝑒 = 𝛴𝑚𝑠 (1)
Da Eq. 1, os índices “e” e “s” designam as entradas e saídas, respectivamente.
Wylen, Sonntag e Borgnakke (1995) dizem que a energia de um sistema pode ser
avaliada de três formas distintas, sendo elas: energia interna (U), energia cinética (EC) e
STOECKER, W. F.; JABARDO, J. M. S. Refrigeração Industrial. 2 ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 2002. SHAPIRO, Howard N.; MORAN, Michael J. Princípios de Termodinâmica Para Engenharia. São Paulo: Editora GEN LTC, 2002. WRONSKI, Jorrit. CoolPack. Disponível em: <http://www.en.ipu.dk/Indhold/refrigeration-and-energy-technology/coolpack.aspx>. Acesso em: 10/05/2016. WYLEN, Gordon J. V.; SONNTAG, Richard E.; BORGNAKKE, Claus. Fundamentos da Termodinâmica Clássica. 4ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1995.
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APÊNDICES
APÊNDICE A: Fluxogramas Sistema Cascata Amônia/Amônia.
APÊNDICE A.1 - Fluxogramas Projeto Original.
APÊNDICE A.2 - Fluxogramas Projeto Atual.
APÊNDICE A.3 - Fluxogramas Reserva x Efetivo.
APÊNDICE B: Diagramas T-s e P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia.
APÊNDICE B.1 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de Alta
Isoentrópico.
APÊNDICE B.2 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico x Real.
APÊNDICE B.3 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Real.
APÊNDICE B.4 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa com Bombeamento Isoentrópico.
APÊNDICE B.5 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa Bombeamento Isoentrópico x Real.
APÊNDICE B.6 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa Bombeamento Real.
APÊNDICE B.7 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Baixa Bombeamento Real.
APÊNDICE B.8 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico.
APÊNDICE B.9 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico x Real.
APÊNDICE B.10 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Real.
APÊNDICE B.11 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e de Baixa com Bombeamento Isoentrópico.
APÊNDICE B.12 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
72
Alta e de Baixa Bombeamento Isoentrópico x Real.
APÊNDICE B.13 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e de Baixa Bombeamento Real.
APÊNDICE B.14 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Baixa Bombeamento Real.
APÊNDICE C: Diagramas T-s e P-h Sistema Multipressão Idealizado.
APÊNDICE C.1 – Diagrama T-s Sistema Multipressão Idealizado.
APÊNDICE C.2 – Diagrama P-h Sistema Multipressão Idealizado.
76
APÊNDICE B.1 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de Alta
Isoentrópico.
77
APÊNDICE B.2 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico x Real.
78
APÊNDICE B.3 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Real.
79
APÊNDICE B.4 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa com Bombeamento Isoentrópico.
80
APÊNDICE B.5 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa Bombeamento Isoentrópico x Real.
81
APÊNDICE B.6 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e Ciclo de Baixa Bombeamento Real.
82
APÊNDICE B.7 – Diagrama T-s Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Baixa Bombeamento Real.
83
APÊNDICE B.8 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico.
84
APÊNDICE B.9 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Isoentrópico x Real.
85
APÊNDICE B.10 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta Real.
86
APÊNDICE B.11 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e de Baixa com Bombeamento Isoentrópico.
87
APÊNDICE B.12 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e de Baixa Bombeamento Isoentrópico x Real.
88
APÊNDICE B.13 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Alta e de Baixa Bombeamento Real.
89
APÊNDICE B.14 – Diagrama P-h Sistema Cascata Amônia/Amônia. Ciclo de
Baixa Bombeamento Real.
90
APÊNDICE C.1 – Diagrama T-s Sistema Multipressão Idealizado.
91
APÊNDICE C.2 – Diagrama P-h Sistema Multipressão Idealizado.