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Estudo dos acidentes e incidentesConhecer a proporo e gravidade
em que ocorrem os acidentes importante, pois mostra-nos a dimenso
desses acontecimentos.Na figura abaixo encontram-se os dados de um
estudo realizado sobre acidentes industriais e que revelou os
seguintes dados:
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A anlise da relao 1-10-30-600 da figura das propores indica um
nmero de incidentes muito maior do que de acidentes graves.Este
fato nos alerta a prestarmos mais ateno aos incidentes, pois esta
situao geralmente resulta em acidentes com perdas materiais e
pessoais.Portanto, as aes desempenhadas para impedir que ocorram
perdas, deveriam estar voltadas correo e/ou preveno desses
eventos.Assim, o controle de acidentes graves ou de incidentes com
alto potencial de perda, poderiam ser mais efetivos.Alm disso, o
risco de acontecer um acidente com leses graves se torna cada vez
menor, pois este deve tornar-se cada vez mais um evento raro.
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Modelo Causal das perdasA ocorrncia de um acidente ou incidente
raramente ocasionado apenas por um fator, mas sim por um conjunto
de eventos que acabam levando a uma perda.O tipo e o grau dessas
perdas variam de acordo com a gravidade de seus efeitos, que podero
ser insignificantes ou catastrficos, gerando custos para a
empresa.Visando alcanar a menor quantidade possvel de perdas,
faz-se necessrio conhecermos as causas que as geram, e,
conseqentemente, tentar evit-las.Usaremos ento, o Modelo Causal de
Perdas abaixo, para exemplificar a seqncia em que um acidente ou
incidente pode acontecer.
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Falta de controleA falta de controle o princpio da seqncia de
fatores causais que originam um acidente, que dependendo de sua
gravidade, pode gerar poucas ou muitas perdas.Por isso, o controle
uma das funes essenciais em uma administrao efetiva, no importando
o segmento que ela tiver.Ele deve conhecer os padres, planejar e
organizar o trabalho, de modo a satisfaz- los e guiar seu grupo de
trabalho na satisfao e cumprimento desses padres.Avaliar seu prprio
desempenho e o dos outros, avaliar os resultados e as necessidades
e corrigir de forma construtiva o desempenho das mesmas
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As razes mais comuns para que ocorram a falta de controle so:Um
programa inadequado o desenvolvimento de um programa com
quantidades insuficientes de atividades, que variam de acordo com a
extenso, a natureza e o segmento da empresa.Padres inadequados do
programa
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As razes mais comuns para que ocorram a falta de controle so: a
formulao dos padres de maneira pouco especfica, pouco clara e/ou
nvel pouco elevado, no proporcionando s pessoas conhecerem o que
esperado delas e nem permitem uma medio significativa do grau de
cumprimentodos padres.Cumprimento inadequado dos padres. uma das
origens da falta de controle, sendo uma das razes do fracasso no
controle de perdas derivadas dos acidentes.
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Causa bsicasAs causas bsicas so as razes de ocorrerem os atos e
condies abaixo do padro.Tambm so chamadas de causas razes, causas
reais, causas indiretas, causas fundamentais ou de contribuio de um
acidente ou incidente.Geralmente so bem evidentes, mas para se ter
um controle administrativo eficiente, faz-se necessrio um pouco
mais de investigao sobre elas.
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Causa bsicasCom este conhecimento pode-se explicar porque as
pessoas cometem prticas abaixo dos padres e porque essas condies
existem. importante considerarmos tambm, duas categorias de causas
imediatas, osfatores pessoais e os fatores de trabalho (ambiente de
trabalho), que so exemplificadas a seguir:
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Fatores pessoaisCapacidade fsica/fisiolgica
inadequada;Capacidade mental/psicolgica inadequada;Tenso
fsica/fisiolgica;Tenso mental/psicolgica;Falta de
conhecimento;Falta de habilidade;Motivao deficiente.
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Fatores de trabalho (ambiente de trabalho)Liderana e/ou
superviso inadequada;Engenharia inadequada;Compra
inadequada;Manuteno inadequada;Ferramentas, equipamentos e
materiais inadequados;Padres de trabalho inadequados;Uso e
desgaste;Abuso e maltrato.
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Causas imediatasAs causas imediatas so as circunstncias que
precedem imediatamente o contato e que podem ser vistas ou
sentidas.Atualmente, utiliza-se os termos abaixo dos padres e
condies abaixo dos padres.As prticas e condies abaixo dos padres
manifestam-se dos seguintes modos:
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Atos ou prticas abaixo dos padresOperar equipamentos sem
autorizao;No sinalizar ou advertir;Falhar ao
bloquear/resguardar;Operar em velocidade inadequada;Tornar os
dispositivos de segurana inoperveis;Remover os dispositivos de
segurana;Usar equipamento defeituoso;
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Atos ou prticas abaixo dos padresUsar equipamentos de maneira
incorreta;No usar adequadamente o EPI;Carregar de maneira
incorreta;Armazenar de maneira incorreta;Levantar objetos de forma
incorreta;Adotar uma posio inadequada para o trabalho;Realizar
manuteno de equipamentos em operao;Fazer brincadeiras;Trabalhar sob
a influncia de lcool e/ou outras drogas.
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Condies abaixo dos padresProtees e barreiras
inadequadas;Equipamentos de proteo inadequados ou
insuficientes;Ferramentas, equipamentos ou materiais
defeituosos;Espao restrito ou congestionado;Sistemas de advertncia
inadequados;Perigos de exploso e incndio;
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Condies abaixo dos padresOrdem e limpeza deficientes,
desordem;Condies ambientais perigosas: gases, poeira, fumaa,
vapores;Exposies a rudos;Exposies a radiaes;Exposies a temperaturas
extremas;Iluminao excessiva ou inadequada;Ventilao inadequada.
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Acidente e incidenteOs incidentes so eventos que antecedem as
perdas, isto , so os contatos que poderiam causar uma leso ou
dano.Quando se permite que tenham condies abaixo do padro ou atos
abaixo do padro, aumentam as chances de ocorrerem incidentes e
acidentes.Essas condies so causas potenciais de acidentes, que
provocam os contatos e trocas de energia que causam danos s
pessoas, propriedade, ao processo e ao meio ambiente.
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Perdas As perdas so os resultados de um acidente, que geram
vrios tipos de perdas:s pessoas, propriedade, aos produtos, ao meio
ambiente e aos servios.O tipo e o grau dessas perdas depender da
gravidade de seus efeitos, que podem ser insignificantes ou
catastrficos.Depender tambm das circunstncias casuais e das aes
realizadas para minimizar as perdas como:
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Perdas Cuidar adequadamente dos primeiros socorros e da
assistncia mdica;Controlar e combater os incndios, rpido e
efetivamente;Reparar de imediato, equipamentos e instalaes
danificadas;Implementar planos de ao de emergncia
eficientes;Reintegrar as pessoas no trabalho, de modo
efetivo.Minimizar os efeitos de uma perda acidental fazer uso dos
aspectos humanos e econmicos, motivando o controle dos acidentes
que do origem s perdas.
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Perdas nos acidentesTempo do Trabalhador FeridoTempo produtivo
do trabalhador ferido perdido e no reembolsado pelas leis de
inadequao do trabalhador.
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Perdas nos acidentes tempo do companheiro de trabalhoOs
companheiros de trabalho no local do acidente perdem tempo, assim
como no momento de deslocar o ferido ao ambulatrio ou
ambulncia;Perde-se tempo por lstima ou curiosidade e pela interrupo
do trabalho ao ocorrer a leso, e mais tarde, ao comentar o caso,
contando estrias similares, trocando opinies acerca das causas,
correndo boatos, etc.;Perda de tempo devido a limpeza do lugar,
recolhimento de donativos para ajudar ao trabalhador e sua famlia,
assistncia s audincias, etc.;Deve-se incluir tambm os custos das
horas extras dos outros trabalhadores que tm que cobrir o trabalho
do companheiro ferido, e o tempo gasto pelo pessoal de Segurana em
relao ao acidente.
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Perdas nos acidentes tempo do supervisorO tempo do supervisor
que se soma ao acidente inclui:Assistncia ao trabalhador
ferido;Investigar a causa do acidente, investigao inicial,
acompanhamento, pesquisa sobre como prevenir a repetio, Planejar a
continuao do trabalho, obter material novo, reprogramar;Selecionar
e treinar novos trabalhadores, incluindo a solicitao de candidatos
ao posto, suas avaliaes, treinamento do empregado novo ou
transferido;Preparar o relatrio do acidente, relatrio de leses;
relatrio de danos propriedade, relatrio de incidentes, relatrios
das anomalias, dos acidentes de veculos, etc;Participar das
audincias sobre o acidente
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Perdas geraisPerde-se tempo de produo devido ao transtorno,
choque, ou distintas manifestaes de trabalhadores, baixa de
rendimento e pelos comentrios;Produzem-se perdas como resultado das
paradas de mquinas, veculos, plantas, instalaes, que podem ser
temporrias ou de longo prazo e afetar equipamentos e cronogramas
relacionados;A produtividade do trabalhador ferido freqentemente
reduzida aps o retorno ao trabalho, devido s restries de trabalho,
reduo de sua eficincia, aos impedimentos fsicos, s muletas, gessos,
etc;
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Perdas geraisA perda de novos negcios e de prestgio, publicaes
negativas, problemas na obteno de novas contrataes, so perdas
tpicas do caso;Surgem gastos adicionais legais devido a processos
judiciais com relao aos benefcios de indenizaes, demandas de
responsabilidade civil, que requerem contratao de servios legais,
alm dos gastos com agentes de seguro que esto includos nos custos
diretos;
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Perdas geraisOs custos podem aumentar devido s reservas de
seguro e aos itens que aumentam os impostos e que correspondem,
respectivamente, s pequenas porcentagens anuais de perdas brutas,
assim como os impostos baseados nos valores em dlares das perdas
que esto amarradas as reservas;Devem incluir itens variados
adicionais, que podem ser especficos para certas operaes e que so
apropriados para casos especficos de acidente;Perdas de
propriedade;
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Perdas geraisGastos no fornecimento de equipamentos e recursos
de emergncia;Custo de equipamentos e materiais, como conseqncia da
recuperao ou restaurao devido ao uso acima do normal;Custo de
material para reparo e peas de reposio;Custo de tempo de reparo e
de substituio de equipamentos em termos de perda de produtividade e
atraso na manuteno planejada de outros equipamentos;
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Perdas geraisCusto de aes corretivas que no sejam as de
reparo;Perdas pela reposio de partes sobressalentes em estoque para
os equipamentos destrudos;Custos proporcionais de equipamentos de
resgate e de emergncia;Perda de produo durante o perodo de
recuperao do empregado, investigao, limpeza, reparo e
certificao.
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O ICEBERG DOS CUSTOS PRODUZIDOS PELOS ACIDENTESO clculo dos
custos das perdas devido a acidentes, somente em termos de leses e
doenas ocupacionais contemplar apenas uma frao dos custos
identificveis.Os acidentes custam dinheiro, se as pessoas se ferem
ou no, e os custos com as leses ou doenas so uma parte
relativamente pequena dos custos totais.O Iceberg abaixo ilustra a
melhor informao disponvel sobre esses custos, que esto muito alm
dos custos com os primeiros socorros.
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CUSTOS DOCUMENTADOS DE DANOS PROPRIEDADEDanos a estruturas;Danos
a equipamentos e ferramentas;Danos a produtos e
materiais;Interrupes e atrasos de produo;Custos legais;Despesas com
equipamentos e provises de emergncia;Aluguel de equipamentos de
substituio
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Custos variadosTempo de investigao;Salrios pagos por perda de
tempo;Custos de contratar e/ou preparar pessoal de substituio;Horas
extras;Tempo extra de superviso;Tempo de andamento
administrativos;Menor produo do trabalhador acidentado aps
retorno;Perda de prestgio e de possibilidades de fazer negcios.
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CAT Comunicado de Acidente de trabalhoNa ocorrncia do acidente
de trabalho o empregado deve levar o fato ao conhecimento da
empresa. Esta por sua vez deve comunicar o fato Previdncia Social
atravs da CAT (Comunicao de Acidente do Trabalho).A comunicao gera
o processo administrativo com a finalidade de proteger o empregado,
que apurar as causas e conseqncias do fato, liberando o benefcio
adequado ao acidentado.
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CAT Comunicado de Acidente de trabalhoA empresa dever comunicar
o acidente do trabalho Previdncia Social at o 1 dia til da
ocorrncia e, em caso de morte, de imediato, autoridade competente,
sob pena de multa.As CATs so documentos teis para se conhecer a
histria dos acidentes na empresa.As informaes das CATs permitem,
por exemplo, selecionar os acidentes por ordem de importncia, de
tipo, de gravidade da leso ou localiz-los no tempo, alm de
possibilitar o resgate das atas da CIPA com as investigaes e
informaes complementares referentes aos acidentes.
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Relatrios de acidentesA empresa dever elaborar relatrio de
investigao e anlise de acidente, conduzido e assinado pelo SESMT e
a CIPA, com todo detalhamento necessrio ao perfeito entendimento da
ocorrncia, contendo; entrevistas com o acidentado, quando possvel;
entrevistas com testemunhas e entrevistas com outros empregados;
descries dos mtodos e processos, dos procedimentos de trabalho
prescritosDevem, sobretudo, propor medidas a serem tomadas pela
empresa a fim de que acidentes em condies semelhantes no mais
ocorram.
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Relatrios de acidentesConvm lembrar que, no caso de acidente com
trabalhador de prestadora de servio, teremos um caso especial: o
ambiente de trabalho geralmente da concessionria e o trabalhador da
contratada. Nesta situao h a responsabilidade solidria que envolve
contratante e contratada e ento ambas devem elaborar o relatrio de
anlise de acidente do trabalho, realizar reunio extraordinria da
CIPA, adotar medidas preventivas, etc.
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Relatrios de acidentesAinda, com relao a esse aspecto, os
responsveis pela empresa onde tenha ocorrido o acidente, devem ser
orientados a darem ampla divulgao, no mbito da empresa, para cincia
dos empregados, sobre as circunstncias que contriburam para aquele
fato, sobre o estado de sade das vtimas do acidente, as medidas
adotadas pela empresa para que acidente daquela natureza no mais se
repita, conscientizando o empregador ou preposto sobre as vantagens
de se alertar os seus empregados sobre os riscos da atividade e
sobre as conseqncias do acidente. Essa conduta estimula a seriedade
e compromisso da empresa, junto aos seus empregados, para
atendimento do acidentado e correo das irregularidades relativas s
medidas de controle dos riscos.