INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO – CAMPUS COLATINA ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO DO BRASIL
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESPÍRITO SANTO – CAMPUS COLATINA
ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO DO BRASIL
Colatina, Outubro de 2009
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESPÍRITO SANTO – CAMPUS COLATINA
ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO DO BRASIL
ADÔNIS CALIMAN
ÍCARO BARBARIOL PIANCA
NATHALIA LOSS FRANZIN
Professora: Lilia Marcia de Alvarenga Lourete
COLATINA, Outubro de 2009
RESUMO
Este trabalho versa sobre a Estrutura Geológica Brasileira, sua a formação,
classificação e suas principais características.
Contem dados importantes a respeito do relevo brasileiro, sua classificação de
acordo com os pesquisadores Aroldo de Azevedo, Aziz Ab'Saber e Jurandyr Ross
visando suas modificações e diferenciais desde a primeira classificação de Aroldo
de Azevedo a terceira e última classificação de Jurandyr Ross, que contribuíram
imensamente, cada um a seu tempo, para o estudo do relevo do Brasil.
Identifica os tipos de relevo predominante no território brasileiro - planaltos, planícies
e depressões - e os critérios para sua classificação.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
I. Figura 1.1 – Brasil: escudos cristalinos segundo Aziz N. Ab'Saber - 08
II. Figura 1.2 – Brasil: bacias sedimentares segundo Aziz N. Ab'Saber - 09
III. Figura 1.3 – Divisão do relevo brasileiro, segundo Aroldo de Azevedo - 11
IV. Figura 1.4 – Divisão do relevo brasileiro, segundo Aziz V. Ab'Saber - 13
V. Figura 1.5 – Classificação do relevo brasileiro, segundo Jurandyr Ross - 15
VI. Figura 1.6 – Planalto - 17
VII. Figura 1.7 – Depressão - 19
VIII. Figura 1.8 – Planícies- 21
Sumário
INTRODUÇÃO......................................................................................................05
PROCESSO DE FORMAÇÃO DA GEOLOGIA BRASILEIRA..............................06
CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA .......................07
Escudos Cristalinos..........................................................................................07
Bacias Sedimentares........................................................................................09
CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE RELEVO............................................................10
Classificação do Relevo...................................................................................10
Primeira Classificação: Aroldo de Azevedo..................................................10
Segunda Classificação: Aziz Ab'Saber.........................................................12
Terceira Classificação: Jurandyr Ross.........................................................14
Tipos de Relevo....................................................................................................16
Planaltos...........................................................................................................16
Planaltos em Bacias Sedimentares..............................................................18
Planaltos em Intrusões Coberturas Residuais de Plataforma......................18
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados...............................................18
Planaltos dos Cinturões Orogênicos............................................................18
Depressões......................................................................................................19
Depressões Periférica..................................................................................20
Depressões Marginais..................................................................................20
Depressões Interplanálticas.........................................................................20
Planícies...........................................................................................................21
Planícies Costeiras.......................................................................................22
Planícies Continentais..................................................................................22
CONCLUSÃO.......................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................24
INTRODUÇÃO
Neste trabalho trazemos considerações importantes a respeito da estrutura
geológica brasileira e do relevo. Observamos que a estrutura geológica data da era
Pré-Cambriana e se classifica como escudos cristalinos que ocupam 36% do nosso
território e bacias sedimentares os 64% restantes da área total do território.
Percebemos que sua estrutura geológica interfere na classificação e nos tipos de
relevo encontrados no país, e que sempre que se fala em relevo brasileiro três
classificações são lembradas as de Aroldo de Azevedo, a de Aziz Ab'Saber e a de
Jurandyr Ross e que cada um desses autores seguiram uma 'escola' diferente em
seus estudos de geomorfologia e aprimoraram seus estudos de acordo com que a
tecnologia da época permitia um aprofundamento de suas pesquisas até serem
definidos como tipos de relevo os planaltos, planícies e depressões, que foi aderida
somente na classificação de Jurandyr Ross não antes utilizada na classificação dos
outros geógrafos.
5
PROCESSO DE FORMAÇÃO DA GEOLOGIA BRASILEIRA
Sobre a formação da estrutura geológica brasileira, Coelho (1996), ela se distingue
basicamente em escudos cristalinos e bacias sedimentares, formados na era Pré-
Cambriana. Nosso país não possui dobramentos modernos formados por forças
tectônicas que originaram as altas cordilheiras da crosta terrestre no Cenozóico. As
serras originadas no Brasil, como por exemplo a Serra do Mar, datam da era
Arqueozóica.
6
CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA
Segundo Coelho (1996), a estrutura geológica brasileira se classifica em escudos
cristalinos e bacias sedimentares, sendo:
Escudos Cristalinos
De acordo com dados em pesquisas de Coelho (1996), são estruturas geológicas
muito antigas, rígidas e formadoras das atuais áreas de estabilidade tectônica,
aparecem associadas às jazidas de minerais metálicos.
No Brasil ocupam 36% do território sendo:
Os 32% formados na era Arqueozóica e constituídos por rochas magmáticas
internas e metamórficas. Formam o denominado embasamento ou complexo
cristalino.
Os 4% foram formados na era Proterozóica e são formados em maioria por
rochas metamórficas e possuem as principais jazidas de minerais metálicos
(alumínio, estanho, ferro e manganês).
7
Figura 1.1
(COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo: Moderna, 1996. página: 73, figura 5.1)
8
Bacias Sedimentares
Sobre as bacias sedimentares Coelho (1996), nos diz que são depressões onde
geralmente são depositados detritos ou sedimentos de forma horizontal ou quase
horizontal vindo de áreas próximas ou distantes. Sua estrutura ocupa 64% da área
total do território brasileiro divididas em grandes bacias e pequenas bacias de
acordo com a sua extensão e em paleozóica, mesozóica, cenozóica terciária e
cenozóica quartenária de acordo com a sua idade. Economicamente as bacias são
de grande importância pois abrigam minerais energéticos (petróleo e carvão
mineral).
Figura 1.2
(COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo:
Moderna, 1996. página: 74, figura 5.2)
9
CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE RELEVO
Classificação do Relevo
Segundo Moreira (2002), para compreender qualquer forma de relevo, deve-se
considerar a atuação conjunta de todos os fatores - tanto a influência interna, como
a atuação do clima. Também é necessário observar a evolução do clima ao longo do
tempo geológico, que contribuem para explicar o modelado do presente. Classificar
o relevo implica em agrupar suas formas de acordo com a semelhança de
características externas.
Primeira Classificação: Aroldo de Azevedo
De acordo com Almeida e Rigolin (2003), Aroldo de Azevedo era professor e nos
deixou sua primeira classificação em 1940, sua pesquisa era pioneira. Fez seu
trabalho em duas etapas, uma primeira classificando as divisões gerais
geomorfologicamente e a segunda classificando as subdivisões geologicamente.
Para diferenciar planaltos de planícies usou a altimetria estabelecendo um limite de
200m para diferenciar uma forma da outra.
10
Figura 1.3
(COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo:
Moderna, 1996. página: 77, figura 5.4)
11
Segunda Classificação: Aziz Ab'Saber
Almeida e Rigolin (2003) nos mostra que o geógrafo Aziz Ab'Saber em 1962 usou
um novo critério para classificar o relevo brasileiro ampliando a classificação de
Aroldo de Azevedo acrescentou novas unidades ao relevo brasileiro.
Usou do critério morfoclimático, que explica as formas de relevo pela ação do clima,
e aboliu o processo altimétrico baseando-se nos processos de erosão e
sedimentação na diferenciação dos planaltos e planícies. Segundo Ab'Saber as
superfícies onde predominam os agentes erosivos são considerados planaltos e as
superfícies onde a deposição dos sedimentos é maior do que a erosão são
considerados planícies.
12
Figura 1.4
(COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo:
Moderna, 1996. página: 78, figura 5.5)
13
Terceira Classificação: Jurandyr Ross
Segundo Almeida e Rigolin (2003), Ross faz um detalhamento mais específico do
relevo brasileiro levando em consideração as características geológicas e
geomorfológicas, do solo, hidrografia e vegetação do país chegando mais próximo
da realidade. Em seu projeto foi usado do que a tecnologia oferecia de mais
moderno.
Almeida e Rigolin (2003) deixa claro que nessa nova classificação são consideradas
três principais formas de relevo: planaltos, planícies e depressões. As classificações
anteriores consideravam apenas a existência de planaltos e planícies. Ross
aprofundou os critérios morfoclimáticos de Ab'Saber e considerou o nível altimétrico
de Aroldo de Azevedo, usando cotas diferentes das anteriores, e baseou-se em três
maneiras diferentes de explicar as formas de relevo.
Morfoestrutural: Leva em conta a estrutura geológica.
Morfoclimático: Considera o clima e o relevo.
Morfoescultural: Considera a ação de agentes externos.
Em Almeida e Rigolin (2003) tem-se que cada um dos grupos criou um nível que foi
chamado de táxon que obedece a uma hierarquia.
1º Táxon: Considera a forma de relevo que se destaca naquela área.
2º Táxon: Leva em consideração a estrutura geológica onde os planaltos foram
modelados.
3º Táxon: Considera as unidades morfoesculturais, formadas tanto por planícies
como por planaltos e depressões usando nomes locais e regionais.
14
Figura 1.5
(COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo:
Moderna, 1996. página: 82, figura 5.9)
15
Tipos de Relevo
O relevo brasileiro apresenta grande variedade de unidades geomorfológicas e
diferentes tipos de estrutura geológica, submetidos à ação do intemperismo e erosão
geraram diferentes formas de relevo. Quantos as formas de relevo predominante no
território brasileiro foram divididas em 28 unidades sendo elas: 11planaltos, 11
depressões e 6 planícies, segundo Coelho (1996)
Planaltos
Segundo Coelho & Terra (2001), os planaltos em sua maioria são vestígios de
antigas superfícies erodidas. As unidades de planalto são onze e abrangem a maior
parte do território brasileiro. Foram identificados quatro variedades de planalto:
16
Figura 1.6
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo: Moderna,
1996. página: 80, figura 5.6)
17
Moreira (2002) nos diz que são classificados desta forma:
Planaltos em Bacias Sedimentares
São planaltos quase inteiramente circundados por depressões periféricas ou
marginais.
Planalto da Amazônia oriental
Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba
Planaltos e chapadas da bacia do Paraná
Planaltos em Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma
Essas formações datam da Era Paleozóica, formam conjuntos de morros isolados e
serras que indicam intrusões ou blocos de granito que afloram à superfície. Podem
se associar a antigos derrames de lavas.
Planalto e chapada dos Parecis
Planaltos residuais Norte-Amazônicos
Planaltos residuais Sul-Amazônicos
Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados
São planaltos que embora distantes uns dos outros possuem a mesma forma,
ligeiramente arqueada.
Planalto da Borborema
Planalto Sul-Rio-Grandense
Planaltos dos Cinturões Orogênicos
Ocorrem nas faixas de orogenia antiga, nesses planaltos em função da natureza
estrutural, encontram-se inúmeras serras, intensamente atacadas por processos
erosivos tanto do Pré-Cretáceo quanto do Terciário-Quartenário.
Planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste
Planaltos e serras de Goiás-Minas
Planaltos e serras residuais do Alto Paraguai
18
Depressões
De acordo com Coelho & Terra (2001), principalmente na Era Cenozóica, processos
erosivos, formaram áreas rebaixadas no limite das bacias sedimentares com os
maciços antigos, as depressões, que recebem diferentes nomes de acordo com
suas localizações e características.
Figura 1.7
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo: Moderna,
1996. página: 80, figura 5.8)
19
Almeida e Rigolin (2003) nos diz que são classificados desta forma:
Depressões Periférica
Ocorrem nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas.
Depressão Periférica da borda leste da Bacia do Paraná
Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense
Depressões Marginais
Margeiam, as bordas das bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas.
Depressão Amazônia Ocidental
Depressão Marginal Norte Amazônica
Depressão Marginal Sul-Amazônica
Depressão Araguaia Tocantins
Depressão Cuiabana
Depressão Alto Paraguai-Guaporé
Depressões Interplanálticas
São áreas mais baixas, em relação aos planaltos que estão ao seu redor.
Depressão Miranda
Depressão Sertaneja e do São Francisco
Depressão Tocantins
20
Planícies
Baseado em dados obtidos de Coelho e Terra (2001), correspondem a áreas de
relevo essencialmente planas, formada pela deposição recente de sedimentos. As
planícies ocupam agora uma porção pequena no território brasileiro, pois, grande
parte das planícies agora são classificadas como depressões marginais.
Figura 1.8
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo: Moderna,
1996. página: 80, figura 5.7)
21
Almeida e Rigolin (2003) nos diz que são classificados desta forma:
Planícies Costeiras
São as planícies encontradas nos litorais
Planície Lagoas dos Patos e Mirim
Planícies e tabuleiros litorâneos
Planícies Continentais
Planícies situadas no Interior do país.
Planície Rio Amazonas
Planície Ria Araguaia
Planície Pantanal do Rio Guaporé
Planície Pantanal Mato-Grossense
22
CONCLUSÃO
No decorrer do trabalho nosso grupo chegou a conclusão que o relevo do Brasil tem
ligação direta com sua estrutura geológica, formada no Pré-Cambriano- por isso
nosso relevo não possui grandes elevações- e que com o decorrer dos anos e com
as novas tecnologias professores e geólogos foram aperfeiçoando sua classificação
e detalhando novas formas de relevo ao nosso território.
O trabalho proporcionou ao grupo composto por Adônis, Ícaro e Nathalia um
aprofundamento de seus estudos em relação a estrutura geológica e relevo de
nosso país, as pesquisas e métodos utilizados para chegar a estas classificações
durante as últimas décadas.
23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: Série Novo Ensino Médio- 1ª Edição. São Paulo: Ática, 2003.
Páginas: 360 - 366
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil – 4ª Edição. São Paulo: Moderna, 1996.
Páginas: 71 - 82
● COELHO. M. A. & TERRA. L. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico- 4ª Edição. São Paulo: Moderna, 2001.
Páginas: 68 - 103
MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico, Geografia Geral e do Brasil- 47ª Edição. São Paulo: Ática, 2002.
Páginas: 388 – 392
SANTOS, Claudio Sérgio dos & LOURETTE, Lilia Marcia de Alvarenga. Domínios Naturais. 3ª Série do Ensino Médio. Colatina ES: CEFETES,
2000.
Páginas: 18 - 26
24