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I.S.S.N.: 1138-2783 AIESAD 147 RIED v. 16: 2, 2013, pp 147-175 ESTRATÉGIAS PARA DETECÇÃO PRECOCE DE PROPENSÃO À EVASÃO (STRATEGIES FOR THE EARLY DETECTION OF EVASION PROPENSITY) Adelina Mezzari Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, UFCSPA (Brasil) Liane Margarida Rockenbach Tarouco Barbara Gorziza Avila Geraldo Ribas Machado Rute Vera Maria Favero Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil) Ana Marli Bulegon Centro Universitário Franciscano em Santa Maria, RS (Brasil) RESUMEN A evasão é uma preocupação nos cursos tanto presenciais quanto de EAD e este trabalho apresenta os resultados de uma investigação sobre suas causas. Além da investigação a partir de referências de outros trabalhos sobre o mesmo tema, foi desenvolvido um estudo usando dados derivados das atividades em um curso a distância para formação de professores em serviço. Este estudo e a pesquisa realizada visaram diagnosticar as causas da evasão e buscar indicadores que possibilitem identificar precocemente situações que contribuam para a evasão. A análise dos registros das atividades no curso também avaliou as estratégias de comunicação mediada por computador buscando detectar indícios de risco de evasão, bem como identificar fatores relevantes que levam a evasão. Os dados permitiram elicitar indicadores de atividade dos alunos em cursos EAD os quais permitem identificar situações onde exista risco mais elevado de evasão. Palabras clave: ensino a distância, evasão, mediação, fórum. ABSTRACT Evasion is a concern for both onsite and D-Ed. courses. This paper presents the results of research about its causes. In addition to investigating references from other works about the same theme, we also developed a study using data derived from distance course learning
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ESTRATÉGIAS PARA DETECÇÃO PRECOCE DE PROPENSÃO À EVASÃO

Mar 30, 2023

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Denis Sana
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I.S.S.N.: 1138-2783

AIESAD 147RIED v. 16: 2, 2013, pp 147-175

ESTRATÉGIAS PARA DETECÇÃO PRECOCE DE PROPENSÃO À EVASÃO

(STRATEGIES FOR THE EARLY DETECTION OF EVASION PROPENSITY)

AdelinaMezzariUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, UFCSPA (Brasil)

LianeMargaridaRockenbachTaroucoBarbaraGorzizaAvilaGeraldoRibasMachadoRuteVeraMariaFaveroUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil)

AnaMarliBulegonCentro Universitário Franciscano em Santa Maria, RS (Brasil)

RESUMEN

AevasãoéumapreocupaçãonoscursostantopresenciaisquantodeEADeestetrabalhoapresentaosresultadosdeumainvestigaçãosobresuascausas.Alémdainvestigaçãoapartirdereferênciasdeoutrostrabalhossobreomesmotema,foidesenvolvidoumestudousandodadosderivadosdasatividadesemumcursoadistânciapara formaçãodeprofessoresemserviço.Esteestudoeapesquisarealizadavisaramdiagnosticarascausasdaevasãoebuscarindicadoresquepossibilitemidentificarprecocementesituaçõesquecontribuamparaaevasão.Aanálisedosregistrosdasatividadesnocursotambémavaliouasestratégiasdecomunicaçãomediadaporcomputadorbuscandodetectarindíciosderiscodeevasão,bemcomoidentificarfatoresrelevantesquelevamaevasão.Osdadospermitiramelicitarindicadoresdeatividadedos alunos em cursosEADos quais permitem identificar situações onde exista riscomaiselevadodeevasão.

Palabras clave: ensinoadistância,evasão,mediação,fórum.

ABSTRACT

EvasionisaconcernforbothonsiteandD-Ed.courses.Thispaperpresentstheresultsofresearchaboutitscauses.Inadditiontoinvestigatingreferencesfromotherworksaboutthesametheme,wealsodevelopedastudyusingdataderivedfromdistancecourselearning

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forin-serviceteachers.Thisstudyandtheaccompanyingresearchaimtodiagnosethecausesof ’evasion’andtoobtainevidencethathelpstopreventsituationscontributingtoevasion.There is an analysis of the records of course activities and an evaluation of computer-basedcommunicationstrategies,i.e.withtheaimofdetectingevasionrisklevels,aswellasidentifyingrelevantfactorsthatleadtoevasion.Thesedatahelptoelicitindicatorsofstudentactivityindistancelearningcourses,which,inturn,facilitatestheidentificationofsituationswherethereisahigherriskofevasion.

Keywords: distanceeducation;evasion;mediation,fora.

Omundoglobalizadotrouxemudançassignificativasnotrabalho.Otrabalhador,nestenovocenário,deveserumsujeitocriativo,críticoepensante,preparadoparaagir e seadaptar rapidamenteàsmudançasdessanovasociedade,atualizando-seconstantemente.As tecnologiasda informaçãoedacomunicação (TIC)mudarama forma de interação entre os indivíduos, tornaram a comunicaçãomediada porcomputador (CMC) como uma forma de contato permanentemesmo a distância(Losada, 1999; Martin-Blas y Serrano, 2009; Martin y López, 2012). As TICtambémproporcionaramumespaçodeensinoeaprendizagemcontinuada.Sendoassim, a educação sofreu mudanças em seus paradigmas, o conhecimento nãoé mais compartilhado somente em espaços limitados, mas também mediante ouso das tecnologias da informação e comunicação proporciona maior interaçãoentre professor e aluno. Nos ambientes de aprendizagem informatizados sãodisponibilizadosdiversostiposdecomunicaçãovirtualcomofóruns,chats,e-mail,cartas, telefone e outros onde todos contribuem para adquirir conhecimentos(Losada,1999;Heller,Martin,HaneefyGievska-Karlin,2001;JonesyIssroff,2005;Beckett,Amaro-JiménezyBecketto,2010;Vercellone,JablokowyFriedel,2012).

OcrescimentodaEADestáacompanhadodoaumentonousodaTICnoprocessodeeducaçãoadistâncianoBrasilconformedestacamasanálisesdeAraujoyLucena(2005).SegundoaABED (2013), 179 instituiçõesofereciamcursoadistância em2011.AquantidadedealunosmatriculadosnoBrasil,passoudecercade500.000em2009paramaisde3.500.000em2011,segundorelatóriodaABED.

Os cursos namodalidade a distância, possibilitam a atualização permanentedo trabalhador na atualidade. Alguns destes cursos enfatizam o atendimentoao aluno, criando vínculos e laços afetivos aumentando a probabilidade decontinuidade da participação dos mesmos. Apesar de que nesta modalidade deensino,adificuldadefinanceiraefaltadetemposãomotivosalegadospelamaioriadosalunosqueabandonamsuaformação,observa-sequequantomaisinteraçãoeatençãoéproporcionadaaoaluno,menoréa taxadeevasão,mesmoparaosqueestão geograficamente dispersos. O diálogo pode ser uma variável que contribui

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paraesteresultadoeparaumaaprendizagemmaissignificativaconformedestacamdiversosautores(DingusyEllis,2005;Fidas,Komis,TzawavarisyAvouris,2005;DeWever,Schellens,ValckyVanKeer,2006;Regan2012;Costa,2013;Dowden,2013). No presente trabalho foram investigados indicadores que possam elicitarestainterrelaçãoentrequantidadeeequalidadedaatençãodispensadaaoalunoeaprobabilidadedesuaevasão.

Aevasãotemsidoagrandepreocupaçãoentreosresponsáveisporinstituiçõesdeensinoemgeral, sendoumproblema internacional, inclusivenoBrasil (Grau-Valldosera y Minguillón, 2011; Baxter, 2012; Fiuza, 2012; Cheng, Kulkarni yKlemmer, 2013). A ocorrência da situação em que estudantes iniciam mas nãoterminamseuscursosgeradesperdícios sociais,acadêmicoseeconômicos (Tinto,1975;Lobo,Montejinas,HipólipoyLobo,2007;ParkyChoi,2009;Nistor,2010;Leeds,2013).

Paratentarminimizarestarealidade,torna-senecessárioinvestigareelicitarosfatoresmaisestreitamenterelacionadoscomodesempenhoacadêmicodoestudantedeEADeemparticularcomaevasão.Estratégiasparamodificarasituaçãoindesejadadealtastaxasdeevasãocertamentepassamporavaliaraestratégiapedagógica.Queoalunodeveparticiparativamentenaconstruçãodeseuaprendizadoeoprofessornãopodeserexpositoroufacilitador,éumresultadoamplamentedestacadoecomsignificativafundamentaçãoteórica(Tinto,1987;Losada,1999;MooreyKearsley,2007).Tantonomodopresencial ouadistância, oprofessordeve criar situaçõese condições de aprendizagem adequadas, como fator decisivo para alcançar asmudanças desejadasnoparadigmapsico-pedagógico (Fredrickson, 1998;Losada,1999).Estasmudançasimplicamnasubstituiçãodeparadigmaseducacionaismaiscalcados em exposição de conhecimento por paradigmas que sejam apoiados emoutrosmecanismosdeinstigaçãodoprocessodeaprendizagemqueenvolvamumaparticipaçãomaisintensaeativadoestudante(FlachyAntonello,2011).OciclodeKolbofereceumaestratégiaparaorganizaraatividadedeensino-aprendizagemcomvistasaampliaraparticipaçãoativadoestudante(KolbyFry,1975).

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Figura 1. Ciclo de Kolb

Apartirdessemodelo,McCarthy(1986)propõeumsistemadeaprendizagem,contemplandoosquatrotiposdeaprendizadospropostosporKolb(1984),noqualforam incorporadas perguntas que instigam o ensino-aprendizagem. McCarthy(1986), afirma que a aprendizagem ocorre pela passagemdos quatro quadrantesdeste ciclo. Sendo assim, a experiência induz à necessidade da aprendizagem, aqualrequerumaobservaçãoreflexivadaexperiênciaeaconsolidaçãodeconceitosparaintegraranovaexperiênciacomojáconhecido.Apósaintegração,érealizadaa avaliação e essa ação resulta em novas experiências concretizando assim aaprendizagempormeiodeumciclo.

OModelopropostoporKolbdizqueidealmenteesteprocessorepresentaumcicloouespiraldeaprendizagempeloqualoestudantedevepassar,envolvendoatividadesdeexperimentação,reflexão,pensamentoeação.Asexperiênciasconcretas levamaobservaçõesereflexões.Dependendodoestilodeaprendizagemdecadapessoaelapodeprefeririniciaroprocessodeaprendizagematravésdaexperimentaçãoouatravésdenovasinformaçõeserefletirsobreasmesmas.

Emumcontextodeeducaçãoadistância,oprocessodeensinoaprendizagemprecisadiferirdaabordagemtradicionaldesaladeaulaqueusualmenteiniciapelafase de apresentação de conteúdos sendo baseada na conceitualização abstrata edepois,comaconduçãodoprofessorvaisendodirecionadaparaaexperimentaçãoativapelosestudantescomexercícios,estudosdecasoseoutros.Umaexperiênciaconcretanemsempreépossívelporquestõesde tempo (duraçãodaaula) e local

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(nãodisponibilidadedelaboratóriooudoselementosnecessáriosparaaexperiênciaconcreta).Oretornoparaafasedeexperiênciaconcretaemummomentoposteriorde reuniãodogrupopode ser a oportunidadeparaque as reflexõesderivadasdaobservaçãoocorram.Emumcursoadistânciaoiníciopelaetapadeconceitualizaçãopodedesestimularoalunofaceànaturaldificuldadequeomaiorníveldeabstraçãoimpõe.Todaviao alunode cursos adistância temumabagagemde vidamaior esuas experiências pessoas podem ensejar análise e reflexão seguidas de teoriasquepermitamexplicar,justificarmodosdeatuarnomundoreale,aseguir,novasexperimentações podem ser desencadeadas e o ciclo reiterado com reflexão,abstraçãoenovasalternativasparaexperimentaçãoativa(Underwood,1998).

Sabe-se que somente o professor não consegue obter sucesso no processo deensinoeaprendizagemseoalunonãoformotivadoparatal.Sendooalunoocentrodo processo de aprendizagem, todos osmétodos de ensino-aprendizagem devemestar voltadospara ele.O aprender éumprocesso ativo eneste sentidodeve serpautadoporumacontínuabuscadesoluçõespararesolverproblemas.Assimcomoodesenvolvimentointelectualdascriançasocorreemfunçãodasinteraçõessociais(Vygotsky,2008)nocasodeeducaçãodeadultosasinteraçõessociaissãotambémelementosbásicosnareflexãoecapazesdeforneceraoaprendizmaneirasdetornarmaiseficazesseusesforçosdeadaptaçãoesoluçãodeproblemas.Oalunocontribuicomseuaprendizadoaoenviarpormeiodemensagensseuspensamentoseidéias,dialogando com seu professor e com seus colegas também. Cria-se assim umarededeaprendizagemqueampliaazonadedesenvolvimentoproximalconformedefendidoporVygotsky(2008)queampliaacapacidadederesoluçãodeproblemasderivadadacolaboraçãocomcolegasmaiscapacitados.Osaberresultadamediaçãodialógicapelatrocadeinformações,conteúdoseafetoeapalavraéaorigemdestacomunicação(Tinto,1993;Freire,2006).

Aparticipaçãoativadoalunonaconstruçãodoconhecimentoéimprescindíveleparaqueissoocorra,énecessárioestabelecercondiçõesquedêemsuporteàestaestratégiaconstrutivistadeaprendizagem.Oprofessordeveráauxiliarosalunosaorganizarem seus caminhos na aprendizagem, disponibilizandomúltiplas opçõessobreosfenômenoseproblemasestudados,permitindo-lhesquetenhamsoluçõesalternativase testemsuasdecisões.Permitirqueaaprendizagemtenhacontextosrealistaserelevantestambéméimportanteenestesentidoaaprendizagempodeedeveserorganizadacombaseemexperiênciassociaisdoprofessorcomosalunoseentreosalunos,encorajandoassimameta-aprendizagem(Tarouco,Hack,VityGeller,2000).

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No Brasil o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP),órgãodoMinistériodaEducaçãodoBrasil, temdivulgadodadosde ingressantese egressos do ensino superior o que possibilita o estudo da evasão nos cursossuperioresdoBrasil.ComestesdadosoAnuárioEstatísticoBrasileirodeEducaçãoaDistância(ABRAEAD,2007)verificouqueaproximadamenteametadedosalunos,48%, que ingressam anualmente no sistema de ensino não obtêm a titulação noprazo previsto para a integralização dos estudos. Emoutros países a situação deabandonoapresentanúmerostaiscomo:México-31%,Japão-7%,Alemanha-30%,EstadosUnidos -34%,França -41%, Itália -58%,Suécia -52%eReinoUnido -17%.NaAméricadoSultem-sedadoscomoosdoChile-54%,Venezuela-52%eoUruguai-72%(Faria,AlcantarayVasco,2008).Entretanto,asituaçãovemsendoamenizada,conformeapontamosdadosdoABRAEAD(2008),poisnouniversode60%das instituiçõespesquisadas, 11%vêmapresentando índicesmaioresdoque30%dealunosevadidos.Trata-sedeumaquedaconsiderávelnosíndicesdeevasão,porém,aindavemsendodesperdiçadomuitodinheiropúblicoemdecorrênciadetaisdesistências.OsresultadospublicadospelaABED(2013),referentesàevasãoemcursosnoBrasilduranteoanode2011,mostramaevasãopercentualmédiaindicadanatabela1.

Tipodecurso Quantidadedecursos

Evasãomédia(%)

Autorizado 81 20,5

Disciplinas 25 17,6

Livres 73 23,6

Corporativos 33 20

Tabela 1. Evasão por tipo de curso em 2011

Cordero (2005) relata sobre o sistema aplicado na Espanha que o aluno émuitoexigidoquantoaosconteúdos teóricos, sendoaboa formaçãoumacerteza.Apesardissoocorreumaltoíndicededesistência,quechegaa80%entreosalunosmatriculados nos dois primeiros anos.Umadas razões de tão alta evasão ocorreporquenaEspanhasãopoucososcursosadistânciaoferecidosequasetodospelaUNED.Seoalunogostoudocursoelecontinua,casocontrárionãodispõedemuitasoutrasopções.Essemonopóliopodeseroresponsávelporestealtopercentualdeevasãoreferido.LassibileyGómez(2007)tambémtentaramverificarosmotivosdoabandonodosestudantesnoensinosuperiornaEspanha.Apreparaçãoacadêmicafoiumdosprincipaisfatoresqueinfluenciousobreosalunos.Alémdissoosalunosmaisvelhos,aentradamaistardenoensinosuperioreoapoiofinanceirotambémforamfatoresrelevantes.ParkyChoi(2009)ressaltaramemsuapesquisaanecessidadede

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assegurarapoioorganizacional,elicitararelevânciadocursoeasatisfaçãodoalunocomomesmo.OsresultadosdeParkssugeriramqueépossívelreduziraevasãoseosdesenvolvedoresdocursoeseusinstrutoresencontraremmaneirasdemelhorararelevânciadocurso.AtésistemasdeprevisãodeevasãobaseadosemaprendizagemdemáquinaforamdesenvolvidoscomvistasatentarantecipartalcomorelatadoporLykourentzou(2009).

Faceaestecenário,percebe-sequehánecessidadeconstantedeinvestigaçõesquepermitamdiagnosticarascausasdaevasãoebuscarindicadoresquepossibilitemidentificar precocemente situações que contribuam para a evasão. O presenteestudo visa avaliar na comunicação mediada por computador das comunidadesvirtuais,estratégiasparadetectarindíciosderiscodeevasão,bemcomoidentificarfatoresrelevantesquelevamàevasãodosalunosnaEducaçãoaDistância(EAD).Neste sentido, inicialmente, serão apresentadas as características relevantes decomunidadesvirtuaisqueconstituemocontextobásicoondeocorreaEAD.

COMUNIDADES VIRTUAIS

As comunidades virtuais são agregações sociais e culturais que emergem naInternet, formadaspeloencontrosistemáticodeumgrupodepessoas.OfluxodeinformaçõesgeradonasComunidadesvirtuaisoportunizaaosparticipantesamplatroca de conhecimento através de atividades baseadas num compartilhamentointerativo, além da riqueza proporcionada pelas discussões estabelecidas nestesambientes (HungyCheng,2013).Noâmbitodas comunidadesvirtuais emgeral,ocorre aprendizagem num contexto de educação continuada, às vezes de formamenos organizada. No âmbito de EAD, pode-se considerar que cada grupo deaprendizagem constituído (turmas, sub-grupos e outros) constitui também umacomunidadevirtual.OsAmbientesVirtuaisdeAprendizagem(AVAs)sãoespaçosque oferecem recursos para apoiar o Diálogo e a Comunicação mediada pelocomputador(CMC)ouComputerSupportedColaborativeLearning(CSCL/CSCW),essencialparaofuncionamentodeumacomunidadevirtual,alémdeoutrosrecursosvoltadosaapoiaroprocessodeensinoeaaprendizagemcomoumtodo(Tarouco,2004;GirasoliyHannafin,2008).

OdiálogonasComunidadesvirtuaisésustentadopelosfórunsdediscussão,chateoutras ferramentas,quecontribuemparapotencializara interatividadeentreosalunos em atividades problematizadoras, assíncronas e síncronas, que ensejam aparticipaçãoeacomunicaçãoentretodoogrupoemquestãoincluindoatémesmoumambientebaseadoemrealidadevirtualqueamplieasensaçãodepresencialidadenasinteraçõesremotas(Tarouco,Vicari,GelleryMeirelles,2003;LimayTarouco,

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2005). O diálogo tem tanto valor no suporte à atividade da comunidade eaprendizagemqueatémesmoomaterialeducacionaldeapoiopodeserorganizadoemumabasedeconhecimentocomoacessoaomesmosendoestabelecidoapartirdequestõesapresentadaspeloalunos,em linguagemnatural,asquaispodemserprocessadas por um chat-robot gerando respostas que tentam assemelhar-se àsproduzidas por humanos interagindo tal como descrito por Leonhardt, Tarouco,Vicari,SantosySilva(2007);Tarouco(2004).Ofórum,poroferecerpossibilidadesdeconstruçãocoletivadoconhecimentodeformaassíncrona,tornou-seaferramentamais frequentemente usada nas atividades de ensino-aprendizagem, permitindoaosalunosacomunicaçãovertical(comprofessoretutores)ehorizontal(comseuspares)durantetodoesteprocesso.

Nas comunidades virtuais de ensino aprendizagem os Ambientes Virtuais deAprendizagem(AVAs)sãoosespaçosqueapoiamoprocessodaaprendizagemetemcomopremissaavirtualização(JoneseIssroff,2005;Masiello,RambergyLonka,2005).OsAVAs tipicamente incluem funcionalidadespara apoiar a comunicaçãomediada por computador e a disponibilização de material nos cursos on-line. Éum novo espaço de relacionamento que tem características próprias e é precisoaprender a usá-lo para auferir benefícios (Vit y Tarouco, 2000; Jones e Issroff,2005).Aproficiêncianousodas ferramentasdoAVA,temimpactonamotivaçãodosintegrantesdascomunidadesparapermanecereatuarprodutivamente.Istoéverdadeemqualquerambientedesuporteparacomunidadesvirtuais.Seousodasfuncionalidadesdetaisambientesforcomplexooumesmoemsendosimplesnãofordominadoporseususuáriosnomínimoteremossubutilizaçãodasfuncionalidadese conseqüente perda de eficácia pelo não aproveitamento dasmesmas. A evasãotambémpode sermotivada pela sensação de impotência para usar o ambiente eesta dificuldade foi constatada em diversos cursos a distância trabalhados pelosautores.Emumcasoparticularanalisadoanteriormente,umadascausasdeevasãorelatadasfoiadosproblemastecnológicosqueincluíamadificuldadeparaacessare usar o ambiente virtual de aprendizagem (Lima y Tarouco, 2004). Emboraatualmenteoníveldealfabetizaçãodaspessoastenhaavançadobastante,aindasepercebe este tipodedificuldadeporpartedosparticipantesde curso adistância,especialmente quando os estudantes são originários de locaismais distantes dosgrandes centros. Embora tenham condições e conhecimento para navegar pelaInternet,enviarerecebermensagensoumesmoparticiparderedessociaismuitosencontram dificuldade quando necessitam anexar um ou mais arquivos a umamensagemouenviararquivos.UmapesquisarealizadapeloCetic.br(2012)mostrouqueosprofessoresindicaramcomopossíveisobstáculosparaousodatecnologianaeducação,aausênciadesuportetécnico,faltadeconhecimentosobreocomputador

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eInternet,velocidadedeconexãoinsuficienteefaltadeconfiançanasinformaçõescontidasnaInternet.

Diálogo e a Comunicação Mediada por Computador (CSCL/CSCW)

Oprofessor é um contraponto imprescindível para que a relaçãodialógica setornepedagógicaeproduzaaprendizagem.ParaFreire(2003),podehaverdiálogoemumaaulaexpositivaouemumapalestraqueleveoseducandosàreflexão.Eleafirma que “dialogar não é tagarelar. Por isso, pode haver diálogo na exposiçãocrítica, rigorosamentemetódica,deumprofessor aquemos alunosassistemnãocomoquemcomeodiscurso,mascomoquemaprendesuaintelecção”.

No ensino, é necessário reciprocidade, para que os alunos encontrem noprofessor um pouco de si e resulte no aprender (Martin-Blas y Serrano, 2009;Reagan,2012;Dowden,2013).Podemocorrernaformasíncronaouassíncronaemambientes virtuais de aprendizagem, através de textos oumensagens por e-mail,chats, fóruns, cartas, telefonemaseoutros (Girasoli yHannafin,2008;Offir,LevyBezale,2008;Costa,2013).Acomunicaçãoatravésdodiálogoserealizaatravésda linguagem, resultando em comunicação e intercâmbio social (Underwood yUnderwood,1998;Walraven,Brand-GruwelyBoshuizen,2009).Odiálogoquandomediadoporcomputadorusaumalinguagemespecíficaatravésdetextosescritos.AocorrênciadediálogoentreoprofessorealunoseentrealunosnumAVA,colaborapara a permanência dos alunos dentro desse ambiente.Havendo o diálogo entreeles,aevasãopodediminuirnessesambientes,poisoalunonãosesentesónesteprocesso de aprendizagem, e mesmo geograficamente distantes, esta interaçãoaproximaos participantes (Fávero yFranco, 2006).Oprofessor aodialogar comseualunovivenciamomentosúnicosdeafetoeconstruçãomútuadoconhecimentotantoporpartedelecomodoalunoecontemplando,destaforma,tantooaspectocognitivoquantooafetivodeambos(Sapiro,Feltovich,JacobsonyCoulson,1995;MazzoliniyMadison,2007).

A Comunicação Mediada por Computador é uma estratégia que apoia aparticipação ativa do aluno na construção do seu conhecimento. O CSCL/CSCWofereceumnovomodelodeensinoeaprendizagempossibilitandoa interaçãoeaauto-aprendizagem.Aparticipaçãodosalunos,comseusdiferentesconhecimentos,níveis de experiência, competências e habilidades em comunidades criadas nestemodelodeensino,permiteaconstruçãodoconhecimentodeformacoletiva(Heller,2001; Jones e Issroff, 2005; Costa, 2013). O estudo realizado por Fidas, Komis,Tzawavaris y Avouris (2005) revelou que ao contrário da expectativa, um grupodealunosmaisheterogêneosproduziramsoluçõescomqualidadesimilaresaode

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umgruporeferência,sendoassimconcluíramqueoambientedevesermotivadoreinstigaroalunoaprocurarmaisconhecimentos.

EVASÃO

Evasãoéoatodadesistênciaemqualquermomentodocurso (FredricksonyLosada,2005).Aevasãoéumapreocupaçãonos cursos tantopresenciaisquantodeEAD.Abuscadesuascausaséobjetodetrabalhoemuitapesquisaeducacional.O aluno de EAD precisa organizar-se para as atividades pois não há uma rotinaacadêmicaimpostacomonocasodoscursospresenciais.Aliberdadepararealizarsuasatividadesnosmomentosmaisconvenientesensejaaprocrastinaçãoquelevaao acúmulo de atividade até umponto onde nadamais resta ao aluno a não serdesistir.Afaltadoconvíviocomoscolegasquepoderiaservirdemotivaçãoparaacontinuidadenocurso,levaaumsentimentodeisolamento,solidãoquedesmotivaoalunodeEAD.Sendoassimumfatordedesistênciaéaculturadoalunoquandonão assumeo curso efetivamente senão tiver a cobrançade sua empresaouumcompromissopessoalconsigomesmo(Donald,2002;Morin,2003).Istopodeserconstatado a partir de comentários iniciais recebidos de alunos participantes decursosparaosquaisforamenviadospordeterminaçãodesuascoordenaçõesecujodesempenhodesdeo início foiminimalista, culminandocomalta taxadeevasão.Umapesquisasobremotivosdeevasão,nopresenteestudo,evidencioucomocausapreponderanteafaltadetempo,talcomoevidenciaatabela2.

Categorias - evadidos Quantidade

FaltadeadaptaçãoàEAD(1) 1

Apresentaçãodoconteúdo2) 1

Dificuldadedeinteraçãocomtutor(3) 2

Excessodeconteúdo(4) 2

Faltadeinteresse(5) 3

Faltadetempo(6) 14

Organizaçãopessoal(7) 5

Outrocurso(8) 3

Problemasadministrativos(9) 1

Problemasdesaúde(10) 8

Problemastecnológicos(11) 7

Semresposta 60

Tabela 2. Motivos de evasão e ocorrência

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Omotivo“organizaçãopessoal”emboradistinguidoda faltade tempo, refletetambém a questão da falta de tempo. Cabe observar que o aluno que busca naeducaçãoàdistânciaumaformaçãobásicaoucontinuada,usualmentetemoutrosencargosprofissionaisoudomésticosquedificultamsuaparticipaçãocomdedicaçãomaior,masdestaque-seistoocorreriatambémemumcursopresencialesemaopçãodocursoadistância,estapessoanãoteriaqualqueropçãodeformaçãooueducaçãocontinuada.

Problemas de saúde (doenças pessoas ou na família) também constituírammotivofreqüenteapresentadocomojustificativaparaaevasão.

Umfatorexternoconhecidosobreapopulaçãotípicadeeducaçãoadistânciaéa idadedoalunos, constatando-semaiorprobabilidadenoacúmulodeatividadesprofissionais, domésticas e acadêmicas. Nesta população, constituindo umasobrecargademasiadaediminuindoacapacidadeparaalcançartodososobjetivosalmejadosocasionandodesistência.Estemesmofatorexterno,podeexplicarumaoutra causa de evasão declarada que foi derivada de problemas de inabilidadepara usar a tecnologia como recurso e apoio no curso desenvolvido à distância.Usualmente constata-sequealunosmais jovens tem inatahabilidadeparausaratecnologia e se desincumbem naturalmente das tarefas realizadas no ambientevirtualdeaprendizagem.Emoposição,paraogrupodafaixaetáriamaiselevada,sãomaisfreqüentesasdificuldadesnousodoambientecomproblemasquevariamdesdeesquecimentodesenhaeafaltadecompreensãodasorientaçõesrelativasaousodosrecursosdeambienteeoutros.

A comunicação intermediada por computador ocorre de forma escrita etradicionalmente a escrita tem sido encarada comoum formade expressãomaistradicionaleoficial.EmdecorrênciamuitocuidadoprecisasertomadonaredaçãodasmensagensparaosalunosdeEADpoisaênfasepretendidaparaumamensagempodenãoserbemcompreendidaeserdistorcidalevandoadificuldadesdecomunicação,sedoumoutro,dosfatoresdeevasãoreportados.Amenizarascolocaçõesescritas,medianteousoderecursosgráficos(smileys)eoutrasformasderedaçãoconstituemestratégias para diminuir a imponência de uma comunicação que deva sermaiscoloquialeamistosa.Acomunicaçãopessoaldoprofessoroututorcomosalunostemimportanteefeitonareduçãodaevasãopoisécapazdeaumentaramotivaçãoelevarosparticipantesaseesforçaremparaacomodartodasasdemandasdetempoquecompetemcomadedicaçãoaocurso.Atémesmootempodecorridoentreumamanifestaçãodoalunoearespostadotutorouprofessorpodeserassumidopeloalunocomodescasoecontribuirparareduziramotivaçãoeaumentaratendênciaparaaevasão.

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Outros fatores que também podem resultar em evasão são o desinteressepela continuidade dos estudos, priorização de outras atividades profissionais oumesmoacadêmicaseafaltadeadequaçãoaomodelodeaprendizagemdaEADqueimplicaemmaiorautonomia,maiornecessidadedegestãodemúltiplosfatoresqueconcorrempelaatençãodoalunoe impõemobstáculosà suadedicaçãoaocurso.Diversosautorescitammotivosparaevasãotaiscomofaltadeencontrospresenciais,areprovação,baixaestimadoestudante,estratégiasinstrucionaisinadequadas,usoinadequadodatecnologiaedesrespeitocomoaluno(FáveroyFranco,2006;Santos,Tomake,OliveiraNeto,Cazarini,AraújoyOliveira,2008;Kingston,2008;ParkyChoi,2009;NistoryNeubauer,2010).

Neste artigo, após análise teórica e estudo de caso visando elicitar as causasmajoritáriasdeevasãoemEAD,foirealizadaumainvestigaçãocomvistasainvestigarindicadoresquepudessemsinalizartendênciasparaevasão.Foramanalisadosdadosreferentes à participação de aproximadamente 230 alunos que freqüentaramumcursodeEADcomduraçãode8meseseosresultadossãocomentadosnapróximasessão.

INDICADORES DA PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NUM AVA

A participação dos alunos em ferramentas dos AVAs pode ser um indicadorparadetectaralunosprestesaevadir.Inicialmente,oestudobuscouvalidaralgunsindicadoresdedesempenho,propostosporAraújoeLucena(2005).Nestetrabalhosãousadosalgunsíndices,originalmentepropostosporLosada(1999),parausonaavaliaçãodedesempenhodeequipes.Estesíndicespermitemavaliarasinteraçõesentre os participantes e correlacionar os valores obtidos com o desempenhoda equipe. O trabalho de Araújo e Lucena (2005) foi focado na avaliação decomunidadesvirtuaisdeaprendizagem.Osíndicesdescritosporêlesparaavaliarosfóruns,denotamotipodeinteraçõesentreosalunoseprofessor.ForamdefinidosdoistiposdeInteração(TI)querepresentamosentidooudireçãodasinteraçõesnofórum,horizontalouvertical.Aparticipaçãohorizontaléaqueladirigidadealunoparaaluno,dealunoparatodosedoprofessorparatodososalunos.Naparticipaçãovertical ocorre a comunicação do alunopara o professor e do professor para umúnicoaluno.ATIéobtidadividindoototaldecomunicaçõeshorizontais(H)pelototal de comunicações verticais (V).Umvalormenor para o indicadorTI denotaum relacionamentomais verticalizado entre os participantes com a comunicaçãoocorrendoemmaiorfreqüênciaentreotutor/professoreosalunos.Afaltadeumamaiorparceladecomunicaçãohorizontalpodeindicarumapassividademaiordosalunos, quando limitam-se a responder questionamento que lhe são diretamenteendereçados oumaior dependência em relação ao professor, quando participam

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dofórumprimordialmenteparadirimirjuntoaoprofessordúvidasconceituaisouoperacionais(relativasatrabalhosdocurso).Aparticipaçãomaissignificativa,capazdedenotaratividadecoletivadeconstruçãodeconhecimentoseriarepresentadaporumvalordoindicadorTImaiselevado.

Na qualidade das postagens no fórum foi representada pelo indicadordenominadoTiposdeParticipação(TP)combinadocomodeComunicação(TPC).Ascontribuiçõesdosalunossãocategorizadascomo:

• A-oalunonãocontribuiparaadiscussãoempauta.

• B-somenterespondeaalgumaperguntadoprofessor.

• C-respostaquestionadoracomdilemas,alternativasesolicitaposicionamentos.

• D - debate, comenta contribuições anteriores com propriedade, respondequestionamentodecolegas,contra-argumenta.

• E-acontribuiçãoésintetizadoraondeajusta,adaptaeelaboraparecerconclusivo.

O indicadorTPCéobtidodividindoa somado totaisdeparticipações to tipoC,D,EpelasomadasparticipaçõestotipoA,B.Nesteíndice,espera-sequequantomaioroTPC,maiorseráaconstruçãodoconhecimentopoissãoascontribuiçõesdotipoC,DeEqueevidenciamindíciosdepensamentocrítico.

Por fim, o indicador P/N é definido pela relação entre manifestações queevidenciamPositividade(P)easqueevidenciamnegatividade(N).Comopositivassão consideradas frases ou orações com características como saudação inicial oufinal, sugestões para correções de problemas, respostas, contribuições, perguntascomaçõespositivas,otimismo,elogiosesinaisdeaprendizagemcomaferramenta.Comonegativassãoconsideradasfrasesouoraçõesrelacionadasaaçõesnegativas,problemas sem vontade ou possibilidade de resolvê-los, pessimismo, juízosnegativos, cinismo, desconhecimento da participação anterior do colega. Losada(1999) demonstrou que a relação P/N é tão importante quanto a conectividadepara determinar o desempenho de uma equipe. Fredrickson y Losada (2004)determinarammatematicamenteovalordeP/Nem2,9013.Losada(1999)estudouas relações entremanifestações positivas e negativas em equipes de alta e baixaperformance.Estelimiardeterminadoporelepermiteidentificarnasinteraçõesdeumgrupoaquelesquesãocapazesdeumacompreensãocomplexadosdemais.Umgruponoqualarelaçãoentreasmanifestaçõespositivaseasnegativasestejaacima

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dovalor2,9013desabrochaeevoluienquantoqueemoutrogrupo,ondearelaçãoP/Nestiverabaixodestelimiardefinhamergulhadoemjustificativasparaafaltaderealizações.

Estevalordeterminaodesempenhodeumaequipe,eochamaramde“Losada Line”. Portanto espera-se que toda equipe que apresentar um valor igual aosuperiora2,9013deveestarenvolvidaemumadinâmicaqueconduzaaosucessoeoualtodesempenhonaconstruçãodoconhecimento.Um índicebaixo,ondeasmanifestaçõesnegativassãomaisfreqüentesdenotaumadinâmicaencontradaemequipesnasquaisnãoocorreuumbomdesempenho.

No presente trabalho buscou-se estabelecer relação entre estes tipos deindicadoreseataxadeevasão,talcomoserádetalhadonasessãoseguinte.

METODOLOGIA DE PESQUISA UTILIZADA

Ametodologiausadanopresenteestudoavaliouocomportamentoobservávelderivadodaparticipaçãodosalunos,nousodaferramentafórum.Foramselecionadosparaanálisedoisfóruns.Estesfórunsrefleteminteraçõestípicasdeparticipantesdeumcursoparaprofessoresdeensinofundamentaldesenvolvidosemmodalidadedeeducaçãoadistância.Ocursoteveduraçãode8mesessendoofórumaferramentaprincipal de interação entre tutores e estudantes. A participação dos alunos nofórumfoiconsideradatambémparafinsdeavaliação.Ofocodestecursofoioferecerformação continuada para capacitar professores da educação básica no uso dasMídiasematividadespedagógicas.Osdoisfórunsanalisadostiveramcomoobjetivoelicitarconceitoseidéiasderivadasdereflexãoindividualecolaborativasobredoistópicosrelevantesabordadosnocurso:“UsodeTVeVídeonoprocessoeducacional”e“Refletindosobremudanças”.Ocursoinicioucom235alunos.Destetotal107nãoconcluíram,resultandoumataxadeevasãode46%.Osmotivosapresentadospelosalunosquenãoconcluíramocursoforamosdatabela1.

Paratentaridentificarfatoresrelevantesdaatividadedosalunosforamavaliadosindicadoresdeparticipaçãoquantitativaequalitativabaseadosnoíndicespropostospor Losada(1999).etambém,usadosporAraújoeLucena(2005).Comosalunosquedesistiramdocursofoifeitocontatoportelefoneee-mailparaidentificarosmotivosqueos levaramàevasão.Emboranãotenhasidopossívelocontatocomtodososalunosevadidos,poisdos107,foiconseguidarealimentaçãosobreosmotivosde47participantes,pode-seconsiderarqueaamostragemfoirelevante.Estaobservaçãoocorreupelaanálisedessesíndiceseacategorizaçãodasrespostasdoscontatoscomosalunosevadidososquaispermitirammediracorrelaçãoentreosmesmoseataxa

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deevasãocomvistasaelicitaraspectosobserváveisnocomportamentodeturmasparticipantesdecursosadistância.Estesdadospermitemdiagnosticarsituaçõesemqueexistamaiorprobabilidadedeevasãoeproporalternativasremediadoras.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos da avaliação da participação dos alunos das 5 turmasavaliadas nos dois fóruns analisados calculando os índices TI, TPC e P/Nanteriormentedescritosebaseadosnos trabalhosdeLosada(1999)edeAraújoeLucena(2005)estãoapresentadosnatabela3.

Índices T1 T2 T3 T4 T5 TOTAL

Totaldealunosnaturma 52 39 50 46 48 235

Totaldepostagensdosalunos 209 131 154 98 77 592

Contribuiçõessignificativas 122 64 65 55 41 306

Postagensporaluno 4,02 3,36 3,08 2,13 1,60

Postagenssignificativasporaluno 2,35 1,64 1,30 1,20 0,85

RelaçãoP/N 5,71 31,25 8,25 96 78 592

Taxadeevasão(%) 46 53 44 28 64 47

Médiadaturma(0-10) 4,87 5,45 5,20 6,81 1,98

Tabela 3. Dados derivados da atividade das turmas

Umaanálisedos resultadosmostrouas seguintescorrelaçõesentreos índicesdeparticipaçãodosalunoseresultadoscomoamédiaalcançadaeataxadeevasão,expressosnográfico1etabela4.

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Gráfico 1. Correlação entre total de postagens e o desempenho

Tabela com os valores de correlação T1 T2 T3 T4 T5

Correlaçãoentretotaldepostagenspelosalunoseanota

0,70 0,40 0,67 0,43 0,71

Correlaçãoentrepostagenssignificativasdosalunoseanota

0,58 0,58 0,49 0,41 0,68

Tabela 4. Valores de correlação entre total de postagens e o desempenho

Pelos resultados é possível constatar que existe uma correlação positiva esignificativaentreaintensidadedaparticipaçãoglobaldosalunoseoresultadoquealcançamemtermosdedesempenhoacadêmico.Considerandoqueo fracassonocurso foiumdosmotivos identificadospara evasão,percebe-sequeaoparticiparativamentedocursooalunonãoapenascresceemtermosdeaprendizagem,pelaoportunidade de reflexão colaborativa com o grupo, mas também lança a baseparaseucrescimentocognitivoqueo levaráaalcançarmelhoresresultadose,emconseqüência, o risco de evasão éminimizado. A intensidade da participação doalunonofórumtemfortecorrelaçãocomaevasão,conformepodeserobservadonográfico2etabela5.

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Gráfico 2. Correlação entre total de postagens e evasão

Tabela com a correlação de postagens T1 T2 T3 T4 T5

Correlaçãoentretotaldepostagenspelosalunoseataxadeevasão

0,72 0,13 0,67 0,44 0,63

Correlaçãoentrepostagenssignificativasdosalunoseataxadeevasão

0,59 -0,05 0,45 0,40 0,68

Tabela 5. Valores de correlação entre total de postagens e evasão

Porestesdadosépossívelconcluirqueataxadepostagensporalunopodeserusadacomoindicadorparapredizeraprobabilidadedeevasãopoisnamaioriadasturmasconstatou-seelevadacorrelaçãotantoentreototaldepostagenseaevasãoquantoentreo totaldepostagens significativaseaevasão.Ográfico2ea tabela5mostramque, excetono casonaTurma2 esta forte correlação foi evidenciada.Portanto, a quantidade de contribuições, seja do tipo significativa ou não, podeservircomoumindicadorprecocedeprobabilidadedeevasão.Ousejaosalunosquenãocontribuemnofórumsãoosmaispropensosàevasãoeumtrabalhoremediador,deatençãoespecialporpartedotutoroumesmopelacoordenaçãodocursodeveser realizado com vistas a realinhar o aluno para uma direção diferente daquelaque levaaoabandonodocurso.Oalunoquepercebeaatençãodaequipenasuaatuaçãosente-semaismotivadoapriorizarocurso frenteàsmúltiplasocupaçõesque demandam seu tempo. As questões sócio afetivas tem profundo impacto nodesempenho acadêmico conforme descrito por Fredrickson (1998) cujo trabalhoserviudebaseparaosíndicespropostosporLosada(1999).

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Cabesalientar,quenainvestigaçãodeoutrosfatoresquepudesseminfluenciarodesempenhodasturmas,comtaxadeevasãomaisaltaemaisbaixafoianalisadooeventualimpactodascondiçõeseconômicasdaregião.Porémoqueseconstatoufoi que, a renda per capita no município de onde eram provenientes a maioriadosestudantesdaturma5(com64%deevasão)era4vezesarendapercapitadomunicípioque sediavaa turma4que teveamenorevasão (28%).O impactodarelaçãoP/Neataxadeevasãofoiavaliadoapartirdosdadosconsolidadosnatabela6:

Relação P/N e evasão T1 T2 T3 T4 T5

P/N 6 31 8 96 76

%evasão 46 54 44 28 65

CorrelaçãoentrearelaçãoP/Ndasturmaseataxadeevasão

-0,166

Tabela 6. Relação P/N e a taxa de evasão

Arelaçãoentreasmanifestaçõespositivasenegativas(P/N)eataxadeevasãomostramumacorrelaçãonegativacomvalorde-0,166.Comoemtodasasturmasa relação P/N foi superior à 2,9013 (o valor definido como limiar por Losada),estes resultados nos permitem concluir que, uma vez superada a taxa crítica depositividadeenegatividade,valoresmaiselevadosnarelaçãoP/Nnãotemgrandeefeitocorrespondentenataxadeevasão.

Umavezqueaquantidadeeaqualidadedepostagenspelosalunosnãomostrouser um bom indicador para predizer a probabilidade de evasão foram entãoanalisadasaspostagensdostutores.Aavaliaçãodoestilodeparticipaçãodotutorutilizouaescalaapresentadanatabela7.Nestatabelaconsiderou-seascategoriasde2até6qualificavam-secomomanifestaçõesinstigadorasdereflexãoedereação.

Categoria de intervenção Descrição do tipo de intervenção

0 Respostasdiretasaperguntasdosalunos.

1 Manifestaçõespositivasdeaprovaçãoaalgumacontribuiçãodealuno.

2 Perguntasdeesclarecimento.

3 Perguntasqueverificamsuposições.

4 Perguntasqueverificamevidênciaselinhasderaciocínio.

5 Perguntassobrepontosdevistaouperspectivas.

6 Perguntasqueverificamimplicaçõeseconsequências.

Tabela 7. Estilo de intervenção do tutor

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Umexemplodemanifestaçõesnacategoria instigadorade reflexão seriaumapostagemcomoseguinteconteúdo:

Éissoaí!Precisamosrefletiremuitosobreoqueassistimos,oumelhor,oquenossosalunosassistem.Todosconcordam?Oquepensamarespeito?Aguardamososcomentários.

Osresultadosobtidos,pelaanálisedosmesmosdoisfórunsforamosapresentadosnográfico3edetalhadosnatabela8.

Gráfico 3. Tipos de intervenção dos tutores e evasão

Atuação dos tutores T1 T2 T3 T4 T5 TOTAL

Totalquestõesinstigadoraspelotutor 3 8 1 28 4 44

Totaldequestõespostadaspelotutor 5 21 30 49 17 122

Taxadeevasão(%) 46 53 44 28 64 47

Médiadaturma(0-10) 4,87 5,45 5,20 6,81 1,98 4,86

Tabela 8. Estilo de participação do tutor e seu impacto na evasão e no desempenho

Estabelecendo a correlação entre estes indicadores relativos à atuação dostutores,osindicadoresderivadosdodesempenhoeaevasãopelosalunosobserva-segrandeinterrelaçãoentreeles.Atabela9mostraosvaloresdecorrelaçãoobtidos.

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Correlaçãoentreamédiadaturmaeaquantidadedepostagensinstigadoraspostadaspelotutor 0,61

Correlaçãoentrequantidadedepostagensinstigadorasepercentualdeevasão -0,71

Correlaçãoentreamédiadaturmaeaquantidadedepostagenspostadaspelotutor 0,59

Correlaçãoentrequantidadedepostagensepercentualdeevasão -0,69

Tabela 9. Correlação do desempenho dos tutores e a evasão

Osvaloresparaacorrelaçãoentretotaldepostagensinstigadorasforammaioresdoquenocasodepostagensemgeraloquesalientaaimportânciadequeotutorprocurepermearsuaparticipaçãonofórumcomquestõesinstigadorasqueincitemosalunosàreflexãoeàparticipaçãoativa,conformejáfoitambémenfatizadoporSoyBrusch(2008)eporMazzoliniyMadison(2007).Oestilodeparticipaçãodotutortemgrandeinfluêncianãoapenasnoresultadoemtermosdeaprendizagemcomotambémcontribuiparareduziraevasão.Quantomaisotutorsefizerpresenteno fórum maior será a qualidade da aprendizagem e menor a taxa de evasão,percebendo-senesteestudoqueaparticipaçãocomquestõesinstigadorastevemaisimpactonareduçãodaevasãodoquedeoutrostiposdeparticipação(tipos0e1natabela7).

CONCLUSÕES

AevasãoéumdosproblemasqueatingeasInstituiçõesdeensino.Abuscadacausa deste problema tem sido investigado em estudos e pesquisas educacionais(FáveroyFranco,2006;LassibilleyNavarro,2007;Lobo,Montejunas,HipólipoyLobo,2007;Kingston,2008).OabandonoemcursosdeEducaçãoaDistânciaéumdesafioaserenfrentadopelasinstituiçõesprovedorasdestetipodecurso.Osgrandesdesafios a ser enfrentados envolvem as questões sócio afetivas e a metodologiautilizada.Inerenteàsquestõessócio-afetivassãoasestratégiasdecontatoeinteraçãocomosalunosconformesalientaram(Jonesy Issroff,2005;Girasoli yHannafin,2008;JonesyIssrof,2008;DonnelyyRoisin,2010;Fiuza,2012).

Os alunos que fazem cursos a distância, na sua grande maioria, têm umacaracterística em comum, a solidão. Se não houver uma boa interação entre osintegrantesdocursocomoaluno,estepoderásentir-sedesatendidoeabandonaro cursoe épossível constatarque cursos totalmenteadistância têmapresentadoíndicesmais elevados de evasão. A realização de encontros presenciais constituium estimulo para o desenvolvimento do sentimento de pertencimento do aluno

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àquela comunidade de aprendizagem e isto aumenta amotivaçãopara continuarparticipando efetivamente no processo de aprendizagem, até sua conclusão(Kember, 2008). Esta motivação pode ser aumentada através da mediação pelotutoreoimpactonareduçãodastaxasdeevasãopodesercomprovadonoestudoapresentadonestetrabalho.

AEADtemumimportantepapelsocialaoampliaroacessoàeducaçãoeousodecursosmistos (blended learning)emqueencontrospresenciais sãorealizados,em adição às atividades desenvolvidas a distância, e ambos são apoiados pelatecnologia(Smith,KeeryValcke,2008;Donnely,2010).Aeducaçãoàdistância,semosencontrospresenciais,podeensejarmenorinteraçãoentreoprofessoreoalunoeentreosprópriosalunosaumentandooriscodaevasão.Comousodeambientesvirtuaismaisinterativos,épossívelreduzirestesíndicesdedesistência(Hsiu-LiyHsi-Peng,2007;Donnely,2010).Ainteratividadepodeedeveestarpresenteinclusivenomaterial educacional oqualdeve ser criadousandoumaabordagemdialógicaondeotextobuscainstigarreflexão.Todavia,apossibilidadedeinteraçãoentreaspessoasqueparticipamdocursonãopodesertotalmentesubstituídapelotextopormaisinterativoepermeadoderecursosmultimídiaquesejaseja.Emdecorrência,opapeldamediaçãodotutornoambientevirtualdeaprendizagemévitaleeleprecisaprocurarconhecerarealidadedeseusalunosparapoder interagirde formamaiscontextualizadabuscandoinstigarareflexãosobreotemaemfoconocurso.Aaçãoeducativamaiseficazéprecedidadereflexãoeanálisedomeiodevidaconcretodoaluno(Sapiro,Feltovich,JacobsonyCoulson,1995;May,So,WongySculli,2005;Masiello,RambergyLanka,2005).

ParaHarasim (2006), da SimonFraserUniversity, deVancouver, a alta taxade desistência na Educação a Distância (80% a 90%) refere-se “às formas não-colaborativas”.Paraaautora,aEducaçãoaDistânciaéseparadaemtrêstipos:(1)colaborativo,ocursoéon-line,commaterialimpressoeoprofessorrealizaatividadesviainternetcomosalunosquedebatememchatsepore-mail;(2)a distância,commaterial impresso eprofessor; (3) treinamento combase emcomputador, isto é,cursosprontosqueutilizammultimídiaenãotêmprofessoresoututoresparaguiaros alunos. Ela defende ométodo colaborativo, pois nestamodalidade a taxa deevasãoéamenor.

Assim Jeong y Joung (2007) num estudo com 38 estudantes universitários,avaliaramoquantoaanotaçãosobreoestilodecomunicaçãoinfluenciouaestratégiadeargumentaçãonumadiscussãoon-lineassíncrona.Ofatodealgumasmensagensterem sido rotuladas influenciou a forma como impactaram o grupo.Mensagensrotuladas como críticas não tiveram continuidade enquanto que mensagens

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rotuladas como argumentos foram seguidas por outras mensagens tambémrotuladas da mesma forma trazendo evidências complementares para o debate.A crítica, tendo uma conotaçãomais negativa, não provocou o engajamento dosestudantesnodebateoquecorroboraosachadosdeFredrickson(1998).ConformedefendidoporFredricksonyLosada(2005),equipesdealtaperformancetrabalhamcom uma relação entremanifestações positivas e negativasmaior do 2,9013.Nopresente estudo, a relação P/N foi bastante superior ao limiar estabelecido porLosada (1999),emtodasas turmasmesmonaquelasemque foiobservadamaiortaxadeevasãooquenospermiteconcluirqueemboraumarelaçãoP/NmaiordoqueolimiardalinhadeLosada(2,9013)devaexistirparanãocriarumambientehostilnogrupooquereduziriaamotivaçãoparaacontinuidadenocurso,istonãobasta.Umaparticipaçãodotutorque,emborarespondaàsperguntasdosalunosesejapermeadademanifestaçõespositivasemrelaçãoàspostagensdosalunos,nãoinstiguereflexõesenãochameumamaiorparticipaçãodos integrantesdogrupo,podelevaraumaumentonataxadeevasão,conformefoiconstatadonasturmas2e5docursoanalisado.

SegundoKingston (2008) as instituições públicas e privadas, demodo geral,referemcomoaprincipalrazãodeevasãoafaltaderecursosfinanceirosparaoalunocontinuarseusestudos.Estetambéméomotivoqueoalunonormalmentedeclaraquando é questionado sobre seu abandono. No entanto o que se verifica, é queoutrasquestõesdeordemacadêmica,taiscomoasexpectativasdoalunoemrelaçãoàsuaformaçãoesuaprópria integraçãocomaInstituição, impactamsuadecisãodeabandonarumcurso.Existindoamotivaçãooalunopodepassarapriorizaroinvestimentodetempooufinanceiroparaaconclusãodocurso.

Nesteestudo,o índicedeevasãonocursoanalisado foide47%.Este índiceésemelhanteaodamédiabrasileiraedeoutrospaísessejamelesdesenvolvidosounão.Osmotivosalegadosparaaevasãoforamprimeiramenteafaltadetempo,seguidodaorganizaçãopessoalemconciliarocursoeoutrasatividades.Osproblemasdesaúdeefreqüênciaemoutrocursotambémforamfatoresrelevantesnesteestudo.OutrosfatorestambémapontadosforamaadaptaçãoàEAD,aformadeapresentaçãodoconteúdodocurso,dificuldadesdeinteraçãocomoprofessor,oexcessodeconteúdo,a falta de interesse em estudar nesta modalidade, problemas administrativos etecnológicosrelacionadosàdisponibilidadedoacessoaomaterialetarefasdocurso.Todaviaagrandevariaçãonataxadeevasãoqueficouem28%nomelhorcasoeem64%nopiorcasoquandocorrelacionadacomoestilodemediaçãodotutordestacouaimportânciadesuaparticipaçãopermeadadequestõesinstigantes,queincitemàreflexãoeàparticipaçãocontinuadadosalunosaolongodocurso.

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Este estudo confirmou que o problema da evasão é uma realidade em nossomeio.Oscontatosfeitoscomosalunosqueevadirampermitiramelicitarascausasmaiscomunsparaaevasão,osindicadoresinvestigadosmostraram-secapazesdesugerirestratégiasparadetectarosqueestãoprestesaevadire tentardiminuiraevasãonoscursosdoensinoadistânciamedianteumaparticipaçãodotutormaisinstigadora.

Outras estratégias para diminuir a evasão passam pela conscientização doalunoemrelaçãoàsdemandasdeumcursoadistância taiscomonecessidadedemaior autonomia do aluno, de auto-organização em relação ao uso do tempo edisponibilidadeparaparticiparativamentedasatividadecolaborativasdocurso.Poroutrolado,maisimportanteaindaécapacitarosprofessoresdeformaaprivilegiaraçõesdoestarjuntovirtual,estimularainteraçãoentretodososparticipantes,poisodiálogoaproxima,criandoumambientemotivadoreinstigadorparaaumentarotempodededicaçãoeinteraçãonocursopelosalunos.

Comoestratégiasparadetectaroalunoprestesaevadirsugere-seumprocessodeacompanhamentocontínuoepermanentedoaluno.Éprecisoummonitoramentoconstante de sua satisfação, bem estar, adaptação, interação entre outros. Esteacompanhamentobuscacriarumabaseparaplanejaredesencadearaçõesquedeum lado, asseguremqueo aluno ajuste suas expectativas e o esforçoqueprecisadedicar às condições do curso que pretende realizar, mas de outro lado que osprofessores, tutores e demais integrantes da equipe docente atuando no cursobusquemaprimoraramediação.

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PERFIL ACADÊMICO E PROFISSIONAL DOS AUTORES

Adelina Mezzari. GraduadaemFarmácia-Bioquímica (UFRGS).Atua comoprofessora na Faculdade de Farmácia da UFRGS e na Universidade Federal deCiênciasdaSaúdedePortoAlegre(UFCSPA).Suasáreasdeinteressesão:EnsinoePesquisaemEducaçãoeMicologia.

E-mail:[email protected]

Liane Margarida Rockenbach Tarouco. Graduada em Física (UFRGS),MScemCiênciadaComputação(UFRGS),DrEngenhariaElétrica(USP).AtuacomoprofessoranaFaculdadedeEducaçãoenosprogramasdepós-graduaçãoemCiênciadaComputaçãoeInformáticanaEducaçãodaUFRGS.Suasáreasdeinteressesão:RedesdeComputadores,Tecnologiada InformaçãoeComunicaçãonaEducação,Educaçãoadistância.

E-mail:[email protected]

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Ana Marli Bulegon. Graduada em Matemática (UNIFRA), Mestre emEnsinodeFísicaedeMatemática(UNIFRA),DoutoraemInformáticanaEducação(UFRGS).Atua comoprofessoranoMestradoProfissional emEnsinodeFísica ede Matemática e em cursos de Graduação do Centro Universitário Franciscano(UNIFRA). Áreas de interesse: Ensino de Física e deMatemática, Tecnologia daInformaçãoeComunicaçãonaEducação,Educaçãoadistância.

E-mail:[email protected]

Rute Vera Maria Favero. Graduada em Tecnólogo em Processamentode Dados (UNISINOS), MSc em Educação (UFRGS), Doutoranda em Educação(UFRGS). É coordenadora do Suporte Pedagógico às Plataformas de EAD daUFRGSeéprofessoranoColégiodeAplicação (UFRGS).Suasáreasde interessesão:EducaçãoaDistância,TecnologiadaInformaçãoeComunicaçãonaEducação,RedesSociais,EducaçãoeConstruçãodeConhecimento.

E-mail:[email protected]

Barbara Gorziza Avila. Graduada em Matemática-licenciatura (UFRGS).AtuacomoestudantededoutoradonoProgramadePós-GraduaçãoemInformáticanaEducação(UFRGS).Suasáreasdeinteressesão:Mundosvirtuaisnocontextodeensino-aprendizagemeEducaçãoaDistância.

E-mail:[email protected]

Geraldo Ribas Machado. Graduado em Administração de Empresas(PUCRS), Mestre em Engenharia da Produção (UFRGS) e Doutor em Educação(UFRGS). Atua como professor do Departamento de Ciências da Informação daFaculdadedeBiblioteconomiaeComunicaçãodaUFRGS.Suasáreasde interessesãoProbabilidadeeEstatística,AvaliaçãoInstitucional.Educação(UFRGS).MestreemEngenhariadaProdução(UFRGS).AtuacomoprofessordoDepartamentodeCiências da Informação na Faculdade Biblioteconomia e Comunicação UFRGS.PesquisadordosGruposdePesquisaCNPq:GrupodeEstudosInovaçãoeAvaliaçãona Universidade (UFRGS), TEIAS - Tecnologia em Educação para Inclusão eAprendizagememSociedade(UFRGS).

E-mail:[email protected]

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DIRECCIÓNDELOSAUTORES

AdelinaMezzariFaculdadedeFarmáciadaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(UFRGS)Av.Ipiranga,2752CEP:90610-000,PortoAlegreRioGrandedoSul,Brasil

Fechas de recepción del artículo: 03/11/12Fecha de aceptación del artículo: 14/03/13

Como citar este artículo:

Mezzari,A.;RockenbachTarouco,L.M.;GorzizaAvila,B.;RibasMachado,G.;MariaFavero,R.V.;MarliBulegon,A. (2013).Estratégiasparadetecçãoprecocedepropensãoàevasão.RIED.Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, volumen16,nº2,pp.147-175.