SEÇÃO IV: AMBIENTE CONSTRUÍDO PLANEJAMENTO URBANO E MOBILIDADE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL INFRA-ESTRUTURA VERDE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS INFRA-ESTRUTURA VERDE PARA CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS Cecilia Herzog Produtos e sistemas relativos a infra-estrutura 1 3 4 2 Versão Executiva Novembro 2010
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ESTADO DO RIO DE JANEIRO - INVERDE | Instituto de ... · vegetados, preferencialmente arborizados (inclui rios, canais, ruas e propriedades públicas e privadas) e interconectados,
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SEÇÃO IV:
AMBIENTE CONSTRUÍDO
PLANEJAMENTO URBANO E
MOBILIDADE
HABITAÇÃO DE INTERESSE
SOCIAL
INFRA-ESTRUTURA
VERDE
OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS ESPAÇOS
PÚBLICOS
INFRA-ESTRUTURA VERDE PARA CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS
ste trabalho visa apresentar boas práticas, no Brasil e no exterior, em
desenvolvimento e adaptação de paisagens urbanas em consonância com o
paradigma ecológico do século XXI: a infraestrutura verde urbana. Este modelo
procura mimetizar os processos naturais de modo a minimizar os impactos
causados por urbanizações inadequadas ao suporte geobiofísico e possibilitar o
planejamento sustentável de novas áreas e empreendimentos.
A infraestrutura verde visa mitigar os efeitos da urbanização em diversas escalas e com
equipes multidisciplinares, para que os aspectos abióticos, bióticos e sócio-culturais sejam
balizadores de planejamentos e projetos integrados de médio e longo prazo. É bom
ressaltar que as mudanças climáticas, que já estão ocorrendo devem ser consideradas de
modo a adaptar as cidades para que seus efeitos sejam minorados ou mesmo evitados. A
infraestrutura verde pode contribuir significativamente nessa adaptação, pois restabelece
os serviços ecológicos eliminados durante a urbanização tradicional.
O texto inicia com a contextualização da cidade e seus impactos e de como se insere a
infraestrutura verde nesse quadro. A seguir, introduz a infraestrutura verde e os seus
serviços ecológicos; apresenta diversas tipologias que podem ser aplicadas em planos e
projetos de diversas escalas, além de alguns exemplos internacionais que podem ser
inspiradores de projetos, desde que adaptados às realidades locais. No Brasil a
infraestrutura verde ainda é bastante desconhecida e limitada a alguns grupos de pesquisa,
no entanto existem diversos trabalhos acadêmicos que estão sendo publicados que podem
servir de balizadores para planejamentos e projetos. Alguns estão compilados nesse
trabalho. Na conclusão deste item, algumas propostas para o estado do Rio de Janeiro,
com suas respectivas justificativas
3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Os ecossistemas urbanos são sistemas abertos, dinâmicos, complexos e inter-
relacionados, que requerem grandes quantidades de energia e matéria, com equivalente
geração de resíduos e poluição. Seus impactos vão muito além de seus limites geográficos
e podem ser medidos através de sua pegada ecológica1. A infraestrutura verde possibilita
que as cidades diminuam essa pegada, ao proporcionar alternativas que consomem menos
energia, não emitem gases de efeito estufa, capturam carbono, evitam a sedimentação dos
corpos d‟água, protegem e aumentam a biodiversidade, fornecem serviços ecossistêmicos
no local, previnem ou diminuem a poluição das águas, do ar e do solo, entre outros. As
cidades podem ser mais compactas e proporcionar alta qualidade de vida, devido aos
espaços verdes públicos bem planejados, de fácil acesso.
A grande maioria das cidades é vulnerável a efeitos severos causados por ocorrências
climáticas, que se tornam mais graves e freqüentes devido ao aquecimento global. O
estado do Rio de Janeiro foi duramente afetado por chuvas intensas em diversas ocasiões,
inclusive no início de 2010. O evento mais grave aconteceu em abril, com a morte de
mais de 250 pessoas, além de causar incalculáveis prejuízos econômicos e ambientais.
Contudo, mesmo durante chuvas normais, as enchentes são habituais devido à
urbanização não planejada ecologicamente. Áreas de risco, como encostas íngremes,
topos de morros, baixadas e áreas alagáveis e margens de corpos d‟água são ocupadas
pelo mercado formal e informal o que leva a acontecimentos muitas vezes trágicos.
1 Conceito desenvolvido por Martin Rees e Mathis Wackernagel para avaliar o impacto ambiental das atividade humanas, traduzido em consumo de solo. www.pegadaecologica.org.br
as áreas urbanizadas. Na escala local trabalha junto com os proprietários para manter
consistência com o plano maior. As regras construtivas são bastante restritivas, não são
apenas parâmetros máximos e mínimos.
O planejamento urbano nas últimas duas décadas foi desenvolvido tomando como
referência os problemas causados por ocupações mal planejadas anteriormente -
“aprender planejando”. A articulação dos meios de transporte de baixo impacto pode ser
conferida no edifício verde (utiliza energia solar) onde os ciclistas guardam as bicicletas
para pegar o VLT, trens ou ônibus situados na estação central multimodal que abriga
hotel, comércio, serviços e escritórios.
Figura 26 - Freiburg. Vista edifício garagem de bicicletas do viaduto por onde passa o VLT. Figura 27 - Interior do edifício. Figura 28 - Parque urbano no centro de Rieselfeld, Freiburg, Alemanha. A construção com teto verde abriga quadras poliesportivas em meio a
diversos espaços para lazer, recreação e cultura. Figura 29 - Estacionamento e pavimentação drenantes.
O bairro de Rieselfeld foi criado onde antes era o destino de todo o esgoto da cidade
durante anos. Um cinturão verde, que tem áreas de preservação e rurais, foi projetado
para garantir a qualidade de vida do local e abrigar vida silvestre. A drenagem é toda
naturalizada, com uma sucessão de jardins, biovaletas, lagoas de retenção e detenção, vai
das edificações até a lagoa de detenção localizada na reserva ecológica. Uma pista de
bicicletas passa pela periferia do bairro e permite circular até a cidade e o interior do
cinturão onde está localizado um zoológico5.
Figura 30 - Lagoa pluvial – integra o
sistema de drenagem naturalizado
do bairro de Rieselfeld.
Figura 31 - Lagoa Seca (ou de
infiltração). Localizada no final do
sistema natural de drenagem do
bairro dentro da reserva ecológica,
recebe o excedente do escoamento de águas pluviais que não foi
Vauban, outro bairro de Freiburg é um projeto mais recente. O planejamento de sua
paisagem visou também ser de baixo impacto e alto desempenho. Com superfícies
permeáveis, drenagem naturalizada, compacto na ocupação com áreas de lazer e
recreação situadas entre os edifícios. As ruas são projetadas para bicicletas e pedestres,
com os estacionamentos situados em edifícios-garagem na periferia. A maioria de seus
moradores não possui automóvel.
Nos dois bairros, Rieselfeld e Vauban, o tram, ou bonde moderno (VLT) foi projetado
antes do início da construção das casas. Conecta os bairros com o resto da cidade, integra
a infraestrutura verde, pois o pavimento é poroso e tem áreas com relvado. É um exemplo
de multifuncionalidade aliada a um meio de transporte de massa. A energia solar é visível
em quase todos os lugares de Freiburg, o que ocorre até mesmo em pequenas cidades no
interior da Alemanha.
Figura 32 - Vauban, Freiburg. Rua verde com biovaletas, prioridade para pedestres e ciclistas.
Figura 33 - Drenagem dos telhados conduzida por piso poroso para infiltração em chuvas normais.
Figura 34 - Vauban, Freiburg. Parque entre conjuntos de prédios de 4 andares. Figura 35 - Vauban, Freiburg. Biovaleta ao longo dos trilhos do VLT que corre sobre área vegetada.
Em Paris, o que era uma antiga linha ferroviária foi transformada na Promenade Plantée
um corredor multifuncional que conecta a região oeste da cidade, da praça da Bastilha até
o anel rodoviário Péripherique destinado a pedestres e ciclistas (ver fig. 36 a 39).
participação dos moradores, universidades e pesquisadores da região. São verdadeiros
laboratórios de teste, onde tipologias são implantadas e monitoradas para medir o seu
desempenho perante os eventos climáticos (ver fig. 46 a 48).
Figura 46 - NE Siskiyou Green Street, Kevin Robert Perry
Figura 47 - NE Siskiyou Green Street. projetada com a participação dos moradores.
Figura 48 - NE Siskiyou Green Street. Sinalização educativa.
Seattle, também no noroeste do país, é uma cidade que desenvolveu no ano 2000 um
plano para 100 anos: Seattle 2100. Foi feito em conjunto com a comunidade e a
universidade, com a participação em oficinas para que o plano motivasse os interessados
na área. O resultado é um plano dinâmico que vai sendo adaptado ao longo do tempo.
Atualmente, a cidade dispõe de inúmeros exemplos de infraestrutura verde implantadas
em escala local, como jardins-de-chuva, biovaletas, detenção em níveis entre outros. As
duas cidades atraem empresas de tecnologia de ponta por oferecerem uma qualidade de
vida excepcional, o que ativa a economia local. A exemplo de Berlim, desenvolveu o
Seattle Green Factor (fator verde de Seattle), que estabelece 30% de área permeável e
vegetada e atribui pontos para o licenciamento de reformas e novas obras.
Figura 49 - Seattle, Washington, EUA. Canal adjacente ao riacho Thornton. (crédito: Nate Cormier) Figura 50 - Seattle, Washington, EUA. Jardim de chuva no loteamento High Point. (crédito: Nate Cormier)
Figura 51 - Coleta de água em Growing Vine, alia manejo de águas das chuvas com arte de Buster Simpson Figura 52 - Canteiros em declive para infiltração das águas em Growing Vine.
Figura 53 - Drenagem naturalizada em Growing Vine, degraus para interação das pessoas com os processos naturais Seattle,
O planejamento de longo prazo da cidade de Nova Iorque – NYC 2030 -, procura
conciliar múltiplos usos e funções aos espaços abertos e maior densidade em áreas
servidas por transportes de massa. Já é considerada uma das cidades mais sustentáveis do
planeta, devido à pegada ecológica por habitante ser muito menor que em áreas urbanas
dispersas. O relatório de 2010 apresenta dados nas diversas áreas: incremento no plantio
de árvores, incorporação de pátios de escolas, centros cívicos, renovação de parques,
recuperação de antigas áreas industriais e degradadas, melhoria da qualidade das águas e
drenagem, ênfase circulação de bicicletas e pedestres.
Recentemente inaugurado, o parque High Line localizado no lado oeste da cidade de
Nova Iorque, é um exemplo de aproveitamento de um elevado inativo. Ao invés de
demolir a antiga linha elevada de trem, com a respectiva geração de resíduos e impactos
ambientais, aproveitou a estrutura e transformou em um parque contemporâneo. Esse
projeto tem atraído os moradores e mais turistas devido à visibilidade internacional que o
projeto deu para a cidade. É um modelo de retrofit the um espaço urbano em desuso sem
causar impactos, que passa a prestar serviços ecológicos e sociais para a cidade, com
geração de renda e valorização das áreas vicinais.
Figura 54 - High Line: corredor verde sobre elevado de antiga linha de trem desativada.
Figura 55 - Foto do slide de James Hunt durante a apresentação do plano verde de Boston, onde demarca a área do centro administrativo da cidade que será alterado para se tornar ecológico.
Boston entrou na corrida pela sustentabilidade em 2009, com a presença de Al Gore em
março no lançamento do plano verde da cidade para 2030. Um dos cinco temas
estratégicos do plano é a infraestrutura verde. Alguns pontos relevantes são: o plantio de
árvores em ruas e parques deverá incrementar em 35 % o total da cobertura arbórea da
cidade; utilização tipologias de baixo impacto em escala local para naturalizar a drenagem
urbana; transformar as ruas em Complete Streets (ruas completas), com acessibilidade
para todos, drenagem naturalizada (colabora para diminuir a poluição hídrica e do ar),
com pistas exclusivas para bicicletas (1500 bicicletas no sistema de aluguel diário, como
em Paris serão introduzidas). As ciclovias irão conectar os campi das universidades locais
(a cidade é um centro de excelência em ensino e pesquisa) e hospitais e se estender até as
cidades contíguas. A cidade entrou na disputa por uma vaga mais alta no ranking das
cidades mais verdes (era a sexta em 2009) propondo inovações até mesmo na sede da
prefeitura, todo em concreto, cercado de superfícies impermeabilizadas. O objetivo é que
a sede do governo seja um exemplo de sustentabilidade.
O Big Dig, em Boston, é um projeto polêmico por ter demolido o elevado que cortava o
núcleo da cidade com a construção de um túnel para a circulação de veículo, custou
bilhões dólares acima do orçamento inicial. Tem o mérito de ter feito a conexão entre
duas partes da cidade que estavam isoladas há décadas através de um imenso parque.
Figura 64 - Seul, Coréia. Rio Cheonggye aberto onde antes tinha vias e elevado. Renaturalizado multifuncional, com melhoria da
qualidade de vida na cidade. Áreas mais voltadas para a biodiversidade, com calçadas para pedestres. Figura 65 - Seul, Coréia. Rio Cheonggye área central.
O Japão busca nas tradições como se desenvolver de forma sustentável para conciliar a
convivência das pessoas e os ambientes naturais (MORIMOTO, 2010). Essa cultura se
reflete nos Satoyamas, que são áreas de interação entre o sistema urbano e os
ecossistemas naturais. Nessas áreas, historicamente periurbanas se cultivam alimentos,
especialmente arroz, base da alimentação do país (em que é autosuficiente), e
agroflorestas sustentáveis destinadas a madeiras para construção, carvão para
aquecimento entre outros usos. Atualmente parques e fragmentos florestados em áreas
urbanas estão sendo transformados em Satoyamas8, como o exemplo da floresta Higashi-
Yama no parque Heywa, no subúrbio de Nagoya. Estão em final de construção terraços de
arroz irrigados pelo curso d‟água, que é visível e se pode percorrer todo o trajeto desde o
alto, passando pelos cultivos (de arroz e bambu) até a bacia de retenção das águas das
chuvas. É multifuncional, pois além de promover drenagem, produzir alimentos e
material para construção (madeira e bambu) ainda possui áreas para lazer, educação
ambiental e contemplação, caminhada no meio da mata. O Satoyama fica no meio de área
densamente ocupada.
Figura 66 - Nagoya, Japão. Santuário Atsuta, em área central da cidade.
Figura 67 - Nagoya, Satoyama. Parque Heywa drenagem naturalizada para evitar inundações à jusante com
preparo para plantio de arroz em terraços, parte do sistema de drenagem.
A cidade de Quioto, no Japão, é cortada por dois rios que possuem corredores verdes
multifuncionais (parque lineares) nas duas margens, ao longo de sua extensão urbana. É
muito utilizado pela população local, atrai turistas com restaurantes e cafés sobre o
parque.
9 Região visitada pela autora em abril e julho de 2010.
Figura 67 e 68- Parque ao longo do rio Kamo-Gaw, visto da ponte e pedras para travessia do rio.
Na costa norte de Tóquio o parque Kasai Rinkai possui um alagado construído na baía,
onde parte é dedicada a abrigar aves migratórias que passam por ali no inverno, só
pesquisadores têm acesso. Uma enorme área é destinada a lazer, recreação, caminhadas,
educação ambiental e para observação da natureza. Tem até mesmo um parque de
diversões com uma enorme roda gigante. É um parque urbano, na cidade mais populosa
do planeta, que alia conservação da biodiversidade e dos processos naturais da paisagem
com atividades que atraem milhares de pessoas.
Figura 71 - Parque Kasai Rinkai com alagado construído em primeiro plano. Parque de diversões e centro
da cidade ao fundo em dia de chuva.
Figura 69 - Parque ao longo do rio Kamo-Gawa. Multifuncional: protege as águas com vegetação, habitat, fluxos abiótico (águas), biótico (flora e fauna) e cultural (pessoas), circulação, lazer e contemplação.
Figura 70 - Palácio Imperial Shugakuin - terraços de arroz mantido por camponeses nos limites da cidade
arborização viária. A urbanização contribui para a conservação da biodiversidade, com a
proteção de ecossistemas e fragmentos de espaços naturais.
A cidade de Curitiba tem um planejamento arrojado de desenvolvimento sustentável
urbano. Porém, é preciso uma avaliação crítica adequada sobre os projetos e ações
propostos e implantados para que possa servir de modelo consistente na questão
ambiental. O foco na biodiversidade urbana deve ser enfatizado, pois é de fundamental
relevância para a sustentabilidade das paisagens urbanas. As políticas e instrumentos de
incentivo à preservação e conservação presentes no Plano Municipal de Controle
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável cobrem um amplo espectro de ações nas mais
diversas áreas que se relacionam com a qualidade ambiental urbana.50
O LABVerde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo FAU-USP, é um centro de
pesquisas para o desenho ambiental e projetos paisagísticos
ecológicos de ponta. Visa prestar consultoria e desenvolver
projetos nessas áreas. Coordenado pela Prof. Maria Ribeiro
Franco, com a co-coordenação do Prof. Paulo Pellegrino.
Conta com a colaboração de professores doutores da USP e
especialistas de outras reconhecidas instituições de ensino e
pesquisa nacionais e estrangeiras. Conta também com a
participação de alunos de diferentes programas e
instituições. O LABVerde visa certificar projetos de suas
áreas de abrangência com um selo ambiental de “localização
sustentável”.
Algumas propostas acadêmicas são:
1. De cidade-jardim a cidade sustentável: Potencialidades para uma estrutura ecológica
urbana em Maringá – PR. Tese de doutorado de Karin Schwabe Meneguetti, orientada
pelo Prof. Dr. Paulo Pellegrino, na FAU-USP. Analisa a ocupação histórica da cidade de
Maringá 13
e propõe uma estrutura ecológica aproveitando a intensa arborização já
existente. Apresenta propostas em diversas escalas.
13
Disponível na biblioteca da FAU-USP
Figura 77 - Maringá. Pode-se ver a infraestrutura verde proposta: o corredor verde nas margens do rio e as ruas verdes que conectam os fragmentos de vegetação: ecologia da paisagem urbana. (Meneguetti, 2007)