-
5/28/2018 Estado
1/21
11
IPR
S
ENTENDA O NDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADESocial iPRS
O IPRS acompanha o paradigma que sustenta o ndice de
Desenvolvimento Humano (IDH),
do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esse
modelo pressupe
que a rendaper capita insuficiente como nico indicador das
condies de vida de uma
populao e prope a incluso de outras dimenses necessrias a sua
mensurao. Assim,
alm da rendaper capita, o IDH incorpora a longevidade e a
escolaridade, adicionandoas condies de sade e de educao das
populaes em um indicador mais abrangente
de suas condies de vida.1
Assentadas nesse paradigma, a Fundao Seade e a Alesp construram
para o Estadode So Paulo um indicador que preservasse as trs
dimenses componentes do IDH
renda, escolaridade e longevidade , mas com certas
especificidades. A primeira, e mais
importante, consistiu na elaborao de uma tipologia de municpios
que permitisse iden-
tificar, simultaneamente, o padro de desenvolvimento nas trs
dimenses consideradas:renda, escolaridade e longevidade. Esse tipo
de indicador, apesar de no ser passvel deordenao, permite maior
detalhamento das condies de vida existentes no municpio,
fundamental para o desenho de polticas pblicas especficas.2
Em segundo lugar, incluram-se, na medida do possvel, variveis
capazes de apre-
ender mudanas nas condies de vida do municpio em perodos mais
curtos que osdez anos que separam os censos demogrficos, fonte de
informaes do IDH municipal.
E, em terceiro, foram adotados como base de informaes,
prioritariamente, os registros
administrativos que satisfizessem as condies de qualidade,
periodicidade e cobertura,necessrias produo de um indicador passvel
de atualizao nos anos entre os censos
demogrficos e com a cobertura de todos os municpios do Estado.
Assim, apesar derepresentarem as mesmas dimenses, as variveis
escolhidas para compor o IPRS so
distintas daquelas empregadas no clculo do IDH.
Com essa orientao, comps-se o IPRS de quatro conjuntos de
indicadores: trs
setoriais, que mensuram as condies atuais do municpio em termos
de renda, esco-
1. PNUD. Desenvolvimento humano e condies de vida: indicadores
brasileiros. Braslia, PNUD, 1998.
2. TORRES, H.G.; FERREIRA, M.P.; DINI, N.P. Indicadores sociais:
por que construir indicadores como o IPRS. So Paulo emPerspectiva,
So Paulo, Fundao Seade, v. 17, n. 3-4, p. 80-90, jul.-dez.
2003.
-
5/28/2018 Estado
2/21
12
IPR
S
Quadro 1Sntese das variveis selecionadas e estrutura de pesos
adotada, segundo dimenses do IPRS
Dimenses ComponentesContribuio
para o indicadorsinttico
Riqueza municipal
Consumo residencial de energia eltrica 25%
Consumo de energia eltrica na agricultura, no comrcio e nos
servios 25%Remunerao mdia dos empregados com carteira assinada e do
setor pblico 25%
Valor adicionado fiscalper capita 25%
Longevidade
Mortalidade perinatal 30%
Mortalidade infantil 30%
Mortalidade de pessoas de 15 a 39 anos 20%
Mortalidade de pessoas de 60 a 69 anos 20%
Escolaridade
Mdia da proporo de alunos da rede pblica que atingiram o nvel
adequadonas provas de portugus e matemtica (5oano do ensino
fundamental)
31%
Mdia da proporo de alunos da rede pblica que atingiram o nvel
adequadonas provas de portugus e matemtica (9oano do ensino
fundamental)
31%
Taxa de atendimento escolar na faixa de 4 a 5 anos 19%
Taxa de distoro idade-srie no ensino mdio 19%
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
laridade e longevidade permitindo, nesse caso, o ordenamento dos
645 municpios
do Estado segundo cada uma dessas dimenses ; e uma tipologia
constituda de cinco
grupos, denominada grupos do IPRS, resumindo a situao municipal
segundo os trs
eixos considerados.Em cada uma das trs dimenses do IPRS, foram
criados indicadores sintticos que
permitem hierarquizar os municpios paulistas conforme seus nveis
de riqueza, longevidade
e escolaridade. Esses indicadores so expressos em escala de 0 a
100 e constituem uma
combinao linear das variveis selecionadas para compor cada
dimenso. A estrutura de
ponderao foi obtida de acordo com um modelo de anlise fatorial,
em que se estudaa estrutura de interdependncia entre diversas
variveis.3
O Quadro 1 sintetiza as variveis consideradas em cada uma das
dimenses do IPRS
e a estrutura de ponderao obtida.
3. Fundao SEADE. ndice Paulista de Responsabilidade Social
metodologia. So Paulo, Fundao Seade, 2004. Disponvelem: .
-
5/28/2018 Estado
3/21
13
IPR
S
Dimenses do IPRS
A edio de 2012 trouxe alteraes aos componentes do IPRS, visando
incorporar ao
ndice as mudanas ocorridas nas condies de vida dos paulistas ao
longo da dcada de
2000 e as novas fontes de informaes existentes em nvel
municipal.
Entre as alteraes, esto a nova estrutura de ponderao no cmputo
do indicadorde riqueza municipal, a substituio de um dos
componentes do indicador de longevidade
e o novo indicador de escolaridade (Quadro 1). Essas mudanas
implicam uma nova srie
do indicador com incio em 2008, impossibilitando qualquer
comparabilidade retrospectiva.
importante destacar que os parmetros conceituais nos quais se
baseou a construooriginal do IPRS foram mantidos.
Assim, o indicador de riqueza municipalprocura captar, ao mesmo
tempo, apro-
duo de riqueza do municpio(por meio das variveis consumo de
energia eltrica naagricultura, no comrcio e nos servios e valor
adicionadoper capita) e a renda familiar
de seus moradores (por meio das variveis consumo de energia
eltrica residencial erendimento mdio dos empregados no setor
privado com carteira assinada e no setor
pblico). As fontes de informaes utilizadas foram os registros
administrativos fornecidos
pelas Secretarias da Fazenda e do Saneamento e Energia do Estado
de So Paulo e pelo
Ministrio do Trabalho e Emprego.
Para a dimenso longevidade, optou-se por um indicador
fundamentado em qua-
tro tipos de mortalidade, em detrimento da esperana de vida
usada no IDH, a qual, arigor, capta as condies mdias da mortalidade
de determinada regio para todos os
grupos de idade. Essa escolha baseou-se no forte componente
inercial que um indicador
como a esperana de vida carrega, o que o torna incapaz de
revelar as particularidadesda mortalidade em diferentes regies e
suas variaes no curto prazo. Assim, o indicador
de longevidadedo IPRS expresso pela combinao das taxas de
mortalidade perinatal,infantil, de pessoas na faixa etria de 15 a
39 anos e de pessoas de 60 a 69 anos. A subs-
tituio da taxa de mortalidade de pessoas maiores de 60 anos das
edies anteriores pela
taxa de mortalidade de pessoas de 60 a 69 anos configura outra
mudana desta edio.Este indicador mede o risco de morte na primeira
dcada da terceira idade de uma po-
pulao, o que pode ser interpretado como uma mortalidade precoce
dos idosos. Taxas
maiores de mortalidade na populao idosa de 60 a 69 anos
expressam desigualdades
de condies de vida, incluindo as dificuldades de acesso aos
servios de sade, s aes
de promoo, preveno, diagnstico, e tratamentos adequados das
principais doenase agravos mais prevalentes nos adultos.
A nfase nessas variveis deveu-se s especificidades do Estado,
com crescentemortalidade de adultos e problemas de bitos
perinatais. A fonte de informao adotada
o Registro Civil, cujos dados so organizados e disponibilizados
pela prpria Fundao
-
5/28/2018 Estado
4/21
14
IPR
S
Seade. Utilizaram-se ainda as projees populacionais para faixas
etrias especficas,
usadas como denominador daquelas taxas, produzidas tambm pela
Fundao Seade.
Na construo do indicador de escolaridadedesta edio,
priorizaram-se compo-
nentes que captam a oferta, o rendimento e o atraso escolar da
educao bsica. Nessesentido, combina dois indicadores de desempenho
escolar (mdia da proporo de alunos
da rede pblica que atingiram pelo menos o nvel adequado nas
provas de portugus
e matemtica no 5oe 9oanos do ensino fundamental), taxa de
atendimento escolar na
faixa de 4 a 5 anos e o atraso escolar no ensino mdio (taxa de
distoro idade-srie).A preocupao com a qualidadeda educao escolar e
seu monitoramento tem
sido alvo de polticas prioritrias em todos os pases. O consenso
quanto sua importncia
levou incluso de ndices de desempenho escolar no indicador de
escolaridade do IPRS.
As fontes de dados utilizadas foram o Censo Demogrfico e o Censo
Escolar, este ltimo
realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep).
Tipologia
Alm de sintetizar a situao de cada municpio no que diz respeito
a essas trs dimen-
ses riqueza, escolaridade e longevidade , a combinao dos
indicadores propicia uma
tipologia que classifica os 645 municpios do Estado de So Paulo
em cinco grupos com
caractersticas similares de riqueza municipal, longevidade e
escolaridade. A construo
dos grupos baseou-se em tcnicas de estatstica multivariada que,
a partir da identificao
O carter relativo do IPRSO IPRS, diferentemente de indicadores
baseados em critrios normativos, um
indicador relativo, isto , seus parmetros norteadores so
definidos a partir dos
prprios dados que lhe do origem. Em outras palavras, as
categorias baixa, mdia
e alta que caracterizam os grupos de municpios so estabelecidas
segundo arealidade dos 645 municpios no ano em anlise. Por exemplo,
para um municpio
ser classificado como de alta escolaridadeem 2008, a configurao
dos componentes
do indicador sinttico de escolaridade minimamente desejvel era
representada
pelo escore igual ou superior a 46. Assim, todos os municpios
que obtivessem no
mnimo esse escore seriam considerados de alta escolaridade. Em
2010, a distribuio
dos municpios mostrou que, para serem considerados de alta
escolaridade, teriam
que atingir o escore igual ou superior a 54, e no mais 46. Esse
novo valor indica que
o cenrio considerado bom em 2008 j havia sido superado por
muitas localidadesem 2010, e as que se destacam em escolaridade j
se distanciaram em muito dos
nveis anteriores.
-
5/28/2018 Estado
5/21
15
IPR
S
Quadro 2Critrios adotados para a formao dos grupos de
municpios
Grupos Categorias
Grupo 1
Alta riqueza, alta longevidade e mdia escolaridade
Alta riqueza, alta longevidade e alta escolaridade
Alta riqueza, mdia longevidade e mdia escolaridade
Alta riqueza, mdia longevidade e alta escolaridade
Grupo 2
Alta riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade
Alta riqueza, baixa longevidade e mdia escolaridade
Alta riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade
Alta riqueza, mdia longevidade e baixa escolaridade
Alta riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade
Grupo 3
Baixa riqueza, alta longevidade e alta escolaridade
Baixa riqueza, alta longevidade e mdia escolaridade
Baixa riqueza, mdia longevidade e alta escolaridade
Baixa riqueza, mdia longevidade e mdia escolaridade
Grupo 4
Baixa riqueza, baixa longevidade e mdia escolaridade
Baixa riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade
Baixa riqueza, mdia longevidade e baixa escolaridade
Baixa riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade
Grupo 5 Baixa riqueza, baixa longevidade e baixa
escolaridade
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
de cinco grupos de municpios com padres similares em termos de
condies de vida,
permitiu sua definio operacional. Para tanto, os trs indicadores
sintticos setoriais foram
transformados em escalas discretas, formadas pelas categorias
baixa, mdia e alta (no
caso do indicador de riqueza municipal definiram-se apenas as
categorias baixa e alta), apartir das quais foram constitudos os
cinco grupos de municpios. O Quadro 2 apresenta
os critrios de formao de cada um desses grupos.
-
5/28/2018 Estado
6/21
16
IPR
S
Grupos do IPRS 2010
Os grupos obtidos a partir dos critrios detalhados anteriormente
esto descritos de forma
sinttica a seguir e representados no Mapa 1.4
Grupo 1: rene municpios com elevado nvel de riqueza e bons
indicadores sociais.A maioria deles localiza-se ao longo dos
principais eixos rodovirios do Estado (rodovias
Anhangera e Presidente Dutra), que se interceptam no municpio de
So Paulo. Em
2010, os 78 municpios que compunham o grupo abrigavam 9,8 milhes
de pessoas, ou
aproximadamente 23,9% da populao estadual, tornando-o o segundo
maior grupo empopulao. Cinco, dos dez maiores municpios
paulistas,5faziam parte dele: Santo Andr,
So Bernardo do Campo, So Jos dos Campos, Sorocaba e Santos. Dos
78 municpiosdeste grupo, 32 localizam-se na Regio Administrativa de
Campinas.Grupo 2: engloba localidades com bons nveis de riqueza que
no se refletem nos
indicadores sociais, os quais se situam aqum dos registrados
para os municpios perten-
centes ao Grupo 1. Em 2010, esse grupo concentrava 75 municpios,
totalizando mais de
20,5 milhes de habitantes (49,7% da populao estadual) o maior
dos cinco grupos
em populao. Analogamente s edies anteriores, identificam-se, no
conjunto desses
4. Deve-se salientar que os aspectos mais gerais dessas descries
so vlidos para todas as edies do IPRS.
5. So Paulo, Guarulhos, Campinas, So Bernardo do Campo, Santo
Andr, Osasco, So Jos dos Campos, Ribeiro Preto,Sorocaba e
Santos.
Quadro 3Parmetros para a classificao dos municpios, por dimenses
do IPRS, segundo categoriasEstd de S Pu 2008-2010
Categorias Anos
Dimenses do IPRS
Riqueza municipal Longevidade Escolaridade
Baixa2008 At 36 At 64 At 40
2010 At 39 At 65 At 49
Mdia2008 - 65 a 67 41 a 45
2010 - 66 a 68 50 a 53
Alta2008 37 e mais 68 e mais 46 e mais
2010 40 e mais 69 e mais 54 e maisFonte: Fundao Seade. ndice
Paulista de Responsabilidade Social IPRS.
-
5/28/2018 Estado
7/21
17
IPR
S
Mapa 1Municpios paulistas, segundo grupos do IPRS2008-2010
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
2008
2010
Grupo 2
Grupo 1
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
RA de So Josdos Campos
RA de Campinas
RMSP
RMBS
RA deRegistro
RA de Sorocaba
RA Central
RA deRibeiro Preto
RA deFrancaRA de
Barretos
RA de So Josdo Rio Preto
RA de Araatuba
RA de PresidentePrudente
RA de Marlia
RA de Bauru
RA de So Josdos Campos
RA de Campinas
RMSP
RMBS
RA deRegistro
RA de Sorocaba
RA Central
RA deRibeiro Preto
RA deFrancaRA de
Barretos
RA de So Josdo Rio Preto
RA de Araatuba
RA de PresidentePrudente
RA de Marlia
RA de Bauru
-
5/28/2018 Estado
8/21
18
IPR
S
municpios, dois importantes subconjuntos: municpios industriais,
como Cubato, Dia-
dema, Suzano, Mau, Guarulhos, Osasco e Cotia, localizados em
regies metropolitanas;
e municpios tursticos, tais como Guaruj, So Sebastio, Campos do
Jordo e outros.
Nesse grupo destacam-se ainda os municpios de So Paulo, Campinas
e Ribeiro Preto.Grupo 3: municpios com nvel de riqueza baixo, mas
com bons indicadores nas
dimenses escolaridade e longevidade. Este grupo, caracterizado
por pequenos e m-
dios municpios, englobava 195 localidades com populao de 4,6
milhes de pessoas
em 2010. Nesse ano, apenas 22 possuam mais de 50 mil habitantes
e somente Franca,
Marlia, Presidente Prudente, Araatuba, Itapetininga, Ja,
Catanduva, Barretos, Birigui,Tatu e Ourinhos registravam populao
superior a 100 mil pessoas. Concentram-se prin-
cipalmente na regio noroeste e norte do Estado, de modo que
51,3% dos municpios do
grupo pertencem s Regies Administrativas de So Jos do Rio Preto,
Franca, Araatuba,
Barretos e Ribeiro Preto. Esse tipo de municpio inexiste nas
regies metropolitanas deSo Paulo e da Baixada Santista.Grupo 4: com
199 municpios e 3,7 milhes de habitantes em 2010, esse grupo
apresenta baixa riqueza e nveis intermedirios de longevidade
e/ou escolaridade. com-
posto por vrios municpios dispersos em quase todas as regies do
Estado, com destaque
para as Regies Administrativas de Sorocaba, Presidente Prudente
e Marlia.Grupo 5: composto por localidades tradicionalmente pobres,
com baixos nveis de
riqueza, longevidade e escolaridade. Esse grupo concentra os
municpios mais desfavo-
recidos do Estado, tanto em riqueza como nos indicadores
sociais. Em 2010, englobava98 municpios, com populao de
aproximadamente 2,5 milhes de pessoas, situando-se
em reas bem especficas do Estado. As Regies Administrativas de
So Jos dos Campos,
Sorocaba e Registro compreendem 43 das localidades classificadas
no Grupo 5, ou seja,aproximadamente 44%.
Os municpios que se destacam na dimenso riqueza (Grupos 1 e 2)
se concentram
ao longo dos eixos das principais rodovias do Estado, que se
interceptam na capital. O
noroeste e oeste paulista, especialmente as regies de So Jos do
Rio Preto, Araatubae Barretos, abrigam municpios pequenos e com
baixos nveis de riqueza, mas com bons
indicadores sociais (Grupo 3). Os do Grupo 5, por sua vez,
concentram-se nas tradicionais
reas de menor desenvolvimento do Estado: Vale do Ribeira e regio
de Itapeva e muni-
cpios da Regio Administrativa de So Jos dos Campos. O Grupo 4
aparece com maior
intensidade na regio centro-oeste, nas regies administrativas de
Marlia, PresidentePrudente, Registro e Sorocaba.
-
5/28/2018 Estado
9/21
19
IPR
S
A dimenso riqueza no Estado
Apreciao geralO Estado de So Paulo atingiu, em 2010, a marca de
45 pontos em riqueza no IPRS, um
avano de trs pontos em relao a 2008, o que reflete o crescimento
da economia paulista
no perodo. Houve melhora nos quatro componentes da dimenso de
riqueza: o consumoanual de energia eltrica residencial por ligao
aumentou 3,3% (passando de 2,41 MW
para 2,49 MW), o consumo de energia eltrica no comrcio,
agricultura e em servios por
ligao cresceu 8,8% (de 18,73 MW para 20,38 MW por ligao), o
rendimento mdio
do emprego formal registrou aumento de 3,0% (de R$ 1.921 para R$
1.979) e o valoradicionado fiscalper capitaelevou-se em 9,0% (de R$
15.771 para R$ 17.193). 6
Esse resultado est relacionado ao desempenho da economia
paulista. Depois da
crise internacional que se iniciou no ltimo trimestre de 2008 e
se prolongou durante 2009,a economia do Estado mostrou forte
capacidade de recuperao em 2010, registrandocrescimento de 7,9% em
relao a 2009. Entre os grandes setores econmicos, o destaque
foi a indstria, que a apresentou expanso de 9,2%, em especial a
de transformao,
que cresceu 10,1%. Embora tenha registrado aumento expressivo, o
setor de servios
e a agropecuria evoluram abaixo da mdia estadual (6,2% e 4,9%,
respectivamente).Consequentemente, o forte desempenho da indstria
teve impactos expressivos
no crescimento nas reas mais industrializadas do Estado,
realando assimetrias entre
essas e as regies com maior dependncia da agropecuria e do setor
de servios, entre2008 e 2010.
Embora o desempenho positivo do indicador de riqueza tenha sido
observado emtodas as 15 regies administrativas do Estado, apenas
duas se situam acima da mdia
estadual na dimenso riqueza: a Regio Metropolitana de So Paulo,
com 48 pontos, e
a Regio Metropolitana da Baixada Santista (RA de Santos), com 47
pontos. As RAs de
Registro, com 29 pontos, e Presidente Prudente, com 34 pontos,
apresentaram mais de
dez pontos abaixo da mdia estadual, em 2010. No que tange a
diviso nas classes alta
e baixa da dimenso riqueza, das 15 RAs do Estado, sete
encontram-se na classe alta (apartir de 40 pontos) e oito esto na
classe baixa.
Distribuio espacialOs municpios do Estado que apresentam alta
riqueza localizam-se em sua maior parteao longo dos principais
eixos rodovirios que partem da Regio Metropolitana de So
Paulo (RMSP). Esses eixos so formados pela Rodovia Presidente
Dutra, que liga a capital
regio de So Jos dos Campos; o eixo Anhangera-Bandeirantes, que
se estende at
6. Em reais de 2010.
-
5/28/2018 Estado
10/21
20
IPR
S
Ribeiro Preto; a Rodovia Castello Branco, at Sorocaba; e o eixo
Anchieta-Imigrantes,
que interliga a RMSP e a Regio Metropolitana da Baixada
Santista.
Esses eixos abrigam o maior complexo industrial da Amrica Latina
com uma ampla
diversidade setorial, tal como as indstrias automobilsticas,
aeronutica, refino de petrleo,farmacutica e qumica, mquinas e
equipamentos e equipamentos eletrnicos e teleco-
municaes. Trata-se de segmentos com ligaes importantes com o
mercado externo,que se caracterizam por nveis mais altos de
investimentos, P&D, inovao tecnolgica e
produtos de maior valor agregado.
Conforme se afasta desses eixos, a proporo de municpios de alta
riqueza emregies administrativas do Estado diminui: entre os 39
municpios da RMSP, 24 so con-
siderados de alta riqueza em 2010, enquanto na RA de Ribeiro
Preto so cinco entre
25 cidades, a saber: Lus Antnio, Pontal, Ribeiro Preto,
Jaboticabal e Sertozinho. Esse
fato indica que a expanso da indstria foi capaz de aumentar a
riqueza local apenas emcidades que j contavam com um implante
industrial relevante ou que se apropriaram dealguma atividade de
manufatura ligada cultura da cana.
A importncia da indstria tambm evidente na escala estadual.
Entre os dez
municpios mais bem posicionados no rankingda dimenso riqueza do
IPRS, oito tmum importante adensamento industrial: Barueri (58
pontos), Paulnia (57 pontos), Gavio
Peixoto e Louveira (ambos com 55 pontos), Cubato (54 pontos),
Vinhedo (53 pontos),So Caetano do Sul e So Bernardo do Campo (os
dois com 52 pontos). As nicas ex-
cees nesse quadro correspondem a So Sebastio (53 pontos) e
Bertioga (52 pontos).Os dez municpios com os piores desempenhos no
escore de riqueza municipal so:
Barra do Chapu, da RA de Sorocaba (12 pontos); Itapirapu
Paulista, da RA de Sorocaba
(15 pontos); Iporanga, da RA de Sorocaba (17 pontos); Itaca, da
RA de Sorocaba; Ribeira,da RA de Sorocaba; Ribeiro Branco, da RA de
Sorocaba; Silveiras, da RA So Jos dos
Campos (os quatro com 18 pontos); Cunha e Natividade da Serra,
da RA de So Jos
dos Campos (ambos com 19 pontos); e Guapiara, da RA de Sorocaba
(20 pontos). Com
exceo de Barra do Chapu, que faz parte do Grupo 3, e Itaca, do
Grupo 4, todos estesmunicpios so classificados no Grupo 5 do
IPRS.
Outra questo importante que o ncleo econmico do Estado tambm
constitui
sua base demogrfica. Apesar de o Estado contabilizar 492
municpios de baixa riqueza
(76,2% do total), neles residem apenas 26,4% da populao
paulista, enquanto nas
153 cidades (23,7%) classificadas na categoria de alta riqueza
municipal, essa proporo de 73,6%. Dos 100 municpios mais bem
ranqueados, 44 possuem mais de 100 mil
habitantes. Os dez municpios desse porte populacional com os
melhores resultados so:
Barueri (58 pontos), Cubato (54 pontos), So Caetano do Sul, So
Bernardo do Campoe Santana de Parnaba (os trs com 52 pontos),
Santos, Jundia, So Paulo, Itapecerica da
Serra e Cotia (todos com 49 pontos).
-
5/28/2018 Estado
11/21
21
IPR
S
ComponentesEm 2010 o consumo de energia eltrica residencial por
ligao variou, entre as RAs, de
1,83 MW na RA de Registro, at 3,30 MW na RM da Baixada Santista.
Apenas as RMsde So Paulo e da Baixada Santista apresentaram consumo
de energia residencial acima
da mdia estadual de 2,49 MW.
Mapa 2Classificao dos municpios, segundo classes de riqueza
municipal2010
Alta riqueza
Baixa riqueza
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
-
5/28/2018 Estado
12/21
22
IPRS
O consumo anual de energia eltrica no comrcio, agricultura e em
servios por
ligao variou de 5,3 MW na RA de Registro at 32,7 MW na RMSP.
Quatro regies
apresentaram crescimento no consumo de energia comercial e rural
por ligao maior
do que a mdia estadual de 8,8%, entre 2008 e 2010: Sorocaba com
8,9%, Campinas
com 9,2%, Ribeiro Preto com 12,5% e RMSP com 13,0%.
O rendimento mdio do emprego formal, por sua vez, variou R$
1.011 entreas 15 regies, cabendo o menor valor RA de Registro (R$
1.217) e o maior RMSP
(R$ 2.228), ou seja, uma diferena de 83%. Cabe salientar que
somente a RMSP apresenta
rendimento acima da mdia estadual de R$ 1.979.
O valor adicionado fiscalper capitaapresenta a RA de Campinas em
primeiro lugar,com R$ 24.596, e a RA de Registro em ltimo, com R$
5.910, uma variao de R$ 18.686.
Nesse componente, trs RAs com valores acima da mdia estadual so:
Ribeiro Preto
(R$ 17.676); So Jos dos Campos (R$ 20.091); e Campinas (R$
24.596). A RMSP, com valoradicionado fiscalper capitade R$ 16.639,
ficou abaixo da mdia estadual de R$ 17.193.
A dimenso longevidade no Estado
Apreciao geralO Estado de So Paulo atingiu, em 2010, a marca de
69 pontos em longevidade no IPRS,
com o crescimento de um ponto em relao a 2008. Essa pequena
mudana na pontuaose explica pela relativa estabilidade nos quatro
componentes dessa dimenso, embora
com tendncia de reduo em todos eles, neste perodo: a taxa de
mortalidade infantil
diminuiu de 12,7 para 12,0 bitos por mil nascidos vivos (ou
decrscimo de 5,5%); a
taxa de mortalidade perinatal passou de 13,9 para 13,3 bitos por
mil nascidos (reduo
de 4,3%); a taxa de mortalidade de 15 a 39 anos variou de 1,38
para 1,35 bito por milhabitantes nessa faixa etria (retrao de
2,2%); e a taxa de mortalidade de 60 a 69 anos
passou de 16,8 para 16,6 bitos por mil pessoas (reduo de 1,2%).
7
As RAs de Registro e Bauru foram as que tiveram maior
crescimento do indicadorgeral de longevidade, entre 2008 e 2010,
com acrscimos de cinco e trs pontos, respec-
tivamente. J as RAs de Campinas, Ribeiro Preto e Franca no
apresentaram aumento
algum na pontuao, nesse perodo, e quatro regies tiveram elevao
igual ao conjunto
do Estado, de um ponto: RM da Baixada Santista e RAs de
Presidente Prudente, Marlia
e Central.
7. As taxas de mortalidade correspondem mdia do perodo 2009 a
2011.
-
5/28/2018 Estado
13/21
23
IPRS
Distribuio espacialNota-se no norte e na faixa central do Estado
de So Paulo uma concentrao de munic-
pios com alta longevidade, compreendendo, sobretudo, as RAs de
Ribeiro Preto (64,0%
do total de municpios da regio), So Jos do Rio Preto (63,5%),
Presidente Prudente(54,7%), Franca (52,2%) e Central (50,0%). As
regies com maior presena de municpios
com baixa longevidade, por sua vez, encontram-se no entorno da
RMSP: RM da BaixadaSantista (88,9%) e RAs de So Jos dos Campos
(64,1%) e Sorocaba (50,6%).
No conjunto dos 645 municpios do Estado, 244 (37,8%), 112
(17,4%) e 289
(44,8%) municpios classificam-se, respectivamente, nas
categorias de baixa, mdia e altalongevidade. Contudo, quando se
considera a concentrao populacional, nota-se que
8.375.488 (20,3%), 7.264.749 (17,6%) e 25.583.446 (62,1%)
habitantes residem em
municpios das classes de baixa, mdia e alta longevidade.
Os municpios com baixa e alta riqueza apresentam distribuio
prxima quanto sclasses de baixa, mdia e alta longevidade em 2010.
Entre os 492 municpios com baixariqueza, 198 (40,2%), 84 (17,1%) e
210 (42,7%) classificam-se, respectivamente, como de
baixa, mdia e alta de longevidade. Ao mesmo tempo, dos outros
153 com alta riqueza,
46 (30%), 28 (18,3%) e 79 (51,6%) esto nas classes baixa, mdia e
alta de longevidade.
Quando considerados apenas os 75 municpios com mais de 100 mil
habitantes, a
distribuio tanto por municpio quanto por populao um pouco
distinta daquela refe-rente totalidade dos municpios. Assim, 19
(25,3%), 19 (25,3%) e 37 (49,4%) municpios
com esse porte populacional esto, respectivamente, nas
categorias de baixa, mdia e altalongevidade. Por populao, tm-se
4.106.531 (13,3%), 5.248.279 (17,0%) e 21.440.818
(69,7%) habitantes em municpios das classes de baixa, mdia e
alta longevidade.
Os dez municpios mais bem posicionados so: Nova Castilho RA de
Araatuba(94 pontos); Dolcinpolis RA de So Jos do Rio Preto (93
pontos); Turiba RA de
Araatuba (90 pontos); Trabiju RA Central; Emilianpolis RA de
Presidente Prudente
(ambos com 89 pontos); Santa Rita dOeste RA de So Jos do Rio
Preto (87 pontos);
Alfredo Marcondes RA de Presidente Prudente; Caiu RA de
Presidente Prudente;Mendona RA de So Jos do Rio Preto; e Nova Cana
Paulista RA de So Jos do Rio
Preto (todos com 85 pontos cada). Destes municpios, apenas
Trabiju apresenta alta riqueza.
Dos 100 municpios mais bem posicionados, somente trs possuem
mais de 100
mil habitantes (So Jos do Rio Preto, So Caetano do Sul e Salto)
e, entre os 100 piores,
quatro tm mais de 100 mil habitantes (Guaruj, So Vicente,
Caraguatatuba e Suzano).Os dez municpios com mais de 100 mil
habitantes e mais bem situados so: So Caetano
do Sul (78 pontos e 32ono rankingestadual); So Jos do Rio Preto
(76 pontos e 65 o);
Salto (75 pontos e 88o
); Campinas (74 pontos e 109o
); Santana de Parnaba (74 pontose 112o); Americana (74 pontos e
122o); Catanduva (73 pontos e 132o); So Carlos (73
pontos e 139o); Valinhos (73 pontos e 142o); e Presidente
Prudente (73 pontos e 147o).
-
5/28/2018 Estado
14/21
24
IPRS
Os dez municpios com os menores escores so: Balbinos RA de Bauru
(33 pon-
tos); Zacarias RA de So Jos do Rio Preto (34 pontos); Riversul
RA de Sorocaba (39
pontos); Luizinia RA de Araatuba; Miracatu RA de Registro (ambos
com 41 pontos);
Nova Independncia RA de Araatuba (42 pontos); Areias RA de So
Jos dos Campos;Bom Sucesso de Itarar RA de So Jos dos Campos (ambos
com 43 pontos); lvares
Florence RA de So Jos do Rio Preto (45 pontos); e Campos do
Jordo RA de SoJos dos Campos (48 pontos). Com exceo de Campos de
Jordo, todos so municpios
classificados como de baixa riqueza.
ComponentesA taxa de mortalidade infantil variou, entre as RAs,
de 9,1 bitos por mil nascidos vivos na
RA de Barretos, a 16,9 na RM da Baixada Santista. As regies de
Araatuba, So Jos dos
Campos, Franca, Sorocaba e Baixada Santista posicionaram-se
acima da mdia estadual,de 12,0 bitos por mil nascidos vivos. Ainda
que venha diminuindo acentuadamente nosltimos anos em muitos pases,
este indicador continua sendo muito importante na medida
em que pode refletir as condies gerais de uma populao, alm de
identificar problemas
em determinadas reas. Entre estas se destacam o seu
desenvolvimento socioeconmico,
as condies ambientais, a eficcia dos servios de sade e ainda os
recursos existentes.A taxa mdia de mortalidade infantil do Estado,
no perodo de 2009 a 2011, foi 29%
menor do que a observada entre 1999 e 2001.
Em relao taxa de mortalidade perinatal, houve variao entre o
patamar de17,1 bitos por mil nascidos na RM da Baixada Santista, e
11,1 bitos, na RA de So Jos
do Rio Preto. Acima da mdia estadual, de 13,3 bitos por mil
nascidos, ficaram noveregies. Este indicador, que engloba
conjuntamente os natimortos e os bitos de crianas
com menos de uma semana de vida, reflete principalmente as
condies relacionadas aos
servios de sade, especialmente quanto sua qualidade, incluindo o
pr-natal, o parto e
a ateno aos recm-nascidos. Tambm aponta aquelas reas que
necessitam de polticas
e programas de sade visando reduzir seus nveis e as diferenas
regionais existentes.
Entre 1999/2001 e 2009/2011 este indicador diminuiu 28,5% no
Estado, semelhante aoobservado para a mortalidade infantil.
O indicador de mortalidade das pessoas de 15 a 39 anos tambm
apresentou di-
ferenciao entre as regies do Estado. A menor taxa foi observada
na RA de Ribeiro
Preto (1,22 bito por mil habitantes nesta faixa etria) e as
maiores na RM da BaixadaSantista e na RA de Registro (1,66). A mdia
estadual foi de 1,35 bito por mil pessoas
nesta faixa etria. A populao neste grupo de idade apresenta as
causas externas como
as principais causas de morte, de forma que as diferenas entre
as taxas expressam, emgrande parte, os riscos de exposio violncia.
Nos ltimos anos, as taxas de mortalidade
desta populao diminuram consideravelmente, principalmente pela
reduo das mortes
-
5/28/2018 Estado
15/21
25
IPRS
por agresses, seguida pela da Aids, contribuindo de forma
importante para o aumento
da esperana de vida ao nascer da populao estadual. Entre
1999/2001 e 2009/2011,
a diminuio dessa taxa foi de quase 40% no Estado.
Por ltimo, a taxa de mortalidade das pessoas entre 60 e 69 anos
apresentou umamdia de 16,6 bitos por mil para o Estado. A maior
taxa foi registrada na RM da Baixada
Santista (18,9) e a menor na RA de Presidente Prudente (15,1).
Essa taxa compreende aprimeira dcada da denominada terceira idade e
indicativo de mortalidade precoce
Mapa 3Classificao dos municpios, segundo classes de
longevidade2010
Baixa longevidadeMdia longevidadeAlta longevidade
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
-
5/28/2018 Estado
16/21
26
IPRS
A dinmica demogrfica no Estado
Em 2010, o Estado de So Paulo possua 41,2 milhes de habitantes.
Formado por 15 regies administrativas
(RAs) e 645 municpios, 79,2% da populao estadual estava
concentrada em cinco regies: Regio Metropo-
litana de So Paulo (RMSP), RAs de Campinas, Sorocaba e So Jos
dos Campos e Regio Metropolitana da
Baixada Santista (RMBS).
Nesse grupo de regies, apenas a RMSP diminuiu sua participao na
populao do Estado, ao passar de 48,3%,
em 2000, para 47,7%, em 2010. A populao da RMBS praticamente no
alterou seu peso relativo, enquanto
as demais regies do grupo aumentaram sua participao no total
populacional do Estado, entre 2000 e 2010.
Em 2010, 95,9% da populao paulista residia em reas urbanas,
sendo que a RA de Registro apresentava
a menor taxa de urbanizao do Estado (71,4%) e em outras duas RAs
esse ndice situava-se abaixo de 90%:
Sorocaba e Presidente Prudente. A RMBS detinha a maior taxa de
urbanizao do Estado em 2010, equivalente
a 99,8%.
At os anos 2000, o Estado de So Paulo superou sistematicamente o
ritmo de crescimento do conjunto dopas. Entre 1991 e 2000, So Paulo
cresceu 1,8% ao ano, enquanto o pas registrou 1,6% ao ano. Nesse
pero-
do, seis regies do Estado apresentaram taxas de crescimento
acima da mdia estadual: RMBS e RAs de So
Jos dos Campos, Sorocaba, Campinas, Ribeiro Preto e Franca. As
maiores taxas de crescimento pertenciam
s regies de Sorocaba e Campinas nesse perodo, de 2,3% ao
ano.
Entre 2000 e 2010, diminuiu o ritmo de crescimento da populao do
Estado de So Paulo, que passou a
ser de 1,1% ao ano, abaixo da mdia do pas (1,2%). Seguindo a
tendncia estadual, verifica-se desacelerao
no crescimento populacional das regies paulistas. Neste perodo,
cinco regies apresentaram crescimento
populacional acima da mdia estadual: RMBS e RAs de So Jos dos
Campos, Sorocaba, Campinas e Ribeiro
Preto, esta ltima registrando a mais elevada taxa (1,6% ao ano)
entre as regies do Estado.
H vrias dcadas, as mudanas nos padres reprodutivos da populao do
Estado de So Paulo, a reduo
nos nveis de fecundidade e o aumento da expectativa de vida tm
acarretado alteraes importantes na sua
estrutura etria. O Estado apresenta cada vez menor proporo de
crianas e aumento da populao em idade
ativa, principalmente de idosos.
As pirmides etrias de 2000 e 2010 mostram que essa tendncia se
mantm. Observam-se estreitamento
da base da pirmide, com proporo menor de grupos etrios com menos
de 15 anos, e alargamento do topo,
que corresponde maior participao dos idosos.
Em 2000, 26,3% dos habitantes do Estado de So Paulo
concentravam-se nos grupos com menos de 15 anos;19,4% no de 15 a 24
anos representando a populao jovem ; 45,4% no de 25 a 59 anos; e
9,0% no dos
idosos (60 anos e mais). Em 2010, diminuiu a participao dos
grupos de menores de 15 anos, que passaram a
responder por 21,5% do total estadual, e aumentaram a participao
do segmento etrio entre 25 e 59 anos
(50,1%) e a dos idosos (11,6%). A populao jovem reduziu sua
participao, respondendo por 16,8% do total
estadual em 2010.
No Estado de So Paulo, o processo de envelhecimento da populao
pode ser acompanhado pelo aumento
no ndice de envelhecimento (proporo de pessoas de 60 anos e mais
por 100 indivduos com menos de 15
anos), que passou de 34,1%, em 2000, para 53,9%, em 2010. Entre
as regies do Estado, a RA de So Jos do
Rio Preto a que registra o maior ndice de envelhecimento, de
79,5% em 2010, enquanto o menor ndice
pertence regio de Registro (47,4%).
-
5/28/2018 Estado
17/21
27
IPRS
dessa populao, podendo expressar no apenas as desigualdades em
suas condies de
vida, mas tambm dificuldades no acesso aos servios de sade e
falhas na preveno,
diagnstico e tratamento das principais doenas. Entre 1999/2001 e
2009/ 2011, a taxa
de mortalidade desta populao diminuiu 20% no Estado.
A dimenso escolaridade no Estado
Apreciao geralOs dados do IPRS das regies administrativas do
Estado de So Paulo mostram que o
desafio da melhoria dos indicadores educacionais vai alm da
disponibilizao de mais
recursos e passa pela criao de mecanismos que permitam geri-los
melhor, principalmenteem redes de ensino maiores e mais complexas.
Tais desafios esto colocados tanto para
os governos municipais, responsveis pela educao infantil e pela
maior parte do ensino
fundamental, quanto para o governo estadual, que administra o
ensino mdio.
O Estado de So Paulo atingiu, em 2010, a marca de 48 pontos no
indicador deescolaridade do IPRS, um avano de oito pontos em relao
a 2008. Isso se deu de forma
generalizada nas regies administrativas (RAs) do Estado as de So
Jos do Rio Preto,
Marlia e Franca foram as que mais evoluram (acrscimos de dez
pontos) e a RM da Bai-
xada Santista e a RA de Barretos foram as que tiveram menores
aumentos (seis pontos a
mais). Apenas trs regies ficaram com pontuao abaixo da mdia
estadual (So Paulo,Baixada Santista e Registro).
Uma primeira anlise das caractersticas das regies com maiores e
menores indica-
dores de escolaridade revela algumas diferenas importantes, a
comear pela dimenso
riqueza. Com exceo da RA de Registro, as regies com pior
escolaridade esto entre
as de maior riqueza. As RMs de So Paulo e da Baixada Santista tm
os dois melhoresindicadores de riqueza (48 e 47, respectivamente),
mas os piores em escolaridade. A RA
de So Jos dos Campos tambm no foge regra: quinta maior em
riqueza (43 pontos)
e quarta menor em escolaridade. Da mesma forma, entre as seis
RAs com escolaridadealta, apenas a Central e a de Campinas tm altos
indicadores de riqueza (40 e 44, respec-
tivamente), enquanto as de Marlia, Araatuba, Franca e So Jos do
Rio Preto registram,respectivamente, 36, 37, 37 e 38 pontos, nessa
dimenso.
Essa caracterizao no permite, no entanto, estabelecer uma
causalidade negativa
de riqueza e populao sobre escolaridade, pois h uma srie de
outros fatores no con-
siderados. Mas fundamental notar que os resultados sugerem, sim,
que a complexidade
das redes educacionais diferencia os dois extremos do rankingde
escolaridade, sinalizandoimportantes desafios para as polticas
pblicas de educao.
-
5/28/2018 Estado
18/21
28
IPRS
Fatores condicionantesA melhora no indicador reflexo do bom
desempenho dos trs aspectos tratados na
dimenso escolaridade do IPRS: cobertura, desempenho e fluxo.8No
Estado, a taxa de
atendimento para as crianas de 4 e 5 anos, que capta o aspecto
da cobertura, aumentou5,6 pontos percentuais (de 79,2% para 84,8%),
com crescimento mais expressivo nas
RAs onde a cobertura era menor em 2008: Franca (12,1 pontos
percentuais), Registro(9,7), Sorocaba (9,6) e So Jos dos Campos
(9,0).
O desempenho dos estudantes das redes pblicas tambm melhorou no
Estado. A
proporo de alunos que atingiram pelo menos o nvel adequado nas
provas de LnguaPortuguesa e Matemtica do 5oe 9oanos do ensino
fundamental cresceu, em mdia,
10,3 e 4,6 pontos percentuais, respectivamente (de 30,5% para
40,9% no 5oano e de
14,6% para 19,2% no 9oano).As RAs de Marlia, Franca e Presidente
Prudente foram as mais bem-sucedidas em
elevar o desempenho dos estudantes de 5oano (a proporo de alunos
no nvel adequado
cresceu mais de 14 pontos percentuais). J a parcela de
estudantes do 9 oano no nvel
adequado elevou-se mais nas RAs de So Jos do Rio Preto, Araatuba
e Bauru (mais de
6 pontos percentuais).Quanto taxa de distoro idade-srie no
ensino mdio, que reflete o aspecto de
fluxo do indicador, registrou-se reduo de um ponto percentual no
Estado (de 19,1%
para 18,1%). A diminuio desta taxa foi mais expressiva nas RAs
de Sorocaba e So Jos
do Rio Preto (queda de 1,3 ponto percentual).
Distribuio espacialA despeito de a evoluo na escolaridade ter
sido generalizada por todo o Estado, h
diferenas importantes entre suas regies.
As regies a oeste e noroeste do Estado so as de melhores nveis
de escolaridade.A RA de So Jos do Rio Preto, que j tinha o maior
indicador em 2008, alcanou 59
pontos em 2010. Entre os trs componentes do indicador, o que
mais contribuiu para
a liderana da regio o desempenho dos alunos. No 5 oano do ensino
fundamental,56,2% dos alunos apresentaram desempenho adequado e, no
9oano, 25,2%.
Dos dez municpios de maior escolaridade do Estado, cinco esto na
RA de So
Jos do Rio Preto (Adolfo, Turmalina, Rubinia, Sebastianpolis do
Sul e Pedranpolis).
A proporo de municpios dessa regio com alta escolaridade de
65,6% e, entre eles,
est o municpio-sede, So Jos do Rio Preto.Outras regies do
oeste/noroeste paulista que se destacam com alta escolaridade
so as de Marlia (57 pontos) e Araatuba (56 pontos). Nestes
casos, o que mais sobressai
8. Diferentemente das verses anteriores, foram includos nesta
edio indicadores de desempenho.
-
5/28/2018 Estado
19/21
29
IPRS
Mapa 4Classificao dos municpios, segundo classes de
escolaridade2010
Baixa escolaridade
Mdia escolaridade
Alta escolaridade
Fonte: Fundao Seade. ndice Paulista de Responsabilidade Social
IPRS.
entre os componentes do indicador a cobertura, pois a taxa de
atendimento a crianas
de 4 e 5 anos chega a 91,6%. A RA de Marlia ainda se destaca por
ter a menor taxa de
distoro idade-srie no ensino mdio, o que tambm contribuiu para
seu indicador elevado.
Na RA de Araatuba, 55,8% dos municpios so de alta escolaridade
e, na de Ma-rlia, 39,2% esto neste grupo. Nos dois casos, os
municpios-sede tambm se classificam
em alta escolaridade.
-
5/28/2018 Estado
20/21
30
IPRS
Fora do eixo oeste/noroeste do Estado, a RA Central merece
destaque, com in-
dicador de 56, o mesmo da regio de Marlia. A regio Central no
tem liderana em
nenhum dos componentes do indicador, mas sua alta taxa de
atendimento para crianas
de 4 e 5 anos (90,3%) e o desempenho dos alunos de 9oano (24,9%
no nvel adequado)
colocam-na com nvel de escolaridade comparvel s melhores RAs.
Dos municpios da
regio, 46,2% apresentam alta escolaridade, entre os quais esto
So Carlos e Araraquara.Quanto s regies com os piores indicadores de
escolaridade, possvel notar que,
com exceo da Regio Metropolitana de So Paulo, eles esto
distribudos nas regies
que cobrem o litoral paulista: RM da Baixada Santista (indicador
44) e RAs de Registro
(44) e So Jos dos Campos (50).O fator que mais contribuiu para
que a regio da Baixada Santista esteja entre as
de pior escolaridade o alto atraso escolar no ensino mdio (taxa
de distoro idade-
-srie de 20,8%). Tambm colaborou para esta situao o fato de que
apenas 16,9% dos
estudantes do 9oano do ensino fundamental apresentaram
desempenho considerado
adequado. J na RA de Registro, a baixa cobertura para crianas de
4 e 5 anos (73,2%
frequentam escola ou creche) e o fraco desempenho para alunos do
5oano (37,1% com
desempenho adequado) so os fatores que mais pesaram para a baixa
escolaridade.
Nessas duas regies, todos os municpios so considerados de
escolaridade mdiaou baixa, com grande concentrao no ltimo grupo
(mais de 75%). Entre os municpios
mais populosos da Baixada Santista (Santos, So Vicente, Guaruj e
Praia Grande), apenas
Santos tem escolaridade mdia. J na RA de Registro, sobressaem
Iguape e Ilha Compridacomo os nicos com escolaridade mdia.
Com relao RA de So Jos dos Campos, no h nenhum componente
quetenha maior peso para sua baixa escolaridade, mas a alta
concentrao de municpios no
grupo de baixa escolaridade (76,9%) leva a regio a ter o quarto
pior ndice do Estado.
Apenas trs municpios (So Jos dos Campos, Taubat e Campos do
Jordo) podem ser
considerados de alta escolaridade.Fora do eixo do litoral, a
Regio Metropolitana de So Paulo destaca-se com o
indicador de escolaridade mais baixo do Estado (43 pontos). O
que mais contribuiu paraeste resultado o baixo desempenho dos
alunos de 5oano (35,2% no nvel adequado)e do 9oano (16,0% com
desempenho adequado).
Apenas quatro municpios da RM (So Bernardo do Campo, Ribeiro
Pires, Barueri
e So Caetano do Sul) tm alta escolaridade, enquanto outros 30
(76,9% do total) so
de baixa escolaridade, incluindo os dois mais populosos (So
Paulo e Guarulhos).
Com relao s demais RAs, as de Franca e Campinas (ambas com
indicador 54)so consideradas de alta escolaridade. A RA de Franca
fica entre as quatro regies com
maior desempenho escolar, com 51,7% de alunos no nvel adequado
no 5oano e 23,2%
no 9oano. J a RA de Campinas sobressai quanto ao desempenho
escolar dos alunos do
-
5/28/2018 Estado
21/21
31
IPRS
9oano (23,7% em nvel adequado) e boa cobertura do ensino para
crianas de 4 e 5
anos (88,0% delas esto na escola ou creche).
Vale notar que na RA de Franca, com exceo do municpio-sede, os
municpios
de maior escolaridade tm menos 20 mil habitantes, como
Nuporanga, Aramina e Jeri-quara, este ltimo com o maior indicador
do Estado (78 pontos). J na RA de Campinas,
municpios de grande porte, como Jundia, Piracicaba, Limeira e
Americana, apresentamalta escolaridade. Campinas, no entanto, exceo
a esta regra, pois registra baixa es-
colaridade (46 pontos).
As RAs de Bauru (indicador 53), Presidente Prudente e Barretos
(ambas com indi-cador 52) fazem parte de um grupo de escolaridade
mdia, mas tambm se destacam
em alguns quesitos.
As redes de ensino da regio de Bauru, por exemplo, atende a
89,5% das crianas
de 4 e 5 anos (uma das cinco melhores taxas), enquanto as RAs de
Presidente Prudente
e Barretos sobressaem com taxas de distoro idade-srie no ensino
mdio em torno de13% (entre as trs mais baixas do Estado).
Nessas trs RAs, tambm possvel destacar municpios com menos de 50
mil
habitantes entre os de maior escolaridade. Com exceo de Bauru,
que apresenta alta
escolaridade, os outros municpios-sede (Presidente Prudente e
Barretos) so classificados
na categoria mdia.As outras duas RAs com escolaridade mdia
(Ribeiro Preto e Sorocaba) apresentam
todos os seus componentes um pouco abaixo da mdia estadual, sem
grandes destaquesnegativos ou positivos. As duas regies possuem
desempenho escolar parecido, com apro-
ximadamente 45% dos alunos de 5oano e 22% dos de 9oalcanando
nvel adequado.
Na RA de Ribeiro Preto, a taxa de atendimento a crianas de 4 e 5
anos chega a
86,8% e a de distoro idade-srie no ensino mdio de 18,5%. Para a
RA de Sorocaba,
esses ndices correspondem a, respectivamente, 83,9% e 14,7%. Os
municpios mais po-pulosos da RA de Sorocaba tm escolaridade alta
(Sorocaba) ou mdia (Itu e Itapetininga),
j os mais populosos da regio de Ribeiro Preto esto na categoria
alta (Sertozinho) ou
baixa (Ribeiro Preto e Jaboticabal).