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CURSO DE HISTÓRIA | UNIVERSIDADE GAMA FILHO II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO CADERNO DE RESUMOS 25 a 27 NOVEMBRO | 2013
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Escravidão Indígena: o ouro bandeirante. Atas do II Encontro de História - UGF - 2013

Jan 11, 2023

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Miguel Luciano
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Page 1: Escravidão Indígena: o ouro bandeirante. Atas do II Encontro de História - UGF - 2013

CURSO DE HISTÓRIA | UNIVERSIDADE GAMA FILHO

II ENCONTRO DEHISTÓRIA DAUNIVERSIDADEGAMA FILHO

CADERNO DE RESUMOS

25 a 27NOVEMBRO | 2013

Page 2: Escravidão Indígena: o ouro bandeirante. Atas do II Encontro de História - UGF - 2013

FICHA CATALOGRÁFICA(Catalogado na fonte pela Biblioteca Central da Universidade Gama Filho)MF

Encontro de História da Universidade Gama Filho (2. : 2013 nov. 25-27 : Rio de Janeiro, RJ).Cadernos de Resumos do II Encontro de História da Universidade

Gama Filho / Organização de Adriano Rosa da Silva, Artur Malheiro, Carolina Coelho Fortes, Márcia Teixeira Cavalcanti, Sérgio Chahon e Wendell dos Reis Veloso. — Rio de Janeiro : Editora Gama Filho, 2013.

88p.

ISBN: 978-85-7444-102-3

1. História – Congressos. I. Silva, Adriano Rosa da. II. Malheiro, Artur. III. Fortes, Carolina Coelho. IV. Cavalcanti, Márcia Teixeira. V. Chahon, Sérgio. VI. Veloso, Wendell dos Reis. VII. Universidade Gama Filho. VIII. Título.

CDD – 906

Capa, Projeto Gráfico e DiagramaçãoAndré Luiz Santos

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ReitorCármine Antonio Savino Filho

Pró-Reitor de Humanidades e Ciências SociaisFernando Galvão de Andrea Ferreira

Pró-Reitor de SaúdeMarco Antônio de Mattos

Pró-Reitor de Ciências Exatas e TecnologiaJorge Luiz Bitencourt da Rocha

Pró-Reitor de Administração e DesenvolvimentoMarcelo Guimarães

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Prof. Dr. Adriano Rosa da SilvaProf. Ms. Artur Malheiro

Profa. Dra. Carolina Coelho FortesProfa. Dnda. Márcia Teixeira Cavalcanti

Prof. Dr. Sérgio ChahonProf. Msnd. Wendell dos Reis Veloso

MONITORES

Ana Carolina SilvaAndréa Ferraz

Andréa MedierosCláudia Franco

Daniel de OliveiraDenílson dos Santos

Igor FormagueriJohnny GalochaLetícia MatteoLuciana Gomes

Mariana ZignagoMax Delys

Pablo RibeiroRafael SarmentoRejane RamosRoberta Rosa

Rodolpho RubimThaiane Queiroz

Thaís FélixThaíse Vasconcelos

APOIO

Revista de História da Biblioteca Nacional

DIVULGAÇÃO

Café HistóriaHistória & Historiografia

II ENCONTRO DE HISTÓRIA DAUNIVERSIDADE GAMA FILHO

COORDENADOR DO CURSO DE HISTÓRIA

Prof. Dr. Marcos Guimarães Sanches

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 5

APRESENTAÇÃO

Há pouco mais de um ano, dávamos início ao I Encontro de História da Universidade Gama Filho. Hoje organizamos o II Encontro porque continuamos a acreditar na produção de conhecimento

que toma lugar dentro das instituições acadêmicas de nosso país e depositamos profundamente as nossas esperanças na capacidade transformadora desse, e de qualquer outro, saber. Nossa intenção é dar voz, em especial, aos jovens pesquisadores, para que eles também contem com um espaço em que possam debater suas pesquisas, trocar informações e ideias com estudiosos de outras universidades, de formações diferentes, para consolidar e partilhar seu aprendizado.

Este ano estamos colocando à prova duas novas propostas: a organização das comunicações em simpósios temáticos e a busca por um diálogo maior com outras áreas de conhecimento. Pensamos nessas mudanças como uma forma de tornar o Encontro um evento mais democrático e agregador, uma vez que temos como ideal fazer com que nossos encontros ganhem lugar cativo na agenda nacional de acontecimentos acadêmicos.

Assim ousamos, incentivados pelos números que o II Encontro de História conseguiu alcançar neste ano. Foram, ao todo, uma palestra, dois mini-cursos, seis participantes em duas mesas-redondas, dezesseis simpósios temáticos, mais de cento e vinte inscritos para apresentação de trabalhos, além de cerca de 80 trabalhos submetidos para publicação nas Atas. Foi também motivo de imensa honra contar com o apoio da Revista de História da Biblioteca Nacional e com a divulgação prestada pelos sites Café História e História & Historiografia, sem se esquecer dos nossos colaboradores de primeira hora: nossos colegas do Curso de História e nossos alunos, representados pelos competentes e indispensáveis monitores. Gostaríamos de agradecer o auxílio fornecido pelo magnífico reitor Cármine Antonio Savino Filho, pelo pró-reitor Fernando Galvão de Andrea Ferreira, além da ajuda fundamental dispensada pelo coordenador do curso de História, Prof. Dr. Marcos Guimarães Sanches.

Prof. Dr. Adriano Rosa da Silva

Prof. Ms. Artur Malheiro

Profa. Dra. Carolina Coelho Fortes

Profa. Dnda. Márcia Teixeira Cavalcanti

Prof. Dr. Sérgio Chahon

Prof. Msnd. Wendell dos Reis Veloso

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 7

SUMÁRIO

SIMPÓSIO TEMÁTICO 1: ENSINO DE HISTÓRIACoordenadores:Profa. Ms. Teresa Vitória Fernandes (UGF) eProf. Ms. Vitor José da Rocha Monteiro (FioCruz)

SESSÃO 1

22 COLÉGIO PEDRO II: O PATRIMÔNIO COMO PESQUISA ESCOLARBeatriz Boclin Marques dos Santos eAna Beatriz Frazão Ribeiro (CP II)

22 RESERVA DE VAGAS PARA NEGROS NO VESTIBULAR DA UERJ (2001-2009): AS AÇõES AFIRMATIVAS NO âMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS REFLExOS NA TRANSFORMAÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL DO NEGRO BRASILEIROLuciane de Araújo Machado (UGF)

23 O CINEMA COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIACristiano Ferreira de Barros (UFRRJ)

SESSÃO 2

23 ENSINAR OU FAZER HISTÓRIA EM SALA DE AULA? REPRESENTAÇõES DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIROAmanda Heloisa Souza Custódio (UCB)Thyago Bruno Rodrigues Pessanha Correa (UCB)

24 TCC EM MOVIMENTO: UM RELATO SOBRE O TRABALHO ACADÊMICO QUE SE TORNOU OFICINA ESCOLARCaroline Trapp de Queiroz (UERJ)

24 GUERRA DE CANUDOS: UMA PROPOSTA DE ENSINOAline da Cruz Lima (UGF)

25 ESCRAVIDÃO INDÍGENA: O OURO BANDEIRANTEMiguel Luciano Bispo Dos Santos (UGF)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 2: HISTÓRIA, GÊNERO E CORPOCoordenador:Prof. Msnd. Wendell dos Reis Velloso (FEUDUC – UFRRJ)

26 SExUALIDADE, ESTATUTOS DE HUMANIDADE E ASSIMETRIA SOCIAL EM CONFISSõES DE AGOSTINHO DE HIPONA (C. 397)Wendell Dos Reis Veloso (UFRRJ)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 8

26 FALAS SOBRE EDUCAÇÃO FEMININA: OS DISCURSOS SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO PARA MULHERES NA “POLIANTEIA COMEMORATIVA” DA INAUGURAÇÃO DAS AULAS PARA O SExO FEMININO DO IMPERIAL LICEU DE ARTES E OFÍCIOSFrancismara De Oliveira Lelis (UFRRJ)

27 CONCURSO MISS BRASIL - 1950 / 1980José Ricardo Ferraz (UERJ)

27 AS MULHERES GUERREIRAS DO DAOMÉ: ARTICULAÇõES DE GÊNERO E DOMINAÇÃO MASCULINADiogo Coutinho Iendrick (UGF)

27 A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS CORPOS EM BOURDIEU: UMA ANÁLISE DE GÊNERO?Rachel Luiza Pulcino De Abreu (PUC)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 3: HISTÓRIA E DIREITOCoordenadores:Profa. Dra. Marta de Carvalho Silveira (UGF) eProf. Ms. Diogo Caldas (UGF)

29 O CORPO E O SExO NOS SÉCULOS xVI E xVIIRafael Quarterola Bastos (UGF)

29 VILA DO RIBEIRÃO DO CARMO NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO xVIII: ALGUMAS REFLExõES SOBRE A APLICAÇÃO DA JUSTIÇA EM PRIMEIRA INSTâNCIAMariane Alves Simões (UFJF)

29 OS ÍNDIOS DO SUDESTE FLUMINENSE E A GRANDE TRANSFORMAÇÃO (1785-1838)Roberta de Souza Campos (UFRRJ)

30 A REPRESENTAÇÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA E DO REFORMADOR DIANTE DO ESPIRITISMO NOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO (1891-1905)Adriana Gomes (SEEDUC)

31 SIMPÓSIO TEMÁTICO 4: HISTÓRIA, CULTURA E SAÚDECoordenador:Prof. Dr. Adriano Rosa (UGF)

SESSÃO 1

31 O COTIDIANO DA PROSTITUIÇÃO NA LISBOA OITOCENTISTAAlessandra Senna Ferreira (UNIVERSO)

31 OS MÉDICOS E A CREMAÇÃO DE CADÁVERES NA CRISE DO IMPÉRIO (1876-1891)Monique Leone Cunha Vidal (Unirio)

32 DE CORPOS DESVALIDOS A CORPOS “UTEIS”: HIGIENE, CONTROLE E DISCIPLINA NO ASYLO DE MENINOS DA CORTE (1875-1894)Eduardo Nunes Alvares Pavão (UERJ)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 9

32 CORTIÇOS, EPIDEMIAS E A REFORMA URBANÍSTICA DA CIDADE DO RIO DE JANEIROLuiz Arthur Azevedo Barros (UFES)

33 LÚCIO COSTA E SUAS VIAGENS DE “DESCOBERTA DO BRASIL”: O VALOR DO MEIO NA SUA CONVERSÃO À ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRAKarla Adriana De Aquino (UFRJ)

SESSÃO 2

33 HISTÓRIA PASSADA A LIMPO: SÉCULOS DE SUJEIRA NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTALCristiane Maria Benjamim Lopes Faria Guilhon (UCP)

34 CEBES E O MOVIMENTO DE REFORMA SANITÁRIA (1976-1986)Daniela Carvalho Sophia (Museu de Astronomia e Ciências Afins)

34 AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: CONSIDERAÇõES SOBRE SUA ATUAÇÃO EM MANGUINHOS (RIO DE JANEIRO) ENTRE OS ANOS 1986-1989Andre Luiz Da Silva Lima (FioCruz)

35 EDUCAÇÃO E SAÚDE NAS PUBLICAÇõES FEDERAIS (1927-1968)Otto Santos de Azevedo (COC)

35 JOAQUIM JOSÉ DA SILVA MAIA NA IMPRENSA DA INDEPENDÊNCIA - BAHIA, 1821-1823Christiane Peres Pereira (UFRRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 5: HISTÓRIA MILITARCoordenador:Prof. Ronaldo Lucas da Silva (Unirio)

SESSÃO 1

36 O ESPORTE E AS FORÇAS ARMADAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA: DAS ATIVIDADES GYMNASTICAS ÀS PARTICIPAÇõES EM EVENTOS ESPORTIVOS INTERNACIONAIS (1890-1922)Karina Barbosa Cancella (UFRJ)

36 INTELECTUAIS NA TRINCHEIRA: AS RELAÇõES CIVIS-MILITARES NO BRASIL DURANTE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIALValterian Braga Mendonça (UFF)

37 CORREIO AÉREO MILITAR: 1931 - 1941Karen da Silva Barros (IHGBI)

37 A DIALÉTICA DE DOUTRINAS FRANCESA E NORTE-AMERICANA NA FORÇA ExPEDICIONÁRIA BRASILEIRA: O CASO DO 9º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATEDaniel Albino da Silva (Unirio/IGHMB)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 10

SESSÃO 2

38 COMPANHIAS E ESCOLAS DE APRENDIZES MARINHEIROS NO BRASIL IMPERIAL: FORMANDO CORPOS E ALMAS: ASPECTOS INICIAIS DE UMA PESQUISAJorge Antonio Dias (CPDOC/FGV)

38 A GUERRA DO PARAGUAI E A PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DOS ExÉRCITOS DA ARGENTINA E DO BRASIL ATRAVÉS DA HIGIENE MILITARRachel Motta Cardoso (PPGHCS/COC/FIOCRUZ)

38 ATUAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL NA BATALHA DO ATLâNTICOAndre Luiz Melo Tinoco Nogueira (UGF)

39 O 31º. CORPO DE VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA NA GUERRA DO PARAGUAIRoberto Cesar Medeiros Ferreira (UGF)

40 SIMPÓSIO TEMÁTICO 6: HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVALCoordenadores:Prof. Dr. Celso Thompson (UERJ – CP II – UGF) eProf. Ms. Guilherme Antunes Jr. (UFRJ – UGF)

40 A MORTE DOS NÃO BATIZADOS N’ A DIVINA COMÉDIABruno Brandao Silva (Faculdade Saberes)

40 REGISTROS INQUISITORIAIS EM MONTAILLOU (SÉCULO xIV)Osvaldo Mello de Menezes (Faculdade Saberes)

41 OS LIVROS DE HORAS DA REAL BIBLIOTECA PORTUGUESAMaria Izabel Escano Duarte de Souza (PPGHIS/UFRJ)

41 REPRESENTAÇõES MEDIEVAIS FEMININASAnna Beatriz Esser dos Santos (UFRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 7: HISTÓRIA MODERNACoordenadores:Prof. Ms. Fernando Gralha (FIS) eProf. Carolina Silva (Unirio)

SESSÃO 1

42 PENSAMENTO ILUSTRADO E EDUCAÇÃO NAS GRAVURAS MORALIZANTES DE WILLIAM HOGARTH NA INGLATERRA DO SÉCULO xVIIILaila Luna Liano de León (UFF)

42 “E QUE SE DIVIDA A TERRA NÃO SOMENTE PELOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS, MAS, PELOS ASPECTOS ExTERIORES DOS CORPOS E, PRINCIPALMENTE DAS FACES, DOS DIVERSOS POVOS DO MUNDO”Bruno Silva (UFF)

43 AS COMeDIAs De lA prIVANzA E A PROBlEMáTICA DO vAlIMENTO NO TEATRO IBÉRICO DO SÉCULO xVII: UM ESTUDO SOBRE LOPE DE VEGA E FRANCISCO DE QUEVEDOKarenina do Nascimento Rodrigues (UFRRJ)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 11

43 FILOSOFISMO E CRÍTICA RELIGIOSA EM PORTUGAL AO FINAL DO SÉCULO xVIIIRossana Agostinho Nunes (UERJ)

44 A IMAGEM DA AMBIÇÃO E DA SOBERBA: O DISCURSO SOBRE A PRIVANÇA EM PORTUGAL NO SÉCULO xVIILigia Castellano Pereira (UFRRJ-Capes)

SESSÃO 2

44 O TRIBUNAL DO SANTO OFÍCIO PORTUGUÊS: UMA ANÁLISE SOBRE SUA AÇÃO E MÉTODOSRoberta Cristina da Silva Cruz (UFRJ)

45 A PRÁTICA DO BEM-MORRER NA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO DE ITAIPU NO SÉCULO xVIIIAnne Elise Reis da Paixão (UFRJ)

45 AS RELAÇõES SOCIAIS E OS JOGOS POLÍTICOS DE UM PROVEDOR DA FAZENDA COLONIALAna Carolina da Silva (UNIRIO)

46 A ESPÚRIA DESCENDÊNCIA DOS ARIAS MALDONADO: OS MECANISMOS DE FORMAÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL DAS ELITES SENHORIAIS DAS FREGUESIAS DE SÃO GONÇALO, CANDELÁRIA E JACAREPAGUÁ (SÉCULOS xVII – xVIII)Júlia Ribeiro Aguiar (UFRJ)

46 A IMPRENSA PRESBITERIANA NO SEGUNDO REINADO: DISCURSOS A RESPEITO DE RELIGIÃO E POLÍTICAPedro Henrique Cavalcante de Medeiros (UFRRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 8: HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTECoordenadores:Prof. Dra. Cláudia Affonso (CPII) eProf. Arnaldo Lucas Pires Jr. (UFRJ)

47 DEFENSORES DA (IN) JUSTIÇA: A TRAJETÓRIA DOS AFRO-DESCENDENTES E HOMOAFETIVOS NAS REVISTAS EM QUADRINHOSGustavo Montalvão Freixo (UGF)

47 MIGRAÇõES CONTEMPORâNEAS E A COBERTURA MIDIÁTICA DE “EL PAÍS”Washington Luis de Assis Pinheiro (UERJ)

48 ALBERT SPERR E SUAS MEMÓRIAS: ASPECTOS DE UMA MODERNIDADE ALTERNATIVA NO TERCEIRO REICHCarlos Francisco Fonseca de Azevedo Sá (UFRRJ)

48 AMBIGUIDADES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SÉCULO xx: O CURSO NORMAL SUPERIOR DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO - ENTRE O NORMAL MÉDIO E A PEDAGOGIAMaria Carolina Granato da Silva (ISERJ) eLuciana de Barros Mendes (ISERJ)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 12

49 CONSCIÊNCIA HISTÓRICA E DITADURA CIVIL-MILITAR: UMA HISTÓRIA EM DISPUTAThiago Bomfim Casemiro (SEMEC Iguaba Grande)

49 SAMBA NO ESTADO NOVONatália Cabral dos Santos (UERJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 9: HISTÓRIA DO BRASIL COLÔNIACoordenador:Prof. Dr. Marcos Sanches (UGF – Unirio)

SESSÃO 1

50 O ESTADO PORTUGUÊS NA MODERNIDADE: TENSõES E RELAÇõES DE PODER ENTRE A METRÓPOLE PORTUGUESA E A COLÔNIA BRASILEIRAThaís Silva Félix Dias (UGF)

50 REFLExõES NO FAZER HISTORIOGRÁFICO: O JURÍDICO E O AGRÁRIO NO PERÍODO COLONIALJoão Victor Diniz Coutinho Pollig (UFF)

51 OS LIBERTOS NO RIO DE JANEIRO SETECENTISTA: NOTAS DE PESQUISA E METODOLOGIAIngrid Ferreira de Souza (Uniro)

51 DE ÍNDIOS A GUERREIROS REAIS: A TRAJETÓRIA DA ALDEIA DE SÃO PEDRO DE CABO FRIO - SÉCULOS xVII-xIxSilene Orlando Ribeiro (SEEDUC/RJ)

SESSÃO 2

52 INQUISIÇÃO PORTUGUESA E SOCIEDADE COLONIAL – PRIMEIRA METADE SÉCULO xVIIIJessica Gabrielle de Souza (UGF)

52 O CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA AJUDA DO RIO DE JANEIRO: APROPRIAÇÃO DO ESTATUTO, RESISTÊNCIA E DESVIO DE CONDUTA DAS RELIGIOSAS CONCEPCIONISTASAmanda Dias de Oliveira (UFRJ)

53 OS JESUÍTAS NA CAPITANIA DO RIO DE JANEIRO: A PRESENÇA DA MÃO ESCRAVA NAS UNIDADES PRODUTORASRonaldo Teixeira do Couto (UNIVERSO)

53 SANT’ANA PATRONA: CATOLICISMO, POLÍTICA E GÊNERO NO RIO SETECENTISTAVinicius Miranda Cardoso (UFRJ)

53 A CONQUISTA DA ALMA GENTÍLICA: A ALTERIDADE RELIGIOSA ENTRE JESUÍTAS E TUPINAMBÁS, E SEU REFLExO NO TEATRO DO SÉCULO xVIVictor Betzel Frota de Souza Cruz (UGF)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 13

SIMPÓSIO TEMÁTICO 10: HISTÓRIA DO BRASIL IMPÉRIOCoordenadores:Prof. Dr. Wilmar Vianna (UGF) eProf. Dr. Newman Caldeira (UGF)

SESSÃO 1

55 NAS TERRAS DA VELHA IGUAÇU: SENHORES, LAVRADORES E ESCRAVOS NAS DISPUTAS PELO USUFRUTO DA TERRA IGUAÇU (SEGUNDA METADE DO OITOCENTOS)Rubens da Mota Machado (UFRJ)

55 INTERESSES ESCRAVISTAS NA COLÔNIA SUÍÇA DA VILA DE NOVA FRIBURGO, 1820-1850Rodrigo Marins Marretto (UFF)

56 CALUNDUS, BATUQUES E MANDINGAS: A (RE) CRIAÇÃO DA RELIGIOSIDADE BANTA NO RIO DE JANEIRO OITOCENTISTAEduardo Possidonio (Universo)

56 MACHADO DE ASSIS, ABOLICIONISTA? A OUTRA FACE DO GÊNIOCiro Ribeiro dos Reis (UGF)

57 OS ÍNDIOS NO ARSENAL DA MARINHAAna Paula da Silva (Unirio - UERJ)

SESSÃO 2

57 PANFLETOS MANUSCRITOS E EMANCIPAÇÃO: A FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA NO REINO DO BRASILVanessa Fraguas Serra Lucas (PUC)

57 UM BONAPARTISTA NA CORTE BRASILEIRAArthur Ferreira Reis (Faculdade Saberes)

58 O REGULAMENTO DE 1842 E A ESTRUTURAÇÃO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROSRafael de Almeida Daltro Bosisio (UFRJ)

58 NO MEIO DA SERRA: O TÚNEL GRANDE E A ExPANSÃO PARA DENTRO DO IMPÉRIO BRASILEIROMaísa de Brito Braga (Unirio/MAST)

59 O IHGB COMO INSTRUMENTO DE NACIONALIDADETalita Teixeira dos Santos (UFRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 11: HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICACoordenadoras:Profa. Dra. Marilene Antunes (UGF) eProfa. Dra. Ana Vasconcelos Ottoni (UFF)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 14

SESSÃO 1

60 MERCADO NOVO: MODERNIDADE E REPRESSÃO NA BELLE ÉPOQUE CARIOCAVitor Leandro de Souza (UFRJ)

60 A MÍTICA FIGURA DE TENÓRIO CAVALCANTI E O CORONELISMO URBANO EM DUQUE DE CAxIASJordan Luiz Menezes Gonçalves (UERJ)

61 CARLOS LACERDA E A PROPOSTA POLÍTICA UDENISTA ADOTADA NAS RELAÇõES ECONÔMICO-DIPLOMÁTICAS ENTRE O BRASIL E OS EUA (1945 - 1965)Karen Garcia Pêgas (UCB)

61 A MARCHA INTEGRALISTA SOBRE A CAPITAL DA REPÚBLICAGuilherme Jorge Figueira (UniverCidade)

61 O CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO EM 1935: INSTITUCIONALIZAÇÃO E TURISMOPaula Cresciulo de Almeida (UFF)

SESSÃO 2

62 SOCIEDADES ESTRANGEIRAS NO ESTADO NOVO: ORIENTAÇõES FASCISTAS, REPRESSÃO E CONTROLE SOCIALDavid Barreto Coutinho (UERJ)

62 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO: A TRAJETÓRIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 1924 E 1931Tatiana das Gtaças Correia (UGF)

63 A ATUAÇÃO DO OPERÁRIO E MILITANTE ALBINO MOREIRA DIAS COMO VICE-PRESIDENTE DA UNIÃO DOS OPERÁRIOS EM FÁBRICAS DE TECIDOS (1918)Leila Cristina Pinto Pires (UFRRJ)

63 O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO CORPORATIVISTA BRASILEIRO (1930 - 1945)Mariana Dietrich Santos (UGF)

64 OS REVOLUCIONÁRIOS INEFICAZES DE HOBSBAWM: REFLExõES CRÍTICAS DE SUA ABORDAGEM DO ANARQUISMORafael Viana da Silva (UFRRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 12: HISTÓRIA DA AMÉRICACoordenador:Prof. Dr. Eduardo Scheidt (UGF – UERJ)

SESSÃO 1

65 “O PRIMEIRO QUE DEVIA SERVIR DE ExEMPLO AOS MAIS”: AS LIDERANÇAS INDÍGENAS FRENTE AOS PRESSUPOSTOS ASSIMILACIONISTAS DA POLÍTICA INDIGENISTA POMBALINA NO RIO DE JANEIRO (1758-1798)Luís Rafael Araújo Corrêa (UFF)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 15

65 ENTRE A ESCRAVIDÃO E A LIBERDADE: O TRÁFICO ILEGAL DE AFRICANOS NA BACIA DO PRATA (1835-1845)Jefferson Tenório Barroso (UGF)

66 IDENTIDADE NACIONAL E DISCURSOS HIGIENISTAS NO INÍCIO DO SÉCULO xx: NOTAS SOBRE O CASO COLOMBIANO E ARGENTINORegiane Gouveia (FioCruz)

66 REPÚBLICA DA BOLÍVIA E IMPÉRIO DO BRASIL: ENTRE O CATIVEIRO E A LIBERDADEMariana dos Santos Zignago Melo (UGF)

67 O RÁDIO E A MÚSICA POPULAR NOS GOVERNOS DE PERÓN E VARGASLeandro Gomes Gentil (UNISUAM)

67 PACHAMAMA: POR UM PENSAMENTO ORIGINÁRIOLuiz Antônio Andrade Oliveira (PUC)

SESSÃO 2

68 UMA ANÁLISE DO NEW DEAL PELO VIÉS DARWINISTA: UMA ANÁLISE DA REMODELAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO NORTE-AMERICANO NA DÉCADA DE 1930Diego da Rocha Conceição (UGF)

68 A FORMAÇÃO DA DIREITA CRISTÃ NORTE-AMERICANAAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior (UFF)

69 DIÁLOGOS ENTRE CINEMA E HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DO OLHAR ACERCA DOS MExICANOS NO FILME “MY FAMILY/MI FAMILIA” (1995)Mariana Franco Lopes (Unirio)

69 UMA NOVA POLÍTICA AMERICANA: BARACk OBAMA E A “AMÉRICA ÚNICA”Barbara Maria de Albuquerque Mitchell (UFRJ)

69 VENEZUELA DE HUGO CHÁVEZ NA MÍDIA BRASILEIRAVitória Thess Lopes da Silva Lima (UNIGRANRIO)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 13: TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIACoordenador:Prof. Dr. João Cerineu Carvalho (UGF)

SESSÃO 1

71 DIALÉTICA CULTURAL ESPIRALADANicolas Theodoridis (UFRJ)

71 CINEMA: UMA VIRADA METODOLÓGICAUlisses de Figueiredo Silva (UFRRJ)

72 FOUCAULT OITOCENTISTARodrigo Goyena Soares (Unirio)

72 POR QUE CONTINUAR A ESCREVER HISTÓRIAS SOBRE A LITERATURA?Rafael da Cunha Duarte Francisco (PUC)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 16

72 HISTORICISMO E ROMANTISMO: UM DEBATE INICIAL DE CONCEITOS COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO DA ALEMANHALeandro Couto Carreira Ricon (UFRJ - UCP)

SESSÃO 2

73 REPRESENTAÇõES SOCIAIS DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO: DIFICULDADES PEDAGOGICAS PARA EFETIVAÇÃO LEI 10.639/03 DENTRO DA SALA DE AULAGustavo Pinto Alves da Silva (UNESA)

73 PEDRO CALMON E HÉLIO VIANNA: ESCRITA DA HISTÓRIA E IDENTIDADE NACIONAL EM LIVROS DA COLEÇÃO BRASILIANANayara Galeno do Vale (FBN)

74 HISTORIADORES EM CAMPOCarlos Eduardo Rodrigues Martins e Verônica Torres (FIS)

74 ENTRE NARRATIVAS SURREAIS E TIROS NA PRAIA DE COPACABANA: ExALTAÇÃO DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA EM ESCRITOS MODERNISTAS (1920-1931)André Carlos Furtado (UFF) eCristina Ferreira (UNICAMP - FURB)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 14: HISTÓRIA E INSTERDISCIPLINARIDADECoordenador:Prof. Dr. Sérgio Chahon (UGF – FIS)

SESSÃO 1

75 GESTÃO DE ARQUIVOS PELOS ARQUIVISTAS E HISTORIADORESMaria Lucia Valada de Brito (UFRJ)

76 A FORMAÇÃO DA FAMÍLIA FICTÍCIA E A DEFESA DE IDENTIDADES ÉTNICAS NAS IRMANDADES DE NEGROS E PARDOS NO BRASIL COLONIALCarla Magdenier Sobrino (UGF)

76 OFICINAS PEDAGÓGICAS E A LEI 10639/03: UMA PROPOSTA MULTICULTURAL PARA PROFESSORESRejane Ramos Vieira (UGF)

76 AS IRMANDADES E OS BARõES DO CAFÉ: PODER E RELIGIOSIDADE NO VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE (1860-1895)Aguiomar Rodrigues Bruno (UFRRJ)

77 UtI pOssIDetIs COMO CulTuRA POlíTICALeonardo Moreira Casquilho (Curso Progressão)

SESSÃO 2

77 CRÔNICAS DE OLAVO BILAC SOBRE A REPÚBLICA BRASILEIRA (1897-1908)Thiago Roza Ialdo Montilha (UFF)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 17

78 O OLHAR DO FLANÊUR: O RIO POR JOÃO DO RIOEmerson Santos Pereira (UNIGRANRIO)Jacqueline de Cassia Pinheiro Lima (UNIGRANRIO)

78 UMA NOVA LITERATURA PARA UMA NOVA CRIANÇA: A COMISSÃO NACIONAL DE LITERATURA INFANTIL DO GOVERNO VARGAS (1936-1938)Aline Santos Costa (Prefeitura Municipal de Itaguaí)

79 O NASCIMENTO DO URBANISMO NO CONE SUL: UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA (1906-1945)Joel Outtes (UFRGS)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 15: HISTÓRIA, MEMÓRIA E PATRIMÔNIOCoordenador:Prof. Dr. Ricardo Pimenta (IBICT)

SESSÃO 1

80 COLECIONISMO E A FORMAÇÃO DA COLEÇÃO DE FOTOGRAFIAS OITOCENTISTAS NO ACERVO DO MUSEU MARIANO PROCÓPIO (MG)Rosane Carmanini Ferraz (UFJF)

80 DA ÁRVORE DO ESQUECIMENTO AO MUSEU HISTÓRICO: O NEGRO NO MUSEU ARTHUR RAMOS E NO MUSEU DO CEARÁGilberto Gilvan Souza Oliveira (UFC)

81 O CENTRO DE MEMÓRIA DE REALENGO E PADRE MIGUEL E A HISTORIA ORAL COMO METODOLOGIALeonardo Tavares Santa Rosa (FIS)

81 CENTRO DE MEMÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO, PRESERVANDO E DIFUNDINDO A MEMÓRIA INSTITUCIONAL E LOCALAna Carolina Silva (UGF), Claudia Franco (UGF), Jonathas Lopes (UGF),Letícia Matteo (UGF), Luciana Floriano (UGF), Johnny Warley (UGF),Max Dellys (UGF), Vitor Almeida (UGF)

82 ESCRITA COM SANGUE: A LUTA PELA MANUTENÇÃO DO PORTUGUÊS NA LIBERTAÇÃO DO TIMOR LOROSA’ETaisa Ladeira de Medeiros Santos (UNP)

SESSÃO 2

82 PARTILHAS, AFORAMENTOS E LOTEAMENTOS: A FRAGMENTAÇÃO DAS GRANDES PROPRIEDADES EM UMA FREGUESIA RURAL DO RIO DE JANEIRO NA SEGUNDA METADE DO OITOCENTOSRachel Gomes de Lima (UFF)

83 A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DA PESQUISA CLÍNICA ATRAVÉS DOS PRONTUÁRIOS MÉDICOS DE MANGUINHOS E LASSANCEThaís Patrícia Mancilio da Silva (IPEC/Fiocruz)

83 O GOVERNO VARGAS COMO GESTOR DA MEMÓRIA DOS HERÓIS NACIONAIS: UMA ANÁLISE DO PROJETO “VULTOS. DATAS. REALIZAÇõES”André Barbosa Fraga (UFF)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 18

84 DE VILÃO RENEGADO A HERÓI CONSAGRADO: SOLANO LÓPEZ E A CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIA DA GUERRA DO PARAGUAI NO CINEMA PARAGUAIOFábio Ribeiro de Sousa (UFRJ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 16: HISTÓRIA E DITADURA MILITARCoordenador:Prof. Dr. Jorge Atílio Iullianeli (UGF)

SESSÃO 1

85 GETÚLIO CABRAL: UM MILITANTE COMUNISTAGiselle dos Santos Siqueira (UERJ / CAPES)

85 ENTRE A MEMÓRIA E A HISTÓRIA: A TRAJETÓRIA BIOGRÁFICA, POLÍTICA E INTELECTUAL DE ROLAND CORBISIERFabrício Augusto Souza Gomes (CPDOC / FGV)

86 A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE UDENISTAThalitha Saboia do Nascimento (UCB)

86 A REPRESSÃO POLITICA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA DURANTE O PERÍODO DE TRANSIÇÃO (1974-1985)Pedro Henrique da Silva Oriola Cardoso (UFRJ)

SESSÃO 2

87 INTELECTUAIS DE ESQUERDA E REDE GLOBO: O CASO DE “A GRANDE FAMÍLIA” (1973-1974)Roberta Alves Silva (UFF)

87 O ESTADO DE CHUTEIRAS: UM ESTUDO SOBRE A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE 1970Raphael Barroso Graciano (UCB)

88 EM NOME DA PÁTRIA: O COMBATE ÀS ESQUERDAS NAS CRÔNICAS DE NELSON RODRIGUESCarolina Bezerra de Souza (Unirio)

88 SUBVERSÃO DA IMAGEM: A FOTOGRAFIA COMO PROVA DO CRIME POLÍTICODiego Stanger (UFES)

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 19

PROGRAMAÇÃO

Dia 25 de Novembro de 2013 – segunda-feira

07:30 – 08:00: Credenciamento

08:00 – 10:00: Minicursos

10:15 – 10:30: Cerimônia de Abertura

10:30 – 12:00: Palestra de abertura

14:00 – 16:00: Simpósios Temáticos: Ensino de História; História Antiga e Medieval; História Moderna; Teoria e Metodologia; História e Interdisciplinaridade

16:00 – 18:00: Simpósios Temáticos: Ensino de História; História, Gênero e Corpo; História Moderna; História do Brasil República; História e Interdisciplinaridade

Dia 26 de Novembro de 2013 – terça-feira

08:00 – 10:00: Minicursos

10:30 – 12:00: Mesa-redonda

14:00 – 16:00: Simpósios Temáticos: História, Cultura e Saúde; História do Tempo Presente; História do Brasil Colônia; História do Brasil Império; História e Ditadura Militar

16:00 – 18:00: Simpósios Temáticos: História, Cultura e Saúde; História do Tempo Presente; História do Brasil Colônia; História do Brasil Império; História e Ditadura Militar

Dia 27 de Novembro de 2013 – quarta-feira

08:00 – 10:00: Minicursos

10:30 – 12:00: Mesa-redonda

14:00 – 16:00: Simpósios Temáticos: História e Direito; História Militar; História do Brasil República; História da América; História, Memória e Patrimônio

16:00 – 18:00: Simpósios Temáticos: História Militar; História da América; Teoria e Metodologia; História, Memória e Patrimônio

18:00 – 19:30: Lançamento da Revista Oficina; das Atas do I e II Encontros de História da UGF e do livro “Sob a sombra das Palmeiras: o ISEB, os militares e a imprensa (1955-1964)”, de Fabrício Augusto Souza Gomes (Doutorando em História, Política e Bens Culturais no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil /CPDOC-FGV)

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Horários da SessõesHorário/Data 25 de Novembro 26 de Novembro 27 de Novembro

14:00 – 16:00 Ensino de HistóriaSessão 1

História, Cultura e SaúdeSessão 1

História e Direito

História Antiga e Medieval História do Tempo Presente História MilitarSessão 1

História ModernaSessão 1

História do Brasil ColôniaSessão 1

História do Brasil RepúblicaSessão 2

Teoria e MetodologiaSessão 1

História do Brasil ImpérioSessão 1

História da AméricaSessão 1

História e InterdisciplinaridadeSessão 1

História e Ditadura MilitarSessão 1

História, Memória e PatrimônioSessão 1

16:00 – 18:00 Ensino de HistóriaSessão 2

História, Cultura e SaúdeSessão 2

História MilitarSessão 2

História, Gênero e Corpo História do Tempo Presente História da AméricaSessão 2

História ModernaSessão 2

História do Brasil ColôniaSessão 2

Teoria e MetodologiaSessão 2

História do Brasil RepúblicaSessão 1

História do Brasil ImpérioSessão 2

História, Memória e PatrimônioSessão 2

História e InterdisciplinaridadeSessão 2

História e Ditadura MilitarSessão 2

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RESUMOS

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Simpósio Temático 1: Ensino de HistóriaCoordenadores:

Profa. Ms. Teresa ViTória fernandes (UGf) eProf. Ms. ViTor José da roCha MonTeiro (fioCrUz)

Sessão 1

COLÉGIO PEDRO II: O PATRIMÔNIO COMO PESQUISA ESCOLAR

Beatriz Boclin Marques dos Santos eAna Beatriz Frazão Ribeiro (CP II)

No presente trabalho apresentamos uma atividade de projeto desenvolvida com os alunos do 8o ano do campus centro do Colégio Pedro II, ao longo do ano 2012. trata-se de uma articulação entre

pesquisa histórica, estudo do patrimônio e atividade de projetos. Tivemos como objetivos: relacionar a história patrimonial do Colégio Pedro II a contexto do saber escolar, promover uma maior integração entre ensino, pesquisa e pedagogia de projetos e colaborar com as comemorações dos 175 anos do Colégio.

RESERVA DE VAGAS PARA NEGROS NO VESTIBULAR DA UERJ (2001-2009): AS AÇõES AFIRMATIVAS NO âMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS REFLExOS NA TRANSFORMAÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL DO NEGRO BRASILEIRO

Luciane de Araújo Machado (UGF)

A política de reserva de vagas para negros no concurso vestibular da UERJ, instituída no início dos anos 2000 com a meta de proporcionar representação para o povo negro no espaço acadêmico

buscando a paulatina transformação da sua identidade social, foi tema de acirradas discussões não somente no meio acadêmico, mas em diversas instâncias da sociedade brasileira. Mais do que a discussão em torno da necessidade do mérito para a conquista de uma vaga num curso superior em instituições públicas de ensino, o assunto trouxe novamente à tona temas como a integração do negro no pós abolição, seu papel na formação da identidade nacional, o racismo que, a despeito de sua criminalização ocorrida há sessenta e dois anos, ainda hoje grassa nas relações sociais aviltando a condição socioeconômica do

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afrodescendente, entre outros. A realização deste trabalho, que tem por objetivo conhecer o processo de implementação do sistema na referida Universidade, suas adaptações no período de 2000-2009 e primeiros resultados, visa ainda avaliar a efetividade e a eficiência da adoção da medida, enquanto ação afirmativa que é, e se justifica pela necessidade de observar a aplicação dos recursos públicos, tanto financeiros quanto didáticos, nesta empresa que não prescinde do devido monitoramento da sociedade.

O CINEMA COMO FONTE PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

Cristiano Ferreira de Barros (UFRRJ)

A sociedade vive um momento de transição e de incertezas. Os meios de comunicação cada vez mais se tornam indispensáveis ao nosso convívio. A televisão assume papel de educadora, de formadora

de identidade. Nesse contexto em que o audiovisual exerce grande atração e contribuição para difusão da informação e do conhecimento, a escola precisa adaptar-se às necessidades que lhe são impostas para concretizar da melhor forma possível o processo de ensino-aprendizagem. Isso torna de grande importância o uso do audiovisual como material para uma metodologia do ensino de história, na busca de facilitar a construção do conhecimento histórico por parte dos alunos e para que possamos repensar o papel dos meios de comunicação e de entretenimento no processo educacional.

Sessão 2

ENSINAR OU FAZER HISTÓRIA EM SALA DE AULA? REPRESENTAÇõES DAS PRÁTICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO

Amanda Heloisa Souza Custódio (UCB)Thyago Bruno Rodrigues Pessanha Correa (UCB)

Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar as representações das práticas de ensino de História organizadas pelos professores do ensino fundamental I de uma escola pública em um

bairro na Zona Oeste no Rio de Janeiro, nas adjacências de Realengo. Para tanto buscaremos, identificar as representações de ensino de história organizado pelos professores, examinar se as representações encontradas podem ser consideradas ‘representações sociais’, verificar as possíveis origens destas representações no processo de formação inicial docente destes profissionais de história e averiguar em que medida estas representações interferem no processo de organização de sua prática escolar cotidiana. Por meio de entrevistas semidirigidas, do estudo do material didático e dos indicadores conteúdos e

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práticas observaremos a organização do ensino de história e suas possíveis discrepâncias entre o discurso docente e sua prática em sala de aula.

TCC EM MOVIMENTO: UM RELATO SOBRE O TRABALHO ACADÊMICO QUE SE TORNOU OFICINA ESCOLAR

Caroline Trapp de Queiroz (UERJ)

Nosso objetivo nesse artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa feita por alunos do 8° Ano do Ensino Fundamental que deram vida a uma Oficina de Análise de Fontes na Semana de Ciências

de uma escola privada da cidade do Rio de Janeiro. Devemos destacar que a Oficina é a realização da proposta pedagógica cunhada a partir de um banco de fontes produzido no Trabalho de Conclusão de Curso da autora que objetivou abordar a temática indígena do ponto de vista da formação da nação brasileira, no contexto do Segundo Reinado. Questões levantadas pelos alunos como as contradições protagonizadas pelo governo, a comparação entre os embates vividos pelos indígenas no século XIX e na atualidade, a constante luta por terras e direitos, dentre outras, significaram o alcance dos objetivos traçados, tanto na proposta gerada pelo TCC quanto na dimensão prática da Oficina. Nesse momento, percebemos que os alunos, ao serem expostos à análise das fontes, estabeleceram critérios, construíram argumentações e defenderam suas hipóteses. Em outras palavras, a iniciação à pesquisa, prevista pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, propiciou a formação de sujeitos críticos, cuja capacidade reflexiva autônoma gerou construção de conhecimento, conscientização e posicionamento no contexto das discussões.

GUERRA DE CANUDOS: UMA PROPOSTA DE ENSINO

Aline da Cruz Lima (UGF)

O presente artigo visa colaborar com professores de História que buscam novas possibilidades para ensino-aprendizagem. O trabalho propõe o ensino da Guerra de Canudos tema, este, importante

no advento do regime republicano no Brasil, que nos livros didáticos, algumas vezes, aparece como um tópico ou um “balãozinho de curiosidades”.

O tema permite debater questões como a cidadania, religião e política na transição do século XIX e XX, que são, até os dias atuais, questões fundamentais para a formação do aluno como cidadão e sujeito histórico. O resultado que se espera obter, é um ensino-aprendizagem compreensível e significativo.

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ESCRAVIDÃO INDÍGENA: O OURO BANDEIRANTE

Miguel Luciano Bispo Dos Santos (UGF)

O presente trabalho propõe desenvolver uma proposta de ensino de História com a temática: “A Escravidão Indígena: O Ouro Bandeirante”, baseada na Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008,

que obriga o estudo da história e cultura indígenas em todas as escolas nacionais de Ensino Fundamental e Médio. Neste Artigo abordaremos a relevância da escravidão indígena tanto nas expedições bandeirantes em direção ao interior da colônia quanto na sociedade colonial paulista nos séculos XVI e XVII. Consideramos que o nosso artigo vai ao encontro da regulamentação, pois buscamos compreender a história dos povos ameríndios com respeito e dignidade, buscando sua historicidade na formação da sociedade brasileira, propondo um espaço de educação intercultural com o intuito de buscar um passado em comum.

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Simpósio Temático 2: História, Gênero e CorpoCoordenador:

Prof. Msnd. Wendell dos reis Velloso (feUdUC – UfrrJ)

SExUALIDADE, ESTATUTOS DE HUMANIDADE E ASSIMETRIA SOCIAL EM CONFISSõES DE AGOSTINHO DE HIPONA (C. 397)

Wendell Dos Reis Veloso (UFRRJ)

No período histórico conhecido como Antiguidade Tardia o bispo Agostinho de Hipona (354-430) empreendeu reflexões sobre o Credo Niceno ser o único caminho possível para que o homem

restaurasse a sua condição de Imago Dei e assim garantisse, tanto o bem viver na Cidade dos Homens, quanto a vida eterna, na Cidade de Deus. Nestas reflexões nosso bispo aborda questões como a existência legítima de alguns seres sociais e os estatutos garantidores desta existência legítima, assim como aqueles estatutos que caracterizariam a existência menos verdadeira de outros seres. Nossa proposta é analisar estas reflexões agostinianas, relacionando-as às reflexões acerca da sexualidade presentes na obra em questão, abordando também as reverberações para os seres sociais que se desviassem de suas proposições e fossem identificados com uma existência menos verdadeira. Para tal nos valeremos de trechos da obra agostiniana Confissões analisadas a partir de uma hermenêutica histórica que nos permita, a partir de pressupostos da História Cultural, identificar a maneira como as realidades das comunidades medievais eram pensadas e dadas a ler por Agostinho de Hipona, levando em consideração sua visão de mundo universalista.

FALAS SOBRE EDUCAÇÃO FEMININA: OS DISCURSOS SOBRE O PAPEL DA EDUCAÇÃO PARA MULHERES NA “POLIANTEIA COMEMORATIVA” DA INAUGURAÇÃO DAS AULAS PARA O SExO FEMININO DO IMPERIAL LICEU DE ARTES E OFÍCIOS

Francismara De Oliveira Lelis (UFRRJ)

A primeira legislação a tratar especificamente da educação feminina surge em 1872, ainda uma educação diferenciada, com ênfase nas prendas domésticas. Nesse contexto, em 1881, na cidade

do Rio de Janeiro, foram abertas as primeiras turmas femininas do Imperial Liceu de Artes e Ofícios. A inauguração dessas turmas mereceu uma publicação, a “Polianteia comemorativa da inauguração das aulas para o sexo feminino do Imperial Liceu de Artes e Ofícios” que reuniu literatos convidados a escrever sobre a iniciativa. Esses autores apresentaram na Polianteia diferentes visões acerca da inserção feminina no sistema de ensino. O objetivo desse trabalho é historicizar e analisar esse documento extremamente singular, já que contém falas que constroem e/ou reconstroem o papel feminino, partindo

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majoritariamente de homens de uma classe privilegiada, que possui o poder de determinar socialmente o outro sexo. Esses discursos não são só construções da sociedade brasileira do século XIX, mas também instituem e legitimam realidades, relações de poder e hierarquias de gênero.

CONCURSO MISS BRASIL - 1950 / 1980

José Ricardo Ferraz (UERJ)

Miss Brasil - o mais importante dos concursos de beleza realizados entre 1950 a 1980, elegia as candidatas brasileiras aos três maiores concursos internacionais, transformando as vencedoras de

moças anônimas, em tema de múltiplas e acaloradas discussões, referências de beleza e comportamento nacionais. Em nosso recorte temporal anotamos múltiplos discursos de culto ao corpo e valorização da beleza feminina. Pensando nestes discursos, e mais os interesses econômicos do Miss Brasil se utilizando da televisão inaugurada em 1950, percebemos vinculações entre as Misses e a valorização do modelo de jovens com sentimentos e posturas reforçadoras das práticas familiares e tradicionais em um período que já apontava para as transformações da sexualidade e da grande exposição dos corpos. Quem eram aquelas moças e seus corpos que traduziam as medi-das exatas representativas da ideia de naturalização da beleza?

AS MULHERES GUERREIRAS DO DAOMÉ: ARTICULAÇõES DE GÊNERO E DOMINAÇÃO MASCULINA

Diogo Coutinho Iendrick (UGF)

A participação militar nas diversas formas de organização do homem em sociedade é comumente atribuída ao gênero masculino. Encontravam-se no Daomé, reino africano pré-colonial,

mulheres que participavam efetivamente da prestigiosa vida militar, identificando-se com essa e outras características ligadas ao universo simbólico masculino, ao ponto de renegarem a identidade feminina de sua sociedade. A partir dos conceitos de gênero e dominação masculina, analisamos os mecanismos de coerção que encerravam o prestígio de uma guerreira em um esquema de dominação.

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS CORPOS EM BOURDIEU: UMA ANÁLISE DE GÊNERO?

Rachel Luiza Pulcino De Abreu (PUC)

O presente trabalho faz uma reflexão do conceito de corpos apresentado por Bourdieu em A dominação masculina, ressaltando a importância de realizarmos reflexões sobre o tema das

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relações entre os sexos e lança uma pergunta. É possível pensarmos o conceito de corpos de Bourdieu como um trabalho de gênero? Quais são os pontos que essa articulação é mais forte? Para responder essas questões trago Joan Scott uma das principais autoras do campo dos estudos de gênero para o debate.

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Simpósio Temático 3: História e DireitoCoordenadores:

Profa. Dra. Carolina Coelho Fortes (UGF) eProf. Ms. Diogo Caldas (UGF)

O CORPO E O SExO NOS SÉCULOS xVI E xVII

Rafael Quarterola Bastos (UGF)

A pesquisa visa analisar os discursos que a Igreja utilizava para controlar a sociedade da Europa nos séculos XVI e XVII. E, a contra ponto, observar como a sociedade no seu cotidiano reage a essas

“regras” da Igreja, com a idéia principal de analisar esse cotidiano e as praticas sexuais nele existente.

VILA DO RIBEIRÃO DO CARMO NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO xVIII: ALGUMAS REFLExõES SOBRE A APLICAÇÃO DA JUSTIÇA EM PRIMEIRA INSTâNCIA

Mariane Alves Simões (UFJF)

O trabalho tem como objetivo refletir sobre a justiça em primeira instância na Vila do Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana, na primeira metade do século XVIII. Era na Câmara Municipal

que se exercia a justiça em primeira instância através da atuação do juiz ordinário ou do juiz de fora. As fontes utilizadas para a Comunicação são em princípio a documentação enviada e recebida pelo Conselho Ultramarino. O Conselho Ultramarino era um órgão da monarquia portuguesa para a administração colonial criado em 1642, pelo qual deveria passar o movimento de todos os ofícios de justiça e fazenda, bem como cartas e provisões, servindo ainda de órgão de consulta do monarca. O propósito do trabalho é tentar compreender através da documentação as formas de negociação existentes entre os poderes do centro e as autoridades locais a respeito da institucionalização e da aplicação da justiça em primeira instância na região.

OS ÍNDIOS DO SUDESTE FLUMINENSE E A GRANDE TRANSFORMAÇÃO (1785-1838)

Roberta de Souza Campos (UFRRJ)

O crescimento do Rio de Janeiro durante o século XVIII, devido a posição de entreposto entre as minas e o Império ultramarino português, intensificou a colonização sobre novos espaços da

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capitania. Inclusive sobre as baixadas e os sertões, trazendo à cena um universo de personagens bem diferente da clássica formação social da Colônia, isto é, a abreviação senhores e escravos. Lavradores e índios passam cada vez mais a fazer parte da dinâmica social do Rio de Janeiro. Essa participação, entretanto, não é passiva ou à margem, ao contrário, passam a compor as malhas sociais, as redes de clientelagem e com o seu trabalho produzem gêneros dentro da grande lavoura de exportação, mas também fora dela, sendo produtores e consumidores do ascendente mercado interno.

Nossa pesquisa tem como objeto os índios de dois estabelecimentos indígenas da região que denominamos como Sudeste fluminense, atual Costa Verde do Rio de Janeiro, os índios das Aldeias indígenas, mais tarde vilas, de Itaguaí e Mangaratiba. A história desses índios é perseguida por nós à luz das grandes transformações que o Rio de Janeiro vivencia a partir da segunda metade do século XVIII.

A REPRESENTAÇÃO DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA E DO REFORMADOR DIANTE DO ESPIRITISMO NOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO (1891-1905)

Adriana Gomes (SEEDUC)

No Código Penal de 1890 práticas espíritas foram criminalizadas nos artigos 156, 157 e 158 do referido código, sobretudo no artigo 157. O espiritismo passou a ser interpretado como um crime

contra a saúde pública. Aos agentes sociais envolvidos nos processos criminais, sobretudo advogados e juízes, coube à tarefa de diferenciar conceitualmente, o que era religioso e o que era magia. Assim como, o que era crença e o que era exploração num emaranhado de práticas e representações subjetivas do que se compreendia como sendo espiritismo. Nos tribunais de justiça que as práticas espíritas da “mediunidade” e da “psicografia” foram intensamente debatidas como sendo ritos religiosos, portanto, protegidos pela Constituição de 1891 do Brasil, que concedia aos cidadãos o direito à liberdade religiosa e à liberdade de consciência. E o artigo se propõe a discutir a atuação do periódico espírita Reformador e da Federação Espírita Brasileira, diante de alguns processos criminais que cidadãos espíritas residentes no Rio de Janeiro se envolveram por adotarem práticas consideradas antissociais e anômicas. Estes cidadãos passaram a ser inseridos pelas autoridades políticas, policiais e médicas no que juridicamente ficou denominado de charlatanismo e curandeirismo.

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Simpósio Temático 4: História, Cultura e SaúdeCoordenador:

Prof. Dr. Adriano Rosa (UGF)

Sessão 1

O COTIDIANO DA PROSTITUIÇÃO NA LISBOA OITOCENTISTA

Alessandra Senna Ferreira (UNIVERSO)

A disponibilidade das fontes documentais nos fazem embarcar na viagem durante a Lisboa do século XIX, onde poderemos vislumbrar o cotidiano desta sociedade, sobretudo das mulheres que

colocavam-se a disposição dos mais variados clientes em troca de favores, principalmente os financeiros. Entraremos no mundo marginal da prostituição em Portugal, especificamente na referida cidade, com o intuito de identificar a estrutura social, cultural e econômica, que de certa forma contribuíram para que estas mulheres fizessem um comercio ilícito com a única mercadoria que possuíam: o próprio corpo.

OS MÉDICOS E A CREMAÇÃO DE CADÁVERES NA CRISE DO IMPÉRIO (1876-1891)

Monique Leone Cunha Vidal (Unirio)

A proposta da cremação surgiu no Brasil na segunda metade de 1870, envolvendo médicos, a hierarquia ultramontana da Igreja Católica e membros do partido Liberal. Entre os médicos da

academia Imperial de Medicina, no Rio de Janeiro, a cremação surgiu como solução ao problema higiênico devido à superlotação dos cemitérios públicos em decorrência aos surtos epidêmicos na Corte e nas demais cidades do país. Os que defendiam a proposta expressavam seus argumentos em relação aos aspectos inconvenientes dos cemitérios como o desperdício dos terrenos, a conservação do contágio, as exalações insalubres e a poluição das águas. As teses contrárias discordavam da argumentação de insalubridade dos cemitérios, ressaltando medidas cabíveis para a obtenção de um cemitério mais higiênico.

Além do amplo debate entre os médicos, houve a rejeição por parte da Igreja que se posicionava radicalmente contrária devido ao Dogma da Ressurreição, e nas instâncias políticas que discutiam a relação entre o Estado e a Religião. A proposta da cremação fez, portanto, parte de um amplo processo mudanças culturais, sociais, econômicas e políticas na crise do Império até a início da República.

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DE CORPOS DESVALIDOS A CORPOS “UTEIS”: HIGIENE, CONTROLE E DISCIPLINA NO ASYLO DE MENINOS DA CORTE (1875-1894)

Eduardo Nunes Alvares Pavão (UERJ)

Este trabalho tem como objetivo identificar a emersão de discursos para a assistência da infância desamparada, na cidade do Rio de Janeiro, na segunda metade do século XIX, tendo o Asylo de

Meninos Desvalidos (1875-1894), como efetivação desta política. Nos oitocentos ocorreu o incremento de políticas públicas, tendo como centralidade: como educar, proteger e cuidar da infância desassistida e para isto foram criadas diversas instituições que aumentaram consideravelmente as redes de sociabilidade e de circulação de saberes. Entre elas, o Asylo de Meninos Desvalidos para cuja criação estava o poder executivo autorizado por decreto desde fevereiro de 1854, e que no entanto, só foi finalmente criada vinte anos depois pelo decreto nº 5532 de 24 de janeiro de 1874, sendo inaugurada no dia 14 de maio de 1875, com 13 meninos, pelo então Ministro do Império João Alfredo Corrêa d’Oliveira, que o regulamentou por decreto n. 5849 de nove de janeiro de 1875.

CORTIÇOS, EPIDEMIAS E A REFORMA URBANÍSTICA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Luiz Arthur Azevedo Barros (UFES)

O aumento da população da cidade do Rio de Janeiro, entre os séculos XVIII e XIX, motivado por sucessivos acontecimentos políticos, econômicos e sociais trouxeram fortes impactos urbanos. A

forma como as cidades brasileiras foram originalmente organizadas pelos colonizadores portugueses não as habilitavam para um repentino crescimento populacional. A falta de disponibilidade de moradias adequadas, abastecimento de água potável, condições de saneamento e higiene, aliados ao desenho desordenado das ruas e vias de acesso e mesmo à falta de educação da população com relação aos hábitos de higiene, possibilitaram a proliferação de doenças que assolaram a população do Rio de Janeiro. Epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica causaram muitos óbitos, fazendo com que as autoridades governamentais e médicos higienistas se mobilizassem para combater e evitar que novas epidemias ocorressem. Este intenso movimento teve como ponto culminante a reurbanização da cidade do Rio de Janeiro, coordenada por Pereira Passos, seguindo os conceitos e padrões estabelecidos pela reforma urbanística ocorrida em Paris.

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LÚCIO COSTA E SUAS VIAGENS DE “DESCOBERTA DO BRASIL”: O VALOR DO MEIO NA SUA CONVERSÃO À ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA

Karla Adriana De Aquino (UFRJ)

São as narrativas de Lucio Costa de sua viagem a Minas Gerais, assim como de suas viagens à Bahia e a Pernambuco que assumem, em seu discurso, uma função iniciática, de conversão a uma tradição

de construção que correspondesse à realidade brasileira, a única que poderia responder às exigências do clima e dos materiais, bem como às necessidades do povo. Essas narrativas têm como uso a observação do pitoresco da realidade social brasileira, transformado em capital de informação, que, no conjunto de seu discurso confere sentido à sua “conversão modernista”. Outro uso dessas narrativas de viagem é o de comentário ou análise, que partem do quadro de observação de Costa como viajante, qual seja, de um arquiteto, mas tem alcance sociológico.

Sessão 2

HISTÓRIA PASSADA A LIMPO: SÉCULOS DE SUJEIRA NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

Cristiane Maria Benjamim Lopes Faria Guilhon (UCP)

Relatar a evolução dos hábitos de higiene no Ocidente e descrever os principais fatos que marcaram a importância deste tema ao longo do tempo. Hábitos de higiene e limpeza básicos dos dias atuais já

foi considerado pecado, exagero e até mesmo ato mal visto na história nem tão antiga assim do Ocidente. É inegável o retrocesso do Ocidente em relação ao Oriente quando falamos da questão dos hábitos de higiene pois a mesma somente foi inserida na vida cotidiana dos ocidentais a partir do século XIX. Ao analisar hábitos de higiene desde a Idade Média, evidencia-se a evolução dos povos do Ocidente em relação ao povos do Oriente, especialmente nos povos romanos, gregos egípcios e europeus.

Sobre o caso específico do Brasil, a questão da higiene inicia com o choque cultural do encontro do povo indígena associado aos péssimos hábitos de higiene da Comitiva Portuguesa, passando pela evolução do sistema de saneamento e culminando com as medidas sanitárias dos governos.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 34

CEBES E O MOVIMENTO DE REFORMA SANITÁRIA (1976-1986)

Daniela Carvalho Sophia (Museu de Astronomia e Ciências Afins)

O trabalho analisa a trajetória do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes) no período compreendido entre os anos 1976 e 1986. Seus integrantes dedicaram parte do seu tempo a divulgar

propostas para a transformação do quadro sanitário nacional, apresentando cenários para a reformulação da política de saúde. Privilegiam-se, nessa tese, os membros do Cebes que pensaram e atuaram nas questões relativas à formulação da Política de Saúde. Esse estudo atém-se à análise da revista Saúde em Debate, periódico do Centro, devido à relevância que teve na área ao longo dos dez anos de publicação, até a consagração do Sistema Único de Saúde (SUS) na 8° Conferência Nacional de Saúde. A revista foi escolhida como fonte e como objeto de estudo, procurando-se compreender seu papel na articulação entre os pesquisadores e a agenda da Saúde Pública brasileira. Um dos enfoques adotados se relaciona à participação dos pesquisadores e da comunidade acadêmica, em sua atividade de divulgação, por meio desse periódico. A pesquisa detém-se em avaliar como desenvolveram esse aspecto de suas atividades e dar a conhecer o público ao qual se dirigiam. Objetivamos apresentar uma visão mais abrangente da Saúde em Debate: o perfil dos articulistas; os temas mais frequentes; os assuntos priorizados; e os autores que mais publicaram na década em questão. Com isso, pretendemos mostrar a relevância da publicação no processo que se convencionou denominar como Reforma Sanitária. Mostramos que, mais do que um meio de divulgação, Saúde em Debate se constituiu de fato em um ponto de convergência de múltiplos interesses e meio importante para a formação e conformação do Sistema Único de Saúde.

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: CONSIDERAÇõES SOBRE SUA ATUAÇÃO EM MANGUINHOS (RIO DE JANEIRO) ENTRE OS ANOS 1986-1989

Andre Luiz Da Silva Lima (FioCruz)

O presente artigo assumiu por objetivo tecer algumas considerações a partir de um estudo histórico, realizado no âmbito do Programa de Pós Graduação em História das Ciências e da Saúde

(PPGHCS/COC/Fiocruz), sobre a emergência e atuação de agentes comunitários, na área da saúde. O objeto de estudo é construído na localidade de Manguinhos (Rio de Janeiro/RJ), no recorte temporal do ano de 1986 a 1989, quando da implementação de um projeto de saúde comunitária na Unidade de Treinamento Germano Sinval Farias (Fiocruz), fruto da parceria do Unicef com a Flasco. As reflexões aqui postuladas têm por foco o processo de implantação do projeto, considerando: o porquê nas favelas de Manguinhos, as instituições envolvidas, os critérios adotados e a seleção das agentes. Apesar da ocupação de “Agente Comunitário de Saúde”, naquele período (1986-1989), não estar ainda regulamentada, diversos elementos sinalizam o interesse dos gestores do projeto (aqui estudado) em incluir esta modalidade de atuação na prestação de serviços públicos em saúde, em caráter permanente.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 35

EDUCAÇÃO E SAÚDE NAS PUBLICAÇõES FEDERAIS (1927-1968)

Otto Santos de Azevedo (COC)

Este trabalho visa analisar as formulações e a divulgação da educação sanitária no interior do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), órgão criado em 1920, e do Serviço Nacional

de Educação Sanitária (SNES) de 1941. Para tal análise foram utilizadas as publicações Arquivos de Higiene do DNSP e o mensário Saúde do SNES. O levantamento dessas publicações nos permitiu identificar as preocupações que permeavam os órgãos nacionais citados, no que diz respeito, ao controle das doenças no país, não só para o público em geral, como era formulado nos mensários Saúde, como também para o corpo técnico do departamento e para os demais profissionais da área da saúde, naquele momento. Percebemos que a educação sanitária não se constituía como o foco principal dos Arquivos de Higiene, mas que estava incorporada nas preocupações com a saúde pública. Verificou-se assim o papel fundamental das publicações do DNSP, posteriormente DNS, e do SNES - Saúde e Arquivos de Higiene – na divulgação das ideias, tanto no que tange a educação sanitária, quanto aos parâmetros mais gerais de saúde pública.

JOAQUIM JOSÉ DA SILVA MAIA NA IMPRENSA DA INDEPENDÊNCIA - BAHIA, 1821-1823

Christiane Peres Pereira (UFRRJ)

A partir dos anos de 1970, a historiografia buscou aplicar enfoques e questionamentos das ciências humanas e sociais, da ciência política e da história cultural no campo da política, segundo Serge

Berstein. Um conceito que aparece deste entrecruzamento de áreas é o de cultura política. Apesar deste já ter tido seu momento de glória nos anos de 1960 através da ciência política, só nas últimas duas décadas, que despertou a atenção dos historiadores no que tange a aplicação do conceito nos estudos sobre comportamentos políticos. Neste sentido, o que interessa aqui é a cultura política, tal como os historiadores a entendem: a identificação dos elementos que determinam os comportamentos políticos, ou seja, os sistemas de representações coerentes ou não que motivam as ações na esfera política. Os jornais Sentinela Bahiense e o Semanário Cívico e também o seu redator Joaquim José da Silva Maia constituem os objetos de análise deste artigo, que tem por objetivo maior desvendar traços da cultura política da Bahia nos anos que antecedem a Independência do Brasil. O que se pretende é demonstrar como o publicista defende suas ideias e princípios por meio de uma linguagem específica, marcadamente doutrinária e intencional.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 36

Simpósio Temático 5: História MilitarCoordenador:

Prof. Ronaldo Lucas da Silva (Unirio)

Sessão 1

O ESPORTE E AS FORÇAS ARMADAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA: DAS ATIVIDADES GYMNASTICAS ÀS PARTICIPAÇõES EM EVENTOS ESPORTIVOS INTERNACIONAIS (1890-1922)

Karina Barbosa Cancella (UFRJ)

O esporte atualmente é um fenômeno praticado no meio militar em todo o mundo como ferramenta de preparação do corpo, na forma competitiva e para o lazer. A prática do esporte e da atividade

física nas Forças Armadas brasileiras ampliou-se de maneira significativa ao longo de todo o século XX. A presente pesquisa teve como objetivo principal analisar comparativamente o processo de introdução e organização do esporte na Marinha do Brasil e no Exército Brasileiro e suas relações com os processos de reestruturação que cada uma destas instituições empreendia na Primeira República. Utilizando os pressupostos da História Comparada e o método de análise crítica de documentos, este trabalho operou com fontes documentais e de imprensa a fim de identificar as diferentes etapas de introdução das práticas esportivas no cotidiano de Exército e Marinha e suas relações com a atuação das instituições militares na sociedade brasileira entre os anos de 1890 e 1922.

INTELECTUAIS NA TRINCHEIRA: AS RELAÇõES CIVIS-MILITARES NO BRASIL DURANTE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Valterian Braga Mendonça (UFF)

A Primeira Guerra Mundial é um dos marcos significativos da História Contemporânea, determinante de acentuadas mudanças sociais, políticas e econômicas em diversos países, nos vários continentes.

Após quase cem anos de sua eclosão, este fato histórico começa a ser visto como o marco inicial de um novo século, se demarcado não cronologicamente, mas por acontecimentos significativos para a Humanidade.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 37

Este trabalho busca avaliar os efeitos que a Primeira Guerra Mundial causou nas relações entre civis e militares no Brasil, bem como analisar a influência que aqueles tiveram no fortalecimento institucional destes, basicamente por meio dos debates veiculados pela imprensa. Naquela ocasião, decorrido um quarto de século da mudança do regime monárquico para o republicano no Brasil, num contexto de acirramento dos ânimos entre os intelectuais em conseqüência da eclosão da então chamada Guerra da Europa, as discussões protagonizadas na imprensa foram cruciais para a profissionalização e modernização das forças armadas nacionais.

CORREIO AÉREO MILITAR: 1931 - 1941

Karen da Silva Barros (IHGBI)

A proposta do artigo é analisar o Correio Aéreo Militar (1931-1941), a influência da Missão Militar Francesa de Aviação, e sua contribuição para a integração tendo como análise a Rota de Tocantins,

assim como a aproximação entre Góes Monteiro e governo Vargas, analisando as “Finalidades das linhas aéreas militares no Brasil”. Assim, classifica-se este na História Política, relacionando Correio Aéreo Militar, enquanto instituição militar, e governo Vargas com foco em sua política de aproximação junto as Forças Armadas.

A DIALÉTICA DE DOUTRINAS FRANCESA E NORTE-AMERICANA NA FORÇA ExPEDICIONÁRIA BRASILEIRA: O CASO DO 9º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE

Daniel Albino da Silva (Unirio/IGHMB)

Esta apresentação tem por objetivo expor os resultados inicias de pesquisa da tese de mestrado intitulada “A dialética de doutrinas francesa e norte-americana na Força Expedicionária Brasileira: o caso do 9º

Batalhão de Engenharia de Combate”, em processo de elaboração no âmbito do Programa de Mestrado em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A pesquisa tem por objetivo estudar o processo de mudança doutrinária a que foi submetido o Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Até então, o Exército Brasileiro se organizava pelos padrões franceses; porém, a decisão de enviar uma Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Europa implicou em adaptação ao modelo doutrinário norte-americano. A proposta deste trabalho é, através do estudo de caso de uma das unidades da FEB, o 9º Batalhão de Engenharia de Combate, comparar as duas doutrinas e confirmar quais reais mudanças, se houve alguma, essa “dialéticas de doutrinas” causou no Exército Brasileiro, e qual o real grau de dificuldade que gerou para a atuação da FEB.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 38

Sessão 2

COMPANHIAS E ESCOLAS DE APRENDIZES MARINHEIROS NO BRASIL IMPERIAL: FORMANDO CORPOS E ALMAS: ASPECTOS INICIAIS DE UMA PESQUISA

Jorge Antonio Dias (CPDOC/FGV)

A presente proposta de trabalho, em sua fase inicial, tem a preocupação de discutir a formação de jovens aprendizes marinheiros, em instituições criadas no Brasil Imperial - companhias e escolas

de aprendizes marinheiros - no período delimitado de 1840-1889. Dentro desse escopo, a formação disciplinar, hierarquia e expectativas dos próprios marinheiros e oficiais em relação a formação profissional.

A GUERRA DO PARAGUAI E A PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DOS ExÉRCITOS DA ARGENTINA E DO BRASIL ATRAVÉS DA HIGIENE MILITAR

Rachel Motta Cardoso (PPGHCS/COC/FIOCRUZ)

O presente trabalho constitui parte da pesquisa que desenvolvi voltada para a temática de minha tese, que aborda a influência da medicina e higiene militar alemã e francesa nos serviços de saúde

dos exércitos da Argentina e do Brasil.

A participação do Serviço de Saúde do Exército brasileiro e o “Cuerpo de Sanidad” do Exército argentino demonstrariam as principais deficiências de ambos os corpos e seria um dos motivos que levaria à formação de comissões de compras/estudos no estrangeiro - no caso a Europa - pelos dois países.

ATUAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL NA BATALHA DO ATLâNTICO

Andre Luiz Melo Tinoco Nogueira (UGF)

O objetivo é abordar a participação da Marinha do Brasil, suas condições e ações que se desenvolveram no contexto da 2° Guerra Mundial, no que diz respeito à ações realizadas pelo Brasil na Batalha

do Atlântico, a mais longa e importante batalha naval no Atlântico Sul. Apresentando por meio de analise dos relatórios de operações navais organizados pelo Estado Maior da Armada, a organização

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da nossa Marinha, vemos seus meios navais no período antes e após a declaração de entrada na guerra. Abordaremos também as principais missões operativas desenvolvidas no período de participação do Brasil no conflito naval, como as missões de comboios e o patrulhamento das vias de logística marítima.

O 31º. CORPO DE VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA NA GUERRA DO PARAGUAI

Roberto Cesar Medeiros Ferreira (UGF)

De um modo geral, a imagem dos Corpos de Voluntários da Pátria, nos traz a mente a ideia de escravos negros enviados para frente de batalha por seus senhores; escravos libertos e brancos

pobres, que viam nas promessas do governo aos que se alistassem, uma perspectiva de um futuro melhor. Este quadro, porém, mostra-se incompleto. Os Corpos de Voluntários da Pátria, também tiveram um componente nos seus efetivos, que permanece desconhecido para grande parte das pessoas, inclusive para membros da Comunidade Acadêmica: Os Corpos de Voluntários da Pátria formados exclusivamente pelas Polícias Militares Estaduais. Embora não tivessem este nome – que só seria padronizado no século XX, estas instituições formaram Corpos de Voluntários da Pátria (Batalhões) com seus efetivos – normalmente com a Infantaria – e lutaram nos campos de Batalha daquela contenda. Alguns destes Corpos de Voluntários da Pátria foram dizimados. Outros, como o 31° CVP, formado por Policiais Militares da Corte, participaram da Guerra até seu término. É sobre a história deste Corpo de Voluntários da Pátria – o 31° – que este artigo se baseia.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 40

Simpósio Temático 6:História Antiga e Medieval

Coordenadores:Prof. Dr. Celso Thompson (UERJ – CP II – UGF) e

Prof. Ms. Davi Duarte da Cunha (FEUDUC)

A MORTE DOS NÃO BATIZADOS N’ A DIVINA COMÉDIA

Bruno Brandao Silva (Faculdade Saberes)

O presente trabalho tem como objetivo refletir a respeito da relação entre o conceito teológico do Limbo com a morte da criança não batizada, através da obra A Divina Comédia de Dante Alighieri

(1265-1321). Desde o século V pairava a incerteza do destino das crianças não batizadas. Agostinho de Hipona (354-430) remete uma carta para São Jerônimo (347-420) declarando: “chegando à questão das penas de crianças, fico – acredita-me, profundamente angustiado e não sei absolutamente o que responder”. No ano 1100, Anselmo da Cantuária (c. 1033-1109), com incerteza, não acreditava na salvação de crianças não batizadas, admitindo aceitar provas em contrário. Por outro lado, o Limbo infantil surgiu entre os séculos XI e XII, e não era considerado um dogma, mas sim uma hipótese. Havia divergências quanto ao destino das crianças que morressem sem o batismo, para alguns teólogos. Assim, Deus daria a oportunidade de escolha entre o bem ou mal que determinará a vida eterna no Céu ou no Inferno. Contudo, para a doutrina tradicional, a criança viveria eternamente no Limbo, livre das penas pessoais. Entretanto, não gozavam da comunhão com Deus. Em A Divina Comédia, Canto IV, Dante retrata a importância do batismo em vida “[...] Acham-se aqui; faltou-lhes o batismo. Portal da fé, em que és ditoso crendo”. Portanto, as crianças não batizadas, os que viveram antes do Cristo encarnado e os sábios da Antiguidade encontram-se no Limbo, que não se situa no Inferno, está suspenso entre o Céu e o mundo dos mortos.

REGISTROS INQUISITORIAIS EM MONTAILLOU (SÉCULO xIV)

Osvaldo Mello de Menezes (Faculdade Saberes)

No século XIV, entre os anos 1318 e 1325, na aldeia de Montaillou o futuro papa de Avinhão, naquele momento bispo de Pamiers e inquisidor local, Jacques Fournier, com a missão de erradicar

a heresia cátara que grassava na França meridional, devassa a vida pública e íntima de 114 moradores daquela localidade , dando lugar à 573 interrogatórios, todos devidamente anotados, em seu mínimos detalhes, que viriam a formar vários registros inquisitoriais, mantidos em manuscritos na Biblioteca do Vaticano e, posteriormente, organizados e publicados em três grosso volumes no ano de 1965. Fournier

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prima por um zelo extremo ao expor o dia a dia de nobres, notários e até mesmo de sacerdotes, Contudo, o grosso daqueles que estiveram em sua presença, sendo inquiridos e, em muitos casos, condenados à morte, era na sua quase totalidade a camada mais humilde da população. Estudar esses registros nos permite adentrar a vida corriqueira de uma aldeia do medievo, além de enfatizar a bipolaridade de que nos fala Norbert Elias em os “Estabelecidos e os Outsiders”.

OS LIVROS DE HORAS DA REAL BIBLIOTECA PORTUGUESA

Maria Izabel Escano Duarte de Souza (PPGHIS/UFRJ)

Esta comunicação se propõe a apresentar os Livros de Horas que fazem parte do acervo de manuscritos da Biblioteca Nacional, oriundos da Real Biblioteca Portuguesa. Como fruto inicial de uma pesquisa

de mestrado, aqui serão discutidas, superficialmente, a origem, os usos, funções, e a iconografia dos Livros de Horas. Principalmente, será discutido seu papel como objeto de devoção particular e artístico.

Entende-se que compreender este papel ajudará a elucidar algumas das práticas de devoção do laicado na Baixa Idade Média, que se emancipa em relação à dominação do clero no que diz respeito à criação, uso e interpretação de livros religiosos. Significa, também, contribuir para a expansão do conhecimento histórico e artístico do mesmo período.

REPRESENTAÇõES MEDIEVAIS FEMININAS

Anna Beatriz Esser dos Santos (UFRJ)

Esta comunicação versa sobre as condutas esperadas das mulheres, verificando tanto o comportamento que era idealizado, quanto o que era condenado e as formas como as mulheres medievais eram

representadas. Quando nos referimos a essas caracterizações de mulheres, entendemos a importância de analisarmos as construções de identidade e, consequentemente, a idealização de todo um conjunto de expectativas e funções de cada papel social.

O processo de categorização inscrito no processo social de construção das identidades constitui-se pela diferenciação entre os grupos a que se pertença, mas também pela integração, sendo estes processos, de diferenciação ou integração, simultâneos, manifestados por práticas de aproximação e distanciamento relativo às situações sociais.

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Simpósio Temático 7: História ModernaCoordenadores:

Prof. Ms. Fernando Gralha (FIS) eProf. Carolina Silva (Unirio)

Sessão 1

PENSAMENTO ILUSTRADO E EDUCAÇÃO NAS GRAVURAS MORALIZANTES DE WILLIAM HOGARTH NA INGLATERRA DO SÉCULO xVIII

Laila Luna Liano de León (UFF)

A presente comunicação tem como objeto de pesquisa as gravuras moralizantes do pintor e gravador inglês William Hogarth, produzidas no período de 1720 a 1764. A sátira social de Hogarth

exprimiu e influenciou de diferentes formas, o desenvolvimento de uma moralidade especifica de uma sociedade dinâmica e comercial. Um dos aspectos dessa moralidade foi o desenvolvimento de um intuito pedagógico, de entreter e ensinar através de séries narrativas. Partindo do principio que o artista não produz isolado do seu meio social, ao mesmo tempo em que não é condicionado por este ou seu reflexo, buscaremos mostrar o diálogo entre o desenvolvimento de um pensamento ilustrado na Inglaterra, do projeto de instrução através de instituições não formais como a imprensa, e a pedagogia do entretenimento com o moderno objeto moral formulado por Hogarth em meados do século XVIII.

“E QUE SE DIVIDA A TERRA NÃO SOMENTE PELOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS, MAS, PELOS ASPECTOS ExTERIORES DOS CORPOS E, PRINCIPALMENTE DAS FACES, DOS DIVERSOS POVOS DO MUNDO”

Bruno Silva (UFF)

O presente texto visa colocar o leitor em contato com a obra de François Bernier, um médico e físico francês que, após longas viagens (Ásia, África e Europa), escreveu um artigo para o Journal des

Sçavans, em 1684, propondo a divisão da terra não pelas características geográficas, mas pelos caracteres físicos dos povos que compunham as distintas paragens do mundo. Portanto, abordamos a ideia de divisão racial da terra e o corpo humano e suas feições como fator de diferenciação dos povos; tendo

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como pano de fundo, a discussão sobre a ideia de Raça na Europa Moderna e os desdobramentos da utilização das fisionomias humanas como elemento nas teorias de classificação da humanidade.

AS COMeDIAs De lA prIVANzA E A PROBlEMáTICA DO vAlIMENTO NO TEATRO IBÉRICO DO SÉCULO xVII: UM ESTUDO SOBRE LOPE DE VEGA E FRANCISCO DE QUEVEDO

Karenina do Nascimento Rodrigues (UFRRJ)

O valido foi alvo de um debate político polêmico no âmbito da cultura política do Antigo Regime. Dentre os autores a tratar da questão estão os dramaturgos, que colocaram essa personagem no

centro de suas discussões. Neste trabalho se pretende mostrar como a figura dramática do valido foi imaginada e representada dentro do gênero de dramaturgia conhecido como Comedia de la Privanza, que alcançou grande fortuna durante o século XVII e que se estruturou a partir da narrativa sobre a ascensão e a queda – la prospera y la adversa fortuna – da personagem do valido. Para tanto, destaca-se dois autores: Lope de Vega e Francisco de Quevedo, importantes expoentes do Século de Ouro espanhol.

FILOSOFISMO E CRÍTICA RELIGIOSA EM PORTUGAL AO FINAL DO SÉCULO xVIII

Rossana Agostinho Nunes (UERJ)

Sob o véu do segredo, práticas tradicionais da Igreja Católica e alguns de seus ministros foram alvos de críticas em Portugal ao final do século XVIII. Banquetes de carne em dias proibidos e

negação dos milagres foram algumas de suas expressões. Às práticas somavam-se escritos polêmicos anônimos que questionavam o pensamento religioso tradicional, o poder exercido pela Igreja Católica e o comportamento de muitos religiosos.

Os estudos historiográficos sobre o tema dividem-se entre duas posturas principais: em geral, ou pontua-se a existência de uma crítica religiosa de fundo ilustrado, ou analisa-se o Reformismo Ilustrado e as limitações de um Iluminismo Católico. Sempre, ou quase sempre, dimensões excludentes. Este trabalho pretende discutir o impacto teórico dessas posturas para a compreensão do fenômeno da crítica religiosa considerada libertina e, ao mesmo tempo, propor caminhos de análise e interpretação.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 44

A IMAGEM DA AMBIÇÃO E DA SOBERBA: O DISCURSO SOBRE A PRIVANÇA EM PORTUGAL NO SÉCULO xVII

Ligia Castellano Pereira (UFRRJ-Capes)

Há um consenso na historiografia que o favoritismo régio é um fenômeno que se enquadra na passagem de uma visão política baseada no paradigma multissecular aristotélico-tomista e um

novo entendimento do “fazer política” baseada no discurso de razão de Estado. Todavia, a política portuguesa seiscentista mantinha suas bases na chamada Segunda Escolástica e no seu discurso de “verdadeira razão de Estado” que tinha como intuito contestar a visão maquiavélica e herética de racionalização política e manter a religião e a moral ainda como elementos inseparáveis da política. Talvez por esse motivo, os privados eram associados a uma política diabólica e ambiciosa, pautada no maquiavelismo e numa má razão de Estado.

Pretendemos com a presente comunicação dar ênfase ao discurso negativo com relação ao favoritismo, contudo, o processo político e os discursos produzidos a respeito dessas figuras é muito mais complexo que uma visão dual. O privado era apontado como amigo ou inimigo dependendo da posição política de quem fala, de qual é o seu lado no jogo político, suas intenções ao falar e o ponto de vista que deseja defender.

Sessão 2

O TRIBUNAL DO SANTO OFÍCIO PORTUGUÊS: UMA ANÁLISE SOBRE SUA AÇÃO E MÉTODOS

Roberta Cristina da Silva Cruz (UFRJ)

O Tribunal do Santo Ofício em Portugal foi criado em 1536 para averiguar e punir os crimes praticados contra a fé católica. Os agentes inquisitoriais agiram na reorganização da vida religiosa,

assim como na “inspeção da fé” em Portugal. Na América portuguesa, apesar da inexistência de um Tribunal Inquisitorial, podemos observar os mesmos objetivos que no reino, através de visitações e de uma rede de agentes estabelecida por diferentes regiões da colônia. A presente comunicação pretende analisar as ações e os métodos do Santo Ofício após o Concílio de Trento (1545 – 1563) para lidar com os diferentes desvios que estavam sob sua alçada.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 45

A PRÁTICA DO BEM-MORRER NA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO DE ITAIPU NO SÉCULO xVIII

Anne Elise Reis da Paixão (UFRJ)

Este trabalho visa tratar da relação temerosa que os cristãos possuíam com sua morte e, conseqüentemente, com sua salvação. Desde o século V, a noção de purgatório vinha sendo

construída e já nos séculos XII e XIII passa a constituir o corpo doutrinário da Igreja Latina. Esta, até então, apresentava dois caminhos ao homem, a saber, um onde o cristão obediente aos preceitos da fé encontrava o paraíso e o outro, o inferno, destinado aos transgressores. Tranquilizante e também amedrontadora, a idéia de purgatório, que implicou em uma maior atenção a alma dos mortos, perpassa os tempos e o imaginário social chegando até a dita Idade Moderna. Baseado em registros de óbitos e testamentos da freguesia de São Sebastião de Itaipu do século XVIII, o trabalho se propõe a demonstrar esses cuidados e práticas correntes a essas almas – e também aos moribundos - como, por exemplo, a execução de missas e escolhas de sepulturas. Dado o fato de ser uma sociedade pautada por valores cristãos, pretende-se trabalhar essas práticas não apenas como ações cristãs, mas ações que estão circunscritas numa tradição, sendo assim, tidas como naturais.

AS RELAÇõES SOCIAIS E OS JOGOS POLÍTICOS DE UM PROVEDOR DA FAZENDA COLONIAL

Ana Carolina da Silva (UNIRIO)

O presente trabalho enfoca o estudo da provedoria de fazenda do Rio de Janeiro e o exercício de ofícios da Capitania na primeira década do século XVIII, uma vez que nesse período a Capitania

vai aos poucos se firmando como um importante pólo comercial e político. Nesse contexto, os detentores do exercício dos ofícios buscavam sua inserção nas redes sociais, e a monografia se direciona para a investigação dessas relações no exercício da Administração da Provedoria de Fazenda na Capitania do Rio de Janeiro. Objetiva-se a análise do cargo de provedor da fazenda real, uma vez que a análise deste contexto nos leva a concluir a relativa distância entre a teoria e a prática. As normas que orientavam o funcionamento da Provedoria de Fazenda demonstram grande preocupação com o rigor das ações de seus oficiais e, ao mesmo tempo mantinham uma postura tolerante com a eficácia da instituição. A grande preocupação da Coroa se concentrava nas formalidades de arrecadação das rendas, ou seja, na garantia de seus lucros. Mas o caminho a ser percorrido para que seu objetivo fosse alcançado não geraram na metrópole maiores cuidados. A percepção desta situação baseia-se na análise do Regimento dos Provedores onde exigia que fosse informado de todos os trâmites realizados pelos oficiais da Fazenda e os nomes de todos aqueles funcionários envolvidos.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 46

A ESPÚRIA DESCENDÊNCIA DOS ARIAS MALDONADO: OS MECANISMOS DE FORMAÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL DAS ELITES SENHORIAIS DAS FREGUESIAS DE SÃO GONÇALO, CANDELÁRIA E JACAREPAGUÁ (SÉCULOS xVII – xVIII)

Júlia Ribeiro Aguiar (UFRJ)

Este trabalho tem por objetivo precípuo analisar a formação e reprodução das elites senhoriais da cidade do Rio de Janeiro no período entre os séculos XVII e XVIII, na freguesia de São

Gonçalo do Amarante, Candelária e Jacarepaguá através de registros paroquiais matrimoniais, batismais e testamentos. Pretende-se selecionar e apresentar algumas destas fontes relacionando-as com os mecanismos e estratégias político-econômicas de reprodução e manutenção destas elites. Tais mecanismos, por sua vez, passavam pelo estabelecimento de alianças e relações parentais também com grupos tidos como socialmente inferiores. Esta pesquisa visa contribuir, portanto, por meio de um estudo de caso, com a historiografia recente a qual defende a ideia de uma flexibilidade das hierarquias sociais que permitia a mobilidade social de escravos através da miscigenação e outras formas de relações sociais estabelecidas entre senhores de engenho e seus cativos.

A IMPRENSA PRESBITERIANA NO SEGUNDO REINADO: DISCURSOS A RESPEITO DE RELIGIÃO E POLÍTICA

Pedro Henrique Cavalcante de Medeiros (UFRRJ)

O presente artigo constitui-se de um breve resumo do que temos produzido em nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em História da UFRRJ. Nosso foco central é analisar o discurso

presbiteriano com relação à situação político-religiosa do oitocentos, para tanto, analisamos o periódico religioso fundado pelos missionários presbiterianos estabelecidos no Império brasileiro, na década de 1860, a Imprensa Evangelica. Nossa intenção é destacar e procurar compreender como esses missionários norte-americanos percebiam a conjuntura político-religiosa brasileira do oitocentos. Como referencial teórico, baseamo-nos, embora não nos limitemos a ele, em Pierre Bourdieu e sua conceituação a respeito do Campo Religioso. E como referencial metodológico, partimos das propostas de John Pocock.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 47

Simpósio Temático 8:História do Tempo Presente

Coordenadores:Prof. Dra. Cláudia Affonso (CPII) e

Prof. Arnaldo Lucas Pires Jr. (UFRJ)

DEFENSORES DA (IN) JUSTIÇA: A TRAJETÓRIA DOS AFRO-DESCENDENTES E HOMOAFETIVOS NAS REVISTAS EM QUADRINHOS

Gustavo Montalvão Freixo (UGF)

As historias em quadrinho funcionam como um “espelho” da realidade. Assim é possível observar em suas páginas a discussão social específica daquele momento histórico, permitindo aos historiadores

re-conhecerem os fatos e a forma como eles foram discutidos no seio da sociedade. É nesse contexto que observamos as estratégias utilizadas pelos nichos desprivilegiados para lutarem por seus anseios sociais. Neste trabalho salientamos que essa luta não se restringe a um momento social apenas, nem está restrito apenas a um grupo, e ainda que as publicações retratem o momento da história estadunidense é viável buscar paralelos no mundo e também em nosso país. Existe, portanto, uma semelhança nos quadrinhos publicados entre as décadas de 1960 e 1970 que criavam personagens afro-descendentes engajados em uma discussão na esfera política e nas revistas lançadas nos últimos dois anos representando personagens homoafetivos e suas interações com a sociedade.

MIGRAÇõES CONTEMPORâNEAS E A COBERTURA MIDIÁTICA DE “EL PAÍS”

Washington Luis de Assis Pinheiro (UERJ)

Em nossa comunicação, intitulada: “Migração Migrações Contemporâneas e a cobertura midiática de “El País”, observamos o fenômeno dos movimentos migratórios nas últimas décadas, com

especial atenção para a atual etapa caracterizada pela Globalização, que possui características distintas,

como o aumento da circulação de capital e de pessoas.

Parte do debate sobre as Migrações Contemporâneas seria o papel a ser cumprido pelo Estado no

sentido de conferir direitos de cidadania aos indivíduos que se deslocam.

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A produção midiática tem acompanhando as diversas formas pelas quais que esses deslocamentos acontecem. Através das reportagens veiculadas por El País percebemos a ausência da voz daqueles que vivenciam diretamente a experiência do deslocamento.

ALBERT SPERR E SUAS MEMÓRIAS: ASPECTOS DE UMA MODERNIDADE ALTERNATIVA NO TERCEIRO REICH

Carlos Francisco Fonseca de Azevedo Sá (UFRRJ)

Observamos as obras de memória produzidas por Albert Speer, arquiteto favorito de Hitler e posteriormente ministro dos armamentos do Reich, nomeadamente sua autobiografia e seu diário,

visando observar elementos ligados à modernidade vivida naquele período. Sua atuação tanto como arquiteto, quanto ministro nos permitiram-lhe contato com dois setores chaves dentro do nazismo, ou seja, o artístico e o militar. Speer, ao dar forma e sentido a sua trajetória, nos permite que observemos como ele representou a questão da modernidade e especialmente se ele a entendia dentro das propostas politicas e econômicas do terceiro Reich como uma modernidade construída em alternativa aquela encontrada nos países capitalistas ocidentais, como Estados Unidos e França.

AMBIGUIDADES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SÉCULO xx: O CURSO NORMAL SUPERIOR DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO - ENTRE O NORMAL MÉDIO E A PEDAGOGIA

Maria Carolina Granato da Silva (ISERJ) eLuciana de Barros Mendes (ISERJ)

A formação de professores para Educação Infantil e anos iniciais é ambígua pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. Prevê “nível superior, em curso de licenciatura de graduação

plena, em universidades e Institutos Superiores de Educação”, em Cursos Normais Superiores (CNSs), e mantém o Médio, reiterado pelas Diretrizes para Pedagogia de 2006. Qual o fundamento de tal política ambígua do Estado do Rio de Janeiro, inclusive na capital onde continuam os Normais Médios da Secretaria de Educação, de um lado, de outro, a Fundação de Apoio às Escolas Técnicas (FAETEC), da Secretaria de Ciência e Tecnologia, a partir de 1999, CNSs e de 2009, Pedagogia. Através de documentos e depoimentos, esta comunicação discute singularidades do CNS do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), entre a experiência do Normal Médio e da Pedagogia, pioneiro na modalidade no superior entre as instituições públicas, o CNS-ISERJ oferecia habilitações para Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental com ênfases em Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos. Na História Imediata, a impossibilidade de qualquer teleologia impõe a contemporaneidade à construção do conhecimento.

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CONSCIÊNCIA HISTÓRICA E DITADURA CIVIL-MILITAR: UMA HISTÓRIA EM DISPUTA

Thiago Bomfim Casemiro (SEMEC Iguaba Grande)

As memórias da Ditadura Civil-Militar no Brasil estão sendo transmitidas por diversos atores e por diferentes meios, sejam eles livros (acadêmicos ou não), artigos, matérias de jornais, oralidade,

charges, entre outros. Recentemente, nos meses finais do ano de 2012, uma notícia surpreendeu a muitos: uma jovem de 23 anos se articulava para (re)fundar a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). A partir de tal notícia, começamos a refletir e nos questionar sobre como esta jovem se apropriou da história recente do Brasil para fundamentar sua ação. Entendemos que o passado é constantemente ressignificado de acordo com os contextos, sendo assim, procuramos analisar o fato da (re)fundação da ARENA sob a chave interpretativa de consciência histórica, tal como propõe o historiador alemão Jörn Rüsen. Acreditamos que a partir do conceito proposto por Rüsen, podemos interpretar o referido fato. Para isso analisaremos o estatuto e o programa (já divulgados) do partido a ser (re)fundado.

SAMBA NO ESTADO NOVO

Natália Cabral dos Santos (UERJ)

Este trabalho pretende contribuir para a construção da História da Música brasileira através da análise das letras de músicas compostas ou (re)gravadas por músicos da cidade do Rio de Janeiro durante o

governo ditatorial de Getúlio Vargas, o Estado Novo, que compreende os anos de 1937 e 1945. Buscou-se perceber a relação entre História e música, considerando seus preceitos teórico-metodológicos, assim como, a relação existente entre as músicas selecionadas e as políticas e orientações transmitidas pelo regime em questão, que se apoiava em uma política trabalhista e de valorização da nação e do homem brasileiro na tentativa da construção de uma cultura política brasileira.

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Simpósio Temático 9:História do Brasil Colônia

Coordenador:Prof. Dr. Marcos Sanches (UGF – Unirio)

Sessão 1

O ESTADO PORTUGUÊS NA MODERNIDADE: TENSõES E RELAÇõES DE PODER ENTRE A METRÓPOLE PORTUGUESA E A COLÔNIA BRASILEIRA

Thaís Silva Félix Dias (UGF)

O presente artigo é um desdobramento de minha pesquisa financiada pelo Programa de Iniciação Científica da Universidade Gama Filho (PIBIC/UGF), que esteve em vigência entre agosto de

2012 a julho de 2013, sendo orientada pelo professor Marcos Guimarães Sanches. O artigo também se apresenta como um ensaio de meu Trabalho de Conclusão de Curso para Bacharelado, a ser defendido em dezembro do presente ano.

Nosso objetivo é analisar as relações de poder entre a metrópole portuguesa e sua colônia brasileira, na segunda metade do século XVI, representadas na relação entre o Governo-Geral, sob a jurisdição de Tomé de Souza, e a Capitania de Pernambuco, administrada por Duarte Coelho, buscando perceber como as matrizes políticas e sociais do reino português, no início da era moderna, foram apresentadas, adaptadas e desenvolvidas no processo de colonização brasileira.

REFLExõES NO FAZER HISTORIOGRÁFICO: O JURÍDICO E O AGRÁRIO NO PERÍODO COLONIAL

João Victor Diniz Coutinho Pollig (UFF)

No universo cada vez mais amplo da pesquisa histórica do Brasil Colônia, onde surgem a todo o momento incontáveis trabalhos sobre os mais variados temas, destaca-se o ressurgimento de duas

abordagens nos últimos anos: a história jurídica, com ênfase nas reflexões teóricas e de aplicabilidade do direito colonial; e a história agrária, com a incorporação de novos objetos e metodologias. Este ensaio visa apresentar experiências próprias de pesquisa nessas duas esferas do campo histórico e discutir, na tentativa de repensar, o fazer historiográfico. Neste sentido, serão apresentados assuntos referentes ao

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pluralismo jurídico e a composição do direito colonial, a necessidade do estabelecimento de conceitos históricos de forma nítida, a Lei da Boa Razão e a propriedade da terra em contextos de estratégias de interesse e jogos de poder.

OS LIBERTOS NO RIO DE JANEIRO SETECENTISTA: NOTAS DE PESQUISA E METODOLOGIA

Ingrid Ferreira de Souza (Uniro)

O presente trabalho visa apresentar os resultados parciais da pesquisa de mestrado que ora desenvolvo. A intenção é fazer uma história social dos forros da cidade do Rio de Janeiro no século XVIII,

especificamente os da freguesia do Santíssimo Sacramento, ambiente urbano em construção, marcado pelo impacto do tráfico de escravos que foi se intensificando ao longo do Setecentos. A partir da análise de fontes como assentos de óbito, testamentos e banhos matrimoniais, propõe-se analisar os modos como essa população buscava se inserir naquela sociedade e suas estratégias de inserção e ascensão social: as alianças verticais e horizontais construídas, suas religiosidades, ocupações, propriedades; enfim, práticas que permitam entrever estas pessoas em seu universo relacional cotidiano.

DE ÍNDIOS A GUERREIROS REAIS: A TRAJETÓRIA DA ALDEIA DE SÃO PEDRO DE CABO FRIO - SÉCULOS xVII-xIx

Silene Orlando Ribeiro (SEEDUC/RJ)

Este trabalho propõe uma análise histórica do processo de formação da Aldeia de São Pedro de Cabo Frio, visando reconstruir os significados daquele aldeamento no contexto colonial partindo

do pressuposto de que a função defensiva foi o elemento preponderante da relação estabelecida entre os índios aldeados, a sociedade envolvente e a Coroa portuguesa entre os séculos XVII e XIX. Articulando estas questões, a pesquisa objetiva mostrar as tensões e as conexões originadas entre os vários agentes coloniais e a população aldeada. O que se pretende é mapear o lugar do Aldeamento de São Pedro de Cabo Frio no litoral da América portuguesa e os sentidos políticos, culturais, econômicos e geográficos dessa presença e sua repercussão entre os vários grupos humanos constituintes da sociedade colonial.

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Sessão 2

INQUISIÇÃO PORTUGUESA E SOCIEDADE COLONIAL – PRIMEIRA METADE SÉCULO xVIII

Jessica Gabrielle de Souza (UGF)

A presente comunicação visa abordar a ação do Tribunal da Inquisição Lisboeta, responsável pelas regiões de domínio do ultramar lusitano, mais especificamente no que concerne ao perfil e

mapeamento social dos réus da primeira metade do século XVIII, período de maior percentual de brasileiros presos. Dado ao expressivo número de senhores de engenho presos neste período por crimes de judaísmo, somos obrigados a considerar as razões da intensidade dessas perseguições justamente contra um segmento considerado tão influente e do porquê de uma Instituição que embora antissemita, mas voltada (também) à supressão dos desvios morais e faltas teológicas passar a perseguir as “práticas judaizantes” quase que exclusivamente; tendo em vista o contexto de consolidação do Estado absolutista antes da ascensão Pombalina.

O CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA AJUDA DO RIO DE JANEIRO: APROPRIAÇÃO DO ESTATUTO, RESISTÊNCIA E DESVIO DE CONDUTA DAS RELIGIOSAS CONCEPCIONISTAS

Amanda Dias de Oliveira (UFRJ)

Este resumo tem por finalidade trazer os principais aspectos do projeto de mestrado. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é investigar o cotidiano das freiras concepcionistas do Convento da Ajuda,

fundado no Rio de Janeiro, no ano de 1750. Este estudo será remetido ao exame da regra da instituição e à forma como foi apropriada pelas religiosas, tendo em alguns momentos práticas de transgressões. Uma etapa fundamental será a avaliação da condição das mulheres que tinham o objetivo de levar uma vida professa, avaliando assim as suas diferentes práticas dentro do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda. Não obstante, o estudo desta instituição religiosa proporcionará a elaboração e a identificação da relação existente dentro da comunidade conventual. A segunda etapa investigativa está relacionada ao entendimento da construção do Convento e a forma como a instituição foi efetivada na América Portuguesa. Para isso, será propício estudar o processo de pedido de construção de conventos, a forma como estes processos foram avaliados pela Coroa Portuguesa e se foram aceitos ou não. No decorrer da pesquisa, será apresentada a dificuldade encontrada por parte dos colonos para a efetivação das casas religiosas legalmente reconhecidas.

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OS JESUÍTAS NA CAPITANIA DO RIO DE JANEIRO: A PRESENÇA DA MÃO ESCRAVA NAS UNIDADES PRODUTORAS

Ronaldo Teixeira do Couto (UNIVERSO)

Essa comunicação pretende discutir as controvérsias que existiram nos primeiros anos depois da fundação da Ordem sobre o emprego de mão de obra escrava africana e a conquista de parte das

riquezas da Companhia de Jesus no século XVIII, fazendo uma passagem pelos séculos XVI e XVII. De forma mais pontual, foram analisadas algumas dessas relações nos colégios jesuítas da América portuguesa, especificamente os colégios do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco e Bahia.

SANT’ANA PATRONA: CATOLICISMO, POLÍTICA E GÊNERO NO RIO SETECENTISTA

Vinicius Miranda Cardoso (UFRJ)

Este trabalho constitui uma primeira e breve reflexão sobre os significados da eleição de Sant’Ana como padroeira da cidade e diocese do Rio de Janeiro, entre cerca de 1757 e 1760. Com base em

documentos do Arquivo da Cúria do Rio de Janeiro, levantam-se alguns questionamentos e hipóteses sobre aspectos devocionais e institucionais presentes na oficialização do culto à santa pelo clero diocesano e pelo papado, particularmente no que diz respeito aos nexos entre culto aos santos, políticas eclesiásticas e relações de poder e gênero no Ocidente moderno, com foco no Rio de Janeiro de meados do Setecentos.

A CONQUISTA DA ALMA GENTÍLICA: A ALTERIDADE RELIGIOSA ENTRE JESUÍTAS E TUPINAMBÁS, E SEU REFLExO NO TEATRO DO SÉCULO xVI

Victor Betzel Frota de Souza Cruz (UGF)

Este pequeno artigo foi concebido a partir do projeto de pesquisa realizado como pré-requisito para a elaboração da Monografia em História. Aqui nos propomos em estudar a Alteridade religiosa

entre os padres jesuítas e os nativos da América Portuguesa, através de diversas cartas dos padres que aqui estiveram, e das crônicas que a nós chegaram. São de suma importância também os mitos e rituais cerimoniais dos ameríndios, ressignificados e até “ridicularizados” no teatro, no contexto da catequese a partir da chegada dos primeiros membros da Companhia de Jesus em 1549 até o final dos quinhentos. Analisando as expressões religiosas e rituais sagrados de ambos os grupos como ponto

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de desdobramento das relações de alteridade. E observando por meio dos sermões e das encenações teatrais, elaboradas pelos pares e as reações dos nativos, e suas inconstâncias, como se dava a construção da dialética da conversão.

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Simpósio Temático 10:História do Brasil Império

Coordenadores:Prof. Dr. Wilmar Vianna (UGF) e

Prof. Leonardo Moreira Casquilho (UGF)

Sessão 1

NAS TERRAS DA VELHA IGUAÇU: SENHORES, LAVRADORES E ESCRAVOS NAS DISPUTAS PELO USUFRUTO DA TERRA IGUAÇU (SEGUNDA METADE DO OITOCENTOS)

Rubens da Mota Machado (UFRJ)

O presente artigo tem como temática as diferentes categorias sociais presentes no universo de agricultores da Vila de Iguaçu na segunda metade do Oitocentos. A pesquisa teve como ênfase as

estratégias sociais desenvolvidas pelos segmentos não-proprietários de terras na aquisição do usufruto da terra, suas redes de parentesco e auxílio na comunidade vizinha, bem como, as articulações sociais para sua manutenção na condição de apropriador prático do solo na região da Vila de Iguaçu na segunda metade do século XIX. Este artigo é um resumo dos resultados da pesquisa de mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.

INTERESSES ESCRAVISTAS NA COLÔNIA SUÍÇA DA VILA DE NOVA FRIBURGO, 1820-1850

Rodrigo Marins Marretto (UFF)

Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre a colonização suíça na Vila de Nova Friburgo entre os anos de 1820 e 1850. Tal migração, cuja iniciativa partiu dos representantes helvéticos, e

foi ajustada pelo governo de D. João VI em favor dos senhores de terras e escravos do sudeste, introduziu nos “sertões do Macacu” em torno de 1600 colonos europeus em uma região de expansão da fronteira do café e da escravidão. A vila de Nova Friburgo, assim, seria um entreposto que ligava o polo cafeeiro de Cantagalo à descida da serra e, por consequência, ao porto do rio de Janeiro. Contrariando a tese de que os colonos formaram uma ilha cercada pela escravidão e que a aquisição de escravos seria contraditória

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ao sentido desta colonização, apresento pequenas trajetórias de vida de determinados indivíduos de diferentes estratos sociais, e de diferentes origens (suíços, alemães, portugueses e lusos brasileiros), com o objetivo de demonstrar como esses aderiram prontamente ao modo de vida senhorial, amplamente difundido pela região. Esta adesão ocorreu, sobretudo, através de estratégias matrimoniais, de solicitações de títulos nobiliárquicos e, fundamentalmente, através de negócios envolvendo os principais elementos de estruturação da sociedade imperial, terras e escravos.

CALUNDUS, BATUQUES E MANDINGAS: A (RE) CRIAÇÃO DA RELIGIOSIDADE BANTA NO RIO DE JANEIRO OITOCENTISTA

Eduardo Possidonio (Universo)

Calundus, batuques e mandingas: A (re) criação da religiosidade banta no Rio de Janeiro oitocentista se propõe a analisar a relevância da matriz religiosa centro-africana no espaço urbano da corte,

suas recriações, marcas, sinais, ritos e costumes que no Brasil se iniciaram com o tráfico transatlântico. Nesse caminho de (re) construção serão utilizadas fontes como os Arquivos de Polícia da Corte, órgão responsável pela repressão às casas tidas como de dar fortuna e batuques, além dos periódicos que acompanhavam atentamente tais batidas, fornecendo uma descrição dos espaços encontrados. A pesquisa se propõe a estudar o “fetichismo animista” banto pela reinterpretação de seus costumes, seus ritos, suas recriações e sociabilidades dentro do contexto de transformações sócio políticas que movimentaram o Rio no século XIX.

MACHADO DE ASSIS, ABOLICIONISTA? A OUTRA FACE DO GÊNIO

Ciro Ribeiro dos Reis (UGF)

Este trabalho é o resultado de pesquisas feitas ao longo da disciplina Tópicos epistemológicos, no curso de História da Universidade Gama Filho. O trabalho tem por objetivo conhecer o escritor

Machado de Assis de uma forma que poucos conhecem : outra face do escritor,crítico,romancista que foi considerado gênio ,título ganho ainda em vida quando era funcionário público do Ministério da Agricultura e Comércio e Obras Públicas . O modo que encontrou para lutar contra a escravidão através do cumprimento da Lei recém aprovada, a Lei do Ventre Livre, elaborando pareceres com conteúdo jurídico para defesa de escravos em relação a sua matrícula no tempo correto.

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OS ÍNDIOS NO ARSENAL DA MARINHA

Ana Paula da Silva (Unirio - UERJ)

A presente comunicação visa refletir sobre uma parcela da sociedade brasileira, que desde os primeiros debates sobre o pertencimento na mesma, foram invisibilizados, não sendo considerados nem

cidadãos, nem brasileiros: os ameríndios. Nosso objetivo é pensar acerca da população indígena na cidade do Rio de Janeiro – na Corte –, especificamente os que trabalhavam no Arsenal da Marinha durante o Império. A documentação expressiva – livros de batismo, de casamento e de óbito, processos judiciais, documentos cartoriais, relatos de viajantes e/ou naturalistas, entre outros – permite refletir sobre diferentes aspectos da história indígena fluminense, ainda pouco evidenciados pela historiografia oficial.

Sessão 2

PANFLETOS MANUSCRITOS E EMANCIPAÇÃO: A FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA NO REINO DO BRASIL

Vanessa Fraguas Serra Lucas (PUC)

Este trabalho realiza uma análise dos panfletos manuscritos produzidos durante o processo de emancipação do Reino do Brasil, procurando compreender sua contribuição para a formação de

uma opinião pública. Tais documentos são a principal fonte deste estudo, pois tudo indica que foram produzidos por sujeitos de diferentes setores sociais, incluindo indivíduos que não compunham o grupo de letrados. A partir daí, pretende-se comprovar que a ampliação do debate político e a formação de uma opinião pública, no início do século XIX, no Reino do Brasil, contaram com a participação de um público diverso, sem se restringir apenas aos letrados.

UM BONAPARTISTA NA CORTE BRASILEIRA

Arthur Ferreira Reis (Faculdade Saberes)

Diante do contexto do Primeiro Reinado no Brasil, utilizando a metodologia das Linguagens Políticas, esta comunicação tem como objetivo estudar o pensamento político do jornalista

francês René François Plancher de la Noé por intermédio do jornal Spectador Brasileiro, que circulou do ano 1824 até 1827. Visa-se, concomitantemente, analisar as principais características do pensamento político de Plancher e problematizar o “caráter conservador” que a historiografia do Primeiro Reinado reduziu tanto o ideário político de Plancher quanto sua ação política no instável cenário político dos

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anos inicias do Império no Brasil. Por fim, essas análises e problematizações buscam contribuir para os estudos sobre as características, as tradições e as contradições que permeiam e estruturam a cultura política liberal e constitucionalista instaurada no Brasil nas décadas iniciais do Oitocentos.

O REGULAMENTO DE 1842 E A ESTRUTURAÇÃO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

Rafael de Almeida Daltro Bosisio (UFRJ)

Os primeiros anos de governo de D. Pedro II foram orientados para restabelecer a paz interna e, nesse contexto, a partir do diagnóstico de que era necessário estruturar o Estado e burocratizar

os diversos setores da administração pública, o trabalho aqui proposto tem como objetivos apontar respostas para duas perguntas fundamentais: como se recrutava a burocracia durante o segundo reinado; e, mais especificamente, identificar as estratégias de preenchimento de cargos da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros do Brasil durante o apogeu do Segundo Reinado.

NO MEIO DA SERRA: O TÚNEL GRANDE E A ExPANSÃO PARA DENTRO DO IMPÉRIO BRASILEIRO

Maísa de Brito Braga (Unirio/MAST)

As ferrovias consolidaram-se como representativas de verdadeiros símbolos de “progresso”, já que encurtavam distâncias e transportavam mercadorias destinadas a suprir o mercado externo,

possibilitando a chegada de certos bens a lugares antes quase inatingíveis, principalmente o café, a mercadoria de maior valor econômico deste momento. Em 1858 começava uma das maiores e mais importantes obras de engenharia realizadas na época, a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II (EFDPII).

A proposta da pesquisa é mostrar como a EFDPII e, principalmente, o Túnel Grande solucionaram o problema socioeconômico do Brasil oitocentista: criou uma forma de transporte para o café, sem o risco de perdê-lo pelo caminho, evitando prejuízos. O desafio da obra foi superar os 412 metros de altura da Serra do Mar, mediante complexas atividades de cortes, aterros e perfurações de túneis, entre os quais se destaca o chamado Túnel Grande, o túnel de número 12 na trajetória da ferrovia. Esta obra, também uma das mais complexas da América Latina, significou a construção de um túnel com 2245 metros de extensão e “261/8 palmos” de altura. Sem uma via de comunicação daquele porte, não seria possível efetivar a expansão para dentro do Império brasileiro.

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O IHGB COMO INSTRUMENTO DE NACIONALIDADE

Talita Teixeira dos Santos (UFRJ)

A partir da década de 1980, diante dos processos de redemocratização dos países latino-americanos, a temática da cidadania política tornou-se referencia nos debates políticos e acadêmicos, juntamente

com outros conceitos, como nação e nacionalismo. Nesse sentido, cresceram as pesquisas referentes aos momentos fundadores desses países, assim como ao processo de construção de uma identidade nacional. Este artigo pretende discutir os conceitos de nação e nacionalismo, examinando, nesse âmbito, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro como instrumento de construção da nacionalidade brasileira do Segundo Reinado.

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Simpósio Temático 11:História do Brasil República

Coordenadoras:Profa. Dra. Marilene Antunes (UGF) e

Profa. Dra. Ana Vasconcelos Ottoni (UFF)

Sessão 1

MERCADO NOVO: MODERNIDADE E REPRESSÃO NA BELLE ÉPOQUE CARIOCA

Vitor Leandro de Souza (UFRJ)

Nesta comunicação buscaremos compreender o processo de construção da Nova Praça de Mercado do Rio de Janeiro (1908) e os conflitos decorrentes desta modernização, assim como a repressão

sofrida pelos trabalhadores e frequentadores do Mercado nos primeiros anos após a inauguração.

A MÍTICA FIGURA DE TENÓRIO CAVALCANTI E O CORONELISMO URBANO EM DUQUE DE CAxIAS

Jordan Luiz Menezes Gonçalves (UERJ)

O nosso trabalho aborda uma temática ligada à História Política. O mesmo aborda a temática do Coronelismo, na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro nas décadas de 1950 (de 1950 a

1954), do século XX. Tomamos como base o conceito desenvolvido pelo autor Ibariê Dantas (1987), que defende a ideia de que o coronelismo sobreviveu ao fim da República Velha e o poder dos coronéis perdurou mesmo após a revolução de 1930, negociando politicamente com os interventores estaduais indicados pelo poder central, diferentemente do teórico Leal (1975), que vê o Coronelismo com um ponto inicial (1889) e um ponto final (1930), sendo abordada por Dantas (1987) como fenômeno vigente até a década de 1950. Tomamos como personagem o Deputado Federal Tenório Cavalcanti, que se torna o nome mais forte do sistema coronelista constituído na Baixada Fluminense. Sua força política é incontestável, até porque se utiliza da força militarizada, constituída por seus capangas e por sua própria figura, que sempre vem acompanhado com a sua “fiel escudeira”, a metralhadora, que apelidou de Lurdinha. A vida política dentro de Duque de Caxias, de 1950 a 1954, é marcada por pontos chaves, que caracterizam a realização da prática coronelista na região.

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CARLOS LACERDA E A PROPOSTA POLÍTICA UDENISTA ADOTADA NAS RELAÇõES ECONÔMICO-DIPLOMÁTICAS ENTRE O BRASIL E OS EUA (1945 - 1965)

Karen Garcia Pêgas (UCB)

Carlos Lacerda foi um dos maiores representantes do partido da União Democrática Nacional carioca, principalmente, nos anos de 1960-1964, período em que foi eleito governador do antigo

estado da Guanabara. É com base nas suas propostas de política econômica internacional, bem como dos partidários da UDN que se desenvolve a discussão em torno da relação econômica adotada entre os dois países e a compreensão da alcunha de “entreguistas” dadas aos udenistas pelos varguistas e que foi amplamente aceito pela Historiografia.

A MARCHA INTEGRALISTA SOBRE A CAPITAL DA REPÚBLICA

Guilherme Jorge Figueira (UniverCidade)

Em 1937, a Acção Integralista Brasileira – AIB (1932-1937) chegava ao ápice em números absolutos de militantes, alcançado a cifra de um milhão de adeptos segundo dados oficiais do movimento. O

líder Integralista Plínio Salgado na tentativa de demonstrar a força dos camisas-verdes organizou um evento cívico que ficou conhecido pela historiografia como “Marcha dos 50 mil”. Através de carreatas, comboios e comitivas os Integralistas de diversas partes do Brasil estiveram presentes com seus diferentes símbolos, ostentados por idosos, mulheres, jovens e crianças, marchando e cortando as ruas do Rio de Janeiro, antiga Capital da República, demonstrando sua presença na defesa do Brasil e saudando o então presidente Getúlio Vargas na maior manifestação em toda história do Sigma, pouco tempo antes de deixar de existir com a decretação do Estado Novo (1937-1945) e o fim dos partidos políticos.

O CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO EM 1935: INSTITUCIONALIZAÇÃO E TURISMO

Paula Cresciulo de Almeida (UFF)

O carnaval foi, durante os primeiros anos do século XX, reprimido pelas autoridades públicas, porém nos anos 1930 é possível perceber uma mudança nesse comportamento. Dessa forma, o trabalho pretende

analisar as lutas dos sambistas pela oficialização do carnaval na cidade do Rio de Janeiro nos primeiros anos da década de 1930. Após muitas negociações com o prefeito da cidade, Pedro Ernesto, as escolas de samba foram oficializadas. Com isso, um programa de incentivo ao turismo, durante a festa, foi criado.

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Sessão 2

SOCIEDADES ESTRANGEIRAS NO ESTADO NOVO: ORIENTAÇõES FASCISTAS, REPRESSÃO E CONTROLE SOCIAL

David Barreto Coutinho (UERJ)

Neste trabalho abordaremos a política de repressão e controle dos imigrantes corroborada pelo Estado Novo. Em especial, daremos ênfase nos mecanismos usados pelo Estado visando o combate aos

imigrantes de orientações políticas consideradas subversivas. A pesquisa versa então sobre uma análise não somente da atuação estatal e seu aparelhamento burocrático, mas também das diversas sociedades estrangeiras que se constituíram no Brasil do Estado Novo, com fins políticos e de socorro mútuo entre os imigrantes. Para consecução deste trabalho ainda inicial, utilizamos fontes que podem ser encontrados no Acervo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro - Ministério das Relações Exteriores - caso das Missões Diplomáticas Brasileiras, leis, regulamentos, medidas administrativas e registros de permanência dos estrangeiros. Utilizaremos também documentos do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ), apreendidos pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), onde podemos encontrar fichas de registro e atuação dos integrantes de diversos movimentos considerados subversivos e ilegais após a implementação do Estado Novo.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO: A TRAJETÓRIA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 1924 E 1931

Tatiana das Gtaças Correia (UGF)

O presente trabalho tem por objeto de pesquisa a Associação Brasileira de Educação (ABE), fundada na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1924. Trata-se de uma instituição civil, privada, sem

vínculos com o Estado e idealizada por um grupo de pessoas insatisfeitas com a educação brasileira e com os possíveis rumos que ela poderia tomar caso nada fosse feito.

O seu objetivo principal é realizar um estudo sobre a trajetória da Associação Brasileira de Educação, seguindo a linha temporal que vai de 1924 até 1931, período este que compreende a passagem da Primeira para a Segunda República no Brasil.

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO 63

A ATUAÇÃO DO OPERÁRIO E MILITANTE ALBINO MOREIRA DIAS COMO VICE-PRESIDENTE DA UNIÃO DOS OPERÁRIOS EM FÁBRICAS DE TECIDOS (1918)

Leila Cristina Pinto Pires (UFRRJ)

A proposta de apresentação corresponde à pesquisa desenvolvida no curso de mestrado em História com o título de “Albino Moreira Dias: a trajetória de um operário e militante no movimento

operário têxtil das cidades do Rio de Janeiro e de Petrópolis (1906-1920)”. A trajetória do português Albino foi marcada por críticas às condições de vida e de trabalho dos têxteis, pelo incentivo de reunião dos operários no sindicato, pela participação em sindicatos de resistência e em sociedades de cunho beneficente, pela atuação nos Congressos Operários e por ter, a partir do ano de 1918, atuado ativamente na organização das ações sindicais dos têxteis de Petrópolis, cidade em que residiu até 1931. De modo mais específico, abordaremos as ações de Albino, no ano de 1918, em que ocupou o posto de vice-presidente da União dos Operários em Fábricas de Tecidos (UOFT). A análise de suas ações contribui sobremaneira para entendermos como a UOFT articulava as questões ocorridas entre os operários e entre estes e os patrões. As questões eram levadas pelos operários para serem articuladas pelos dirigentes da UOFT. Dentre as questões citamos as brigas entre operários e os contramestres e a condução das greves.

O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO CORPORATIVISTA BRASILEIRO (1930 - 1945)

Mariana Dietrich Santos (UGF)

O presente trabalho tratará sobre o desenvolvimento do Corporativismo no Brasil, no período de 1930 a 1945. A relevância para este estudo decorre, pois a proposta corporativista fomentou uma

nova percepção nas relações de trabalho propondo uma reorganização verticalizada da sociedade, em que o Estado seria o mediador dos conflitos entre os detentores dos meios de produção e os trabalhadores. Nesta perspectiva surgem no Brasil órgãos legitimadores da ação governamental, como os departamentos de propaganda.

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OS REVOLUCIONÁRIOS INEFICAZES DE HOBSBAWM: REFLExõES CRÍTICAS DE SUA ABORDAGEM DO ANARQUISMO

Rafael Viana da Silva (UFRRJ)

Neste artigo, publicado originalmente no portal Estratégia e Análise em cinco partes, discuto criticamente a abordagem do anarquismo realizada por Eric Hobsbawm em seu livro

Revolucionários. Além de realizar uma contextualização da produção intelectual do historiador britânico, contesto e aprofundo uma afirmação realizada por grande parte dos historiadores marxistas: a de que o anarquismo constituiria um fenômeno individualista e pré-político. À partir da análise histórica e do debate historiográfico, podemos concluir que o anarquismo constitui uma corrente político-doutrinária do socialismo, com permanências e continuidades que podem ser notadas em países mais e menos desenvolvidos economicamente, desde o século XIX até o presente.

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Simpósio Temático 12: História da AméricaCoordenador:

Prof. Dr. Eduardo Scheidt (UGF – UERJ)

Sessão 1

“O PRIMEIRO QUE DEVIA SERVIR DE ExEMPLO AOS MAIS”: AS LIDERANÇAS INDÍGENAS FRENTE AOS PRESSUPOSTOS ASSIMILACIONISTAS DA POLÍTICA INDIGENISTA POMBALINA NO RIO DE JANEIRO (1758-1798)

Luís Rafael Araújo Corrêa (UFF)

A aplicação da política indigenista pombalina na América Portuguesa foi condicionada pelas especificidades locais e pela interação constante com a política indígena, representada principalmente

pelas lideranças indígenas. A aplicação foi marcada também pelos pressupostos assimilacionistas do Diretório. Posto isso, o presente artigo analisará a tentativa da Coroa portuguesa de converter as lideranças indígenas em exemplos de civilidade para as suas comunidades. Isso é crucial a fim de denotar a participação ativa dos índios na efetivação da política indigenista pombalina e o avanço colonial sobre as aldeias, estimuladas pelos pressupostos assimilacionistas do Diretório.

ENTRE A ESCRAVIDÃO E A LIBERDADE: O TRÁFICO ILEGAL DE AFRICANOS NA BACIA DO PRATA (1835-1845)

Jefferson Tenório Barroso (UGF)

O presente trabalho ,ainda no começo do seu desenvolvimento e que se pretende tornar uma monografia, busca compreender como as autoridades brasileiras atuaram em um caso especifico

sobre uma rota de tráfico de africanos na região da Bacia do Prata. Com a declaração da lei de 7 de novembro de 1831 a introdução de novos africanos nos portos brasileiros ficaram proibidas. Com o objetivo de se fazer valer essa lei em todo o território do Império do Brasil, as autoridades brasileiras passam a cobrar a repressão a essa atividade de pirataria e tráfico de negros africanos as autoridades das Nações em construção, que fazem limites de fronteiras com o império brasileiro.

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IDENTIDADE NACIONAL E DISCURSOS HIGIENISTAS NO INÍCIO DO SÉCULO xx: NOTAS SOBRE O CASO COLOMBIANO E ARGENTINO

Regiane Gouveia (FioCruz)

Os projetos de nação que surgiram no final do século XIX e início do XX na América Latina estavam calcados nos paradigmas de civilização e progresso europeu e norte-americano. Nessa

época, os intelectuais e políticos latino-americanos buscaram refletir sobre a identidade de seus países a partir de determinadas questões, principalmente negativas, que perpassavam o continente. Diante disso, problemas sociais e econômicos, comuns a muitos países dessa região, foram associados a hábitos e costumes populares. A ciência, a higiene e a moralização ganharam papel de destaque nesse período e foram acionadas para tentar reverter a realidade que identificavam. O objetivo dessa comunicação é analisar como nesse processo de construção da identidade, em um contexto de amplas transformações, nos casos específicos da Colômbia e da Argentina, algumas características, na maioria, negativas, foram utilizadas e operacionalizadas para pensar esses dois países e suas populações e, concomitantemente, as respostas que resultaram desse processo.

REPÚBLICA DA BOLÍVIA E IMPÉRIO DO BRASIL: ENTRE O CATIVEIRO E A LIBERDADE

Mariana dos Santos Zignago Melo (UGF)

Em meados do século XIX assistiu-se casos de fugas de escravos do Império do Brasil para a República da Bolívia. Propomos neste trabalho ressaltar a postura da Bolívia nos embates

diplomáticos ocorridos com o Império do Brasil, entre as décadas de 1830 a 1850, por causa da entrada de escravos fugidos em seu território. Para tanto, iremos analisar a realidade interna da Bolívia, em um momento de instabilidade política que ocorreu entre anos analisados. Os efeitos da revolução de independência contribuíram para a tomada de algumas decisões, como a ausência da aplicabilidade do constitucionalismo liberal, que enfatizava em termos ideais o predomínio das leis, isso mais tarde influenciou o modo como a nação recém fundada Latina americana negociou e defendeu suas medidas em relação ao Brasil.

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O RÁDIO E A MÚSICA POPULAR NOS GOVERNOS DE PERÓN E VARGAS

Leandro Gomes Gentil (UNISUAM)

Esta comunicação tem como objetivo fazer um estudo comparado sobre o papel que o rádio e a musica popular tiveram nos governos de Getúlio Vargas, no Brasil e Juan Domingos Perón na Argentina.

A importância desse meio de comunicação para a divulgação dos ideais de ambos os governos.

Iremos analisar como o Tango saiu da situação marginal na Argentina, para se transformar durante o governo de Perón, em símbolo da identidade nacional argentina. Assim como o samba, no Brasil, passou pelo mesmo processo.

Analisaremos também o papel do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), na propagação da ideologia do Estado Novo, a regeneração do malandro em trabalhador na música popular, assim como os sambas exaltação. E, no caso argentino, os chamados Tangos-Peronistas.

PACHAMAMA: POR UM PENSAMENTO ORIGINÁRIO

Luiz Antônio Andrade Oliveira (PUC)

O texto “Pachamama: Por um pensamento originário” aborda o processo em curso de subjetivação coletiva na Bolívia no trato dos movimentos sociais emergentes cujas formas organizativas e

ações políticas estão axiomaticamente vinculadas à questão étnica. Far-se-á necessário o estudo geral do contexto histórico de crise do paradigma civilizatório da modernidade neoliberal que encerra um processo de profunda alteração do fundamento classista na constituição das identidades culturais no país andino. Segue-se o estudo da nova morfologia do trabalho nascente a partir da aplicação das premissas neoliberais e do enfraquecimento induzido do Estado-Nacional boliviano. Tal fenômeno nos impele a pensar em novas configurações do mundo do trabalho que afeta sobremaneira o sentimento de pertencimento identitário das classes subalternas. Por último, tratar-se-á da crítica aimará à modernidade na recusa dos axiomas epistemológicos dualistas referendados pela Filosofia Moderna, e por corolário, à opção civilizacional que dela decorre. É importante afirmar que o esforço de superação do paradigma ocidental não exclui interseções com imagens de pensamentos heterogêneas desta mesma modernidade como a ontologia marxiana, por exemplo.

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Sessão 2

UMA ANÁLISE DO NEW DEAL PELO VIÉS DARWINISTA: UMA ANÁLISE DA REMODELAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO NORTE-AMERICANO NA DÉCADA DE 1930

Diego da Rocha Conceição (UGF)

O presente trabalho pretende analisar o sistema econômico conhecido como New Deal a partir da ótica do darwinismo social, que aparece no prossesso de reestruturação da economia e da

sociedade estadunidense ao longo da década de 1930. Para tanto, iremos sistematizar informações já disponíveis em artigos e capítulos de obras que possibilitam uma compreensão da política adotada pelo Partido Republicano.

Além disso, pretendemos compreender a aliança formada entre os membros dos partidos Republicano e Democrata, que tencionava recuperar a economia sem, contudo, promover mudanças mais significativas nos cenários cultural e social da época.

O debate passa, necessariamente, pela criação e aplicação de um imaginário que procurava adaptar as teorias do botânico inglês Charles Darwin sobre a população norte-americana. A intenção das elites dirigentes era bastante clara: naturalizar a existência de práticas sociais que excluíam e segregavam boa parte da sociedade dos processos decisórios.

A FORMAÇÃO DA DIREITA CRISTÃ NORTE-AMERICANA

Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior (UFF)

Os anos de 1960 nos Estados Unidos são caracterizados como um período de grandes avanços nos Direitos Civis. Entretanto, é possível localizar o surgimento em paralelo de discursos conservadores

que visavam contrabalançar aquele processo.

Neste sentido, podemos identificar a construção de uma Direita Cristã nos anos 1970, lideradas pelos fundamentalistas cristãos e os neoconservadores, buscando influir no interior do partido Republicano para exercer pressão nos poderes executivo, legislativo e judiciário, a fim de reverter os avanços progressistas naquela sociedade. A Direita Cristã alcançou o seu auge nos anos 1980 durante os dois mandatos do presidente republicano Ronald Reagan, tornando-se uma importante base eleitoral do partido republicano.

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DIÁLOGOS ENTRE CINEMA E HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DO OLHAR ACERCA DOS MExICANOS NO FILME “MY FAMILY/MI FAMILIA” (1995)

Mariana Franco Lopes (Unirio)

O presente artigo visa analisar a representação de imigrantes latinos no filme My Family/Mi familia, dirigido pelo norte-americano de ascendência mexicana Gregory Nava, e cujo lançamento nos

cinemas data do ano de 1995. Entendendo o filme como fonte histórica, é preciso relacioná-lo ao contexto em que foi produzido: o dos anos 90 – momento em que o debate acerca da imigração e do papel do imigrante latino, especialmente o mexicano, ganhava destaque na sociedade e academia norte-americanas. Esta problemática, contudo, permanecia pouco explorada pelo cinema produzido nos Estados Unidos, principalmente o hollywoodiano. Por tal motivo, optaremos por tratar do longa-metragem em questão, que além de escalar majoritariamente atores latinos para as personagens desta película, tem como tema central uma família de mexicanos – ou mexicanos-americanos – em terras estadunidenses.

UMA NOVA POLÍTICA AMERICANA: BARACk OBAMA E A “AMÉRICA ÚNICA”

Barbara Maria de Albuquerque Mitchell (UFRJ)

A proposta desta pesquisa de mestrado é analisar os elementos constituintes da ideia de “América Única” através da utilização dos discursos de Barack Obama no período de 2008 até 2010. Os

componentes deste ideal serão estudados com o intuito de perceber as renovações trazidas pelo presidente ao vocabulário político americano e como este se valerá de diversos termos já intrínsecos ao ideário nacional. Procura-se compreender e explorar quais são os conceitos fundamentais desta ideia através da metodologia da Escola de Cambridge.

VENEZUELA DE HUGO CHÁVEZ NA MÍDIA BRASILEIRA

Vitória Thess Lopes da Silva Lima (UNIGRANRIO)

A presente comunicação está inserida em um projeto de pesquisa de iniciação cientifica mais amplo envolvendo os conflitos políticos internacionais do tempo presente, e o assunto a ser apresentado

associa-se a um artigo que será publicado brevemente. A pesquisa conta com bolsa do CNPq, sendo orientada pelo professor doutor Adjovanes Thadeu Silva de Almeida, e busca desenvolver uma análise acerca da forma como a mídia brasileira encarou certas questões envolvendo a Venezuela de Hugo Chávez. Principalmente o que concerne a incorporação do país ao Mercosul e o processo eleitoral

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ocorrido no ano de 2012. Para a reflexão desse trabalho foram eleitos dentre as diversas mídias, apenas duas que apresentam posicionamentos contrastantes sobre o assunto (O Globo e Carta Capital), que demostraram a partir das publicações durante alguns meses seus posicionamentos por meio das notícias e colunistas.

No tocante à temática proposta, primeiramente buscará apresentar a trajetória política da Venezuela desde a posse de Hugo Chávez (1999). Em seguida, analisará a adesão do país ao Mercosul, o processo eleitoral, destacando de forma comparativa o papel desempenhado das mídias brasileiras selecionadas.

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Simpósio Temático 13:Teoria e Metodologia da História

Coordenador:Prof. Dr. João Cerineu Carvalho (UGF)

Sessão 1

DIALÉTICA CULTURAL ESPIRALADA

Nicolas Theodoridis (UFRJ)

O presente trabalho tem como preocupação principal explicitar a criação do construto “dialética cultural espiralada”. A construção deste neologismo parte do intuito de melhor adequação as

ideias desenvolvidas na dissertação de mestrado “Arquitetura das Ideias – A dessacralização da sociedade ocidental e o advento da fé raciocinada”, que está sendo elaborada na UFRJ. Para tal desiderato, exponho no transcorrer do texto, formulações sobre a aplicabilidade dos conceitos, salientando a importância de seu uso nas pesquisas acadêmicas. Em seguida, ter-se-á a decomposição dos termos utilizados na composição deste neologismo no intuito de melhor esclarecê-los, ou seja, historicizar os conceitos efetuando, ao final, a argamassa metodológica da explanação teórica e sua aplicabilidade na dissertação.

CINEMA: UMA VIRADA METODOLÓGICA

Ulisses de Figueiredo Silva (UFRRJ)

O presente artigo foi concebido após a percepção de uma lacuna metodológica no que compete ao estudo de História com a utilização do Cinema enquanto fonte documental. A premissa parte da

relação do Cinema com a sociedade, mais precisamente de sua concepção enquanto agente histórico. O artigo pretende propor a ampliação da metodologia ao uso dos conceitos propostos pela filosofia da linguagem para que se possa descortinar nossa principal questão proposta: como o Cinema age sobre a sociedade que o produziu? A partir daí, pretendemos a incorporação da Virada Linguística enquanto complemento teórico para uma maior compreensão de como se dá a relação desse tipo de fonte com a sociedade que a produz.

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FOUCAULT OITOCENTISTA

Rodrigo Goyena Soares (Unirio)

O artigo busca articular, de maneira informada pela obra de Foucault, uma leitura possível do retorno dos combatentes da Guerra do Paraguai e das incidências desse regresso na formação da

cidadania oitocentista. Não se trata de imbricar uma sucessão de exemplos históricos, que escolheríamos apenas como forma de encaixe para servir a uma teoria, na obra de Foucault. De forma a dar visibilidade às inventividades particulares do Brasil oitocentista, discutem-se as descontinuidades esquecidas por uma escrita histórica que busca constituir uma genealogia da cidadania brasileira. Tomaram-se dois casos de veteranos egressos do Paraguai para debater essas descontinuidades. Conclui-se que o acesso aos horizontes de expectativa não é arrancado nem outorgado, mas mediado e negociado. Debatem-se, por último, as possibilidades de constituir uma totalidade por intermédio de singularidades históricas.

POR QUE CONTINUAR A ESCREVER HISTÓRIAS SOBRE A LITERATURA?

Rafael da Cunha Duarte Francisco (PUC)

Esse trabalho tem como preocupação principal desenvolver uma reflexão teórico-metológica sobre o campo da história literária. Partindo de uma análise dos desafios epistemológicos lançados

tanto pelo campo da historiografia como da teoria literária, procuramos não reduzir a literatura a mero apêndice da história, problematizando assim a visão de uma história social da literatura. Como buscamos demonstrar ao longo de todo o trabalho, a História Literária tal como formulada por nós, só torna-se possível na medida em que se apreende a íntima relação entre as múltiplas teorias e a prática historiadora. Assim, nosso trabalho busca apresentar não um modelo fechado em si mesmo, mas sim uma operação historiográfica na qual teoria e método só podem ser pensados conjuntamente.

HISTORICISMO E ROMANTISMO: UM DEBATE INICIAL DE CONCEITOS COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO DA ALEMANHA

Leandro Couto Carreira Ricon (UFRJ - UCP)

Este trabalho, fruto das conclusões teóricas iniciais do doutorado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC-

IH-UFRJ), objetiva, em linhas gerais, analisar a complementação entre dois conceitos correntes no contexto da formação da Alemanha. Em primeiro lugar, o conceito de historicismo, no caso da historiografia e, em segundo, o conceito de romantismo no caso da arte, mais especificamente da

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música. Desta forma propomos uma discussão acerca destes dois fenômenos, por demais polissêmicos, que acabaram se consolidando enquanto conceitos. Assim sendo, percebemos que a utilização destes conceitos, fundamentados enquanto modelos de percepção de mundo, atende a demandas específicas da unificação alemã.

Sessão 2

REPRESENTAÇõES SOCIAIS DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO: DIFICULDADES PEDAGOGICAS PARA EFETIVAÇÃO LEI 10.639/03 DENTRO DA SALA DE AULA

Gustavo Pinto Alves da Silva (UNESA)

O desenvolvimentodesta pesquisa teve como objetivo investigar através dos discursos, a trajetória de professores do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de educação da cidade

do Rio de Janeiro, frente às praticas pedagógicas em sala de aula diante da lei nº 10639/03 que torna obrigatório o ensino de história e cultura Afro-brasileira e Africana na educação básica. Todos os dados coletados através de questionários foram transcritos. Foi possível observar a dificuldade do grupo de professores pesquisados, diante da falta de capacitação e conhecimento, mas profundo sobre a lei, o que implica no desenvolver pedagógico dentro da sala de aula.

PEDRO CALMON E HÉLIO VIANNA: ESCRITA DA HISTÓRIA E IDENTIDADE NACIONAL EM LIVROS DA COLEÇÃO BRASILIANA

Nayara Galeno do Vale (FBN)

Este trabalho tem por proposta analisar obras de Pedro Calmon e Hélio Vianna nos anos 1930 e 1940, décadas em que os dois autores entraram respectivamente para os quadros do IHGB. Os

livros são: Espírito da Sociedade Colonial (1935), de Pedro Calmon e Estudos de História Colonial (1948), de Hélio Vianna. As obras foram publicadas na Coleção Brasiliana da Companhia Editora Nacional e serão analisadas com o propósito de considerar o projeto editorial da coleção, que ensejava o desejo de compreender a formação do Brasil e a realidade brasileira. Busca-se também considerar os livros em sua historicidade, isto é, estabelecendo comparações entre as concepções de História do Brasil presentes nas obras dos dois autores.

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HISTORIADORES EM CAMPO

Carlos Eduardo Rodrigues Martins e Verônica Torres (FIS)

Cursando o primeiro período, no primeiro semestre de 2012, onde a matéria aplicada era “Brasil Colonia” pelo professor Fernando Gralha, despertou-nos em uma de suas aulas expositivas a

curiosidade de irmos buscar essas fontes de uma maneira visual (monumento ou documento), porém não somente nos livros e registros, mas agora buscando a materialidade dos fatos e aproveitando-se de toda oralidade destes fatos, sem deixarmos em segundo plano a história escrita. Como por exemplo: a arquitetura das construções portuguesas na época do “Brasil Império”, de como os europeus aqui instalados tiveram que adequar-se ao clima tropical, de como era a sua privacidade nesta estrutura. Enfim, buscamos despertar de uma maneira lúdica, a vocação de historiador, onde as pesquisas perpassem as paredes das bibliotecas, transformando todo o conhecimento obtido com os “livros” em uma história viva e contemporânea. Pretendemos abordar alguns pontos dos livros de Marc Bloch (Apologia da História ou o Ofício do Historiador), Jacques Le Goff (História e Memória) e Peter Burke (A Escrita da História - Novas Perspectivas).

ENTRE NARRATIVAS SURREAIS E TIROS NA PRAIA DE COPACABANA: ExALTAÇÃO DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA EM ESCRITOS MODERNISTAS (1920-1931)

André Carlos Furtado (UFF) eCristina Ferreira (UNICAMP - FURB)

Os profícuos diálogos estabelecidos pelos Trópicos com o Velho Continente, no período do entre guerras do século XX, criaram as possibilidades de constituição de inúmeros laços, cujos fios e

tessituras fizeram o Atlântico parecer pequeno. Dentre as inúmeras contingências comportadas nas décadas iniciais daqueles tempos, esta reflexão visa transitar nos debates em torno do movimento modernista, para apresentar as mais expressivas vanguardas europeias, com que os círculos letrados do Brasil Republicano realizaram trocas intelectuais. O objetivo deste estudo consiste em analisar parte daquele clima, por intermédio das publicações de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) em revistas ou jornais, principal documentação mobilizada, em particular quando teve o artigo intitulado Ariel publicado, em 1920, até o ano em que o conto A viagem a Nápoles foi impresso, em 1931. Apontar a historicidade destes escritos permite a visualização dos embates da modernidade sob outros prismas, a exemplo dos entrelaçamentos engendrados com o Surrealismo, tão caro ao autor paulista, e ainda mostra as exaltações de outras personagens, para além dos nomes de Mário e Oswald de Andrade, como representantes da referida experiência histórica.

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Simpósio Temático 14:História e Insterdisciplinaridade

Coordenador:Prof. Dr. Sérgio Chahon (UGF – FIS)

Sessão 1

GESTÃO DE ARQUIVOS PELOS ARQUIVISTAS E HISTORIADORES

Maria Lucia Valada de Brito (UFRJ)

Contextualiza o papel dos arquivistas e historiadores na gestão de arquivos, além de mostrar a visão do arquivista e do historiador. Analisa o Projeto de Lei nº 368/2009. Além disso, o artigo trata

a respeito das funções do arquivista e do historiador nos arquivos. Aponta algumas questões sobre as funções de gestão arquivística, como a avaliação. Pretende estimular uma discussão sobre o papel do historiador e do arquivista. Discute-se a importância dos gestores de arquivo tanto arquivistas como historiadores e documentaristas. Nesse sentido, cada profissional tem uma visão particular dos arquivos, mas deve-se acima de tudo preservar a informação orgânica mantendo os princípios da Arquivologia. Assim, também, os usuários de arquivo contribuem para a gestão do acervo. Ao mesmo tempo, utilizam-se ideologias de diversos autores e pesquisadores a respeito de gestão para gerar o conhecimento nos arquivos, numa forma de acesso à informação, mantendo a organicidade. Há referências sobre a Lei de Acesso a Informação (LAI) quanto ao papel dos gestores. Assim, mostra a informação como base de preservação. Apresenta reflexões que a Lei dos historiadores trará. Neste estudo, são ampliados os pontos de vista de historiadores e arquivistas. Indaga sobre o papel de ambos na gestão de arquivos. Do ponto de vista teórico, busca-se especificamente analisar a dimensão que a gestão de acervos vem tomando face às necessidades da sociedade.

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A FORMAÇÃO DA FAMÍLIA FICTÍCIA E A DEFESA DE IDENTIDADES ÉTNICAS NAS IRMANDADES DE NEGROS E PARDOS NO BRASIL COLONIAL

Carla Magdenier Sobrino (UGF)

Este trabalho trata de um breve resumo de nossa pesquisa, ainda em andamento, sobre o parentesco cultural/étnico e os laços de solidariedade entre os membros das irmandades de negros e pardos

no Brasil colonial. Temos por objetivo, apresentar estas confrarias como instrumentos de resistência e afirmação de identidades étnicas, além de revelar aspectos das mentalidades destes grupos no que diz respeito à morte e às questões do além-túmulo. Para tanto, iremos nos basear nos estudos de alguns pesquisadores que trataram sobre o tema nas últimas décadas, tais como: Antonia Aparecida Quintão, Mariza de Carvalho Soares, Anderson José Machado de Oliveira, João José Reis e Claudia Rodrigues.

OFICINAS PEDAGÓGICAS E A LEI 10639/03: UMA PROPOSTA MULTICULTURAL PARA PROFESSORES

Rejane Ramos Vieira (UGF)

Este artigo é fruto do Trabalho de Conclusão do Curso de História da UGF que estou desenvolvendo, no qual levanto uma discussão a respeito das dificuldades que os professores tem em aplicar a

lei 10639/03 e na necessidade de se apresentar um curso de capacitação para eles. Para tanto estou desenvolvendo uma proposta de um curso com oficinas pedagógicas para os professores do ensino fundamental I e professores de História, Literatura e Artes para apresentar novas maneiras de se ver esta temática.

AS IRMANDADES E OS BARõES DO CAFÉ: PODER E RELIGIOSIDADE NO VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE (1860-1895)

Aguiomar Rodrigues Bruno (UFRRJ)

Este trabalho possui a proposta de análise das irmandades no Vale do Paraíba Fluminense na segunda metade do século XIX. Para tal propósito focaremos no estudo de caso da irmandade do Santíssimo

Sacramento de Sant’ana do Pirahy. Nosso objeto de pesquisa está circunscrito às questões da fé e representação social. Nosso recorte temporal leva-se em consideração as fontes disponíveis para análise em questão, e, por situar-se num período em que o Vale do Paraíba ganha destaque economicamente e socialmente frente a Corte imperial. Importante destacar que a escolha na implica na exclusão de

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outras irmandades, que serão utilizadas como contrapontos que perpassaram todo o trabalho. Assim, trabalharemos em diversos campos: história das religiões, sociologia e antropologia.

UtI pOssIDetIs COMO CulTuRA POlíTICA

Leonardo Moreira Casquilho (Curso Progressão)

O princípio jurídico do Uti Possidetis utilizado como princípio para definir a política de definição de limites iniciada pelo Império do Brasil na década de 1850 na gestão de Paulino José Soares

de Souza, futuro visconde de Uruguai, foi utilizado desde períodos coloniais pelos estados nacionais ibéricos. O presente trabalho tem como objetivo identificar o uso do princípio em documentos nos períodos históricos do período colonial português e no período imperial utilizando o conceito de Cultura Política de Rodrigo Pato Sá Motta.

Sessão 2

CRÔNICAS DE OLAVO BILAC SOBRE A REPÚBLICA BRASILEIRA (1897-1908)

Thiago Roza Ialdo Montilha (UFF)

O presente trabalho almeja analisar as principais representações publicadas pelo jornalista Olavo Bilac acerca de nosso inédito regime republicano proclamado em 1889, procurando levar em conta

principalmente a sua valiosa trajetória que o revela não somente como testemunha da Proclamação, mas como publicamente inspirado no republicanismo então em plena ascensão no Brasil. Quanto ao nosso recorte cronológico, decidimos por nos limitar aos anos compreendidos entre 1897 e 1908, e a respeito da espacialidade privilegiada em nossa análise adotamos a cidade do Rio de Janeiro como o ambiente mais adequado às nossas pretensões analíticas. Por meio deste trabalho pretendemos não apenas analisar as diferentes representações veiculadas pelo jornalista Bilac acerca da República, mas determinar algumas das muitas razões que influenciaram a sua complexa perspectiva acerca de nosso primeiro regime republicano.

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O OLHAR DO FLANÊUR: O RIO POR JOÃO DO RIO

Emerson Santos Pereira (UNIGRANRIO)Jacqueline de Cassia Pinheiro Lima (UNIGRANRIO)

No sentido de ampliar os estudos sobre escritores, sobretudo brasileiros, há a preocupação do olhar sobre sua produção literária através de meios que revelem ao público leitor, outras facetas de suas

obras, como o que ora propomos, ou seja, as relações estabelecidas por João do Rio e a Cidade do Rio de Janeiro. Tendo como ponto central a figura de Paulo Barreto/João do Rio, elaboramos esta proposta a fim de mostrar a História da Cidade por meio da Literatura.

Tal pesquisa faz parte do Projeto de Iniciação Científica João do Rio no Carnaval: entre a Literatura e a História apoiado pela FUNADESP e ainda relaciona-se ao Projeto de Pesquisa O Carnaval em João do Rio ou João do Rio no Carnaval? A divulgação da Pesquisa sobre a obra de Paulo Barreto por meio de E-Book, contemplado pelo Edital FAPERJ apoio às Humanidades 2012.

UMA NOVA LITERATURA PARA UMA NOVA CRIANÇA: A COMISSÃO NACIONAL DE LITERATURA INFANTIL DO GOVERNO VARGAS (1936-1938)

Aline Santos Costa (Prefeitura Municipal de Itaguaí)

Em maio de 1936 o então ministro da educação e saúde Gustavo Capanema criou a Comissão Nacional de Literatura Infantil (CNLI) cuja principal função era estudar e analisar os livros

já existentes no Brasil voltados para o público infantojuvenil. A mesma Comissão deveria também propor projetos e ações visando divulgar uma literatura de pretensa qualidade para jovens e crianças. Dela faziam parte escritores dentre eles Jorge de Lima, Murilo Mendes, Manuel Bandeira, e Cecília Meireles, e os educadores Elvira Nizynska da Silva e Loureço Filho. Após sua criação, os componentes da Comissão escreveram uma série de pareceres e artigos, vislumbrando as produções literárias infantis no Brasil. Este trabalho parte da análise desses pareceres que visavam não apenas definir as qualidades literárias almejadas para os livros infantojuvenis, mas também apresentavam as concepções sobre a criança, defendidas por seus autores. A década de 1930 é o período em que as crianças brasileiras passavam por um processo mais extenso de escolarização e isso pode ser percebido nos pareceres e nas atas da Comissão. Vale ressaltar que os documentos analisados apresentam também algumas citações de pensadores construtivistas, que traziam um novo estatuto psicossocial sobre a criança e a infância. Por fim, defendendo a concepção de um público-alvo que é agente cognitivo, a CNLI buscou construir uma nova literatura para uma nova criança.

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O NASCIMENTO DO URBANISMO NO CONE SUL: UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA (1906-1945)

Joel Outtes (UFRGS)

Este trabalho trata da gênese de um discurso sobre urbanismo (planejamento de cidades) no Brasil e na Argentina entre 1911 e 1945 usando as ideias de Michel Foucault sobre disciplina e seu

conceito de bio-poder. Outras sessões são dedicadas aos planos propostos para as cidades do Brasil e da Argentina nos anos 1920 e às representações do urbano quando havia oposição dos urbanistas às eleições, quando eles argumentavam que eram os únicos qualificados para lidarem com os problemas urbanos e, portanto, deveriam ser empregados no aparelho de Estado. Eu concluo arguindo que, se implementado, o urbanismo seria uma forma de criar uma cultura industrial, disciplinando a sociedade através da cidade, ainda que o proletariado industrial nunca tenha sido a maioria da população nem no Brasil nem na Argentina. Mesmo se vários aspectos dos planos propostos para ambos os países não foram implementados, o discurso dos urbanistas pode ser visto como uma vontade de disciplinar a sociedade através da cidade. A disciplina iria afetar a liberdade de movimento dos corpos, e é, portanto, abordada através dos conceitos Foucaultianos de bio-poder e disciplina.

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Simpósio Temático 15:História, Memória e Patrimônio

Coordenador:Prof. Dr. Ricardo Pimenta (IBICT)

Prof.ª Dnda. Márcia T. Cavalcanti (IBICT/UGF)

Sessão 1

COLECIONISMO E A FORMAÇÃO DA COLEÇÃO DE FOTOGRAFIAS OITOCENTISTAS NO ACERVO DO MUSEU MARIANO PROCÓPIO (MG)

Rosane Carmanini Ferraz (UFJF)

A pesquisa tem como foco a análise das redes de sociabilidade construídas pela Família Ferreira Lage – fundadora do Museu Mariano Procópio (MMP), Juiz de Fora (MG), que contribuíram na formação

da coleção de fotografias oitocentistas no acervo deste museu. É fundamental compreender a trajetória de formação da coleção, os principais doadores, possíveis critérios de organização das imagens em álbuns, os interesses e gostos no que se refere ao colecionismo de fotografias no século XIX. Através da análise da documentação iconográfica e da documentação escrita relativa à procedência do acervo, pode-se observar que a formação da coleção se deu através da aquisição, doação e especialmente através do uso das imagens como forma de estreitamento dos laços sociais entre as famílias abastadas no Brasil da segunda metade do século XIX, além da atuação pública dos membros da família Ferreira Lage. A pesquisa se insere na perspectiva da história e nos usos sociais da fotografia, que tem como principais autores Ana Maria Mauad, Mariana Muaze e Annateresa Fabris. Pretende ainda dialogar com as reflexões sobre a prática do colecionismo, apoiando-se em teóricos como Philipp Blom, Krzystof Pomian e Walter Benjamim, além de possibilitar a difusão deste acervo e suscitar novos estudos contemplando essa documentação.

DA ÁRVORE DO ESQUECIMENTO AO MUSEU HISTÓRICO: O NEGRO NO MUSEU ARTHUR RAMOS E NO MUSEU DO CEARÁ

Gilberto Gilvan Souza Oliveira (UFC)

O presente estudo tem por objetivo propor o debate e refletir à cerca das formas em que é tratado o cotidiano dos negros que foram escravizados no Ceará e as possibilidades de ações educativas

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em relação a cultura afro-brasileira, tendo como fonte e objeto a coleção Arthur Ramos pertencente a Casa José de Alencar e a sala Escravidão e Abolicionismo da exposição de longa duração Ceará: História no Plural do Museu do Ceará. Buscaremos compreender os entrelaçamentos das relações raciais com a construção da memória social negra a partir da narrativa existente em alguns museus por meio da racialização da cultura brasileira a partir das características expográficas e da historicidade dos objetos. Desse modo, será pertinente discutimos a possibilidades de uso da Metodologia do Objeto Gerador para que possamos refletir sobre o futuro do passado dos objetos do cotidiano dos escravos e para que possamos perceber as tramas entre sujeito e objeto, perceber a vida dos objetos, entender e sentir que os objetos expressam traços culturais, que os objetos são criadores e criaturas do ser humano em sua historicidade.

O CENTRO DE MEMÓRIA DE REALENGO E PADRE MIGUEL E A HISTORIA ORAL COMO METODOLOGIA

Leonardo Tavares Santa Rosa (FIS)

O presente trabalho tem por objetivo discutir as primeiras relações entre a metodologia da História Oral como instrumento de pesquisa fundamental nas pesquisas que envolvem a valorização de

memórias e recordações de indivíduos e grupos que as relatarem vão dando forma e sentido a um passado em questão. Este passado se faz hoje como lugar de memória, além de elemento incondicional de uma construção e consolidação de identidades que até então, estavam alijadas do jogo da História. É neste cenário que se encaixa nossa pesquisa, o Centro de Memória de Realengo e Padre Miguel (CMRP) na pesquisa, organização e preservação da memória destes bairros.

CENTRO DE MEMÓRIA DA UNIVERSIDADE GAMA FILHO, PRESERVANDO E DIFUNDINDO A MEMÓRIA INSTITUCIONAL E LOCAL

Ana Carolina Silva (UGF), Claudia Franco (UGF), Jonathas Lopes (UGF),Letícia Matteo (UGF), Luciana Floriano (UGF), Johnny Warley (UGF),Max Dellys (UGF), Vitor Almeida (UGF)

Esta comunicação tem como objetivo buscar o que define um Centro de Memória, naquilo que o diferencia de museus e bibliotecas, pela sua capacidade de agregar múltiplas funções e sua

configuração híbrida. O destaque cabe à capacidade de um Centro de Memória em conjugar ensino, pesquisa e extensão; o dinamismo que apresenta na configuração e propagação de conhecimento para a comunidade acadêmica e comunidade local. Nestas perspectivas, o trabalho destaca as ações do Centro de Memória da Universidade Gama Filho, que conta com as parcerias do PIBIC/UGF e da FAPERJ. Objetivando cumprir sua missão, o Centro de Memória da Universidade Gama Filho definiu quatro linhas de trabalho, que são a identificação e organização do acervo, a interface Universidade e os bairros

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ao redor, a pesquisa através da História oral e a produção de material didático destinado às escolas e instituições.

ESCRITA COM SANGUE: A LUTA PELA MANUTENÇÃO DO PORTUGUÊS NA LIBERTAÇÃO DO TIMOR LOROSA’E

Taisa Ladeira de Medeiros Santos (UNP)

O trabalho trata do período da dominação Indonésia em Timor Lorosa’e, quando este vivenciou uma política de “destimorização” que representou: no plano linguístico a imposição da “bahasa

indonésia”, a minimização do uso da língua nacional (o tétum) e a perseguição ao idioma português; no plano social, o genocídio de milhares; e no plano cultural, a destruição do patrimônio. Essa comunicação é um dos resultados parciais sobre a questão das políticas linguísticas e sua influência na cultura e sociedade. A relação entre a língua, memória e identidade do povo timorense, sua luta e resistência pela manutenção do português como suporte para a memória.

Sessão 2

PARTILHAS, AFORAMENTOS E LOTEAMENTOS: A FRAGMENTAÇÃO DAS GRANDES PROPRIEDADES EM UMA FREGUESIA RURAL DO RIO DE JANEIRO NA SEGUNDA METADE DO OITOCENTOS

Rachel Gomes de Lima (UFF)

A freguesia rural de São Tiago de Inhaúma apresentou na segunda metade do século XIX um aumento no processo de fragmentação de suas maiores propriedades. Destacaremos neste trabalho

o processo fragmentário das propriedades do Engenho Novo, do Engenho da Pedra e Bonsucesso, do Capão do Bispo e do Engenho de Dentro. Nos chama a atenção o caráter heterogêneo das modificações na estrutura fundiária da região e o grande aumento das negociações das propriedades após 1850. Não negaremos aqui a gênese de um mercado imobiliário na região, mas acreditamos que a história de cada família proprietária e, principalmente, a chegada da ferrovia na freguesia já em 1858 foram os grandes motivadores do fenômeno que será aqui apresentado.

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A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DA PESQUISA CLÍNICA ATRAVÉS DOS PRONTUÁRIOS MÉDICOS DE MANGUINHOS E LASSANCE

Thaís Patrícia Mancilio da Silva (IPEC/Fiocruz)

O presente trabalho se insere no grupo de pesquisa CNPq/Fiocruz “Memória e História do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz)” e se propõe a analisar a construção da

pesquisa clínica sobre doenças endêmicas - no caso, a doença de Chagas - no País, a partir de prontuários médicos. Entendemos os prontuários médicos como documentos que, mais do que observações técnicas, dizem muito sobre os pressupostos científicos de um período, sobre seus autores e atores - médicos, enfermeiros, pacientes e hospitais, e sobre um cotidiano peculiar. Analisamos os prontuários de pacientes atendidos nas primeiras décadas do século XX, redigidos por profissionais do Instituto Oswaldo Cruz, tanto na cidade de Lassance (MG), quanto nos hospitais do Rio de Janeiro, especialmente no Hospital de Manguinhos (atual IPEC/Fiocruz).

O GOVERNO VARGAS COMO GESTOR DA MEMÓRIA DOS HERÓIS NACIONAIS: UMA ANÁLISE DO PROJETO “VULTOS. DATAS. REALIZAÇõES”

André Barbosa Fraga (UFF)

O regime autoritário e nacionalista estabelecido no Brasil a partir de 1937 procurou valorizar uma cultura “tipicamente” brasileira, mobilizando para isso a “recuperação do passado nacional”. Com

ele, o “lugar da história”, principalmente a do Brasil, não mais foi o mesmo, tal o investimento do governo em promover uma grande quantidade de iniciativas nas mais variadas áreas, dentre as quais podemos destacar a valorização do ensino de história do Brasil e, como reflexo, dos “grandes homens”. Com base nisso, o presente estudo tem como objetivo analisar a construção de heróis nacionais e a celebração de personagens históricos no primeiro governo Vargas. Dessa forma, mostramos como eles foram fundamentais para o plano do governo de elaboração de uma identidade nacional e para sustentar um regime político que alcançou o poder com o uso da força, necessitando, portanto, de símbolos a lhe conferir legitimidade. Dentre as muitas iniciativas político-culturais elaboradas com o propósito de fazer os vultos nacionais presentes na memória da população, aprofundamos nossa análise em uma delas: a coleção de livros denominada “Vultos. Datas. Realizações”, elaborada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, nos anos de 1944 e 1945.

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DE VILÃO RENEGADO A HERÓI CONSAGRADO: SOLANO LÓPEZ E A CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIA DA GUERRA DO PARAGUAI NO CINEMA PARAGUAIO

Fábio Ribeiro de Sousa (UFRJ)

O presente trabalho pretende analisar o processo de construção de memória da Guerra do Paraguai no cinema paraguaio, ressaltando a exaltação da figura de Solano López. O ponto central para

esta análise será o filme “Cerro Corá”, de 1978. Dirigida por Guillermo Vera e financiada pelo regime ditatorial de Alfredo Stroessner, esta produção cinematográfica tornou-se fundamental para a exaltação da figura de Solano López e para a consequente consagração da Guerra do Paraguai no imaginário dos paraguaios. “Cerro Corá” acompanhou a orientação nacionalista do governo de Stroessner, reproduzindo o revisionismo histórico paraguaio, corrente historiográfica que visava realizar uma reabilitação histórica acerca da imagem de Solano López e do conflito.

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Simpósio Temático 16:História e Ditadura Militar

Coordenador:Prof. Dr. Jorge Atílio Iullianeli (UGF)

Prof. Esp. Daniel Albino (UGF)

Sessão 1

GETÚLIO CABRAL: UM MILITANTE COMUNISTA

Giselle dos Santos Siqueira (UERJ / CAPES)

Getúlio de Oliveira Cabral nasceu em quatro de abril de 1942, em Espera Feliz (MG). Na década de 1950, a família veio morar em Duque de Caxias. Foi dirigente regional do PCB e dirigente

nacional do PCBR. Era chefe do Grupo de Fogo, na Guanabara, também chamado de Esquadra Militar. Este foi o último grupo de guerrilha urbana no Rio de Janeiro.

As fontes usadas nesta pesquisa foram principalmente documentos encontrados no APERJ e no site do Grupo Tortura Nunca Mais e entrevistas.

O principal conceito norteador dessa pesquisa é o conceito de memória, usado na ótica de Pollak, Jacques Le Goff e Paul Ricouer. Minha pesquisa trabalha em conjunto com a História Política e com a História Oral.

ENTRE A MEMÓRIA E A HISTÓRIA: A TRAJETÓRIA BIOGRÁFICA, POLÍTICA E INTELECTUAL DE ROLAND CORBISIER

Fabrício Augusto Souza Gomes (CPDOC / FGV)

Esta comunicação tem o objetivo de analisar a trajetória biográfica, política e intelectual de Roland Corbisier, membro de uma tradicional família católica paulistana, que pertenceu às fileiras do

integralismo, mergulhou nas leituras do Existencialismo e tornou-se, posteriormente, um nacionalista de esquerda nos anos 1950 ao dirigir o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), sendo eleito deputado constituinte pelo PTB e perseguido durante a ditadura militar no Brasil. A análise de sua história de vida permite compor um panorama da intelectualidade da direita e esquerda nacionalista brasileira.

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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE UDENISTA

Thalitha Saboia do Nascimento (UCB)

Surgido como um movimento de frente ampla, a UDN-União democrática nacional caracterizou-se pela defesa da democracia liberal e pelo combate assíduo às correntes getulista. Neste trabalho, o objeto

é compreender o processo de construção da identidade da UDN.

A situação problema que envolve esta temática e o pensamento udenista que se traça através de disputas e conflitos entre diversos setores da sociedade. Desenvolvido a partir da ideia de oposição, a UDN encontrou dificuldades na construção da sua identidade e de seu programa político-partidário.

A REPRESSÃO POLITICA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA DURANTE O PERÍODO DE TRANSIÇÃO (1974-1985)

Pedro Henrique da Silva Oriola Cardoso (UFRJ)

O objetivo deste trabalho é analisar o sentido e a dimensão da repressão politica exercida pelo Estado brasileiro, durante o período de transição do regime ditatorial para o regime democrático. A priori

a repressão no período datado acima, está relacionada com o tipo de transição que foi realizada no país, ou seja, uma transição iniciada e controlada pelo grupo dirigente a qual obteve êxito. Assim, perceber ao mesmo tempo em que o governo abria concessões democráticas, como por exemplo, a extinção do Ato Institucional n°5(AI-5) embora simultaneamente continuasse interrogando, prendendo e cassando e até exterminando os seus inimigos políticos, como no caso de membros do Partido Comunista brasileiro (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B) e também políticos cassados que almejavam voltar a exercer cargos públicos e que, portanto não estariam inclusos no projeto de transição politica. Por fim fica em evidencia uma aparente contradição no discurso do governo em que se preconizava a volta do Estado de Direito, mas que executava uma transição democrática com violência politica. Por fim o objeto do estudo é tornar evidente a permanência ativa do aparato repressivo durante o processo de transição.

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Sessão 2

INTELECTUAIS DE ESQUERDA E REDE GLOBO: O CASO DE “A GRANDE FAMÍLIA” (1973-1974)

Roberta Alves Silva (UFF)

O trabalho que venho desenvolvendo no mestrado busca compreender as relações entre intelectuais de esquerda no Brasil, geralmente filiados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e a Rede

Globo, durante o período da ditadura militar brasileira. Para tanto, venho analisando quarenta e seis roteiros do seriado “A Grande Família”, entre abril de 1973 e novembro de 1974, escritos por Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa. Os scripts, enquanto fontes primárias, auxiliam a entender o modo como os intelectuais se expressaram dentro da televisão, no contexto de empobrecimento da classe média promovido pelo milagre econômico que, a partir de 1973, começou a pincelar sua crise.

O ESTADO DE CHUTEIRAS: UM ESTUDO SOBRE A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL DE 1970

Raphael Barroso Graciano (UCB)

A seleção brasileira de futebol que venceu a Copa do Mundo de 1970 é considerada por muitos analistas esportivos a melhor equipe de todos os tempos. Com atuações individuais impecáveis e

uma preparação física que revolucionou o futebol brasileiro, o selecionado tricampeão tornou-se referência do futebol praticado no Brasil. Porém, essa equipe não se destacou apenas no campo desportivo. Além da qualidade técnica e tática, a seleção de 1970 contou com um aparato de propaganda laudatória incomum até mesmo para os padrões brasileiros. Isso ocorreu, especialmente, porque em 1970 os órgãos de propaganda política do regime militar assumiram o controle das diretrizes organizacionais da seleção. As intervenções estatais ocorreram em todas as esferas administrativas da equipe, e envolveram desde a escolha do novo treinador, até a elaboração das credenciais para os jornalistas autorizados a fazer a cobertura esportiva. Este trabalho visa destacar as relações que foram estabelecidas entre os agentes estatais e a CBD – entidade responsável pela gestão do futebol - nos meses que antecederam a Copa do Mundo de 1970 a fim de mostrar como o processo de apropriação do selecionado de futebol por parte do regime militar enfrentou resistências dentro do governo e na própria seleção de futebol.

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EM NOME DA PÁTRIA: O COMBATE ÀS ESQUERDAS NAS CRÔNICAS DE NELSON RODRIGUES

Carolina Bezerra de Souza (Unirio)

O presente artigo procurará abordar algumas das críticas às esquerdas brasileiras que foram feitas nas crônicas de Nelson Rodrigues escritas para o jornal O Globo entre dezembro de 1967 e

1974, para tanto, ficará restrito ao que tange a abordagem nacionalista de sua coluna, visto que seu discurso, marcado pelo deboche, ridicularização e desqualificação dos projetos políticos das esquerdas, fez parte de um discurso anticomunista presente na sociedade brasileira, que ao criticar a dimensão internacionalista e universalista das esquerdas, acusava-as de antibrasileiras. Deste modo, a partir das representações que foram feitas em confissões, nome de sua coluna, Nelson Rodrigues contribuiu para legitimar a presença dos militares no governo brasileiro.

SUBVERSÃO DA IMAGEM: A FOTOGRAFIA COMO PROVA DO CRIME POLÍTICO

Diego Stanger (UFES)

Este artigo traz reflexões acerca da Era Vargas que se constituiu em um período da história brasileira caracterizado pela tentativa de construção de um novo país. A descentralização política da

Primeira República foi substituída por uma intensa centralização do poder político. O governo buscará aperfeiçoar o funcionamento do governo federal, diminuindo a força das elites locais, ou de qualquer grupo que se interponha aos projetos do regime em vigor. A Delegacia de Ordem Política e Social foi um eficiente mecanismo de coerção, buscando eliminar qualquer grupo que se mostrasse perigoso ao poder instituído. Analisamos neste artigo a maneira que o DOPS lidava com fotografias apreendidas dos suspeitos, como o aparato policial se utilizava dessas imagens em favor da repressão.

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